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DM Versão Final - Copia - modelo de tcc

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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cap Inf WILLEN GARCIA DE FRANCISCO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O EMPREGO DE UM BATALHÃO DE INFANTARIA NO APOIO A 
ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS: UMA ANÁLISE DA LOGÍSTICA 
NECESSÁRIA EM OPERAÇÕES DE AJUDA HUMANITÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2018 
 
 
 
Cap Inf WILLEN GARCIA DE FRANCISCO 
 
 
 
 
 
O EMPREGO DE UM BATALHÃO DE INFANTARIA NÃO APOIO A 
ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS: UMA ANÁLISE DA LOGÍSTICA 
NECESSÁRIA EM OPERAÇÕES DE AJUDA HUMANITÁRIA 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à Escola de 
Aperfeiçoamento de Oficiais, como 
requisito parcial para a obtenção do grau 
de Mestre em Operações Militares. 
 
 
 
 
 
 Orientador: Cel Inf Júlio César de Sales 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
F819e 
2018 Francisco, Willen Garcia de 
 O emprego de um batalhão de infantaria no apoio 
a órgãos governamentais: uma análise da logística 
necessária em operações de ajuda humanitária / 
Willen Garcia de Francisco. – 2018. 
 262 f. : il. 
 
 Dissertação (Mestrado em Ciência Militares) – 
Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, Rio de 
Janeiro, 2018. 
 
1. Operações de Ajuda Humanitária. 2. Logística 
Militar. 3. Apoio à Defesa Civil. I. Escola de 
Aperfeiçoamento de Oficiais II. Título. 
 
CDD: 355.35 
 
 
 
Cap Inf WILLEN GARCIA DE FRANCISCO 
 
 
 
 
 
 
O EMPREGO DE UM BATALHÃO DE INFANTARIA NO APOIO A 
ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS: UMA ANÁLISE DA LOGÍSTICA 
NECESSÁRIA EM OPERAÇÕES DE AJUDA HUMANITÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada à Escola de 
Aperfeiçoamento de Oficiais, como 
requisito parcial para a obtenção do grau 
de Mestre em Operações Militares. 
 
 
 
 
 
Aprovado em 11 de outubro de 2018. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
__________________________________________ 
Eraldo Francisco dos Santos Filho – Cel - Presidente 
Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais 
 
 
___________________________________ 
Nelson de Souza Junior – Cel – Ms. Membro 
Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais 
 
 
________________________________ 
Júlio César de Sales – Cel – Membro 
Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A minha querida Carolina uma singela 
homenagem como merecida recompensa 
por todo o apoio prestado para a 
conclusão do presente trabalho. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Ao Grande Arquiteto do Universo, fonte fecunda de Luz, por me guiar em 
todos os meus caminhos por meio de dedicação, pesquisa, inspiração e sabedoria. 
 Aos meus pais, que jamais deixaram de me incentivar, contribuindo 
diretamente para que eu tivesse um caminho mais fácil durante esta jornada. 
Especialmente à Carolina, pelo carinho, compreensão, paciência e pelo apoio na 
confecção do Resumen deste trabalho. 
 Aos amigos Cap Int Carlos Eduardo Del Gallo Júnior e Maj Inf Marcelo Sousa 
de Pinho, pelos conselhos preciosos. 
 À EsAO e seu corpo docente, por ter me dado todas as ferramentas que me 
permitiram chegar ao resultado deste trabalho e, em particular, ao senhor Cel Inf 
Sales, meu orientador, pela paciência, pela compreensão e pelas inúmeras e 
valiosas orientações ao longo de todo o trabalho. 
 Aos profissionais do Exército Brasileiro e Corpo de Bombeiros de Santa 
Catarina que, direta ou indiretamente, contribuíram na realização das presentes 
pesquisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O Exército pode passar cem anos sem 
ser usado, mas não pode passar um 
minuto sem estar preparado” (RUI 
BARBOSA). 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
O novo conceito de Operações de Cooperação e Coordenação com Agências, 
inserida nas situações de não guerra, reflexo da moderna Doutrina Militar Terrestre, 
envolve as ações subsidiárias em cooperação com diversos órgãos públicos e 
privados. Neste contexto, a Logística Militar de um Batalhão de Infantaria nas 
Operações de Ajuda Humanitária apresenta-se desfavorável, refletindo em meios e 
materiais inadequados para que o Batalhão de Infantaria possa cumprir suas 
missões humanitárias, primordiais para preservar o bem-estar dos cidadãos e 
proteger a sociedade. Desta forma, torna-se essencial que a Força Terrestre 
detenha uma Logística Militar compatível para enfrentar os desafios do século XXI. 
Neste sentido, com a finalidade de cooperar com a doutrina para o emprego de 
tropas do Exército Brasileiro em Operações de Ajuda Humanitária, tanto em território 
nacional como no exterior, este trabalho pretendeu analisar a logística necessária 
para a participação de um Batalhão de Infantaria em Operações de Ajuda 
Humanitária, destacando a doutrina atualmente empregada pelo Exército Brasileiro e 
apresentando outras doutrinas civis e militares, nacionais e internacionais 
relevantes. Assim, para atingir o objetivo proposto, esta pesquisa está dividida em 
cinco capítulos. O capítulo 1, Introdução, teve a finalidade de situar o leitor em 
relação ao problema em análise, bem como aos objetivos, às questões de estudo e 
às justificativas do trabalho. O capítulo 2 aborda a metodologia empregada ao longo 
do trabalho, aspecto fundamental para a validação dos resultados obtidos. No 
capítulo 3, por sua vez, apresentamos a Revisão de Literatura, com toda a base 
teórica que ampara o desenvolvimento dos estudos desenvolvidos. No Capítulo 4, 
apresentamos e discutimos os resultados obtidos, com base no embasamento 
teórico estudado e nos instrumentos de coleta de dados utilizados. Por fim, no 
capítulo 5, apresentamos as conclusões finais do trabalho, tendo sido confirmado 
como o emprego dos adequados meios materiais podem contribuir para a conquista 
de um permanente estado de prontidão operativa dos Batalhões de Infantaria em 
Operações de Ajuda Humanitária e Apoio à Defesa Civil, através de um QDM 
moderno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Operações de Ajuda Humanitária, Logística Militar, Apoio à Defesa 
Civil. 
 
 
 
RESUMEN 
 
 
 
El nuevo concepto de Operaciones de Cooperación y Coordinación con Agencias, 
incluida en las situaciones de no guerra, reflejo de la moderna Doctrina Militar 
Terrestre, envuelve las acciones subsidiarias en cooperación con diversos órganos 
públicos y privados. En este contexto, la Logística Militar de un Batallón de Infantería 
en las Operaciones de Ayuda Humanitaria se presenta desfavorable, reflejado en 
medios y materiales inadecuados para que el Batallón de Infantería pueda cumplir 
sus misiones humanitarias, primordiales para preservar el bienestar de los 
ciudadanos y proteger la sociedad. De esta forma, se vuelve esencial que la Fuerza 
Terrestre sostiene una Logística Militar compatible para enfrentar los desafíos del 
siglo XXI. En este sentido, con la finalidad de cooperar con la doctrina para el 
empleo de militares del Ejército Brasileño en Operaciones de Ayuda Humanitaria, 
tanto en el territorio nacional como en el exterior , este trabajo está destinado a 
analizar la logística necesaria para la participación de un Batallón de Infantería en 
Operaciones de Ayuda Humanitaria, destacando la doctrina actualmente empleada 
por el Ejército Brasileño y presentando otras doctrinas civiles y militares, nacionales 
e internacionales relevantes. Así, para llegar al objetivo propuesto, esta búsqueda 
está dividida en cinco capítulos. El capítulo 1, introducción, tuvo la finalidad de situar 
al lector en relación al problema en análisis, bien como a los objetivos, a las 
preguntas de estudio y las justificaciones de trabajo. El capítulo 2, aborda la 
metodología empleada a lo largo del trabajo, aspecto fundamental para la validación 
de los resultados obtenidos. En el capítulo 3, a su vez, presentamos la Revisión de 
Literatura, con toda la base teórica que amparael desenvolvimiento de los estudios 
desenvueltos. En el capítulo 4, presentamos y discutimos los resultados obtenidos, 
con base en el fundamento teórico estudiado y en los instrumentos de recolección 
de datos utilizados. Por fin, en el capítulo 5, presentamos las conclusiones finales 
del trabajo, habiendo sido confirmado como el empleo de los adecuados medios 
materiales pueden contribuir para la conquista de un permanente estado de 
preparación operativa de los Batallones de Infantería en Operaciones de Ayuda 
Humanitaria y Apoyo a la Defensa Civil, a través de un QDM moderno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palabras clave: Operaciones de Ayuda Humanitaria, Logística Militar, Apoyo a la 
Defensa Civil. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Distribuição dos desastres naturais por regiões brasileiras ...................... 24	
Figura 2 - Força de Ajuda Humanitária Estruturada com Base em um Comando de 
Unidade Local ........................................................................................................... 54	
Figura 3 - Força de Ajuda Humanitária Estruturada com a Utilização de um Comando 
Enquadrante .............................................................................................................. 55	
Figura 4 - Constituição do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC)
................................................................................................................................... 58	
Figura 5 - Organização da Defesa Civil de Santa Catarina ...................................... 62	
Figura 6 - Estiagem e seca por região ...................................................................... 66	
Figura 7 - Percentual de ocorrências de inundações nas regiões brasileiras ........... 67	
Figura 8 - DRI – MA2 ................................................................................................ 69	
Figura 9 - Estrutura organizacional da F Aj Hum do CMNE ...................................... 70	
Figura 10 - A Cia C Ap da F Aj Hum do CMNE ......................................................... 72	
Figura 11 - A Cia Log da F Aj Hum do CMNE ........................................................... 72	
Figura 12 - A Cia E da F Aj Hum do CMNE .............................................................. 73	
Figura 13 - A Cia Rsg Slv da F Aj Hum do CMNE .................................................... 74	
Figura 14 - O Dst Com da F Aj Hum do CMNE ......................................................... 75	
Figura 15 - A Constituição básica do GBREC ........................................................... 78	
Figura 16 - Elementos de busca técnica a serem agregados ao GBREC ................ 78	
Figura 17 - Elementos de gerenciamento necessários para atuação isolada do 
GBREC ...................................................................................................................... 79	
Figura 18 - Componente logístico necessário para o emprego isolado do GBREC . 79	
Figura 19 - Estrutura Organizacional Básica da F Aj Hum da 14ª Bda Inf Mtz ......... 81	
Figura 20 - Organização da Cia C Ap da F Aj Hum da 14ª Bda Inf Mtz .................... 83	
Figura 21 - Cia E da F Aj Hum da 14ª Bda Inf Mtz .................................................... 83	
 
 
Figura 22 - Organização do Dst Com ........................................................................ 84	
Figura 23 - Composição orgânica da UME ............................................................... 88	
Figura 24 – Organização da UME na Espanha ......................................................... 89	
Figura 25 - Intervenções da UME entre 2007-2017 (traduzido pelo autor) ............... 91	
Figura 26 - Equipe da UME confeccionando um sistema de escoramento com bambu
................................................................................................................................... 95	
Figura 27 - Níveis de atuação da ORSEC ................................................................ 98	
Figura 28 - Atuações da ORSEC nos desastres na França ...................................... 99	
Figura 29 - Plano Particular de Intervenção da ORSEC ......................................... 100	
Figura 30 - Plano Particular de Intervenção da ORSEC (continuação) .................. 101	
Figura 31 - Distribuição dos Meios Aéreos da Sécurité Civile ................................ 102	
Figura 32 - Atuações da Fuerza de Apoyo em Caso de Desastres ........................ 103	
Figura 33 - Hércules C-130 utilizado no transporte de pessoal e material ............. 105	
Figura 34 - Boeing 727 utilizado no transporte de pessoal ..................................... 105	
Figura 35 - Helicóptero MI-17 utilizado no reconhecimento e transporte de pessoal
................................................................................................................................. 106	
Figura 36 - Escavadeira do Grupamento de Engenheiros utilizada na remoção de 
escombros ............................................................................................................... 107	
Figura 37 - Apronto Operacional do Serviço de Saúde ........................................... 108	
Figura 38 - Serviço de Intendência na distribuição de alimento .............................. 108	
Figura 39 - Formatura do Serviço de Polícia Militar ................................................ 109	
Figura 40 – Militar inspecionando um albergue ...................................................... 111	
Figura 41 - Célula de busca, resgate e salvamento atuando numa enchente ........ 112	
Figura 42 - Célula de engenheiros atuando na desobstrução de vias .................... 112	
Figura 43 - Célula de limpeza na remoção de lama após uma enchente ............... 113	
Figura 44 - Célula de saneamento na limpeza de vias ........................................... 114	
Figura 45 - Célula de segurança realizando a segurança de uma instalação ........ 114	
 
 
Figura 46 - Célula de serviço médico no atendimento à população afetada .......... 115	
Figura 47 - Cozinha comunitária e a distribuição de alimentação emergencial ...... 116	
Figura 48 - Transporte aéreo de mantimentos ........................................................ 116	
Figura 49 - Remoção de neve das vias ................................................................... 117	
Figura 50 - Incêndios florestais na fronteira do México com os EUA ...................... 118	
Figura 51 - Militares removendo escombros após um terremoto ............................ 119	
Figura 52 - Distribuição dos desastres naturais ...................................................... 130	
Figura 53 - Municípios mais atingidos no Brasil no período de 1991 a 2012 .......... 131	
Figura 54 - Quantidade de refeições consumidas no Exercício da F Aj Hum da 14ª 
Bda Inf Mtz .............................................................................................................. 144	
Figura 55 - Material Classe II utilizado no Exercício da F Aj Hum da 14ª Bda Inf ... 145	
Figura 56 - Material Classe III (armamento) utilizado no Exercício da F Aj Hum da 
14ª Bda Inf Mtz ........................................................................................................ 146	
Figura 57 - Material Classe III (munição) utilizada no Exercício da F Aj Hum da 14ª 
Bda Inf Mtz .............................................................................................................. 147	
Figura 58 - Material Classe VI utilizado no Exercício da F Aj Hum da 14ª Bda Inf Mtz
................................................................................................................................. 147	
Figura 59 - Material Classe VII utilizado no Exercício da F Aj Hum da 14ª Bda Inf Mtz
................................................................................................................................. 148	
Figura 60 - Material Classe VIII utilizadono Exercício da F Aj Hum da 14ª Bda Inf 
Mtz ........................................................................................................................... 149	
Figura 61 - Material Classe IX utilizado no Exercício da F Aj Hum da 14ª Bda Inf Mtz
................................................................................................................................. 150	
Figura 62 - Necessidades de recursos para Exercício da F Aj Hum da 14ª Bda Inf 
Mtz ........................................................................................................................... 152	
Figura 63 - Necessidades de materiais a adquirir pelo 23º BI ................................ 152	
Figura 64: Avião Canadair CL-215-T da UME ........................................................ 246	
 
 
Figura 65: Características do avião Bombardier CL-415 e do helicóptero EC-135 da 
UME ......................................................................................................................... 247	
Figura 66: Características dos helicópteros PUMA e SUPER PUMA da UME ....... 248	
Figura 67: Ambulâncias da UME ............................................................................. 249	
Figura 68: Características das autobombas URO BFP e florestal pesada IVECO 
ML140E28W ............................................................................................................ 250	
Figura 69: Características das autobombas IVECO FF140E28W e IVECO Enfermeira
................................................................................................................................. 251	
Figura 70: Característica da célula de habitabilidade polivalente familiar da UME . 252	
Figura 71: Características do abrigo para 100 pessoas e do acampamento para 500 
pessoas da UME ..................................................................................................... 253	
Figura 72: Características das embarcações ZODIAK e de alumínio da UME ....... 254	
Figura 73: Características das máquinas de engenharia retroescavadeira JCB e 
escavadeira CATERPILLAR JCB da UME .............................................................. 255	
Figura 74: Características do trator esteira CATERPILLAR e retroescavadeira JCB 
da UME ................................................................................................................... 256	
Figura 75: Características do basculante IVECO 380 e minimáquina MUSTANG da 
UME ......................................................................................................................... 257	
Figura 76: Equipamento contra inundações EMBAL .............................................. 258	
Figura 77: Máquinas de retirar neve IVECO 7226 e F3 T5T0 da UME ................... 259	
Figura 78: As viaturas de transporte de pessoal da UME M-113 A1/A2 e Santana 
Aníbal ...................................................................................................................... 260	
Figura 79: Veículos TT URO VAMTAC S-3 e caminhão leve IVECO 7226 da UME
................................................................................................................................. 261	
Figura 80: Veículo pesado TT 10 Tm IVECO M-250 da UME ................................ 262	
Figura 81: Motocicleta SUZUKI DRZ 400S da UME ............................................... 262	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Participação dos militares em Op Aj Hum e/ou Apoio à Defesa Civil .... 126	
Gráfico 2 - Ano de participação dos militares em Op Aj Hum e/ou Apoio à Defesa 
Civil .......................................................................................................................... 127	
Gráfico 3 - O município possui um Plano de Contingência? ................................... 128	
Gráfico 4 - Conhecimento das OM sobre o Plano de Contingência ........................ 128	
Gráfico 5 - Ano que ocorreu o último evento climatológico com participação de 
militares ................................................................................................................... 132	
Gráfico 6 - Tipo de evento climatológico que os militares participaram .................. 134	
Gráfico 7 - A opinião sobre os meios e materiais adequados ................................. 135	
Gráfico 8 - Verificação se a OM possui local adequado para acondicionar o material
................................................................................................................................. 136	
Gráfico 9: Onde são acondicionados os materiais de Ajuda Humanitária e Defesa 
Civil? ........................................................................................................................ 136	
Gráfico 10 - Materiais necessários em deslizamento de terra ................................ 155	
Gráfico 11 - Materiais necessários em secas ......................................................... 156	
Gráfico 12 - Materiais necessários nas enchentes ................................................. 157	
Gráfico 13 - Materiais necessários nas tempestades tropicais e furacões ............. 158	
Gráfico 14 - Materiais necessários nos incêndios florestais ................................... 159	
Gráfico 15 - Materiais necessários nos acidentes QBRN ....................................... 160	
Gráfico 16 - Efetivo empregado numa Op Aj Hum e/ou Apoio à Defesa Civil ........ 161	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Definição operacional da variável independente .................................... 38	
Quadro 2 - Definição operacional da variável dependente ....................................... 39	
Quadro 3 - Operação de Ajuda Humanitária X Apoio à Defesa Civil ........................ 56	
Quadro 4 - Missões das Operações de Ajuda Humanitária X Missões de Apoio à 
Defesa Civil ............................................................................................................... 57	
Quadro 5 - Abrangência das Operações de Apoio à Defesa Civil e Operações de 
Ajuda Humanitária ..................................................................................................... 57	
Quadro 6: Meios que as OM possuem para emprego em Ajuda Humanitária e 
Defesa Civil ............................................................................................................. 139	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
Ap Apoio 
Aprn Op Apronto Operacional 
BIE Bibliotecas Integradas do Exército 
Bda Inf Mtz 
BIEM 
B Log 
BTUME 
CCOp 
Cia 
Cia Rsg Slv 
CIEN 
CING 
C Mil A 
Cmdo 
CMNE 
CMS 
COD 
Com 
COz 
DRI 
Dst 
Dtz 
Brigada de Infantaria Motorizada 
Batalhão de Intervenções da UME 
Batalhão Logístico 
Batalhão de Comunicações da UME 
Centro de Coordenação de Operações 
Companhia 
Companhia de Resgate e Salvamento 
Companhia de Intervenções da UME 
Companhia de Engenheiros da UME 
Comando Militar de Área 
Comando 
Comando Militar do Nordeste 
Comando Militar do Sul 
Centro Operacional Departamental 
Comunicações 
Centro Operacional de Zona 
Destacamento de Resposta Imediata 
Destacamento 
Diretriz 
EB 
Elm 
EMFA 
ESG 
Exército Brasileiro 
Elemento 
Estado-Maior das Forças Armadas 
Escola Superior de Guerra 
F Aj Hum Força de Ajuda Humanitária 
F Ter Força Terrestre 
FA Forças Armadas 
FAB 
GBREC 
Força Aérea Brasileira 
Grupo de Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas 
 
 
GU 
INSARAG 
MB 
MPE 
GptOpFuzNav 
GT 
GU 
MA1 
MA2 
Mth 
OCHA 
Grande Unidade 
Grupo Consultivo Internacional de Busca e Resgaste da ONU 
Marinha do Brasil 
Módulo Precursor Emergial 
Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais 
Grupo de Trabalho 
Grande Unidade 
Modelo Alternativo 1 
Modelo Alternativo 2 
Montanha 
Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários 
Op Aj Hum Operações de Ajuda Humanitária 
OM 
OME 
OrganizaçãoMilitar 
Organização Militar do Exército 
ONU Organização das Nações Unidas 
OTAN 
PEEx 
Pel Mnt 
Pel Sup 
Pel Trnp 
PP 
Organização do Tratado do Atlântico Norte 
Plano Estratégico do Exército 
Pelotão de Manutenção 
Pelotão de Suprimento 
Pelotão de Transporte 
Programa-Padrão 
QDM Quadro de Dotação de Material 
SCiELO 
SDIS 
SU 
U 
USAR 
Biblioteca Eletrônica e Científica Online 
Serviço Departamental de Incêndio e Segurança; 
Subunidade 
Unidade 
Busca e Resgate Urbano 
UME Unidade Militar de Emergências 
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro 
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 20 
2 METODOLOGIA .................................................................................................... 36 
2.1 OBJETO FORMAL DE ESTUDO ......................................................................... 36 
2.1.1 Definição conceitual das variáveis ................................................................... 37 
2.1.2 Definição operacional das variáveis ................................................................. 37 
2.1.3 As variáveis intervenientes ............................................................................... 40 
2.2 AMOSTRA ........................................................................................................... 41 
2.3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ....................................................................... 42 
2.3.1 Procedimentos para a revisão da literatura ...................................................... 44 
2.3.1.1 Fontes de busca ............................................................................................ 44 
2.3.1.2 Estratégia de busca para as bases de dados eletrônicos ............................. 44 
2.3.2 Procedimentos metodológicos ......................................................................... 44 
2.3.3 Instrumentos ..................................................................................................... 45 
2.3.4 Análise dos dados ............................................................................................ 46 
3. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 47 
3.1 A ATUAÇÃO DA DEFESA CIVIL E DA FORÇA DE AJUDA HUMANITÁRIA NO 
BRASIL ...................................................................................................................... 48 
3.1.1 A Defesa Civil no Brasil .................................................................................... 48 
3.1.2 A Força de Ajuda Humanitária do Exército Brasileiro ...................................... 51 
3.1.3 Operação de Ajuda Humanitária X Operação de Apoio à Defesa Civil ........... 56 
3.2 A ATUAÇÃO DOS PRINCIPAIS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL DE ATUAÇÃO SIGNIFICATIVA NA 
ÁREA DE DEFESA CIVIL E AJUDA HUMANITÁRIA ................................................. 58 
3.2.1 A atuação do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina .................................... 60 
3.2.2 A atuação da Defesa Civil ................................................................................ 61 
3.2.2.1 A Diretoria de Resposta aos Desastres ........................................................ 62 
3.3 AS ORGANIZAÇÕES MILITARES COM MAIOR PROBABILIDADE DE 
EMPREGO ................................................................................................................ 64 
3.3.1 A Força de Ajuda Humanitária no Comando Militar do Nordeste .................... 64 
3.3.2 A Força de Ajuda Humanitária no Comando Militar do Sul .............................. 80 
 
 
3.4 A FORÇA DE AJUDA HUMANITÁRIA NO MUNDO ............................................ 85 
3.4.1 A Força de Ajuda Humanitária na Espanha – A Unidad Militar de Emergencias 
(UME) .......................................................................................................................86 
3.4.1.2 As Capacidades Militares da UME ................................................................ 92 
3.4.1.2.1 Capacidade de Comando e Controle ......................................................... 92 
3.4.2.1.2 Capacidade de Intervenção e Luta Contra Incêndios Florestais ................ 93 
3.4.2.1.3 Capacidade de Intervenção em Grandes Inundações ............................... 93 
3.4.1.2.4 Capacidade de Intervenção em Nevadas e Fenômenos Meteorológicos .. 94 
3.4.1.2.5 Capacidade de Intervenção em Terremotos, Erupções Vulcânicas e 
Deslizamento de Terra .............................................................................................. 94 
3.4.1.2.6 Capacidade de Intervenção Ocasionada por Riscos Tecnológicos e 
Contaminações Ambientais ....................................................................................... 95 
3.4.1.2.7 Capacidade de Intervenção em Atentados Terroristas e Atos Violentos ... 96 
3.4.2 A Defesa Civil Francesa ................................................................................... 96 
3.4.2.1 Os Meios Aereos da Defesa Civil Francesa ................................................ 102 
3.4.3 A Força de Ajuda Humanitária no México ...................................................... 103 
3.4.3.1 A atuação da Fuerza de Apoyo en Caso de Desastres nos Sistemas 
Tropicais ..................................................................................................................110 
3.4.3.2 A atuação da Fuerza de Apoyo en Caso de Desastres nos Sistemas 
Invernais ..................................................................................................................117 
3.4.3.3 A atuação da Fuerza de Apoyo en Caso de Desastres nos incêndios 
florestais ..................................................................................................................117 
3.4.3.4 A atuação da Fuerza de Apoyo en Caso de Desastres nos fenômenos 
geológicos ...............................................................................................................118 
3.4.3.5 O Plan DN - III - E e a atuação da Fuerza de Apoyo en Caso de Desastres 
..................................................................................................................................120 
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................... 122 
4.1 MEIOS E MATERIAIS ADEQUADOS ................................................................ 124 
4.1.1 Operacionalidade ........................................................................................... 125 
4.1.1.1 Capacidade técnico-profissional dos recursos humanos ............................ 125 
4.1.1.2 Eventos climatológicos na área da OM ....................................................... 129 
4.1.1.3 Capacidade e disponibilidade dos materiais, viaturas e embarcações ....... 134 
4.1.1.4 Realização de checklist de material ............................................................ 137 
 
 
4.1.1.5 Tempo de planejamento e preparo para missão ......................................... 139 
4.1.2 Recursos disponíveis ..................................................................................... 140 
4.1.2.1 Gastos com meios e materiais .................................................................... 141 
4.2 A CONQUISTA DO PERMANENTE ESTADO DE PRONTIDÃO OPERATIVA . 142 
4.2.1 Preparo ........................................................................................................... 142 
4.2.1.1 Apronto Operacional ................................................................................... 143 
4.2.1.2 Diretrizes, Ordens de Serviço e Instrução, Cadernos de Trabalho e Análise 
Pós-Ação .................................................................................................................151 
4.2.1.3 MeiosMilitares Empregados e QDM ........................................................... 154 
4.2.1.4 Efetivo envolvido ......................................................................................... 161 
4.2.1.5 Capacidade de outras agências e outros Exércitos .................................... 161 
4.3 CONCLUSÕES PARCIAIS ................................................................................ 165 
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 168 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 176 
GLOSSÁRIO ........................................................................................................... 181 
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ........................................................................... 184 
APÊNDICE B – OBSERVAÇÃO DIRETA .............................................................. 199 
APÊNDICE C – ROTEIRO DE PERGUNTAS DE ENTREVISTA ........................... 206 
APÊNDICE D - PROPOSTA DE CADERNO DE INSTRUÇÃO ............................. 207 
APÊNDICE E – TRADUÇÃO DE ILUSTRAÇÕES ESTRANGEIRAS .................... 240 
ANEXO A – CATÁLOGO DOS EQUIPAMENTOS, SISTEMAS E PLATAFORMAS 
DOS BIEM DA UME ................................................................................................ 246 
20 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
A Força Terrestre (F Ter) deverá manter-se em permanente estado de 
prontidão para atender as demandas da Defesa Nacional, para contribuir para 
garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais e da lei e da ordem 
(BRASIL, 2017d, p.1-1). 
Desta forma, destacada do manual EB70-MC-10.223, Operações (BRASIL, 
2017d), a citação anterior resume a importância dos elementos da Força Terrestre (F 
Ter) em manter-se permanentemente em condições de responder às demandas de 
interesse nacional, conforme suas atribuições constitucionais e, consequentemente, 
atuar no grande desafio da atualidade que é o complexo ambiente humanitário, onde 
possuir uma logística adequada significa um fator imprescindível para o sucesso da 
missão. 
Neste contexto, em atenção à Diretriz de Implantação do Subprojeto Força 
Humanitária (BRASIL, 2014a, p. 6/13), o Exército Brasileiro (EB) iniciou a 
experimentação doutrinária da Força Humanitária em 2014, desenvolvendo seu 
Projeto Piloto no Comando Militar do Nordeste, em 2015. Os subprojetos de 
implantação da Força de Ajuda Humanitária nos demais Comandos Militares de 
Área (C Mil A) ocorrerão até 31 de dezembro de 2022. 
Com isso, alinhado com os objetivos estratégicos Nr 03 (contribuir com o 
desenvolvimento sustentável e a paz social), Nr 05 (implantar um novo e efetivo 
Sistema Operacional Terrestre) e Nr 14 (ampliar a integração do Exército à 
sociedade), estabelecidos no Plano Estratégico do Exército (PEEx) 2016-2019 
(BRASIL, 2015, p. 3, 5 e 44), o EB possui curto prazo para capacitar seus 
profissionais para realizar ações de Ajuda Humanitária. 
Desta forma, o PEEx tem como visão de futuro (BRASIL, 2015a): 
Até 2022, o Processo de Transformação do Exército chegará a uma NOVA 
DOUTRINA - com o emprego de produtos de defesa tecnologicamente 
avançados, profissionais altamente capacitados e motivados - para que o 
Exército enfrente, com os meios adequados, os desafios do século XXI, 
respaldando as decisões soberanas do Brasil no cenário internacional 
(BRASIL, 2015a, p. 4, grifo nosso). 
21 
 
À vista disso, com o intuito de revelar os meios adequados para que o EB 
enfrente os desafios do século XXI e de apresentar o papel desenvolvido pela 
logística no complexo ambiente humanitário, o presente trabalho pretende analisar a 
logística necessária para a participação de um Batalhão de Infantaria em Operações 
de Ajuda Humanitária (Op Aj Hum), destacando a doutrina atualmente empregada 
pelo Exército Brasileiro (EB) e apresentando outras doutrinas civis e militares, 
nacionais e internacionais. 
Como contribuição, o presente trabalho poderá propor alterações no QDM 
(Quadro de Dotação de Material) de um Batalhão de Infantaria, atualizando-o de 
forma que contribua para o fortalecimento da efetividade logística deste tipo de 
Unidade no apoio às Ações de Defesa Civil e Op Aj Hum. 
Assim, este trabalho pretende colaborar para a prontidão operativa de um 
Batalhão de Infantaria para atuar em Op Aj Hum, apoiando a Defesa Civil e 
contribuindo para a sua interoperabilidade em operações de cooperação e 
coordenação com agências. 
 
1.1 PROBLEMA 
 
As Operações de Ajuda Humanitária possuem, em sua essência, uma estreita 
relação com o conceito de Operações de Apoio às Ações de Defesa Civil. Conforme 
será abordado mais adiante, o Brasil começou a introduzir a F Aj Hum somente em 
2015, já sua participação no Apoio à Defesa Civil, já vem sendo mantida há tempo. 
Assim, será impossível abordar o termo Ajuda Humanitária sem mencionar em 
algumas oportunidades o termo Defesa Civil. 
Com a finalidade de elucidar o problema, o manual MD35-G-01, Glossário das 
Forças Armadas, define Defesa Civil como “Conjunto de ações preventivas, de 
socorro assistencial e recuperativo, destinado a evitar ou minimizar os desastres, 
preservar o moral da população e restabelecer a normalidade social” (BRASIL, 2007, 
p. 77/274). 
Corroborando com a definição já citada anteriormente pelo manual EB20-MC-
10.201, Operações em Ambiente Interagências, a Nota de Coordenação Doutrinária 
22 
 
(NCD) Nr 01/2014 - C Dout Ex/EME, de 10 de abril de 2014, define Operações de 
Ajuda Humanitária como: 
Operação concebida especificamente para aliviar o sofrimento humano, 
decorrente de desastres, que representem séria ameaça à vida ou resultem 
em extenso dano ou perda de propriedade, bem como para prestar 
assistência cívico-social. Destina-se a complementar, com a utilização de 
meios militares, o esforço de resposta a desastre do governo e de 
organizações não governamentais (BRASIL, 2014d, p. 4). 
 
Assim, percebe-se, guardando as devidas proporções, que as duas definições 
partilham do mesmo propósito de socorrer a população em ambientes afetados por 
desastres, o que será, em algumas ocasiões, feitas alusões à Defesa Civil para 
chegar ao objetivo pretendido. 
Para elucidar o problema que será abordado, o manual EB20-MF-10.102, 
Doutrina Militar Terrestre, apresenta o emprego, as missões e tarefas da F Ter. E na 
sua visão, a participação do EB em Operações de Ajuda Humanitária, conforme se 
observa: 
Cabe ao Exército o preparo da F Ter para cumprir sua missão 
constitucional da defesa da Pátria e da garantia dos poderes 
constitucionais, da lei e da ordem. Além disso, a F Ter deve cumprir as 
atribuições subsidiárias gerais previstas na legislação complementar, que 
são: cooperar com o desenvolvimento nacional e com a defesa Civil, bem 
como apoiar a política externa do País e participar de operações 
internacionais de paz e de ajuda humanitária (BRASIL, 2014c, p. 7.1, grifo 
nosso). 
 
Diante disso, e ambientando a elucidação do problema a conhecer, o manual 
EB20-MC-10.201, Operações em Ambiente Interagências, cita a abrangência deste 
tipo de operação, inserindo a Ajuda Humanitária no contexto “Operações em 
Ambiente Interagências”: 
Apesar da importância de se dispor de forças militares com capacidades 
efetivas para o combate, o ambiente operacional contemporâneo tem 
implicado de forma crescente na participação de vetores não militares de 
diferentes matizes no espaço de batalha. É normal, neste espaço, a 
presença de diferentes vetores nas Operações no Amplo Espectro, no 
desempenho de suas atividades de interesse ou tarefas específicas 
necessárias em prol da população local, com possível envolvimento de 
agências civis de órgãos nacionais, internacionais e interestatais, cuja 
presença testemunha e proporciona legitimidade às ações militares. Essas 
ações, desde a ajuda humanitáriaàquelas voltadas à pacificação e 
reconstrução local, estarão sendo desenvolvidas em ambiente 
interagências (BRASIL, 2013, p. 4-1, grifo nosso). 
23 
 
No sentido de melhor entender o termo “Operações Ambiente Interagências”, 
o mesmo EB20-MC-10.201, Operações em Ambiente Interagências (BRASIL, 2013, 
p. 1-2) esclarece que as Operações em Ambiente Interagências e as Operações 
Interagências, no sentido amplo, possuem o mesmo significado. Assim, seguindo a 
doutrina deste manual, faz-se a conceituação de Operações Interagências, que seria 
uma operação coordenada com outra agência para alcançar um objetivo comum, 
sem duplicidade de ação e do modo mais eficiente possível, conforme se observa: 
Interação das Forças Armadas com outras agências com a finalidade de 
conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos ou 
propósitos convergentes que atendam ao bem comum, evitando a 
duplicidade de ações, a dispersão de recursos e a divergência de soluções 
com eficiência, eficácia, efetividade e menores custos (BRASIL, 2013, p.1-
2). 
 
Sobre o termo agência, visto na definição de Operações Interagências, o 
EB20-MF-10.102 aponta para uma organização, instituição ou entidade, que poderia 
ser de caráter governamental ou não, civil ou militar, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira que tenha como objetivo a prevenção de ameaças, no gerenciamento de 
crises e/ou na solução de conflitos (BRASIL, 2013, p. 1-2). 
 
1.1.1 Antecedentes do problema 
 
De acordo com o Plano de Emprego das Forças Armadas em casos de 
Desastres 2013/2014 (BRASIL, 2013, p. 1), os fenômenos relacionados aos 
desastres naturais no Brasil tendem a ocorrer com maior frequência, principalmente 
a seca no nordeste e chuvas nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa 
Catarina. Neste cenário, tais fenômenos naturais têm requerido frequentemente a 
participação das Forças Armadas (FA) em cooperação com as Ações de Defesa 
Civil. 
Desastres estes, que corroboram com o emprego das FA, conforme se vê na 
figura 01 a seguir, em que se observa a distribuição dos mesmos dentro das regiões 
geográficas do Brasil. 
24 
 
 
Figura 1 - Distribuição dos desastres naturais por regiões brasileiras 
Fonte: Atlas Brasileira de Desastres Naturais- 1991 a 2012 (UFSC, 2013) 
 
Do gráfico acima, pode-se extrair informações que servem para ratificar o 
abordado anteriormente no Plano de Emprego das Forças Armadas em casos de 
Desastres 2013/2014 (BRASIL, 2013) que justificam o motivo das Op Aj Hum e em 
Apoio à Defesa Civil ter ganhado maior vulto nos últimos anos. Nele, nota-se o 
Nordeste, o Sul e o Sudeste como as regiões com maiores ocorrências de desastres 
naturais, sendo que no Nordeste e Sudeste, a predominância da seca e estiagem, 
enchente e inundações. Já no Sul, a maior frequência ocorre com a seca e 
estiagem, enchente e vendaval. 
Com isso, o emprego das FA tem se mostrado capital para resolução dos 
problemas causados por desastres naturais: 
A participação das Forças Armadas em auxílio da população afetada por 
uma catástrofe, de qualquer tipo, remonta à própria existência dos exércitos. 
25 
 
As Forças Armadas são um instrumento do Estado e, como tal, devem ser 
usadas nessas circunstâncias e para esses fins que sejam necessárias em 
todos os momentos (ESPANHA, 2014, p. 7, tradução nossa). 
 
Nesse contexto, de acordo com manual EB70-MC-10.223, Operações 
(BRASIL, 2017d), o emprego do EB e, particularmente, dos Batalhões de Infantaria, 
são imprescindíveis nas atribuições subsidiárias gerais de cooperações com o 
desenvolvimento nacional e com a defesa civil (BRASIL, 2017d, p. 3-16). Boa prova 
das recentes participações dos Batalhões de Infantaria no Apoio à Defesa Civil 
observa-se na Operação Enchentes, em 2010, executada pela 10ª Bda Inf Mtz em 
Recife-PE (OPERAÇÃO, 2010, p. 39-43); Operação Serrana, em 2011, planejada 
pela 1ª DE no Rio de Janeiro-RJ (OPERAÇÃO, 2011, p. 33); Operação Mão Amiga, 
em 2015, empregando principalmente Comando de Fronteira Acre e 4º Batalhão de 
Infantaria de Selva (ENCHENTES, 2015); e da 3ª Companhia/63º Batalhão de 
Infantaria, Tubarão-SC, após o vendaval que abalou o município em 16 de outubro 
de 2016 (DIÁRIO, 2016). 
Porém, apesar da atualidade do emprego das FA neste cenário, seu emprego 
não se iniciou recentemente. Para demonstrar sua importância, significativos 
antecedentes histórico-militares afirmam o papel decisivo dos militares no sucesso 
das Op Aj Hum e em Apoio à Defesa Civil, vistos a seguir, que são coerentes com o 
desenvolvimento deste trabalho. 
Sendo assim, dois episódios da História Militar, ocorridos na Segunda Guerra 
Mundial serão abordados, pois, na atualidade, e em outras épocas, a Defesa Civil 
representa e representou um aspecto relevante para a solução de emergências 
O primeiro acontecimento histórico-militar mostra o surgimento da Defesa 
Civil durante os ataques das Forças do Eixo, em 1940 e 1941, contra o Reino Unido, 
durante a Segunda Guerra Mundial, cuja preocupação seria manter a população 
segura diante do ambiente instável desta guerra. (BRASIL, 2012b). 
O segundo episódio, por sua vez, um reflexo do primeiro, ocorreu no território 
brasileiro. Passa-se no mesmo momento e contexto histórico, logo após o 
bombardeio de navios brasileiros por navios alemães na costa do Nordeste do país. 
Tal acontecimento foi decisivo ao governo brasileiro, que o levou a declarar guerra à 
Alemanha e Itália, e, imediatamente, a inserção do país na Segunda Guerra 
Mundial. Como consequência, houve a criação do Serviço de Defesa Passiva 
26 
 
Antiaérea, embrião da Defesa Civil no Brasil. Tudo isso é observado abaixo, no 
Histórico da Defesa Civil, publicado pelo Ministério da Integração Nacional (BRASIL, 
2012b). 
Os dois episódios anteriormente se tornaram o marco da Defesa Civil. O 
primeiro, no Reino Unido e, consequentemente, no mundo. O segundo, no Brasil, 
porém, não consolidado imediatamente. Desta forma, buscando a afirmação da 
Defesa Civil no território brasileiro, em 1943, o Serviço de Defesa Passiva Antiaérea 
passa a ser chamado de Serviço de Defesa Civil, porém, foi extinto em 1946, 
permanecendo pouco explorado pelo Governo Federal até a década de 60 (BRASIL, 
2012b). 
Citação complementada por um ângulo militar, na visão de Oliveira (2006): 
Terminado o conflito mundial, com a euforia da paz, verificou-se uma natural 
tendência de relaxamento nas medidas de defesa civil e, em 1946, aquele 
serviço foi extinto, sem que ao menos fosse criada uma doutrina ou mesmo 
uma mentalidade sobre o assunto (OLIVEIRA, 2006, p. 18). 
 
Nesta lacuna temporal, entre 1946 até a década de 60, mais precisamente 
1966, deparada com a inércia dos demais órgãos do Poder Público, as FA 
realizaram alguns estudos de grande valia, que contribuiriam significativamente para 
o seu crescimento diante desta demanda, sendo, praticamente, os únicos que 
permaneceram capazes de atuar em Ações de Defesa Civil nesta época. Assim, em 
1949, no então governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra, o Estado-Maior das 
Forças Armadas (EMFA) organiza um Anteprojeto de Defesa Civil em âmbito 
nacional, estadual e municipal que visava particularmente, medidas educativas, 
conforme Oliveira (2006, p. 18). 
Em 1950, a Escola Superior de Guerra (ESG) propõe que o assunto Defesa 
Civil deveria ser planejado pelas Regiões Militares, devido às diferentes 
características geográficas e operacionais, ainda que explicado por Oliveira (2006): 
b) em 1950, a Escola Superior de Guerra (ESG) elaborou um trabalho que 
recomendava a criação de um órgão central, de âmbito federal, e outros 
regionais, em número equivalente às Regiões Militares do Exército, com as 
quais deveriam manter íntima ligação. Previa, como no Anteprojeto de Lei 
do EMFA, a criação dos serviços capazes de cumprir as missões de defesa 
civil (OLIVEIRA, 2006, p. 18). 
 
E, em 1958, as FA retificam o Anteprojetocitado, mais detalhado e definido 
que o anterior, e o remete ao Governo Federal, porém, pouco aproveitado pelo 
Poder Público, segundo esclarecimento de Oliveira (2006, p.18). 
27 
 
Cabe ressaltar que, somente a partir 1966, com enchentes e fortes chuvas no 
extinto Estado da Guanabara e no Estado de São Paulo, a temática toma 
novamente força e vigor no Governo de Humberto Castelo Branco, consolidando a 
primeira Defesa Civil Estadual do Brasil, no estado da Guanabara, preocupada em 
dar assistência à população nos casos de calamidades (BRASIL, 2012b). 
Nesse sentido, o próximo marco importante, segundo o Ministério da 
Integração Nacional, (BRASIL, 2012b) foi a reunião promovida pela Assembléia 
Geral da ONU, realizada em 22 de dezembro de 1989, que tinha como finalidade a 
preocupação com a redução de riscos de desastre. Nesta reunião, seria aprovada a 
Resolução 44/236, que estabelecia o ano de 1990 como início da Década 
Internacional para Redução dos Desastres Naturais (DIRDN), cujo objetivo era 
minimizar de perdas de vidas, danos ao nível socioeconômico, provocado por 
diversos tipos de desastres naturais. 
Recentemente no Brasil, na 1ª Conferência Nacional de Defesa Civil e 
Assistência Humanitária, em 2009, passa a ser mencionado o termo Ajuda 
Humanitária juntamente com a Defesa Civil, cujos objetivos eram mais amplos como 
a construção de um banco de dados de desastres, mapeamento amplo, organização 
de Planos, Políticas e Sistemas voltados para a Proteção e Defesa Civil (BRASIL, 
2012b). 
Fruto do constante e atual emprego militar em missões desta natureza, em 10 
de abril de 2014, foi publicada a Nota de Coordenação Doutrinária (NCD) Nr 01/2014 
– C Dout Ex/EME, Operações de Ajuda Humanitária, cujo objetivo pretendido era 
“Estabelecer a concepção doutrinária para o emprego de tropas do Exército 
Brasileiro em Operações de Ajuda Humanitária, tanto em território Nacional como no 
exterior” (BRASIL, 2014d, p. 3), que amplia o emprego da Força em Ações de 
Defesa Civil, capacitando-a a receber as missões típicas nas Operações de Ajuda 
Humanitária (Op Aj Hum), como de assistência imediata, apoio aos deslocados e 
refugiados, segurança de área, assistência técnica e funções de apoio e 
gerenciamento de consequências (BRASIL, 2014d, p. 14-15). 
Desta forma, foi concebida a Força de Ajuda Humanitária (F Aj Hum), que 
seria, conforme a NCD Nr 01/2014 uma “Força temporária constituída para realizar 
uma Operação de Ajuda Humanitária, integrando, com os meios necessários, o 
esforço de resposta em caso de desastre no Brasil ou no exterior” (BRASIL, 2014d, 
p. 5), que poderia atuar na cooperação direta com os Governos Municipais e/ou 
28 
 
Estaduais, apoiando em pessoal e material, conforme solicitação da Defesa Civil 
local e de acordo com a disponibilidade; e também, na coordenação das Ações e/ou 
Operações de Defesa Civil, por determinação presidencial, que seria em dimensões 
que comprometam a capacidade de coordenação e resposta dos governos 
estaduais e municipais (BRASIL, 2014d, p. 23-24). 
Desta maneira, diante da atual situação climatológica no Brasil e da frequente 
participação das FA neste cenário, elaborou-se o manual MD33-I-01, Instruções 
para Emprego das Forças Armadas em Apoio à Defesa Civil (BRASIL, 2015b), que 
trata sobre o emprego das FA em Apoio às Ações de Defesa Civil: 
Cooperar, mediante autorização, com os órgãos e entidades que possuem 
competências relacionadas com a Defesa Civil. Para isso, ficar em 
condições de apoiar ações preventivas, incluindo planejamentos, instrução 
e simulações, e de resposta a desastres, tudo com vistas a evitar ou mitigar 
os efeitos daquelas ocorrências; a preservar o bem-estar da população; e a 
restabelecer a normalidade social. (BRASIL, 2015b, p. 15/26). 
 
No entanto, pode-se perceber que não cabe à F Ter assumir o papel principal 
nas Ações de Defesa Civil, conforme o manual MD33-I-01, “Sem comprometimento 
de sua destinação constitucional, cabe às Forças Armadas, como atribuição 
subsidiária geral, cooperar com a Defesa Civil, conforme o art. 16 da Lei 
Complementar nº 97, de 1999” (BRASIL, 2015b, p. 15/26). Além disso, de acordo 
com esta Lei, “Cabe às Forças Armadas, como atribuição subsidiária geral, cooperar 
com o desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determinada pelo 
Presidente da República” (BRASIL, 1999). 
Ainda, o emprego das FA em Apoio a Órgãos Governamentais, como a 
cooperação com a Defesa Civil, ocorre de forma planejada e emergencial. No caso 
de um emprego emergencial com os governos municipais e/ou estaduais, o Plano de 
Emprego das Forças Armadas em casos de Desastres 2013/2014 (BRASIL, 2013) 
complementa: 
A Organização Militar mais próxima da área do desastre natural atenderá 
prontamente ao pedido de apoio formulado, com meios de pessoal e de 
material orgânicos solicitados pela Defesa Civil local, de acordo com suas 
disponibilidades e orientações previamente estabelecidas pelos seus 
Comandos (BRASIL, 2013, p. 4). 
 
1.1.2 Formulação do problema 
29 
 
Desta maneira, no sentido suprir as necessidades logísticas de um Batalhão 
de Infantaria em Operações de Ajuda Humanitária e no Apoio à Defesa Civil, a 
Doutrina de Implantação do Subprojeto Força Humanitária (BRASIL, 2014a) 
menciona que: “Os equipamentos e materiais a serem utilizados no Subprojeto 
são os existentes, sendo desejável que sejam complementados com itens 
novos, com tecnologia avançada” (BRASIL, 2014a, p. 7/13, grifo nosso). 
Além do mais, a Nota de Coordenação Doutrinária Nr 01/2014, que 
estabelece a concepção doutrinária para o emprego do EB em Op Aj Hum, no 
território nacional e no exterior (BRASIL, 2014d), diz que: “A F Aj Hum será 
estruturada com base nas OM existentes na região do desastre, consideradas as 
suas peculiaridades e os meios dos quais são dotadas” (BRASIL, 2014d, p. 17). 
Com isso, verifica-se a possibilidade de se melhorar a logística de alguns 
batalhões do EB, em particular dos Batalhões de Infantaria, para mantê-los em 
permanente estado de prontidão operativa, por meio da aquisição de itens novos e 
modernos, mais adequados para cumprir missões de Ajuda Humanitária. 
Desta forma, no sentido de colaborar para o aperfeiçoamento doutrinário do 
tema, o presente trabalho propõe o seguinte problema: como o emprego dos 
adequados meios materiais podem contribuir para a conquista de um 
permanente estado de prontidão operativa dos Batalhões de Infantaria em Op 
Aj Hum e de Apoio à Defesa Civil, através de um QDM moderno? 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
Com a finalidade de cooperar com a doutrina para o emprego de tropas do EB 
em Op Aj Hum, tanto em território nacional como no exterior, este trabalho tem por 
objetivo geral analisar os meios materiais necessários para a participação de um 
Batalhão de Infantaria em Operações de Ajuda Humanitária (Op Aj Hum), propondo 
os meios adequados que contribuirão para a conquista de um permanente estado de 
30 
 
prontidão operativa de um Batalhão de Infantaria para atuar em ambiente 
interagências. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
Por conseguinte, para permitir alcançar o objetivo geral em análise, alguns 
objetivos específicos foram propostos, auxiliando no desenvolvimento lógico do 
raciocínio descritivo apresentado neste estudo: 
a. apresentar a atuação da Defesa Civil e da F Aj Hum atualmente existente 
no EB. 
b. apresentar a atuação dos órgãos privados e entidades da administração 
pública federal, estadual e municipal de atuação significativa na área de Defesa 
Civil. 
c. analisar como as OM da F Ter com maior probabilidade de emprego em 
eventos de defesa civil e Ajuda Humanitária se prepararam, no tocante aos meios e 
materiais empregados. 
d. comparar no âmbito da Logística Militar, a doutrina existente no EB com as 
doutrinas existente nos países com maior expressão no emprego de tropas em Op 
Aj Hum e de Apoio à DefesaCivil. 
e. apresentar a estrutura logística necessária para um Batalhão de Infantaria 
ser empregado em Op Aj Hum e em ações de Apoio à Defesa Civil, destacando 
eventuais oportunidades de melhoria que contribuam para uma maior efetividade 
logística. 
f. propor um QDM moderno e coerente para Op Aj Hum e ações de Apoio à 
Defesa Civil, restritos aos desastres naturais, por meio do estudo dos meios e 
materiais utilizados por um Batalhão de Infantaria. 
 
1.3 QUESTÕES DE ESTUDO 
 
31 
 
No intuito de analisar os meios mais adequados utilizados pelo EB, e 
oportunidades de melhoria para o fortalecimento de um permanente estado de 
prontidão operativa de um Batalhão de Infantaria, em Op Aj Hum e na cooperação 
com a Defesa Civil, em ambiente interagências, de forma continuada e eficiente, as 
seguintes questões de estudo foram elaboradas: 
 a) quais são as ações desenvolvidas pela Defesa Civil e F Aj Hum? 
 b) quais são as ações desenvolvidas pelos órgãos privados e entidades da 
administração pública federal, estadual e municipal de atuação significativa na área 
de Defesa Civil? 
 c) como as OM da F Ter com maior probabilidade de emprego em eventos de 
defesa civil e Ajuda Humanitária se prepararam, no tocante aos meios e materiais 
empregados? 
 d) o EB possui uma moderna doutrina de Logística Militar, que permita uma 
interoperacionalidade efetiva com os órgãos do Sistema Nacional de Proteção e 
Defesa Civil? 
e) quais são os procedimentos logísticos adotados pelo EB e como a doutrina 
de Logística Militar pode ser aperfeiçoada, de modo que contribua para uma maior 
efetividade logística da tropa empregada? 
f) quais são os meios materiais necessários para que um Batalhão de 
Infantaria cumpra missões de Ajuda Humanitária e de Apoio à Defesa Civil, restritos 
aos desastres naturais? 
 
1.4 JUSTIFICATIVA 
 
O interesse deste militar pelo tema iniciou-se por ocasião da realização do 
Curso Básico de Emergências, na Espanha, onde o mesmo observou algumas 
oportunidades de melhoria na doutrina logística sobre a Força de Ajuda Humanitária 
no Brasil. 
Diante disso, este trabalho faz-se relevante, porque os eventos climatológicos 
no Brasil tornaram-se comuns e o emprego do EB em ações no Apoio à Defesa Civil 
tem sido cada vez mais frequente. 
32 
 
A grande quantidade de eventos climatológicos no Brasil é a justificativa inicial 
para os presentes estudos, conforme observado no Relatório Especial do Painel 
Brasileiro de Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro 
(UFRJ, 2016): 
De acordo com o IBGE, 37,1% dos municípios brasileiros foram atingidos 
por alagamentos entre 2008 e 2012, enquanto 895 municípios foram vítimas 
de desabamentos no mesmo período. Localmente, as regiões Sudeste e Sul 
respondem pela maior concentração de eventos de alagamentos, com 
45,2% e 43,5%, respectivamente, destacando-se os estados do Rio de 
Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina. Já a região Nordeste lidera os 
eventos de deslizamentos e desabamentos, sendo responsável por 50,06% 
dos eventos, enquanto o Sudeste aparece em segundo lugar, com 45,32% 
dos incidentes. Nessas regiões, destacam-se os estados de Pernambuco, 
com 5.910 ocorrências, São Paulo, com 4.981 eventos, e Rio de Janeiro, 
com 4.969 incidentes (UFRJ, 2016, p. 48). 
 
E, no Relatório de Danos Materiais e Prejuízos Decorrentes de Desastres 
Naturais no Brasil 1994-2014, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, 
2016), pode-se observar os gastos públicos referentes a estes eventos 
climatológicos: 
Considerando-se os eventos de Santa Catarina, em 2008; Pernambuco e 
Alagoas, em 2010; e Região Serrana do Rio de Janeiro, em 2011, os 
prejuízos econômicos foram estimados na ordem de R$ 15,5 bilhões. De 
forma ainda mais preocupante, é preciso mencionar que tais resultados são 
parciais tendo em vista a limitação da disponibilidade de dados e a 
impossibilidade prática de avaliação de todos os eventos registrados em um 
país (UFSC, 2016, p. 17). 
 
Outra relevância do presente trabalho está no crescente emprego do EB em 
Operações desta natureza, como parte de sua missão subsidiária prevista na LC 
97/99, e na importância dessas missões para a projeção da imagem do EB no Brasil 
e no mundo, além da preocupação de se manter preparado para essas demandas. 
Com isso, cresce de importância preparar a F Ter para atender esta necessidade, 
conforme a Desfesanet reforçou (2014): 
 
Na realidade, atualmente, é praticamente impensável se cogitar de uma 
intervenção da Defesa Civil em cenários de grandes catástrofes, sem o 
auxílio das Forças Armadas. Que, com suas aeronaves, veículos de 
carga, grande capacidade logística, e militares capacitados para o 
enfrentamento de condições adversas, vem se tornando a cada mais 
indispensáveis nestas missões de vocação humanitária. Motivo adicional 
para que as forças militares sejam sempre mantidas em boas 
condições operacionais. Pois, como visto, o seu aparelhamento não será 
utilizado apenas para a defesa da pátria. Mas também para o benefício da 
33 
 
sociedade, nas iniciativas em parceria com os organismos de Defesa Civil 
(DEFESANET, 2014, grifo nosso). 
 
Corroborada por Apte (2009), autor do livro Humanitarian Logistics: A new 
field of research and action, que cita o papel das Forças Armadas: 
As Forças Armadas (especialmente nos EUA) desempenham um papel 
importante na prestação de apoio durante as catástrofes. As Forças 
Armadas têm uma estrutura confiável e subjacente para o comando e 
controle. Essa estrutura é importante, tanto em caso de situação de guerra, 
como em desastres (APTE, 2009, p. 19, tradução nossa). 
 
E complementada na visão de Rasga Júnior (2012), que associa a alarmante 
quantidade de desastres naturais recentes no Brasil e seus prejuízos à necessidade 
do emprego militar: 
As regiões que mais tem solicitado o apoio do Exército por ocasião do 
acometimento de desastres naturais são: Norte (Estados do Amazonas e 
Pará), Nordeste (Estados de Pernambuco, Piauí, Sergipe, Alagoas e 
Maranhão), Sudeste (Rio de Janeiro) e Sul (Rio Grande do Sul e Santa 
Catarina) (RASGA JÚNIOR, 2012, p. 51). 
 
Sobretudo, o projeto em estudo encontra-se no PEEx 2016-2019, dentro da 
ação estratégica de capacitar a Força para atuar em Ações de Ajuda Humanitária, e 
na atividade imposta de implantar a Sistemática de emprego de tropa em ações de 
ajuda humanitária, que através de meios adequados (BRASIL, 2015a, p. 15). 
Logo, a relevância do trabalho para o Processo de Transformação do Exército 
que é demonstrada no Plano supracitado, o insere na Capacidade Militar Terrestre 
03 (Apoio aos Órgãos Governamentais), e na Capacidade Operativa 12 (Atribuições 
Subsidiárias), cujo objetivo é estabelecer a F Aj Hum, valor Unidade, nos Comandos 
Militares de Área (C Mil A) prioritários, colocando este tema na segunda prioridade a 
curto prazo (BRASIL, 2015a, p. 75-76). 
No que diz respeito ao emprego dos meios militares adequados, o presente 
estudo pretende-se mostrar como eles podem contribuir para o fortalecimento de um 
estado permanente de prontidão operacional, em uma OM, valor Batalhão, 
capacitando o EB e contribuindo para a interoperabilidade junto aos órgãos do 
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil. 
Para a consagração do entendimento de “meios militares adequados” faz-se 
necessário esclarecer “efetividade logística”, que significa obter resultados 
satisfatórios face às demandas da F Ter, e conforme o Manual de Campanha 
34 
 
Logística - EB20-MC-10.204 (BRASIL, 2014b), “[...] é a capacidade de produzir e 
obter resultados desejados de forma continuada por meio de processos 
eficientes, segundo critérios ou normas estabelecidas (BRASIL, 2014b, p. 1-3, grifo 
nosso). 
Ademais, aperfeiçoar a efetividade logística da tropa militar terrestre 
empregada é importante, porque seu aperfeiçoamento está diretamente ligado ao 
princípio da economia de meios, conforme observado no manualC100-10, Logística 
Militar Terrestre (BRASIL, 2003): 
É a busca do máximo rendimento, por intermédio do emprego eficiente, 
racional e judicioso dos meios disponíveis. Não implica economia excessiva, 
mas distribuição adequada dos meios disponíveis, elegendo-se como 
prioritário o apoio na área da ação principal (BRASIL, 2003, p. 2-2). 
 
Então, percebe-se que a efetividade logística se torna importante para o EB, 
porque sua aplicação contribui para capacitar adequadamente um Batalhão de 
Infantaria, norteando o emprego adequado de meios militares para fortalecer uma 
logística autossuficiente da F Ter na interoperacionalidade com os órgãos do 
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, entendimento complementado pelo 
manual EB20-MC-10.204 (2014b): 
A principal tarefa logística da F Ter durante a ocorrência de uma calamidade 
é manter e prover as capacidades necessárias para a pronta resposta às 
demandas de apoio dos órgãos governamentais. A F Op empregada deve 
ser logisticamente autossuficiente (comida, água, combustível e outros), de 
modo a operar - desde as fases iniciais - desonerando a infraestrutura já 
debilitada na área de operações. (BRASIL, 2014b, p. 8-10). 
 
Assim, uma logística efetiva e materiais adequados seriam mais uma 
justificativa para os presentes estudos, até porque para Neiva Filho (2001): 
[...]a logística poderá tornar-se uma séria limitação às operações se não 
tiver capacidade de atender às necessidades dos sistemas operacionais. 
Por outro lado, será um multiplicador do poder de combate e da mobilidade 
dos exércitos, se gerida de forma eficaz. O gerenciamento da logística 
deverá ser encarado como um dos grandes fatores de eficiência da Força 
Terrestre tanto em tempo de paz, quanto na guerra (NEIVA FILHO, 2001, p. 
6). 
 
Contudo, apesar da importância do assunto, constata-se inicialmente que a F 
Ter carece de uma doutrina específica para o emprego de uma OM, valor Batalhão, 
em Op Aj Hum e em cooperação a Defesa Civil. Aliás, as únicas publicações 
relativas ao tema proposto seriam os manuais de campanha EB20-MC-10.201 
(BRASIL, 2013), EB20-MF-10.103 (BRASIL, 2014e), EB20-MC-10.204 (BRASIL, 
35 
 
2014b), a instrução MD33-I-01 (BRASIL, 2015b) e a Nota de Coordenação 
Doutrinária Nr 01/2014 - C Dout Ex/EME, de 10 de abril de 2014 (BRASIL, 2014d), 
os quais, conforme oportunamente analisados, são restritos e limitados no tocante 
ao tema. 
Assim, a carência de uma doutrina precisa sobre o tema torna-se prejudicial 
para a operacionalidade de uma OM do EB, a qual pode ser obrigada a cumprir suas 
missões sem a adequada capacitação que, se aplicada, poderia propor ao EB os 
meios mais adequados em Op Aj Hum em cooperação com a Defesa Civil, até 
mesmo, fornecer meios para a revisão do Quadro de Dotação de Material (QDM) e 
outros procedimentos logísticos referente aos materiais e meios operacionais 
necessários ao cumprimento deste tipo de missão, estabelecidas na Base 
Doutrinária do EB. Isso contribuiria, não apenas para uma efetividade logística no 
apoio prestado, mas também para a complementariedade (a fim de poupar recursos 
e esforços e maximizar os resultados), para a adaptabilidade (às mudanças no 
ambiente operacional) e para a simplicidade (no tocante ao emprego da tropa). 
O presente estudo justifica-se por atender os anseios do EB, aprofundando os 
estudos sobre missões subsidiárias da F Ter, abordando um assunto atual e 
relativamente pouco trabalhado, sendo um dos novos desafios impostos pela Era do 
Conhecimento. Desta forma, o EB necessita de uma doutrina militar que lhe permita 
atuar com efetividade, no complexo “espaço humanitário” do Ambiente 
Interagências: “Atuar nesse ambiente operacional exige efetivos militares com 
mentalidade, linguagem e estruturas adequadas ao relacionamento com essa 
diversidade de agências” (BRASIL, 2014c, p. 4-6). 
Finalmente, com os estudos desenvolvidos espera-se prover o EB com os 
meios mais adequados em Op Aj Hum e em Apoio a Defesa Civil, restritos aos 
desastres naturais, propondo alterações no QDM de um Batalhão de Infantaria, 
atualizando-o de forma que contribua para o fortalecimento da efetividade logística e 
possibilite um permanente estado de prontidão operativa, possibilitando uma 
adequada implantação da F Aj Hum. Tudo com o objetivo de obter-se uma pronta 
resposta do EB às demandas dos órgãos governamentais em ambientes 
interagências. 
 
 
 
36 
 
2 METODOLOGIA 
 
A metodologia sugerida busca detalhar a trajetória a ser estudada para prover 
o Batalhão de Infantaria do EB com os materiais e meios mais adequados em Op 
Cooperação e Coordenação com Agências, particularmente em Ações Subsidiárias 
de Apoio à Defesa Civil e Op Aj Hum, buscando propor um QDM moderno e 
coerente restrito ao emprego em desastres naturais, sempre pautado no menor 
custo possível e alinhado com a doutrina do EB. Em cima disso, obtendo e 
analisando dados e informações para a definição das dimensões dos estudos e da 
amostra. 
Desta feita, com o intuito de cumprir os objetivos propostos para este capítulo, 
sua organização compreende: Objeto Formal de Estudo, Amostra, e Delineamento 
da Pesquisa. 
Acerca do Objeto Formal de Estudo, sua organização compreende a definição 
conceitual das variáveis, a definição operacional das variáveis e, por fim, o alcance e 
os limites das mesmas. O Delineamento da Pesquisa, por sua vez, está organizado 
em Procedimentos para a Revisão de Literatura, Procedimentos Metodológicos, 
Instrumentos e Análise dos dados. 
 
2.1 OBJETO FORMAL DE ESTUDO 
 
O presente trabalho pretenderá colaborar para o aperfeiçoamento doutrinário 
do tema, verificando como o emprego dos meios militares adequados pode contribuir 
para um permanente estado de prontidão operativa dos Batalhões de Infantaria em 
Op Aj Hum e de Apoio à Defesa Civil, em ambiente interagências e, diante deste 
estudo, propor um QDM moderno e coerente para esse tipo de missão. 
Para atingir os objetivos pretendidos, foram realizados diversos tipos de 
pesquisas, conforme serão delineadas adiante. 
Assim, para que os objetivos propostos fossem atingidos e o problema da 
pesquisa fosse respondido, as Variáveis Dependente e Independente foram 
37 
 
definidas e delimitadas, tendo sido estabelecidas suas dimensões e seus 
indicadores. 
Diante da análise das variáveis do estudo, a variável independente são os 
meios militares adequados, pois se manipulada, causa efeito na variável dependente 
permanente estado de prontidão operativa. Ainda, foram observadas como variáveis 
intervenientes, que necessitam ser controladas: ferramentas e metodologias 
utilizadas, capacitação profissional, diretrizes do comando enquadrante e gestão 
financeira. 
 
2.1.1 Definição conceitual das variáveis 
Sabendo que “a variável independente é aquela que, manipulada, causa ou 
contribui para a ocorrência de algum efeito na variável dependente” (RODRIGUES, 
2006, p. 69), desta forma, a Variável Independente (VI) são os “meios militares 
adequados”. Para tanto, o Glossário das Forças Armadas define meios como 
“Força e elementos materiais que integram o poder de combate” (BRASIL, 2007, 
p.156/274). 
“A Variável Dependente (VD), por sua vez, sendo “aquela que se modifica 
(total ou parcialmente) em função da variável independente” (NEVES; DOMINGUES, 
2007, p. 51), é a “conquista do permanente estado de prontidão operativa”, que 
“expressa uma capacidade de pronto atendimento da Força para fazer face às 
situações que podem ocorrer em um ambiente de combate” (BRASIL, 2015c, p. 3-1) 
Desta forma, sobre a busca dos materiais e meios mais adequados em Op Aj 
Hum e fruto dos conhecimentos aprofundados na Revisão de Literatura, observa-se 
a capacidade da Variável Independente influenciar o permanente estado de 
prontidão operativa, estruturado em torno de princípios e fatores igualmente 
influenciados pelos meios e materiais disponíveis. 
 
2.1.2 Definiçãooperacional das variáveis 
Sobre a Variável Independente (VI) meios militares adequados e fruto dos 
estudos desenvolvidos por este pesquisador, pretende-se abordar suas dimensões 
(operacionalidade e recursos disponíveis), indicadores (eventos climatológicos na 
38 
 
área de atuação da OM, capacidade técnico-profissional dos recursos humanos, 
capacidade e disponibilidade dos meios e materiais, tempo de planejamento e 
preparo para a missão, realização de checklist de meios e materiais e gastos com 
meios e materiais) e medidores (Pesquisa Bibliográfica, Documental, Questionário e 
Observação Direta e Entrevista). 
Assim, as dimensões e indicadores da Variável Independente podem ser 
representados conforme Quadro 1 a seguir: 
Quadro 1 - Definição operacional da variável independente 
Definição operacional da variável independente 
Variável Dimensões Indicadores Forma de medição 
Meios e 
materiais 
adequados 
Operacionalidade 
Capacidade técnico-profissional 
dos recursos humanos 
Parte 1 e 
pergunta 3 do 
questionário 
Eventos climatológicos na área 
da OM 
Perguntas 1 e 
2 do 
questionário 
Capacidade e disponibilidade 
dos materiais, viaturas e 
embarcações 
Perguntas 4 a 
10 do 
questionário e 
entrevista Realização de Checklist de 
material 
Tempo de planejamento e 
preparo para a missão 
Pesquisa 
bibliográfica e 
documental, 
perguntas 1 a 
3, 9 e 10 do 
questionário e 
Observação 
Direta 
Recursos 
Disponíveis 
Gastos com meios e materiais 
Fonte: o autor 
39 
 
Quanto à Variável Dependente (VD) conquista do permanente estado de 
prontidão operativa, pretende-se abordar suas dimensões (preparo e emprego), 
indicadores (Apronto Operacional, Diretrizes, Ordens de Instrução, Cadernos de 
Trabalho, Análise Pós-Ação, Ordens de Serviço e Briefings) e medidores (Pesquisa 
bibliográfica e documental, Questionário e Observação Direta e Entrevista). 
Desta forma, as dimensões e indicadores da Variável Dependente em análise 
podem ser representados conforme o Quadro 2 a seguir: 
Quadro 2 - Definição operacional da variável dependente 
Definição operacional da variável dependente 
Variável Dimensões Indicadores 
Forma de 
medição 
Conquista 
do 
Permanente 
Estado de 
Prontidão 
Operativa 
Preparo 
Apronto Operacional 
Observação 
Direta 
Diretrizes, Ordens de Instrução e 
Serviço, Cadernos de Trabalho, 
Análise Pós-Ação e Briefings 
Pesquisa 
bibliográfica e 
documental 
Emprego 
Meios militares empregados Observação 
Direta, 
perguntas 4, 
5, 8 e 9 do 
questionário, 
pesquisa 
bibliográfica e 
documental e 
Entrevista 
QDM 
Tropa Empenhada Pesquisa 
bibliográfica e 
documental 
Capacidades de outras agências 
e outros Exércitos 
Fonte: o autor 
40 
 
2.1.3 As variáveis intervenientes 
As variáveis intervenientes “ferramentas e metodologias utilizadas, 
capacitação profissional, diretrizes do comando enquadrante e gestão financeira” 
serão controladas, para que não contamine o resultado pretendido “conquista do 
permanente estado de prontidão operativa”. Todavia, não há um aprofundamento na 
gestão financeira em relação ao processo de aquisição do material necessário, pois 
esta pesquisa está focada nos resultados alcançados através dos objetivos 
propostos. 
 
2.1.4 Alcances e limites 
A análise da Variável Independente limitou-se, portanto, às dimensões 
compreendidas pela Operacionalidade e Recursos Disponíveis, baseadas, por sua 
vez, nos indicadores propostos no Quadro 1. 
Sobre a estrutura da Variável Dependente, os estudos estiveram delimitados 
pelas seguintes dimensões: preparo e emprego nas Operações de Ajuda 
Humanitária e Apoio à Defesa Civil, balizadas pelos indicadores propostos no 
Quadro 2. 
Ademais, com o objetivo de confrontar o estudo teórico do assunto com sua 
aplicação prática no âmbito das Op Aj Hum, foram desenvolvidos questionários 
euma entrevista que, respondidos por militares da Força Terrestre com experiência 
técnico-profissional no planejamento e execução de Operações Militares e na 
Logística Militar, que contribuirão para um melhor entendimento do problema em 
análise. 
Por vez, a Logística neste trabalho está limitada apenas ao estudo dos meios 
e materiais para aquisição de um QDM ideal para um Batalhão de Infantaria no 
emprego em Operações de Ajuda Humanitária e Apoio à Defesa Civil. Bem como, às 
Operações de Ajuda Humanitária estão focadas nos eventos e desastres 
climatológicos, não estendendo ao apoio aos refugiados. 
Ressalta-se, ainda, que a pesquisa bibliográfica desenvolvida buscou o 
aperfeiçoamento da doutrina existente no EB. Entretanto, a falta de uniformidade de 
41 
 
meios e materiais utilizados pelo EB nesse tipo de operação é um aspecto limitador 
que dificulta a experimentação de campo sobre o assunto. 
Dessa forma, o objeto formal de estudo prover o EB com os materiais e meios 
mais adequados em Op Aj Hum e cooperação com a Defesa Civil, buscando propor 
um QDM moderno e coerente para esse tipo de missão, está limitado às Classes de 
Suprimento do Sistema de Classificação Militar de acordo o artigo 8º das Normas 
Administrativas Relativas ao Suprimento - NARSUP (BRASIL, 2002), considerando 
sua importância para Era do Conhecimento: 
LXXVIII - Sistema de Classificação Militar dos Suprimentos – É o 
que classifica os itens de suprimento nas 10 (dez) classes que se seguem: 
 a) Cl I – Material de Subsistência; 
 b) Cl II – Material de Intendência; 
 c) Cl III – Combustíveis e lubrificantes; 
 d) Cl IV – Material de Construção; 
 e) Cl V – Armamento e Munição; 
 f) Cl VI – Material de Engenharia e Cartografia; 
 g) Cl VII – Material de Comunicações, Eletrônica e de Informática; 
 h) Cl VIII – Material de Saúde; 
 i) Cl IX – Material de Motomecanização e Aviação; e 
 j) Cl X – Material não incluído nas outras classes (BRASIL, 2002, p.16) 
 
2.2 AMOSTRA 
 
Os procedimentos escolhidos para complementar a revisão literária no 
entendimento do problema foi a realização uma observação direta e a aplicação de 
questionários e entrevista. 
A Observação Direta incidiu sobre uma fração da F Aj Hum da 14ª Bda Inf 
Mtz, que estará dotada com materiais e meios mais adequados, na sua concepção, 
conforme suas capacidades e limitações, por ocasião do apronto operacional (Aprnt 
Op) do exercício da F Aj Hum, previsto para o mês de novembro de 2017, haja vista 
que a implantação da F Aj Hum no Comando Militar do Sul ocorrerá nesta Brigada. 
Os questionários foram aplicados numa amostra de 105 militares do EB que 
estão ou já estiveram envolvidos direta ou indiretamente em Op Aj Hum, tanto no 
cenário nacional ou internacional, e também, os militares que participaram de 
42 
 
missões de grande vulto no Apoio à Defesa Civil. Das 105 respostas, foram 
qualificadas 102 que, por se tratarem de opiniões específicas e de pessoal 
capacitado e experiente, foi possível generalizar os resultados obtidos. 
 A entrevista realizada na Escola de aperfeiçoamento de Oficiais do EB, no Rio 
de Janeiro, a qual teve como escopo colher maiores informações acerca do 
emprego das OM do EB, principalmente dos Datalhões de Infantaria, nas Op Aj Hum 
restritas aos desasttres ambientais. 
A população da pesquisa respondente ao questionário está inserida no 
universo de militares do Exército Brasileiro que participam ou já tenham participado 
de Operações Militares de Apoio à Defesa Civil, bem como de militares que realizam 
ou já tenham realizado cursos no exterior nesta área, haja vista a experiência 
adquirida e a interação com elementos de outros Órgãos, Forças e/ou países. 
Para Minayo (1992 apud MINAYO, 2004, p. 43), a amostra ideal na pesquisa 
qualitativa é a que reflete o conjunto em suas múltiplas dimensões. Assim, 
corroborando com o entendimento do autor, esta amostra será constituída por 
oficiais, subtenentes e sargentos, de diferentes OM e de todas as Armas/Quadros e 
Serviços,

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