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Gremaud -Capitulo 16

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Capítulo 16 – Do Crescimento Forçado à Crise da Dívida 
(1974-1984)
- 1973: Primeiro choque do petróleo – Guerra do Yon Kippur: em protesto aos EUA, países árabes da OPEP quadriplicam o preço do petróleo;
- Rompimento do acordo internacional que procurava estabilizar taxas de câmbio;
- 1974-1979: II Plano Nacional de Desenvolvimento;
- 1979-1980: Segundo choque do petróleo;
- Alteração da política econômica norte-americana;
- 1982: Moratória mexicana (Setembro Negro);
- Crise da dívida externa.
1. II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND)
- Milagre econômico dependia de uma situação externa favorável;
- Primeiro choque do petróleo cria pressões inflacionárias e problemas na balança comercial – maior saída de divisas diminui capital disponível para investimento;
- Com a eleição de Geisel, a linha moderada assume o poder e deve manter as altas taxas de crescimento para persistir no governo;
- Duas opções de combate a crise:
Ajustamento = contenção da demanda interna, evitando inflação, e correção do desequilíbrio externo
Financiamento = manutenção do crescimento elevado e ajuste gradual de preços
- Iniciou-se 1974 optando pelo ajustamento, mas sua insustentabilidade e a derrota do ARENA nas eleições para o Congresso fizeram o governo lançar o II PND, como uma alternativa às duas opções, com uma estratégio de financiamento para manutenção de crescimento e um ajuste na estrutura de oferta, que a longo prazo diminuiria a necessidade por importações;
- Enquanto persistisse o défict da balança comercial, o financiamento do desequilíbrio daria-se com empréstimos externos;
Foram mantidas taxas de crescimento do PIB entre 5% e 10% a.a., mas a meta de 12% para crescimento da indústria ficou longe de ser atingida
- Os investimentos necessários em bens de capital, insumos básicos e energia partiriam do setor privado, estimulado pela demanda gerada pelo crescimento de empresas estatais;
- O Estado tomou a posição de empresário, agindo através das empresas estatais e sustentado por forças políticas tradicionais;
- O financiamento se deu de dois modos:
Empresas estatais: foram forçadas ao endividamento externo (petrodólares = superávits dos países da OPEP à disposição do sistema financeiro internacional) – “estatização da dívida externa”
Setor privado: recebiam créditos subsidiados (BNDES)
- Para realizar o II PND, o Estado assumiu dívidas para manter o crescimento econômico e o funcionamento da economia, das quais o pagamento dependia de baixas taxas de juros.
2. A heterodoxia delfiniana
- Situação em 1979-1980:
Segundo choque do petróleo
Elevação da taxa de juros internacional, em função do aumento das taxas de juros nos Estados Unidos
Deterioração da situação fiscal do Estado
Pressões inflacionárias
Figueirdo na presidência
- Tentativa de contenção da demanda interna para controlar desequilíbrio externo e aceleração inflacionária – choque ortodoxo;
- Ameaça de queda da atividade econômica muda ministro e estratégia – choque heterodoxo de Delfim Netto:
Controle sobre taxas de juros
Expansão de crédito para a agricultura
Controle de empresas estatais
Eliminação de incentivos fiscais visando controlar o comércio externo por meio da política cambial e tarifária
Maxidesvalorização de 30% do cruzeiro
Prefixação da correção monetária e cambial
Semestralidade dos ajustes salariais
- Resultados:
Aceleração inflacionária para 100% a.a.
Crescimento da dívida externa
Fuga de capital do sistema financeiro por causa de perdas decorrentes dos reajustes prefixados (50% contra 100% de inflação)
3. A crise da dívida externa
- Política econômica de Delfim mostra-se insustentável e faz-se novo diagnóstico, ainda atribuindo a situação brasileira ao excesso de demanda interna – principal motivo de saída de divisas não era mais a demanda, mas o pagamento das elevadas taxas de juros da dívida externa;
- Problemas com o pagamento das dívidas polonesa e argentina e a moratória mexicana provocaram a completa cessão de recursos à países em desenvolvimento, forçando esses países a gerar superávits;
- No Brasil (a partir de 1980, mas com intervenção do FMI em 1982), a política adotada baseava-se na contenção da demanda (redução dos gastos públicos, restrição do crédito, redução do salário real) e em tornar os preços de exportação favoráveis ao setor externo (desvalorização do cruzeiro, estímulo à competitividade da indústria brasileira);
Recessão entre 1981 e 1983, aceleração da inflação, geração de superávits
- 80% da dívida era do setor público, mas a maior parte dos superávits eram gerados pelo setor privado;
- Alternativas do governo para reduzir dívida:
Geração de superávit fiscal: inviável por causa da deterioração da situação fiscal – recessão e inflação diminuíam arrecadação, incentivos e subsídios à exportação do setor privado não geravam receita
Emição de moeda: imcompatível com a política de controle inflacionário
Endividamento interno: única alternativa viável – transformação da dívida externa em interna
Apesar de conseguir o ajustamento externo, a ditadura perdeu força e se iniciou a Nova República.

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