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6 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. Doenças e/ou disfunções ocupacionais no meio docente: uma revisão de literatura Lidiane de Paiva Mariano Baião 1 Rodrigo Gontijo Cunha 2 RESUMO Dentre as atividades ocupacionais, a docência é uma atividade remunerada que apresenta uma série de conteúdos cognitivos, efetivos e instrumentais, que interferem na qualidade de vida/saúde. O trabalho docente muitas vezes é caracterizado pela baixa remuneração, inadequação estrutural das instituições e carga horária elevada, contribuindo para o desenvolvimento de muitas doenças ou disfunções ocupacionais. Esta presente revisão tem como objetivo descrever as doenças e disfunções ocupacionais mais comuns no meio docente; descrever as atividades extras/dupla jornada de docentes, descrever as doenças ocupacionais mais comuns segundo a literatura pesquisada e citar e correlacionar os determinantes de saúde advindos à ocorrência destas doenças. As bases de dados utilizadas foram Scielo, Lilacs e Pubmed. Os artigos selecionados de interesse são em idiomas inglês e português. Foram utilizados 30 artigos publicados entre 2000 e 2012, utilizando os descritores: doenças ocupacionais, trabalho docente e processo de saúde-doença. O estresse e exaustão emocional foram os distúrbios mais citados com 33,3% respectivamente, correspondendo ambos a 20 artigos. A carga horária elevada foi o determinante de saúde mais citado na literatura 63,3% correspondendo a 19 artigos. Percebe-se que o processo de adoecimento do professor está relacionado a vários fatores como carga horária elevada, postura inadequada, sedentarismo, dupla jornada e à forma como a atividade de docência é realizada. Palavras-chave: Trabalho docente. Processo saúde doença. Doenças ocupacionais. ABSTRACT Among the occupational activities, teaching is a paid activity that presents a series of cognitive contents, effective and instrumental, that affect the quality of life / health. The teaching is often characterized by low pay, inadequate structural institutions and high workload, contributing to the development of many diseases or occupational dysfunction. The present review aims to describe the occupational diseases and disorders more common among teachers; describe the extra activities / double shift teaching, describe the most common occupational diseases according to the literature and cite and relate the determinants of health coming to the occurrence of these diseases. The databases used were SciELO, PubMed and Lilacs. Selected articles of interest are in English and Portuguese. Total of 30 articles published between 2000 and 2012, using the keywords: occupational diseases, teaching and health-disease process. The stress and emotional exhaustion were the disorders most commonly cited 33,3% respectively, both corresponding to 20 articles. The workload was high health determinant most cited in the literature 63,3% corresponding to 19 articles. It is 1 Fisioterapeuta graduada pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. E-mail: lidianebaiao@yahoo.com.br. 2 Fisioterapeuta, mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade do Vale do Paraíba. Professor do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. E-mail: rodrigo.cunha@izabelahendrix.edu.br. 7 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. noticed that the disease process of the teacher is related to several factors such as high workload, poor posture, inactivity, double shift and how the activity of teaching is performed. Keywords: Teaching, Health-disease process. Illnesses. Introdução O trabalho é uma atividade de caráter social, formador de identidade e desenvolvimento pessoal e, portanto, pode gerar problemas de saúde e qualidade de vida. Nota-se que a saúde e qualidade de vida possuem entre si complexas relações, dependentes de um contexto econômico e sociocultural, e também de questões individuais, físicas e emocionais (ANDRADE et al, 2012). Entre as várias atividades ocupacionais existentes, a docência apresenta uma série de conteúdos cognitivos, efetivos e instrumentais que interferem na qualidade de vida (ARAUJO et al, 2003). O trabalho docente pode ser caracterizado por baixa remuneração, superlotação em salas de aula e inadequação estrutural das instituições. Devido aos baixos salários em sua maioria, os docentes muitas vezes realizam outras atividades estendendo assim sua carga horária. Isto faz com que ocorra falta de pausa para descanso, o que acaba interferindo no bem-estar psicológico e na qualidade de vida gerando algumas vezes o adoecimento e desconforto (ARAUJO et al, 2005). Este adoecimento pode ser físico, psíquico ou ambos, contribuindo para o abandono do emprego. Os maiores causadores de problemas de saúde em docentes têm sido o ambiente de trabalho e os fatores psicossociais, interferindo na qualidade de vida do mesmo (ANDRADE et al, 2012). A satisfação no trabalho apresenta influência favorável no desenvolvimento do mesmo, porém, a insatisfação contribui para o estresse ocupacional e para um efeito negativo à saúde sendo um destes efeitos o desenvolvimento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), entre outras doenças (ARAUJO et al, 2006). Dedicando maior parte do seu tempo ao trabalho, esse passa a ser algo central na vida do indivíduo. Isso pode trazer consequências para a integridade física, psíquica e social dos trabalhadores, pois, o trabalho pode proporcionar muitas realizações, como pode também ser um elemento de problemas ao desencadear prejuízos à saúde do trabalhador, como o estresse ocupacional. Dentre muitas atividades remuneradas está a docência que se caracteriza como o 8 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. ato de ensinar, possuindo responsabilidade na construção do conhecimento (CHRISTOPHORO, 2002). No Brasil em 2004, 2% da população economicamente ativa era ligada a atividade docente. Isso causa preocupação quanto ao índice de qualidade de vida e saúde dos mesmos. Esta atividade é caracterizada por superlotação de sala de aulas, inadequação estrutural, baixa remuneração, inadequadas condições de trabalho, atribuições burocráticas desgastantes, violência escolar entre outros (ANDRADE et al, 2012; ARAÚJO et al 2005) . Devido à baixa remuneração os docentes, estendem sua carga horária em dupla jornada, ou seja, realiza outra atividade para complementação de renda ou atividades diárias, como serviços domésticos. Isto implica avaliar a carga global de trabalho, considerando a segunda jornada laboral: o trabalho doméstico (Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde - CNSDSS, 2008). As possíveis repercussões da dupla jornada de trabalho sobre a saúde também são diversificadas: sobrecarga psicológica, fadiga física ou Burnout; tempo insuficiente para lazer e descanso, horas de sono e alimentação (CNSDSS, 2008). Observa-se que as horas de trabalho em casa elevavam a sintomatologia de depressão para ambos os sexos (ARAUJO et al, 2006). Araújo et al (2006) encontraram associação positiva entre sobrecarga doméstica e prevalência de hipertensão arterial. Essa associação aumentou com a percepção de tempo e insuficiente para o lazer. Estendendo a carga horária para outras atividades, faz com que o docente tenha falta de pausas para o descanso ou realização de outra atividade que lhe seja prazerosa e assim gera desconforto, podendo desencadear em alguns casos o adoecimento que pode ser físico e /ou psíquico (CNSDSS, 2008; DALVI, 2010). Os determinantessociais de saúde são fatores que determinam e podem estar interligados, promovendo o adoecimento do indivíduo ou de uma população. Se tratando da categoria docente o ambiente de trabalho e fatores psicossociais têm sido considerados os maiores causadores de problemas de saúde, além de podermos citar outros como: sobrecarga de trabalho, interferência saúde-trabalho, clima organizacional, gênero, sedentarismo, esforço físico e/ou mental exigido em alto grau e exposição a riscos à segurança pessoal, demandas físicas do trabalho (ficar de pé, escrever no quadro, carregar material didático e audiovisual, manter o corpo em posição incômoda e inadequada e exigência de atividade física rápida e contínua) (ARAUJO et al, 2005; CNSDSS, 2008; DELCOR et al, 2004). 9 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. A presença destes determinantes interfere no bem-estar do organismo, que pode interferir nas manifestações do organismo em manter constante o seu ambiente interno mesmo enfrentando mudanças no meio externo. Esta possível “desestabilização” está agregada ao adoecimento do indivíduo (ARAUJO et al, 2005). Observa-se que o processo saúde-doença do docente pode estar ligado à sua atividade e às condições que a mesma é realizada (BATISTA et al, 2010; CEBALLOS et al, 2011). Decorrente das mudanças na política educacional relacionadas ao ambiente de trabalho e as condições sob a qual este é realizado, o docente pode desenvolver o chamado “mal-estar docente”, que favorece o desgaste biopsíquico do educador, proporcionando uma mudança no perfil das doenças relacionadas ao trabalho, entre as quais se destacam a hipertensão arterial sistêmica, doenças coronarianas, distúrbios mentais, estresse, câncer, disfunções musculoesqueléticas entre outras (CEBALLOS et al, 2011). Analisando os dados da literatura o presente estudo aborda e discute sobre os seguintes problemas: 1. As doenças mais comuns no meio docente estão relacionadas ao estilo de vida? 2. A categoria docente apresenta alto nível de estresse que podem remeter ao adoecimento? Apesar da escassez de estudos que analisam o processo de adoecimento dos docentes relacionados à atividade ocupacional, estilo de vida já se sabe que diversos fatores interferem neste processo. Diante do número elevado de docentes em processo de adoecimento e expostos a vários fatores de risco, faz-se necessário revisar a literatura para se obter dados nesse domínio podendo ser utilizados como base para avaliações, estudos e atuações nas doenças advindas da atividade ocupacional. Estes dados são imprescindíveis para o conhecimento detalhado das doenças ou disfunções ligadas à docência, entendendo o processo em que estas se desenvolvem ou amenizam por mudanças no estilo de vida. Desta forma este estudo se justifica devido a necessidade de discutir e refletir sobre os condicionantes da literatura científica relativos às condições de trabalho e saúde dos docentes no Brasil. O objetivo deste estudo foi descrever as doenças/disfunções ocupacionais mais comuns no meio docente, descrevendo as atividades extras/dupla jornada de docentes. 10 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. Métodos As informações incluídas na presente revisão literária foram selecionadas por meio de pesquisa nas bases de dados Scielo, Lilacs e Pubmed. Foram utilizados os seguintes descritores: doenças ocupacionais, trabalho docente e processo de saúde-doença. Os artigos foram pré-selecionados a partir do título apresentado e do idioma português, espanhol ou inglês. Em seguida foi realizada a leitura do resumo de cada artigo pré-selecionado para a escolha dos que seriam lidos integralmente. Foram selecionados como possíveis fontes para essa revisão aqueles que abordaram as doenças relacionadas ao trabalho docente, condições de trabalho da categoria, estresse e qualidade de vida do docente. Os critérios para inclusão dos artigos estão relacionados a seguir: Data de publicação entre 2000 e 2012; Citação de possíveis doenças relacionadas ao trabalho docente; Informações sobre qualidade de vida do docente; Informações sobre doenças ocupacionais. Não foram incluídas nesta revisão as formas de tratamento e as informações a respeito da fisiopatologia dessas doenças. Os critérios de exclusão estão listados a seguir: Não citavam doenças ou disfunções relacionadas ao docente; Não eram das línguas portuguesa, inglesa ou espanhola; Artigo que abordam as formas de tratamento para doenças ocupacionais; Artigos que abordam a fisiopatologia das doenças ocupacionais; Resultados e Discussão Este estudo consiste numa revisão de literatura não sistemática que conta com 30 artigos referenciados. A seguir estão apresentadas no gráfico as doenças e/ou disfunções mais comuns encontradas no meio docente somente nos artigos lidos e incluídos nesta revisão. Dos 30 artigos referenciados nesta revisão correlacionando as doenças mais comuns no meio docente (GRÁFICO 1) podemos perceber que esta se dividem em HAS, citada em 2 artigos (6.6%), distúrbios da voz (disfonia) em 06 artigos (20%), síndrome de Bornout em 04 11 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. artigos (13%), exaustão emocional em 10 artigos (33,3%), estresse em 10 artigos (33,3%), depressão em 02 artigos (6,6%), disfunções musculoesqueléticas em 06 artigos (20%). GRÁFICO 1: Doenças mais comuns no meio docente de acordo com a literatura pesquisada. Fonte: dados da pesquisa. As disfunções que tiveram maior destaque foram estresse e exaustão emocional, seguido de distúrbios da voz e distúrbios musculoesqueléticos com 20%, síndrome de Burnout, depressão e HAS. A atividade docente tem como característica o contato direto e constante com outras pessoas podendo levar a uma grande probabilidade de ocorrer estresse interpessoal (DALVI, 2010). De acordo com Christophoro (2002), o estresse é o resultado de uma reação que o organismo tem quando estimulado por fatores externos desfavoráveis e é utilizada para conceituar desconforto, opressão e adversidades. Os termos cansaço, fadiga e tensão nervosa, são usados para definir o estresse do dia-a-dia. O estresse apresenta efeito positivo e negativo, sendo que o positivo consiste estado de alerta, melhor concentração nas tarefas, reflexos mais rápidos e consequentemente melhora na produtividade. O efeito negativo se apresenta quando o indivíduo sente cansaço, fadiga e assim não tem uma boa produtividade no seu trabalho (DELCOR et al, 2004; FERNANDES; ROCHA; COSTA-OLIVEIRA, 2009). 12 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. O estresse possui três fases: alerta, resistência e exaustão. A fase de exaustão é a mais preocupante, pois, o indivíduo apresenta significativa dificuldade em conseguir controlar a situação que originou o estresse, o corpo se encontra exausto e assim podem desenvolver disfunções e/ou doenças (FERNANDES; ROCHA; COSTA-OLIVEIRA, 2009). Segundo Cantos (2005), o estresse pode ser o precursor de doenças como: HAS, lesões miocárdicas e arteriosclerose, além de interferir na relação interpessoal e causar desmotivação. Deve-se analisar a fonte estressora para que este seja amenizado ou resolvido (FONSECA et al, 2009). No estudo de Cantos (2005) as fontes estressoras mais comuns relatadas pelos docentes foram sobrecarga quantitativa, resultado do excesso de atividades, reuniões, carga horária, cobranças, responsabilidades, final de semestre e prazos(FONSECA et al, 2009). Segundo Araújo et al (2003), há associação positiva entre trabalho com alta exigência e efeito negativo sobre a saúde mental, explicando a predominância de estresse na categoria docente, a qual possui grande volume de atividades e em sua maioria de caráter psíquico (GASPARINI; BARRETO; ASSUNÇÃO, 2005). Gasparini (2006) associou o transtorno mental não só ao estresse, mas ao uso de medicamentos para insônia (GASPARINI, 2006). Diversos estudos associaram o transtorno mental, estresse e afastamento do trabalho à excesso de carga de trabalho, condições de trabalho, carga horária excessiva, baixos salários, perda de autonomia, insatisfação e a promoção do “mal estar docente” que se caracteriza por aumento da tensão, responsabilidades sem que haja condições e meios para a realização das demandas direcionadas ao docente (ANDRADE et al, 2012; ARAUJO et al, 2005; ARAUJO et al, 2006; BATISTA et al, 2010; CEBALLOS et al, 2011; DALVI, 2010; GASPARINI, 2006; JARDIM, 2007). A síndrome de Burnout é um fenômeno psicossocial em resposta crônica a agentes estressores interpessoais comumente encontrados em situações de trabalho e em profissionais que mantém contato direto com outras pessoas. Inicialmente o indivíduo relata falta de energia e finalmente não se compromete com os resultados, e apresenta dissimulação afetiva, afastamento pessoal e consequentemente o isolamento e até quebra do vínculo empregatício (BATISTA, et al, 2010). Lima et al (2009) e Batista et al (2010) associam o Burnout à aspectos como baixos salários, classes superlotadas, materiais escassos, tensão na relação com os alunos, excesso de 13 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. carga horária, conflitos ocasionados pelas expectativas de pais e alunos, precarização do trabalho do professor e desvalorização da sua imagem (BATISTA et al, 2010; CEBALLOS et al, 2011). Desta forma a HAS é considerada uma doença crônica e multifatorial e pode ser desencadeada por episódios de estresse, síndrome de Burnout e exaustão emocional além dos outros fatores de risco associados a obesidade, fumo, uso de álcool, historia familiar de hipertensão, fatores psicológicos e certos traços de personalidade (CARVALHO et al, 2006; CNSDSS, 2008). A estimulação do sistema nervoso simpático durante momentos de raiva, hostilidade e picos de estresse leva a uma descarga das glândulas adrenais e assim há mudanças no sistema cardiovascular o qual prepara o organismo para enfrentar tal situação, aumentando o ritmo cardíaco e pressão arterial que podem ocasionar um quadro de HAS (ARAUJO et al, 2005; CARVALHO, 2006). De acordo com Delcor, et al (2004) os distúrbios da voz como perda temporária da voz (rouquidão) e dor na garganta podem estar associadas a tempo de docência, o não uso constante ao tomar água durante as aulas e não fazer uso do microfone. Os distúrbios musculoesqueléticos como dores nas costas, ombros e coluna são associados à postura mantida por longos períodos, sobrecarga de trabalho, inadequação do mobiliário e esforço físico para desenvolver sua tarefa (CEBALLOS, et al, 2011; DALVI, 2010). Dos 30 artigos referenciados nesta revisão no GRÁFICO 2, estão relacionados os dados referentes aos determinantes sociais de saúde sendo que o sedentarismo foi citado em 09 artigos (30%), condições de trabalho em 16 artigos (53,3%), carga horária elevada em 19 artigos (63,3%), postura inadequada em 08 artigos (26,6%). Este estudo sugere que o processo de adoecimento do educador/professor ocorre principalmente pelos agentes estressores enfrentados diariamente na docência e pela maneira que estes são enfrentados. Sabe-se que cada indivíduo responderá de modo diferente a um estímulo, mas isso dependerá da capacidade psicológica, física e intelectual. O adoecimento ocorre sob condições ou estilo de vida que afetam a saúde e podem aumentar ou diminuir os riscos de contrair ou desenvolver doenças em particular (DELCOR et al, 2004). Segundo Canova (2010), a atividade física regular tem impacto positivo sobre o estresse no trabalho, sintomas osteomusculares e relacionou maior nível de estresse em 14 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. docentes sedentários. Sugere ainda que a atividade física pode ser um mecanismo de enfrentamento do estresse vivido por eles no cotidiano (ARAUJO et al 2005; LIMA et al, 2009). GRÁFICO 2: Determinantes sociais de saúde. Fonte: dados da pesquisa. Carvalho (2006) e Fernandes, Rocha e Costa-Oliveira (2009) descrevem fatores do cotidiano do docente que não o possibilita a realização de atividade física de forma satisfatória como: carga horária excessiva de trabalho, aumento da atividade extra classe, dupla jornada e baixos salários (LIMA et al, 2009; MARQUEZE, 2005). As condições sob as quais o trabalho é desenvolvido também são consideradas um fator que pode levar ao adoecimento (CEBALLOS, et al, 2011). Condições de trabalho envolvem o ambiente onde este é realizado, materiais utilizados entre outros (FERNANDES; ROCHA; COSTA-OLIVEIRA, 2009; FONSECA, et al, 2009). Segundo Christophoro (2002), as condições de trabalho relacionam-se com estresse ocupacional e podem refletir gerando sobrecarga, ocasionando ao docente uma maior dificuldade em realizar sua tarefa. A carga horária trabalhada é considerada um fator importante, pois, durante o horário de trabalho o docente apresenta concentração na mesma atividade, mantém a mesma postura por longo período e isso em longo prazo pode gerar disfunções e/ou doenças (FERNANDES; ROCHA; COSTA-OLIVEIRA, 2009). 15 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. Segundo os estudos de Delcor et al (2004) e Marqueze et al (2005), a carga horária média semanal dos docentes foi elevada e a esta devem ser adicionadas a atividades extra classe como: preparação de aulas, deslocamento de uma escola a outra, atividade administrativa e atividade doméstica que ocupam no caso das mulheres 2 a 3 horas por dia do seu tempo (ARAUJO et al, 2006; DALVI, 2010). A carga horária elevada a exaustão emocional, nervosismo, cansaço mental piora das questões gerais de qualidade de vida, maior queixas de doenças indicam que o desgaste psíquico pode ser agravado pela jornada de trabalho excessiva, afetando sua qualidade de vida (ARAUJO et al, 2003; BATISTA et al, 2010; FONSECA et al, 2009; LIMA et al, 2009). Estes fatores podem levar o docente a decisão de abandonar a profissão que nesta fase já não é mais uma fonte de realização pessoal, sendo este comportamento considerado um meio de enfrentar e lidar com o estresse e exaustão emocional (BATISTA et al, 2010). Tabeleão, Tomasi e Neves (2011) encontra na sua amostra melhores nos escores de qualidade de vida em docentes com maior carga horária de trabalho (DALVI, 2010). A possível explicação para a contradição é o efeito da renda, pois, com maior tempo trabalhado, se ganha mais, isto pode ter contribuído para a melhor qualidade de vida (ANDRADE et al, 2012; CEBALLOS et al, 2011). Além dos efeitos na qualidade de vida Ceballos et al (2011) e Martinello (2011) relacionam o tempo prolongado na atividade de docência, demanda da voz abusiva e ruído excessivo pelo número elevado de alunos, com alterações vocais e surdez ocupacional ao longo da carreira. Segundo Delcor et al (2004), as queixas músculo esqueléticas não são incomuns e estão relacionadas a postura corporal inadequada decorrente de mobiliário, posição incômoda do corpo e esforço físico para desenvolver sua atividade (DALVI, 2010). As queixas mais comuns no meio docentesão dores nas costas, nas pernas, nos braços e cervical que estão relacionadas ao fato de permanecerem por longos períodos na posição de pé, escrever no quadro, carregar material didático, instalações de materiais audiovisuais, deslocamento com estes materiais de um lugar para outro e inadequação de mobiliário (FONSECA et al, 2009; MARTINEZ et al, 2009; MARTINELLO, 2011; PITANGA; LESSA, 2005). Dos 30 artigos referenciados nesta revisão no gráfico 3 estão relacionados os dados referentes aos determinantes sociais de saúde sendo que os baixos salários foram citados em 16 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. 11 artigos (36,6%), dupla jornada em 14 artigos (46,6%), lazer em 10 artigos (33,3%), atividades administrativas em 07 artigos (23,3%). GRÁFICO 3: Determinantes sociais de saúde. Fonte: dados da pesquisa. Os baixos salários não deixam de ser um determinante de adoecimento, pois, pode ser um fator de crise de identidade e insatisfação podendo gerar disfunções ligadas à saúde mental destes indivíduos (ARAUJO et al, 2006; DALVI, 2010). Segundo Delcor et al (2004) e Mendes (2006), os baixos salários são fatores que fazem com que o indivíduos trabalhem em mais instituições e até em outra atividade remunerada para complementar a renda familiar (CHRISTOPHORO, 2002; GASPARINI, 2006; MARTINELLO, 2011). De acordo com o estudo de Reis et al (2006), a relação é inversamente proporcional entre a renda e Burnout, porém Delcor et al (2004) observaram que a presença de um salário insuficiente possui relação direta com Burnout e estresse ocupacional (REIS et al, 2006). Pode-se inferir que a o aumento da renda é determinante nos fatores relativos a melhor qualidade de vida e a menor renda, presença de dupla jornada, interferindo ao aumento do estresse ocupacional podendo desenvolver a síndrome de Burnout (BATISTA et al, 2010; CEBALLOS et al, 2011; CHRISTOPHORO, 2002). Para complementação da renda familiar muitos professores trabalham em outras escolas ou atividades remuneradas fora da docência (DALVI, 2010; GASPARINI, 2006; SERVILHA, 2009). Portanto devido à dupla jornada, são submetidos a sobrecarga, 17 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. ambiguidade de funções e são citados como possíveis agentes estressores no trabalho (CEBALLOS et al, 2011; MENDES, 2006; MARTINELLO, 2011). As mulheres além de realizar atividade de docência, realizam tarefas domésticas até a educação dos filhos que devem ser somadas às tarefas relacionadas a docência que são realizadas em casa como: planejar aulas, corrigir provas, trabalhos e realizar pesquisas entre outros. Esta sobrecarga pode ser um fator que desencadeie uma cascata de eventos podendo levar ao adoecimento (CEBALLOS et al, 2011). Segundo Araújo et al (2006) a análise da dupla jornada não é simples e devem ser levados em conta diversos fatores. Sabe-se que as possíveis repercussões da dupla jornada sobre a saúde são: sobrecarga psicológica, cansaço físico, Burnout, tempo insuficiente para o lazer, para horas de sono, descanso e alimentação adequada, gerando desequilíbrios e disfunções (CNSDSS, 2008; GASPARINI, 2006; MARQUEZE, 2005). O docente além desta atividade pode realizar trabalhos administrativos nas instituições nas quais estão inseridos. Isto leva a maior incidência de estresse nos finais de semestre e ao final do ano escolar, devido à sobrecarga de trabalho nesta área, somando-se a atividade docente (FONSECA et al, 2009; GASPARINI, 2006; MARTINELLO, 2011). O lazer é uma atividade que promove uma sensação de bem estar e propicia descanso e divertimento e é um fator positivo para o desenvolvimento pessoal e social de cada indivíduo (PITANGA; LESSA, 2005). Segundo Andrade et al (2012) os baixos salários, dupla jornada e carga horária de trabalho que as vezes pode incluir aos finais de semana pode estar relacionado ao adiamento ou preterimento da realização do lazer (PITANGA; LESSA, 2005). Segundo o estudo de Lima et al (2009) as opções de lazer mais praticadas entre os professores de sua amostra foram: cinema, reuniões com os amigos, teatro, esporte, pescaria e viagens. Relaciona-se diretamente a ocupação docente, a redução do lazer e da vida social e familiar. O lazer é um dos aspectos estruturantes da saúde mental e interfere no processo saúde-doença do ser humano (CEBALLOS et al, 2011). Pitanga e Lessa (2005) associam o sedentarismo no lazer às doenças mentais e cardiovasculares como HAS (REIS et al, 2006; SERVILHA, 2009; TABELEÃO; TOMASI; NEVES, 2009). 18 Revista Formação@Docente – Belo Horizonte – vol. 5, n o 1, jan/jun 2013. Conclusão Mediante esta revisão infere-se que o trabalho docente associado a estilos de vida inadequado pode desencadear o adoecimento. As doenças ou disfunções mais comuns, de acordo com a literatura referenciada apresentam que a exaustão emocional e estresse seguidas de distúrbios da voz e disfunções musculoesqueléticas podem provocar o afastamento do docente devido a perda de capacidade física e psíquica para desenvolver suas atividades. Os fatores que interferem no adoecimento do docente, mais relatados foram carga horária elevada e condições de trabalho seguidas de dupla jornada e falta de lazer. A categoria docente apresenta doenças e/ou disfunções realmente ligadas ao sedentarismo, estresse, falta de tempo para o lazer, sendo o estilo de vida dos mesmos na sua maioria inadequado decorrente da falta de tempo e aos fatores socioeconômicos. O adoecimento e desgaste físico do professor advêm da sua atividade e forma que esta é realizada, levando em conta o excesso de trabalho e agentes estressores persistentes. É necessário mais estudos abrangendo os fatores psicossociais, fisiológicos que possam mensurar e corresponder estes fatores ao processo saúde/doença na profissão da docência. Referências ANDRADE, P. S. et al. Prazer e Dor na Docência: revisão bibliográfica sobre a Síndrome de Burnout. Saúde e Sociedade. v.21, n.1, 2012, p.129-140. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v21n1/13.pdf>. Acesso em: 28 set. 2012. ARAÚJO, T. M. et al. Estresse ocupacional e saúde: contribuições do Modelo Demanda- Controle. Ciência & Saúde Coletiva. v.8, n. 4, 2003, p. 991-1003. 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