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aUniversidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC Departamento de Biomedicina Estudo de caso - Toxicologia - Prof Eduardo João Agnes Alunas: Beatriz Crippa, Fernanda Carvalho e Letícia Luchtemberg. Em grupos de, no máximo, 4 acadêmicos, desenvolva a seguinte atividade: Você recebeu um cliente em seu Laboratório de Análise Clínica que pretende fazer a Renovação da CNH. Para isso foi solicitado o exame toxicológico de larga janela de detecção para consumo de substâncias psicoativas. Após duas coletas dos pelos do cliente e enviados ao laboratório de apoio, o resultado do teste preliminar veio como positivo para Cocaína e benzoilecgonina nas seguintes concentrações 552 ng/g e 70 ng/g respectivamente. Ao receber o resultado, e, ao perceber que sua CNH seria suspensa temporariamente, o cliente resolveu fazer o teste em um outro laboratório. A coleta neste segundo laboratório foi feita 15 dias depois da coleta no primeiro e a amostra foi de cabelo. No caso foi retirado 3,5 cm de cabelo e o resultado foi negativo para as drogas. O cliente decidiu processar seu laboratório, e desta forma, juntamente com seu advogado, sua obrigação é de convencer o juiz a dar um parecer positivo para seu laboratório. O que você faria? Questionários: 1. Qual a legislação do CONTRAN que exige tal teste? R: Resolução nº 691, de 27 de setembro de 2017, do Conselho Nacional de Trânsito (CONATRAN), a qual é decorrente da Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. 2. Quais as categorias de CNH necessitam deste teste? R: Categorias C, D e E. 3. Quais as drogas procuradas? Quais os cut-off destas drogas? R: Anfetaminas, metanfetaminas e seus metabólitos, cocaína (com um ou mais matabólitos), opiáceos (morfina, assim como os analitos com codeína e/ou 6-acetil-morfina), maconha e metabólitos. Cut-off – Fase de triagem Anfetaminas: 0,2ng/mg Mazindol: 0,5mg/ng Canabinóides: 0,1ng/mg (THC) e 0,001ng/mg (THC-COOH) Cocaína: 0,5ng/mg Opiáceos: 0,2ng/mg Cut-off – Fase de confirmação Anfetamina, metanfetamina, MDA, MDMA, anfepramona, femproporex: 0,2ng/mg Mazindol: 0,5ng/mg Canabinoides (THC-COOH): 0,0002ng/mg Cocaína: 0,5ng/mg - Benzoilecgonina, cocaetileno, norcocaína: 0,05ng/mg Morfina, codeína, heroína: 0,2ng/mg 4. Como podemos comprovar que o cliente não adquiriu a droga por via ambiental (consumo passivo) e foi consumido mesmo? R: Pela identificação do metabólito benzoilecgonina que é o resultado do metabolismo da cocaína no organismo. 5. O cut-off é o mesmo para pelo e cabelo? R: Não, pois há diferença para as substâncias e valores de cut-off, segundo Portaria n˚116/2015 do MTPS. 6. Qual o comprimento do cabelo a ser utilizado? Por quê? R: Pelo menos 3 cm, para cobrir um período de detecção de 90 dias visto que o cabelo pode crescer 1cm a cada 30 dias. 7. E a quantidade de pelos? Pode ser de qualquer região? R: Pode ser de qualquer região desde que atinja o comprimento suficiente. 8. Existe algum procedimento que poderia alterar os resultados no caso supra-citado? R: Sim. Tinturas, tratamentos como descoloração e permanentes podem afetar a estabilidade e retenção das drogas na matriz, pois causam danos à fibra capilar. Não é possível detectar o uso recente (de até uma semana), devido ao processo de incorporação na matriz queratinizada demorar dias. 9. Como você poderia convencer o juiz a utilizar a sua contraprova? Monte um texto corrido juntando todas as informações acima pesquisadas como Parecer Técnico sobre esse assunto, como o máximo de isenção, para ser adicionado nos autos do processo. Não esqueça das bibliografias utilizadas!! R: De acordo com a gerente geral de operações da LABET, o cabelo coletado para a segunda análise precisa ser coletado no mesmo dia da amostra avaliada no primeiro teste, cujos resultados deram positivo. A possibilidade do resultado de contraprova ser diferente do primeiro teste é algo raro, a primeira amostra pode ter tido um resultado próximo do limite. Existe um máximo permitido e se o resultado for próximo disso, na contraprova o laudo apresentará diferença. Caso o motorista solicite a contraprova, o teste é analisado de maneira diferente, já específico para a droga encontrada, ou seja, as máquinas de análise procurarão no material coletado especificamente a substância apontada, podendo variar em quantidade. Segundo a legislação, na segunda amostra o importante é analisar apenas a presença do psicoativo, sem levar em conta a quantidade. 10. Fora do parecer, responda as seguintes questões sobre os métodos de análise de drogas no cabelo: a. Qual o procedimento de preparo da amostra em cabelo? R: Primeiro, ocorre a lavagem da amostra para eliminar compostos ligados. Podem ser utilizados surfactantes, soluções especiais de limpeza e solventes orgânicos (acetona, metanol, etc). Após ser lavado, o cabelo é desintegrado por processos químicos ou mecânicos, formando uma pasta/ líquido. A amostra de cabelo é purificada pela extração em fase sólida, que deixa na amostra apenas drogas e metabólitos, eliminando outras substâncias. Então, ela passa por um material absorvente sob pressão, esta é a Cromatografia Líquida. Substâncias diferentes passam pelo material absorvente em diferentes velocidades, nos permitindo realizar a separação. Uma vez separados, podemos introduzir os componentes no espectrômetro de massa, que reduz os componentes do cabelo a íons. b. Qual o método de análise proposto para este tipo de ensaio? R: Cromatografia líquida de elevada eficiência acoplada à espectrometria de massa (HPLC-MS) e a cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (GC-MS). REFERÊNCIAS DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO: República Federativa do Brasil - Imprensa Nacional. Brasília, 28 set. 2017. Página 96. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=28/09/2017&jornal=1&pagina=96&totalArquivos=164. Acesso em: 10 maio 2022. DOMINGUES, Marina Isabel da Silva. Análise de cabelo – procedimentos e aplicações. 2015. 45 f. TCC (Graduação) - Curso de Ciências da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2015. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5328/1/PPG_16538.pdf. Acesso em: 10 maio 2022. LABET EXAMES TOXICOLÓGICOS. COMO FUNCIONA A CONTRAPROVA NO EXAME TOXICOLÓGICO? 2019. Disponível em: https://exametoxicologico.labet.com.br/como-funciona-contraprova-no-exame-toxicologico/. Acesso em: 10 maio 2022
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