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Aula 08 - Direito Civil - Curso Estágio Ministério Público Estadual

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1 
 
 
 
 
 
 
CURSO: Ministério Público Estadual 
 
 
 
Estagiando Direito 
@estagiando_direito_ 
 
AULA 08 – 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 Olá, alunos. Na aula de hoje, daremos início à nossa matéria de Direito das Coisas, uma 
matéria de extrema relevância nos concursos de estágio e em provas como a da OAB e 
diversos concurso públicos. 
 
Direito das Coisas 
 
Posse 
 
 Desde o Código Civil de 1916, adotou-se a teoria objetivista da posse – corpus (atitude 
do dono, que equivalha à utilização econômica da coisa) + animus (vontade de agir como dono) 
– elementos que caracterizam a posse para a teoria objetivista. Ademais, assim preceitua o 
artigo 1.196 do Código Civil: 
 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o 
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
 
 Ademais, os poderes inerentes à propriedade são: Usar, gozar, dispor e reaver. E, 
estão elencados no artigo 1.228 do Código Civil, leia-se: 
 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, 
e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua 
ou detenha. 
 
 Não bastasse, quando alguns dos poderes inerentes à propriedade são efetivamente 
transmitidos, a posse é desmembrada. E, segundo o artigo 1.197, trata-se de duas 
modalidades, a Direta e a Indireta. 
 
Direita: Contato com a coisa; 
Indireta: Se confunde com a propriedade. 
 
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, 
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a 
indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender 
a sua posse contra o indireto. 
 
 
3 
 
 Por fim, se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer 
sobre ela atos possessórios, desde que não excluam os dos outros possuidores. 
 
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá 
cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam 
os dos outros compossuidores. 
 
Vícios 
 
 Pois bem. O artigo 1.200 do Código Civil elenca que a posse justa é aquela que não é 
adquirida por intermédio de violência, clandestina ou precária. Assim, pode-se qualificar a 
presença de vícios determinados no artigo supracitado, que, são analisados em relação à 
vítima. E, se dividem: 
 
1) Posse justa: Aquele que não é adquirida por intermédio de violência, 
clandestinidade ou precariedade (ainda não se trata de posse de boa-fé ou má-fé). 
 
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. 
 
 2) Posse injusta: Aqui, há a presença de vícios. Dessa forma, é a posse adquirida por 
um ato de violência, clandestinidade ou precariedade. 
 
 2.1) Posse violenta: Aquela adquirida mediante força e ou violência contra o possuidor 
justo. 
 
 2.2) Posse clandestina: Aquela adquirida de forma oculta. 
 
 2.3) Posse precária: Aquela que era lícita. Entretanto, possuidor não devolve o bem e 
quebra a confiança. 
 
 OBS: Lembra-se que, a Posse Injusta lembra o Roubo. A Posse Clandestina o Furto. 
E, a Posse Precária a Apropriação Indébita. 
 
Classificações da posse 
 
 
4 
 
 
 Ademais, as Posses podem ser classificadas como: 
 
 1) Posse de boa-fé: É aquele que desconhece os vícios que maculam a posse 
(violência, clandestinidade ou precariedade) ou, os obstáculos que impedem a sua devida 
aquisição. 
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou 
deterioração da coisa, a que não der causa. 
 
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos 
frutos percebidos. 
 
2) Posse de má-fé: É a posse de quem a mantém mesmo ciente de que é viciada, ou 
de que não há óbice à sua aquisição. 
 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração 
da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se 
teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. 
 
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e 
percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, 
desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas 
da produção e custeio. 
 
 3) Posse nova: É aquele em que ainda não completou o prazo de 01 ano e 01 dia da 
data da aquisição. 
 
 4) Posse velha: Aquele em que já se estendeu além do prazo de 01 ano e 01 dia. 
 
 5) Posse ad usucapionem: É aquela em que para se referir à posse manda, pacífica e 
ininterrupta de coisa hábil, que, aliada aos demais requisitos exigidos em lei, compõe as 
condições da aquisição do domínio pela usucapião. 
 
 6) Posse ad interdicta: É aquela posse protegida pelos interditos possessórios. Ou 
seja, trata-se da posse jurídica. 
 
 
 
 
 
5 
 
Benfeitorias 
 
 As benfeitorias são os acréscimos feito pela mão humana e podem ser voluptuárias, 
úteis ou necessária. 
 
 Benfeitorias Voluptuárias: São aquelas de mero deleite ou recreio, que não aumentam 
o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. 
 
 Benfeitoria Úteis: Aumentam ou facilitam o uso do bem. 
 
 Benfeitoria Necessária: As que tem por fim conservar o bem ou evitar que ele se 
deteriore. 
 
 Do exposto, no Direito de Posse, ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as 
benfeitorias necessárias. Vide artigo 1.220 do Código Civil. 
 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as 
benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela 
importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. 
 
 Por outro lado, o possuidor de boa-fé tem direito à indenização da benfeitoria necessária, 
úteis ou voluptuárias. 
 
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das 
benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se 
não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da 
coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias 
necessárias e úteis. 
 
Objeto da Posse 
 
 Pois bem. No Direito Brasileiro, podem ser objetos de posse, além das coisas corpóreas, 
todos os bens sobre os quais se possa exercer algum dos poderes inerentes ao domínio (uso, 
fruição, disposição ou reinvindicação). 
 
 
 
6 
 
 Dessa forma, determinados direitos podem ser considerados como objeto de posse, 
como os direitos autorais, o direito sobre linha telefônica e, alguns direitos reais, como a 
servidão. 
 
 Por fim, como é a posse de um direito? Dar-se-á por intermédio de seu exercício. 
 
Súmula 228 do STJ: É inadmissível o interdito proibitório para a proteção 
do direito autoral. 
Súmula 193 do STJ: O direito de uso de linha telefônica pode ser adquirido 
por usucapião. 
 
Aquisição da Posse 
 
 Como preceitua o Código Civil em seu artigo 1.204, adquire-se a posse desde o 
momento em que se torna possível o seu exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes 
inerentes à propriedade. Dessa forma, a para adquirir a posse é necessário: O sujeito, a coisa, 
os atos de preparo, a pessoa natural. 
 
 Agora, trabalharemos as suas formas. 
 
 1) Aquisição originária: Uma relação não existente entre a posse anterior e a posse 
nova, ou seja, era res nullius, pois não tinha dono ou foi abandonada, res derelicta, ou, em 
razão de ser esbulhada (que será tratada mais adiante). 
 
 2) Aquisição derivada: É aquela transmitida de um possuidor, que, perde a posse e, 
passa a outro que a adquire. Podendo ser Real – quando o possuidor atual entrega ao novo 
possuidor – ou, simbólica – entrega simbólica, as chaves, por exemplo –. Ademais, a posse 
adquirida por meio derivado mantém todos os vícios que tinha anteriormente, ainda que o 
novo possuidor esteja de boa-fé. 
 
 Para mais, o Código Civil, em seu artigo 1.205, especifica que quem poderá adquiri a 
posse é a própria pessoas que a pretende, seja por meio de seu representante ou de terceiros 
– semmandato –, desde que aquele nome em que adquirida a posse, a ratifique-a. 
 
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: 
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; 
II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. 
 
 
7 
 
 3) Aquisição a título universal: É quando se transfere uma universalidade de bens, 
exemplificando, uma geração – ou parte dela –, uma biblioteca, dentre outros. 
 
 4) Título singular: É transmissão de uma coisa individualizada, mais comum, por 
exemplo, uma moto, um carro, casa, dentre outros. 
 
 Por fim, é imperioso ressaltar que, com a aquisição de posse imóvel – bem imóvel – 
faz presumir a aquisição, também, da posse de coisa móveis – bens móveis – que se 
encontrarem no bem imóvel, ou seja, presunção relativa ou iuris tantum. 
 
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das 
coisas móveis que nele estiverem. 
 
 Do exposto, tratamos do início da nossa matéria de Direito Reais. Na próxima aula, 
continuaremos a nossa matéria e trabalharemos um instituto superimportante para a nossa 
matéria, Perda da Posse e demais pontos importantes. Abaixo, deixamos algumas questões 
de fixação da matéria. Até a próxima! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
Questões 
 
01) (UFMT - 2017 - Prefeitura de Cáceres - MT – Advogado) Quanto aos direitos do possuidor 
de boa-fé, assinale a assertiva correta. 
A) O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der 
causa. 
B) O possuidor de boa-fé poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias 
necessárias e voluptuárias. 
C) O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos, mesmo quando colhidos com 
antecipação. 
D) O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias pelo seu valor de custo, 
ainda que inferior ao atual. 
 
02) (IBADE - 2018 - Câmara de Vilhena - RO – Advogado) - Sobre os efeitos da posse 
voltados ao possuidor de boa-fé, é correto dizer que o possuidor de boa-fé: 
A) não tem direito aos frutos percebidos, enquanto perdurara posse. 
B) tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como quanto as 
voluptuárias, desde que sem detrimento da coisa. 
C) responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. 
D) tem direito à indenização das benfeitorias voluptuárias e úteis, exceto as necessárias. 
E) somente tem direito à indenização das benfeitorias necessárias. 
 
03) (VUNESP - 2019 - Prefeitura da Estância Turística de Guaratinguetá - Auxiliar Jurídico) 
- O possuidor de má-fé 
A) responde por todos os frutos colhidos e percebidos, mas não pelos que, culposamente, 
deixou de perceber. 
B) tem o direito de levantar as benfeitorias voluptuárias, se não causar dano à coisa e nem 
prejuízo ao proprietário. 
C) responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, mesmo se provar que 
de igual modo se teriam dado, estando a coisa na posse do reivindicante. 
D) tem direito de ser ressarcido pelas benfeitorias necessárias e úteis. 
E) tem direito às despesas da produção e custeio. 
 
 
 
9 
 
 
04) (TJ-AC - 2015 - TJ-AC - Juiz Leigo) - Da Posse e sua Classificação, marque a 
INCORRETA: 
A) Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum 
dos poderes inerentes à propriedade. 
B) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de 
direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor 
direto defender a sua posse contra o indireto. 
C) Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos 
possessórios, excluindo os dos outros compossuidores. 
D) É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. 
 
05) (VUNESP - 2018 - MPE-SP - Analista Jurídico do Ministério Público) - Pedro cedeu a 
posse de um terreno de 250 m2 a Joaquim. Aquele, contudo, adquiriu a posse mediante 
ameaças e agressões físicas contra o antigo possuidor do terreno. Joaquim pretende erigir no 
terreno adquirido uma casa para morar com sua família e desconhece a forma pela qual Pedro 
adquiriu a posse que lhe transmitiu. 
É correto afirmar que a posse de Joaquim é de 
A) má-fé e injusta. 
B) má-fé e violenta. 
C) boa-fé e injusta. 
D) boa-fé e justa. 
E) má-fé e precária. 
 
Gabarito 
 
01) 02) 03) 04) 05) 
A B E C C

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