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De acordo com Lacan (1957-1958/1999), a metáfora paterna consiste na introdução do nome-do-pai na relação mãe-filho como um substituto do significante primordial. Tal introdução vem sob forma de lei, que proíbe a mãe de gozar com o filho, e o filho de ser o objeto de desejo da mãe. O pai é uma função simbólica, não necessariamente um genitor, pode ser um namorado da mãe, o trabalho, um hobby. Ele executa a castração simbólica de ambos, proibindo o incesto, ou seja, de mãe e filho serem um. A introdução do pai tem a função de separar essa relação, satisfaz a mãe para além do filho e permite a falta para ambos. É nessa falta, a alternância entre presença-ausência por parte da mãe, que os farão entender que ambos não são uma extensão um do outro, o falo. Falo é o significante da falta, ninguém o tem, mas tenta-se preencher com objetos de desejo. Como ocorre no complexo de édipo.
 O complexo de édipo consiste na introdução dos significantes, onde constitui-se o inconsciente da criança através de sua relação com a mãe. Esta, ocupa o lugar dos significantes, sendo o significante primordial para o filho. É nesta relação mãe-filho que faz com que o sujeito seja inserido no mundo simbólico. O complexo de édipo é divido em três tempos: No primeiro “Ser ou não ser o falo”, a criança se identifica como objeto fálico da mãe, em que deseja satisfazer essa falta. Tanto a mãe quanto o filho possuem esse significante da falta, o falo, e desejam substituir com presença um do outro, se tornarem um. No segundo tempo “Ter ou não ter o falo”, é onde entra a metáfora paterna. A função do pai intervém na relação mãe-filho, os proibindo de serem o objeto de desejo um do outro, interferindo na consumação incestuosa. É como uma ferida narcísica para a criança, pois ela já não se vê como único suficiente falo da mãe. Esta intervenção faz com que o filho rivalize com o pai, uma vez que o enxerga de uma forma idealizadora e ameaçadora, sendo o falo que a criança não pode ser da mãe. O terceiro tempo, “Ter ou não ter o dom”, quando o filho reconhece a castração do pai e internaliza a simbolização da lei. Adquire uma visão realista de que a ninguém pertence o falo, mas tem o valor de dom. O pai já não é visto como um rival onipotente e, sim, como um pai potente (LACAN, 1957-1958/1999).
 A foraclusão do nome-do-pai é um termo criando por Lacan (1957-1958/1999) para designar o sujeito que rejeitou a castração simbólica. É o mecanismo responsável pela psicose. Segundo Quinet (2000), o sujeito não inclui o nome-do-pai em seu processo edipiano. Ao incluir a exclusão do nome-do-pai resulta-se de modo externo, em forma de delírios e alucinações. A justificativa do termo “foracluído” se funda no conceito de que o que foi excluído do lado de dentro, retorna para o lado de fora. É o retorno real de uma negação simbólica.
Referências bibliográficas:
LACAN, Jacques. O Seminário, livro 5: as formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992. (Coleção Campo Freudiano no Brasil).
QUINET, Antonio. Teoria e clínica da psicose. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.

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