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Hermenêutica Constitucional

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O conflito entre direitos e bens constitucionalmente protegidos resulta do fato de a Constituição proteger certos bens jurídicos (saúde pública, segurança, liberdade de imprensa, integridade territorial, defesa nacional, família, idosos, índios, etc.), que podem vir a envolver-se numa relação de conflito ou colisão. Assim, temos o surgimento das regras de hermenêutica constitucional que auxilia o intérprete da norma. (aula)
Interpretar a Constituição significa compreender, investigar o significado do texto constitucional. A Hermenêutica (Interpretação) Constitucional serve para solucionar, no caso concreto, conflitos entre bens jurídicos protegidos pela Constituição, bem como para dar eficácia e aplicabilidade às normas constitucionais. (Estratégia)
É a técnica de interpretação, em sentido técnico, é a denominação da teoria científica da interpretação, aquela que tem por objetivo o estudo e a sistematização dos métodos e processos aplicáveis para determinar o sentido e a aplicação das normas. A hermenêutica representa a teoria, a interpretação, a prática que aplica os princípios da hermenêutica. – Origem grega/deus Hermes; interprete da vontade divina. (aula)
Intérpretes da Constituição
· Poder Judiciário
· Poder Executivo
· Poder Legislativo
· Todos aqueles que a vivencia.
Sociedade aberta dos intérpretes ( teoria de Häberle)
· Interpretativistas: consideram que o juiz não pode, em sua atividade hermenêutica, transcender o que diz a Constituição. Nesse sentido, o juiz deverá limitar-se a analisar os preceitos expressos e os preceitos claramente implícitos no texto constitucional (Estratégia), ou seja, não admitem uma interpretação extensiva., apenas o texto literal.
· Não-Interpretativistas: defendem que o juiz deve pautar sua atuação em valores substantivos, tais como justiça, liberdade e igualdade. o juiz goza de um nível bem superior de autonomia, podendo transcender a literalidade da Constituição. (Estratégia), ou seja, admitem uma interpretação extensiva não apenas o literal.
	Canotilho diz que a Constituição é um sistema aberto de princípios e regras, ou seja, é aquela que se adapta com a evolução da sociedade. A interpretação constitucional não pode ser feita isolada do contexto social e se a sociedade evolui, a interpretação que se faz do texto constitucional também evolui com o passar do tempo. Usa-se a expressão interpretação evolutiva. 
	Mutações são alterações no significado e sentido interpretativo de um texto constitucional. A transformação não está no texto em si, mas na interpretação daquela regra anunciada.
	Para Uadi Lammêgo Bulos, mutação constitucional é o processo informal de mudança da Constituição, por meio do qual são atribuídos novos sentidos, conteúdos até então não ressaltados à letra da Constituição, quer através da interpretação, em suas diversas modalidades e métodos, quer por intermédio da construção, bem como dos usos e dos costumes constitucionais. 
	Ou seja, o texto permanece intacto, intangível, mas a interpretação que se faz dele é modificada (processo informal).
Os principais instrumentos que possui o operador do direito para resolver os problemas de interpretação são os chamados métodos de interpretação, tais como:
· Método Jurídico ou hermenêutico clássico: (Ernest Forshoff) Para que se valem desse método, a Constituição deve ser encarada como uma lei e, assim, todos os métodos tradicionais, de hermenêutica deverão ser utilizados na tarefa interpretativa, valendo-se dos seguintes elementos de exegese:
· Elemento genético: investiga a origem dos conceitos empregados na Constituição. 
· Elemento gramatical ou filosófico: também chamado de literal ou semântico, pelo qual a análise deve ser realizada de modo textual e literal; ou seja, é a literalidade da Constituição.
· Elemento lógico: busca avaliar a relação de cada norma com o restante da Constituição, ou seja, busca a harmonia lógica das normas constitucionais.
· Elemento sistemático: busca a análise do todo, ou seja, analisa a Constituição como um conjunto.
· Elemento histórico: analisa o projeto de lei, a sua justificativa, exposição de motivos, pareceres, discussões, as condições culturais e psicológicas que resultam da elaboração da norma, ou seja, analisa o contexto em que a Constituição foi elaborada.
· Elemento teleológico ou sociológicos: busca a finalidade da norma, ou seja, a efetividade da norma para garantir o fim social.
· Elemento popular: a análise se implementa partindo da participação da massa, dos “corpos intermediários”, dos partidos políticos, sindicatos, valendo-se de instrumentos como o plebiscito, o referendo, ou seja, é a participação da população na tomada de decisões. 
· Elemento doutrinário: parte da interpretação feita pela doutrina;
· Elemento evolutivo: segue a linha da mutação constitucional.
· Método tópico-problemático ou método da tópica: (Theodor Vichweg) há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se solucionar determinado problema por meio da interpretação de norma constitucional. Este método parte das premissas seguintes: 
· a interpretação constitucional tem caráter prático, pois busca resolver problemas concretos;
· a norma constitucional é aberta, de significado indeterminado (por isso, deve-se dar preferência à discussão do problema);
· a Constituição Federal é fragmentária, ou seja, não abrange todos os fatos sociais possíveis, só os mais relevantes;
· Método hermenêutico-concretizador: (Konrad Hesse) diferentemente do método tópico-problemático, que parte do caso concreto para a norma, o método hermenêutico-concretizador parte da Constituição (norma) para o problema, ou seja, vou interpretar a norma para depois concretiza-la. Destacando-se as seguintes premissas:
· Pressupostos subjetivos: o intérprete vale-se de suas pré-compreensões sobre o tema para obter o sentido da norma;
· Pressupostos objetivos: o intérprete atua como mediador entre a norma e a situação concreta.
· Círculo hermenêutico: é o movimento de ir e vir do subjetivo para o objetivo, até que o intérprete chegue a uma compreensão da norma.
· Método científico-espiritual ou integrativo: (Rudolf Smend) a análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto da constituição, ou seja, deve-se levar em consideração o espírito da constituição.
· Método normativo-estruturante: (Friedrich Müller) reconhece a inexistência de identidade entre a norma jurídica e o texto normativo, ou seja, a norma jurídica é diferente de seu texto. O texto constitucional é apenas a “ponta do iceberg”, o contexto seria todo o resto, o que está dentro da água. Leva-se em consideração o contexto social.
· Método da comparação constitucional: a interpretação dos institutos se implementa mediante comparação nos vários ordenamentos.
· Princípio da unidade da Constituição: a Constituição deve ser interpretada como um todo único, ou uma coisa só. O texto constitucional deve ser interpretado de forma que se evitem contradições internas (antinomias), em outras palavras, não há antinomias reais no texto da Constituição; as antinomias são apenas aparentes. O princípio da unidade da Constituição busca a interpretação de maneira a evitar contradições entre as normas constitucionais. O princípio da identidade ou da não contradição impede que no interior de uma Constituição originária possam surgir normas inconstitucionais
· Princípio do efeito integrador: a interpretação constitucional deve favorecer a integração política e social, fim último de uma Constituição.
· Princípio da máxima efetividade: Esse princípio estabelece que o intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido que lhe dê maior efetividade social. Muito utilizado na interpretação dos direitos fundamentais.
· Princípio da justeza ou da conformidade (exatidão ou correção funcional): o órgão encarregado da interpretação constitucional não pode chegar a uma conclusão que subverta o esquema organizatório funcional, ou seja, cadaórgão criado pela Constituição tem sua competência bem delineada, de tal maneira que um órgão não pode exercer, via de regra, funções de outro. Vale dizer, cada poder e cada órgão com assento constitucional tem sua função principal bem planejada pela Constituição Federal.
· Princípio da concordância prática ou harmonização: os bens jurídicos protegidos pela Constituição devem ser harmonizados no caso concreto, evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros. É geralmente usado na solução de problemas referentes à colisão de direitos fundamentais.
· Princípio da força normativa: na interpretação das normas constitucionais, deve-se dar preferência às soluções que tornem a Constituição mais eficaz, maior aplicabilidade e permanente possíveis.
· Princípio da interpretação conforme a Constituição: esse princípio é utilizado quando uma determinada lei infraconstitucional (lei que está abaixo da Constituição) permite mais de uma interpretação (as chamadas normas polissêmicas ou plurissignificativas).
· Objetivo: Preservar a validade das normas, evitando que sejam declaradas inconstitucionais
· Aplicação: somente poderá ser utilizada quando existir Normas polissêmicas ou plurissignificativas, são aquelas que têm mais de um sentindo possível. Irá atribuir à norma o sentindo que melhor a compatibilize com a Constituição. 
· Técnicas: 
Interpretação conforme com redução do texto. Nesse caso, a parte viciada é considerada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa. Como exemplo, tem-se que na ADI 1.127-8, o STF suspendeu liminarmente a expressão “ou desacato”, presente no art. 7º, § 7o, do Estatuto da OAB.
Interpretação conforme sem redução de texto. Nesse caso, exclui-se ou se atribui à norma um sentido, de modo a
torná-la compatível com a Constituição. Pode ser concessiva (quando se concede à norma uma interpretação que lhe preserve a constitucionalidade) ou excludente (quando se exclua uma
interpretação que poderia torná-la inconstitucional).

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