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Capítulo 8 Planos de Tratamento Considerando a Posição e o Número de Implantes Carl E. Misch No passado, o plano de tratamento em implantodontia era primeiramente direcionado para o volume de osso existente nas regiões desdentadas. Como resultado, cantiléveres dis- tais foram estendidos a partir de implantes anteriores ou im- plantes mais curtos foram instalados nas regiões posteriores da boca. A segunda fase histórica do plano de tratamento se desenvolveu com base em considerações estéticas. Neste ce- nário, as posições dos implantes foram então determinadas pelos dentes que estavam sendo substituídos. As principais causas das complicações na implanto- dontia estão relacionadas à biomecânica.1 Por exemplo, as perdas após a carga inicial excedem em número as perdas cirúrgicas, especialmente em osso macio, quando forças são maiores do que o usual ou os implantes são menores do que 10 mm. Misch desenvolveu uma sequência de plano de tratamento para diminuir o risco de sobrecarga biomecânica, que consiste no seguinte2: 1. Projeto da prótese 2. Fatores de força do paciente 3. Densidade óssea nas regiões desdentadas 4. Posição e número adequados de implantes 5. Tamanho do implante 6. Osso disponível nas regiões desdentadas 7. Projeto do implante Este capítulo vai considerar as posições adequadas dos implantes para a prótese seguidas pelo número total de implantes para suportar a restauração. OPÇÕES DE PILARES PTOTÉTICOS Várias opções de tratamento estão disponíveis para uma res- tauração adequada do segmento desdentado. Como regra geral, próteses sobre implantes independentes dos dentes naturais adjacentes são projetadas sempre que possível. Este conceito reduz o risco de cárie na margem do dente natural próximo ao pôntico adjacente ou pilar. A incidência de cárie no dente unido à ponte fi xa responde por 22% das complicações no período de 10 anos, ao passo que coroas unitárias apresentam menos de 1% de risco de cá- rie dentro do mesmo período de tempo.3 Dentes naturais sem restauração possuem menor risco de cárie, e implantes nunca terão cárie. Uma segunda complicação comum em restaurações protéticas fi xas sobre dentes é de origem endo- dôntica e ocorre em cerca de 15% dos casos em 10 anos. Os implantes não necessitam de procedimentos endodônticos, e as coroas unitárias sobre dentes naturais requerem menos procedimentos endodônticos. Próteses sobre implantes inde- pendentes também podem reduzir ou eliminar pônticos com o aumento simultâneo do número de pilares, distribuindo as forças de modo mais efetivo. O aumento do número de pila- res diminui o risco de uma restauração sem retenção, o que responde por um terço das complicações de próteses fi xas suportadas por dentes naturais. Sendo assim, próteses sobre implantes independentes causam menos complicações e exibem maiores índices de sucesso a longo prazo e maior índice de sobrevida dos dentes adjacentes.4 Entretanto, quan- do uma prótese sobre implante é unida a um dente natural, ocorre um risco aumentado do afrouxamento do parafuso do pilar protético, perda óssea ao redor do implante e falta de retenção da restauração. Além disso, a distribuição de forças oclusais é otimizada quando próteses sobre implantes independentes são planejadas. Como resultado, um plano de tratamento ideal para pacientes parcialmente desdentados incluiu uma restauração sobre implante independente. Posições Determinantes dos Implantes Algumas posições dos implantes são mais críticas do que outras, considerando a redução da força. Existem quatro diretrizes gerais para determinar as posições dos implantes (Quadro 8-1): 1. Os cantiléveres na prótese devem ser reduzidos e prefe- rencialmente eliminados; assim, os últimos pilares na prótese estão em posição importante 2. Três pônticos adjacentes não devem ser desenhados na prótese Quadro 8-1 Diretrizes para Posições Determinantes dos Implantes Ausência de cantiléveres Ausência de três pônticos adjacentes Regra canino-molar Dinâmica do arco 147Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 148 RAZÕES PARA IMPLANTES 3. As regiões de canino e o primeiro molar são locais im- portantes, especialmente quando dentes adjacentes estão ausentes 4. Um arco é dividido em cinco segmentos. Quando mais de um segmento de um arco está para ser substituído, a posição do implante é determinada por pelo menos um implante em cada segmento Ausência de Cantiléveres A primeira regra para uma posição ideal dos implantes é que nenhum cantiléver deve ser desenhado na prótese (Fig. 8-1). Os cantiléveres aumentam a força sobre os im- plantes, pilares protéticos, cimento ou parafusos protéticos e interface osso-implante. Os cantiléveres em próteses par- ciais fi xas sobre dentes apresentam índice de complicação maior do que prótese com pilares terminais, incluindo restaurações sem retentividade. Isso é especialmente ob- servado em pacientes com parafunção ou em coroas com espaços reduzidos em altura.5 Assim, as posições ideais dos implantes incluem a presença de pilares terminais quando dentes adjacentes estão ausentes. O comprimento do cantiléver está diretamente relacio- nado à quantidade de força adicional aplicada sobre o pilar protético. Então, quando uma força de 11,34 kg é aplicada sobre o longo eixo de um implante, o sistema do implan- te (i.e., coroa, cimento, pilar protético, parafuso do pilar protético, corpo do implante, osso marginal do implante e interface osso-implante) recebe uma carga de 11,34 kg. Quando uma força de mesma magnitude (11,34 kg) é aplicada sobre um cantiléver de 10 mm, o momento da força sobre o intermediário é aumentado para 113,4 kg milímetro de força. Como resultado, qualquer parte do sistema do implante está em risco aumentado de sofrer falha biomecânica (p. ex., fratura de porcelana, perda de cimentação da prótese, afrouxamento do parafuso do pilar protético, perda óssea marginal, perda do implante, de um componente do implante ou fratura do corpo). Uma prótese com cantiléver sobre múltiplos implantes pode ser comparada à uma alavanca Classe I. A extensão da prótese a partir do último pilar é o braço de potência da alavanca. O último pilar próximo ao cantiléver age como um fulcro quando a carga é aplicada sobre a alavanca. A distância entre o último pilar e o pilar mais distante do cantiléver representa o braço de resistência e pode ser cha- mado de distância ântero-posterior ou distribuição A-P dos implantes. O comprimento (geralmente em milímetros) do cantiléver (braço de potência) dividido pelo braço de resistência representa a vantagem mecânica. Então, quando dois implantes estão 10 mm distantes um do outro e um cantiléver com extensão de 20 mm, a vantagem mecâni- ca é 2 (20 mm/10 mm). Nesse exemplo, uma força de 11,34 kg (25 lb) sobre o cantiléver resulta em uma força de 22,68 kg (50 lb) no pilar mais distante do cantiléver (11,34 kg × 2 = 22,68 kg). O pilar mais próximo ao can- tiléver (fulcro) recebe uma força igual à soma das outras duas forças, ou seja, 75 lb (11,34 kg + 22,68 kg) (Fig. 8-2). Sendo assim, os cantiléveres aumentam as forças sobre todos os pilares que suportam a prótese. Para enfatizar a importância da ausência do cantiléver, quando um ou dois dentes adjacentes estão ausentes, é indicado um implante por dente. Quando três a quatro dentes adjacentes estão ausentes, o posicionamento dos implantes inclui dois pilares terminais, um em cada região fi nal da prótese. Uma prótese de três ou quatro elementos pode ser fabricada com apenas esses pilares, quando todos os fatores de força nas proximidades são baixos e a densi- dade óssea é favorável (Fig. 8-3). As restaurações de cinco a 14 elementos necessitam de pilares adicionais. O plano de tratamento ideal deve eliminar cantiléveres. Entretanto, em algumas condições clínicas, o cantiléver é a opção de tratamento mais prudente. Por exemplo, em Figura 8-1 As posições ideais dos implantesincluem as posições dos pilares terminais quando os dentes adjacentes estão ausentes. Na ausência de um pilar terminal, há cantiléver na restauração, o que aumenta as complicações. Isso é particularmente importante quando uma carga lateral ou uma força mastigatória pesada é aplicada sobre o cantiléver. 75 lb 50 lb25 lb 1020 Figura 8-2 Um cantiléver sobre dois implantes pode ser considerado uma alavanca Classe I. Quando o centro de cada implante está a 10 mm de distância um do outro, com um cantiléver de 20 mm, uma vantagem mecânica de 2 é criada. Portanto, a carga no cantiléver pode ser multiplicada por 2 no implante mais distante, e o implante próximo ao cantiléver recebe a tensão total das duas cargas. Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 Planos de Tratamento Considerando a Posição e o Número de Implantes 149 mandíbula desdentada, o osso disponível na região pos- terior pode ser insufi ciente para a instalação de implante sem procedimentos cirúrgicos avançados (p. ex., reposicio- namento de nervo, enxertos ósseos de crista ilíaca). Um plano de tratamento alternativo pode ser a adição de cantiléveres a partir de implantes anteriores. Entretanto, quando pilares terminais não são indicados no plano de tratamento e um cantiléver é planejado, outros fatores como força e área de superfície devem compensar este aumento de força. Quando esta opção é considerada, os fatores de força como parafunção, altura da coroa, dinâmica da mastigação, localização dos implantes e arco antagonista são examinados cuidadosamente. Além dos modifi cadores da força, a distância A-P (distribui- ção A-P) dos implantes distais e anteriores também é um fator. Quando os implantes estão em um plano, o cantiléver raramente deve se estender além da distância A-P, considerando que os fatores de força do paciente são baixos (Fig. 8-1). Quando os fatores de força são desfa- voráveis, o comprimento do cantiléver deve ser reduzido ou eliminado, e o número, tamanho e área de superfície dos implantes devem ser aumentados. Quando cinco ou mais implantes estão posicionados ao longo do arco, e vários planos diferentes existem por causa da forma do arco, o cantiléver deve se estender 2,5 vezes a distância A-P dos implantes quando os fatores de força são baixos e a densidade é favorável (Fig. 8-4). Entretanto, mais de dois pônticos não estão indicados em um cantiléver posterior, mesmo sob condições ideais. Quando o cantiléver na prótese está representado por apenas um incisivo lateral, a posição ideal do implante pode não ser a do incisivo lateral quando as forças mas- tigatórias são de baixa a moderada. O incisivo lateral é o menor dente do arco e, por isso, o tamanho do cantiléver é limitado. As forças mastigatórias anteriores são menores na região de incisivos central e lateral. O contato oclusal no pôntico pode ser eliminado para reduzir risco adicional de sobrecarga. Quando um pôntico substitui o incisivo A B Figura 8-3 A, Quando três dentes adjacentes estão ausentes, os pilares terminais representam as posições determinantes dos implantes. Quando todos os fatores de força do paciente são baixos e a densidade óssea é boa, esses pilares podem ser adequados na reposição de três dentes ausentes. B, Quando quatro dentes adjacentes estão ausentes, os pilares terminais são as posições determinantes dos implantes. Raramente esses dois implantes serão sufi cientes para substituir quatro dentes posteriores. A B C Figura 8-4 A distância ântero-posterior (distribuição A-P) de cinco implantes na mandíbula é medida a partir da distal dos dois últimos implantes até a posição mediana do implante na posição mais anterior. Devido ao fato de esses implantes esplintados formarem um arco, o cantiléver pode ser estendido até 2,5 vezes à distância A-P (quando os fatores de força do paciente são baixos e a densidade óssea é boa). A forma do arco afeta a distância A-P. Um arco de forma ovóide (A) frequentemente tem uma distância A-P de 6 a 8 mm. Um arco com forma quadrada (B) frequentemente tem um distância A-P de 2 a 5 mm. Um arco estreito (C) tem a maior distância A-P, sendo a mesma maior do que 8 mm. Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 150 RAZÕES PARA IMPLANTES lateral, o contorno de tecido mole pode ser melhorado em comparação com o implante. Como resultado, a posição ideal do implante baseada na força e estética pode ser um implante de diâmetro largo na posição de canino (i.e., 5 mm versus 4 mm de diâmetro) e um pôntico em cantiléver para substituir o incisivo lateral. A verdade é que, nessa ocasião, o cantiléver pode ser aceitável quando os fatores de força são baixos e a densi- dade óssea é favorável, mas isso não contradiz o objetivo ideal de que nenhum cantiléver deve ser projetado na pró- tese. Sendo assim, quando três ou mais dentes adjacentes estão ausentes, os últimos pilares em cada região terminal da prótese são desenhados primeiramente no plano de tra- tamento. Quando esta opção não está prontamente dispo- nível, implantes adicionais, com tamanhos maiores e com projeto de área de superfície maior devem ser indicados. Além disso, as forças na região do cantiléver da prótese devem ser reduzidas. Ausência de Três Pônticos Adjacentes Na maior parte dos projetos protéticos, três pônticos ad- jacentes são contraindicados em implantes, uma vez que eles também são contraindicados em pilares naturais.6 Os pilares adjacentes estão sujeitos a uma considerável força adicional quando eles devem suportar três dentes ausentes, especialmente nas regiões posteriores da boca. Além disso, todos os pônticos entre os pilares fl exionam-se sob carga. Quanto maior o espaço entre os pilares, maior a fl exibili- dade do metal na prótese. Quando maior a carga, maior a fl exão. A fl exão do metal gera cargas de tensão sobre os pilares (Cap. 25).7 Quanto maior a fl exão, maior o risco de fratura da porcelana, perda de cimentação das próteses, e perda do parafuso protético. O espaço de um pôntico sofre pouca fl exão — 8 μm ou menos com metal precioso sob uma carga de 11,34 kg.8 Um espaço de dois pônticos fl exiona oito vezes mais do que um espaço de um pôntico, sendo todas as outras variá- veis iguais. Um espaço com três pônticos fl exiona 27 vezes mais do que um espaço de um pôntico (Fig. 8-5).7-9 Como resultado, não apenas a magnitude da força é aumentada nos pilares adjacentes quando a prótese tem três pônticos (pois ela está suportando dois pilares e três pônticos), como também a fl exão do metal aumenta a um ponto que a incidência de complicações torna o plano de tratamento contraindicado, especialmente quando as forças são maio- res (como na região posterior). A fl exão dos materiais em espaços longos é mais um problema para os implantes que para os dentes naturais. Uma vez que as raízes dentárias têm alguma mobilidade tanto no sentido apical quanto lateral, o dente age como um absorvente de forças, e a quantidade de fl exão do ma- terial pode ser reduzida. Como o implante é mais rígido do que um dente (e também tem maior módulo de elasti- cidade do que o dente natural), as complicações do aumento de carga e fl exão do material são maiores para uma prótese sobre implantes. Sendo assim, uma vez que três pônticos posteriores são contraindicados em prótese fi xa sobre den- tes, é ainda mais importante não ter três pônticos numa restauração sobre implantes. Forças anguladas aumentam a quantidade de força sobre o sistema de implantes; dessa forma, próteses anteriores superiores devem ter o número de pônticos limitados. O espaço dos pônticos em um plano de tratamento ideal pode estar limitado pelo tamanho de dois pré-mola- res, que é de 13,5 a 16 mm. Quando um molar é um dos dentes ausentes, o espaço do molar ausente deve ser de 10 a 14 mm de extensão. Portanto, quando o espaço é maior do que 14 mm, dois pônticos devem ser consideradosna substituição do molar. Assim, quando um segundo pré- molar e um primeiro molar estão ausentes, este espaço frequentemente é planejado para substituição de três den- tes, em vez de dois. Em outras palavras, o espaço de um dente ausente é frequentemente relacionado ao número de raízes na mandíbula e número de raízes vestibulares na maxila. Isso é adequado principalmente em pacientes com maior força (i.e., parafunção moderada a grave) ou ossos do tipo macio (i.e., D3 e D4) (Fig. 8-6). Como resultado dessas instruções, um arco desdentado com ausência de 14 dentes naturais pode ter 18 regiões potenciais para . x 2x 3x V. V. V A B C Figura 8-5 A fl exão do metal está relacionada ao cubo da distância. A, quando um pôntico está presente, o metal fl exiona (×). B, Quando a prótese fi xa tem dois pônticos (2×), o metal fl exiona 2 × 2 × 2 = 8 vezes mais. C, Quando existem três pônticos (3×), o metal fl exiona 3 × 3 × 3 = 27 vezes mais do que uma restauração com um pôntico. Figura 8-6 Quando um dente posterior ausente inclui um molar, os molares ausentes podem ser considerados como dois dentes pré- molares quando o espaço é de 14 mm ou mais. Portanto, quando um primeiro molar e um segundo pré-molar estão ausentes, o plano de tratamento pode considerar a reposição de três dentes adjacentes. Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 Planos de Tratamento Considerando a Posição e o Número de Implantes 151 implantes. Raramente segundos molares são repostos; portanto, quando 12 dentes naturais são considerados no arco desdentado, 14 regiões potenciais para implantes estão presentes. Para limitar o efeito de complicações de três pôn- ticos adjacentes do tamanho de pré-molares, posições adicionais de implantes estão indicadas nas próteses com ausência de mais de quatro dentes adjacentes. Para ter três pônticos na restauração, pelo menos quatro dentes adjacentes posteriores ou cinco dentes adjacentes anterio- res e pré-molares devem estar ausentes (quando pilares terminais estão presentes). Portanto, quando quatro a 14 dentes adjacentes ausentes serão substituídos, as posições determinantes dos implantes estão localizadas nos pilares terminais e os pilares intermediários são indicados para limitar os espaços dos pônticos através de pônticos com tamanho de dois pré-molares ou menos. Seguindo essa regra, uma prótese de cinco a sete elementos com tama- nho de pré-molares possui três pilares principais (dois terminais e um intermediário) (Fig. 8-7). Uma prótese de oito a 10 elementos com tamanho de pré-molares possui quatro posições de implantes principais (duas terminais e duas intermediárias). Uma prótese com 11 a 13 elementos possui cinco pilares (2 terminais e 3 intermediários), e uma prótese com 14 elementos possui seis posições de pi- lares. Além desses pilares principais, pilares adicionais são geralmente necessários para direcionar os fatores de força e densidade óssea. Raramente o fator força é favorável e a densidade óssea ideal o sufi ciente para ser preenchida com os pilares principais para uma prótese fi xa. Regiões de Caninos e Primeiros Molares Um restauração fi xa substituindo um canino apresenta maior risco do que qualquer outra restauração na boca. O incisivo superior ou inferior adjacente é um dos dentes mais frágeis da boca, e o primeiro pré-molar é um dos mais frágeis da região posterior. Um conceito tradicional de prótese fi xa sugere que está contraindicado substituir canino e dois ou mais dentes adjacentes.6,10 Portanto, se um paciente deseja prótese fi xa, implantes são necessá- rios sempre quando os seguintes dentes adjacentes estão ausentes em ambos os arcos: (1) o primeiro pré-molar, canino e incisivo lateral; (2) o segundo pré-molar, pri- meiro pré-molar e canino e (3) canino, incisivos laterais e centrais (Fig. 8-8). Sempre que essas combinações de dentes estão ausentes, os implantes são necessários para restaurar o paciente, pois: (1) o comprimento do espaço é de três dentes adjacentes, (2) a direção lateral da força du- rante as excursões mandibulares aumenta a tensão, e (3) a Figura 8-7 Uma prótese fi xa com cinco a sete elementos tem três posições determinantes para os pilares. O pilar terminal segue a Regra 1 (ausência de cantiléver), e um pilar central é posicionado seguindo a Regra 2 (ausência de três pônticos adjacentes). Raramente esses três pilares são sufi cientes para suportar a prótese a longo prazo. Pilares adicionais são necessários quando os fatores de força são de moderado a severo ou a densidade óssea ao redor do implante é ruim. Figura 8-8 Sempre que um canino e três dentes adjacentes estão ausentes, implantes são necessários para suportar uma prótese. Portanto, quando (1) o canino, incisivo lateral e central; (2) o incisivo lateral, canino e primeiro pré-molar; ou (3) o canino, primeiro e segundo pré-molar estão ausentes, implantes são indicados para prótese fi xa. Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 152 RAZÕES PARA IMPLANTES magnitude da força mastigatória está aumentada na região de canino em relação à região anterior. Por isso, sob essas condições, pelo menos duas posições de implantes são necessárias para repor esses três dentes adjacentes, sendo, geralmente, as posições terminais do espaço (especialmen- te quando um dos pilares terminais está na posição de canino) (Quadro 8-2; Figs. 8-9 e 8-10). Quando os três dentes adjacentes são o primeiro pré- molar, canino e incisivo lateral, os implantes devem ser posicionados no primeiro pré-molar e no canino. Essas posições resultam em um cantiléver anterior para substi- tuir o incisivo lateral. Entretanto, uma vez que o incisivo lateral é o menor dente do arco e a região anterior possui a menor força de mastigação, o cantiléver tem impacto negativo limitado. Além disso, o implante no canino é ge- ralmente mais largo do que o implante no incisivo lateral, para atender as necessidades estéticas da restauração. Isso reduzirá o efeito do cantiléver (Fig. 8-11). Assim, a oclusão é modifi cada para que nenhum contato oclusal esteja pre- sente no pôntico do incisivo lateral em oclusão cêntrica ou excursões da mandíbula. Quando os fatores de força são maiores do que o usual, um implante de pequeno diâmetro também pode ser usado para suportar o incisivo lateral, e três implantes sem cantiléver reduzem os riscos aumentados do fator força. Quando há múltiplos dentes ausentes e a região des- dentada de canino é a posição intermediária do pilar, a po- sição do canino é determinante para ajudar a desoclusão dos dentes posteriores nas lateralidades. Como resultado, quando quatro ou mais dentes adjacentes estão ausentes, incluindo caninos e pelo menos um dente pré-molar adja- cente, as posições dos implantes são nos pilares terminais, posição de canino, e pilares adicionais intermediários, que limitam os espaços dos pônticos para não mais que dois dentes (Fig. 8-12). O primeiro molar também é uma posição determinante quando três dentes adjacentes posteriores estão ausentes. A força de mordida dobra na região de molar, em compara- ção com a região de pré-molar, tanto na maxila como na mandíbula. Além do mais, o espaço desdentado de um primeiro molar ausente é de 10 a 12 mm, comparado com 7 mm de espaço para um pré-molar. Assim, quando três ou mais dentes adjacentes estão ausentes, incluindo o pri- meiro molar, as posições dos implantes incluem os pilares terminais e a posição de primeiro molar (Fig. 8-13). Por exemplo, em um paciente com ausência de segundo pré- molar, primeiro molar, e segundos molares, três posições de implantes determinantes são necessárias para restaurar o contorno completo dos dentes molares ausentes: pilares Quadro 8-2 Posições dos Implantes: Locais Determinantes 3 a 4 unidades Pilares protéticos terminais 5 a 14 unidades Pilares protéticos terminais Limite de dois pônticosFigura 8-9 Quando um canino, primeiro pré-molar e segundo pré- molar estão ausentes, as posições determinantes dos implantes estão no canino e segundo pré-molar para suportar esses três dentes. Figura 8-11 Quando o primeiro pré-molar, canino e incisivos laterais estão ausentes, as posições determinantes estão no primeiro pré-molar e canino. Mesmo que isso possa resultar em um cantiléver na restauração, o incisivo lateral é o menor dente, a região anterior tem a menor força mastigatória e o implante no canino pode ser mais largo do que no incisivo lateral, por exigência estética. Figura 8-10 Quando um canino, incisivo lateral e central estão ausentes, as posições determinantes dos implantes estão no incisivo central e canino para suportar esses três dentes. Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 Planos de Tratamento Considerando a Posição e o Número de Implantes 153 terminais no segundo pré-molar e segundo molar e pilar intermediário no primeiro molar (Fig. 8-14). Quando um implante substitui um molar (para um espaço menor do que 13 mm), o implante deve ter pelo menos 5 mm de diâ- metro. Quando um implante de diâmetro menor é selecio- nado, o molar deve ser substituído por dois pré-molares. Posições Determinantes no Arco Um arco pode ser dividido em cinco segmentos, similar a um pentágono aberto (Fig. 8-15). Os dois incisivos centrais e os dois incisivos laterais estão em um segmento, os cani- nos estão em segmentos independentes, e os pré-molares e molares em cada lado formam um segmento. Em outras A B C D E Figura 8-12 A, quando os incisivos lateral e central, canino e primeiro pré-molar estão ausentes, as posições ideais dos implantes estão no incisivo central e primeiro pré-molar (Regra 1, ausência de cantiléver) e no canino (Regra 3, posição do canino e o primeiro molar). B, Quando os incisivos central e lateral, canino, primeiro pré-molar, segundo pré-molar e primeiro molar estão ausentes, as três posições determinantes dos implantes são no incisivo central e primeiro molar (Regra 1), e região de canino (Regras 2 e 3, ausência de três pônticos adjacentes e posição de canino e primeiro molar). C, Quando o incisivo central, lateral, canino, primeiro pré-molar, e segundo pré-molar estão ausentes, as três posições determinantes dos implantes estão no incisivo central e segundo pré-molar (Regra 1, ausência de cantiléver) e posição de canino (Regra 3, posição de canino e primeiro molar). D, Quando oito dentes adjacentes estão ausentes a partir do segundo pré-molar até o canino do lado oposto, existem quatro posições determinantes: o canino e o segundo pré-molar (Regra 1), o canino do lado oposto (Regra 3), e uma das posições dos incisivos centrais (Regra 3). E, Quando 10 dentes adjacentes estão ausentes do segundo pré-molar a segundo pré-molar, existem cinco posições determinantes: região de segundos pré-molares (Regra 1), região de caninos (Regra 3), e uma das posições dos incisivos centrais (Regra 2). Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 154 RAZÕES PARA IMPLANTES palavras, apresentam vantagem biomecânica própria à força lateral. Entretanto, quando dois ou mais segmentos de um arco estão conectados, o efeito trípode é maior, e, como um benefício, uma distância A-P (distribuição A-P) é criada a partir do pilar mais distal ao pilar intermediário mais anterior. Quando múltiplos dentes adjacentes ausentes se esten- dem ao longo de um dos segmentos do pentágono aberto, o implante precisa estar posicionado dentro de cada seg- mento. Portanto, se o paciente é desdentado de primeiro pré-molar a primeiro pré-molar, as posições dos implan- tes incluem os pilares terminais (os dois primeiros pré- molares), os dois caninos, e também os incisivos centrais (Fig. 8-16). Essas posições dos implantes seguem regras: (1) ausência de cantiléver, (2) ausência de três pônticos adjacentes, (3) posição do canino e (4) pelo menos um implante em cada segmento desdentado do arco. NÚMERO DE IMPLANTES No passado, o número de implantes era determinado pela quantidade de osso disponível na dimensão mesiodistal. Por exemplo, em um arco desdentado total, seis implantes eram usados em situações com osso abundante entre os fo- rames mentonianos ou entre os seios maxilares para uma prótese total fi xa, ao passo que quatro implantes eram usa- dos em casos com reabsorções de moderada a severa para próteses totais fi xas (Fig. 8-17).11 Entretanto, essa opção de tratamento não considera os amplifi cadores de força da coroa ou altura do espaço ou, ainda, a distância A-P A B C Figura 8-14 Em um paciente com ausência de segundo pré- molar, primeiro e segundo molares, três posições fundamentais do implante são necessárias para restaurar o contorno total dos dentes molares ausentes; o segundo pré-molar e o segundo molar, pilares terminais, e o primeiro molar, pilar intermediário. Figura 8-13 A, Quando o paciente tem ausência de quatro dentes de primeiro pré-molar a segundo molar, existem três posições determinantes para substituir os quatro dentes: as regiões de primeiro pré-molar e segundo molar (Regra 1) e primeiro molar (Regra 3). B, Quando o paciente tem ausência de seis dentes adjacentes, de incisivos centrais até o primeiro molar, existem três posições determinantes: a região de incisivo central e primeiro molar (Regra 1) e canino (Regra 3). Quando um implante mais largo não pode ser instalado dentro da região de molares, um implante adicional é necessário para seguir a Regra 2. C, Quando o paciente tem ausência de primeiro molar a primeiro molar, existem cinco posições de implantes determinantes: os dois primeiros molares (Regra 1), os dois caninos (Regra 3), e incisivo central (Regra 2). Implantes adicionais na região posterior estão indicados quando um implante de largo diâmetro não é posicionado na região de primeiros molares (Regra 2). Os implantes na região de segundo pré-molar também são geralmente indicados quando fatores de força são moderados ou a densidade óssea é D3. Ainda, mais implantes de suporte são sugeridos quando os fatores de força são graves ou a densidade óssea é D4. Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 Planos de Tratamento Considerando a Posição e o Número de Implantes 155 (distribuição A-P) dos implantes em relação aos cantiléveres posteriores bilaterais substituindo os dentes posteriores. Quando quatro implantes suportam uma prótese fi xa de 12 elementos, a posição dos implantes não pode seguir as regras para a posição determinante dos quatro implan- tes, e incluem também quatro pônticos entre os implantes anteriores ou três pônticos suspensos a partir dos implan- tes mais distais. Além disso, o número de implantes em um plano de tratamento deveria raramente usar um núme- ro mínimo. Não há um fator de segurança se um implante é perdido. Por exemplo, se 25 pacientes receberem quatro implantes para suportar uma prótese fi xa, haverá 25 pró- teses fi xas e 100 implantes. Se cada paciente perde um im- plante, permaneceria com apenas três implantes e, como resultado, aproximadamente todas as 25 próteses estariam em risco de perda por sobrecarga. Se 20% dos implantes são perdidos (com uma perda por paciente), apenas cinco dos 25 pacientes teriam quatro implantes para suportar a restauração (20% de sucesso na prótese). Esse tipo de plano de tratamento pode inicialmente ser menos oneroso para o paciente, mas a perda de um implante a qualquer momento após a cirurgia coloca a restauração do paciente em risco (Tabela 8-1). Se os 25 pacientes desdentados possuem oito implantes para suportar, em um arco completo, uma prótese fi xa com 12 elementos, os riscos de fracasso na prótese são signifi cati- vamente reduzidos (Tabela 8-2). Se cada paciente perde um implante, o mais provável é que todos os pacientes ainda serão capazes deter função com suas próteses originais. Mesmo se todos os 25 pacientes perderem dois implantes, as 25 próteses ainda terão função e sem risco (dependendo da localização do implante que foi perdido). Os implantes adicionais também reduzem o comprimento do cantiléver ou o número de pônticos na prótese, fornecendo mais pila- res para maior retenção da restauração, com risco reduzido de afrouxamento do parafuso ou cimentação da prótese. As posições determinantes dos implantes frequente- mente não são sufi cientes para suportar a prótese sobre im- plante, a menos que todos os fatores de força do paciente sejam baixos (p. ex., parafunção, dinâmica da mastigação, Figura 8-15 Um arco pode ser considerado um pentágono aberto: a região dos dois pré-molares e molares, a região dos dois caninos e dos incisivos centrais e a dos laterais representam esses cinco lados. or Figura 8-16 Quando o paciente tem oito dentes ausentes de primeiro pré-molar até primeiro pré-molar, existem cinco posições determinantes: região de primeiro pré-molar (Regra 1, ausência de cantiléver e Regra 4, um implante em cada segmento do pentágono aberto), os dois caninos (Regra 3, regra de canino e primeiro molar e Regra 4, um implante em cada segmento do pentágono), e um implante em uma das posições de incisivos centrais (Regra 2, ausência de três pônticos adjacentes e Regra 4, um implante em cada segmento de pentágono aberto). Figura 8-17 No passado, em um arco desdentado, eram usados seis implantes para suportar uma prótese fi xa em situações de osso abundante e quatro implantes para suportar uma prótese total completa quando volumes ósseos mínimos estavam presentes. Tabela 8-1 Implantes versus Sucesso Protético: Quatro Implantes por Prótese em 25 Pacientes (100 Implantes para 25 Próteses) NÚMERO DE QUATRO PRÓTESE IMPLANTES IMPLANTES (TAXA DE (TAXA DE SUCESSO) POR PRÓTESE SUCESSO) 100 (100%) 25 100% 90 (90%) 15 60% 80 (80%) 5 20% 75 (75%) 0 0% Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 156 RAZÕES PARA IMPLANTES altura da coroa) e a densidade óssea seja boa (D1, D2). Portanto, implantes adicionais (além dos implantes deter- minantes) são acrescentados no plano de tratamento. Um dos métodos mais efi cientes para aumentar a área de superfície e diminuir a tensão é aumentar o número de implantes. Por exemplo, apenas dois implantes como pi- lares terminais de uma prótese sobre implante de quatro elementos no canino e região posterior representam um suporte de implante inadequado, a não ser que os fatores de força de o paciente sejam baixos, a densidade óssea ideal, e o tamanho do implante não esteja comprometido. Na maior parte das situações, três implantes para substituir quatro dentes ausentes é um número ideal de implantes. Quando os fatores de força são altos e a densidade do osso é ruim (i. e., região posterior de maxila), um número de quatro implantes para substituir quatro dentes é o mais apropriado (Figs. 8-13 e 8-18). Estudos prévios mostraram que três pilares para um espaço de cinco dentes distribuem a tensão de modo mais favorável do que dois pilares para o mesmo espaço. O im- plante adicional pode diminuir a força de reação no implante em duas vezes e reduzir a fl exão do metal em cinco vezes. Além disso, no planejamento com três pilares, os momentos de força são reduzidos.12,13 Nas próteses totais, os estudos comparando seis implantes e quatro implantes com pilares mostraram melhor distribuição e tensão reduzida nos com- ponentes dos seis implantes (coroa, cimento, pilar protético, parafuso do pilar protético, osso marginal, interface osso- implante e componentes dos implantes).14 A decisão em relação ao número dos implantes no plano de tratamento se inicia com os implantes nas po- sições ideais. Números adicionais são frequentemente necessários, e principalmente relacionados aos fatores de força do paciente ou à densidade óssea nas regiões des- dentadas. Portanto, em um homem jovem e alto que tem bruxismo severo, com espaço (altura) da coroa maior do que o normal nas regiões posteriores da boca, a prótese sobre implantes necessitará de um implante para cada raiz ausente (dois implantes para cada molar). Por outro lado, pacientes com fatores de força moderada e densida- de óssea ruim (osso D4) na região do implante também podem requerer mais implantes. Como uma observação geral, o número de implantes para substituir todos os dentes inferiores varia de cinco a nove, com pelo menos quatro entre os forames mentonia- nos. Quando menos do que seis implantes são usados, um cantiléver deve ser projetado na prótese fi xa como resultado da fl exão da mandíbula. Os cantiléveres na mandíbula de- vem ser projetados em apenas um quadrante posterior para aumentar a distância A-P e reduzir a força nos implantes (Fig. 8-19, A). Quando os implantes são instalados em qua- tro das cinco posições do pentágono aberto na mandíbula, um cantiléver está em risco reduzido de sobrecarga devido à dinâmica favorável do arco, à distância A-P aumentada, e à densidade óssea favorável. Quando sete ou mais implantes são usados, duas restaurações separadas podem ser fabrica- das sem cantiléver posterior para permitir a fl exão e torção da mandíbula (Fig. 8-19, B). Geralmente, o segundo mo- lar não é reposto na mandíbula desdentada. Um número maior de implantes geralmente é necessário na maxila para compensar o osso menos denso e a biomecânica mais des- favorável da pré-maxila, e varia de sete a 10 implantes com pelo menos três implantes de canino a canino (Fig. 8-20). Na maior parte das situações, um implante deve ser posicionado a pelo menos 1,5 mm do dente adjacente natural e a 3 mm a partir de um implante adjacente.15-21 Usando esses modelos, cada implante de 4 mm de diâme- tro necessita de 7 mm de espaço mesiodistal (Fig. 8-21). Portanto, o número máximo de implantes entre o dente adjacente pode ser calculado pela soma do modelo da pla- taforma de um implante (p. ex., 4 mm) e essas dimensões (Fig. 8-22). Por exemplo, um espaço desdentado de 21 mm é necessário para três implantes adjacentes com 4 mm de diâmetro e 28 mm para quatro implantes adjacentes entre dois dentes. Como regra geral, é melhor errar para um nú- mero seguro (maior) de implantes do que para um núme- ro menor. Portanto, quando estiver em dúvida, adicione um implante a mais ao plano de tratamento. Comumente, as coroas sobre implantes nas regiões posteriores da boca possuem tamanho de pré-molares. Esse conceito frequentemente permite a instalação de dois implantes para substituir um molar, quando o espaço é de Tabela 8-2 Implantes versus Sucesso Protético: Oito Implantes por Prótese em 25 Pacientes (200 Implantes para 25 Próteses) IMPLANTES SEIS A OITO PRÓTESE (TAXA DE IMPLANTES (TAXA DE SUCESSO) POR PRÓTESE SUCESSO) 200 (100%) 25 100% 175 (87,5%) 25 100% 150 (75%) 25 100% Figura 8-18 Quando quatro dentes adjacentes estão ausentes de canino a primeiro molar, as duas posições determinantes são geralmente inadequadas para suportar a prótese sobre implantes. Um ou dois implantes adicionais são necessários na maior parte das situações clínicas (dependendo dos fatores de força do paciente e da densidade óssea). Um implante adicional de escolha está na região do segundo pré-molar, especialmente quando um implante de largo diâmetro não é instalado na região de molar. Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 Planos de Tratamento Considerando a Posição e o Número de Implantes 157 pelo menos 14 mm para implantes de 4 mm de diâmetro (3 mm entre cada implante e 1,5 mm dos dentes adjacen- tes). Quando o molar ausente é o mais distal do arco, um espaço de 12,5 mm é necessário para dois implantes de 4 mm de diâmetro (3 mm entre cada implante e 1,5 mm a partir do dente anterior), pois uma distância de 1,5 mm a partir do último dente não é mais necessária.Há várias vantagens de um pré-molar de largura de 7 a 8 mm e uma coroa do tamanho de molar. Assim, mais im- plantes podem ser usados para restaurar um dente ausente. Os implantes podem variar de 4 a 5 mm de diâmetro, que são os tamanhos mais comuns, e, frequentemente, o osso disponível possui uma dimensão óssea vestibulolingual adequada nessa região. O perfi l de emergência das coroas nos implantes com essa dimensão permite a sondagem de sulco. Além disso, a largura da mesa oclusal diminui os momentos de força mesial e distal, comparada com uma coroa do tamanho de molar.22 IMPLANTES ESPLINTADOS A principal vantagem das restaurações sobre implantes como elementos independentes poderia ser a higiene A B A-P Figura 8-19 A, Quando seis ou mais implantes estão posicionados na mandíbula (primeiro molar, dois primeiros pré-molares, dois caninos e um incisivo central) um cantiléver pode ser projetado na mandíbula por causa da dinâmica do arco, com quatro dos cinco lados do pentágono aberto unidos, uma grande distância ântero-posterior, e uma densidade óssea favorável. B, Quando sete ou mais implantes são instalados em uma mandíbula desdentada, duas próteses separadas sem cantiléver posterior devem ser projetadas. A fl exão e torção da mandíbula estarão livres para ocorrerem, quando a separação entre as duas próteses estiver entre os forames mentonianos. A-P, Distância ântero-posterior. Figura 8-20 As posições de sete implantes em arcos maxilares desdentados incluem pelo menos a posição de um incisivo central, caninos bilaterais, região de segundos pré-molares, e regiões bilaterais na metade distal dos primeiros molares. Nos casos de fatores de tensão pesados, um implante adicional anterior e outros dois no segundo molar bilateralmente (para aumentar a distância ântero-posterior) podem ser benéfi cos. Figura 8-21 A dimensão mesiodistal mínima para dois implantes de 4 mm é 1,5 mm + 4 mm + 3 mm + 4 mm + 1,5 mm = 14 mm. Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 158 RAZÕES PARA IMPLANTES interproximal. Entretanto, esse conceito não é relevante com implantes por duas razões. Primeiramente, uma por- centagem muito baixa da população usa fi o dental regular- mente.23 Portanto, esta vantagem poderia, na sua melhor forma, afetar um ou dois de cada 10 pacientes. Uma vez que os implantes geralmente possuem 3 mm ou mais de distância entre eles, se um paciente deseja realizar higiene interproximal, outros instrumentos (p. ex., escova inter- proximal, passa-fi o) podem limpar facilmente esta região. Uma segunda vantagem dos elementos dentais separa- dos é a capacidade de substituir um elemento único para re- parar a fratura de porcelana. Entretanto, quando implantes dentais estão unidos, as cristas marginais das coroas entre os implantes são suportadas por conectores de metal, e por isso a porcelana é colocada sob compressão. Como unida- des independentes, as margens das coroas metalocerâmicas são inseridas sob forças de cisalhamento, que aumentam o risco de fratura da porcelana. Além disso, elementos unitá- rios esplintados fornecem maior retenção para a prótese e transferem menos força para a interface do cimento. Assim, a restauração fi ca menos propensa a perda da cimentação. Isso é especialmente importante quando os pilares protéti- cos são curtos ou forças laterais estão presentes. Uma terceira razão para coroas independentes está princi- palmente relacionada a dentes naturais. Uma única coroa tem risco de cárie menor que 1% dentro de 10 anos. Entretanto, quando os dentes naturais são esplintados, a cárie na região interproximal ocorre em uma faixa de 22%, aproximada- mente.24 Além disso, o risco endodôntico é maior quando as coroas estão unidas. Uma coroa unitária tem risco endodôn- tico de 3% a 5,6%. Dentes esplintados têm risco endodôntico de 18%.3 Portanto, elementos independentes reduzem a incidência de complicações e permitem ao profi ssional tratar mais facilmente essas complicações. No entanto, implantes não têm cárie e também não necessitam de tratamento endo- dôntico. Sendo assim, elementos independentes podem não ser necessários para direcionar essas complicações. Por outro lado, há muitas vantagens em esplintar os implantes. Para maximizar o efeito benéfi co do maior nú- mero de implantes, estes devem estar esplintados. Implan- tes esplintados aumentam a área de superfície funcional de suporte, com aumento da distância A-P (distribuição A-P) para resistir às cargas laterais, aumentar a retenção do cimento da prótese, diminuir o risco de afrouxamento do parafuso do pilar protético, reduzir risco de perda óssea marginal e de fratura dos componentes do implante. Em outras palavras, o sistema inteiro se benefi cia.25-28 Além das razões biomecânicas, se um implante indepen- dente é perdido ao longo do tempo, o implante é removido, a região do osso é enxertada, o sítio recebe novo implante, e uma nova coroa é fabricada. Quando entre múltiplos implantes esplintados um implante é perdido, o implante afetado pode ser cortado abaixo da coroa, e o implante ou a região da coroa podem ser convertidos em um pôntico, usando a mesma prótese. Assim, em vez de vários proce- dimentos cirúrgicos e protéticos por um longo período de tempo quando unidades independentes são restauradas, o problema pode ser resolvido em uma consulta relativamen- te curta quando as coroas estão unidas. Os implantes esplintados distribuem menos força aos corpos dos implantes, o que diminui o risco de perda óssea marginal ou fratura do corpo do implante. Em um estudo publicado por Sullivan, um implante unitário de 4 mm substituindo um molar apresentou fratura de corpo de implante em 14% dos casos.29 Em comparação, múl- tiplos implantes esplintados mostraram 1% de fratura do corpo.1 Os implantes esplintados reduzem o risco de afrouxamento do parafuso. A maior complicação protética em implantes unitários é o afrouxamento do parafuso do pilar protético. Em um estudo de Balshi, implantes unitá- rios para substituição de um molar apresentaram 48% de afrouxamento de parafuso em um período de 3 anos.30 Quando dois implantes foram esplintados para substituir um molar, a incidência de afrouxamento do parafuso foi reduzida em 8%, no mesmo período. A exceção à regra no implante esplintado está na pró- tese total sobre implantes no arco mandibular. O corpo da mandíbula fl exiona distalmente ao forame mentoniano na abertura de boca e tem torção durante a mastigação pesada com signifi cância clínica importante para próteses totais sobre implantes.31,32 Como resultado, uma prótese total substituindo os primeiros ou segundos molares não deve ser esplintada a molares do lado oposto. Portanto, próteses mandibulares totais devem ter um cantiléver ou ser realizadas em duas ou três partes para se adaptarem à dinâmica mandibular durante a função. O conceito de fl exão e torção não afeta a maxila, onde todos os implantes frequentemente estão esplintados, a despeito das posições dos mesmos no arco. Figura 8-22 Quando três dentes adjacentes estão ausentes (dois pré-molares e primeiro molar), as médias de distância mesiodistal são 7,1 mm + 6,6 mm + 10,4 mm = 24,1 mm. Nessa situação, o planejamento de implantes de 4 mm para fabricar dois pré-molares de 7 mm cada (1,5 mm + 4 mm + 1,5 mm) e um implante de 5 mm de diâmetro para o primeiro molar permitem mais osso ao redor de cada implante. Este livro está licenciado para: Rogerio Cezar Nogueira No do CPF: 524.309.791-87 Planos de Tratamento Considerando a Posição e o Número de Implantes 159 RESUMO Um plano de tratamento com base na biomecânica reduz complicações após a aplicação da carga sobre o implante. Para reduzir as condições de tensão, há posições determi- nantes dos implantes para substituir os dentes ausentes: (1) a restauração deve ser projetada com ausência de canti- léveres, (2) três pônticos adjacentes devem ser eliminados, (3)as regiões de caninos e primeiro molares são posições importantes no arco e (4) um arco é divido em cinco seg- mentos. Quando mais de um segmento de um arco está sendo substituído, a posição do implante é determinada por pelo menos um implante em cada segmento. O aumento do número de implantes é o método mais efi ciente para aumentar a área de superfície e reduzir a ten- são. Portanto, após as posições dos implantes terem sido determinadas, implantes adicionais são indicados para reduzir os riscos de sobrecarga em pacientes com fatores de força ou regiões com densidade óssea reduzida. Quan- do em dúvida sobre o número de implantes necessário, adicione mais um implante. Referências 1. 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