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OS DIREITOS DA PERSONALIDADE

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OS DIREITOS DA PERSONALIDADE: NOME
Tendo como alicerce a carta constitucional, todos os cidadãos da República Federativa do Brasil e estrangeiros residentes no país são portadores de garantias individuais e imateriais, pautadas na dignidade da pessoa humana, que por seus caracteres intransmissíveis e irrenunciáveis, acompanham cada indivíduo ao longo de suas vidas e garantem a sua reputação post mortem. A vida, a privacidade, a imagem, a integridade e o nome são exemplos de princípios que compõem os direitos personalíssimos, fundamentados a partir do capítulo II do Código Civil de 2002. 
A utilização do nome visa à individualização do sujeito e à integração da personalidade, assim como indica a procedência familiar do portador do registro de pessoa natural. Com base no art.16 CC/02, o direito ao nome, inalienável e imprescritível, é cabível a todo e qualquer cidadão, sendo ele compreendido pelo prenome e sobrenome. Nas sociedades rudimentares, porém, um nome, apenas, era necessário para a distinção da pessoa perante o grupo, sendo utilizado, também, o local de sua origem, como Tales de Mileto e Jesus de Nazaré. Em Roma, a composição do nome indicava a classe a qual pertencia aquele indivíduo: os patrícios (aristocracia romana) detinham um nome mais complexo, composto de três ou quatro elementos; a plebe, nome único ou com dois elementos, enquanto os escravos portavam, além de seus únicos nomes, o nome de família de seus donos. Porém, em razão do crescimento populacional, o acréscimo dos sobrenomes foi indispensável para a diferenciação de cada um.
Divulgou-se uma lista de nomes insólitos, constados no antigo Instituto Nacional de Previdência Social, em que Um Dois Três de Oliveira Quatro e João Cara de José estavam incluídos. A designação pessoal é capaz de remeter à honra do ser humano e, quando motivo de chacota, causar desgosto e humilhação àquele que o detém, ferindo princípios éticos de preservação e respeito. É o caso de programas de televisão abusivos, que, escudados pela liberdade de imprensa, transcendem, erroneamente, sobre as demais garantias instituídas pela Constituição, atingindo a imagem do indivíduo ao inferir a seus nomes conotação sexual ou de caráter constrangedor.
O aprazimento pessoal é amplamente visado pelos direitos da personalidade e é motivo de alterações nos Registros Civis. É plausível a adesão de apelidos notórios ao registro. Nesse caso, o reconhecimento pessoal e social parte do uso daquela alcunha e o nome de registro é pouco conhecido entre o grupo. O erro gráfico aparente possui a possibilidade de correção, perante as normas, de modo que, poderia ser causa de desconforto individual. Nomes vexatórios, que podem vir a ser alvo de deboche, como os citados anteriormente, podem, claramente, ser alterados, objetivando o contentamento pessoal, relacionando-se, de forma direta, com o foco principal do ordenamento jurídico brasileiro: a dignidade humana. Partindo desse raciocínio, um nome corriqueiro, porém, que cause incômodo pessoal, careceria de modificação. 
Visando à satisfação pessoal, e não somente em relação ao grupo, a retificação de registro de nascimento em caso de transexuais é permitida, quando realizada a cirurgia de transgenitalização. É notável o transtorno de identidade de gênero e o conflito “corpo versus mente”, comprometendo a integridade física e psicológica dos desgostosos com seus gêneros e, em prol de seus bem-estares psicológico e corpóreo, a alteração é lícita. Assuntos polêmicos vêm sendo cada vez mais discutidos judicialmente, no intuito de cumprir com os ideais democráticos. 
REFERÊNCIAS:
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil – Parte Geral. Vol 1 – 4.ed. São Paulo: Atlas, 2004

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