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Encontros vocálicos, dígrafos, dífono e encontros consonantais

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Encontros vocálicos, dígrafos, dífono e 
encontros consonantais
APRESENTAÇÃO
A compreensão da maneira com que os elementos consonantais e vocálicos se comportam no 
interior das palavras passa pela consciência do que é sílaba. Palavras são formadas por sílabas. 
A sílaba constitui, dessa forma, a estrutura basilar para o agrupamento de fonemas na cadeia da 
fala, representando a unidade mínima de análise da estruturação fonológica das palavras.
Ao contrário do que parece, a ocorrência dos elementos consonantais e vocálicos na fala não é 
ao acaso, existe uma estrutura básica e restrições que determinam a organização desses 
elementos no interior da sílaba, a partir de moldes que são pré-estabelecidos por cada sistema 
linguístico. Esses moldes regulam de que maneira os elementos de mesma natureza poderão se 
combinar (em se tratando dos encontros consonantais e encontros vocálicos) e elementos de 
naturezas fonológicas distintas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá qual a estrutura da sílaba em português e 
desenvolverá conceitos referentes às noções de encontros consonantais, encontros vocálicos, 
dígrafos e dífonos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a estrutura silábica do português.•
Construir os conceitos de encontros vocálico e consonantal.•
Explicar as definições de dígrafo e dífono.•
DESAFIO
Os fonemas costumam se combinar em padrões que se repetem, caracterizando a 
estrutura silábica de cada língua, o que denominamos de fonotática.
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Cada língua apresenta, portanto, diferentes padrões de combinações entre os elementos sonoros. 
Utilizamos o termo molde silábico para expressar essas diferenças. O molde é uma afirmação 
geral a respeito da estrutura possível de sílabas em uma determinada língua.
Com base no que foi estudado na presente unidade, você deve formalizar as estruturas silábicas 
das palavras apresentadas a seguir:
- Casa 
- Porta 
- Uva 
- Mesa 
- Mar 
- Preto 
- Branco 
- Privado
Em seguida, explicite a estrutura silábica da primeira sílaba dessas palavras, identificando os 
elementos que compõem a estrutura interna da sílaba: ataque (A), rima (R), núcleo (Nu) e coda 
(Co). Quando houver a presença ou ausência desses elementos, utilize os símbolos do alfabeto 
fonético internacional (IPA).
INFOGRÁFICO
Sabemos que os fonemas não estão associados à cadeia da fala de forma aleatória, ao contrário 
disso, combinam-se em padrões que se repetem, o que caracteriza a estrutura silábica de cada 
língua em particular. Nós, enquanto falantes, somos capazes de identificar os itens lexicais que 
são próprios de nossa língua materna. Isso acontece porque já temos alguma noção da sua 
organização fonológica (a partir da identificação desses padrões silábicos).
No Infográfico abaixo, você poderá acessar o conceito de sílaba e entender de que forma essa 
unidade fonológica se estrutura.
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
CONTEÚDO DO LIVRO
Nas línguas naturais, os elementos fônicos se combinam em padrões sistemáticos e recorrentes, 
o que caracteriza a estrutura silábica e a fonotática de cada língua em particular. Nós, ouvintes, 
somos completamente capazes de identificar esses padrões na nossa língua e em línguas às quais 
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
somos expostos, mesmo que de forma indireta. Isso acontece graças à noção de organização 
fonológica que todos os falantes desenvolvem, de forma bastante aprofundada, em se tratando 
da língua mãe, e de forma intuitiva, em se tratando de outras línguas do mundo, como o inglês e 
o espanhol, por exemplo.
Na tarefa de combinação dos elementos fônicos, a sílaba é a unidade básica que informa acerca 
de como está organizado o sistema fonológico de uma determinada língua. Ela representa, 
portanto, o primeiro nível de organização e de estruturação fonológica.
Acompanhe o capítulo Encontros vocálicos, dígrafos, dífono e encontros consonantais, do livro 
Fonética e fonologia do português, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, no qual você 
poderá compreender de que forma a sílaba está estrutura e quais as relações/combinações 
possíveis de ocorrer entre os elementos fônicos.
Bons estudos!
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
FONÉTICA E 
FONOLOGIA DO 
PORTUGUÊS
Julio Cesar 
Cavalcanti
Revisão técnica:
Talita da Silva Campos
Mestre em Linguística
Especialista em Língua Portuguesa
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
C376f Cavalcanti, Julio Cesar.
Fonética e fonologia do português / Julio Cesar 
Cavalcanti ; [revisão técnica: Talita da Silva Campos]. – 
Porto Alegre : SAGAH, 2017.
112 p. : il. ; 22,5 cm. 
ISBN 978-85-9502-164-8
1. Fonética. 2. Fonologia. 3. Língua Portuguesa. I. 
Título. 
CDU 81’34
2717_Fonetica_book.indb 2 14/09/2017 10:00:24
Encontros vocálicos, 
dígrafos, dífonos e 
encontros consonantais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a estrutura silábica do português.
  Construir os conceitos de encontros vocálicos e consonantais.
  Explicar as de� nições de dígrafo e dífono.
Introdução
A compreensão da maneira como os elementos consonantais e vocá-
licos se comportam no interior das palavras passa pela consciência da 
estrutura silábica (ROBERTO, 2016). Palavras são formadas por sílaba(s). A 
sílaba constitui, dessa forma, a estrutura basilar para o agrupamento de 
fonemas na cadeia da fala, representando a unidade mínima de análise 
da estruturação fonológica das palavras.
Ao contrário do que parece, a ocorrência dos elementos consonantais 
e vocálicos na fala não é ao acaso: existem uma estrutura básica e res-
trições que determinam a organização desses elementos no interior da 
sílaba, a partir de moldes que são preestabelecidos por cada sistema lin-
guístico. Esses moldes regulam de que maneira os elementos de mesma 
natureza poderão se combinar (tratando-se dos encontros consonantais 
e encontros vocálicos) e elementos de naturezas fonológicas distintas.
Neste capítulo, você conhecerá qual é a estrutura da sílaba em por-
tuguês e desenvolverá conceitos referentes às noções de encontros 
consonantais, encontros vocálicos, dígrafos e dífonos.
U N I D A D E 3 
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O conceito de sílaba
Os fonemas costumam se combinar em padrões que se repetem, caracterizando 
a estrutura silábica de cada língua, o que denominamos na fonologia de fono-
tática. Quando ouvimos (ou até mesmo lemos) alguma palavra desconhecida, 
somos capazes de pressupor tratar-se de uma língua A ou B. Isso acontece 
porque já temos alguma noção da organização fonológica de determinadas 
línguas (como o inglês, espanhol ou francês, por exemplo), ainda que seja um 
conhecimento intuitivo (ROBERTO, 2016).
Vejamos, por exemplo, as grafias da palavra “desculpe” em alemão “ents-
chuldigung” ou na língua turca “üzgünüm”. Imediatamente, você, enquanto 
falante do português, é capaz de identificar que algumas combinações sonoras 
nessas palavras não fazem parte da fonotática da língua portuguesa, verifi-
cando, assim, que não representam palavras do português.
Nesse sentido, a sílaba considerada é uma unidade básica que nos informa 
acerca de como está organizado o sistema fonológico de uma língua; ela é 
uma entidade exclusivamente fonológica, que não pode ser confundida com 
uma unidade da gramática ou da semântica. Assim, ela representa o primeiro 
nível de organização fonológica de uma língua, dado o fato que as línguas 
variam com relação aos padrões silábicos (MORI, 2012).
Como a sílaba é a menor unidade percebida pelos falantes (representa a menor unidade 
da hierarquia prosódica), uma pessoa não alfabetizada não conseguecompreender o 
conceito de fonema, pois é só a partir da compreensão do sistema alfabético que somos 
capazes de abstrair da sílaba as unidades que a constituem. Chineses, por exemplo, 
são alfabetizados em um sistema de escrita predominantemente silábico (no qual 
cada grafema corresponde a uma sílaba, e não a um fonema). Dada a particularidade 
desse sistema de escrita, a noção de fonema é considerada muito abstrata para os 
chineses (ROBERTO, 2016).
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Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Nespor e Vogel (1986 apud BISOL, 2014) propuseram uma hierarquia 
(diagrama arbóreo adaptado por Bisol [2014]) para exemplificar a forma de 
organização do enunciado em diferentes níveis prosódicos (Figura 1): 
Figura 1. Diagrama arbóreo da hierarquia prosódica.
Fonte: Bisol (2014, p. 260).
Esse diagrama apresenta as unidades fonológicas dispostas de forma hie-
rárquica, onde cada nível da hierarquia atua como contexto de aplicação de 
regras e de processos fonológicos específicos. Perceba que a sílaba constitui 
o nível mais baixo da hierarquia, ou a menor unidade prosódica. Podemos 
entender, a partir desse diagrama, como a fala é estruturada, e como ela pode ser 
analisada em diferentes níveis, os quais estão mutuamente inter-relacionados.
Assumindo uma concepção métrica acerca da noção de sílaba, como aquela 
adotada por Selkirk (1982 apud COLLISCHONN, 2014), podemos estabelecer 
quais elementos fazem parte da estrutura silábica. Nesse sentido, podemos 
afirmar que a sílaba é composta por um ataque (A) e uma rima (R); a rima, 
por sua vez, consiste em um núcleo (Nu) e em uma coda (Co). Qualquer 
categoria, exceto o núcleo da sílaba (Nu), pode ser vazia nessa estrutura 
(COLLISCHONN, 2014). Assim, podemos afirmar que é possível existir uma 
sílaba sem consoantes, mas nunca uma sílaba sem vogal (Figura 2).
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Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Figura 2. Estrutura interna da sílaba.
Fonte: Collischonn (2014, p. 100).
As línguas diferem quanto ao número de segmentos permitido em cada 
constituinte silábico. Há línguas que permitem apenas um segmento no ataque 
e outro na rima. Existem as que permitem um segmento no ataque e dois na 
rima. Por outro lado, há línguas que permitem dois segmentos no ataque, 
um no núcleo e até três segmentos na posição de coda. O conceito de molde 
silábico é usado para expressar essas diferenças. O molde é, nesse sentido, 
uma afirmação geral a respeito da estrutura possível de sílabas em uma de-
terminada língua (COLLISCHONN, 2014).
Como referido por Roberto (2016), a posição de ataque silábico, também chamado 
de onset silábico, pode estar vazia, pode ser preenchida por uma consoante (ataque 
simples ou onset simples), por duas consoantes (ataque complexo ou onset complexo) 
ou por uma consoante e um glide.
No núcleo silábico, com base nos estudos fonológicos, observamos uma crescente 
sonoridade que vai do ataque silábico em direção ao núcleo, resultando no pico 
silábico – a vogal – e uma decrescente sonoridade a partir dele, em direção à coda 
(ROBERTO, 2016).
A posição final da sílaba, a coda, também pode ser apresentada vazia ou preenchida. 
Temos uma coda simples quando apenas um elemento ocupar essa posição e uma 
coda complexa quando dois elementos ocuparem essa posição silábica (ROBERTO, 
2016).
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Francisco
Sublinhado
Ataque e Rima na camada superior 
Núcleo e Coda na camada inferior 
Francisco
Sublinhado
Francisco
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Francisco
Realce
Francisco
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Francisco
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Francisco
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Francisco
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Sublinhado
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Realce
O molde silábico de uma língua particular determina também o número máximo 
e o mínimo de elementos suportados na estrutura interna da sílaba. Quando se 
trata do português, não existe um consenso entre os autores quanto ao número 
máximo de elementos que uma sílaba pode conter (COLLISCHONN, 2014).
A Figura 3 mostra os padrões silábicos do português.
Figura 3. Padrões silábicos do português.
Fonte: Collischonn (2014, p. 115).
Como referido por Collischonn (2014), a escala de sonoridade também 
tem um papel importante na estrutura silábica, porque pode-se correlacionar 
a sonoridade relativa de um segmento com a posição que ele ocupa no interior 
da sílaba. 
Em primeiro lugar, assumindo esse critério, o elemento mais sonoro 
sempre ocupará o núcleo da sílaba, ao passo que os elementos menos sonoros 
ocuparão as margens (ataque e coda da sílaba). Em segundo lugar, quando 
há sequências de elementos dentro do ataque ou da coda, estas sequências 
apresentam sonoridade crescente em direção ao núcleo silábico ou decrescente 
após o núcleo (COLLISCHONN, 2014).
69Encontros vocálicos, dígrafos, dífonos e encontros consonantais
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Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Considerando o critério de sonoridade dos segmentos da fala, considere a 
escala apresentada na Figura 4.
Figura 4. Escala de sonoridade dos segmentos da fala.
Fonte: Silva (2003, p. 207).
A hierarquia de sonoridade apresentada no diagrama prevê uma escala 
gradativa de sonoridade máxima que vai do nível de sonoridade mínimo (-) 
ao máximo (+). Essa escala permite a classificação dos segmentos da fala em 
termos de sonoridade. Segmentos [+ sonoros] podem ocupar uma posição 
nuclear e elementos [- sonoros] ocupam as posições periféricas (pré e pós-
-nucleares) (SILVA, 2003).
Podemos formular, assim, a seguinte condição para a boa formação de 
sílabas nas línguas naturais: em qualquer sílaba, o elemento mais sonoro 
constitui o núcleo e é precedido/seguido por segmentos de grau de sonoridade 
crescente/decrescente (COLLISCHONN, 2014).
Desse modo, a sequência nt, de sonoridade decrescente, nunca pode cons-
tituir o ataque de uma sílaba, mas pode constituir a coda silábica. Por outro 
lado, a sequência pr pode constituir ataque, mas não pode constituir coda. 
Dessa forma, uma palavra como “pasta” somente pode ser dividida da seguinte 
maneira: “pas.ta” e não “pa.sta” ou “past.a”, dadas as restrições de sonoridade 
internas à sílaba (COLLISCHONN, 2014).
Encontros vocálicos, dígrafos, dífonos e encontros consonantais70
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Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
De acordo com Mori (2012), a utilidade de se reconhecer uma escala de 
sonoridade (como a apresentada anteriormente) apoia-se no fato de que cada vez 
que temos um segmento com grau de sonoridade mais alto, teremos o núcleo 
da sílaba, e quando a escala de sonoridade for baixa, teremos os segmentos 
que estão nas margens da sílaba, nas posições de ataque e coda. Assim, na 
representação hierárquica da escala de sonoridade, as vogais são os elementos 
candidatos a ocuparem o núcleo da sílaba.
Tomando como exemplo a palavra monossílaba do português “par”, identificamos 
na estrutura silábica três elementos fônicos. A consoante (C) /p/ constitui o ataque 
da sílaba, a vogal (V) /a/ constitui o núcleo da sílaba, sendo, portanto, o segmento 
mais sonoro, e a consoante (C) /r/, por sua vez, constitui a coda silábica. O núcleo 
representado pelo fonema /a/ e a coda pelo fonema /r/ formam a rima desta sílaba.
Compreender de que forma se estrutura a sílaba é de fundamental importân-
cia para entender de que maneira os elementos sonoros podem se combinar no 
seu interior, dadas as restrições impostas pelo molde silábico de cada língua.
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Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Encontros consonantais
As combinações que ocorrem no ataque (onset) complexo ou na coda complexa 
são chamadas de encontros consonantais tautossilábicos ou intrassilábicos 
(ROBERTO, 2016). Em encontros consonantais tautossilábicos, as duas con-
soantes são parte da mesma sílaba (SILVA, 2003).
Vejamos os seguintes exemplos de encontros consonantais pré-vocálicos: 
prece, apreço, comprou, plano, aplauso, Brasil, abre, drácula, Adriana, 
trote, África, fraco, livro, grão, magro, cravo, acre; e pós-vocálicos: monstro, 
menstruação, transporte.
A estrutura máxima das sílabas em português é C1C2VV’C3C4 (o que signi-
fica dizer que qualquer sílaba produzida em português é capaz de caber nesse 
molde). O núcleo da sílaba é a vogal V que, como já referido, é o único elemento 
obrigatório. O glide e as consoantes são elementos opcionais. A sílaba do 
português em que encontramos o maior número de elementos é CCVCC. Um 
exemplo em que tal sílaba ocorre é na palavra “trans.por.te” (SILVA, 2003).
Existem, no entanto, algumas restrições para a formação de sílabas com 
duas consoantes pré-vocálicas e pós-vocálicas no português, como descrito 
por Silva (2003): 
a) quando C1 e C2 ocorrem, a primeira consoante é uma obstruinte (ca-
tegoria que inclui oclusivas e fricativas pré-alveolares) e a segunda 
consoante é uma líquida (categoria que inclui /l, r/);
b) a sequência /dl/ não ocorre e /vl/ ocorre apenas em um grupo restrito 
de nomes próprios que são empréstimos;
c) /vɾ/ e /tl/ não ocorrem em início de palavra e apresentam distribuição 
restrita, ou seja, com poucos exemplos;
d) quando C4 ocorre, essa consoante deve ser /S/ e o segmento correspon-
dente à consoante C3 será um dos segmentos: /l/ ou os arquifonemas /R/ 
e /N/ (como no caso das palavras /solS’tisio/ “solstício”, /peRSpek’tiva/ 
“perspectiva” e /traNS’toRno/ “transtorno”).
Alguns encontros consonantais se manifestam em sílabas distintas (os 
encontros não tautossilábicos), como é o caso de “af-ta”, “pac-to”, “ab-so-lu-
-to”, “ad-mi-tir”, entre outros. Observe, no entanto, que em todos esses casos, 
os falantes normalmente inserem uma vogal epentética /i/ na pronúncia. Isso 
acontece porque o padrão silábico canônico (mais comum) do português, o 
CV, leva-nos a querer regularizar a produção de sílabas que fogem a essa 
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Francisco
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Sublinhado
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exemplo do seguimento CCVCC
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Realce
configuração, como se verifica na pronúncia de palavras como “psicologia” 
e “pneu” (ROBERTO, 2016).
Devemos levar em consideração um caso bastante particular de encon-
tro consonantal, como apontado por Roberto (2016): o /ks/, representado 
graficamente pela letra “x” em palavras como “anexo”, “tóxico” e “fixo”. 
Embora façamos uso de apenas quatro grafemas na escrita da palavra “fixo”, 
essa palavra é composta de cinco fonemas (ou até seis, se considerarmos a 
pronúncia da fala coloquial). Isso acontece porque o encontro consonantal /ks/ 
está sendo representado na escrita por apenas um grafema, o “x”. Esses casos 
particulares, recebem o nome de dífonos (ou seja, dois sons representados por 
uma única letra). Em um sentido oposto, temos os dígrafos.
Porém, não podemos confundir encontros consonantais – em que há a 
realização de duas consoantes em sequência, seja em uma única sílaba ou 
em sílabas distintas – com o conceito de dígrafo. Este termo é empregado 
para explicitar a ocorrência de duas letras que representam na escrita um 
único fonema, como ocorre em cachorro, ilha, ninho, passo, exceto, etc. São 
exemplos de dígrafos consonantais: sc, qu e gu (diante de “i” e “e”, quando 
o “u” não representa semivogal), ch, lh, nh, sç, xc, rr, ss (ROBERTO, 2016).
Os dígrafos vocálicos, por sua vez, são aqueles em que as letras “m” e 
“n” indicam vogais nasais, exercendo o papel de letras diacríticas, como em: 
“canto”, “pombo”, “limpo”, “bambu”, por exemplo (ROBERTO, 2016). Nesses 
casos, as letras “m” e “n” são empregadas apenas para sinalizar a nasalidade 
das vogais.
Encontros vocálicos
Segundo Roberto (2016), temos encontros vocálicos sempre que surgem em 
uma palavra vogais contíguas (em sílabas separadas) ou vogais acompanha-
das de glides (na mesma sílaba). Dessa forma, quando um desses elementos 
vocálicos assumir características distintas na sua realização, de modo que 
um apresente maior proeminência (vogal) e o outro confi gure uma realização 
mais débil (glide), teremos um ditongo.
De acordo com Silva (2003), um ditongo consiste de uma sequência de 
segmentos vocálicos, sendo que um dos segmentos é interpretado como vogal 
e o outro, como um glide (ou como uma semivogal). Lembre-se que as semivo-
gais, embora apresentem características fonéticas de vogal, são interpretadas 
fonologicamente como consoantes, dada a posição que ocupam no interior da 
estrutura silábica (coda).
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Francisco
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Dessa forma, o segmento interpretado como vogal no ditongo é aquele que 
tem proeminência acentual (ou seja, conta como uma unidade em termos de 
acento). O segmento interpretado como glide no ditongo não tem proeminên-
cia acentual. Em um ditongo, a vogal e o glide são pronunciados na mesma 
sílaba – como ocorre em [‘paʊ̯ ] (ou ‘paw) “pau”. Neste caso, o segmento 
interpretado como vogal no ditongo representa o núcleo ou pico da sílaba, 
enquanto o glide ocupa a posição de coda (Figura 5) (SILVA, 2003).
Figura 5. Posição ocupada pelo glide (v’) 
na estrutura silábica.
Silva (2003) representa os glides nas transcrições fonéticas fazendo uso dos mesmos 
símbolos que caracterizam as vogais átonas em final de palavra [ɪ] e [ʊ], no entanto, 
acrescenta um diacrítico para estabelecer a distinção entre essas e as semivogais [ɪ ]̯ e 
[ʊ̯]. Outra representação possível é utilizando as letras gregas [j] e [w].
Encontros vocálicos, dígrafos, dífonos e encontros consonantais74
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Francisco
Realce
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Realce
representação dos glides ou semivogais na transcrição fonética 
No ditongo [aʊ̯ ] da palavra “pau”, temos os segmentos [a] e [ʊ̯ ]. Note 
que o segmento [a] é interpretado como vogal e representa uma unidade em 
termos acentuais por constituir o pico da sílaba. O segmento [ʊ̯ ] é interpretado 
como glide e não recebe acento (ou seja, não pode constituir uma sílaba de 
modo isolado). Podemos dizer que o glide é um segmento com características 
fonéticas de uma vogal, distinguindo-se pelo fato de não poder constituir uma 
sílaba independente. Assim, o glide é sempre ligado a uma vogal que constitui 
o pico da sílaba no ditongo (SILVA, 2003).
Existem duas configurações de ditongo. Há casos em que os ditongos 
apresentam uma sequência de glide-vogal como, por exemplo, na palavra 
“mágoa” [‘magʊ̯a]. Esse tipo de ditongo é chamado de ditongo crescente. 
Há outros casos em que ditongos apresentam uma sequência de vogal-glide 
como, por exemplo, as palavras “pai” [‘paɪ̯ ] e “pau” [‘paʊ̯ ]. Esse tipo de 
ditongo é denominadode ditongo decrescente (SILVA, 2003).
Por sua vez, de acordo com Silva (2003), as sequências tradicionalmente 
denominadas “tritongos” – como, por exemplo, em “quais” – são analisadas 
como uma sequência de oclusiva velar-glide seguida de um ditongo decres-
cente: [‘kwaɪ̯s] “quais”. As sequências de oclusiva velar-glide são consideradas 
consoantes complexas: [kw, gw].
Por fim, podemos diferenciar dois tipos distintos de ditongo, os ditongos 
falsos e os ditongos verdadeiros. De acordo com Roberto (2016), os primei-
ros costumam ocorrer diante de consoante palatal, podendo alternar a sua 
realização com monotongos (realizado apenas com a vogal), como se pode 
verificar em palavras como “peixe ~ pexe, beira ~ bera, beijo ~ bejo” sem que 
a alternância dessas formas implique mudanças de significados.
Os ditongos verdadeiros, por sua vez, consistem nos ditongos interpretados 
como propriamente fonológicos, em que há uma vogal na posição de núcleo 
silábico e um glide na coda. Os ditongos verdadeiros costumam ser estáveis, 
não sofrendo redução (como nos exemplos apresentados anteriormente). Os 
falsos, por sua vez, não são estáveis, alternando em monotongos. Note que a 
não realização dos glides nos ditongos verdadeiros interferiria nos significados 
das palavras (ROBERTO, 2016).
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1. A respeito da definição do 
que é sílaba e dos conceitos 
relacionados, selecione a 
alternativa mais adequada.
a) A sílaba é uma unidade básica 
que nos informa acerca de 
como está organizado o sistema 
fonológico de uma língua. 
Ela é, portanto, uma entidade 
estritamente fonética.
b) A sílaba representa o último 
nível de organização fonológica 
de uma língua particular.
c) A sílaba é uma unidade básica 
que nos informa acerca de 
como está organizado o sistema 
fonológico de uma língua. 
Ela é, portanto, uma entidade 
estritamente fonológica.
d) Os fonemas costumam se 
combinar em padrões que 
se repetem, caracterizando a 
estrutura silábica de cada língua, 
o que é denominado coda.
e) O molde silábico determina 
apenas o número máximo 
e o mínimo de elementos 
suportados numa sílaba de 
uma determinada língua.
2. Em se tratando da estrutura da 
sílaba e de suas especificidades, 
selecione a alternativa correta.
a) A sílaba é composta por um 
ataque (A) e uma rima (R), a qual 
consiste em um núcleo (Nu) e em 
uma coda (Co). Nenhuma dessas 
partes é obrigatória na estrutura.
b) No núcleo silábico, de acordo 
com os estudos fonológicos, 
visualizamos uma sonoridade 
decrescente que vai do ataque 
silábico em direção ao núcleo e 
uma decrescente sonoridade a 
partir dele, em direção à coda.
c) A posição final da sílaba – o 
ataque – também pode 
ser apresentada vazia ou 
preenchida. Teremos um 
ataque simples quando apenas 
um elemento ocupar essa 
posição e um ataque complexo 
quando dois elementos 
ocuparem essa posição.
d) A posição de ataque silábico, 
também chamado de onset 
silábico, pode estar vazia, 
pode ser preenchida por uma 
consoante (ataque simples), 
por duas consoantes (ataque 
complexo) ou por uma 
consoante e uma vogal.
e) A sílaba é composta por um 
ataque (A) e uma rima (R), a qual 
consiste em um núcleo (Nu) e 
em uma coda (Co). Qualquer 
categoria, exceto o núcleo da 
sílaba (Nu), pode ser vazia.
3. Com base nos seus conhecimentos 
acerca da definição de encontro 
consonantal e conceitos 
relacionados, selecione a 
alternativa correta.
a) A estrutura máxima das sílabas 
em português é C1C2VV’C3 (o 
que significa dizer que qualquer 
sílaba produzida em português 
é capaz de caber nesse molde).
b) As combinações que ocorrem 
no ataque complexo ou 
na coda complexa são 
chamadas de encontros 
consonantais tautossilábicos ou 
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intrassilábicos. Em encontros 
consonantais tautossilábicos, 
as duas consoantes são 
parte da mesma sílaba.
c) Quando C1 e C2 ocorrem, 
a primeira consoante é 
uma líquida, e a segunda 
consoante é uma obstruinte.
d) Quando C4 ocorre, esta 
consoante deve ser /Z/, e o 
segmento correspondente 
à consoante C3 será um 
dos segmentos: /l/ ou os 
arquifonemas /R/ e /N/.
e) As sequências /dl/ e /vl/ não 
ocorrem em português.
4. A respeito dos conceitos de 
dífono e dígrafo, selecione 
a alternativa correta.
a) A sequência /ks/ – representada 
graficamente pela letra “x” na 
escrita de palavras como em 
“anexo”, “tóxico” e “fixo” – é 
um exemplo de dígrafo.
b) Os dígrafos vocálicos são aqueles 
em que as letras ‘m’ e ‘n’ indicam 
vogais nasais, funcionando 
como letras diacríticas. Nesses 
casos, as letras ‘m’ e ‘n’ são 
empregadas apenas para marcar 
a nasalidade das vogais.
c) São exemplos de dífonos 
consonantais: sc, qu e gu 
(diante de ‘i’ e ‘e’, quando o ‘u’ 
não representa semivogal), 
ch, lh, nh, sç, xc, rr, ss.
d) Os dígrafos em “cachorro”, 
“ilha”, “ninho”, “passo” e 
“exceto” são exemplos de 
encontros consonantais.
e) Dífono e dígrafo são termos 
sinônimos que fazem referência 
ao mesmo fenômeno.
5. Com base nos seus conhecimentos 
acerca da definição de encontro 
vocálico e conceitos relacionados, 
selecione a alternativa correta.
a) Temos encontros vocálicos 
sempre que surgem em uma 
palavra vogais contíguas 
(em sílabas separadas) ou 
vogais acompanhadas de 
glides (na mesma sílaba).
b) Um ditongo consiste de uma 
sequência de segmentos 
vocálicos, sendo que um dos 
segmentos é interpretado 
como vogal, e o outro é 
interpretado como um dífono.
c) O segmento interpretado como 
glide no ditongo é aquele que 
tem proeminência acentual 
(ou seja, conta como uma 
unidade em termos acentuais). 
O segmento interpretado 
como vogal no ditongo não 
tem proeminência acentual.
d) Há casos em que os ditongos 
apresentam uma sequência 
de glide-vogal, chamados 
de ditongos decrescentes. 
Em outros casos, os ditongos 
apresentam uma sequência 
de vogal-glide, denominados 
de ditongo crescente.
e) Em um ditongo, a vogal e 
o glide são pronunciados 
em sílabas distintas.
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BISOL, L. Os constituintes prosódicos. In: BISOL, L. (Org.). Introdução a estudos de 
fonologia do português brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014.
COLLISCHONN, G. A sílaba em português. In: BISOL, L. (Org.). Introdução a estudos de 
fonologia do português brasileiro. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014.
MORI, A, C. Fonologia. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (Org.). Introdução à linguística: 
domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2012. v. 1.
ROBERTO, T. M. G. Fonologia, fonética e ensino: guia introdutório. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2016.
SILVA, T. C. Fonética e fonologia do português. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2003.
Leituras recomendadas
MASSINI-CAGLIARI, G.; CAGLIARI, L. C. Fonética. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (Org.). 
Introdução à linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001. v. 1.
SOUZA, P. C.; SANTOS, R. S. Fonética. In: FIORIN, J. L. (Org.). Introdução à linguística II: 
princípios de aná lise. Sã o Paulo: Contexto, 2016.
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DICA DO PROFESSOR
A ordem evidenciada no nível da sílaba não se limita a essa unidade fonológica específica.Contrariamente, temos que a sílaba constitui a unidade basilar de uma organização maior, 
representada por uma hierarquia que denominamos de hierarquia prosódica.
Cada nível dessa hierarquia atua como contexto de aplicação de regras e de processos 
fonológicos específicos. Podemos entender, a partir dessa organização, como a fala é estruturada 
e como ela pode ser analisada em diferentes níveis, os quais estão mutuamente 
interrelacionados. Os elementos que compõem essa hierarquia são: sílaba, pé métrico, palavra 
fonológica, grupo clítico, frase fonológica, frase entoacional e enunciado.
Nesta Dica do Professor, você terá uma breve introdução a respeito dessas unidades, de que 
modo estão organizadas e de que forma podem ser conceituadas.
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EXERCÍCIOS
1) A respeito da definição do que é sílaba e dos conceitos relacionados, selecione a 
alternativa mais adequada.
A) a) A sílaba é uma unidade básica que nos informa acerca de como está organizado o 
sistema fonológico de uma língua. Ela é, portanto, uma entidade estritamente fonética.
B) b) A sílaba representa o último nível de organização fonológica de uma língua particular.
C) c) A sílaba é uma unidade básica que nos informa acerca de como está organizado o 
sistema fonológico de uma língua. Ela é, portanto, uma entidade estritamente fonológica.
D) d) Os fonemas costumam se combinar em padrões que se repetem, caracterizando a 
estrutura silábica de cada língua, o que denominamos de coda.
E) e) O molde silábico determina apenas o número máximo e o mínimo de elementos 
suportados na sílaba de uma determinada língua.
2) Em se tratando da estrutura da sílaba e de suas especificidades, selecione a 
alternativa correta.
A) a) A sílaba é composta por um ataque (A) e uma rima (R); a rima, por sua vez, consiste em 
um núcleo (Nu) e em uma coda (Co). Nenhuma destas partes é em si obrigatória na 
estrutura.
B) b) No núcleo silábico, de acordo com os estudos fonológicos, visualizamos uma 
sonoridade decrescente que vai do ataque silábico em direção ao núcleo e uma decrescente 
sonoridade a partir dele, em direção à coda.
C) c) A posição final da sílaba, o ataque, também pode ser apresentado vazio ou preenchido. 
Teremos um ataque simples quando apenas um elemento ocupar essa posição e um ataque 
complexo quando dois elementos ocuparem essa posição.
D) d) A posição de ataque silábico, também chamado de onset silábico, pode estar vazia, pode 
ser preenchida por uma consoante (ataque simples), por duas consoantes (ataque 
complexo) ou por uma consoante e uma vogal.
E) e) A sílaba é composta por um ataque (A) e uma rima (R), enquanto a rima, por sua vez, 
consiste em um núcleo (Nu) e em uma coda (Co). Qualquer categoria, exceto o núcleo da 
sílaba (Nu), pode ser vazia.
3) Com base nos seus conhecimentos acerca da definição de encontro consonantal e 
conceitos relacionados, selecione a alternativa correta.
A) a) A estrutura máxima das sílabas em português é C1C2VV’C3, o que significa dizer que 
qualquer sílaba produzida em português é capaz de caber nesse molde.
B) b) As combinações que ocorrem no ataque complexo ou na coda complexa são chamadas 
de encontros consonantais tautossilábicos ou intrassilábicos. Em encontros consonantais 
tautossilábicos, as duas consoantes são parte da mesma sílaba.
C) c) Quando C1 e C2 ocorrem, a primeira consoante é uma líquida e a segunda consoante é 
uma obstruinte.
D) d) Quando C4 ocorre, esta consoante deve ser /Z/ e o segmento correspondente à 
consoante C3 será um dos segmentos: /l/ ou os arquifonemas /R/ e /N/.
E) e) As sequências /dl/ e /vl/ não ocorrem em português.
4) A respeito dos conceitos de dífono e dígrafo, selecione a alternativa correta.
A) a) A sequência /ks/ representada graficamente pela letra x na escrita de palavras, como em 
anexo, tóxico e fixo, é um exemplo de dígrafo.
B) b) Os dígrafos vocálicos são aqueles em que as letras m e n indicam vogais nasais, 
funcionando como letras diacríticas. Nesses casos, as letras m e n são empregadas apenas 
para marcar a nasalidade das vogais.
C) c) São exemplos de dífonos consonantais: sc, qu e gu (diante de i e e, quando o u não 
representa semivogal), ch, lh, nh, sç, xc, rr, ss.
D) d) Os dígrafos em cachorro, ilha, ninho, passo e exceto são exemplos de encontros 
consonantais.
E) e) Dífono e dígrafo são termos sinônimos que fazem referência ao mesmo fenômeno.
5) Com base nos seus conhecimentos acerca da definição de encontro vocálico e 
conceitos relacionados, selecione a alternativa correta.
A) a) Temos encontros vocálicos sempre que surgem vogais contíguas (em sílabas separadas) 
ou vogais acompanhadas de glides (na mesma sílaba) em uma palavra.
B) b) Um ditongo consiste de uma sequência de segmentos vocálicos, sendo que um dos 
segmentos é interpretado como vogal e o outro é como um dífono.
C) c) O segmento interpretado como glide no ditongo é aquele que tem proeminência acentual 
(ou seja, conta como uma unidade em termos acentuais). O segmento interpretado como 
vogal no ditongo não tem proeminência acentual.
D) d) Há casos em que os ditongos apresentam uma sequência de glide-vogal, chamados de 
ditongos decrescentes. Em outros casos os ditongos apresentam uma sequência de vogal-
glide, denominados de ditongo crescente.
E) e) Em um ditongo, a vogal e o glide são pronunciados em sílabas distintas.
NA PRÁTICA
A aquisição de linguagem representa um dos principais marcos para o desenvolvimento global 
adequado. É por meio dela que a criança irá estabelecer contato com o mundo e desenvolver 
suas competências cognitivas. É por intermédio do contato com os sons da língua e de 
experiências linguísticas que se dará início à produção da fala.
Pesquisas em aquisição de linguagem têm demostrado a importância da prosódia como sendo a 
responsável pelo engajamento da criança no diálogo e como o veículo, por meio do qual são 
estabelecidas as formas linguísticas a partir de uma trajetória de aquisição previsível, com base 
em princípios já estabelecidos por teorias de natureza prosódico-fonológica.
Mas afinal de contas, de que maneira a aquisição da fala pode ser interpretada à luz da 
hierarquia prosódica? Quais são os conceitos vinculados a essa interpretação? A hierarquia 
prosódica é composta por sete unidades linguísticas, dispostas da maior para a menor, que 
representam o fluxo contínuo da fala.
Acompanhe mais na imagem a seguir.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Unidades da fonologia na aquisição da linguagem 
Nesse artigo, a autora desenvolve o entendimento de que as relações e os condicionamentos 
que são responsáveis pelo funcionamento dos sistemas linguísticos também são relevantes 
para a aquisição fonológica, o que implica no reconhecimento das relações entre unidades 
fonológicas (traços, constituintes silábicos, pés métricos) no processo de desenvolvimento 
linguístico das crianças.
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