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Gremaud - capítulos 14.6 e 15

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14.6 Planos de metas (1956 – 1960)
 - Pode ser considerado o auge desse período da industrialização brasileira.
- O rápido crescimento do produto e da industrialização acentuou as contradições mencionadas
- A lógica do Plano de Metas já vai além do processo de substituição de importações – busca promover a montagem de uma estrutura industrial integrada.
- Principal objetivo do plano: estabelecer as bases de uma economia industrial madura no país.
- Racionalidade do plano: estudos do grupo BNDE-Cepal – identificaram uma a existência de uma demanda reprimida por bens de consumo duráveis. Setor que poderia ser fonte de crescimento pelos efeitos interindustriais que gera sobre a demanda de outros bens (intermediários e de consumo leves) e também estimularia o desenvolvimento de novos setores na economia.
- Para viabilizar o projeto deveria se readequar a infra-estrutura, eliminar os pontos de estrangulamento existentes e criar incentivos para a vinda do capital estrangeiro nos setores que se pretendia implementar.
- O plano pode ser dividido em três pontos principais:
Investimentos estatais em infra-estrutura – destaque para os setores de transporte e energia elétrica
Estimulo ao aumento da produção de bens intermediários – aço, carvão, cimento, etc.
Incentivos á introdução dos setores de consumo duráveis e de capital.
- Criação de uma série de comissões setoriais que administravam e criavam os incentivos necessários para atingir as metas setoriais.
- Principais instrumentos de ação do governo para realizar as metas:
Investimentos das empresas estatais
Crédito com juros baixos (ou até negativos)
Carência longa por meio do Banco do Brasil e do BNDE
Política de reserva de mercado
Concessão de avais para a obtenção de empréstimos externos
- Incentivos dados ao capital estrangeiro:
Instrução da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC) que permitia o investimento estrangeiro direto sem cobertura cambial
Isenções fiscais e garantias de mercado, que atraíram multinacionais para o país.
- Investimentos para atacar os pontos de estrangulamentos (áreas de demanda insatisfeita em função das características desequilibradas do desenvolvimento econômico, desenvolvimento feito por partes) existentes e impedir o aparecimento de novos.
- Setores tomados como pontos de germinação (áreas que geram demandas derivadas) – investimento gerava demandas derivadas que acarretavam novos investimentos, sustentando a taxa de crescimento do país. (exemplo: Brasília)
- O cumprimento das metas estabelecidas foi bastante satisfatório. Rápido crescimento econômico no período, com profundas mudanças estruturais na base produtiva.
- Pior desempenho da agricultura no período – plano desconsiderava a agricultura e a questão social
- Mudança no direcionamento da produção industrial. Setores de vens de consumo leves passaram a ceder o lugar dinâmico aos bens de consumo duráveis. Mudança de acordo com a lógica do PSI.
- Principais problemas:
Investimentos públicos financiados por meio de emissão monetária, que resultou em uma aceleração inflacionaria.
Do ponto de vista externo – deterioração do saldo em transações correntes e crescimento da dívida externa.
Ampliação da concentração da renda – desestímulo á agricultura e investimentos na indústria com tecnologia e capital intensivo.
- Apesar das rápidas transformações provocadas, o Plano de Metas aprofundou todas as contradições criadas ao longo do processo de industrialização por substituição de importações. Por outro lado, essa fase representa a superação do próprio PSI.
Capitulo 15 – Da Crise ao Milagre
Década de 60 – mudanças para a sociedade brasileira. Política: da democracia ao regime militar. Economia: crise, mudanças, milagre.
15.1 A crise dos anos 60
- Anos 60 = forte reversão da situação econômica. Crise econômica. Queda dos investimentos e da taxa de crescimento da renda + aceleração da inflação. Refletem os problemas herdados do “Plano de Metas”
- Explicações para a crise - quatro grandes grupos
	Crises
	Conjunturais
	Estruturais
	Políticas
	Instabilidade política
	Crise do Populismo
	Economicas
	Política econômica recessiva de combate a inflação
	Estagnacionismo – crise do PSI
Crise cíclica endógena de uma economia industrial
Inadequação institucional
- Aspectos:
- Políticos Conjunturais: Instabilidade política. Eleição de Jânio Quadros, dificuldades da posse do vice João Goulart. Parlamentarismo – Presidencialismo. Golpe militar. Essa instabilidade impedia a manutenção de uma política consistente ao longo do tempo e conturbava a visão de longo prazo, dificultado o cálculo econômico e diminuindo os investimentos no país e seu crescimento econômico.
- Políticos Estruturais: Os compromissos básicos assumidos pelos governos populistas se deterioram com o tempo. Questionamento da capacidade dos governantes em incorporar as massas urbanas como base de apoio político sem atingir o setor patronal + compromisso em não estender essas concessões para o campo. Elite passa a duvidar dessa capacidade = Crise do Populismo.
- Econômicos Conjunturais: Política econômica restritiva – intuito de controlar o processo inflacionário – controle os gastos públicos, diminuição a liberdade de credito e combate aos excessos da política monetária. + problemas no setor agrícola + geração de energia = diminuição do ritmo de crescimento econômico.
Política teve dificuldade de efetivar-se – falta de melhores instrumentos de controle + instabilidade da política econômica.
- Econômicos Estruturais:
Visão estagnacionista: a redução nas taxas de crescimento do produto se deve ao esgotamento do dinamismo do PSI. A diminuição do coeficiente de importações diminui a amplitude da substituição e a substituição exige cada vez mais recursos financeiros e tecnológicos, com retorno cada vez menor. Os novos setores a serem substituídos possuem ganhos de escala cada vez maiores e dependem da demanda derivada (de outro setores, que por sua vez possuem demanda primária). Para dar prosseguimento ao desenvolvimento econômico era necessário desenvolver o setor de bens de capital e ampliar o setor de bens intermediários. Assim, diminuía o dinamismo do processo até o momento da crise.
Crise cíclica endógena: típica da economia industrial ou capitalista. Desaceleração dos investimentos em bens de capital que repercute sobre o restante da economia. A queda desses investimentos deve-se ao fato que o plano de metas gerou excesso da capacidade produtiva, diminuindo a necessidade de novos investimentos.
Necessidade de reformas institucionais: ausência de mecanismos de financiamento adequados (tanto para o setor publico quanto para o privado). A expansão do mercado consumidor era impedida por problemas institucionais. Convívio difícil com a inflação devido à legislação que imaginava um país com inflação zero.
15.2 Os governos militares e o PAEG.
- Golpe militar foi pré-condição ao encaminhamento “técnico” das medidas de superação da crise econômica (reformas institucionais e condução da política econômica de forma adequada e segura). Governo Castelo Branco lançou o Plano de Ação Econômica do governo – PAEG - para resolver os problemas econômicos.
- Dividido em duas linhas de atuação:
Políticas conjunturais de combate á inflação
Reformas estruturais.
(*) Dois modelos de reforma institucional propostos no período: Plano Trienal – Celso furtado e PAEG. O plano Trienal não foi à frente e foi considerado como tendo um conteúdo recessivo. Alem dos aspectos estabilizadores, previam importantes reformas de base com intuito de mudar vários aspectos institucionais e estruturais do país. Perspectivas diferentes do PAEG.
1) Medidas de Combate á inflação do PAEG:
	- Diagnostico sobre a inflação centrava-se no excesso de demanda. Explicado pela tendência ao déficit publico, pela elevada propensão a consumir e pela falta de controle sobre a expansão do credito.
	- Principais metas do PAEG:
Redução do déficit público – mediante a redução dos gastos e da ampliação das receitas (reforma tributariae aumento das tarifas públicas = inflação corretiva)
Restrição do credito e aperto monetário. Aumento das taxas de juros reais e do passivo das empresas. Grande onda de falências. Essa geração de capacidade ociosa foi importante para a futura retomada do crescimento econômico.
Arrocho salarial – supunha a existência de uma taxa de desemprego baixa – levava a elevados salários e inflação crescente. Governo determinou os reajustes salariais para romper as expectativas e conter as reivindicações. Resultou em grande redução do salário real.
	- Tratamento dado pelos governantes do regime militar a inflação:
Prevalece a idéia de que a inflação é um mal inevitável do acelerado desenvolvimento brasileiro. Deve-se aprender a conviver com ela. Surge a noção de correção monetária, ou de indexação dos valores á inflação.
Combate à inflação passa para uma atitude gradualista, contentando-se em controlar a aceleração inflacionaria e obter ganhos paulatinos, baixando pouco a pouco o patamar inflacionário.
Com essas medidas, a inflação reduziu-se de 90% a.a. para 20% a.a. = resultado deveu-se a própria retração nas taxas de crescimento econômico.
(*) em 1968 o crescimento do PIB foi de 9,8%
2) Reformas institucionais do PAEG: 
- Problemas institucionais – ausência de correção monetária em uma economia com altas taxas inflacionarias. Problemas gerados pelo processo inflacionário:
Inflação + Lei da usura (juros nominais não passavam de 12% a.a.) = desestimulo da canalização de poupança.
Lei do Inquilinato = desestímulo á aquisição de imóveis e construção civil
Desordem tributaria – ausência de correção monetária estimulava atraso de pagamentos e levava a tributação de lucros ilusórios.
- Necessária à redução das taxas de inflação + criação de mecanismos que possibilitassem o crescimento econômico.
- Principais reformas instituídas pelo PAEG:
A) REFORMA TRIBUTÁRIA:
Introdução da correção monetária no sistema tributário (para reduzir distorções)
Alteração do formato do sistema tributário. Impostos cascata viraram impostos do tipo valor adicionado. Criação do IPI, ICM e o ISS – (para romper o estimulo a integração vertical da produção e facilitar a utilização dos impostos)
Redefinição do espaço tributário entre as diversas esferas do governo (União, Estados e Municípios) + criação de fundos de transferência intergovernamentais.
Surgimento de vários fundos parafiscais (FGTS, PIS) – fontes de poupança compulsória, direcionadas ao setor público.
“Inflação corretiva” (política de realismo tarifário) – empresas estatais geradoras de excedentes líquidos de recursos.
-Principais conseqüências da reforma tributária:
Aumento da arrecadação
Grande centralização (tanto da arrecadação como das decisões em termos de política tributaria)
Descentralização dos gastos
B) REFORMA MONETÁRIA-FINANCEIRA:
- Objetivos: criar condições de condução independente da política monetária e direcionar os recursos nos montantes e condições adequados ás atividades econômicas. Grupos de medidas:
Instituição da correção monetária: estimulava a poupança e ampliava a capacidade de financiamento da economia, ao permitir a prática de taxas de juros reais positivas.
Criação das ORNT (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional): Desenvolvimento de um mercado de títulos públicos que fornecesse instrumentos de financiamento não inflacionários do déficit público.
Criação do CMN (conselho monetário nacional) – substituindo o Conselho da SUMOC (superintendência da moeda e do crédito) – passou a ser o órgão normativo da política monetária
Criação do Bacen (Banco Central do Brasil) – agente executor da política monetária + agente executor da política monetária (*B.Brasil = agencia bancaria do governo)
Criação do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e BNH (Banco Nacional da Habitação) – uso do FGTS para a aquisição da casa própria. – objetivo de eliminar o déficit habitacional existente.
- Problemas para a consecução do objetivo de controle independente da política monetária:
Subordinação do Bacen ao CMN
Conta Movimento – fez com que o Banco do Brasil não perdesse a Condição de autoridade monetária
Orçamento Monetário – deveria ser a peça que junta o Bacen ao Banco do Brasil – passou a receber vários gastos de origem fiscal
- Assim, Bacen transformava-se, também, em um banco de fomento. Orçamento Fiscal poderia parecer equilibrado, enquanto todo o rombo se colocava no Orçamento Monetário. – Inviabilizar o conhecimento e o controle social sobre as operações do governo.
- Reforma do mercado de Capitais – regras de atuação dos demais agentes financeiros:
	- Bancos comerciais – crédito de curto prazo (capitação de depósitos a vista)
	- Financeiras – credito ao consumidor (venda de letras de câmbio)
- Bancos de Investimentos – crédito de médio e longo prazo (capitação de depósitos a prazo e repasse de recursos externos)
- Bancos de desenvolvimento estatais – financiar operações especiais de fomento (repasse de fundos fiscais e recursos externos)
(*) Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) – fonte de recursos: fundos fiscais, conta movimento e parcela dos depósitos a vista captados pelos bancos comerciais.
C) REFORMA DA POLÍTICA EXTERNA:
- Objetivos: estimular o desenvolvimento econômico, evitando as pressões sobre o Balanço de Pagamentos, eliminando uma das principais distorções do PSI.
- Linhas de Atuação:
Melhorar o comércio externo brasileiro: estimular e diversificar as exportações por meio de incentivos fiscais, eliminar os limites quantitativos de importação e utilizar a política tarifaria como forma de controle. Simplificação e unificação do sistema cambial - “sistema de minidesvalorizações” = variação cambial deveria refletir entre a inflação domestica e a internacional
Atrair o capital estrangeiro: reaproximação com a política externa norte-americana (Aliança para o Progresso), renegociação da dívida externa, acordo de garantias para capital estrangeiro.
(*) As reformas do Paeg alteraram todo o quadro institucional vigente na economia brasileira, adaptando-o ás necessidades de uma economia industrial.
(*) Estado com maior capacidade de intervenção na economia
(*) Grande êxito na redução das taxas inflacionárias e em preparar o terreno para a retomada do crescimento
15.3 O Milagre Econômico
- Período de 1968-1973 – governos Costa e Silva e Médici (com o ministro da fazenda Antonio Delfim Netto) – caracterizou-se pelas maiores taxas de crescimento do PIB, com relativa estabilidade de preços.
- Taxa de crescimento do PIB: acima de 10% a.a
- Taxa de inflação estável entre 15 e 20% a.a. (política gradualista de combate á inflação).
- Performance decorrente das reformas institucionais, da recessão do período anterior e do crescimento da economia mundial.
- Inflação:
- 1967 – objetivos principais: crescimento econômico e contenção da inflação.
Alterou-se diagnostico sobre as causas da inflação: custos são o principal determinante. Inflação deixa de ser “inflação de demanda” e passa a ser “inflação de custos”
Política de controle de preços – reajustes deveriam ter autorização previa do governo, com base nas alterações de custos.
Criação do Conselho Interministerial de Preços – CIP (1968)
(*) crescimento = necessidade para legitimar o regime militar. A busca do crescimento deveria basear-se no setor privado.
- Principais fontes de crescimento:
Retomada dos investimentos públicos em infra-estrutura
Aumento do investimento das empresas estatais (surgiram 231 novas empresas estatais no período – Petrobrás e Vale do Rio Doce)
Demanda por bens duráveis: devido a grande expansão do credito ao consumidor
Construção civil: aumento dos investimentos + maior demanda por habitações.
Crescimento das Exportações – representou ampliação na capacidade de importar.
- Demais setores econômicos:
Bens de consumo leve / agricultura: desempenho mais modesto 4,5% a.a.
Bens de capital: primeira fase = menor crescimento. Segunda fase: setor de maior crescimento
Bens intermediários: taxa média de crescimento de 13% a.a
-Conselho de desenvolvimento Industrial – CDI. Incentivos ás Importações + desvalorizações cambiais = melhora dos termos de troca = balança comercial equilibrada no período.
- Dívida Externa:
Sobre-endividamento: em 1973 a situação cambial do Brasil permitia reservas equivalentes a um ano de importações (critério técnico do FMI recomendava reservas de 3 meses de importações) = boa visibilidade do Brasil perante os credores internacionais = influxos de capital na forma de mais dívida externa.
Justificativa oficial para o endividamento: necessidade de recursos á poupança externa para viabilizar as altas taxas de crescimento ao longo do milagre
Explicação reside nas profundas transformações do sistema financeiro internacional e na ampla liquidez existente
- A expansão da demanda de crédito doméstica elevava a taxa de juros interna – levava a captação de recursos no exterior – crescimento da dívida pública interna, visando controlas a base monetária, mediante as operações de mercado aberto.
- Elevada participação e intervenção do setor público na economia:
Estado controlava os principais preços da economia (cambio, salários, juros, tarifas)
Estado respondia pela maior parte das decisões de investimento: investimentos da administração publica e das empresas estatais / capitação de recursos financeiros, incentivos fiscais e subsídios.
- Principal crítica do milagre: concentração de renda. Concentração = estratégia necessária para aumentar a capacidade de poupança da economia, financiar os investimentos e com isso o crescimento econômico, para que depois todos pudessem usufruir. “TEORIA DO BOLO” = bolo deveria crescer primeiro para depois ser dividido. Outros analistas defendiam que concentração de renda era uma tendência natural. Mão de obra especializada escassa – concentração nas mãos dos especializados.
15.4 Modernização agrícola
- Novo arcabouço para a política agrícola brasileira – processo de modernização da agricultura do país + crescimento da produtividade do setor.
Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR): linhas de crédito acessíveis e baratas. Taxas de juros nominais fixas. Crédito concedido com grande subsídio. Principal agente: Banco do Brasil (por meio da conta movimento). Possível também a captação externa. Problema: não atingiu igualmente os diversos segmentos de agricultores, apenas médios e grandes produtores obtiveram crédito subsidiado.
Política de Garantias de Preços Mínimos (PGPM): garantir um preço de venda mínimo aos produtores. Garantir uma renda mínima aos produtores e reduzia a incerteza dos agricultores em relação aos preços futuros.
- Mecanismos básicos – procuram impedir a flutuação dos preços agrícolas do momento da safra até a entressafra:
AGF (aquisição do governo federal): compras feitas pelo governo de produtos com preços prefixados. Produtor poderá vender seu produto no mercado ou para o governo (pelo preço prefixado). Governo estoca e vende posteriormente, em um momento de escassez do produto no mercado.
EGF (empréstimos do governo federal): linha especial de crédito de comercialização, baseada em penhor mercantil. Financiar a estocagem do produto pelo agricultor. Possibilita ao produtor o pagamento dos custos incorridos na colheita, assim ele não necessita vender imediatamente os frutos dessa colheita.
- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA: pesquisas e auxílio técnico.
- Características do processo de modernização:
Aumento do grau de mecanização e quimificação das fazendas = aumento da produtividade (de forma intensiva).
Aumento forte na produção de bens exportáveis e depois de produtos destinados ao mercado doméstico. Modificação nas culturas. (cana-de-açúcar – pró-alcool)
Expansão da fronteira agrícola na direção da região centro-oeste.
Crescimento da agroindústria: maior interligação entre o setor agrícola com seus fornecedores (setores a montante) e seus compradores (setores a justante)
Aumento da concentração fundiária, crescimento da utilização de mão-de-obra temporária e aumento lento do pessoal ocupado no setor = piora na distribuição de renda no setor.

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