Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
nuceconcursos.com.br . 1 PPOORRTTUUGGUUÊÊSS LEITURA, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE ELEMENTOS DO TEXTO TIPOLOGIAS TEXTUAIS As tipologias textuais, também chamadas de tipos textuais ou tipos de texto, são as diferentes formas que um texto pode apresentar, visando responder a diferentes intenções comunicativas. Os aspectos constitutivos de um texto divergem mediante a finalidade do texto: contar, descrever, argumentar, informar,… Diferentes tipos de texto apresentam diferentes características: estrutura, construções frásicas, linguagem, vocabulário, tempos verbais, relações lógicas, modo de interação com o leitor,… Podemos distinguir os seguintes tipos textuais: • Texto narrativo; • Texto descritivo; • Texto dissertativo (expositivo e argumentativo); • Texto explicativo (injuntivo e prescritivo). É de salientar que um único texto pode apresentar passagens de várias tipologias textuais. 1- Texto narrativo: estrutura e elementos da narrativa Maioritariamente escrito em prosa, o texto narrativo é caracterizado por narrar uma história, ou seja, contar uma história através de uma sequência de várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de acontecimentos é contada por um narrador e está estruturada em introdução, desenvolvimento e conclusão. Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os principais elementos da narração: espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. Principais elementos da narrativa Os principais elementos da narrativa, também chamados de elementos da narração, são: Espaço: O espaço se refere ao local onde se desenrola a ação. Pode ser físico (no colégio, no Brasil, na praça,…), social (características do ambiente social) e psicológico (vivências, pensamento e sentimentos do sujeito,…). Tempo: O tempo se refere à duração da ação e ao desenrolar dos acontecimentos. O tempo cronológico indica a sucessão cronológica dos fatos, pelas horas, dias, anos,… O tempo psicológico se refere às lembranças e vivências das personagens, sendo subjetivo e influenciado pelo estado de espírito das personagens em cada momento. Personagens: São caracterizadas através de qualidades físicas e psicológicas, podendo essa caracterização ser feita de modo direto (explicitada pelo narrador ou por outras personagens, através de autocaracterização ou heterocaracterização) ou de modo indireto (feita com base nas atitudes e comportamento das personagens). As personagens possuem diferentes importâncias na narração, havendo personagens principais e personagens secundárias. As personagens principais desempenham papéis essenciais no enredo, podendo ser protagonistas (que deseja, tenta, consegue) ou antagonistas (que dificulta, atrapalha, impede). As personagens secundárias desempenham papéis menores e podem ser coadjuvantes (ajudam as personagens principais em ações secundárias) ou figurantes (ajudam na caracterização de um espaço social). Podem ser dinâmicas, apresentando diferentes comportamentos ao longo da narração (personagem modelada ou redonda), bem como estáticas, não se modificando no decorrer da ação (personagem plana). Há ainda personagens que representam um grupo específico (personagem-tipo). Enredo: Também chamado de intriga, trama ou ação, o enredo é composto pelos acontecimentos que ocorrem num determinado tempo e espaço e são vivenciados pelas personagens. As ações seguem-se umas às outras por encadeamento, encaixe e alternância. Existem ações principais e ações secundárias, mediante a importância que apresentam na narração. Além disso, o enredo pode estar fechado, estando definido e conhecido o final da história, ou aberto, não havendo um final definitivo e conhecido para a narrativa. Narrador: O narrador é o responsável pela narração, ou seja, é quem conta a história. Existem vários tipos de narrador: Narrador onisciente e onipresente: Conhece intimamente as personagens e a totalidade do enredo, de forma pormenorizada. Utiliza maioritariamente a narração na 3.ª pessoa, mas pode narrar na 1.ª pessoa, em discurso indireto livre, tendo sua voz confundida com a voz das personagens, tal é o seu conhecimento e intimidade com a narrativa. Narrador personagem, participante ou presente: Conta a história na 1.ª pessoa, do ponto de vista da personagem que é. Apenas conhece seus próprios pensamentos e as ações que se vão desenrolando, nas quais também participa. Tem conhecimentos limitados sobre as restantes personagens e sobre a totalidade do enredo. Este tipo de narração é mais subjetivo, transmitindo o ponto de vista e as emoções do narrador. Narrador observador, não participante ou ausente: Limita-se a contar a história, sem se envolver nela. Embora tenha conhecimento das ações, não conhece o íntimo das personagens, mantendo uma narrativa imparcial e objetiva. Utiliza a narração na 3.ª pessoa. 2 nuceconcursos.com.br PPOORRTTUUGGUUÊÊSS Nos textos narrativos, é através da voz do narrador que conhecemos o desenrolar da história e as ações das personagens, mas é através da voz das personagens que conhecemos as suas ideias, opiniões e sentimentos. A forma como a voz das personagens é introduzida na voz do narrador é chamada de discurso. Através de uma correta utilização dos tipos de discurso, a narrativa poderá assumir um caráter mais ou menos dinâmico, mais ou menos natural, mais ou menos interessante, mais ou menos objetivo,… Existem três tipos de discurso, ou seja, três formas de introdução das falas das personagens na narrativa: • O discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador. • O discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens. • O discurso indireto livre é caracterizado por permitir que os acontecimentos sejam narrados em simultâneo, estando as falas das personagens direta e integralmente inseridas dentro do discurso do narrador. Estrutura narrativa Os textos narrativos são estruturados em introdução, desenvolvimento e conclusão. Introdução: A introdução se refere à situação inicial da história. Também chamada de apresentação, é nesta parte da narração que são apresentados os principais elementos da narração: espaço, tempo, personagens, enredo e narrador. Ficamos sabendo quem, quando e onde. Desenvolvimento: Durante o desenvolvimento do enredo, ocorrem conflitos, ou seja, acontecimentos que quebram o equilíbrio apresentado na introdução, modificando essa situação inicial. Ficamos sabendo o quê e como. No desenvolvimento ocorre também o momento mais tenso e emocionante da história - o clímax. Conclusão: Também chamada de desfecho, desenlace ou epílogo, a conclusão é a parte da narração em que se resolvem os conflitos (positiva ou negativamente). Fica evidenciada a relação existente entre os diferentes acontecimentos, sendo apresentadas suas consequências. Exemplo de excerto de texto narrativo: “E ele, caminhando devagar sob as acácias, sentia no sombrio silêncio as pancadas desordenadas do seu coração. Subiu os três degraus de pedra – que lhe pareciam já de uma casa estranha. (…) Ali ficou. Melanie, com o xale na mão, veio dizer-lhe que a senhora estava na sala das tapeçarias… Carlos entrou. (…) E correu para ele, arrebatou-lhe as mãos, sem poder falar, soluçando, tremendo toda.” (Os Maias, Eça de Queirós) 2- Texto descritivo O texto descritivo é caracterizado por descrever algo ou alguém detalhadamente, sendo possível ao leitor criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito, de acordo com a descrição efetuada. Descrição essa tanto dos aspectos mais importantes e característicos que generalizam um objeto ou ser, como dos pormenores e detalhes que os diferenciam dos outros. Não é, por norma, um tipo de texto autônomo, encontrando-sepresente em outros textos, como o texto narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração quando há uma pausa no desenrolar dos acontecimentos para caracterizar pormenorizadamente um objeto, um lugar ou uma pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar a atenção do leitor. Estrutura do texto descritivo Introdução: Primeiramente é feita a identificação do ser ou objeto que será descrito, de modo a que o leitor foque sua atenção nesse ser ou objeto. Desenvolvimento: Ocorre então a descrição do objeto ou ser em foco, apresentando seus aspectos mais gerais e mais pormenorizados, havendo caracterizações mais objetivas e outras mais subjetivas. Conclusão: A descrição está concluída quando a caracterização do objeto ou ser estiver terminada. Características do texto descritivo O texto descritivo não se encontra limitado por noções temporais ou relações espaciais, visto descrever algo estático, sem ordem fixa para a realização da descrição. Há uma notória predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, em detrimento de verbos, sendo maioritariamente necessária a utilização de verbos de estado, como ser, estar, parecer, permanecer, ficar, continuar, tornar-se, andar,… O uso de uma linguagem clara e dinâmica, com vocabulário rico e variado, bem como o uso de enumerações e comparações, ou outras figuras de linguagem, servem para melhor apresentar o objeto ou ser em descrição, enriquecendo o texto e tornando-o mais interessante para o leitor. A descrição pode ser mais objetiva, focalizando aspectos físicos, ou mais subjetiva, focalizando aspectos emocionais e psicológicos. Nas melhores descrições, há um equilíbrio entre os dois tipos de descrição, sendo o objeto ou ser descrito apresentado nas suas diversas vertentes. Na descrição de pessoas, há a descrição de aspectos físicos, ou seja, aquilo que pode ser observado e a descrição de aspectos psicológicos e comportamentais, como o caráter, personalidade, humor,…, apreendidos pelo convívio com a pessoa e pela observação de suas atitudes. Na descrição de lugares ocorre tanto a descrição de aspectos físicos, como a descrição do nuceconcursos.com.br . 3 PPOORRTTUUGGUUÊÊSS ambiente social, econômico, político,… Na descrição de objetos, embora predomine a descrição de aspectos físicos, pode ocorrer uma descrição sensorial, que estimule os sentidos do leitor. Tipos de descrição Embora seja possível distinguir tipos de descrição, é essencial que os três tipos estejam presentes numa descrição, de forma a torná-la completa, rica e interessante. Descrição objetiva: • Descrição exata e precisa do objeto ou ser; • Maior aproximação possível da realidade; • Isenta de opiniões e duplos sentidos; • Descrição de aspectos físicos; • Utilização de uma linguagem clara, direta e realista; • Utilização de uma linguagem denotativa; • Descrição que torna o texto mais verídico. Descrição subjetiva: • Confere um cunho pessoal ao objeto ou ser descrito; • Transmissão de um estado de espírito e de sentimento; • Descrição de aspectos emocionais; • Utilização de uma linguagem simbólica e metafórica; • Utilização de uma linguagem conotativa; • Descrição que torna o texto mais interessante. Descrição sensorial (provoca sensações no leitor, explorando diversos sentidos): • Sensações visuais: saia vermelha, mãos enormes, tecido florido, toalha redonda,… • Sensações auditivas: crianças barulhentas, casa silenciosa, ruído ensurdecedor, sibilante som das sílabas,… • Sensações gustativas: resposta amarga, bolo delicioso, prazer agridoce, mar salgado,… • Sensações olfativas: cheiro nauseabundo, aroma agradável, odor fétido e pestilento, roupa perfumada,… • Sensações táteis: chão duro e áspero, seda macia, pele fria, tecido rugoso,… Exemplo de excerto de texto descritivo: “O que surpreendia logo era o pátio, outrora tão lôbrego, nu, latejado de pedregulhos – agora resplandecente, com um pavimento quadrilhado de mármores brancos e vermelhos, plantas decorativas, vasos de Quimper, e dois longos bancos feudais que Carlos trouxera de Espanha, trabalhados em talha, solenes como coros de catedral. Em cima, na antecâmara, revestida como uma tenda de estofos do Oriente, todo o rumor de passos morria: e ornavam-na divãs cobertos de tapetes persas, largos pratos mouriscos com reflexos metálicos de cobre, uma harmonia de tons severos, onde destacava, na brancura imaculada do mármore, uma figura de rapariga friorenta, arrepiando-se, rindo, ao meter o pezinho na água.” (Os Maias, Eça de Queirós) 3- Texto dissertativo (expositivo e argumentativo) A principal finalidade de um texto dissertativo é informar e esclarecer o leitor através da exposição rigorosa e clara de um determinado assunto ou tema. Os textos dissertativos podem ser expositivos ou argumentativos. Um texto dissertativo-expositivo visa apenas expor um ponto de vista, não havendo a necessidade de convencer o leitor. Já o texto dissertativo-argumentativo visa persuadir e convencer o leitor a concordar com a tese defendida. a) Texto dissertativo-expositivo O texto dissertativo-expositivo tem como objetivo informar e esclarecer o leitor através da exposição de um determinado assunto ou tema. Não há a necessidade de convencer o leitor, apenas de expor conhecimentos, ideias e pontos de vista. É essencial que o autor domine totalmente o assunto, uma vez que o rigor na análise do conteúdo de um texto dissertativo-expositivo é elevadíssimo. Por se tratar da transmissão de um conhecimento teórico, devidamente legitimado, não pode haver qualquer tipo de incorreção. Além disso, é importante que o assunto seja exposto de forma clara, pormenorizada e objetiva, de modo a que o texto seja entendido pelo maior número possível de leitores. Este tipo de texto é usado em: livros, aulas e resumos escolares, enciclopédias, textos científicos, verbetes de dicionário, textos para transmissão de conhecimentos em diversos meios de comunicação, como internet, jornais, revistas,… Características do texto dissertativo-expositivo Com o intuito de informar e esclarecer, o texto dissertativo-expositivo é caracterizado por: utilizar uma linguagem clara e objetiva; • ser de fácil compreensão por diversas pessoas; • apresentar muita informação sobre um determinado assunto; • especificar conceitos e definições; • realizar descrições de características; • recorrer a enumerações, comparações e contrastes para clarificar os conceitos. • mostrar exemplos dos assuntos abordados. Estrutura do texto dissertativo-expositivo O texto dissertativo-expositivo pode ser construído através da estrutura textual típica de introdução, desenvolvimento e conclusão. Contudo, mais importante do que seguir uma estrutura rígida, é que haja a exposição de ideias certas e bem organizadas sobre um determinado tema. Introdução: Na introdução é feita a apresentação do tema que será abordado, com possível contextualização num universo mais amplo no qual o tema se encontra inserido. Neste momento, é feita também a definição do objetivo do texto. 4 nuceconcursos.com.br PPOORRTTUUGGUUÊÊSS Desenvolvimento: No desenvolvimento é feita uma explicação pormenorizada, clara e objetiva do tema, havendo uma exploração de todas as suas vertentes e de todos os aspectos principais e secundários relativos ao mesmo. Conclusão: Na conclusão ocorre a reafirmação do tema, sendo feita a síntese dos conteúdos abordados. Pode haver uma tomada de posição do autor relativamente ao assunto tratado. Exemplo de texto dissertativo-expositivo: “Locução adjetiva é um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, atuam como um adjetivo, caracterizando um substantivo. A maior parte das locuções adjetivas é formadapela preposição de mais um substantivo. Há, no entanto, locuções adjetivas formadas por advérbios e pelas preposições sem, com, em,… Algumas locuções adjetivas se encontram diretamente relacionadas com um adjetivo, outras não. Assim, em alguns casos é possível a substituição da locução adjetiva por um adjetivo, em outros não. A utilização de locuções adjetivas permite uma maior diversidade vocabular e enriquecimento textual. Exemplos: Qual é o seu escalão de idade? (locução adjetiva) b) Texto dissertativo-argumentativo O texto dissertativo-argumentativo tem como objetivo persuadir e convencer, ou seja, levar o leitor a concordar com a tese defendida. É expressa uma opinião crítica acerca de um assunto, sendo defendida uma tese sobre esse assunto através de uma argumentação clara e objetiva, fundamentada em fatos verídicos e dados concretos. Estrutura do texto dissertativo-argumentativo A apresentação e defesa da tese desenvolvem-se através da estrutura textual típica de introdução, desenvolvimento e conclusão. Introdução Na introdução ocorre a apresentação de um assunto e de uma tese que será defendida sobre esse assunto. Assim, após a identificação de um problema num determinado assunto, é apresentada a tese de forma clara e objetiva, sendo essencial que esta esteja bem definida e delimitada. A reflexão crítica sobre a tese e sua argumentação serão feitas no desenvolvimento do texto. Desenvolvimento No desenvolvimento ocorre a apresentação e a exploração dos diversos argumentos que suportam a tese. Podem ser apresentados através do reconhecimento das causas e consequências do problema, da identificação de seus aspectos positivos e negativos ou da contra-argumentação de uma tese contrária. Pode haver um foco no argumento justificando a tese ou um foco na tese que ocorre por um determinado argumento. O que importa é que se utilize uma linguagem coerente, objetiva e precisa. A apresentação dos argumentos deve seguir uma sequência lógica. Pode haver um argumento principal e argumentos auxiliares ou vários argumentos fortes. O mais importante é que estes sejam objetivos e detalhados e que haja conexão entre eles. Os diversos argumentos deverão ser sustentados com exemplos e provas que os validem, tornando-os indiscutíveis, como: • fatos comprovados; • conhecimentos consensuais; • dados estatísticos; • pesquisas e estudos; • citações de autores renomados; • depoimentos de personalidades renomadas; • alusões históricas; • fatores sociais, culturais e econômicos. Estas estratégias argumentativas validam os argumentos, dotando-os de autoridade, consenso, lógica, competência e veridicidade. Assim, os leitores não só refletem sobre estes, como ficam obrigados a concordar com os argumentos, sem hipótese de os rebater. Além disso, diversos recursos de linguagem podem ser usados para captar a atenção do leitor e convencê-lo da correção da tese, como a utilização de uma linguagem formal, de perguntas retóricas, de repetições, de ironia, de exclamações,… Conclusão Na conclusão há a retoma e reafirmação da tese inicial, já defendida pelos diversos argumentos apresentados no desenvolvimento. Pode ocorrer a apresentação de soluções viáveis ou de propostas de intervenção. A conclusão aparece como um desfecho natural e inevitável visto o pensamento do leitor já ter sido direcionado para a mesma durante a apresentação dos argumentos. Exemplo de texto dissertativo-argumentativo: “Não é de hoje que a sociedade brasileira sofre com os tormentos ocasionados pela disseminação da violência. Esse fato estarrecedor gera debates e mais debates, na tentativa de sanar, ou ao menos coibir, os sérios impactos sociais que as ações violentas representam para a coletividade. Para esse fim, seria a redução da maioridade penal um componente de primeira grandeza? Constata-se que o envolvimento de jovens infratores em graves delitos pode não ser uma exclusividade dos tempos modernos; no entanto, é inegável o aumento de casos envolvendo crianças e adolescentes em situações deploráveis, como furtos, roubos e, em muitos contextos, homicídios. Com esse cenário, parece irrefutável a tese que defende o declínio de dois anos nas contas da maioridade penal. Para os mais inconformados com a realidade, aqueles tomados pelo afã do “justiceiro nuceconcursos.com.br . 5 PPOORRTTUUGGUUÊÊSS implacável”, não parecem existir outras saídas. Todavia, nem sempre o que se revela aparentemente óbvio o é. Há fatores envolvidos nas estatísticas da criminalidade covardemente camuflados por alguns setores governamentais, bem como por áreas específicas da sociedade civil. Se reduzir a idade mínima penal tivesse consequências positivas imediatas para a diminuição dos índices criminais, essa certamente já seria uma medida adotada por todas as nações. Fatores bem mais importantes como priorização efetiva dos investimentos em educação e cultura, bem como distribuição de emprego e renda, inserindo o jovem no universo acadêmico ou técnico, indubitavelmente aplacariam com mais rapidez e eficácia os deploráveis números. A participação de menores infratores em crimes hediondos não deve ser ignorada, é inegável; diminuir a idade base para a criminalização de seus atos pode ser uma saída, mas necessita, ainda, de discussões e argumentos mais convincentes. De concreto, fica a certeza de que só um programa capaz de incluir crianças, adolescentes e jovens nos interesses mais prioritários do país terá a força suficiente para contornar quadro tão desfavorável.” (Prof. Eduardo Sampaio) 4- Texto explicativo (injuntivo e prescritivo) A principal finalidade de um texto explicativo é instruir o leitor acerca de um procedimento. Fornece uma informação que condiciona a conduta do leitor, incitando-o a agir. Os textos explicativos podem ser injuntivos ou prescritivos. Os textos explicativos injuntivos possibilitam alguma liberdade de atuação ao leitor, enquanto os textos explicativos prescritivos exigem que o leitor proceda de uma determinada forma. Exemplos de texto explicativo injuntivo: • receitas culinárias; • manuais de instruções; • bula de remédio; • ... Exemplos de texto explicativo prescritivo: • leis; • cláusulas contratuais; • edital de concursos públicos; • ... 5- TEXTO DIALOGAL O texto dialogal é baseado na construção de um diálogo e, portanto, necessita de, no mínimo, dois interlocutores, criando uma espécie de texto “cogerido”, construído à base da integração de turnos entre esses interlocutores. Evidentemente, cada sentença de um enunciador relaciona-se com aquilo que seu interlocutor enunciou e vice-versa, fazendo, assim, com que a trama do texto estabeleça-se por meio do diálogo que vai sendo construído, uma vez que esses interlocutores concordam, discordam, concluem, generalizam, particularizam, justificam, exemplificam etc. É uma tipologia que se percebe em diversos textos, como as entrevistas jornalísticas, os debates, as reuniões de trabalho, conversas telefônicas, bate-papos em aplicativos e sites de mensagens diretas etc. PROCESSOS DE ARGUMENTAÇÃO • Estratégicas Argumentativas a) Modalizadores Argumentativos O QUE É MODALIZAÇÃO? A modalização é um conceito advindo da ciência linguística para definir os mecanismos discursivos que apresentam a função de manifestar o posicionamento do enunciador em relação àquilo que é dito. Por não ser uma categoria estrutural da gramática, é bastante complexo realizar uma classificação das modalidades na língua, cabendo seu entendimento à própria área da compreensão textual e mesmo da análise do discurso. De forma geral, um modalizador é um elemento gramatical ou lexical – palavra ou expressão – por meio do qual o enunciador revela alguma atitude relativo aoconteúdo daquilo que ele mesmo enuncia. Assim, mesmo de forma encoberta, o enunciador deixa seus posicionamentos subentendidos ou sugeridos, de forma a influenciar o coenunciador a compreender o enunciado sob um determinado aspecto que lhe é dissimuladamente proposto. Em todo ato de comunicação, podem-se fazer presentes mediações diversas, oriundas das intenções com as quais um discurso é imaginado, produzido e realizado. Seja evidenciar uma certeza, uma dúvida, a obrigatoriedade ou a proibição, uma possibilidade, algum sentimento, entre outros. Para a linguística a própria língua guarda características argumentativas, na medida em quem, por meio dela interagindo escrita ou oralmente, os falantes reproduzem entendimentos, atitudes e argumentos. Os elementos modalizadores, portanto, são utilizados como um indicativo da própria existência de um discurso argumentativo, ao transparecer o ponto de vista apresentado pelo enunciador da maneira como ele buscou a elaboração de seu discurso. Entre as inúmeras possibilidades intencionais que podem ser expressas na comunicação, destaca-se que, no geral, os recursos gramaticais utilizados para expressá-los não é tão extenso quanto as alternativas de significação. A função modalizadora manifesta-se principalmente por meio de advérbios – quando indicativos acerca do acolhimento do enunciado em sua totalidade ou parcialidade por parte do enunciador; do uso de modos verbais, de forma a indicar se o enunciado expressa um acontecimento ou uma 6 nuceconcursos.com.br PPOORRTTUUGGUUÊÊSS vontade; do emprego de verbos auxiliares que acrescentam noções circunstanciais que podem apontar necessidades ou possibilidades; do uso de estruturas subordinativas, como orações principais em que seus verbos constitutivos possam expressar modalidade; ou do uso de adjetivos, cuja escolha pode revelar opinião ou posicionamento. Pode-se afirmar, sem margem para dúvidas, que não existe possibilidade de comunicação sem que haja modalização (que, inclusive pode manifestar-se pela entoação da voz na fala) explícita ou implícita, uma vez que sempre haverá intencionalidade nos discursos que são produzidos. Assim, sem esgotar as possibilidades significativas, pode-se enumerar algumas possibilidades modalizadoras, como a seguir: ▪ Asseverativos Aqueles que conferem certeza a um discurso, podendo ser afirmativos (evidentemente, certamente, claro, sem dúvida, lógico; ou negativos como a polarização de termos pelo uso do “não” ou expressões como “de jeito nenhum”, “de forma alguma”, entre outros. ▪ Dubtáveis Aqueles que colocam um discurso em dúvida, estabelecem que um enunciado está sujeito à desconfiança, à incerteza ou à imprecisão. Exemplos: talvez, possivelmente, é provável etc. ▪ Delimitadores Aqueles que estabelecem uma restrição ou um limite ao entendimento do alcance de conceitos ou do discurso. Exemplos: quase, tipo de, espécie de, linguisticamente, matematicamente, geograficamente etc. ▪ Deontológicos Aqueles que indicam obrigatoriedades, proibições e permissões. Exemplos: necessariamente, obrigatoriamente, não deve fazer, deve apresentar etc. ▪ Afetivos Apresentam as emoções do enunciador diante do conteúdo do discurso, bem como posicionamentos de princípio ou predileções. Esses modalizadores podem ser subjetivos, quando marcam a reação do enunciador diante do que é exposto (infelizmente, curiosamente, espantosamente etc.) ou intersubjetivos, quando incluem na sensação emotiva a relação com o coenunciador, seja pela aceitação, pela colaboração ou pela rejeição (sinceramente, francamente, lamentavelmente etc.) b) Exemplificação (fato-exemplo) Exemplificar é apresentar um fato ou cenário que confirma uma tese ou demonstra uma verdade. “Certos comportamentos humanos não podem ser tolerados e, por isso, precisam ser constantemente relembrados para que não se repitam, como o massacre dos judeus pelos nazistas.” Obs.: Não confunda explicação X explicitação X exemplificação. A explicação é a ação de fazer entender algo já apresentado; a explicitação é a ação de revelar algo, torná-lo conhecido; a exemplificação é a ação de ilustrar, representar ou confirmar aquilo de que se está falando. c) Enumeração Enumerar é fazer uma lista especificada, uma relação metódica de algo; normalmente há gradação em uma enumeração. “O Brasil, se quiser deixar de ser um país em desenvolvimento e se tornar um país desenvolvido, precisará urgentemente de algumas mudanças: investimento em educação, saúde, segurança, saneamento básico, emprego, etc” d) Fato histórico “Tendenciosamente, a religião, principalmente a católica, sempre esteve envolvida com a política. No golpe militar de 64, a Igreja esteve ao lado dos militares. Só após os seus terem sido perseguidos e torturados passou a reagir e a lutar em defesa de seus membros.” e) Comparação Comparar é confrontar elementos, identificando pontos de analogia ou de similaridade entre si, numa relação de igualdade, superioridade ou inferioridade. “Não há dúvidas de que os eventos esportivos nos países em desenvolvimento os ajudam a modificar seu cenário econômico e social. Assim como a África do Sul se beneficiou com o aumento de emprego e com o investimento em transporte, o mesmo ocorrerá no Brasil.” f) Contraposição Contrapor significa confrontar, pondo lado a lado certos elementos. “Segundo uma enquete realizada pela BVA para o vespertino Le Parisien, 58% dos franceses são favoráveis ao casamento homossexual, ante 63% no ano passado. Por outro lado, 50% entre eles não são contrários à adoção homoparental, ante 56% no ano passado.” (Gianni Carta; 06/11/2012) g) Dados estatísticos “O Vox Populi fez recentemente uma pesquisa de âmbito nacional. Deu o esperado: 48% dos entrevistados disseram simpatizar com algum partido. Mas 80% desses se restringiram a apenas três: PT (com 28% das respostas), PMDB (com 6%) e PSDB (com 5%). Olhado desse modo, o sistema é, portanto, bem menos heterogêneo, pois os restantes 26 partidos dividem os 20% que sobram.” (Marcos Coimbra; 30/05/2012) h) Definição Definir é retratar, descrever, explicar algo em sua natureza; é mostrar o significado de algo. A definição pode ser objetiva ou subjetiva. “Segundo Barbosa Filho, ‘O amor é um sentimento sublime, que supera os problemas e diferenças, resiste ao tempo e se fortalece com a distância’. É a partir desse sentimento que muitas pessoas entregam suas vidas a favor de outras.” nuceconcursos.com.br . 7 PPOORRTTUUGGUUÊÊSS i) Testemunho de autoridade Uma autoridade pode ser uma pessoa ou, até mesmo, uma instituição. Desde que goze de prestígio social, tal recurso é muito relevante na argumentação. “Deve-se ressaltar a importância da transparência nos governos para aprimorar a governança e a gestão. Tal afirmação foi, inclusive, sublinhada pela ex-presidenta Dilma Roussef : ‘Quanto maior a transparência, maior a possibilidade de que o dinheiro público se destine ao que são os programas necessários.’” j) Contra-argumentação Contra-argumentar é apresentar argumento em contrário. Ou seja, expõe-se uma ideia para depois refutá-la (negando-a ou reduzindo sua importância) a fim de mostrar que a tese defendida (a contra- argumentação) é melhor que a refutada. “Muito se diz sobre o cigarro de maconha ser prejudicial à saúde (tese refutada), no entanto é importante que se saiba que a erva tem ajudado pessoas com câncer a suportar a dor, pessoas com AIDS a se alimentar melhor, pessoas com esclerose múltipla a ter seus sintomas aliviados, etc. (tese defendida)” k) Pergunta retórica A pergunta retórica é aquela que não exige uma resposta imediata, pois seu objetivo é provocar a reflexão. Muitas vezes a resposta à pergunta retórica vemembutida. “Em vista da pacificação das favelas do Rio de Janeiro, a força militar vem sendo muito elogiada por sua precisão e competência. Precisamos realmente de uma nova ação militar para restaurar a paz nas comunidades ou agora é o momento de levar cultura a elas?” A primeira parte da pergunta traz um “não” como resposta embutida, afinal, já houve pacificação. A segunda parte da pergunta é o foco, o próximo passo a ser dado a fim de trazer mais um elemento positivo a esses grupos sociais, a cultura. Percebeu que a pergunta levou a uma reflexão? TEMA, IDEIA CENTRAL E IDEIAS SECUNDÁRIAS Como identificar tema, ideia central e ideias secundárias de um texto Identificando o tema de um texto O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferentes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo significativo, que é o texto. Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre o assunto que será tratado no texto. Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura porque achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, dependendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, sexualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente infinitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essencial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos estudos? Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto: reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir? CACHORROS Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa amizade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que, se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o outro e a parceria deu certo. Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o possível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o texto vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos 8 nuceconcursos.com.br PPOORRTTUUGGUUÊÊSS cães, a associação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. As informações que se relacionam com o tema chamamos de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unidade de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi capaz de identificar o tema do texto! INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS DE UM TEXTO Muitos candidatos ao SSA se perguntam como melhorar sua capacidade de interpretação dos textos. Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é formado por informações explícitas e implícitas. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas entrelinhas. Por exemplo, observe este enunciado: - Patrícia parou de tomar refrigerante. A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A informação implícita é “Patrícia tomava refrigerante antes”. Agora, veja este outro exemplo: -Felizmente, Patrícia parou de tomar refrigerante. A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A palavra “felizmente” indica que o falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação implícita. Com esses exemplos, mostramos como podemos inferir informações a partir de um texto. Fazer uma inferência significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. Nos vestibulares, fazer inferências é uma habilidade fundamental para a interpretação adequada dos textos e dos enunciados. A seguir, veremos dois tipos de informações que podem ser inferidas: as pressupostas e as subentendidas. A) PRESSUPOSTOS Segundo Platão e Fiorin, pressupostos “são ideias não expressas de maneira explícita, que decorrem logicamente do sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase”. Trocando em miúdos: algumas palavras dentro da frase “carregam” informações implícitas. Observe estas duas frases e os comentários acerca delas: A população, manipulada, supõe que o país vai progredir com o novo presidente. Note que o verbo supor indica que o sujeito (A população) considera verdadeiro o conteúdo do objeto direto (o país vai progredir com o novo presidente). No entanto, podemos facilmente pressupor (informação implícita) que o autor dessa declaração não se inclui entre “A população”, ou seja, ele não supõe que o país vai progredir com o novo presidente Há milhares de elementos linguísticos que servem de marcadores de pressupostos, mas, para facilitar a sua vida no assunto, vejamos os mais frequentes, segundo Platão e Fiorin: 1) Certos adjetivos e certos numerais – O Chevette foi meu primeiro carro. Pressuposto: Já teve outros carros depois desse. – A loja foi vítima de novos furtos. Pressuposto: Já havia sido furtada antes. – O Vasco é o último colocado na tabela. Pressuposto: Há outros times à frente dele. – As microempresas não recebem crédito dos bancos para cobrir seus constantes déficits. Pressuposto: As microempresas nunca têm lucro. 2) Certos advérbios – Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós. Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado ou os resultados vão chegar mais tarde. – O prefeito está menos popular. Pressuposto: O prefeito antes era mais popular. – Como Paulo atravessou o rio? Pressuposto: Paulo atravessou o rio. 4) Certas formas verbais que indicam mudança ou permanência de estado Conheça: permanecer, continuar, tornar-se, virar, vir a ser, ficar, passar (a), deixar (de),parar (de), começar (a), principiar (a), converter-se, transformar-se, ganhar, perder... – Dengue vira risco de epidemia em SP. Pressuposto: A dengue não era risco de epidemia anteriormente. – João parou de bater na esposa. Pressuposto: João é casado e batia na esposa. – A corrupção no Brasil continua efervescente. Pressuposto: A corrupção no Brasil já era efervescente anteriormente. 5) Certos verbos que indicam um ponto de vista sobre um fato Conheça: pretender, supor, alegar, presumir, imaginar.. . – Os jornalistas imaginam que nada do que fazem e dizem terá consequências. Pressuposto: Para os jornalistas, o conteúdo do nuceconcursos.com.br. 9 PPOORRTTUUGGUUÊÊSS complemento de imaginar é verdadeiro, mas, para o autor da declaração, é falso. 6) Orações adjetivas (explicativas e restritivas) – “Os índios brasileiros, que abandonaram suas tradições, estão em fase de extinção.” Pressuposto: Todos os índios brasileiros abandonaram suas tradições e, por isso, estão em fase de extinção. – “Os índios brasileiros que abandonaram suas tradições estão em fase de extinção.” Pressuposto: Somente alguns índios brasileiros abandonaram suas tradições, e, por isso, nem todos estão em fase de extinção. Obs.: O mesmo vale para os adjetivos; nesse caso, a pontuação muda o sentido: “O brasileiro, orgulhoso, se considera feliz.” (Pressuposto: Todo brasileiro é orgulhoso.) / “O brasileiro orgulhoso se considera feliz.” (Pressuposto: Nem todo brasileiro é orgulhoso.) 7) Certas conjunções e preposições – “Quando entrarmos em contato com seres inteligentes de outros planetas, os presumíveis mistérios acerca de sua existência serão esclarecidos.” Pressuposto: Nunca houve contato com extraterrestres ou ainda vai haver contato com extraterrestres. – Apesar de ser homem, é muito inteligente. Pressuposto: homem não é inteligente. – “Os acidentados foram socorridos num pronto- socorro do INSS, mas saíram de lá sãos e salvos.” Pressuposto: Os que saem do INSS não saem sãos e salvos. Crítica feroz ao INSS. B) SUBENTENDIDOS Os subentendidos são mensagens implícitas deduzidas subjetivamente pelo interlocutor. Justamente por essa ideia de dedução, os subentendidos de uma declaração podem não ser verdadeiros. Vejamos três exemplos de subentendido, o qual normalmente surge em contextos sociais: Ana – Vamos ao cinema? Carlos – Mas está chovendo... Possível subentendido: Carlos sugere que não quer ir ao cinema. Amigo do Mário – É da casa do Mário? Mãe do Mário – Ele teve de sair, mas já volta. Possível subentendido: A mãe do Mário entende que o amigo do filho queria falar com ele. Marido – Está muito frio lá fora! Esposa – Tudo bem, eu já vou fechar a janela. Possível subentendido: A esposa entende que o marido fez um pedido. Para finalizar, segundo Platão e Fiorin, uma informação importante: “Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma afirmação. Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem fogo?, acharia muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendesse o cigarro. Na verdade, por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me o cigarro por favor.”. Coesão e coerência textual Coerência e coesão textual: conceitos importantes que garantem melhor compreensão de texto e melhor escrita de redação de qualquer área. Coesão e coerência textual são dois elementos que fazem com que um texto cumpra sua função comunicacional. E isso serve para todos os tipos de produção textual, seja uma dissertação, um e-mail, uma poesia ou uma carta. Apesar de trabalharem juntas, elas não são a mesma coisa. Ao longo do assunto, vamos mostrar com mais precisão suas diferenças e suas complementariedades. De modo simples, a coesão é o uso de estruturas gramaticais que garantem a linearidade do texto, facilitam a leitura e constroem um sentido interno ao texto. Sem o domínio dos elementos de coesão, o texto não estará harmônico para ser bem compreendido pelo leitor. Para tal, o escritor vai precisar usar os chamados elementos de referência que podem ser: ✓ Endofóricos ✓ Exofóricos. Entenda: 1. Elementos endofóricos Estes são os elementos responsáveis pela ligação entre tudo que está dentro do texto. Eles são divididos em: anafóricos (quando se referem a um termo já citado) e catafóricos (quando se referem a um termo posterior). Observe o exemplo: • Rex e Lulu são animais de estimação. Eles foram adotados por Júlia e agora ambos vivem no apartamento dela. O pronome “eles” se refere à Rex e Lulu, é um elemento anafórico, porque o nome dos dois já havia sido mencionado, da mesma forma que o pronome “ambos”. • Ela encantava a todos com seus movimentos precisos e delicados, a dançarina mascarada. O pronome “ela” aparece antes da informação de quem faz movimentos precisos e delicados, ou seja, a dançarina mascarada. Por isso, tem uma função catafórica. 2. Elementos exofóricos Estes elementos são aqueles que apontam para fora do texto, que precisam ser contextualizados — a apenas por meio do contexto é possível aferir de quem ou do que se fala. https://www.concursosnobrasil.com.br/escola/portugues/elementos-de-coesao.html 10 nuceconcursos.com.br PPOORRTTUUGGUUÊÊSS Para esta função, são bastante utilizados os pronomes demonstrativos veja os exemplos: • Naquela parede nós colocaremos um quadro. • Esta blusa é mais bonita que aquela. Mecanismos de coesão textual Além de entender a importância da coesão e como ela influencia na coerência, é necessário conhecer os recursos e tipos de coesão textual. Alguns recursos essenciais que promovem a harmonia dos elementos do texto são: • Ordenação correta das palavras nos períodos; • Utilização correta das flexões nominais, como a flexão de gênero e número; • Uso adequado das flexões verbais, como a flexão de: número, pessoa, modo e tempo; • Uso correto das preposições e conjunções. De modo geral, toda palavra que tem função de conectivo pode ser considerada como um elemento de coesão que compõem esses recursos essenciais alguns deles são: conjunções que são responsáveis por organizar ideias opostas ou complementares; pronomes que retomam partes anteriores ou que serão mencionadas a seguir e advérbios. Exemplos: • Maria saiu de casa para ir ao supermercado, mas (conjunção) estava chovendo, então (conjunção conclusiva) retornou ao seu (pronome) quarto para (locução prepositiva de finalidade) pegar o guarda-chuva, o qual (pronome relativo) estava na gaveta. Percebeu a variedade de conectivos que um período pode ter? Elas são responsáveis por estabelecer as inter-relações entre os termos, frases, orações e parágrafos. Ampliar seu vocabulário e memorizar os principais conectivos evita a repetição de alguns elementos, o que tornaria seu texto repetitivo. Veja a tabela a seguir com os principais conectivos, também chamados de palavras de transição. Conectivos Exemplos Prioridade, relevância em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori, a posteriori Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade) então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem bem Semelhança, comparação, conformidade igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como Condição, hipótese se, caso, eventualmente, desde que, ainda que Adição, continuação além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro lado, também, e, nem, não só … mas também, não só… como também, não apenas … como também, não só … bem como, com, ou (quando não for excludente) https://www.concursosnobrasil.com.br/escola/portugues/conjuncao.html https://www.concursosnobrasil.com.br/escola/portugues/pronomes.htmlhttps://www.concursosnobrasil.com.br/escola/portugues/classes-de-palavras-adverbio.html https://www.concursosnobrasil.com.br/escola/portugues/conectivos-para-redacao.html nuceconcursos.com.br . 11 PPOORRTTUUGGUUÊÊSS Conectivos Exemplos Dúvida talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que Certeza, ênfase de certo, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza Surpresa, imprevisto inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente Ilustração, esclarecimento por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás Propósito, intenção, finalidade com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para, como Lugar, proximidade, distância perto de, próximo a/ de, junto a/ de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a Resumo, recapitulação, conclusão em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo Causa e consequência. Explicação por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, na medida em que, em virtude de, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) … que, porque, porquanto, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista, pois (anteposto ao verbo) Contraste, oposição, restrição, ressalva pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto Ressalva: embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que Ideias alternativas Ou, ou… ou, quer… quer, ora… ora, seja… seja, já… já, nem… nem Proporcionalidade à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos Agora que conhecemos alguns recursos que podem ser usados para assegurar a harmonia entre as partes do texto, vamos conhecer os tipos de mecanismos de coesão textual, eles são classificados em cinco tipos: 1. Referencial; 2. Por substituição; 3. Por elipse; 4. Por conjunção; 5. Lexical. 1. Coesão por referência Este tipo de coesão textual é usado para evitar a repetição dos termos dentro do que está sendo escrito. Dessa forma, ela “faz referência”, ou seja, aponta para outros elementos que já foram citados no texto e para acrescentar novas informações sobre algo que já foi mencionado. Exemplo: • Leonardo da Vinci e Michelangelo são artistas. Eles são uns dos nomes mais famosos da história da arte. A coesão por referência pode ser elaborada por meio de três modos básicos: • Pessoal: Júlia e Alice eram amigas desde a infância. Mas elas não sabiam que isso estava prestes a mudar. O pronome "elas" faz referência aos termos anteriores "Júlia" e "Alice". (referência pessoal anafórica); 12 nuceconcursos.com.br PPOORRTTUUGGUUÊÊSS • Demonstrativa: A dor é parte da vida, esse é um fato que não se pode escapar. A palavra "esse" faz referência à informação dada anteriormente. (referência demonstrativa anafórica); • Comparativa: O resultado de 2+2 é o mesmo que 1+3. O conectivo "mesmo" faz referência a uma equivalência ou igualdade em uma comparação entre os termos "2+2" e "1+3". (referência comparativa endofórica). 2. Coesão por substituição A coesão substituição é realizada quando usamos um termo no lugar de outro que tenha o mesmo valor que facilita a construção da coesão e impede a repetição dos termos ao longo do texto. Pode ser feito por meio da relação entre nomes, como mostramos no item anterior, como referência pessoal anafórica, mas também pode ser: • Verbal: Lorraine estudou para o vestibular. Jonas fez o mesmo. A ação de “estudar” é realizada por ambas as pessoas, contudo, na segunda oração, o verbo “fazer” é utilizado como substituto do verbo “estudar”; • Frasal: Eduardo tem duas irmãs. Marcos também. O termo "também" substitui "tem duas irmãs”. 3. Coesão por elipse Esse tipo de coesão se trata de figura sintática que é usada com o propósito de evitar a repetição de um termo (anafórico). Diferentemente da substituição, o termo da elipse é suprimido sem que o sentido da frase ou período se perca. A elipse pode ser pessoal, verbal ou frasal. • Pessoal: Gabriel perdeu as chaves da casa e ficou preocupado. Gabriel perdeu as chaves de casa e (ele) ficou preocupado. Foi feita a elipse do pronome pessoal "ele"; • Verbal: Adriana foi para Miami e depois para Nova York. Adriana foi para Miami e depois (foi) para Nova York. Ocorreu a elipse do verbo "ir"; • Frasal: Na Páscoa a demanda por chocolates é grande e no Dia dos Namorados também. Na Páscoa a demanda por chocolates é grande e no Dia dos Namorados (a demanda por chocolates é grande) também. Pode-se observar a elipse da frase " a demanda por chocolates é grande ". 4. Coesão por conjunção No caso das conjunções sua função é conectar e estabelecer relações entre orações ou palavras, mantendo a conexão entre as partes do texto e, portanto, é um elemento de coesão. Dos vários tipos de conjunções existentes, podemos dividi-los em dois grupos: • Conjunções coordenativas: aditivas, adversativas, causais, temporais e continuativas. Exemplos: Mariana é uma pessoa forte e honesta. (aditiva); Tudo vale a pena, se a alma não é pequena – Fernando Pessoa. (adversativa); • Conjunções subordinativas: integrantes, causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutiva, temporais, finais e proporcionais. Exemplos: Se você não for, eu não vou. (condicional); Tão logo cheguei em casa, começou a chover. (temporal) 5. Coesão lexical Por fim, a coesão lexical que se trata da repetição (reiteração) ou substituição de um termo por outro que tenha sentido semelhante. Para ter este efeito são usados estes recursos: • Reiteração: consiste na repetição do mesmo vocábulo ou na substituição por outro de mesmo valor semântico. Exemplo: Imaginar que o racismo no Brasil não existe é não querer aceitar a realidade dos fatos. Trata- se, na verdade, do pior tipo de racismo, além de perverso, pois não se manifesta muito abertamente. • Substituição lexical: consiste na substituição de uma unidade lexical por outra que, com ela, mantém a mesma ideia de sentido. Pode ocorrer por meio de: • Pronomes: O Papa Francisco foi nomeado em 2013. Vossa Santidade se tornou muito popular por meio das redes sociais. (O pronome de tratamento substitui o nome do líder da Igreja Católica); • Sinônimos: se trata da substituição de um vocábulo por outro de mesmo sentido Exemplo: Houve época, nas tradições hebraicas, em que se associava a figura do juiz à do criador do universo, quando o magistrado obrava, fosse por uma hora, com inteireza sua sentença. (magistrado sinônimo de juiz); • Quase Sinônimo: é realizado por meio da substituição de um vocábulo por outro que, embora não possua o mesmo sentido, de acordo com o contexto retoma o vocábulo anterior. Exemplo: Os jornalistas protestaram após a decisão do STF quanto à não necessidade de diploma para o exercício da profissão. Segundo o sindicado da categoria, essa decisão é afronta à prática de um jornalismo profissional e eficiente. (Categoria substitui jornalista, que nesse contexto tem um valor de sinônimo); • Hiperônimo e Hipônimo: trata-se da relação que existe entre um vocábulo de sentido genérico (hiperônimo) e outro de sentido específico (hipônimo). Exemplo: De todos os répteis,o mais violento é, sem dúvidas, o jacaré. (A palavra jacaré é hipônima de répteis e répteis é o hiperônimo de jacaré). nuceconcursos.com.br . 13 PPOORRTTUUGGUUÊÊSS O que é coerência? O objetivo da coerência é preservar o sentido (nexo) do texto e assegurar que a intenção do escritor possa ser recebida e compreendida pelo leitor. Ou seja, a coerência diz respeito à visão total do texto, ao contrário da coesão que trata da estrutura interna dos elementos que compõem o texto. Para que esse objetivo seja alcançado, o escritor precisa garantir que estejam presentes no seu texto critérios (lógicos) que vão dar sentido a ele em relação ao mundo (externo ao texto). O sentido de um texto e a coerência estão relacionados aos conhecimentos prévios (anteriores a leitura) que eles ativam. Princípios da coerência textual Neste momento vamos apresentar os principais conceitos da coerência textual e como eles são podem ser empregados nas frases. 1. Princípio da não contradição: O texto não deve possuir contradições de ideias internas entre diferentes partes dele. • Coerência correta: Ele só compra leite de soja pois é intolerante à lactose. • Erro de coerência: Ele só compra leite de vaca pois é intolerante à lactose. • Justificativa: A segunda frase apresenta erro de incoerência (não faz sentido), porque quem é intolerante à lactose não pode consumir leite de vaca. 2. Princípio da não tautologia: Mesmo que sejam usadas palavras diferentes, o texto e as ideias dentro dele não devem se repetir. A repetição pode comprometer a compreensão da mensagem do texto e causar redundância (tautologia). • Coerência correta: Visitei a Torre Eiffel há um ano. • Erro de coerência: Visitei a Torre Eiffel há um ano atrás. • Justificativa: o uso do verbo haver na sua forma "há" já indica que esta é uma ação que ocorreu no passado. Então ao colocar a palavra "atrás", que também indica que a ação ocorreu no passado, não acrescenta nenhum valor e apenas faz com que ela se torne repetitiva. 3. Princípio da relevância: a organização do texto deve seguir uma sequência lógica de eventos relacionados entre si, as ideias não devem ser fragmentadas e necessárias ao sentido da mensagem. Caso a ordem das ideias esteja incorreta, mesmo que isoladamente elas apresentem sentido, o entendimento do texto como um todo é comprometido. • Coerência correta: O dia estava muito frio, nevava muito. Então o homem decidiu usar seu casaco marrom para ir ao trabalho. • Erro de coerência: O dia estava muito frio, nevava muito. Então o homem decidiu usar uma roupa de praia para ir ao trabalho. • Justificativa: Note que, embora as frases façam sentido isoladamente, a ordem de apresentação da informação torna a mensagem confusa. Uma vez que está nevando muito, usar uma roupa de praia na rua é um risco para a saúde do nosso personagem. 4. Continuidade temática: Esse conceito é importante para assegurar que o texto mantenha a sequência dentro de um mesmo assunto. Quando este conceito não é respeitado, a pessoa que lê a mensagem fica com a sensação de que o assunto foi mudado repentinamente. • Coerência correta: Meu hobby nos finais de semana é cuidar do jardim, gosto de plantar flores, rosas e pequenos arbustos. Ainda pretendo investir no cultivo de hortaliças. • Erro de coerência: Meu hobby nos finais de semana é cuidar do jardim, gosto de plantar flores, rosas e pequenos arbustos. Mas ainda pretendo investir na bolsa de valores. • Justificativa: Repare que no segundo exemplo, o narrador acaba fazendo uma mudança súbita de assunto, apesar do uso adequado do sentido de investir, o tema a que ele se refere nada tem a ver com o que estava sendo dito anteriormente. 5. Progressão semântica: o cumprimento desse conceito garante a inserção de novas informações no texto, dando seguimento no assunto e finalizando a proposta comunicativa. Quando isso é aplicado, a leitura pode se tornar longa e arrastada e que nunca alcança seu objetivo final. • Coerência correta: Os amigos estavam passeando pela mata e decidiram parar um pouco para recuperar o fôlego. Durante o repouso ouviram um barulho, como passadas se aproximando delas, de repente foram surpreendidos por um animal selvagem. • Erro de coerência: Os amigos estavam passeando pela mata e decidiram parar um pouco para recuperar o fôlego. Durante o repouso ouviram um barulho, como passadas se aproximando deles, a cada nova respiração, o barulho se aproximava mais um pouco e mais um pouco. Aumentando o suspense no ar, os corações acelerados, o corpo tenso... • Justificativa: Apesar das frases fazerem sentido e respeitarem uma sequência narrativa lógica, a segunda prolonga demais os detalhes da cena que acabam por atrapalhar o leitor a acompanhar a história e o desfecho é embromado. Recomendações: como criar coerência textual? A partir do que aprendemos sobre os princípios que precisam ser respeitados para garantir a coerência do 14 nuceconcursos.com.br PPOORRTTUUGGUUÊÊSS texto. Outros elementos que podem te ajudar a garantir que a mensagem do texto seja compreensível. Antes de fazer um texto, procure estruturar previamente a ideia principal e as ideias secundárias nas quais o conteúdo estará baseado. Durante o processo de produção, escreva de forma simples, objetiva e concisa, definindo uma linha de raciocínio e pensamento lógico, cruzando ideias e fatos de forma harmônica. Além disso, distribua as informações importantes do texto sem deixar de enfatizá-las, exponha informações suficientes sobre o assunto e prove que tem domínio do assunto que está sendo apresentado. O que deve ser evitado na coerência textual é o uso de palavras desnecessárias e repetitivas, ideias redundantes e contraditórias, informações e fatos isolados que não encadeiam com as ideias apresentadas anterior e posteriormente. Também é recomendado que se evite o uso de frases muitos longas ou frases prontas, como clichês, jargões e estrangeirismos. Em suma, tenha cuidado para não utilizar recursos que desfavoreçam ou enfraqueçam seu discurso. Fatores de Coerência Com o objetivo de te ajudar a cumprir as recomendações anteriores, vamos lhe apresentar fatores que contribuem para a coerência de um texto, considerando sua amplitude: 1. Conhecimento de Mundo Conjunto de saberes que adquirimos e acumulamos ao longo da nossa experiência de vida. Eles são chamados de frames (rótulos), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina alimentar: café da manhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal como estabelecer metas), scripts (roteiros, tal como se portar numa entrevista de emprego). Exemplo: Peru, Panetone, ovos de chocolate, frutas e nozes. Tudo a postos para a Festa Junina! Uma questão cultural nos leva a deduzir que a frase acima é incoerente. Visto que “peru, panetone, ovos de chocolate, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem à outras celebrações nacionais e não à festa junina. 2. Inferências Por meio das inferências, que também podemos chamar de deduções, as informações que estão sendo apresentadas no texto podem ser simplificadas. Caso partamos do pressuposto de que os leitores ou interlocutores do texto ou mensagem partilham do mesmo conhecimento. Exemplo: Quando os chamar para jantar não esqueça que eles veganos. (Ou seja, em princípio, esses convidados não comem produtos de origem animal) 3. Fatores de contextualização Existem fatores e informações que inserem e situam o interlocutor (leitor) na mensagem, assegurando o entendimento do texto, como os títulos de uma notícia ou a data de uma mensagem ou fato histórico. Exemplo: O uso das ombreiras era uma moda muito comum na década de 80. 4. Informatividade Este elemento, especialmente, garante queo seu texto tenha mais credibilidade e seja mais interessante. Mas cuidado! O uso de uma informação isolada e reforçá-la sem um contexto ou desenvolvimento pode desvalorizar o texto. Exemplo: Marrocos foi colonizada pela França. Diferença entre coesão e coerência Assim como no Sistema Seriado de Avaliação (SSA), qualquer atividade requer o entendimento e o bom uso da coesão e da coerência e em todas as suas atividades. Uma vez que qualquer estudo, trabalho, texto ou mensagem precisam ser lidas e interpretadas corretamente. A coesão é responsável pelas estruturas que organizam a superfície dos textos e que levam à construção da coerência, do sentido do que está sendo escrito. Ao mesmo tempo a coerência, que é o conteúdo e a intenção do texto, precisa estar explícita de uma forma coesa. Podemos concluir que coesão e coerência são complementares e estão relacionadas às regras essenciais para a produção de bons textos, apesar de suas diferenças e especificidades. E vale lembrar, que apesar de um texto ser coeso ele pode ser incoerente ao mesmo tempo. Com o propósito de delimitar os domínios de cada um desses elementos textuais, vamos assinalar algumas diferenças elementares entre eles. O ponto fundamental da coesão textual está ligado às regras gramaticais, em outras palavras, tem a ver com a articulação interna dos termos. Já a coerência textual, do contrário, se ocupa da articulação externa e mais profundada do texto, que é o seu conteúdo. nuceconcursos.com.br . 15 PPOORRTTUUGGUUÊÊSS Quando tratamos de coesão estamos nos referindo a estrutura e como um texto é organizado. Para atingir este objetivo, todas as partes que o constituem precisar estar ligadas entre si por meio de elementos conectivos. Ao passo que a coerência está relacionada à articulação lógica de ideias e ao sentido interno e externo a mensagem construída. E todos os elementos que constroem a coesão visam assegurar a conexão entre frases, orações e parágrafos do texto. De forma alguma um texto coeso pode ser composto por uma sequência de frases isoladas umas das outras. Pelo contrário, os elementos anafóricos (remetem ao que já foi dito) e catafóricos (remetem ao que será dito) precisam ser bem articulados fazendo com que o texto seja fluido e compreensível em seu todo. Finalmente, a coerência é o elemento responsável pelo sentido (conteúdo e significado) do texto. Dado que toda mensagem é um ato de comunicação, seja uma dissertação, um e-mail, um poema, é indispensável que ele tenha sentido para quem envia a mensagem (emissor – quem escreve/ cria) e para quem a recebe (receptor – quem lê e ouve). Que chamamos de nexo, a conexão entre fatos e ideias que compõem a mensagem, essenciais para garantir a coerência textual. PROGRESSÃO TEMÁTICA A progressão temática é muito importante na hora de interpretar o texto e redigir a redação, pois é por meio dela que o texto fica claro e bem conectado. O que é progressão temática? A progressão temática é um procedimento utilizado pelos enunciadores para dar sequência a seus textos, orais ou escritos. Ela consiste em fazer o texto avançar apresentando informações novas sobre aquilo de que se fala, que é o tema. Um requisito para a construção do texto, conhecido por todos os falantes, é que ele tenha unidade temática (mantenha ‘o fio da meada’), e, ao mesmo tempo, apresente informações novas sobre o tema. Um texto sobre gripe, por exemplo, não pode mudar de tema aleatoriamente e passar a tratar de furacão ou telefone celular. Mas, para ser aceito como texto, precisa falar de diferentes aspectos da gripe: o que é, que riscos traz para o doente, quais são os meios de contágio, o que se deve fazer para evitá-la, qual é o tratamento, etc. Assim, do ponto de vista funcional, a organização e hierarquização das unidades semânticas do texto se concretizam por meio de dois eixos de informação, denominados tema (tópico) e rema (comentário). Considera-se como tema o que se toma como base da comunicação, aquilo de que se fala, e como rema aquilo que se diz sobre o tema. De modo geral, o tema é uma informação dada, já apresentada ao ouvinte ou leitor, ou que pode ser facilmente inferida, depreendida por ele, a partir do contexto ou do próprio texto. O rema apresenta informação nova que é introduzida no texto. Isso faz o tema progredir. Progressão por meio de conectivos Os conectivos são essenciais para que a progressão textual ocorra, pois eles contribuem para que novas ideias sejam adicionadas ao longo dos períodos e também dos parágrafos. Por essa razão, é necessário o domínio das conjunções e articuladores: Além disso… Não só… Mas também… Bem como… Por outro lado… Mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, não obstante… Etc. O governo não só reduziu os impostos como também aumentou o investimento na área tecnológica, contribuindo ainda mais para o crescimento econômico. Isso certamente dará mais condições de o país criar muitas ofertas de emprego. Por outro lado, muitos economistas não concordam com tal ação, pois alegam que a redução de impostos pode comprometer o investimento em outras áreas e pode ainda aumentar a dívida do país. Perceba que essas expressões ajudam o texto a ter mais vida, fica mais bem articulado, além de deixar o texto mais gostoso de ser lido. Nota-se também que o texto fica mais coerente. Progressão por meio de novas informações Cada parágrafo deve ter uma ideia central; mas ao mudar de parágrafo você deve se preocupar em apresentar novas informações dentro de um mesmo tema no decorrer do texto. Muitos alunos tendem a falar de uma mesma ideia em todos os parágrafos. A fome não é só um problema do Brasil, mas também de vários outros países, já que hoje há mais de 700 milhões de pessoas que passam fome em todo o planeta. Esse número é bem alto e preocupante; sendo um total de quase 10% da população mundial. Várias doenças causadas hoje têm como consequência a fome; pois ela leva à desnutrição e, por causa disso, doenças, tais como: raquitismo, anemia e deficiência no sistema nervoso. Como o corpo carece de vitaminas, ele fica com baixa imunidade. Além de a morte ser causada por dezenas de fatores (guerras, acidentes), morrem todo ano milhares de pessoas em decorrência da fome. Essa mortalidade ocorre principalmente entre bebês e crianças... Perceba que o texto acima mostra vários subtemas que estão relacionados à fome; é isso que você deve fazer ao redigir sua redação. Traga novas informações a cada parágrafo e também empregue os conectivos para contribuir com isso. 16 nuceconcursos.com.br PPOORRTTUUGGUUÊÊSS Uma superdica é sempre envolver outras áreas na hora do elaborar o texto: matemática, biologia, sociologia, geografia, história...Por isso é importante estar bem informado sobre os assuntos relevantes. TEXTOS MULTIMODAIS Com a disseminação das novas tecnologias, o texto vem adquirindo cada vez mais novas configurações, que transcendem as palavras, as frases e, acima de tudo, a modalidade escrita da linguagem. Dizendo de outro modo, a proliferação tecnológica tem instigado a promoção de novas composições textuais, sendo estas constituídas por elementos advindos das múltiplas formas da linguagem (escrita, oral e visual). Nas práticas corriqueiras do dia a dia da sociedade contemporânea, o espaço concedido à imagem ampliou-se consideravelmente. Os documentos textuais presentes nas práticas cotidianas trazem consigo não apenas a linguagem verbal escrita, mas também um amplo contingente de recursos visuais. Partindo desse pressuposto, há um infinito contingente de elementos imagéticos e visuais, que podem ser empregados na composição textual com fins a acarretar determinadosefeitos de sentido, como é o caso, da seleção das cores empregadas em um dado texto, da seleção do tipo de letra, do formato e da cor etc. A materialização de todo esse contingente de elementos revela as particularidades dos propósitos comunicativos do autor. Texto multimodal consiste em uma construção textual embasada na conexão/ união de elementos provenientes de diferenciados registros da linguagem. Os textos multimodais mais conhecidos são os que estão pautados na junção de elementos alfabéticos e imagéticos (leia-se linguagem verbal e não verbal, respectivamente). Sobre tal conceituação, podemos mencionar como exemplos: os anúncios, os cartuns, as charges, as histórias em quadrinhos, as propagandas, as tirinhas etc.. Tais gêneros trazem consigo a materialização de signos alfabéticos (letras, palavras e frases) e signos semióticos (imagéticos e visuais). Ou seja, esses gêneros têm sua construção materializada mediante múltiplas e diversificadas semioses. A compreensão textual não é algo resultante apenas do texto verbal, mas abarca um grande leque de elementos semióticos. Ora, o leitor dá sentido ao texto tendo o respaldo não apenas de signos alfabéticos, mas de elementos imagéticos e visuais. Ou seja, os leitores envolvem-se em uma nova forma de ler marcada por documentos textuais materializados por elementos tanto verbais como visuais. A leitura e a escrita vão, então, adquirir um novo formato e uma nova moldagem. A escrita, nesses documentos, está imersa entre um amplo contingente de elementos imagéticos. Isso torna o texto multimodal ou multisemiótico. EXEMPLOS DE TEXTOS MULTIMODAIS: Charge Charge nuceconcursos.com.br . 17 PPOORRTTUUGGUUÊÊSS Cartum Tirinha Tirinha Tirinha Cartaz Anúncio Publicitário 18 nuceconcursos.com.br PPOORRTTUUGGUUÊÊSS Anúncio Publicitário Economize papel, salve o planeta! Anúncio de uma Campanha Publicitária GÊNEROS DIGITAIS O avanço tecnológico provocou alterações nos meios de comunicação e também na linguagem, o que deu origem aos gêneros digitais. O avanço tecnológico traz diversas novidades não apenas para os meios de comunicação, mas também para a linguagem. Você já parou para pensar o quanto a comunicação passou por diversas transformações graças ao advento da informática? Se você pensa que esse é um assunto apenas para estudiosos da linguística, você está enganado, até porque essas transformações estão mais próximas do que você imagina. Sabemos que os gêneros textuais são incontáveis e adaptáveis às diversas realidades e situações comunicacionais. Sabemos também que eles podem ser definidos graças a um conjunto de elementos fixos, embora sejam mais flexíveis do que os tipos textuais. A verdade é que a comunicação na internet acabou criando novos gêneros e alterando outros, comprovando que eles estão a serviço dos falantes e às necessidades de seu tempo. Se antes enviávamos cartas, hoje enviamos e-mail, que nada mais é do que uma adaptação virtual que dispensa o papel e a caneta. Se em um passado não muito distante enviávamos mensagens de celular, hoje utilizamos as redes sociais para deixar um recado para nossos amigos. Contudo, é importante observar que, embora os meios tenham sido modernizados, a estrutura da comunicação e a forma com a qual nos expressamos continuam seguindo parâmetros que estabelecem uma relação dialógica com formas textuais preexistentes. Embora novos gêneros textuais estejam surgindo, entre eles os gêneros digitais, é interessante notar que eles podem ser definidos porque apresentam elementos que possibilitam isso, além de preservarem características de gêneros já consagrados. Por exemplo, ao escrever um e-mail, temos, ainda que inconscientemente, a estrutura textual de uma carta mentalmente preconcebida, pois é normal que iniciemos nosso texto utilizando elementos de uma carta tradicional, como a identificação do remetente e a despedida. Por isso, é incorreto pensar que a comunicação virtual é uma verdadeira bagunça, que https://www.portugues.com.br/redacao/tipostextuais.html https://www.portugues.com.br/redacao/o-e-mail---um-genero-textual-meio-eletronico-.html nuceconcursos.com.br . 19 PPOORRTTUUGGUUÊÊSS não respeita tipologias ou gêneros, tampouco os níveis da linguagem. Muitas pessoas relatam uma certa resistência à comunicação virtual, como se esse fosse um espaço desprovido de regras, sobretudo no que diz respeito à linguagem, mas isso não é verdade. Somos falantes habilidosos, sabemos quando e como utilizar os diferentes níveis de fala até mesmo nos ambientes virtuais, compreendendo que há níveis distintos de formalidade e informalidade. É importante observar também que, assim como existe a intergenericidade no meio virtual, sobretudo no nível informal de fala, ela também ocorre fora dele, pois o hibridismo manifesta-se na linguagem oral, misturando traços característicos de fala e de escrita. A verdade é que o mundo virtual e a comunicação estão intrinsecamente relacionados e certamente antigos gêneros serão adaptados e outros novos surgirão, o que nos proporcionará novas e ricas descobertas para o campo da linguagem. O advento da tecnologia mudou não apenas os meios de comunicação, mas também a linguagem REDES SOCIAIS As comunidades de relacionamento, independente de seu formato, dão suporte a toda uma diversidade de gêneros em seu interior, com maior destaque ao chamado post, de extensão e nível de formalidade variado e que tem por marca a anexação de símbolos visuais, como os chamados “emoticons”, compensadores frequentes da ausência de entonação encontrada nesse suporte. Note-se que aí há um típico caso de hibridismo entre fala e escrita. Por um lado se lida com a perspectiva de uma prontidão de resposta quase tão instantânea quanto a da fala, mas em meio escrito. Ainda acerca desses símbolos, “emoticons”, ao contrário do que se supõe, seu uso não é anárquico, havendo mesmo uma espécie de sintaxe para esses símbolos, já que não podem ser utilizados, por exemplo, ao bel prazer, em qualquer parte da frase. Esse mesmo espaço das comunidades de relacionamento abriga amplamente textos verbo- visuais. Muitas vezes, dá-se também a transposição a esse espaço de textos escritos, visuais ou verbo-visuais, quadrinhos, pinturas, propagandas, em sua versão original ou adaptada por meio de montagens várias, muitas vezes com fins críticos ou humorísticos. Esse mesmo recurso tão rico e vasto abre, tantas vezes, brechas à desinformação, ocorrendo comumente atribuição de falsos créditos a muitas citações. É bastante comum, ainda nesses espaço de comunidades de relacionamento, em microblogs, como twitter, em torpedos, uma escrita abreviada, tal qual nos antigos telegramas: vc, tb, kz, vlw, abç, bj, etc. Aí também não há suposta anarquia. Preservam-se as consoantes distintivas. O conjunto das potencialidades do mundo virtual e de sua comunicação, com certeza, ainda estão por ser descobertas em plenitude. Aguardemo-las enquanto navegamos e descobrimos esse mundo. https://www.portugues.com.br/redacao/intergenericidade.html 20 nuceconcursos.com.br PPOORRTTUUGGUUÊÊSS FIGURAS DE LINGUAGEM (METÁFORA E METONÍMIA) 1- Metáfora A metáfora é a figura de linguagem em que se encontra uma comparação implícita. Muito utilizada em textos poéticos, ela pode tornar o discurso mais elegante. Exemplos de Frases com Metáfora 1) O personagem
Compartilhar