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Ap2 de cultura e cotidiano escolar

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB 
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD 
 
 
 
AVALIAÇÃO PRESENCIAL 2 – 2022-1 
 
Disciplina: CULTURA E COTIDIANO ESCOLAR 
Coordenador (a): Mailsa Passos 
Mediadoras: Isabel Machado e Lhays Marinho 
Estudante: Jenipher Roberta de Almeida Silva Sales 
Matr.: 18112080338
Polo: Resende 
 
 
Estudante, nesta APX2 serão avaliados os seguintes itens: 
· a sua escrita (correção, coesão textual, adequação da linguagem); 
· a qualidade da sua argumentação; e, 
· a articulação das suas respostas com os textos lidos nas aulas 
 
 
Nos dois textos da aula 10, lemos os trechos que seguem 
 
 
Trecho 1 
 
“Mulheres e homens, sujeitos afrodiaspóricos, têm historicamente lançado mão de uma infinidade de manifestações estéticas para expressar-se, socializar-se, transmitir saberes, estabelecer laços e alianças (...) os discursos da afrodiáspora, assumem outras textualidades (…) que desempenha(m) um papel social, sempre provido de intenção - através do corpo, do som e da palavra - e de conteúdo político.” 
 
(PASSOS, M.; RODRIGUES JUNIOR, L. R. & TEIXEIRA JUNIOR, J. C.. In: Circuitos comunicativos da afrodiáspora: enunciação, polifonia e as sabedorias de fresta. In: FREITAS, M. & OLIVEIRA, I. B., Educação continuada - Currículo e práticas culturais, DP et alii, Rio de Janeiro, 2018) 
Trecho 2 
 
 
… “A superação da perspectiva eurocêntrica de conhecimento e do mundo torna-se um desafio para a escola, os educadores e as educadoras, o currículo e a formação docente. Compreender a naturalização das diferenças culturais entre grupos humanos por meio de sua codificação com a idéia de raça; entender a distorcida relocalização temporal das diferenças, de modo que tudo aquilo que é não-europeu é percebido como passado (Quijano, 2005) e compreender a ressignificação e politização do conceito de raça social no contexto brasileiro (Munanga e Gomes, 2006) são operações intelectuais necessárias a um processo de ruptura epistemológica e cultural na educação brasileira.” 
(GOMES, Nilma Lino. Relações etnico-raciais, Educação e Descolonização dos Currículos. In: (Formação em Ação - Educação das relações étnico-raciais e ensino de história e cultura Afrobrasileira e Africana Currículo sem Fronteiras, v.12, n.1, Jan/Abr 2012, pág. 108) 
 
 
 
Questão: Em diálogo com os excertos acima, e com o material das aulas 9, 10, 11 e 12, reflita sobre a importância da representatividade das pessoas negras e da circulação da arte e das práticas culturais afrodiaspóricas no cotidiano escolar para a produção de uma Educação antirracista e descolonizadora. 
 Discutir a real importância da cultura negra e sua identidade na escola é resgatar a auto estima e criar novas perspectivas na forma do aluno enxergar- se igual aos demais na sociedade. Dessa forma cria-se um âmbito escolar em que os professores atuem como agentes construtores e empoderadores das questões étnicas, no que diz respeito ao resgate da história e sua contribuição na formação do país e do cidadão. Isso exige pensar nas manifestações racistas e o que as sustentam em todas as dimensões de uma escola, o que também vale ressaltar que é preciso primeiramente reconhecer que o racismo existe também na escola, pois ela não é um espaço imune e segmentado da sociedade e sim, constituída e construída pelos mesmos indivíduos que circulam fora do espaço escolar. Para que se possa trabalhar a representatividade negra neste contexto requer que as escolas repensem todas as suas dimensões: curricular, formativa, de atendimento e avaliativa; para que se possa promover uma educação voltada para a cultura afro-brasileira, e assim refletir que a representatividade do negro no ambiente escolar vai além de aprender sobre suas raízes e cultura, é algo que está relacionado com aspectos pessoais, de autoconfiança e de segurança; essa representatividade é essencial para o desenvolvimento psicossocial do aluno e auxilia na construção de identificação positiva existencial, sendo assim o ambiente escolar tem papel fundamental neste processo. Portanto é importante incluir a cultura afro-brasileira e personagens relevantes no processo de construção da nação brasileira nos materiais didático e criar iniciativas que auxiliam a ampliação do campo de visão dos educadores, instruindo-os sobre onde pesquisar, como pesquisar e como trazer para dentro da sala de aula a educação antirracista e descolonizadora, começar a pensar no ambiente escolar como produtor de conhecimentos mais igualitários, e como pesquisador da história africana e da afrobrasileira. Isso pode ser feito por meio de um olhar real para a comunidade e os estudantes. O professor precisa perguntar e questionar os seus alunos, o que ele sabe, e não o que não sabe, e a partir disso, construir novos conhecimentos, pois a desconstrução de esteriótipos acontece na escola, e cabe a escola conscientizar os alunos sobre as consequências do racismo e trabalhar a cultura afro-brasileira de maneira plural em todas as áreas do conhecimento, isso envolve olhar para além da folclorização da produção de conhecimento da população negra, restrita a comidas, samba e capoeira. Para que haja uma atuação coerente, a escola deve intervir na atitude racista, e também mostrar as contribuições dos negros para a química, o português e a matemática. Trazer as inovações científicas e tecnológicas que os negros também promovem. E por meio dessa valorização o aluno deixa de olhar para a outro como inferior. Repensar a história contada pela maioria dos livros didáticos, construídos a partir do ponto de vista eurocêntrico é, portanto, uma forma de fortalecer a identidade dos estudantes. E para que essas transformações aconteçam no ambiente escolar a gestão precisa ser democrática. Sem isso, as mudanças correm o risco de serem vagas ou de ampliarem ainda mais as violências. É preciso que gestores e professores pensem e dialoguem em conjunto com as famílias, a comunidade, a sociedade, os estudantes, e todos os profissionais da escola para compreender quais são os desafios, como o racismo se manifesta naquele ambiente, e criar coletivamente um plano de ação para superá-lo.

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