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CONTAS NACIONAIS E INDICADORES ECONÔMICOS

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CONTAS NACIONAIS E INDICADORES ECONÔMICOS 
 
DEFINIÇÃO 
Contas nacionais, indicadores socioeconômicos e suas utilidades. Metodologia das contas nacionais e sua utilização 
na mensuração da atividade econômica. Outros índices complementares e seu uso para avaliação do status de uma 
economia. 
PROPÓSITO 
Apresentar os princípios fundamentais das contas nacionais e diferentes indicadores para o estudo do desempenho 
da economia e contribuição para o desenvolvimento econômico. 
 
INTRODUÇÃO 
De forma geral, a contabilidade nacional é um sistema contábil que permite a avaliação da economia 
em certo período de tempo, em seus mais variados aspectos, assim como indicadores socioeconômicos. 
O Produto Interno Bruto (PIB) é a estatística mais importante do sistema de contas nacionais. Analisar a 
evolução do PIB é função da teoria macroeconômica, como você poderá estudar em outros temas. 
As contas nacionais fornecem os insumos, em forma de dados, para que a macroeconomia utilize 
modelos empíricos e explique a evolução do PIB. 
Assim como as contas nacionais, os indicadores sociais informam sobre o estado da economia. As contas 
nacionais monitoram o gasto dos consumidores, as vendas dos produtores, os gastos de investimentos privados e 
públicos, as compras do governo e outras diversas transações entre setores da economia, permitindo a investigação 
do motivo pelo qual alguns países são mais ricos ou crescem mais rápido do que outros. 
O PIB tem algumas limitações, e, por isso, existem outros indicadores socioeconômicos também 
utilizados para mensurar a situação econômica, como taxa de desemprego, coeficiente de Gini, Índice de 
Desenvolvimento Humano, Índices de Preços e taxa de inflação. 
 
MÓDULO 1 
 
Aplicar os princípios básicos das contas nacionais 
• PRODUTO INTERNO BRUTO – PIB 
Para começar, vamos interagir? 
 
Analise a questão a seguir: 
“EM 2010, O BRASIL REGISTROU UM CRESCIMENTO EXPRESSIVO DO PIB, DA ORDEM DE 7,5%.” 
Fonte: UOL Educação 
Refletindo sobre essa informação, o que você entende sobre PIB? 
 
RESPOSTA 
O PIB é o indicador mais utilizado para analisar o desempenho de uma economia. Seu objetivo é sintetizar em um 
único número o valor correspondente à atividade econômica em moeda corrente. 
 
Percebemos que o PIB é um indicador essencial e muito útil. Ele é utilizado, preponderantemente, em nossa 
economia. 
No Brasil, quem é responsável pelo cálculo do PIB? 
No Brasil, o PIB é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Economia (IBGE), a partir de diversos 
dados, tanto administrativos quanto oriundos de pesquisas domiciliares. Alguns desses dados são produzidos pelo 
próprio IBGE e outros são provenientes de fontes externas, como o Banco Central e a Fundação Getúlio Vargas. 
 
 
 
javascript:void(0)
• FLUXO CIRCULAR DO PIB 
O PIB é a soma do valor de todos os bens e serviços finais produzidos em um país ao longo de um período 
de tempo. Uma forma de calcular diretamente o PIB é pesquisar as firmas desta economia e somar o valor de sua 
produção de bens e serviços finais. 
Mas, afinal, só existe essa forma de cálculo? 
Para reforçar seu aprendizado, assista ao vídeo. Faremos uma breve contextualização sobre as variações de cálculo. 
 
1 - Uma das maneiras de calcular o PIB é utilizando o fluxo circular expandido! 
O princípio fundamental das contas nacionais é que o fluxo de dinheiro que entra em cada setor ou mercado é igual 
ao que sai. O princípio fundamental exige que a soma total de fluxos de capital que sai de determinada caixa seja 
igual à soma total que entra. É uma questão de contabilidade. Observe o fluxo circular na imagem. 
 
Fonte: petecoslidesFigura 1 - Diagrama do Fluxo Circular expandido 
 
As famílias têm gastos nos mercados de bens e consumo, e também são proprietárias dos fatores de 
produção, vendendo o uso destes às firmas e recebendo em troca salários, lucros, juros e alugueis. As empresas 
compram e pagam pela utilização desses fatores de produção. 
A maior parte da renda das famílias é proveniente de salários pela venda da mão de obra. Além dos 
salários, a renda das famílias é composta por ações (participação na propriedade de empresas), aluguéis (de 
imóveis, terras e bens de capital) e bônus (títulos de dívidas que pagam juros). Portanto, a renda familiar é composta 
por salários, aluguéis, juros e lucros. 
As famílias pagam impostos ao governo e também podem receber transferências governamentais, como 
no caso de aposentadorias e auxílios sociais. A renda total das famílias após elas pagarem impostos e receberem 
transferência é conhecida como renda disponível. As famílias não costumam gastar toda sua renda disponível em 
bens e serviços, de forma que parte da renda disponível é transformada em poupança privada, indo para mercados 
financeiros. 
Os mercados financeiros recebem renda tanto das famílias do país em questão, como também do 
governo e do resto do mundo. Os mercados financeiros são instituições, como, por exemplo, bancos, onde 
indivíduos, governo e empresas podem comprar e vender ações, bônus e fazer empréstimos. 
O governo destina parte dos impostos às famílias, na forma de transferências. A outra parte das 
arrecadações tributárias é utilizada para a compra de bens e serviços, e, frequentemente, precisa ser 
complementada na forma de empréstimos governamentais. 
Os bens e serviços adquiridos pelo governo variam de equipamentos hospitalares até o pagamento de 
salário de professores. O “resto do mundo” (todos os demais países) participa comprando bens e serviços 
produzidos no Brasil, como petróleo, soja e minério de ferro, que são denominadas exportações, ou vendendo bens 
e serviços ao Brasil, como respiradores hospitalares, combustíveis e automóveis, por meio das importações. Os 
demais países também realizam transações nos mercados financeiros, seja pela compra de ações de empresas 
brasileiras por estrangeiros ou por empréstimos de firmas brasileiras com instituições estrangeiras. 
Além das famílias, as empresas compram máquinas e mão de obra no mercado de bens e serviços para 
viabilizar a sua produção. A aquisição de máquinas é considerada como gasto em investimentos, uma vez que estão 
relacionados à capacidade física produtiva. O gasto com aumento de estoques também é considerado 
investimento, pois contribui para o aumento das vendas futuras de uma firma. 
2 - Apresentamos a segunda maneira de calcular o PIB: somando o fluxo de fundos recebidos pelas 
vendas no mercado de bens e serviços! 
A outra maneira de calcularmos o PIB, a partir do fluxo circular, é somando o fluxo de fundos recebidos pelas vendas 
no mercado de bens e serviços. Pela regra fundamental da contabilidade, o fluxo de renda que sai do mercado de 
bens e serviços em direção às firmas deve ser igual ao que entra no mesmo e sai de outras fontes. 
Na Figura 1, o fluxo total direcionado ao mercado de bens e serviços é conhecido como gasto agregado, 
ou seja, a soma dos gastos de consumo, de investimento, das compras governamentais e das exportações, 
subtraindo as importações. 
3 - E, por fim, podemos calcular o PIB a partir do fluxo de renda das firmas! 
Essa é a terceira maneira de calcular o PIB: a partir do fluxo de renda das firmas para os mercados de 
fatores. Nesse fluxo, temos os salários pagos à mão de obra, juros, lucros e aluguéis. 
 
Para calcular o PIB, podemos somar o total das rendas dos fatores recebidas pelas famílias e pagas pelas firmas. O 
PIB pode ser calculado a partir de três prerrogativas: o valor da produção de bens e serviços finais, os gastos em 
bens e serviços finais produzidos internamente e a renda de fatores obtidos pelas firmas na economia. 
 
VOCÊ SABIA 
O PIB mede somente bens e serviços finais, a fim de evitar dupla contagem. Considere, por exemplo, um país produz 
R$ 100,00 de cevada e R$ 500,00 de cerveja. Nesse caso, o PIB do país será de R$ 500,00, uma vez que o valor da 
cevada já é considerado no valor da cerveja. 
Como são contabilizados os bens e serviços? 
Os bens e serviços finaissão contabilizados a preços enfrentados pelo consumidor, levando-se em conta 
os impostos sobre os produtos comercializados. Uma forma de calcular o valor de todos os bens e serviços finais 
de uma economia é representado pela soma do valor agregado em cada etapa da produção, em que este valor 
agregado é igual ao valor do produto da firma menos o valor de todos os bens intermediários utilizados na 
produção. 
Assim, existe uma outra definição: PIB é o total do valor agregado de todas as firmas na economia. 
 
• BENS USADOS, ESTOQUES E VALORES IMPUTADOS 
Há bens e serviços que são computados de forma especial no PIB. O primeiro deles são os bens usados. 
Quando a SOM LIVRE produz discos do Jorge Benjor e os vende por 15 reais, esse montante é adicionado 
ao PIB do BRASIL. Quando uma pessoa que comprou esse disco resolve revende-lo, anos depois, por 50 reais, esse 
valor não é calculado no PIB. 
 Isso acontece porque somente os valores correspondentes a bens e serviços produzidos no momento 
presente são contabilizados, e a venda do disco do Jorge Benjor reflete apenas a transferência de um ativo, e não 
um acréscimo à renda da economia. 
Além de bens usados, os estoques também apresentam uma abordagem diferenciada. A produção de 
um bem aumentou durante um mês e, ao final deste, ele estragou, pois era perecível, ou foi para estoque. 
O aumento da produção aumenta o PIB em ambos os cenários. No primeiro, em que o bem 
estragou, houve maior pagamento de salários, e a não venda do bem reflete em menores lucros. Já no segundo 
cenário, em que o bem foi para o estoque da firma, é tratado como compra por parte da própria firma, e, portanto, 
faz parte do PIB. Contudo, a venda desses bens que se encontravam estocados não entra no cálculo. 
Como a economia é diversa e oferece bens e serviços bastante diferenciados, não é possível, em todos 
os casos, calcular o PIB desses bens e serviços em preços de mercado. Quando isso acontece, utilizamos uma 
estimativa do preço, conhecida como valor imputado. Aluguéis, moradias e serviços prestados pelo governo são 
alguns dos casos nos quais utilizamos valores imputados, em vez de preços de mercado. 
 No caso de moradia, estima-se que a dona do imóvel pague um valor de aluguel para ela mesma, e esse valor é 
considerado parte do PIB. No caso dos serviços públicos, os salários dos servidores são usados como uma medida 
de valor correspondente à sua produção. 
Embora existam mais casos em que uma imputação seja necessária, em muitos desses não é realizada, como 
aluguéis de carros e outros bens duráveis, bens e serviços produzidos e consumidos em casa, como refeições, e 
bens e serviços da economia informal. 
Vamos fazer um exercício! 
 
CÁLCULO DO PIB 
Suponha que uma economia produza 3 peixes e 5 cocos. Para fazer o cálculo do PIB, utilizamos preços de mercado, 
ou seja, preços que refletem a disposição dos indivíduos a pagar sobre aquele produto. Se cada unidade de peixe 
custa R$ 5,00 e de coco, R$ 2,00, o PIB desta economia é de: 
 
RESPOSTA 
PIB 
= (Preço do peixe × Quantidade de peixe) + (Preço do coco × Quantidade de coco) 
= (R$ 5,00 × 3) + (R$ 2,00 × 5) = R$ 25,00 
 
• COMPONENTE DA DESPESA 
As contas nacionais dividem o PIB em quatro categorias para despesa: 
1 - Consumo (C); 
2 - Investimento (I); 
3 - Compras do Governo (G); 
4 - Exportações Líquidas (NX). 
Portando, sendo Y o PIB, temos: 
Y = C + I + G + NX 
Essa equação é conhecida como identidade das contas nacionais. 
 
1 - CONSUMO 
O consumo compreende os bens e serviços adquiridos pelos domicílios. Os bens são classificados em duráveis e não 
duráveis. 
DURÁVEIS: São bens que duram um longo período de tempo, como automóveis e eletrodomésticos. 
NÃO DURÁVEIS: São bens que duram um curto período de tempo, como alimentos e vestuário. 
 
2 - INVESTIMENTO 
O investimento consiste em bens adquiridos para uso futuro, e pode ser de três naturezas: investimento fixo de 
empresas, investimento fixo imobiliário e investimento em estoques. O primeiro equivale à compra de nova 
unidade para produção ‒ por exemplo, equipamentos e maquinários. O segundo consiste na aquisição de uma nova 
residência para fins de moradia ou de aluguel pelas famílias. Por fim, o investimento em estoques é o aumento de 
estoques de bens por uma firma. 
 
3 - COMPRAS DO GOVERNO 
As compras do governo são os bens e serviços adquiridos pelos governos federais, estaduais e municipais, e incluem 
itens como equipamentos hospitalares e escolares, e serviços prestados por servidores públicos. Não consideramos 
gasto do governo transferências como previdência e assistência social. Essas transferências não são contabilizadas 
no PIB, pois apenas realocam uma renda que já existe, e não há transação entre bens e serviços. 
 
 
 
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4 - EXPORTAÇÕES LIQUIDAS 
As exportações líquidas são a parte da identidade das contas nacionais que considera o comércio com outros países. 
Elas são o valor das exportações (o que é vendido para outros países) menos o valor das importações (o que 
compramos de outros países). As exportações líquidas são negativas quando o valor das importações é maior do 
que o valor das exportações, e positivas, no caso oposto. 
 
• COMPONENTE DA OFERTA 
Para calcular o PIB pelo componente da oferta, somamos os valores agregados totais de cada firma, que é 
denominado valor adicionado bruto (VAB), e representa o valor da diferença entre o que é produzido e o consumo 
intermediário. Para chegar ao PIB a preços de mercado, somamos o VAB com impostos indiretos e subtraímos 
subsídios: 
PIB = ∑ VAB + impostos indiretos – subsídios 
 
Obs: ∑ Essa letra grega é o Sigma, e representa um somatório. 
 
Para compreendermos melhor, vamos resolver a questão a seguir: 
Seja uma padaria que produza um pão e o venda a R$ 1,00. Para produzi-lo, o padeiro gastou 100 gr. de farinha de 
trigo e 10 ml de água. O custo de R$ 1,00 considera os gastos com os ingredientes para produzi-lo. Suponha que o 
custo desses ingredientes seja de 30 centavos. Qual será o valor agregado a essa padaria e o valor da sua 
contribuição para o PIB? 
 
RESPOSTA 
O valor agregado desta padaria é de 70 centavos, e sua contribuição para o PIB é de R$ 0,70. 
 
• COMPONENTE DA RENDA 
O cálculo do PIB, pela ótica da renda, consiste na soma de todas as rendas dos agentes habitantes do país em 
questão, como salários, juros, lucros e aluguéis. A soma dos juros, lucros e aluguéis é conhecida na contabilidade 
nacional como Excedente Operacional Bruto (EOB). Portanto, para chegar ao PIB a preços de mercado, devemos 
somar salários, EOB e impostos indiretos, e subtrair os subsídios: 
PIB = salários + EOB + impostos indiretos – subsídios 
 
• FLUXO VS. ESTOQUE 
O PIB é uma medida de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um certo período de 
tempo, e não um estoque de riqueza existente em um país. Se um país não produz durante um ano, seu PIB anual 
é zero. 
O estoque é uma quantidade medida em certo ponto do tempo, enquanto o fluxo é uma quantidade 
medida por unidade de tempo. 
Para compreendermos melhor, vamos resolver a questão a seguir: 
Pense numa caixa d’água. A água dentro da caixa é um estoque e equivale à quantidade de água da caixa em um 
certo período do tempo. Já a água que entra na caixa pelo cano é um fluxo, sendo a quantidade de água adicionada 
ao longo do tempo. O que podemos considerar sobre a unidade de medida dessas variáveis? 
 
RESPOSTA 
A unidade de medida dessas duas variáveis é diferente. Assim, suas unidades de medidas são diferentes. Enquanto 
pelo cano (fluxo) entram 10 L por minuto, a caixa d’água contém 100 L. 
 
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javascript:void(0)
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A Figura 2 ilustra um exemplo do cálculo do PIB pelas três óticas em uma economia hipotética: 
 
Fonte: AutorFigura 2 - Cálculo do PIB em uma economia hipotética 
 
• PIB REAL VS. PIB NOMINAL E O DEFLATOR DO PIB 
Como já vimos, o PIB nos possibilita fazer comparações tanto entre nações quanto entre períodos de tempo.Contudo, devemos prestar atenção ao fazermos comparações entre períodos de tempo. Parte do aumento do PIB 
ao longo do tempo representa um aumento nos preços dos bens e serviços, e não um aumento na quantidade 
produzida, uma vez que o PIB é calculado em moeda corrente. 
Da mesma forma, uma economia pode estar aumentando, mas seu PIB pode estar caindo se os preços estiverem 
reduzindo. 
Para compreender melhor a questão, analise a situação a seguir: 
Em minhas pesquisas, verifiquei que o PIB do Brasil em 2019, segundo o IPEA Data, foi de 7.256.882,00 milhões de 
reais, enquanto em 2009 foi de 3.333.039,30 milhões de reais. Todavia, em 10 anos, a economia brasileira não mais 
que dobrou de tamanho. Para fazermos essa comparação de forma correta é preciso calcular o PIB real, ou seja, a 
quantidade de bens e serviços finais que uma economia produziu. (Pedro, economista) 
 
Para entendermos como calculamos o PIB real, vamos imaginar uma economia que produza apenas 
peixes e cocos. No primeiro ano, o preço do peixe é de R$ 3,00, o do coco é de R$ 1,00, e são produzidos 10 peixes 
e 25 cocos. No segundo ano, o preço do peixe é de R$ 5,00, o do coco é de R$ 2,00, e são produzidos 15 peixes e 
30 cocos. 
No primeiro ano, o valor total da produção é de R$ 55,00. No segundo ano, é de R$ 135. O PIB nominal 
do segundo ano é 145% maior que o do primeiro. Contudo, fica claro, a partir do exemplo, que os preços 
aumentaram, e mesmo que a quantidade também tenha aumentado, o aumento da quantidade é menor do que 
145%. 
Para chegarmos ao aumento da quantidade produzida, devemos calcular o PIB como se os preços não 
tivessem mudado, ou seja, utilizando os preços do primeiro ano e as quantidades do segundo. Assim, o PIB do 
segundo ano calculado a partir dos preços do primeiro é igual a R$ 75, o que representa um aumento de 36%. 
Portanto, o PIB real é o valor total de bens e serviços finais produzidos na economia durante um ano, e calculado 
como se os preços tivessem permanecidos constantes, ou seja, no nível de um determinado ano base. 
 
Sobre o PIB Real 
Sempre vem acompanhado de informações do ano-base em questão. Os dados do PIB em que os preços 
não são ajustados é denominado PIB nominal, isto é, o PIB a preços correntes. Se tivéssemos utilizado o PIB nominal 
para comparar a economia dos dois anos, como mostrado no exemplo anterior, teríamos encontrado um 
crescimento de 145%, enquanto, na realidade, a economia cresceu 36%. 
Previne que a variação dos preços distorça o valor da mudança na produção de produtos e serviços ao 
longo do tempo. Na prática, o ano-base é atualizado periodicamente, a cada cinco anos, para garantir que os preços 
não estejam demasiadamente defasados. 
 
• DEFLATOR DO PIB 
Além do PIB nominal e do PIB real, podemos calcular o deflator do PIB, que corresponde à razão entre o PIB nominal 
e o PIB real. O deflator do PIB reflete o que está ocorrendo com o nível geral de preços da economia. 
Deflator do PIB= PIB Nominal/PIB Real 
 
No exemplo sobre a economia hipotética, a variação do deflator do PIB é de 80% (135 ÷ 75 = (1,8 – 1) x 100 = 80%). 
O deflator do PIB representa a variação de preços mais abrangente na economia, pois sintetiza uma medida de 
preços de todos os bens e serviços produzidos. Como veremos, o deflator é diferente dos índices de preço 
frequentemente utilizados, porque sua estrutura muda conforme a composição do PIB se altera, enquanto os 
índices de preço, no geral, possuem uma cesta de bens fixa. 
 
• SAZONALIDADE 
Além do PIB anual, os economistas se interessam pelo PIB de períodos de tempo mais curtos 
(trimestrais). Contudo, conforme estudamos sua evolução trimestral, logo notamos um padrão sazonal regular. 
A Figura 3 ilustra a evolução do PIB trimestral do Brasil entre 2016 e 2019. O número 1 no eixo x 
representa o primeiro trimestre de 2016, o número 5 representa o primeiro trimestre de 2017, e assim por diante. 
As linhas pontilhadas marcam o último trimestre de cada ano. A produção total aumenta durante o ano, com pico 
no último trimestre, conforme ilustra a Figura 3. Parte da variação sazonal do PIB reflete a variação na capacidade 
de produção ao longo do ano. Por exemplo, certos cultivos são produzidos em determinadas estações, assim como 
indivíduos apresentam preferências sazonais, como a de comprar presentes no Natal, chocolates na Páscoa e viajar 
no verão. 
 
Fonte: AutorFigura 3 - Série Trimestral do PIB brasileiro 
 
Para estudar as flutuações reais do PIB, tiramos a parte da flutuação previsível atribuída à sazonalidade do PIB. A 
maior parte das estatísticas é ajustada sazonalmente, ou seja, os dados são ajustados de modo a remover as 
flutuações sazonais regulares. Portanto, quando observamos flutuações no PIB real ou em outros indicadores, 
devemos buscar outros fatores além da sazonalidade para explicar tais flutuações. 
 
• OUTROS INDICADORES DE RENDA DAS CONTAS NACIONAIS 
Esses indicadores são: PIB PER CAPITA e PRODUTO NACIONAL BRUTO 
 
• PIB PER CAPITA 
Outra medida derivada do PIB é o PIB per capita, que é a renda média individual de um país. Para calcular 
o PIB per capita, dividimos o PIB daquele país pela sua população: 
PIBper capita = PIB/ População 
 
Assim como o PIB real, o PIB per capita permite uma melhor comparação entre economias, porque 
eliminamos o efeito de uma população maior. Assim, um país cuja população é maior terá uma economia maior 
simplesmente pelo fato de que há mais indivíduos trabalhando. 
A razão para o PIB ser frequentemente usado para analisar o desempenho econômico é que uma 
economia com grande produção de bens e serviços é capaz de satisfazer melhor às demandas dos domicílios, 
empresas e governo. 
A partir do PIB, podemos comparar o tamanho da economia de países, avaliar a evolução do PIB no 
tempo, comparando o seu desempenho anual, analisar o PIB per capita etc. 
Como já mencionado, o PIB é um indicador imperfeito da economia, uma vez que existem limitações para o seu 
cálculo. Portanto, diversos fatores relevantes não são considerados no PIB: distribuição de renda, qualidade de 
vida, educação, saúde, segurança etc. 
É possível que uma nação tenha um PIB pequeno e uma qualidade de vida alta, como também um PIB 
alto e uma baixa qualidade de vida. Ao longo deste tema, abordaremos outros indicadores que mensuram 
diferentes esferas da economia e ajudam a medir com mais precisão o bem-estar. 
 
• PRODUTO NACIONAL BRUTO 
Além do PIB, existem outros indicadores de renda bastante utilizados que se relacionam com ele. O primeiro 
deles é o Produto Nacional Bruto (PNB), que considera o valor da produção de propriedade de residentes, ou seja, 
de brasileiros. A produção de estrangeiros no Brasil é levada em consideração no PIB, mas não no PNB. A produção 
de brasileiros em países estrangeiros, por exemplo, não é considerada no PIB, mas entra no PNB. 
 
PNB 
= PIB + pagamentos de fatores oriundos do exterior - pagamentos de fatores destinados ao exterior = PIB – 
RLEE 
 
Nessa expressão, a Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE) é a diferença entre pagamentos de fatores oriundos 
do exterior (por exemplo, o salário de um brasileiro que trabalha na Europa) e pagamentos de fatores destinados 
ao exterior (como o salário de um norte-americano que trabalha no Brasil). 
As diferenças entre PIB e PNB podem ser expressivas em alguns países, como também podem quase não 
existir em outros. Isso acontece devido à composição da economia, ao grau de endividamento externo e à 
quantidade de empresas multinacionais que remetem lucros aos seus países de origem. 
Podemos calcular o Produto Nacional Líquido (PNL) a partir da subtração da depreciação do capital, isto 
é, da parcela do capital que se desgasta ao longo de um período: 
PNL = PNB - Depreciação do Capital 
 
Como a depreciação do capital representa um custo para a produção, por meio da sua subtração, temos 
o resultado líquido da atividade econômica. Imagine, por exemplo, uma máquina de moer café que precisa de 
manutenção, poisestá com uma peça quebrada. Essa peça quebrada é um exemplo de depreciação do capital. 
O Produto Nacional Líquido é aproximadamente igual a outro indicador de renda, a Renda Nacional, que 
mede o quanto ganharam todas as pessoas que integram uma economia. A diferença entre os dois indicadores 
ocorre devido a uma pequena correção, conhecida como discrepância estatística, ocasionada porque fontes 
diferentes de dados podem não ser exatamente correspondentes. 
Em uma economia fechada, ou seja, sem trocas com o exterior, e sem governo, o PIB, PNB, RND e RDP 
são iguais. Em uma economia fechada e com governo, as estimativas de PIB e PNB são idênticas. 
Neste vídeo, faremos uma breve contextualização do tema. 
 
 
MÓDULO 2 
 
Reconhecer indicadores alternativos e complementares às contas nacionais 
 
• ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR E INFLAÇÃO 
Para começar, vamos analisar a seguinte informação: 
“Ipea reduz projeção para a inflação de 2020, de 2,9% para 1,8%. Os alimentos, que dispararam de preço na 
quarentena, contudo, devem encerrar o ano com uma alta de 3%.” 
(Fonte: Correio Braziliense, 2020) 
 
Como podemos observar, ao acompanhar notícias sobre nossa economia, é comum analisar as projeções sobre as 
altas e baixas dos preços. 
O que são índices de preço? 
Assim como o PIB e as medidas de renda que vimos no módulo anterior, existem diversos índices de 
preços em uma economia. O mais utilizado é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), mas também há o Índice de 
Preços do Produtor (IPP), que mostra como o custo de produção evoluiu. 
No Brasil, esses índices são calculados pelo IBGE, FGV e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da 
Universidade de São Paulo (FIPE). De forma análoga ao PIB, os índices de preço transformam inúmeros valores de 
bens e serviços em um único indicador de nível geral de preços. 
 
• ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO (IPCA) 
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é, desde 1999, o índice oficial do governo para medir a 
inflação, isto é, o aumento no nível geral de preços. Seu objetivo é mensurar a inflação de um conjunto de produtos 
e serviços comercializados no varejo, referente ao consumo pessoal das famílias com rendimento mensal entre 1 e 
40 salários mínimos. Para calcular o IPCA, o IBGE envia funcionários a estabelecimentos comerciais e de prestação 
de serviços, entre os dias 1 e 30 de cada mês de referência para coletar o preço de uma determinada cesta de bens 
e serviços. 
A divulgação do índice acontece até o décimo-quinto dia do mês seguinte. A coleta de informações é 
realizada nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo, Recife, Belo Horizonte, Belém, 
Salvador, Curitiba, e nos municípios de Brasília e Goiânia. 
 
Fonte: ShutterstockFigura 4 - Composição da Cesta do IPCA 
 
A composição da cesta de consumo é baseada na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), mostrada na 
Figura 4. São coletados por volta de 430 mil preços em 30 mil locais. Todos esses preços são comparados com os 
do mês anterior, resultando em um único valor que reflete a variação geral de preços ao consumidor no período. 
Para melhor compreensão sobre o cálculo do IPCA, vamos a um exemplo. Suponha que um consumidor padrão 
compre 10 bananas e 2 abacaxis todos os meses. Sua cesta de consumo é, portanto, composta por 10 bananas e 2 
abacaxis, e o seu IPCA é: 
IPCAem dado ano = (10× preço da banana) + (2 × preço do abacaxi) / (10 × preço da banana no ano base) + 
( 2× preço do abacaxi no ano base) 
 
Suponha que o preço da banana é de R$ 2,00, e do abacaxi, de R$ 5,00. Escolhendo 2010 como ano-base, os preços 
da banana e do abacaxi eram respectivamente de R$ 1,00 e de R$ 3,00. Assim, o IPCA desta cesta de consumo é de: 
IPCA2020= (10×2)+(2×5) / (10×1)+(2×3) = 1,87 
 
Esse valor nos informa o quanto custa, no momento corrente, adquirir 2 abacaxis e 10 bananas em relação a quanto 
custava a aquisição desses mesmos bens em 2010. Assim, em 2020, a compra de 10 bananas e 2 abacaxis custa R$ 
1,87 a mais do que em 2010. 
 
• IPCA VS. DEFLATOR DO PIB 
Neste vídeo, trataremos do cálculo IPCA. 
 
Como vimos na seção sobre o PIB, o seu deflator nos fornece uma medida de evolução de preços. Assim, 
o deflator do PIB considera uma cesta de bens e serviços igual à produção do país naquele ano, enquanto o IPCA 
considera uma cesta fixa. Portanto, um aumento dos preços de bens e serviços adquiridos por empresas e governo 
serão refletidas no deflator, mas não aparecerão no IPCA. 
Além disso, o deflator só considera bens e serviços produzidos internamente, enquanto na cesta do IPCA 
pode haver itens importados, como, por exemplo, vinhos, eletrônicos e queijos. 
 
EXEMPLO 
Suponha que o preço do vinho aumentou porque a França teve um ano atípico, com temperaturas altas e muita 
chuva, que estragaram grande parte da plantação de uvas. A quebra da safra da uva resultou em um aumento no 
preço do vinho. Dessa maneira, o crescimento no preço do vinho francês importado aparecerá no IPCA brasileiro, 
mas não no deflator do PIB. 
 
A outra diferença deve-se à forma que cada índice pondera os pesos dos bens. O IPCA atribui um peso fixo ao preço 
dos bens, devido à utilização de uma cesta fixa, enquanto o deflator concede pesos variados, de acordo com a 
produção interna daquele ano. Índices de preços que possuem cestas de bens e serviços fixas chamam-se índices 
de Laspeyeres, e os com cestas variáveis chamam-se índices de Paasche. Portanto, o IPCA é um índice 
de Laspeyeres e o deflator do PIB é um índice de Paasche. 
 
E por que usar o IPCA e não o deflator no PIB? Na realidade, não existe uma resposta certa, nem um 
índice melhor do que o outro. Cada índice tem suas propriedades e diferentes utilidades. Quando os preços de bens 
diferentes estão variando em proporções diversas, um índice de Laspeyeres, de cesta fixa, costuma superestimar o 
aumento do custo de vida. Isto acontece visto que uma cesta fixa não leva em consideração a possibilidade de 
substituição de bens e serviços pelos consumidores. Por outro lado, um índice de Paasche, de cesta variável, 
subestima o aumento do custo de vida, pois, ao levar em conta a substituição de itens, não reflete a redução de 
bem-estar e satisfação que tal substituição pode causar. 
Dependendo do interesse em questão, podemos escolher um índice em detrimento do outro. 
EXEMPLO 
Se você é proprietário(a) de uma empresa de construção civil, o seu índice de interesse para negócios será o Índice 
de Preços do Produtor. No entanto, um(a) senhor(a) aposentado(a) certamente estará mais interessado(a) em 
acompanhar o IPCA. 
 
• ÍNDICE DE PREÇOS DO PRODUTOR 
O IPP (Índice de Preços do Produtor) mede o preço de uma certa cesta adquirida por empresas, não por 
consumidores. O foco do índice reside nas indústrias extrativas e de transformação, tendo como principal objetivo 
mensurar a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, assim 
como sua evolução ao longo do tempo. 
 
O IPP abrange informações de, aproximadamente, duas mil empresas, sobre os preços recebidos pelo 
produtor, isentos de impostos e tarifas, o que resulta na coleta de aproximadamente seis mil preços. Como os 
produtores tendem rápido do que o IPCA acerca das pressões inflacionárias, e, por isso, algumas vezes é 
considerado como um aviso prévio de alerta sobre mudanças na inflação. 
O IPP é calculado de forma análoga ao IPCA, mas considera sua cesta de consumo específica. 
 
• TAXA DE INFLAÇÃO 
Com tantos índices apresentados, você deve estar se perguntando o porquê de tantas formas diferentes de 
mensurar a evolução dos preços e de calcular a taxa de inflação. Por que isso é tão importante? 
Para ilustrar sua importância, devemos definir primeiro o que é a taxa de inflação. Como mencionado na 
apresentação do IPCA, ele é o índice oficialmente utilizado para medir a inflação no Brasil. A partir do IPCA, 
podemos calcular a taxa de inflação, que é a sua mudança percentual anual: 
 
Taxa deinflação = IPCAano 2− IPCAano 1 / IPCAano 1 × 100 
Para explicar a importância da taxa de inflação em uma economia, precisamos definir o que é poder de 
compra. Poder de compra é a quantidade de bens e serviços que determinada renda pode adquirir. Veja a seguir 
um caso que exemplifica essa questão: 
Suponha que Gabriel seja assistente em um centro de pesquisa de economia e receba R$ 1.300,00 
mensais. O prato preferido de Gabriel é galeto, acompanhado de uma Coca-Cola gelada, cujo preço é de R$ 20,00. 
Se a sua cesta de consumo é apenas galeto com Coca-Cola, e ele gasta toda sua renda com isso, qual é o seu poder 
de compra? 
 
RESPOSTA 
Seu poder de compra é a quantidade de cestas de consumo que ele consegue adquirir com a sua renda. Sendo 
assim, com sua renda, Gabriel pode consumir 65 galetos acompanhados de Coca-Cola (R$ 1.300,00 ÷ R$ 20,00 = 
65). 
 
No Brasil, mais do que em outros países, a inflação foi, por décadas, um problema comum. O grande problema da 
inflação é que ela deteriora o poder de compra dos consumidores. 
 
EXEMPLO 
Como ilustrado no exemplo das bananas e abacaxis, a compra destes bens em 2020 era 1,87 vezes mais 
cara do que em 2010. Podemos também medir a queda no poder de compra ocasionado pela inflação. Por exemplo, 
suponha que Júlia tivesse R$ 10,00 para comprar bananas em 2010. Com as bananas custando R$ 1,00 em 2010, 
Júlia comprava 10 unidades. Todavia, em 2020, quando o preço da banana passou a ser R$ 2,00, com os mesmos 
R$ 10,00, Júlia comprava 5 bananas. 
Com o aumento dos preços dos bens e serviços, o poder de compra vai sendo reduzido, ou seja, 
podemos comprar menos unidades de bens e serviços, uma vez que a maioria dos contratos e salários tendem a 
ser reajustados de forma mais lenta, enquanto os outros preços da economia são reajustados mais rapidamente. 
Caso todos os preços se ajustassem na mesma velocidade, proporção e periodicidade, não haveria 
problema em um aumento no nível de preços daquela economia, já que todos seguiriam com sua renda real 
inalterada. 
Os economistas consideram que as taxas de inflação elevadas geram custos econômicos significativos. 
Os mais importantes são os custos de sola de sapato, de menu e de unidade de conta. 
No geral, as pessoas mantêm moeda, seja em forma de dinheiro na carteira, seja em contas correntes 
em bancos, por conveniência, para realizar transações. Uma alta taxa de inflação desestimula os indivíduos a 
manterem moeda, porque o poder de compra do dinheiro se deteriora. Isso faz com que as pessoas busquem 
formas de reduzir a quantidade de moeda que retêm, mesmo que envolva custos consideráveis. 
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O primeiro custo é o de sola de sapato, que se trata de uma alusão à necessidade de andar de um lado 
para o outro quando as pessoas não mantêm dinheiro. Um retrato desse custo é a hiperinflação alemã dos anos 
20, em que comerciantes contratavam maratonistas para ir ao banco diversas vezes ao dia para converter o dinheiro 
em moeda estrangeira mais estável ou em ativos que rendiam juros. Ao se esforçarem para evitar a redução do 
poder de compra, esses maratonistas poderiam ter sido utilizados em outras atividades produtivas. 
A quantidade de transações bancárias é tamanha que exige que o número de empregados em bancos 
aumente consideravelmente. No Brasil, nos anos de hiperinflação, o setor bancário correspondia a 15% do seu PIB. 
Para lidar com a hiperinflação, o tamanho necessário do setor bancário representou uma perda de recursos reais 
para a sociedade, uma vez que esses funcionários também poderiam estar empregados em outras atividades 
produtivas. 
Outro custo da inflação é o de menu. Em economias modernas, em geral, os preços dos bens e serviços 
são listados. Em um restaurante, por exemplo, a mudança do preço de um item significa necessidade de 
confeccionar novos cardápios, o que envolve custos. Quando temos uma inflação alta, os preços são alterados com 
mais frequência e, portanto, as empresas incorrem com mais frequência nesses custos. No Brasil, os funcionários 
de supermercados gastavam quase metade do tempo de trabalho remarcando preços. 
Na economia moderna, os contratos deixaram de ser expressados em espécie, como, por exemplo, 
galinhas, e deram lugar à moeda, assim como outros cálculos da economia. Essa função da moeda é conhecida 
como unidade de conta, e é um papel que se degrada pela inflação: um real vale menos no próximo ano do que 
neste. 
A consequência é a redução da qualidade das decisões econômicas devido à incerteza da mudança da 
unidade de conta. Portanto, os custos de unidade de conta da inflação refletem a forma com que ela torna a moeda 
uma unidade de medida menos confiável. Esse custo se reflete particularmente no sistema tributário, pois a inflação 
distorce a medida de renda pela qual o imposto é cobrado. 
EXEMPLO 
Suponha uma taxa de inflação de 10% e uma família que compre um apartamento por R$ 100.000,00, e 
o venda um ano depois por R$ 110.000,00. A família não teve lucro em termos reais com a transação, mas, segundo 
o sistema tributário, obteve um ganho de R$ 10.000,00, e deverá pagar impostos sobre esse ganho “fantasma”. 
 
Diversas empresas são desencorajadas a realizar investimentos produtivos devido aos impostos sobre 
esses ganhos, gerando mais custos para a economia. 
Sendo assim, quando temos uma inflação muito alta, como aconteceu no Brasil nas décadas de 80 e 90, 
o aumento da renda dos indivíduos não acompanhou a rapidez do aumento dos preços dos bens e serviços, 
reduzindo o poder de compra dos consumidores. A redução do poder de compra reduz o bem-estar e satisfação 
dos indivíduos, uma vez que deixam de consumir os itens desejados e, em muitos casos, até os necessários. 
Durante esses anos, a inflação brasileira chegou à marca dos 1000%, e o Brasil ficou conhecido 
mundialmente pela hiperinflação que assolava a sociedade. Foram realizadas diversas tentativas de reduzir a 
inflação, algumas deixando a situação ainda mais crítica. Por fim, em 1994, foi lançado o Plano Real, que, entre 
muitas outras medidas, deu fim ao cruzeiro e implantou o real que conhecemos hoje em dia. 
A Figura 5 exibe a série histórica do IPCA, iniciada nos anos 80, e mostra sua evolução até os dias de 
hoje. É possível notar claramente a hiperinflação dos anos 80 e 90, dando lugar a uma estabilidade dos preços a 
partir de 1995: 
 
Fonte: AutorFigura 5 - Série histórica do IPCA 
 
A Figura 6 mostra a evolução do IPCA a partir de 1995 até 2019: 
 
Fonte: AutorFigura 6 - Evolução do IPCA (1995-2019) 
 
• TAXA DE DESEMPREGO 
A taxa de desemprego, assim como o PIB e a taxa de inflação, constitui-se como um indicador sobre a situação 
da economia. Ela é calculada e divulgada atualmente pelo IBGE, a partir da Pesquisa Nacional de Amostra por 
Domicílio Contínua (PNADC). 
Até 2016, contudo, a pesquisa utilizada era a Pesquisa Mensal do Emprego (PME). A PNADC foi planejada para 
produzir indicadores trimestrais sobre a força de trabalho e outros indicadores anuais sobre temas suplementares 
permanentes. 
O desemprego, como é conhecido popularmente, aparece na pesquisa pelo conceito de desocupação. A Figura 
7 mostra a série histórica para o desemprego no Brasil: 
 
Fonte: ShutterstockFigura 7 - Taxa de desocupação trimestral (2012-2019) 
 
O que é desemprego? 
Para definirmos desemprego, vamos primeiro definir o que é emprego. Emprego é o número total de 
pessoas correntemente empregadas, seja em tempo integral ou parcial. O desemprego, por sua vez, é o número 
de pessoas com idade para trabalhar (acima de 14 anos) que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e 
tentam encontrar trabalho. 
Para alguém ser considerado desempregado, não basta não possuir um emprego. Aposentados e 
incapacitados que recebem benefícios não são considerados desempregados, uma vez que não procuram emprego 
e nem estão disponíveis para tal. Portanto, o desemprego é o número total de pessoas que estão ativamente 
procurando emprego, mas não estão empregadas.Para calcular o desemprego de um país, precisamos definir antes outros conceitos. A força de trabalho é 
composta de pessoas que têm idade para trabalhar, ou seja, aqueles acima de 14 anos e que estão trabalhando ou 
procurando trabalho. A taxa de participação na força de trabalho é a parcela da população em idade ativa, ou seja, 
apta a trabalhar, e que está na força de trabalho. 
Taxa de participação na força de trabalho = Força de trabalho / População maior de 14 anos × 100 
Segundo a metodologia do IBGE, o aposentado e incapacitado do exemplo acima estão fora da força de 
trabalho. Um universitário que dedica seu tempo somente aos estudos e uma dona de casa que não trabalha fora 
também não estão na força de trabalho. Já uma empreendedora que possui seu próprio negócio está ocupada na 
força de trabalho. 
A taxa de desemprego é a parcela dos indivíduos da força de trabalho que estão desempregadas. 
Taxa de Desemprego = Número de desempregados / Força de trabalho × 100 
 
Fonte: ShutterstockFigura 8 - População brasileira, de acordo com as divisões do mercado de trabalho, no 4º trimestre de 2019 
 
A taxa de desemprego é um bom indicador da situação do mercado de trabalho, mas, assim como 
qualquer indicador, não dever ser considerada um reflexo exato de pessoas que desejam trabalhar, porém não 
conseguem emprego. 
Como encontrar o emprego adequado leva algumas semanas ou meses, um trabalhador que tem certeza 
de que encontrará um emprego, mas ainda não aceitou uma oferta, é considerado como desocupado. Esse aspecto 
reflete por que, mesmo em situações de crescimento econômico, da taxa de desemprego não ir a zero. 
Além disso, há pessoas que gostariam de trabalhar, mas não estão, e também não são contabilizadas como 
desempregados. Isso acontece porque, para ser classificado como desocupado, é preciso ter procurado emprego 
recentemente. 
Os desalentados são pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, porém não procuraram 
trabalho por acharem que não encontrariam. Vários são os motivos que levam as pessoas a desistirem, por 
exemplo: não encontrar trabalho na localidade em que vivem, não conseguir trabalho adequado ou por ser 
considerado muito jovem ou idoso, não ter experiência profissional ou qualificação etc. 
É possível que a taxa de desemprego subestime a real situação do mercado de trabalho, não 
contabilizando uma parte das pessoas que querem trabalhar, mas não acham emprego. Existem também aqueles 
marginalmente ligados à força de trabalho, pessoas que responderam que gostariam de ter um emprego e o 
buscaram no passado recente, mas que, no momento, não estão buscando. 
Por fim, existem os subempregados, que são aqueles empregados em tempo parcial, mas que gostariam 
de ter um trabalho em tempo integral e não o encontram. Estes últimos também não são contabilizados como 
desocupados. 
O recebimento de algum benefício de programas sociais como Bolsa Família e Seguro Desemprego não 
significa que o indivíduo que o recebe é considerado desocupado. É possível que alguém esteja recebendo, mas 
trabalhe na informalidade e seja classificado como ocupado. Pode ocorrer que beneficiários não estejam de fato 
ocupados e também não estejam buscando emprego, e, portanto, serão classificados como fora da força de 
trabalho. 
A taxa de desemprego precisa ser avaliada com cuidado, uma vez que varia bastante em grupos etários, 
gênero e raça. Por exemplo, é mais fácil conseguir um emprego para jovens maiores de 24 anos, uma vez que já 
são qualificados e/ou possuem alguma experiência prévia. Empregos para trabalhadores acima dos 54 anos 
costumam ser mais difíceis, podendo o desemprego ser maior nessa faixa etária. 
Além disso, pelo fato de o Brasil ser um país muito extenso e diverso, as taxas de desemprego tendem 
a ser diferentes segundo as regiões do país. 
As figuras a seguir apresentam a taxa de desemprego em regiões distintas do país, para diferentes gêneros e grupos 
etários. 
 
Figura 9 - Taxa de Desocupação no Brasil e nas Grandes Regiões, no 4º trimestre de 2019 
 
Figura 10 - Taxa de desocupação, por idade, 1º trimestre de 2012 - 4º trimestre de 2019 
 
Figura 11 - Taxa de desocupação por gênero, 1º trimestre de 2012 - 4º trimestre de 2019 
 
 
 
 
• COEFICIENTE DE GINI 
Neste vídeo, abordaremos o estudo dessa etapa. 
 
É importante compreendermos que o Coeficiente de Gini é uma medida de distribuição criada em 1912 
pelo italiano Corrado Gini, e frequentemente utilizada como indicador da desigualdade em uma economia, 
medindo a distribuição de renda e de riqueza entre a população. O coeficiente varia de 0 (zero) a 1, em que 0 (zero) 
representa igualdade perfeita, e 1, desigualdade perfeita. Por exemplo, um país em que apenas um indivíduo detém 
toda a renda da economia e o restante não tem renda, tem um coeficiente de Gini igual a 1. 
CORRADO GINI (1884-1965): Estatístico, sociólogo e demógrafo italiano que desenvolveu o coeficiente batizado 
com seu nome, que mede a desigualdade de renda em uma sociedade. 
Dentre as diversas medidas de desigualdade de renda, o coeficiente de Gini é a mais utilizada, sendo 
baseado na curva de Lorenz. 
Para construir o coeficiente, coloque a porcentagem cumulativa dos domicílios no eixo horizontal, dos 
mais pobres aos mais ricos, e no eixo vertical, a porcentagem cumulativa de renda. O coeficiente é calculado por 
meio da razão das áreas no diagrama da curva de Lorenz. Se a área entre a linha de perfeita igualdade e a curva de 
Lorenz é a, e a área abaixo da curva de Lorenz é b, então, o coeficiente de Gini é a/(a+b); isto é, o dobro da área 
entre a curva de Lorenz e a linha de igualdade perfeita. Se não existe diferença entre as duas, o coeficiente é 0 
(zero), o caso de igualdade perfeita. 
O exemplo a seguir ilustra a construção deste índice: 
 
Fonte: DatasusFigura 12 - Construção do Coeficiente de Gini 
 
Na prática, o índice é utilizado para analisar diferenciais na concentração da renda pessoal ao longo de 
toda a distribuição de renda, o que permite contribuir para a análise da situação socioeconômica da população, 
identificando quais são os segmentos que requerem maior atenção de políticas públicas de saúde, educação e 
proteção social, entre outras. Além disso, fornece mais insumos para processos de planejamento, gestão e avaliação 
de políticas de distribuição de renda. 
A seguir, temos a evolução do coeficiente de Gini para alguns países da América do Sul: 
 
Fonte: LAC Equity LabFigura 13 - Evolução da desigualdade na América do Sul 
 
O mapa que será mostrado a seguir ilustra a desigualdade entre os países. O coeficiente usado é o mais 
recente, contudo, o ano de mensuração varia entre países. O índice de Gini é medido em termos percentuais. As 
cores mais escuras representam as nações em que a desigualdade é maior. 
Você deve estar se perguntando: por que deveríamos nos preocupar com desigualdade? Altos níveis de 
desigualdade representam um custo para a economia, afetando seu desempenho e o bem-estar dos indivíduos. 
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Sabemos que o acesso ao mercado financeiro não é perfeito, ou seja, nem todos os que desejam obter 
empréstimo o conseguem. Isso acontece porque a instituição, por exemplo um banco, faz uma análise de crédito 
e, no geral, exige que o indivíduo tenha uma fonte de renda ou patrimônio para oferecer como garantia. 
Em uma economia cuja desigualdade é alta, poucos indivíduos concentram a maior parte da renda e do 
patrimônio. A consequência é que diversas pessoas que precisam de um empréstimo não vão consegui-lo. 
Agora, suponha que Vitória deseje obter um empréstimo para começar uma pequena empresa de tecnologia, uma 
vez que não tem renda suficiente para fazê-lo sem ajuda. Contudo, pelo fato de Vitória não ter renda ou patrimônio 
suficientes, ela não consegue o empréstimo no banco. A consequência é que Vitória perderá a oportunidade e terá 
de fazer outra coisa menos produtiva, deixando de contribuir para o PIB daquele país, de empregar diversosfuncionários e de lançar um novo produto com maior qualidade e menor preço no mercado, o que tem 
consequência também sobre o bem-estar dos consumidores. 
Em uma sociedade com alto índice de desigualdade, muitas pessoas deixam de utilizar suas habilidades 
que poderiam contribuir para o bem-estar por falta de acesso às oportunidades. A situação ilustrada, ainda que 
hipotética, é apenas uma das consequências da desigualdade. 
 
Fonte: InvestopediaFigura 14 - Desigualdade entre países 
 
• ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) 
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do progresso a longo prazo em três 
dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e expectativa de vida. 
Assim como o coeficiente de Gini, quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país, e quanto mais próximo 
de 0 (zero), menos desenvolvido. 
O objetivo da criação do IDH foi o de oferecer uma medida alternativa de bem-estar e desenvolvimento 
ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. 
Criado por Mahbubul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, o IDH pretende ser 
uma medida geral e sintética que, apesar de ampliar a perspectiva sobre o desenvolvimento humano, não abrange 
nem esgota todos os aspectos de desenvolvimento. Portanto, não é uma representação da satisfação ou felicidade 
das pessoas, nem classifica o melhor lugar para viver. 
MAHBUBUL HAQ (1934-1998) : Economista paquistanês, criador do Relatório do Desenvolvimento Humano. Foi 
diretor de planejamento de políticas do Banco Mundial e, posteriormente, ministro da Economia do Paquistão. 
AMARTYA SEN (1933-) : Economista indiano, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1998 e professor nas 
universidades de Oxford, Cambrige e Berkeley. Atualmente, leciona em Harvard. 
 
A figura a seguir mostra fragmentos do ranking do IDH para alguns países em 2018. O Brasil, no Relatório 
de Desenvolvimento Humano de 2019, se encontrava na posição 79. 
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Fonte: PNUD 
Fonte: PNUD 
 
Fonte: PNUDFigura 15 - Ranking do IDH 2018 
 
Embora o IDH considere outros aspectos do desenvolvimento, e não apenas o econômico, como o PIB, 
há ainda muitos aspectos do desenvolvimento humano que não são contemplados nesse índice, tais como: 
democracia, participação, equidade e sustentabilidade. 
Buscando lidar com a dimensão da desigualdade no IDH, foi criado, em 2010, o IDH Ajustado à Desigualdade 
(IDHAD), que leva em consideração a desigualdade em todas as três dimensões do IDH, considerando o valor médio 
de cada uma delas de acordo com seu nível de desigualdade. 
Com a introdução do IDHAD, o IDH tradicional pode ser visto como um índice de desenvolvimento 
humano potencial, e o IDHAD, como um índice do desenvolvimento humano real. A diferença entre o IDH e o IDHAD 
pode ser considerada como uma perda no desenvolvimento humano potencial devido à desigualdade. 
 
 
 
 
• ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL (IDHM) 
No Brasil, além do IDH, existe o IDHM, uma adaptação do IDH global para os municípios brasileiros. O IDHM 
brasileiro segue as mesmas três dimensões do IDH Global ‒ longevidade, educação e renda, mas vai além: adequa 
a metodologia global ao contexto brasileiro e à disponibilidade de indicadores nacionais. 
Como está organizado o IDHM brasileiro? 
Embora quantifiquem as mesmas dimensões, os indicadores levados em conta no IDHM são mais 
adequados para avaliar o desenvolvimento dos municípios brasileiros. Assim, o IDHM ― incluindo seus três 
componentes, IDHM Longevidade, IDHM Educação e IDHM Renda ― conta um pouco da história dos municípios 
em três importantes dimensões do desenvolvimento humano durantes duas décadas da história brasileira. 
Veja a seguir o mapa do IDHM para o Brasil em 2010: 
 
Fonte: ShutterstockFigura 16 - Mapa do IDHM em 2010 
 
CONCLUSÃO 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Neste tema, estudamos as contas nacionais e alguns dos mais importantes indicadores socioeconômicos. Vimos 
como calcular o Produto Interno Bruno (PIB), uma das medidas fundamentais de renda em uma economia. 
Percebemos que o PIB, porém, é insuficiente como medida de bem-estar: de que vale ter uma renda alta se há 
muitas pessoas desempregadas ou se a desigualdade de renda é alta? 
Abordamos também a taxa de desemprego e, como medida de desigualdade, o Índice de Gini. E, por fim, vimos 
medidas de preços e inflação para avaliar as mudanças no custo de vida, e o Índice de Desenvolvimento Humano 
(IDH) para incorporar outras dimensões da economia e da sociedade. 
Você encontrará todos esses indicadores com grande frequência nos jornais, e acompanhará os mais acalorados 
debates sobre o que deve ser feito para aumentar a renda, diminuir a inflação, melhorar a qualidade de vida etc. 
Use os conceitos que aprendemos aqui para participar do debate! 
 
 
AVALIAÇÃO DO TEMA: 
REFERÊNCIAS 
CHAPELLOW, J. Gini index. Investopedia. Consultado em meio eletrônico em: 23 mai. 2020. 
FEIJÓ, C. et al. Contabilidade social. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Índice nacional de preços ao consumidor amplo – 
IPCA. Consultado em meio eletrônico em: 10 mai. 2020. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Índice de preços ao produtor: indústrias extrativas e de 
transformação – IPP. Consultado em meio eletrônico em: 10 mai. 2020. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Inflação. Consultado em meio eletrônico em: 10 mai. 2020. 
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Rio de Janeiro. Consultado em meio eletrônico em: 10 mai. 2020. 
KRUGMAN, P.; WELLS, R. Introdução à economia. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011 
MANKIW, N. G. Macroeconomia. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Índice de Gini da renda domiciliar per capita – B.9. Consultado em meio eletrônico em: 10 
mai. 2020. 
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA DESENVOLVIMENTO HUMANO. Atlas do desenvolvimento humano 
2013. Consultado em meio eletrônico em: 10 mai. 2020. 
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA DESENVOLVIMENTO HUMANO. Human development 
report 2019. Consultado em meio eletrônico em: 10 mai. 2020. 
 
EXPLORE+ 
Para saber mais sobre o processo inflacionário no Brasil, recomendamos o livro a seguir: 
LEITÃO, M. A saga brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda. Rio de Janeiro: Record, 2011. 
Para um aprofundamento sobre a desigualdade que afeta a economia contemporânea, recomendamos os livros a 
seguir: 
PIKETTY, T. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. 
SOUZA, P. H. G. F. Uma história de desigualdade – a concentração de renda entre os ricos no Brasil: 1926 - 2013. 
São Paulo: Hucitec, 2018. 
STIGLITIZ, J. E. The price of inequality. Nova Iorque: W. W, Norton & Company, 2013. 
Para saber mais, consulte também: 
Projeto World Inequality Database – para acessar dados a respeito do assunto; 
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – plataforma de consulta ao Índice de Desenvolvimento Humano para 
regiões, estados e municípios brasileiros. 
Human Development Report 2019 – que apresenta o relatório de desenvolvimento mais recente.

Outros materiais