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Tipologias Textuais: Narrativa

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. 
1 
 
PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
LEITURA, COMPREENSÃO E 
INTERPRETAÇÃO DE ELEMENTOS DO 
TEXTO 
 
 
TIPOLOGIAS TEXTUAIS 
 
As tipologias textuais, também chamadas de tipos 
textuais ou tipos de texto, são as diferentes formas que 
um texto pode apresentar, visando responder a 
diferentes intenções comunicativas. 
 
Os aspectos constitutivos de um texto divergem 
mediante a finalidade do texto: contar, descrever, 
argumentar, informar,… 
 
Diferentes tipos de texto apresentam diferentes 
características: estrutura, construções frásicas, 
linguagem, vocabulário, tempos verbais, relações 
lógicas, modo de interação com o leitor,… 
 
Podemos distinguir os seguintes tipos textuais: 
• Texto narrativo; 
• Texto descritivo; 
• Texto dissertativo (expositivo e argumentativo); 
• Texto explicativo (injuntivo e prescritivo). 
 
É de salientar que um único texto pode apresentar 
passagens de várias tipologias textuais. 
 
1- Texto narrativo: estrutura e elementos da 
narrativa 
 
Maioritariamente escrito em prosa, o texto 
narrativo é caracterizado por narrar uma história, ou 
seja, contar uma história através de uma sequência de 
várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de 
acontecimentos é contada por um narrador e está 
estruturada em introdução, desenvolvimento e 
conclusão. Ao longo dessa estrutura narrativa são 
apresentados os principais elementos da narração: 
espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. 
 
Principais elementos da narrativa 
Os principais elementos da narrativa, também 
chamados de elementos da narração, são: 
 
Espaço: O espaço se refere ao local onde se desenrola 
a ação. Pode ser físico (no colégio, no Brasil, na 
praça,…), social (características do ambiente social) e 
psicológico (vivências, pensamento e sentimentos do 
sujeito,…). 
 
Tempo: O tempo se refere à duração da ação e ao 
desenrolar dos acontecimentos. O tempo cronológico 
indica a sucessão cronológica dos fatos, pelas horas, 
dias, anos,… O tempo psicológico se refere às 
lembranças e vivências das personagens, sendo 
subjetivo e influenciado pelo estado de espírito das 
personagens em cada momento. 
 
Personagens: São caracterizadas através de qualidades 
físicas e psicológicas, podendo essa caracterização ser 
feita de modo direto (explicitada pelo narrador ou por 
outras personagens, através de autocaracterização ou 
heterocaracterização) ou de modo indireto (feita com 
base nas atitudes e comportamento das personagens). 
 
As personagens possuem diferentes importâncias na 
narração, havendo personagens principais e 
personagens secundárias. As personagens principais 
desempenham papéis essenciais no enredo, podendo 
ser protagonistas (que deseja, tenta, consegue) ou 
antagonistas (que dificulta, atrapalha, impede). As 
personagens secundárias desempenham papéis 
menores e podem ser coadjuvantes (ajudam as 
personagens principais em ações secundárias) ou 
figurantes (ajudam na caracterização de um espaço 
social). 
Podem ser dinâmicas, apresentando diferentes 
comportamentos ao longo da narração (personagem 
modelada ou redonda), bem como estáticas, não se 
modificando no decorrer da ação (personagem plana). 
Há ainda personagens que representam um grupo 
específico (personagem-tipo). 
 
Enredo: Também chamado de intriga, trama ou ação, 
o enredo é composto pelos acontecimentos que 
ocorrem num determinado tempo e espaço e são 
vivenciados pelas personagens. As ações seguem-se 
umas às outras por encadeamento, encaixe e 
alternância. 
Existem ações principais e ações secundárias, 
mediante a importância que apresentam na narração. 
Além disso, o enredo pode estar fechado, estando 
definido e conhecido o final da história, ou aberto, não 
havendo um final definitivo e conhecido para a 
narrativa. 
 
Narrador: O narrador é o responsável pela narração, 
ou seja, é quem conta a história. Existem vários tipos 
de narrador: 
 
Narrador onisciente e onipresente: Conhece 
intimamente as personagens e a totalidade do enredo, 
de forma pormenorizada. Utiliza maioritariamente a 
narração na 3.ª pessoa, mas pode narrar na 1.ª pessoa, 
em discurso indireto livre, tendo sua voz confundida 
com a voz das personagens, tal é o seu conhecimento 
e intimidade com a narrativa. 
 
Narrador personagem, participante ou presente: 
Conta a história na 1.ª pessoa, do ponto de vista da 
personagem que é. Apenas conhece seus próprios 
pensamentos e as ações que se vão desenrolando, nas 
quais também participa. Tem conhecimentos limitados 
sobre as restantes personagens e sobre a totalidade do 
enredo. Este tipo de narração é mais subjetivo, 
transmitindo o ponto de vista e as emoções do 
narrador. 
 
Narrador observador, não participante ou 
ausente: Limita-se a contar a história, sem se envolver 
nela. Embora tenha conhecimento das ações, não 
conhece o íntimo das personagens, mantendo uma 
narrativa imparcial e objetiva. Utiliza a narração na 3.ª 
pessoa. 
 
 
 
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PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
Nos textos narrativos, é através da voz do narrador 
que conhecemos o desenrolar da história e as ações 
das personagens, mas é através da voz das 
personagens que conhecemos as suas ideias, opiniões e 
sentimentos. A forma como a voz das personagens é 
introduzida na voz do narrador é chamada de 
discurso. 
 
Através de uma correta utilização dos tipos de 
discurso, a narrativa poderá assumir um caráter mais 
ou menos dinâmico, mais ou menos natural, mais ou 
menos interessante, mais ou menos objetivo,… 
 
Existem três tipos de discurso, ou seja, três formas de 
introdução das falas das personagens na narrativa: 
• O discurso direto é caracterizado por ser uma 
transcrição exata da fala das personagens, sem 
participação do narrador. 
• O discurso indireto é caracterizado por ser uma 
intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas 
próprias palavras para reproduzir as falas das 
personagens. 
• O discurso indireto livre é caracterizado por permitir 
que os acontecimentos sejam narrados em simultâneo, 
estando as falas das personagens direta e integralmente 
inseridas dentro do discurso do narrador. 
 
Estrutura narrativa 
Os textos narrativos são estruturados em introdução, 
desenvolvimento e conclusão. 
 
Introdução: A introdução se refere à situação inicial 
da história. Também chamada de apresentação, é nesta 
parte da narração que são apresentados os principais 
elementos da narração: espaço, tempo, personagens, 
enredo e narrador. Ficamos sabendo quem, quando e 
onde. 
 
Desenvolvimento: Durante o desenvolvimento do 
enredo, ocorrem conflitos, ou seja, acontecimentos 
que quebram o equilíbrio apresentado na introdução, 
modificando essa situação inicial. Ficamos sabendo o 
quê e como. No desenvolvimento ocorre também o 
momento mais tenso e emocionante da história - o 
clímax. 
 
Conclusão: Também chamada de desfecho, desenlace 
ou epílogo, a conclusão é a parte da narração em que 
se resolvem os conflitos (positiva ou negativamente). 
Fica evidenciada a relação existente entre os diferentes 
acontecimentos, sendo apresentadas suas 
consequências. 
 
Exemplo de excerto de texto narrativo: 
“E ele, caminhando devagar sob as acácias, sentia no 
sombrio silêncio as pancadas desordenadas do seu 
coração. Subiu os três degraus de pedra – que lhe 
pareciam já de uma casa estranha. (…) Ali ficou. 
Melanie, com o xale na mão, veio dizer-lhe que a 
senhora estava na sala das tapeçarias… Carlos entrou. 
(…) E correu para ele, arrebatou-lhe as mãos, sem 
poder falar, soluçando, tremendo toda.” (Os Maias, 
Eça de Queirós) 
2- Texto descritivo 
 
O texto descritivo é caracterizado por descrever algo 
ou alguém detalhadamente, sendo possível ao leitor 
criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito, de 
acordo com a descrição efetuada. Descrição essa tanto 
dos aspectos mais importantes e característicos que 
generalizam um objeto ou ser, como dos pormenores 
e detalhes que os diferenciam dos outros. 
Não é, por norma, um tipo de texto autônomo, 
encontrando-sepresente em outros textos, como o 
texto narrativo. Passagens descritivas ocorrem no 
meio da narração quando há uma pausa no desenrolar 
dos acontecimentos para caracterizar 
pormenorizadamente um objeto, um lugar ou uma 
pessoa, sendo um recurso útil e importante para 
capturar a atenção do leitor. 
 
Estrutura do texto descritivo 
 
Introdução: Primeiramente é feita a identificação do 
ser ou objeto que será descrito, de modo a que o leitor 
foque sua atenção nesse ser ou objeto. 
 
Desenvolvimento: Ocorre então a descrição do 
objeto ou ser em foco, apresentando seus aspectos 
mais gerais e mais pormenorizados, havendo 
caracterizações mais objetivas e outras mais subjetivas. 
 
Conclusão: A descrição está concluída quando a 
caracterização do objeto ou ser estiver terminada. 
 
Características do texto descritivo 
O texto descritivo não se encontra limitado por 
noções temporais ou relações espaciais, visto descrever 
algo estático, sem ordem fixa para a realização da 
descrição. Há uma notória predominância de 
substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, em 
detrimento de verbos, sendo maioritariamente 
necessária a utilização de verbos de estado, como ser, 
estar, parecer, permanecer, ficar, continuar, tornar-se, 
andar,… 
 
O uso de uma linguagem clara e dinâmica, com 
vocabulário rico e variado, bem como o uso de 
enumerações e comparações, ou outras figuras de 
linguagem, servem para melhor apresentar o objeto ou 
ser em descrição, enriquecendo o texto e tornando-o 
mais interessante para o leitor. 
 
A descrição pode ser mais objetiva, focalizando 
aspectos físicos, ou mais subjetiva, focalizando 
aspectos emocionais e psicológicos. Nas melhores 
descrições, há um equilíbrio entre os dois tipos de 
descrição, sendo o objeto ou ser descrito apresentado 
nas suas diversas vertentes. 
 
Na descrição de pessoas, há a descrição de aspectos 
físicos, ou seja, aquilo que pode ser observado e a 
descrição de aspectos psicológicos e comportamentais, 
como o caráter, personalidade, humor,…, apreendidos 
pelo convívio com a pessoa e pela observação de suas 
atitudes. Na descrição de lugares ocorre tanto a 
descrição de aspectos físicos, como a descrição do 
 
 
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3 
 
PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
ambiente social, econômico, político,… Na descrição 
de objetos, embora predomine a descrição de aspectos 
físicos, pode ocorrer uma descrição sensorial, que 
estimule os sentidos do leitor. 
 
Tipos de descrição 
Embora seja possível distinguir tipos de descrição, é 
essencial que os três tipos estejam presentes numa 
descrição, de forma a torná-la completa, rica e 
interessante. 
 
Descrição objetiva: 
• Descrição exata e precisa do objeto ou ser; 
• Maior aproximação possível da realidade; 
• Isenta de opiniões e duplos sentidos; 
• Descrição de aspectos físicos; 
• Utilização de uma linguagem clara, direta e realista; 
• Utilização de uma linguagem denotativa; 
• Descrição que torna o texto mais verídico. 
 
 Descrição subjetiva: 
• Confere um cunho pessoal ao objeto ou ser descrito; 
• Transmissão de um estado de espírito e de sentimento; 
• Descrição de aspectos emocionais; 
• Utilização de uma linguagem simbólica e metafórica; 
• Utilização de uma linguagem conotativa; 
• Descrição que torna o texto mais interessante. 
 
 Descrição sensorial (provoca sensações no leitor, 
explorando diversos sentidos): 
• Sensações visuais: saia vermelha, mãos enormes, 
tecido florido, toalha redonda,… 
• Sensações auditivas: crianças barulhentas, casa 
silenciosa, ruído ensurdecedor, sibilante som das 
sílabas,… 
• Sensações gustativas: resposta amarga, bolo delicioso, 
prazer agridoce, mar salgado,… 
• Sensações olfativas: cheiro nauseabundo, aroma 
agradável, odor fétido e pestilento, roupa 
perfumada,… 
• Sensações táteis: chão duro e áspero, seda macia, pele 
fria, tecido rugoso,… 
 
 Exemplo de excerto de texto descritivo: 
“O que surpreendia logo era o pátio, outrora tão 
lôbrego, nu, latejado de pedregulhos – agora 
resplandecente, com um pavimento quadrilhado de 
mármores brancos e vermelhos, plantas decorativas, 
vasos de Quimper, e dois longos bancos feudais que 
Carlos trouxera de Espanha, trabalhados em talha, 
solenes como coros de catedral. Em cima, na 
antecâmara, revestida como uma tenda de estofos do 
Oriente, todo o rumor de passos morria: e ornavam-na 
divãs cobertos de tapetes persas, largos pratos 
mouriscos com reflexos metálicos de cobre, uma 
harmonia de tons severos, onde destacava, na 
brancura imaculada do mármore, uma figura de 
rapariga friorenta, arrepiando-se, rindo, ao meter o 
pezinho na água.” (Os Maias, Eça de Queirós) 
 
 
 
3- Texto dissertativo (expositivo e argumentativo) 
 
 A principal finalidade de um texto dissertativo é 
informar e esclarecer o leitor através da exposição 
rigorosa e clara de um determinado assunto ou tema. 
 
 Os textos dissertativos podem ser expositivos ou 
argumentativos. Um texto dissertativo-expositivo visa 
apenas expor um ponto de vista, não havendo a 
necessidade de convencer o leitor. Já o texto 
dissertativo-argumentativo visa persuadir e convencer 
o leitor a concordar com a tese defendida. 
 
a) Texto dissertativo-expositivo 
 O texto dissertativo-expositivo tem como objetivo 
informar e esclarecer o leitor através da exposição de 
um determinado assunto ou tema. Não há a 
necessidade de convencer o leitor, apenas de expor 
conhecimentos, ideias e pontos de vista. 
 
 É essencial que o autor domine totalmente o assunto, 
uma vez que o rigor na análise do conteúdo de um 
texto dissertativo-expositivo é elevadíssimo. Por se 
tratar da transmissão de um conhecimento teórico, 
devidamente legitimado, não pode haver qualquer tipo 
de incorreção. 
 Além disso, é importante que o assunto seja exposto 
de forma clara, pormenorizada e objetiva, de modo a 
que o texto seja entendido pelo maior número possível 
de leitores. 
 
 Este tipo de texto é usado em: livros, aulas e resumos 
escolares, enciclopédias, textos científicos, verbetes de 
dicionário, textos para transmissão de conhecimentos 
em diversos meios de comunicação, como internet, 
jornais, revistas,… 
 
 Características do texto dissertativo-expositivo 
 Com o intuito de informar e esclarecer, o texto 
dissertativo-expositivo é caracterizado por: 
utilizar uma linguagem clara e objetiva; 
• ser de fácil compreensão por diversas pessoas; 
• apresentar muita informação sobre um determinado 
assunto; 
• especificar conceitos e definições; 
• realizar descrições de características; 
• recorrer a enumerações, comparações e contrastes 
para clarificar os conceitos. 
• mostrar exemplos dos assuntos abordados. 
 
Estrutura do texto dissertativo-expositivo 
O texto dissertativo-expositivo pode ser construído 
através da estrutura textual típica de introdução, 
desenvolvimento e conclusão. Contudo, mais 
importante do que seguir uma estrutura rígida, é que 
haja a exposição de ideias certas e bem organizadas 
sobre um determinado tema. 
 
Introdução: 
Na introdução é feita a apresentação do tema que será 
abordado, com possível contextualização num 
universo mais amplo no qual o tema se encontra 
inserido. Neste momento, é feita também a definição 
do objetivo do texto. 
 
 
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PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
Desenvolvimento: 
No desenvolvimento é feita uma explicação 
pormenorizada, clara e objetiva do tema, havendo uma 
exploração de todas as suas vertentes e de todos os 
aspectos principais e secundários relativos ao mesmo. 
 
Conclusão: 
Na conclusão ocorre a reafirmação do tema, sendo 
feita a síntese dos conteúdos abordados. Pode haver 
uma tomada de posição do autor relativamente ao 
assunto tratado. 
 
Exemplo de texto dissertativo-expositivo: 
“Locução adjetiva é um conjunto de duas ou mais 
palavras que, juntas, atuam como um adjetivo, 
caracterizando um substantivo. A maior parte das 
locuções adjetivas é formadapela preposição de mais 
um substantivo. Há, no entanto, locuções adjetivas 
formadas por advérbios e pelas preposições sem, com, 
em,… 
Algumas locuções adjetivas se encontram diretamente 
relacionadas com um adjetivo, outras não. Assim, em 
alguns casos é possível a substituição da locução 
adjetiva por um adjetivo, em outros não. 
A utilização de locuções adjetivas permite uma maior 
diversidade vocabular e enriquecimento textual. 
 
Exemplos: 
Qual é o seu escalão de idade? (locução adjetiva) 
 
b) Texto dissertativo-argumentativo 
O texto dissertativo-argumentativo tem como 
objetivo persuadir e convencer, ou seja, levar o leitor a 
concordar com a tese defendida. É expressa uma 
opinião crítica acerca de um assunto, sendo defendida 
uma tese sobre esse assunto através de uma 
argumentação clara e objetiva, fundamentada em fatos 
verídicos e dados concretos. 
 
Estrutura do texto dissertativo-argumentativo 
A apresentação e defesa da tese desenvolvem-se 
através da estrutura textual típica de introdução, 
desenvolvimento e conclusão. 
 
Introdução 
Na introdução ocorre a apresentação de um assunto e 
de uma tese que será defendida sobre esse assunto. 
Assim, após a identificação de um problema num 
determinado assunto, é apresentada a tese de forma 
clara e objetiva, sendo essencial que esta esteja bem 
definida e delimitada. A reflexão crítica sobre a tese e 
sua argumentação serão feitas no desenvolvimento do 
texto. 
 
Desenvolvimento 
No desenvolvimento ocorre a apresentação e a 
exploração dos diversos argumentos que suportam a 
tese. Podem ser apresentados através do 
reconhecimento das causas e consequências do 
problema, da identificação de seus aspectos positivos e 
negativos ou da contra-argumentação de uma tese 
contrária. Pode haver um foco no argumento 
justificando a tese ou um foco na tese que ocorre por 
um determinado argumento. O que importa é que se 
utilize uma linguagem coerente, objetiva e precisa. 
A apresentação dos argumentos deve seguir uma 
sequência lógica. Pode haver um argumento principal 
e argumentos auxiliares ou vários argumentos fortes. 
O mais importante é que estes sejam objetivos e 
detalhados e que haja conexão entre eles. 
 
Os diversos argumentos deverão ser sustentados com 
exemplos e provas que os validem, tornando-os 
indiscutíveis, como: 
• fatos comprovados; 
• conhecimentos consensuais; 
• dados estatísticos; 
• pesquisas e estudos; 
• citações de autores renomados; 
• depoimentos de personalidades renomadas; 
• alusões históricas; 
• fatores sociais, culturais e econômicos. 
 
Estas estratégias argumentativas validam os 
argumentos, dotando-os de autoridade, consenso, 
lógica, competência e veridicidade. Assim, os leitores 
não só refletem sobre estes, como ficam obrigados a 
concordar com os argumentos, sem hipótese de os 
rebater. 
 
Além disso, diversos recursos de linguagem podem ser 
usados para captar a atenção do leitor e convencê-lo 
da correção da tese, como a utilização de uma 
linguagem formal, de perguntas retóricas, de 
repetições, de ironia, de exclamações,… 
 
Conclusão 
Na conclusão há a retoma e reafirmação da tese inicial, 
já defendida pelos diversos argumentos apresentados 
no desenvolvimento. Pode ocorrer a apresentação de 
soluções viáveis ou de propostas de intervenção. A 
conclusão aparece como um desfecho natural e 
inevitável visto o pensamento do leitor já ter sido 
direcionado para a mesma durante a apresentação dos 
argumentos. 
 
Exemplo de texto dissertativo-argumentativo: 
“Não é de hoje que a sociedade brasileira sofre com os 
tormentos ocasionados pela disseminação da violência. 
Esse fato estarrecedor gera debates e mais debates, na 
tentativa de sanar, ou ao menos coibir, os sérios 
impactos sociais que as ações violentas representam 
para a coletividade. Para esse fim, seria a redução da 
maioridade penal um componente de primeira 
grandeza? 
 
Constata-se que o envolvimento de jovens infratores 
em graves delitos pode não ser uma exclusividade dos 
tempos modernos; no entanto, é inegável o aumento 
de casos envolvendo crianças e adolescentes em 
situações deploráveis, como furtos, roubos e, em 
muitos contextos, homicídios. 
 
Com esse cenário, parece irrefutável a tese que 
defende o declínio de dois anos nas contas da 
maioridade penal. Para os mais inconformados com a 
realidade, aqueles tomados pelo afã do “justiceiro 
 
 
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. 
5 
 
PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
implacável”, não parecem existir outras saídas. 
Todavia, nem sempre o que se revela aparentemente 
óbvio o é. Há fatores envolvidos nas estatísticas da 
criminalidade covardemente camuflados por alguns 
setores governamentais, bem como por áreas 
específicas da sociedade civil. 
 
Se reduzir a idade mínima penal tivesse consequências 
positivas imediatas para a diminuição dos índices 
criminais, essa certamente já seria uma medida adotada 
por todas as nações. Fatores bem mais importantes 
como priorização efetiva dos investimentos em 
educação e cultura, bem como distribuição de 
emprego e renda, inserindo o jovem no universo 
acadêmico ou técnico, indubitavelmente aplacariam 
com mais rapidez e eficácia os deploráveis números. 
 
A participação de menores infratores em crimes 
hediondos não deve ser ignorada, é inegável; diminuir 
a idade base para a criminalização de seus atos pode 
ser uma saída, mas necessita, ainda, de discussões e 
argumentos mais convincentes. De concreto, fica a 
certeza de que só um programa capaz de incluir 
crianças, adolescentes e jovens nos interesses mais 
prioritários do país terá a força suficiente para 
contornar quadro tão desfavorável.” (Prof. Eduardo 
Sampaio) 
 
4- Texto explicativo (injuntivo e prescritivo) 
 
A principal finalidade de um texto explicativo é 
instruir o leitor acerca de um procedimento. Fornece 
uma informação que condiciona a conduta do leitor, 
incitando-o a agir. 
 
Os textos explicativos podem ser injuntivos ou 
prescritivos. Os textos explicativos injuntivos 
possibilitam alguma liberdade de atuação ao leitor, 
enquanto os textos explicativos prescritivos exigem 
que o leitor proceda de uma determinada forma. 
 
Exemplos de texto explicativo injuntivo: 
• receitas culinárias; 
• manuais de instruções; 
• bula de remédio; 
• ... 
 
 Exemplos de texto explicativo prescritivo: 
• leis; 
• cláusulas contratuais; 
• edital de concursos públicos; 
• ... 
 
5- TEXTO DIALOGAL 
 
O texto dialogal é baseado na construção de um 
diálogo e, portanto, necessita de, no mínimo, dois 
interlocutores, criando uma espécie de texto 
“cogerido”, construído à base da integração de turnos 
entre esses interlocutores. 
Evidentemente, cada sentença de um enunciador 
relaciona-se com aquilo que seu interlocutor enunciou 
e vice-versa, fazendo, assim, com que a trama do texto 
estabeleça-se por meio do diálogo que vai sendo 
construído, uma vez que esses interlocutores 
concordam, discordam, concluem, generalizam, 
particularizam, justificam, exemplificam etc. 
 
É uma tipologia que se percebe em diversos textos, 
como as entrevistas jornalísticas, os debates, as 
reuniões de trabalho, conversas telefônicas, bate-papos 
em aplicativos e sites de mensagens diretas etc. 
 
 
PROCESSOS DE ARGUMENTAÇÃO 
 
 
• Estratégicas Argumentativas 
 
a) Modalizadores Argumentativos 
O QUE É MODALIZAÇÃO? 
A modalização é um conceito advindo da ciência 
linguística para definir os mecanismos discursivos que 
apresentam a função de manifestar o posicionamento 
do enunciador em relação àquilo que é dito. Por não 
ser uma categoria estrutural da gramática, é bastante 
complexo realizar uma classificação das modalidades 
na língua, cabendo seu entendimento à própria área da 
compreensão textual e mesmo da análise do discurso. 
 
De forma geral, um modalizador é um elemento 
gramatical ou lexical – palavra ou expressão – por 
meio do qual o enunciador revela alguma atitude 
relativo aoconteúdo daquilo que ele mesmo enuncia. 
Assim, mesmo de forma encoberta, o enunciador 
deixa seus posicionamentos subentendidos ou 
sugeridos, de forma a influenciar o coenunciador a 
compreender o enunciado sob um determinado 
aspecto que lhe é dissimuladamente proposto. 
 
Em todo ato de comunicação, podem-se fazer 
presentes mediações diversas, oriundas das intenções 
com as quais um discurso é imaginado, produzido e 
realizado. Seja evidenciar uma certeza, uma dúvida, a 
obrigatoriedade ou a proibição, uma possibilidade, 
algum sentimento, entre outros. Para a linguística a 
própria língua guarda características argumentativas, 
na medida em quem, por meio dela interagindo escrita 
ou oralmente, os falantes reproduzem entendimentos, 
atitudes e argumentos. 
 
Os elementos modalizadores, portanto, são utilizados 
como um indicativo da própria existência de um 
discurso argumentativo, ao transparecer o ponto de 
vista apresentado pelo enunciador da maneira como 
ele buscou a elaboração de seu discurso. 
 
Entre as inúmeras possibilidades intencionais que 
podem ser expressas na comunicação, destaca-se que, 
no geral, os recursos gramaticais utilizados para 
expressá-los não é tão extenso quanto as alternativas 
de significação. A função modalizadora manifesta-se 
principalmente por meio de advérbios – quando 
indicativos acerca do acolhimento do enunciado em 
sua totalidade ou parcialidade por parte do enunciador; 
do uso de modos verbais, de forma a indicar se o 
enunciado expressa um acontecimento ou uma 
 
 
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PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
vontade; do emprego de verbos auxiliares que 
acrescentam noções circunstanciais que podem 
apontar necessidades ou possibilidades; do uso de 
estruturas subordinativas, como orações principais em 
que seus verbos constitutivos possam expressar 
modalidade; ou do uso de adjetivos, cuja escolha pode 
revelar opinião ou posicionamento. 
 
Pode-se afirmar, sem margem para dúvidas, que não 
existe possibilidade de comunicação sem que haja 
modalização (que, inclusive pode manifestar-se pela 
entoação da voz na fala) explícita ou implícita, uma 
vez que sempre haverá intencionalidade nos discursos 
que são produzidos. Assim, sem esgotar as 
possibilidades significativas, pode-se enumerar 
algumas possibilidades modalizadoras, como a seguir: 
 
▪ Asseverativos 
Aqueles que conferem certeza a um discurso, podendo 
ser afirmativos (evidentemente, certamente, claro, sem 
dúvida, lógico; ou negativos como a polarização de 
termos pelo uso do “não” ou expressões como “de 
jeito nenhum”, “de forma alguma”, entre outros. 
 
▪ Dubtáveis 
Aqueles que colocam um discurso em dúvida, 
estabelecem que um enunciado está sujeito à 
desconfiança, à incerteza ou à imprecisão. Exemplos: 
talvez, possivelmente, é provável etc. 
 
▪ Delimitadores 
Aqueles que estabelecem uma restrição ou um limite 
ao entendimento do alcance de conceitos ou do 
discurso. Exemplos: quase, tipo de, espécie de, 
linguisticamente, matematicamente, geograficamente 
etc. 
 
▪ Deontológicos 
Aqueles que indicam obrigatoriedades, proibições e 
permissões. Exemplos: necessariamente, 
obrigatoriamente, não deve fazer, deve apresentar etc. 
 
▪ Afetivos 
Apresentam as emoções do enunciador diante do 
conteúdo do discurso, bem como posicionamentos de 
princípio ou predileções. Esses modalizadores podem 
ser subjetivos, quando marcam a reação do enunciador 
diante do que é exposto (infelizmente, curiosamente, 
espantosamente etc.) ou intersubjetivos, quando 
incluem na sensação emotiva a relação com o 
coenunciador, seja pela aceitação, pela colaboração ou 
pela rejeição (sinceramente, francamente, 
lamentavelmente etc.) 
 
b) Exemplificação (fato-exemplo) 
Exemplificar é apresentar um fato ou cenário que 
confirma uma tese ou demonstra uma verdade. 
“Certos comportamentos humanos não podem ser 
tolerados e, por isso, precisam ser constantemente 
relembrados para que não se repitam, como o 
massacre dos judeus pelos nazistas.” 
 
Obs.: Não confunda explicação X explicitação X 
exemplificação. A explicação é a ação de fazer 
entender algo já apresentado; a explicitação é a ação de 
revelar algo, torná-lo conhecido; a exemplificação é a 
ação de ilustrar, representar ou confirmar aquilo de 
que se está falando. 
 
c) Enumeração 
Enumerar é fazer uma lista especificada, uma relação 
metódica de algo; normalmente há gradação em uma 
enumeração. 
“O Brasil, se quiser deixar de ser um país em 
desenvolvimento e se tornar um país desenvolvido, 
precisará urgentemente de algumas mudanças: 
investimento em educação, saúde, segurança, 
saneamento básico, emprego, etc” 
 
d) Fato histórico 
“Tendenciosamente, a religião, principalmente a 
católica, sempre esteve envolvida com a política. No 
golpe militar de 64, a Igreja esteve ao lado dos 
militares. Só após os seus terem sido perseguidos e 
torturados passou a reagir e a lutar em defesa de seus 
membros.” 
 
e) Comparação 
Comparar é confrontar elementos, identificando 
pontos de analogia ou de similaridade entre si, numa 
relação de igualdade, superioridade ou inferioridade. 
“Não há dúvidas de que os eventos esportivos nos 
países em desenvolvimento os ajudam a modificar seu 
cenário econômico e social. Assim como a África do 
Sul se beneficiou com o aumento de emprego e 
com o investimento em transporte, o mesmo 
ocorrerá no Brasil.” 
 
f) Contraposição 
Contrapor significa confrontar, pondo lado a lado 
certos elementos. “Segundo uma enquete realizada 
pela BVA para o vespertino Le Parisien, 58% dos 
franceses são favoráveis ao casamento 
homossexual, ante 63% no ano passado. Por outro 
lado, 50% entre eles não são contrários à adoção 
homoparental, ante 56% no ano passado.” (Gianni 
Carta; 06/11/2012) 
 
g) Dados estatísticos 
“O Vox Populi fez recentemente uma pesquisa de 
âmbito nacional. Deu o esperado: 48% dos 
entrevistados disseram simpatizar com algum 
partido. Mas 80% desses se restringiram a apenas 
três: PT (com 28% das respostas), PMDB (com 
6%) e PSDB (com 5%). Olhado desse modo, o 
sistema é, portanto, bem menos heterogêneo, pois os 
restantes 26 partidos dividem os 20% que sobram.” 
(Marcos Coimbra; 30/05/2012) 
 
h) Definição 
Definir é retratar, descrever, explicar algo em sua 
natureza; é mostrar o significado de algo. A definição 
pode ser objetiva ou subjetiva. “Segundo Barbosa 
Filho, ‘O amor é um sentimento sublime, que 
supera os problemas e diferenças, resiste ao 
tempo e se fortalece com a distância’. É a partir 
desse sentimento que muitas pessoas entregam suas 
vidas a favor de outras.” 
 
 
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. 
7 
 
PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
i) Testemunho de autoridade 
Uma autoridade pode ser uma pessoa ou, até mesmo, 
uma instituição. Desde que goze de prestígio social, tal 
recurso é muito relevante na argumentação. 
 
“Deve-se ressaltar a importância da transparência nos 
governos para aprimorar a governança e a gestão. Tal 
afirmação foi, inclusive, sublinhada pela ex-presidenta 
Dilma Roussef : ‘Quanto maior a transparência, 
maior a possibilidade de que o dinheiro público 
se destine ao que são os programas necessários.’” 
 
j) Contra-argumentação 
Contra-argumentar é apresentar argumento em 
contrário. Ou seja, expõe-se uma ideia para depois 
refutá-la (negando-a ou reduzindo sua importância) a 
fim de mostrar que a tese defendida (a contra-
argumentação) é melhor que a refutada. 
 
“Muito se diz sobre o cigarro de maconha ser 
prejudicial à saúde (tese refutada), no entanto é 
importante que se saiba que a erva tem ajudado 
pessoas com câncer a suportar a dor, pessoas com 
AIDS a se alimentar melhor, pessoas com 
esclerose múltipla a ter seus sintomas aliviados, 
etc. (tese defendida)” 
 
k) Pergunta retórica 
A pergunta retórica é aquela que não exige uma 
resposta imediata, pois seu objetivo é provocar a 
reflexão. Muitas vezes a resposta à pergunta retórica 
vemembutida. 
 
“Em vista da pacificação das favelas do Rio de Janeiro, 
a força militar vem sendo muito elogiada por sua 
precisão e competência. Precisamos realmente de 
uma nova ação militar para restaurar a paz nas 
comunidades ou agora é o momento de levar 
cultura a elas?” 
 
A primeira parte da pergunta traz um “não” como 
resposta embutida, afinal, já houve pacificação. A 
segunda parte da pergunta é o foco, o próximo passo a 
ser dado a fim de trazer mais um elemento positivo a 
esses grupos sociais, a cultura. Percebeu que a 
pergunta levou a uma reflexão? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA, IDEIA CENTRAL E IDEIAS 
SECUNDÁRIAS 
 
 
Como identificar tema, ideia central e ideias 
secundárias de um texto 
 
Identificando o tema de um texto 
O tema é a ideia principal do texto. É com base 
nessa ideia principal que o texto será desenvolvido. 
Para que você consiga identificar o tema de um texto, 
é necessário relacionar as diferentes informações de 
forma a construir o seu sentido global, ou seja, você 
precisa relacionar as múltiplas partes que compõem 
um todo significativo, que é o texto. 
 
Em muitas situações, por exemplo, você foi 
estimulado a ler um texto por sentir-se atraído pela 
temática resumida no título. Pois o título cumpre uma 
função importante: antecipar informações sobre o 
assunto que será tratado no texto. 
 
Em outras situações, você pode ter abandonado a 
leitura porque achou o título pouco atraente ou, ao 
contrário, sentiu-se atraído pelo título de um livro ou 
de um filme, por exemplo. É muito comum as pessoas 
se interessarem por temáticas diferentes, dependendo 
do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências 
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores. 
 
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, 
namoro, sexualidade, tecnologia, ciências, jogos, 
novelas, moda, cuidados com o corpo? Perceba, 
portanto, que as temáticas são praticamente infinitas e 
saber reconhecer o tema de um texto é condição 
essencial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, 
começar nossos estudos? 
 
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um 
exercício bem simples, que, intuitivamente, todo leitor 
faz ao ler um texto: reconhecer o seu tema. Vamos ler 
o texto a seguir? 
 
CACHORROS 
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou 
de uma espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois 
os cães se juntaram aos seres humanos e se 
espalharam por quase todo o mundo. Essa 
amizade começou há uns 12 mil anos, no tempo 
em que as pessoas precisavam caçar para se 
alimentar. Os cachorros perceberam que, se não 
atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e 
comer a comida que sobrava. Já os homens 
descobriram que os cachorros podiam ajudar a 
caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da 
casa, além de serem ótimos companheiros. Um 
colaborava com o outro e a parceria deu certo. 
 
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu 
sobre o possível assunto abordado no texto. Embora 
você imagine que o texto vai falar sobre cães, você 
ainda não sabia exatamente o que ele falaria sobre 
cães. Repare que temos várias informações ao longo 
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos 
 
 
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PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
cães, a associação entre eles e os seres humanos, a 
disseminação dos cães pelo mundo, as vantagens da 
convivência entre cães e homens. 
 
As informações que se relacionam com o tema 
chamamos de subtemas (ou ideias secundárias). 
Essas informações se integram, ou seja, todas elas 
caminham no sentido de estabelecer uma unidade de 
sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse 
texto fala? Qual seu assunto, qual seu tema? 
Certamente você chegou à conclusão de que o texto 
fala sobre a relação entre homens e cães. Se foi isso 
que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi 
capaz de identificar o tema do texto! 
 
INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS DE UM TEXTO 
Muitos candidatos ao SSA se perguntam como 
melhorar sua capacidade de interpretação dos textos. 
Primeiramente, é preciso ter em mente que um texto é 
formado por informações explícitas e implícitas. As 
informações explícitas são aquelas manifestadas pelo 
autor no próprio texto. As informações implícitas não 
são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser 
subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma 
leitura eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou 
seja, ler nas entrelinhas. 
 
Por exemplo, observe este enunciado: 
- Patrícia parou de tomar refrigerante. 
A informação explícita é “Patrícia parou de tomar 
refrigerante”. A informação implícita é “Patrícia 
tomava refrigerante antes”. 
Agora, veja este outro exemplo: 
-Felizmente, Patrícia parou de tomar refrigerante. 
 
A informação explícita é “Patrícia parou de tomar 
refrigerante”. A palavra “felizmente” indica que o 
falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é 
a informação implícita. 
 
Com esses exemplos, mostramos como podemos 
inferir informações a partir de um texto. Fazer 
uma inferência significa concluir alguma coisa a partir 
de outra já conhecida. Nos vestibulares, fazer 
inferências é uma habilidade fundamental para a 
interpretação adequada dos textos e dos enunciados. 
 
A seguir, veremos dois tipos de informações que 
podem ser inferidas: as pressupostas e 
as subentendidas. 
 
A) PRESSUPOSTOS 
Segundo Platão e Fiorin, pressupostos “são ideias 
não expressas de maneira explícita, que decorrem 
logicamente do sentido de certas palavras ou 
expressões contidas na frase”. Trocando em miúdos: 
algumas palavras dentro da frase “carregam” 
informações implícitas. 
Observe estas duas frases e os comentários acerca 
delas: 
 
A população, manipulada, supõe que o país vai 
progredir com o novo presidente. 
Note que o verbo supor indica que o sujeito (A 
população) considera verdadeiro o conteúdo do objeto 
direto (o país vai progredir com o novo presidente). 
No entanto, podemos facilmente pressupor 
(informação implícita) que o autor dessa declaração 
não se inclui entre 
“A população”, ou seja, ele não supõe que o país vai 
progredir com o novo presidente 
 
Há milhares de elementos linguísticos que servem de 
marcadores de pressupostos, mas, para facilitar a sua 
vida no assunto, vejamos os mais frequentes, segundo 
Platão e Fiorin: 
 
1) Certos adjetivos e certos numerais 
– O Chevette foi meu primeiro carro. 
Pressuposto: Já teve outros carros depois desse. 
– A loja foi vítima de novos furtos. 
Pressuposto: Já havia sido furtada antes. 
 
– O Vasco é o último colocado na tabela. 
Pressuposto: Há outros times à frente dele. 
 
– As microempresas não recebem crédito dos bancos 
para cobrir seus constantes déficits. 
Pressuposto: As microempresas nunca têm lucro. 
 
2) Certos advérbios 
– Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até 
nós. 
Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado ou 
os resultados vão chegar mais tarde. 
 
– O prefeito está menos popular. 
Pressuposto: O prefeito antes era mais popular. 
 
– Como Paulo atravessou o rio? 
Pressuposto: Paulo atravessou o rio. 
 
4) Certas formas verbais que indicam mudança ou 
permanência de estado 
Conheça: permanecer, continuar, tornar-se, virar, vir a 
ser, ficar, passar (a), deixar (de),parar (de), começar (a), 
principiar (a), converter-se, transformar-se, ganhar, 
perder... 
 
– Dengue vira risco de epidemia em SP. 
Pressuposto: A dengue não era risco de epidemia 
anteriormente. 
 
– João parou de bater na esposa. 
Pressuposto: João é casado e batia na esposa. 
 
– A corrupção no Brasil continua efervescente. 
Pressuposto: A corrupção no Brasil já era efervescente 
anteriormente. 
 
5) Certos verbos que indicam um ponto de vista 
sobre um fato 
Conheça: pretender, supor, alegar, presumir, imaginar.. 
. 
– Os jornalistas imaginam que nada do que fazem e 
dizem terá consequências. 
Pressuposto: Para os jornalistas, o conteúdo do 
 
 
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9 
 
PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
complemento de imaginar é verdadeiro, mas, para o 
autor da declaração, é falso. 
 
6) Orações adjetivas (explicativas e restritivas) 
– “Os índios brasileiros, que abandonaram suas 
tradições, estão em fase de extinção.” 
Pressuposto: Todos os índios brasileiros abandonaram 
suas tradições e, por isso, estão em fase de extinção. 
 
– “Os índios brasileiros que abandonaram suas 
tradições estão em fase de extinção.” 
Pressuposto: Somente alguns índios brasileiros 
abandonaram suas tradições, e, por isso, nem todos 
estão em fase de extinção. 
 
Obs.: O mesmo vale para os adjetivos; nesse caso, a pontuação 
muda o sentido: “O brasileiro, orgulhoso, se considera feliz.” 
(Pressuposto: Todo brasileiro é orgulhoso.) / 
“O brasileiro orgulhoso se considera feliz.” (Pressuposto: Nem 
todo brasileiro é orgulhoso.) 
 
7) Certas conjunções e preposições 
– “Quando entrarmos em contato com seres inteligentes 
de outros planetas, os presumíveis mistérios acerca de 
sua existência serão esclarecidos.” 
Pressuposto: Nunca houve contato com 
extraterrestres ou ainda vai haver contato com 
extraterrestres. 
 
– Apesar de ser homem, é muito inteligente. 
Pressuposto: homem não é inteligente. 
 
– “Os acidentados foram socorridos num pronto-
socorro do INSS, mas saíram de lá sãos e salvos.” 
Pressuposto: Os que saem do INSS não saem sãos e 
salvos. Crítica feroz ao INSS. 
 
B) SUBENTENDIDOS 
Os subentendidos são mensagens implícitas 
deduzidas subjetivamente pelo interlocutor. 
Justamente por essa ideia de dedução, os 
subentendidos de uma declaração podem não ser 
verdadeiros. Vejamos três exemplos de subentendido, 
o qual normalmente surge em contextos sociais: 
Ana – Vamos ao cinema? 
Carlos – Mas está chovendo... 
Possível subentendido: Carlos sugere que não quer ir 
ao cinema. 
 
Amigo do Mário – É da casa do Mário? 
Mãe do Mário – Ele teve de sair, mas já volta. 
Possível subentendido: A mãe do Mário entende que o 
amigo do filho queria falar com ele. 
 
Marido – Está muito frio lá fora! 
Esposa – Tudo bem, eu já vou fechar a janela. 
Possível subentendido: A esposa entende que o 
marido fez um pedido. 
 
Para finalizar, segundo Platão e Fiorin, uma 
informação importante: “Os subentendidos são as 
insinuações escondidas por trás de uma 
afirmação. Quando um transeunte com o cigarro 
na mão pergunta: Você tem fogo?, acharia muito 
estranho se você dissesse: Tenho e não lhe 
acendesse o cigarro. Na verdade, por trás da 
pergunta subentende-se: Acenda-me o cigarro por 
favor.”. 
 
Coesão e coerência textual 
Coerência e coesão textual: conceitos importantes que 
garantem melhor compreensão de texto e melhor 
escrita de redação de qualquer área. 
 
Coesão e coerência textual são dois elementos que 
fazem com que um texto cumpra sua função 
comunicacional. E isso serve para todos os tipos de 
produção textual, seja uma dissertação, um e-mail, 
uma poesia ou uma carta. 
Apesar de trabalharem juntas, elas não são a mesma 
coisa. Ao longo do assunto, vamos mostrar com mais 
precisão suas diferenças e suas complementariedades. 
De modo simples, a coesão é o uso de estruturas 
gramaticais que garantem a linearidade do texto, 
facilitam a leitura e constroem um sentido interno 
ao texto. 
Sem o domínio dos elementos de coesão, o texto 
não estará harmônico para ser bem compreendido 
pelo leitor. 
 
Para tal, o escritor vai precisar usar os 
chamados elementos de referência que podem ser: 
✓ Endofóricos 
✓ Exofóricos. 
 
 Entenda: 
1. Elementos endofóricos 
 Estes são os elementos responsáveis pela ligação entre 
tudo que está dentro do texto. Eles são divididos 
em: anafóricos (quando se referem a um termo já 
citado) e catafóricos (quando se referem a um termo 
posterior). 
 
 Observe o exemplo: 
• Rex e Lulu são animais de estimação. Eles foram 
adotados por Júlia e agora ambos vivem no 
apartamento dela. 
 
 O pronome “eles” se refere à Rex e Lulu, é um 
elemento anafórico, porque o nome dos dois já havia 
sido mencionado, da mesma forma que o pronome 
“ambos”. 
 
• Ela encantava a todos com seus movimentos precisos 
e delicados, a dançarina mascarada. 
 
 O pronome “ela” aparece antes da informação de 
quem faz movimentos precisos e delicados, ou 
seja, a dançarina mascarada. Por isso, tem uma função 
catafórica. 
 
2. Elementos exofóricos 
Estes elementos são aqueles que apontam para fora 
do texto, que precisam ser contextualizados — a 
apenas por meio do contexto é possível aferir de quem 
ou do que se fala. 
 
 
https://www.concursosnobrasil.com.br/escola/portugues/elementos-de-coesao.html
 
 
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PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
Para esta função, são bastante utilizados os pronomes 
demonstrativos 
 
veja os exemplos: 
• Naquela parede nós colocaremos um quadro. 
• Esta blusa é mais bonita que aquela. 
 
Mecanismos de coesão textual 
 
 
Além de entender a importância da coesão e como ela 
influencia na coerência, é necessário conhecer os 
recursos e tipos de coesão textual. Alguns recursos 
essenciais que promovem a harmonia dos elementos 
do texto são: 
• Ordenação correta das palavras nos períodos; 
• Utilização correta das flexões nominais, como a flexão 
de gênero e número; 
• Uso adequado das flexões verbais, como a flexão de: 
número, pessoa, modo e tempo; 
• Uso correto das preposições e conjunções. 
 
De modo geral, toda palavra que tem função de 
conectivo pode ser considerada como um elemento de 
coesão que compõem esses recursos essenciais alguns 
deles são: conjunções que são responsáveis por 
organizar ideias opostas ou 
complementares; pronomes que retomam partes 
anteriores ou que serão mencionadas a seguir 
e advérbios. 
 
Exemplos: 
• Maria saiu de casa para ir ao 
supermercado, mas (conjunção) estava 
chovendo, então (conjunção conclusiva) retornou 
ao seu (pronome) quarto para (locução prepositiva de 
finalidade) pegar o guarda-chuva, o qual (pronome 
relativo) estava na gaveta. 
 
Percebeu a variedade de conectivos que um período 
pode ter? Elas são responsáveis por estabelecer as 
inter-relações entre os termos, frases, orações e 
parágrafos. 
 
Ampliar seu vocabulário e memorizar os principais 
conectivos evita a repetição de alguns elementos, o 
que tornaria seu texto repetitivo. Veja a tabela a seguir 
com os principais conectivos, também chamados 
de palavras de transição. 
 
Conectivos Exemplos 
Prioridade, relevância 
em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em 
princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, 
principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori, a posteriori 
Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, 
posterioridade) 
então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a 
princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, 
anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, 
finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente, 
constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, 
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, 
simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, 
enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, 
assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, 
já, mal, nem bem 
Semelhança, comparação, conformidade 
igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, 
similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de 
maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, 
segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto 
quanto, como, assim como, como se, bem como 
Condição, hipótese se, caso, eventualmente, desde que, ainda que 
Adição, continuação 
além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda por 
cima, por outro lado, também, e, nem, não só … mas também, 
não só… como também, não apenas … como também, não só 
… bem como, com, ou (quando não for excludente) 
https://www.concursosnobrasil.com.br/escola/portugues/conjuncao.html
https://www.concursosnobrasil.com.br/escola/portugues/pronomes.htmlhttps://www.concursosnobrasil.com.br/escola/portugues/classes-de-palavras-adverbio.html
https://www.concursosnobrasil.com.br/escola/portugues/conectivos-para-redacao.html
 
 
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11 
 
PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
Conectivos Exemplos 
Dúvida 
talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é 
provável, não é certo, se é que 
Certeza, ênfase 
de certo, por certo, certamente, indubitavelmente, 
inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com certeza 
Surpresa, imprevisto 
inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de 
repente, imprevistamente, surpreendentemente 
Ilustração, esclarecimento 
por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer 
dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás 
Propósito, intenção, finalidade 
com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, 
com o intuito de, para que, a fim de que, para, como 
Lugar, proximidade, distância 
perto de, próximo a/ de, junto a/ de, dentro, fora, mais adiante, 
aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, 
aquela, aquilo, ante, a 
Resumo, recapitulação, conclusão 
em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, 
assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre 
vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo 
Causa e consequência. Explicação 
por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por 
causa de, na medida em que, em virtude de, de fato, com efeito, 
tão (tanto, tamanho) … que, porque, porquanto, já que, uma vez 
que, visto que, como (= porque), logo, que (= porque), de tal 
sorte que, de tal forma que, haja vista, pois (anteposto ao verbo) 
Contraste, oposição, restrição, ressalva 
pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, 
contudo, todavia, entretanto, no entanto 
Ressalva: embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, 
posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só 
que, ao passo que 
Ideias alternativas 
Ou, ou… ou, quer… quer, ora… ora, seja… seja, já… já, nem… 
nem 
Proporcionalidade 
à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, 
quanto menos 
 
Agora que conhecemos alguns recursos que podem 
ser usados para assegurar a harmonia entre as partes 
do texto, vamos conhecer os tipos de mecanismos de 
coesão textual, eles são classificados em cinco tipos: 
 
1. Referencial; 
2. Por substituição; 
3. Por elipse; 
4. Por conjunção; 
5. Lexical. 
 
1. Coesão por referência 
 Este tipo de coesão textual é usado para evitar a 
repetição dos termos dentro do que está sendo escrito. 
 
 
 
 Dessa forma, ela “faz referência”, ou seja, aponta para 
outros elementos que já foram citados no texto e para 
acrescentar novas informações sobre algo que já foi 
mencionado. 
 
 Exemplo: 
• Leonardo da Vinci e Michelangelo são 
artistas. Eles são uns dos nomes mais famosos da 
história da arte. 
 A coesão por referência pode ser elaborada por meio 
de três modos básicos: 
 
• Pessoal: Júlia e Alice eram amigas desde a infância. 
Mas elas não sabiam que isso estava prestes a mudar. 
O pronome "elas" faz referência aos termos anteriores 
"Júlia" e "Alice". (referência pessoal anafórica); 
 
 
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PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
• Demonstrativa: A dor é parte da vida, esse é um fato 
que não se pode escapar. A palavra "esse" faz 
referência à informação dada anteriormente. 
(referência demonstrativa anafórica); 
 
• Comparativa: O resultado de 2+2 é o mesmo que 
1+3. O conectivo "mesmo" faz referência a uma 
equivalência ou igualdade em uma comparação entre 
os termos "2+2" e "1+3". (referência comparativa 
endofórica). 
 
2. Coesão por substituição 
A coesão substituição é realizada quando usamos um 
termo no lugar de outro que tenha o mesmo valor que 
facilita a construção da coesão e impede a repetição 
dos termos ao longo do texto. Pode ser feito por meio 
da relação entre nomes, como mostramos no item 
anterior, como referência pessoal anafórica, mas 
também pode ser: 
• Verbal: Lorraine estudou para o vestibular. 
Jonas fez o mesmo. A ação de “estudar” é realizada 
por ambas as pessoas, contudo, na segunda oração, o 
verbo “fazer” é utilizado como substituto do verbo 
“estudar”; 
 
• Frasal: Eduardo tem duas irmãs. Marcos também. O 
termo "também" substitui "tem duas irmãs”. 
 
3. Coesão por elipse 
 Esse tipo de coesão se trata de figura sintática que é 
usada com o propósito de evitar a repetição de um 
termo (anafórico). Diferentemente da substituição, o 
termo da elipse é suprimido sem que o sentido da 
frase ou período se perca. A elipse pode ser pessoal, 
verbal ou frasal. 
• Pessoal: Gabriel perdeu as chaves da casa e ficou 
preocupado. Gabriel perdeu as chaves de casa 
e (ele) ficou preocupado. Foi feita a elipse do 
pronome pessoal "ele"; 
 
• Verbal: Adriana foi para Miami e depois para Nova 
York. Adriana foi para Miami e depois (foi) para 
Nova York. Ocorreu a elipse do verbo "ir"; 
 
• Frasal: Na Páscoa a demanda por chocolates é grande 
e no Dia dos Namorados também. Na Páscoa a 
demanda por chocolates é grande e no Dia dos 
Namorados (a demanda por chocolates é 
grande) também. Pode-se observar a elipse da frase " 
a demanda por chocolates é grande ". 
 
4. Coesão por conjunção 
 No caso das conjunções sua função é conectar e 
estabelecer relações entre orações ou palavras, 
mantendo a conexão entre as partes do texto e, 
portanto, é um elemento de coesão. Dos vários tipos 
de conjunções existentes, podemos dividi-los em dois 
grupos: 
• Conjunções coordenativas: aditivas, adversativas, 
causais, temporais e continuativas. 
 
Exemplos: 
Mariana é uma pessoa forte e honesta. (aditiva); 
Tudo vale a pena, se a alma não é pequena – Fernando 
Pessoa. (adversativa); 
 
• Conjunções subordinativas: integrantes, causais, 
comparativas, concessivas, condicionais, 
conformativas, consecutiva, temporais, finais e 
proporcionais. 
 
Exemplos: 
Se você não for, eu não vou. (condicional); 
Tão logo cheguei em casa, começou a chover. 
(temporal) 
 
5. Coesão lexical 
 Por fim, a coesão lexical que se trata da repetição 
(reiteração) ou substituição de um termo por outro 
que tenha sentido semelhante. Para ter este efeito são 
usados estes recursos: 
• Reiteração: consiste na repetição do mesmo vocábulo 
ou na substituição por outro de mesmo valor 
semântico. 
Exemplo: Imaginar que o racismo no Brasil não 
existe é não querer aceitar a realidade dos fatos. Trata-
se, na verdade, do pior tipo de racismo, além de 
perverso, pois não se manifesta muito abertamente. 
 
• Substituição lexical: consiste na substituição de uma 
unidade lexical por outra que, com ela, mantém a 
mesma ideia de sentido. Pode ocorrer por meio de: 
 
• Pronomes: O Papa Francisco foi nomeado em 
2013. Vossa Santidade se tornou muito popular por 
meio das redes sociais. (O pronome de tratamento 
substitui o nome do líder da Igreja Católica); 
 
• Sinônimos: se trata da substituição de um vocábulo 
por outro de mesmo sentido 
Exemplo: Houve época, nas tradições hebraicas, em 
que se associava a figura do juiz à do criador do 
universo, quando o magistrado obrava, fosse por 
uma hora, com inteireza sua sentença. (magistrado 
sinônimo de juiz); 
 
• Quase Sinônimo: é realizado por meio da substituição 
de um vocábulo por outro que, embora não possua o 
mesmo sentido, de acordo com o contexto retoma o 
vocábulo anterior. 
Exemplo: Os jornalistas protestaram após a decisão 
do STF quanto à não necessidade de diploma para o 
exercício da profissão. Segundo o sindicado 
da categoria, essa decisão é afronta à prática de um 
jornalismo profissional e eficiente. (Categoria substitui 
jornalista, que nesse contexto tem um valor de 
sinônimo); 
 
• Hiperônimo e Hipônimo: trata-se da relação que existe 
entre um vocábulo de sentido genérico (hiperônimo) e 
outro de sentido específico (hipônimo). 
Exemplo: De todos os répteis,o mais violento é, sem 
dúvidas, o jacaré. (A palavra jacaré é hipônima de 
répteis e répteis é o hiperônimo de jacaré). 
 
 
 
 
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13 
 
PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
 O que é coerência? 
 
 
 
 O objetivo da coerência é preservar o sentido (nexo) 
do texto e assegurar que a intenção do escritor 
possa ser recebida e compreendida pelo leitor. Ou 
seja, a coerência diz respeito à visão total do texto, ao 
contrário da coesão que trata da estrutura interna dos 
elementos que compõem o texto. 
 
Para que esse objetivo seja alcançado, o escritor 
precisa garantir que estejam presentes no seu texto 
critérios (lógicos) que vão dar sentido a ele em 
relação ao mundo (externo ao texto). 
 
O sentido de um texto e a coerência estão 
relacionados aos conhecimentos prévios (anteriores a 
leitura) que eles ativam. 
 
Princípios da coerência textual 
Neste momento vamos apresentar os principais 
conceitos da coerência textual e como eles são podem 
ser empregados nas frases. 
 
1. Princípio da não contradição: O texto não deve 
possuir contradições de ideias internas entre diferentes 
partes dele. 
• Coerência correta: Ele só compra leite de soja pois é 
intolerante à lactose. 
• Erro de coerência: Ele só compra leite de vaca pois é 
intolerante à lactose. 
• Justificativa: A segunda frase apresenta erro de 
incoerência (não faz sentido), porque quem é 
intolerante à lactose não pode consumir leite de vaca. 
 
2. Princípio da não tautologia: Mesmo que sejam 
usadas palavras diferentes, o texto e as ideias dentro 
dele não devem se repetir. A repetição pode 
comprometer a compreensão da mensagem do texto e 
causar redundância (tautologia). 
• Coerência correta: Visitei a Torre Eiffel há um ano. 
• Erro de coerência: Visitei a Torre Eiffel há um ano 
atrás. 
• Justificativa: o uso do verbo haver na sua forma "há" 
já indica que esta é uma ação que ocorreu no passado. 
Então ao colocar a palavra "atrás", que também indica 
que a ação ocorreu no passado, não acrescenta 
nenhum valor e apenas faz com que ela se torne 
repetitiva. 
 
3. Princípio da relevância: a organização do texto deve 
seguir uma sequência lógica de eventos relacionados 
entre si, as ideias não devem ser fragmentadas e 
necessárias ao sentido da mensagem. Caso a ordem 
das ideias esteja incorreta, mesmo que isoladamente 
elas apresentem sentido, o entendimento do texto 
como um todo é comprometido. 
• Coerência correta: O dia estava muito frio, nevava 
muito. Então o homem decidiu usar seu casaco 
marrom para ir ao trabalho. 
• Erro de coerência: O dia estava muito frio, nevava 
muito. Então o homem decidiu usar uma roupa de 
praia para ir ao trabalho. 
• Justificativa: Note que, embora as frases façam 
sentido isoladamente, a ordem de apresentação da 
informação torna a mensagem confusa. Uma vez que 
está nevando muito, usar uma roupa de praia na rua é 
um risco para a saúde do nosso personagem. 
 
4. Continuidade temática: Esse conceito é importante 
para assegurar que o texto mantenha a sequência 
dentro de um mesmo assunto. Quando este conceito 
não é respeitado, a pessoa que lê a mensagem fica com 
a sensação de que o assunto foi mudado 
repentinamente. 
• Coerência correta: Meu hobby nos finais de semana 
é cuidar do jardim, gosto de plantar flores, rosas e 
pequenos arbustos. Ainda pretendo investir no cultivo 
de hortaliças. 
• Erro de coerência: Meu hobby nos finais de semana 
é cuidar do jardim, gosto de plantar flores, rosas e 
pequenos arbustos. Mas ainda pretendo investir na 
bolsa de valores. 
• Justificativa: Repare que no segundo exemplo, o 
narrador acaba fazendo uma mudança súbita de 
assunto, apesar do uso adequado do sentido de 
investir, o tema a que ele se refere nada tem a ver com 
o que estava sendo dito anteriormente. 
 
5. Progressão semântica: o cumprimento desse 
conceito garante a inserção de novas informações no 
texto, dando seguimento no assunto e finalizando a 
proposta comunicativa. Quando isso é aplicado, a 
leitura pode se tornar longa e arrastada e que nunca 
alcança seu objetivo final. 
• Coerência correta: Os amigos estavam passeando 
pela mata e decidiram parar um pouco para recuperar 
o fôlego. Durante o repouso ouviram um barulho, 
como passadas se aproximando delas, de repente 
foram surpreendidos por um animal selvagem. 
• Erro de coerência: Os amigos estavam passeando 
pela mata e decidiram parar um pouco para recuperar 
o fôlego. Durante o repouso ouviram um barulho, 
como passadas se aproximando deles, a cada nova 
respiração, o barulho se aproximava mais um pouco e 
mais um pouco. Aumentando o suspense no ar, os 
corações acelerados, o corpo tenso... 
• Justificativa: Apesar das frases fazerem sentido e 
respeitarem uma sequência narrativa lógica, a segunda 
prolonga demais os detalhes da cena que acabam por 
atrapalhar o leitor a acompanhar a história e o 
desfecho é embromado. 
 
Recomendações: como criar coerência textual? 
A partir do que aprendemos sobre os princípios que 
precisam ser respeitados para garantir a coerência do 
 
 
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PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
texto. Outros elementos que podem te ajudar a 
garantir que a mensagem do texto seja compreensível. 
 
Antes de fazer um texto, procure estruturar 
previamente a ideia principal e as ideias secundárias 
nas quais o conteúdo estará baseado. Durante o 
processo de produção, escreva de forma simples, 
objetiva e concisa, definindo uma linha de raciocínio e 
pensamento lógico, cruzando ideias e fatos de forma 
harmônica. 
 
Além disso, distribua as informações importantes do 
texto sem deixar de enfatizá-las, exponha informações 
suficientes sobre o assunto e prove que tem domínio 
do assunto que está sendo apresentado. 
 
O que deve ser evitado na coerência textual é o uso de 
palavras desnecessárias e repetitivas, ideias 
redundantes e contraditórias, informações e fatos 
isolados que não encadeiam com as ideias 
apresentadas anterior e posteriormente. 
 
Também é recomendado que se evite o uso de frases 
muitos longas ou frases prontas, como clichês, jargões 
e estrangeirismos. Em suma, tenha cuidado para não 
utilizar recursos que desfavoreçam ou enfraqueçam 
seu discurso. 
 
Fatores de Coerência 
Com o objetivo de te ajudar a cumprir as 
recomendações anteriores, vamos lhe apresentar 
fatores que contribuem para a coerência de um texto, 
considerando sua amplitude: 
 
1. Conhecimento de Mundo 
Conjunto de saberes que adquirimos e acumulamos ao 
longo da nossa experiência de vida. Eles são 
chamados de frames (rótulos), esquemas (planos de 
funcionamento, como a rotina alimentar: café da 
manhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um 
objetivo, tal como estabelecer metas), scripts (roteiros, 
tal como se portar numa entrevista de emprego). 
 
Exemplo: Peru, Panetone, ovos de chocolate, frutas e 
nozes. Tudo a postos para a Festa Junina! 
Uma questão cultural nos leva a deduzir que a frase 
acima é incoerente. Visto que “peru, panetone, ovos 
de chocolate, frutas e nozes” (frames) são elementos 
que pertencem à outras celebrações nacionais e não à 
festa junina. 
 
2. Inferências 
Por meio das inferências, que também podemos 
chamar de deduções, as informações que estão sendo 
apresentadas no texto podem ser simplificadas. Caso 
partamos do pressuposto de que os leitores ou 
interlocutores do texto ou mensagem partilham do 
mesmo conhecimento. 
 
Exemplo: Quando os chamar para jantar não esqueça 
que eles veganos. (Ou seja, em princípio, esses 
convidados não comem produtos de origem animal) 
 
3. Fatores de contextualização 
Existem fatores e informações que inserem e situam o 
interlocutor (leitor) na mensagem, assegurando o 
entendimento do texto, como os títulos de uma notícia 
ou a data de uma mensagem ou fato histórico. 
 
Exemplo: O uso das ombreiras era uma moda muito 
comum na década de 80. 
 
4. Informatividade 
Este elemento, especialmente, garante queo seu texto 
tenha mais credibilidade e seja mais interessante. Mas 
cuidado! O uso de uma informação isolada e reforçá-la 
sem um contexto ou desenvolvimento pode 
desvalorizar o texto. 
 
Exemplo: Marrocos foi colonizada pela França. 
 
Diferença entre coesão e coerência 
 
 
 
 
Assim como no Sistema Seriado de Avaliação (SSA), 
qualquer atividade requer o entendimento e o bom uso 
da coesão e da coerência e em todas as suas atividades. 
Uma vez que qualquer estudo, trabalho, texto ou 
mensagem precisam ser lidas e interpretadas 
corretamente. 
 
A coesão é responsável pelas estruturas que organizam 
a superfície dos textos e que levam à construção da 
coerência, do sentido do que está sendo escrito. Ao 
mesmo tempo a coerência, que é o conteúdo e a 
intenção do texto, precisa estar explícita de uma forma 
coesa. 
 
Podemos concluir que coesão e coerência são 
complementares e estão relacionadas às regras 
essenciais para a produção de bons textos, apesar de 
suas diferenças e especificidades. E vale lembrar, que 
apesar de um texto ser coeso ele pode ser incoerente 
ao mesmo tempo. 
 
Com o propósito de delimitar os domínios de cada um 
desses elementos textuais, vamos assinalar algumas 
diferenças elementares entre eles. 
 
O ponto fundamental da coesão textual está ligado às 
regras gramaticais, em outras palavras, tem a ver com a 
articulação interna dos termos. Já a coerência textual, 
do contrário, se ocupa da articulação externa e mais 
profundada do texto, que é o seu conteúdo. 
 
 
 
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15 
 
PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
Quando tratamos de coesão estamos nos referindo a 
estrutura e como um texto é organizado. Para atingir 
este objetivo, todas as partes que o constituem precisar 
estar ligadas entre si por meio de elementos 
conectivos. Ao passo que a coerência está relacionada 
à articulação lógica de ideias e ao sentido interno e 
externo a mensagem construída. 
 
E todos os elementos que constroem a coesão visam 
assegurar a conexão entre frases, orações e parágrafos 
do texto. De forma alguma um texto coeso pode ser 
composto por uma sequência de frases isoladas umas 
das outras. 
 
Pelo contrário, os elementos anafóricos (remetem ao 
que já foi dito) e catafóricos (remetem ao que será 
dito) precisam ser bem articulados fazendo com que o 
texto seja fluido e compreensível em seu todo. 
Finalmente, a coerência é o elemento responsável pelo 
sentido (conteúdo e significado) do texto. Dado que 
toda mensagem é um ato de comunicação, seja uma 
dissertação, um e-mail, um poema, é indispensável que 
ele tenha sentido para quem envia a mensagem 
(emissor – quem escreve/ cria) e para quem a recebe 
(receptor – quem lê e ouve). 
Que chamamos de nexo, a conexão entre fatos e 
ideias que compõem a mensagem, essenciais para 
garantir a coerência textual. 
 
 
PROGRESSÃO TEMÁTICA 
 
 
A progressão temática é muito importante na hora de 
interpretar o texto e redigir a redação, pois é por meio 
dela que o texto fica claro e bem conectado. 
 
O que é progressão temática? 
A progressão temática é um procedimento utilizado 
pelos enunciadores para dar sequência a seus textos, 
orais ou escritos. Ela consiste em fazer o texto 
avançar apresentando informações novas sobre 
aquilo de que se fala, que é o tema. 
 
Um requisito para a construção do texto, conhecido 
por todos os falantes, é que ele tenha unidade temática 
(mantenha ‘o fio da meada’), e, ao mesmo tempo, 
apresente informações novas sobre o tema. Um texto 
sobre gripe, por exemplo, não pode mudar de tema 
aleatoriamente e passar a tratar de furacão ou telefone 
celular. Mas, para ser aceito como texto, precisa falar 
de diferentes aspectos da gripe: o que é, que riscos traz 
para o doente, quais são os meios de contágio, o que 
se deve fazer para evitá-la, qual é o tratamento, etc. 
Assim, do ponto de vista funcional, a organização e 
hierarquização das unidades semânticas do texto se 
concretizam por meio de dois eixos de informação, 
denominados tema (tópico) e rema (comentário). 
 
Considera-se como tema o que se toma como base da 
comunicação, aquilo de que se fala, e 
como rema aquilo que se diz sobre o tema. De modo 
geral, o tema é uma informação dada, já apresentada 
ao ouvinte ou leitor, ou que pode ser facilmente 
inferida, depreendida por ele, a partir do contexto ou 
do próprio texto. O rema apresenta informação nova 
que é introduzida no texto. Isso faz o tema progredir. 
 
Progressão por meio de conectivos 
Os conectivos são essenciais para que a progressão 
textual ocorra, pois eles contribuem para que novas 
ideias sejam adicionadas ao longo dos períodos e 
também dos parágrafos. Por essa razão, é necessário 
o domínio das conjunções e articuladores: 
Além disso… 
Não só… 
Mas também… 
Bem como… 
Por outro lado… 
Mas, porém, contudo, todavia, no entanto, 
entretanto, não obstante… 
Etc. 
 
O governo não só reduziu os impostos como 
também aumentou o investimento na área tecnológica, 
contribuindo ainda mais para o crescimento econômico. Isso 
certamente dará mais condições de o país criar muitas ofertas de 
emprego. 
 
Por outro lado, muitos economistas não concordam com tal 
ação, pois alegam que a redução de impostos pode comprometer o 
investimento em outras áreas e pode ainda aumentar a dívida 
do país. 
 
Perceba que essas expressões ajudam o texto a ter 
mais vida, fica mais bem articulado, além de deixar o 
texto mais gostoso de ser lido. Nota-se também que o 
texto fica mais coerente. 
 
Progressão por meio de novas informações 
 
Cada parágrafo deve ter uma ideia central; mas ao 
mudar de parágrafo você deve se preocupar em 
apresentar novas informações dentro de um mesmo 
tema no decorrer do texto. Muitos alunos tendem a 
falar de uma mesma ideia em todos os parágrafos. 
 
A fome não é só um problema do Brasil, mas também de 
vários outros países, já que hoje há mais de 700 milhões de 
pessoas que passam fome em todo o planeta. Esse número é bem 
alto e preocupante; sendo um total de quase 10% da população 
mundial. 
Várias doenças causadas hoje têm como consequência a fome; 
pois ela leva à desnutrição e, por causa disso, doenças, tais como: 
raquitismo, anemia e deficiência no sistema nervoso. Como o 
corpo carece de vitaminas, ele fica com baixa imunidade. 
Além de a morte ser causada por dezenas de fatores (guerras, 
acidentes), morrem todo ano milhares de pessoas em decorrência 
da fome. Essa mortalidade ocorre principalmente entre bebês e 
crianças... 
 
Perceba que o texto acima mostra vários subtemas que 
estão relacionados à fome; é isso que você deve fazer 
ao redigir sua redação. Traga novas informações a 
cada parágrafo e também empregue os conectivos para 
contribuir com isso. 
 
 
 
 
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PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
Uma superdica é sempre envolver outras áreas na hora 
do elaborar o texto: matemática, biologia, sociologia, 
geografia, história...Por isso é importante estar bem 
informado sobre os assuntos relevantes. 
 
 
TEXTOS MULTIMODAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com a disseminação das novas tecnologias, o texto 
vem adquirindo cada vez mais novas configurações, 
que transcendem as palavras, as frases e, acima de 
tudo, a modalidade escrita da linguagem. Dizendo de 
outro modo, a proliferação tecnológica tem instigado a 
promoção de novas composições textuais, sendo estas 
constituídas por elementos advindos das múltiplas 
formas da linguagem (escrita, oral e visual). 
 
Nas práticas corriqueiras do dia a dia da sociedade 
contemporânea, o espaço concedido à imagem 
ampliou-se consideravelmente. Os documentos 
textuais presentes nas práticas cotidianas trazem 
consigo não apenas a linguagem verbal escrita, mas 
também um amplo contingente de recursos visuais. 
Partindo desse pressuposto, há um infinito 
contingente de elementos imagéticos e visuais, que 
podem ser empregados na composição textual com 
fins a acarretar determinadosefeitos de sentido, como 
é o caso, da seleção das cores empregadas em um 
dado texto, da seleção do tipo de letra, do formato e 
da cor etc. A materialização de todo esse contingente 
de elementos revela as particularidades dos propósitos 
comunicativos do autor. 
 
Texto multimodal consiste em uma construção 
textual embasada na conexão/ união de elementos 
provenientes de diferenciados registros da linguagem. 
 
Os textos multimodais mais conhecidos são os que 
estão pautados na junção de elementos alfabéticos e 
imagéticos (leia-se linguagem verbal e não verbal, 
respectivamente). Sobre tal conceituação, podemos 
mencionar como exemplos: os anúncios, os cartuns, 
as charges, as histórias em quadrinhos, as 
propagandas, as tirinhas etc.. Tais gêneros trazem 
consigo a materialização de signos alfabéticos (letras, 
palavras e frases) e signos semióticos (imagéticos e 
visuais). Ou seja, esses gêneros têm sua construção 
materializada mediante múltiplas e diversificadas 
semioses. 
 
A compreensão textual não é algo resultante apenas 
do texto verbal, mas abarca um grande leque de 
elementos semióticos. Ora, o leitor dá sentido ao texto 
tendo o respaldo não apenas de signos alfabéticos, 
mas de elementos imagéticos e visuais. Ou seja, os 
leitores envolvem-se em uma nova forma de ler 
marcada por documentos textuais materializados por 
elementos tanto verbais como visuais. A leitura e a 
escrita vão, então, adquirir um novo formato e uma 
nova moldagem. A escrita, nesses documentos, está 
imersa entre um amplo contingente de elementos 
imagéticos. Isso torna o texto multimodal ou 
multisemiótico. 
 
EXEMPLOS DE TEXTOS MULTIMODAIS: 
 
Charge 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Charge 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
Cartum 
 
 
Tirinha 
 
 
Tirinha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tirinha 
 
 
 
Cartaz 
 
 
 
 
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GÊNEROS DIGITAIS 
 
 
O avanço tecnológico provocou alterações nos meios 
de comunicação e também na linguagem, o que deu 
origem aos gêneros digitais. 
 
O avanço tecnológico traz diversas novidades não 
apenas para os meios de comunicação, mas também 
para a linguagem. Você já parou para pensar o quanto 
a comunicação passou por diversas transformações 
graças ao advento da informática? Se você pensa que 
esse é um assunto apenas para estudiosos da 
linguística, você está enganado, até porque essas 
transformações estão mais próximas do que você 
imagina. 
 
 
Sabemos que os gêneros textuais são incontáveis e 
adaptáveis às diversas realidades e situações 
comunicacionais. Sabemos também que eles podem 
ser definidos graças a um conjunto de elementos fixos, 
embora sejam mais flexíveis do que os tipos textuais. 
 
A verdade é que a comunicação na internet acabou 
criando novos gêneros e alterando outros, 
comprovando que eles estão a serviço dos falantes e às 
necessidades de seu tempo. Se antes enviávamos 
cartas, hoje enviamos e-mail, que nada mais é do que 
uma adaptação virtual que dispensa o papel e a caneta. 
Se em um passado não muito distante enviávamos 
mensagens de celular, hoje utilizamos as redes sociais 
para deixar um recado para nossos amigos. Contudo, é 
importante observar que, embora os meios tenham 
sido modernizados, a estrutura da comunicação e a 
forma com a qual nos expressamos continuam 
seguindo parâmetros que estabelecem uma relação 
dialógica com formas textuais preexistentes. 
 
 
 
Embora novos gêneros textuais estejam surgindo, 
entre eles os gêneros digitais, é interessante notar 
que eles podem ser definidos porque apresentam 
elementos que possibilitam isso, além de preservarem 
características de gêneros já consagrados. Por 
exemplo, ao escrever um e-mail, temos, ainda que 
inconscientemente, a estrutura textual de uma carta 
mentalmente preconcebida, pois é normal que 
iniciemos nosso texto utilizando elementos de uma 
carta tradicional, como a identificação do remetente e 
a despedida. Por isso, é incorreto pensar que a 
comunicação virtual é uma verdadeira bagunça, que 
https://www.portugues.com.br/redacao/tipostextuais.html
https://www.portugues.com.br/redacao/o-e-mail---um-genero-textual-meio-eletronico-.html
 
 
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19 
 
PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
não respeita tipologias ou gêneros, tampouco os níveis 
da linguagem. 
 
Muitas pessoas relatam uma certa resistência à 
comunicação virtual, como se esse fosse um espaço 
desprovido de regras, sobretudo no que diz respeito à 
linguagem, mas isso não é verdade. Somos falantes 
habilidosos, sabemos quando e como utilizar os 
diferentes níveis de fala até mesmo nos ambientes 
virtuais, compreendendo que há níveis distintos de 
formalidade e informalidade. É importante observar 
também que, assim como existe 
a intergenericidade no meio virtual, sobretudo no 
nível informal de fala, ela também ocorre fora dele, 
pois o hibridismo manifesta-se na linguagem oral, 
misturando traços característicos de fala e de escrita. A 
verdade é que o mundo virtual e a comunicação estão 
intrinsecamente relacionados e certamente antigos 
gêneros serão adaptados e outros novos surgirão, o 
que nos proporcionará novas e ricas descobertas para 
o campo da linguagem. 
 
 
O advento da tecnologia mudou não apenas os meios 
de comunicação, mas também a linguagem 
 
 
REDES SOCIAIS 
 
 
As comunidades de relacionamento, independente de 
seu formato, dão suporte a toda uma diversidade de 
gêneros em seu interior, com maior destaque ao 
chamado post, de extensão e nível de formalidade 
variado e que tem por marca a anexação de símbolos 
visuais, como os chamados “emoticons”, 
compensadores frequentes da ausência de entonação 
encontrada nesse suporte. Note-se que aí há um típico 
caso de hibridismo entre fala e escrita. Por um lado se 
lida com a perspectiva de uma prontidão de resposta 
quase tão instantânea quanto a da fala, mas em meio 
escrito. Ainda acerca desses símbolos, “emoticons”, ao 
contrário do que se supõe, seu uso não é anárquico, 
havendo mesmo uma espécie de sintaxe para esses 
símbolos, já que não podem ser utilizados, por 
exemplo, ao bel prazer, em qualquer parte da frase. 
 
Esse mesmo espaço das comunidades de 
relacionamento abriga amplamente textos verbo-
visuais. Muitas vezes, dá-se também a transposição a 
esse espaço de textos escritos, visuais ou verbo-visuais, 
quadrinhos, pinturas, propagandas, em sua versão 
original ou adaptada por meio de montagens várias, 
muitas vezes com fins críticos ou humorísticos. Esse 
mesmo recurso tão rico e vasto abre, tantas vezes, 
brechas à desinformação, ocorrendo comumente 
atribuição de falsos créditos a muitas citações. 
 
 
 
 
 
É bastante comum, ainda nesses espaço de 
comunidades de relacionamento, em microblogs, 
como twitter, em torpedos, uma escrita abreviada, tal 
qual nos antigos telegramas: vc, tb, kz, vlw, abç, bj, etc. 
Aí também não há suposta anarquia. Preservam-se as 
consoantes distintivas. 
 
O conjunto das potencialidades do mundo virtual e de 
sua comunicação, com certeza, ainda estão por ser 
descobertas em plenitude. Aguardemo-las enquanto 
navegamos e descobrimos esse mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.portugues.com.br/redacao/intergenericidade.html
 
 
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PPOORRTTUUGGUUÊÊSS 
FIGURAS DE LINGUAGEM 
(METÁFORA E METONÍMIA) 
 
 
1- Metáfora 
A metáfora é a figura de linguagem em que se 
encontra uma comparação implícita. Muito utilizada 
em textos poéticos, ela pode tornar o discurso mais 
elegante. 
 
Exemplos de Frases com Metáfora 
 
1) O personagem

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