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Autenticidade e Inautencidade

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
TEORIAS E SISTEMAS PSICOLÓGICOS III
KATIENE BARBOA FREITAS DE ARAÚJO
MATRICULA: 201608129241
RESUMO DO ARTIGO: 
CONCEITOS DE “AUTENTICIDADE” E “INAUTENTICIDADE” NA OBRA “SER E TEMPO” DE MARTIN HEIDEGGER
Rio de Janeiro
Maio 2020
KATIENE BARBOA FREITAS DE ARAÚJO
RESUMO DO ARTIGO:
CONCEITOS DE “AUTENTICIDADE” E “INAUTENTICIDADE” NA OBRA “SER E TEMPO” DE MARTIN HEIDEGGER
Trabalho para disciplina de teorias e sistemas psicológicos III a apresentar ao Prof. Jessé Guimarães da Silva da Universidade Estácio de Sá (UNESA).
Rio de Janeiro
Maio 2020
O artigo apresenta dois autores, Rafael Monho Pinto Ribeiro, bolsista de iniciação científica e sua Professora, orientadora, Escola de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi;
Palavras-chaves: Fenomenologia, Heidegger, Insegurança ontológica
CONTEXTUALIZAÇÃO DA TEMÁTICA ABORDADA
Estudiosos como Sigmund Freud, Aaron Beck, Carl Rogers, possibilitaram a pavimentação e atuação dos psicólogos em psicoterapeutas, sendo difundida durante todo o século XX. A fundamentação teórica é vasta e vem carregada com grande disseminação da prática clínica em todo o mundo, no entanto, não temos a atenção devida a fundamentações teóricas que as baseiam. Logo, temos pouca fundamentação teórica frente a prática psicoterapêutica. 
Dentre as diversas fundamentações teóricas, desenvolvidas por pensadores europeus, destaca-se a “Psicoterapia Fenomenológica-Existencial”. Salienta-se que A Fenomenologia nasce como uma crítica à dissolução do pensar filosófico no modo científico de pensar, deste modo a Fenomenologia cria uma nova visão de mundo. A fenomenologia foi utilizada pela primeira vez para estudar o homem e a sua existência com Heidegger, no entanto, o percursor do pensamento fenomenológico foi Martin Heidegger (1889-1976), sendo considerado como a figura de maior destaque para a terapia fundamentada na Fenomenologia Existencial. A cerca da terapia Fenomenológica-Existencial o título “Ser e Tempo”, e trata essencialmente da questão existencial do Homem é a mais exponente obra de Heidegger. 
OBJETIVOS
O estudo apresenta um objetivo geral e três específicos, com geral este inclina-se a compreender as bases e fundamentos da abordagem Fenomenológica-Existencial de Heidegger e a concepção de processo existencial do homem proveniente desta abordagem. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Analisar os conceitos de “autenticidade” e “inautenticidade” ( “Ser e Tempo” de Martin Heidegger) e compreender suas implicações no processo existencial do homem; compreender como estes conceitos podem ter relações com o processo de autoconhecimento do homem; busca por uma visão das ideias de autenticidade e inautenticidade como uma via para a compreensão de uma perspectiva sobre o homem que vai além do “lidar” ou do “tratar” do homem, mas que pretende “cuidar” da existência humana. 
METODOLOGIA
Trata-se de um artigo teórico embasado na obra “Ser e Tempo” de Martin Heidegger. Os conceitos de “autêntico”, “inautêntico”, “ser” e “dasein” serão colocados em paralelo quanto a existência do homem. Estes conceitos serão estudas na perspectiva de três autores a serem definidos durante a pesquisa. Após isto, será realizada uma comparação lógica conceitual interpretativa entre os autores a fim de avaliar as convergências e divergências. Além desta bibliografia de base, também será utilizada outras publicadas em livrarias, bibliotecas, sebos ou sites reconhecidos, podendo ser em língua portuguesa, inglesa ou espanhola. 
RESULTADOS
 A investigação do sentido da existência, o existir na coletividade, vida e morte, patologia e cura e outras possibilidades de ser, e inclusive encontrar-se consigo mesmo, o livro traz a reflexão do existir humano e o difícil processo de vir-a-ser nós mesmos. A expressão “vir-a-ser nós mesmos” pode ser uma das chaves para a compreensão do “Ser e Tempo”. 
Quando nascemos e abrimos nossos olhos, o mundo a nossa volta já nos é dado a priori com seus costumes, valores, senso comum, política, dentre outros fatores que influenciaram direta e indiretamente no condicionamento de nossas ações. Ou seja, somos moldados pelo mundo a nossa volta, somos construídos socialmente, fato que direciona nossa maneira de pensar e agir no meio social onde vivemos, significando o nosso modo de ser. Neste sentido o modo de “ser” inautêntico ou banal, sendo aquele que é dominado pela situação e vive e se comporta de acordo com a massa. No entanto, há uma diferença das características daquilo que herdamos do mundo a nossa volta, daquilo que somos dentro de si. 
Para Heidegger, este algo único dentro de si que o difere das características herdadas do mundo ele chama de “ser” do homem. 
DISCUSSÃO ANALÍTICA
 Todo homem tem a condição ontológica de pensar em si, não apenas condição, capacidade e sim o dever de pensar sobre sua condição no mundo, dotado de possibilidades de existência. A questões que permeiam a busca da identidade e daquilo que é mais intimo em cada ser e que são inerentes e peculiar a cada indivíduo, são quem norteiam o homem na busca de seu “ser”. Buscar o seu próprio “ser” é tarefa ontológica de todo homem, assim como, buscar aquilo que há de mais peculiar e inerente a sua existência. 
O processo de buscar o próprio “ser”, bem como, o que há de mais peculiar e inerente a sua existência não é um processo espontâneo do homem, não sendo realizado de forma fisiológica e natural. 
É preciso estar consciente e sensíveis o tempo inteiro, para que possamos ir em busca do próprio “ser” e isto é diretamente proporcional a volição e esforço do homem para cumprir esta missão ontológica. Somente assim, com este “esforço” conseguiremos identificar e analisar o modo de ser que não nos pertence e o modo de ser que é inerente ao que vem ao encontro das nossas mais profundas inquietações e angústias. 
CONCLUSÃO
	A partir das análises e verificações feitas no corpo do artigo é possível observar que os conceitos trabalhados, como: “ser si mesmo”, “busca do próprio ser”, “maneira peculiar de ser”, partem da fundamentação de Heidgger em seus conceitos de “autenticidade” e “inautenticidade”. Os conceitos supracitados discorrem sobre o “ser” do homem e o estado que este é encontrado no homem. Sendo o “ser” inalterável em relação ao tempo, no entanto o tempo é a condição do próprio “ser”, o “ser” do homem que é o único que se pergunta sobre sua própria existência.
A “autenticidade do ser” indica que o homem conseguiu através de um processo de investigação interna do seu comportamento e da forma como ele se entende e reage ao mundo a sua volta. Somente após esta investigação interna é possível identificar a sua maneira original de ser, compreendendo sua forma de agir frente as angustias e possibilidades de ser no mundo. Em contraponto a “inautenticidade do ser” é a inexistência da consciência de si mesmo. Logo, o exercício de olhar para dentro de si não foi realizado a tal ponto de conseguir gerar uma “autenticidade do ser” e este não descobriu seus modos de ser que lhes são peculiares. 
Decisivamente, descobrir a “autenticidade do ser” demanda de uma imensa busca e reflexão ontológica do seu real “ser”, sendo uma tarefa árdua e um exercício constante do homem na busca de descobrir o que lhe é próprio em relação ao pensar e agir e o que ele aprendeu com devido suas experiencias de vida. Não devemos entender a autenticidade como apenas deixar de nos comportar com antigos modos substituindo estes para viver com os novos modos que se originaram dentro de si e sim, compreender e agir de acordo com características e potencialidades que são intrínsecas a cada homem.
	
REFERÊNCIAS
CRITELLI, Dulce Mara. Analítica do Sentido: uma aproximação e interpretação do real de orientação fenomenológica. São Paulo: Brasiliense, 1996. 
GAOS, José. Introducción El Ser y El Tiempo de Martin Heidegger. México: Fondo de Cultura Económica, 1996.
HEIDEGGER, Martin. El Ser y El Tiempo. México: Tradução de José Gaos. Fondo de Cultura Económica, 2000.
HEIDEGGER, Martin. Os Pensadores. Traduçãode Ernildo Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
INWOOD, Michael. Dicionário Heidegger. Tradução de Luísa Buarque de Holanda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002. 
NUNES, Benedito. Passagem para o poético. São Paulo: Ática, 1986. 
NUNES, Benedito. Heidegger & Ser e Tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.

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