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Definição: Bioética (grego: bios, vida + ethos, relativo à ética) é o estudo transdisciplinar entre Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Filosofia (Ética) e Direito . É uma ética aplicada, chamada também de “ética prática”, que visa “dar conta” dos conflitos e controvérsias morais implicados pelas práticas no âmbito das Ciências da Vida e da Saúde do ponto de vista de algum sistema de valores. Código de Nuremberg- 1947: Consentimento voluntário, informações essenciais para os sujeitos da pesquisa e a não indução à participação. Determinava que a experiência tivesse que apresentar resultados vantajosos não alcançáveis por outros métodos. Exigia a realização da experimentação em animais anteriormente à pesquisa em humanos. O sofrimento deveria ser evitado, o risco minimizado e, na possibilidade de morte, o projeto não deveria ser realizado. Declaração de Helsinque- 1964: Trata da necessidade de obediência a princípios científicos aceitos, da revisão ética e científica e boa qualificação dos pesquisadores. Necessidade de consentimento e fornecimento de informações essenciais para o sujeito, avaliação dos riscos/benefícios. Condena o uso do placebo quando já existe tratamento eficaz estabelecido. Diferença entre ÉTICA e BIOÉTICA Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser. Valores decorrentes de uma reflexão crítica autônoma, vindos de dentro para fora. .Esse processo envolve razão, sentimentos, emoções, vivências, patrimônio genético, personalidade, condicionamentos e valores morais. É a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, ou seja, é a ciência de uma forma específica de comportamento humano. A ética estuda as várias morais. Ética tem a ver com o "bom": é o conjunto de valores que apontam qual é a vida boa na concepção de um indivíduo ou de uma comunidade. Cada qual tem e vive de acordo com a sua; Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes. Valores decorrentes de usos e costumes, consagrados pela sociedade em determinada área geográfica, em determinado momento histórico. Conjunto de normas que regulam o comportamento individual e social do homem. Normas adquiridas pela educação, tradição e hábito. Atingem-nos, de certa forma, vindos de fora para dentro, não são por nós ativamente eleitos, mas sim, passivamente incorporados e obedecidos. Moral tem a ver com o "justo": é o conjunto de regras que fixam condições eqüitativas de convivência com respeito e liberdade, tornando possível que as diversas éticas convivam entre si sem se violarem ou se sobreporem umas às outras. AMORAL/IMORAL/MORAL Amoral: Neutralidade Imoral: Rebeldia às regras Moral: Qualificação ou potencialidade Ética Contemporânea Democrática Pluralista - diversidade de enfoques Interdisciplinar - Ciências biológicas e humanas Intercultural - pluralidade das tendências morais Reflexão Ética Multiprofissional Autonômica e Humanista Linguagem dos Direitos Humanização dos Serviços Garantia dos Direitos dos Cidadãos; Valores que definem o que: QUERO POSSO DEVO Teorias Éticas Correntes Teóricas: Teleologia-ética (utilitarista- responsabilidades) das consequências . Maior bem para o maior nº possível de pessoas. Deontologia-ética (convicção) dos deveres. Válidas em si mesmas como deveres e leis universais. Ética da Convicção Ética da responsabilidade Ética dos deveres, das obrigações, das certezas, das ordenações incondicionais. Verdades absolutas. Decisões decorrem da aplicação de valores pré estabelecidos. Princípio: Respeite as leis haja o que houver. Máxima: Faça algo porque é um mandamento. EX. Como sou motorista, preciso cumprir as regras do trânsito. Ética dos propósitos, da razão, dos resultados possíveis, das análises de circunstâncias. Decisões decorrem de deliberação, em função da análise de circunstâncias. Máxima: Somos responsáveis por aquilo que nossos atos provocam. Vertente da Finalidade: Alcance os objetivos custe o que custar. Vertente Utilitarista: Faça o maior bem para mais gente EX. Como sou motorista, é de interesse meu e dos demais que existam regras de trânsito, para que todos circulem em paz, evitando acidentes e não corram riscos de vida. Porque nem tudo que eu quero eu posso, nem tudo que eu posso eu devo, e nem tudo que eu devo eu quero. Princípios da Bioética: NÃO MALEFICÊNCIA: o profissional de saúde tem o dever de, intencionalmente, não causar mal e/ou danos a seu paciente. A Não Maleficência tem importância porque, muitas vezes, o risco de causar danos é inseparável de uma ação ou procedimento que está moralmente indicado. BENEFICÊNCIA: quer dizer fazer o bem. De uma maneira prática, isto significa que temos a obrigação moral de agir para o benefício do outro. Este conceito, quando é utilizado na área de cuidados com a saúde, que engloba todas as profissões das ciências biomédicas, significa fazer o que é melhor para o paciente, não só do ponto de vista técnico-assistencial, mas também do ponto de vista ético. AUTONOMIA: capacidade de uma pessoa para decidir fazer ou buscar aquilo que ela julga ser o melhor para si mesma. Para que ela possa exercer esta autodeterminação são necessárias duas condições fundamentais: a) capacidade para agir intencionalmente, o que pressupõe compreensão, razão e deliberação para decidir coerentemente entre as alternativas que lhe são apresentadas; b) liberdade, no sentido de estar livre de qualquer influência controladora para esta tomada de posição. JUSTIÇA: Justiça está associada preferencialmente com as relações entre grupos sociais, preocupando-se com a equidade na distribuição de bens e recursos considerados comuns, numa tentativa de igualar as oportunidades de acesso a estes bens. Questões atuais da bioética DISTANÁSIA: prolongar a vida. Consiste em atrasar o mais possível o momento da morte usando todos os meios, proporcionados ou não, ainda que não haja esperança alguma de cura. EUTANÁSIA: abreviar a vida sem dor ou sofrimento. Emprego ou abstenção de procedimentos que permitem apressar ou provocar o óbito de um doente incurável, a fim de livrá-lo dos extremos sofrimentos que o assaltam ou em razão de outro motivo de ordem ética. ORTOTANÁSIA: reconhecer o momento natural da morte. Morte pelo seu processo natural. MISTANÁSIA: morrer sem assistência; Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) Os CEP são colegiados interdisciplinares e independentes, de relevância pública, de caráter consultivo, deliberativo e educativo, criados para defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) A CONEP é uma instância colegiada, de natureza consultiva, deliberativa, normativa, educativa e independente, vinculada ao Conselho Nacional de Saúde/MS. A revisão ética dos projetos de pesquisa envolvendo seres humanos deverá ser associada à sua análise científica. Diretrizes Éticas Internacionais para Pesquisas Biomédicas Envolvendo Seres Humanos ( 1993) Necessidade de consentimento pós- esclarecimento individual, com informações essenciais para os sujeitos; Não indução à participação; Regras para pesquisa envolvendo: crianças, portadores de distúrbios mentais, prisioneiros, comunidades subdesenvolvidas, gestantes nutrizes; Sigilo dos dados obtidos; Compensação por danos; Obrigações dos países no desenvolvimento da pesquisa. Regulamentação das Pesquisas no Brasil CNS - Resolução 01/88). Resolução N° 01 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) no ano de 1988 . Esta normatizou os aspectos éticos da pesquisa em seres humanos; A pesquisa de novos recursos profiláticos, diagnósticos,terapêuticos e de reabilitação; A pesquisa com menores de idade, mulheres e sujeitos; Resolução N° 129/96 intitulada de Boas Práticas Clínicas - Grupo Mercado Comum (MERCOSUL). Aborda a Pesquisa em Farmacologia Clínica nos aspectos de autorização, acompanhamento, responsabilidades dos pesquisadores e dos patrocinadores; Exige requisitos éticos e a necessidade de obtenção de informação pré- clínica e clínica. Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Têm como objetivo assegurar os direitos e deveres da comunidade científica, Estado e, com especial preocupação, dos sujeitos da pesquisa. Necessidade de constante revisão perante permanente evolução técnico-científica e ética. Termos e definições da Resolução 196/96 Pesquisa: atividade com objetivo de desenvolver ou contribuir para o conhecimento generalizável. Pesquisa em seres humanos: pesquisa que individual ou coletivamente, direta ou indiretamente, parcial ou totalmente, envolva o ser humano. Pesquisador responsável: responsável pela coordenação e realização da pesquisa e integridade e bem estar do sujeito da pesquisa. Risco da pesquisa: possibilidade de dano físico, psíquico, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano na pesquisa ou dela decorrente. Sujeito da pesquisa: é o pesquisado, de caráter voluntário, sendo vedada qualquer forma de remuneração. Consentimento livre e esclarecido: anuência do sujeito livre de fraude, simulação ou erro, dependência, subordinação ou intimidação, após explicação pormenorizada de todos os aspectos da pesquisa, incluindo riscos e incômodos, elaborada em um termo, autorizando sua participação voluntária. Indenização: cobertura material em reparação a dano causado pela pesquisa. Ressarcimento: cobertura das despesas decorrentes da pesquisa Vulnerabilidade: pessoa cuja capacidade de autodeterminação esteja reduzida, sobretudo para o consentimento livre e esclarecido. Incapacidade: falta de capacidade civil do sujeito da pesquisa para o consentimento. http://www.bioetica.ufrgs.br/r01-88.htm http://www.bioetica.ufrgs.br/bpcmerco.htm http://www.bioetica.ufrgs.br/res19696.htm Regulamentação das Pesquisas no Brasil - Populações indígenas Resolução N° 304/00). Necessidade de que a pesquisa respeite os aspectos culturais peculiares, não admitindo exploração das comunidades indígenas. Deve ser obtida a anuência coletiva, além do consentimento individual. A igualdade de consideração de interesses deve ser respeitada. Comunidades isoladas devem ser evitadas. Não são aceitos patenteamentos de produtos obtidos em pesquisas com indígenas. Termo de Consentimento livre e esclarecido ▪ Justificativa, objetivo e procedimentos (porque, para que e como). ▪ Desconfortos, riscos e benefícios. ▪ Identificação do responsável, forma de acompanhamento e assistência. ▪ Garantia de esclarecimentos a qualquer momento e informação clara sobre grupo controle e placebo. ▪ Liberdade para retirar-se sem penalização ▪ Privacidade de sujeito da pesquisa / confidencialidade. ▪ Formas de ressarcimento. ▪ Formas de indenização. http://www.ensp.fiocruz.br/etica/Docs/Resolucoes/Res304.rtf
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