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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ BACHARELADO EM PSICOLOGIA Aline Nascimento da Silva Danielle Borba de Oliveira Jéssica Fernandes Falcão Jéssica Ferreira de Aquino Josilene Domingues Ramos PSICOLOGIA EXISTENCIAL HUMANISTA Heidegger e a Analítica Existencial Recife, 2021. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ BACHARELADO EM PSICOLOGIA Aline Nascimento da Silva Danielle Borba de Oliveira Jéssica Fernandes Falcão Jéssica Ferreira de Aquino Josilene Domingues Ramos PSICOLOGIA EXISTENCIAL HUMANISTA Heidegger e a Analítica Existencial Este trabalho tem por objetivo realizar o resumo do capítulo 2 do livro Existencialismo, solicitado para a disciplina de psicologia existencial humanista, ministrado pela professora Gessivania de Moura Batista, da turma 3001. Recife, 2021 Heidegger e a Analítica Existencial Martin Heidegger destacou-se como um dos principais filósofos do séc. XX com sua reinterpretação da fenomenologia de Edmund Husserl, indicando uma dimensão hermenêutica. Suas propostas foram diretamente relevantes para o existencialismo de Jean- Paul Sartre e para o desenvolvimento hermenêutico. A Questão do Ser Segundo Heidegger (2005), “o ser não somente não pode ser definido, como também nunca se deixa determinar em seu sentido por outra coisa nem como outra coisa. O ser só pode ser determinado a partir do seu sentido como ele mesmo”. Ou seja, o ser é autônomo, independente, e indefinível. O Que é Metafísica A metafísica desde sua origem, para Heidegger, se mostra como um discurso acerca do ser. ... Heidegger, ao questionar a metafísica, revela que ela não é uma área do pensamento, mas a condição do pensamento como um todo, isto é, ela é a atitude fundamental do ente humano, uma resposta ao drama da sua existência. Dasein Dasein Algumas questões preparatórias adicionais necessitam ser inicialmente respondidas. Em particular, o que é o Dasein e por que Heidegger pensa que uma análise dele permite acesso privilegiado à questão do ser? Em Ser e tempo Heidegger se abstém de referências à consciência, ou à humanidade, e sua descrição antissubjetivista da existência, em troca, emprega o termo “Dasein”, que é literalmente traduzido como “ser-aí”. Na concepção de Heidegger, termos como humano, sujeito, objeto, consciência, espírito, pessoa e mesmo o “eu” portam suposições metafísicas. Se ele os utilizasse em Ser e tempo, subverteria seu projeto completo de recuperação da questão do ser, e é por isso que Dasein é usado em lugar de consciência humana, ainda que seja o caso que o termo Dasein funcionalmente sirva, no entanto, para distinguir o humano do não humano em Ser e tempo. Ser-No-Mundo Ser-no-mundo em Ser e tempo Heidegger analisa as características essenciais da estrutura do Dasein, e se refere a essas características como existenciais (em alemão, Existenzialien, forma plural de Existenzial). Um existencial é um elemento do ser do Dasein, e como tal pode ser contrastado com as categorias, que são as características essenciais dos entes que não o Dasein. O primeiro e mais amplo conjunto de existenciais discutido em Ser e tempo é denominado “ser-no-mundo”, e no capítulo de mesmo nome Heidegger examina o modo pelo qual o Dasein se relaciona com outras entidades. Torna-se claro que para Heidegger, diferente do que diz Descartes e seu projeto da dúvida radical sobre o mundo externo (que no fim culmina em seu famoso argumento do cogito, “penso, logo existo”), estamos essencialmente no mundo e somos inseparáveis dele. A Prioridade do à-mão A prioridade do à-mão, já vimos que a filosofia tradicionalmente priorizou o encontro teórico com as coisas, seja Descartes se engajando na dúvida radical como parte de sua busca por ideias claras e distintas ou mesmo a redução husserliana às coisas elas mesmas. Na concepção de Heidegger, porém, o Dasein se associa com coisas acima de tudo sob uma base prática e imediata que ele chama o “à mão”, que se refere à disponibilidade de coisas para nosso uso e implementação com relação à execução de tarefas. Para Heidegger, coisas úteis estão necessariamente em uma situação e estão sempre relacionadas a outras coisas úteis por uma rede de associações. O Colapso do Á-mão Em particular, experienciamos nossa confiança no à-mão quando ele, de repente, nos falha ou colapsa. Quando encontramos um instrumento inutilizável que não satisfaz mais sua tarefa, ele se torna semelhante a uma presença objetiva para nós, em vez de algo disponibilizado para nosso uso (e o ceticismo se torna possível nesse modo reflexivo, mas se alimenta da experiência mais primordial do à-mão). Uma situação similar ocorre quando descobrimos que esse instrumento está perdido e percebemos que objetos podem atrapalhar; em ambos os casos os objetos uma vez mais evidenciam um tipo de obstinação que impossibilita serem absorvidos no à-mão. Mitsein A constituição do Mitsein se estabelece num nível puramente ontológico. Diante disso, pode-se dizer que, em Heidegger, Mitsein não possui conotação valorativa. Tanto não é visto sob o prisma de um otimismo exacerbado, como, tampouco, subordinado a um pessimismo extremo. Mitsein é um constituinte, um modo de ser, do homem. Já existe previamente em sua constituição, dispensando elaborações posteriores. Em breves palavras, ele não é o modo circunstancial de ser de Dasein. Todo Dasein é Mitsein. Das Man: O Impessoal Segundo Heidegger: “O impessoal é um existencial e, enquanto fenômeno originário, pertence à constituição positiva do Dasein. o impessoal prelineia a primeira interpretação do mundo e do ser-no-mundo.” Sendo assim, de início e na maior parte das vezes, o Dasein encontra-se imerso no impessoal. O Ser- Enquanto-Tal O ser enquanto tal: são três categorias importantes e distintivas do Dasein; Disposição (ou estado de ânimo), compreensão e decadência. O que se refere as disposições, ou sintonia, para Heidegger, disposições são essencialmente importantes a medida que nos defrontam com um enigma que não pode ser racionalizado, visto que as paixões, desejos, é considerados como condições primordiais para o conhecimento. “O Está lançado” se refere a estarmos entregues a uma situação, está á deriva e que há qualquer momento poderíamos ter tomado decisões diferentes ou ser agraciado com situações diferentes, e por tanto sermos algo/alguém totalmente diferente do que se é. O estar lançado é estarmos entregue, enfatizando que não se pode mudar o passado, mas que devemos nos apropriar dele. É importante lembrar que para Heidegger as disposições em sua maioria não estão ao nosso controle. Compreensão: para Heidegger as disposições estejam predominantemente envolvidas com o passado, já no existencial que ele denomina compreensão, o Dasein é lançado sempre em direção ao futuro ou seja as possibilidades, as projeções futuras. Decadência: é a tendência da individualidade e singularidade se perderem ou serem reabsorvidas no anonimato da vida. O Cuidado Como o Ser do Dasein; Ansiedade e Angst O cuidado como o ser do Dasein: o ser no mundo pode assumir muitas formas, e todas essas formas podem ser unificadas por uma estrutura que se refere como “cuidar”. O ser do Dasein é basicamente o cuidado, que é o modo que se comportamos em relação ao mundo. O cuidado pode ser subdividido em ocupar- se ( ocupar-se com os objetos do mundo) e importar-se com( importar-se com outras pessoas) o que acaba nos oferecendo uma primeira resposta do que é “ser” para Heidegger, ser significa cuidar. Nesse sentido, na análise de Heidegger, que somos criaturas a qual nos importamos com o tipo de vida que viveremos. Ansiedade e Angustia: Para Heidegger a angústiaé uma disposição fundamental, a medida que é um modo existencial que singulariza o homem. A angústia abre a possibilidade de interpretação de si mesmo, e não a partir dos olhos do mundo. A angustia sobrepõe o Dasein ao nada, a sua finitude. Heidegger, trás a narrativa na qual a ansiedade indica, um potencial para um desvelamento individual e distintivo no mundo, a ansiedade ou angústia é um ímpeto o qual nos impulsiona para a autenticidade a qual já nos tira dos hábitos comum na multidão. Ser-Para-A-Morte A morte é uma possibilidade de ser que o próprio ser-aí deve sempre assumir por si. Na morte o ser-aí ameaça a si próprio em seu poder-ser mais próprio. Nessa possibilidade isso ocorre para o ser-aí puramente e simplesmente por causa de seu ser-no-mundo. A morte é para o ser-aí a possibilidade de não- poder-mais-ser-aí. Como nessa possibilidade o ser-aí ameaça a si próprio, ele é completamente remetido ao próprio poder-ser mais próprio. Esta possibilidade absolutamente própria e incondicionada é, ao mesmo tempo, a extrema. A morte é a possibilidade da pura e simples impossibilidade mais própria, incondicionada e insuperável. Como tal é iminência ameaçadora específica. (…) Na aceitação dessa condição finita, reside o poder ser livre para escolher-se autenticamente, pois enquanto vive na impessoalidade não consegue enxergar sua finitude, que é ocultada pela forma de viver cotidiana, a qual, fazendo uso de sua “temporalidade” coloca à existência em uma sequência de “agoras” aonde o fator morte é visto como algo que acontecerá em um momento ainda distante, tendo em vista que nascemos, crescemos e só depois, morreremos. A Morte nos Individua: Nenhum Outro Pode Morrer Por Mim A morte nos individua: nenhum outro pode morrer por mim. Neste tópico ... conceitua a importância de compreender-se de que deve-se morrer, tal atitude traz a aceitação como individuo. Vale ressaltar também que quando ... diz que “nenhum outro pode morrer por mim” ele não está referindo- se ao fato de que esse outro seja um herói salvado e sim de que ninguém mais além de mim pode experenciar a antecipação da morte. Consciência e Culpa Heidegger considera o homem como um ser-no-mundo, que se caracteriza mais propriamente como um ser-para-a-morte. Para fugir de si e de sua própria morte o homem decai no mundo, misturando e tornando-se um com ele. O fato de o homem encontrar-se junto ao mundo o marca, onticamente, como um ser decadente. Dessa forma, a decadência é a determinação ôntica da facticidade, enquanto que a culpa é a determinação ontológica do existencial da facticidade. Mas, a angústia, determinação ontológica do existencial da disposição, retira o mundo do homem lançando-o frente às suas possibilidades de ser, isto é, frente ao nada que ele mesmo é. Investigar como a angústia e a culpa permitem ao homem transcender-se em direção ao nada e aí assumir o seu ser mais próprio é o objetivo desse trabalho. Resolutividade A partir dos princípios inseridos, Heidegger nomeia o termo "resolutividade", para verdadeiramente ser você mesmo, para ele, ela nos leva a solicitude. Sendo preciso realçar que, as nossas práticas de consciência e culpa são os elementos para a resolutividade, sendo assim, isso nos mostra que ela não se torna uma autoafirmação arrogante, enfatizando também que, a resolutividade não separa Dasein do mundo. Segundo Heidegger, antecipar situações é de grande importância para estabelecer a disposição da agilidade na resolutividade. Contudo, para ele, ser autentico é existir em resolutividade antecipatória. Carta Sobre Humanismo O texto "carta sobre o humanismo", de 145, por Heidegger, foi de grande importância no pensamento contemporâneo francês, sendo também uma resposta a "o existencialismo é um humanismo", escrito por Sartre. Resumidamente, Heidegger justifica, que essa versão de existencialismo, que enfatiza a existência humana, não deixa claro a relação com o nosso próprio pensamento. Influenciando estruturalistas e também pós-estruturalistas, em suas admirações por Sartre e do existencialismo.
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