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LETICIA MAGNI | PED3417
REFLEXÕES SOBRE AS RELAÇÕES
INTERPESSOAIS E A COMUNIDADE ESCOLAR
Débora Ulrich Dias Verdun
Maria de Fátima Leite Oliveira
Raquel Nunes Martins
Thalia Souza Gonçalves
Prof. Leticia Magni
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (PED 3417) – Prática do Módulo VIII
30/05/2022
REFLEXÕES SOBRE AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS E A COMUNIDADE ESCOLAR
Este trabalho constitui-se de uma breve revisão de literatura sobre as relações interpessoais na escola e na comunidade escolar. O objetivo é apresentar algumas reflexões que convergem dos artigos acadêmicos selecionados que tratam do referido tema. A metodologia escolhida foi a revisão de literatura com aporte teórico dos autores Tavares (2007) e Xavier (2010), que trazem importantes discussões sobre o assunto. Conclui-se que, dos trabalhos escolhidos, destaca-se a importância do uso da interdisciplinaridade e do diálogo; de entender que os conflitos são necessários para a vida em sociedade; de construir na escola um espírito de cooperação e de equipe; e de pensar as relações interpessoais na escola com foco na aprendizagem
 As relações interpessoais na escola vêm sendo muito discutidas em diversos âmbitos da vida em sociedade. Cada vez mais as relações entre professores e alunos, alunos e alunos, alunos e comunidade escolar vem necessitando de mais atenção por parte de todos os envolvidos, assim como também das autoridades e governos. As violências das mais diversas naturezas vêm sendo praticadas nas escolas ou em seus arredores, o que preocupa pais, alunos, professores e as comunidades.
VAMOS ENTENDER UM POUCO MAIS...
Também, devemos compreender, antes de tudo, que “a aprendizagem é a principal função social da escola, para a qual o professor em sala de aula é de suma importância”. Mas não apenas o professor faz parte deste importante processo. Se pensarmos que várias ações educativas estão acontecendo nos diversos ambientes da escola, a partir do momento em que o educando não convive só com seus professores, mas também com funcionários da escola. “Para que haja um ambiente educativo e formador, é necessário que todos participem direta ou indiretamente, influenciando no desenvolvimento da criança” (SILVA, 2008, p. 12). E daí se dão as relações interpessoais com foco na aprendizagem.
É importante que as relações interpessoais sejam embasadas em harmonia, respeito, amor e solidariedade. Assim, todos os envolvidos precisam se comprometer igualmente pela aprendizagem e pelas relações estabelecidas na comunidade escolar. 
 Para falarmos em relações interpessoais na escola, é importante salientar que muitos estudos diferentes tratam deste assunto. Neste trabalho foram reunidos alguns autores que tratam do tema e que poderão nos elucidar um pouco do que é necessário considerarmos ao pensarmos nisso, nós professores, pais, cidadãos. O autor Tavares (2007) nos alerta de que antes de pensar, falar ou escrever sobre relações interpessoais, é necessário compreender estes termos, para não incorrermos no erro de ir na direção oposta ao significado dessas palavras. “[...] as relações interpessoais são laços ou redes de laços que ligam e interligam as ações das pessoas entre si [...]” (TAVARES, 2007, p. 32). 
VAMOS ENTENDER UM POUCO MAIS...
“Nesses termos, entende-se que os membros de um grupo social se concernem e se influenciem reciprocamente. Considera-se, ainda, que esse grupo social, não estando fechado em si mesmo, guarda inter-relações com outros, tratos que podem ou não ser de afinidade, afeição ou camaradagem, mas que sempre se fazem presentes na vida de cada sujeito em particular”. (BAIA; MACHADO, 2019. p. 178).
 Vigotski ressalta que o modo de ser da pessoa é diretamente atravessado pela relação que estabelece com os outros. E além de estar se relacionando socialmente e aprendendo com essa relação constantemente, a criança também exercita, em grupos, a sua individualidade e constitui sua identidade, aqui entendida como a que grupo quer pertencer. Por isso a importância de aprender a aceitar as diferenças e a tratar a todos com respeito.
IMPORTANTE LEMBRAR:
“E neste sentido, também, não há como não lembrar Paulo Freire (2003), quando diz: “[...] escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima. O diretor é gente, O coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente [...]”
“A prática da interdisciplinaridade”
Pode ser “uma estratégia para promover a intercomunicação e a intercompreensão tendo por base o diálogo e o reconhecimento da legitimidade das diferenças” (BAIA; MACHADO, 2019, p. 179). Não quer dizer que os conflitos vão deixar de existir dentro da escola ou na comunidade de seu entorno, mas com a aplicação da interdisciplinaridade, além de outras estratégias que veremos mais adiante, pode-se caminhar para o respeito mútuo entre todos.
Interdisciplinaridade é um conceito que busca a intersecção entre conteúdos de duas ou mais disciplinas para permitir que o aluno elabore uma visão mais ampla a respeito dessas temáticas.
ESTRATÉGIAS
Seu objetivo não é mudar as pessoas e o seu comportamento para conseguir o que se quer, mas sim de estabelecer relacionamentos baseados em honestidade e empatia, atendendo mais efetivamente as necessidades de todos.
É uma metodologia utilizada em muitos lugares do mundo para estabelecer relações interpessoais mais eficientes e sem violência.
Destaca-se a importância da escuta atenta, do prestar atenção no sentir e nas necessidades do outro, dando atenção também para aquilo que sentimos e que necessitamos.
COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL (CNV):
ESTRATÉGIAS
Construir uma cultura de cooperação e de “espírito de equipe” no ambiente escolar.
A ideia de que para ensinar é preciso apenas dominar conteúdos específicos da sua área, ter paciência e experiência, está sendo superada pela ideia de que é preciso saber ouvir, valorizar a sensibilidade, a afetividade, olhar para o outro e olhar para dentro de si.
Um repertório elaborado de habilidades sociais contribui decisivamente para relações harmoniosas com colegas e adultos na infância.
O educador que ensina e desenvolve as habilidades sociais nos seus alunos, prepara-os não somente para uma melhor convivência na escola, mas para os desafios da vida futura.
Quando ficamos em silêncio evitando os conflitos, nos omitimos, calamos e contribuímos para a não resolução dos problemas coletivos. Então, que sejam conflitos dialógicos e respeitosos para contribuir com o crescimento de todos.
HABILIDADES SOCIAIS:
ESTRATÉGIAS
Os professores precisam ter consciência das suas ações com os alunos: a linguagem, os gestos, a postura, a forma como trabalham o conhecimento e o quanto diferenciam (ou não) cada aluno.
As regras mais valorizadas eram as mais convencionais; havia um excesso de normas sem significado.
Os conflitos eram evitados, não se debatia a respeito da criação das normas.
As aulas eram tediosas, sem significado, monótonas, o que favorecia a indisciplina.
Nas classes difíceis o professor se sentia impossibilitado de dar aula e a conversa era desrespeitosa de ambas as partes. 
Havia uma relação de enfrentamento constante, o que gerava grande cansaço e estresse nos professores e devido à hostilidade entre os alunos, não havia unidade e cooperação.
A criança aprende pela observação, o professor precisa ser exemplo para uma convivência harmoniosa, de paz e respeito.
Resultados de um trabalho de pesquisa em classes do Ensino Fundamental II:
MATERIAIS E MÉTODOS
Para este trabalho realizou-se uma breve revisão de literatura sobre o tema relações interpessoais no ambiente escolar. Optou-se por realizar uma busca pelos termos, em português, “relações interpessoais na escola” no Google Acadêmico, que mostrou 178.000 resultados de trabalhos escritos e que têm relação com o tema, o que indica que há muita produção acadêmica sobre o assunto. 
 As principais bases teóricas para este trabalho encontram-se nos autoresTavares (2007) e Xavier (2010), que fazem importantes discussões sobre a temática em questão. Assim, busca-se apresentar um conjunto de reflexões diferentes sobre as relações interpessoais na escola, mas que convergem e dialogam entre si de alguma forma.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este trabalho constituiu-se de uma breve revisão de literatura a partir de artigos acadêmicos sobre a temática relações interpessoais na escola e a comunidade escolar. Conclui que problemas de relacionamento que afetam a convivência na escola e o desenvolvimento local têm origem na estrutura social e que há, sim, possibilidades de inclusão social pela educação. 
 Então conclui-se que, para pensar inicialmente as relações interpessoais na escola e na comunidade escolar, é necessário perceber a importância:
 Do uso da interdisciplinaridade e do diálogo como estratégias para caminhar na direção da aprendizagem pelo respeito às diferenças e pela solidariedade, sem violência;
De entender que os conflitos são necessários para a vida em sociedade e por isso devem ser bem trabalhados para que haja crescimento coletivo e uma aprendizagem significativa para toda a comunidade escolar;
 De construir na escola um espírito de cooperação e de equipe para colaborar com os alunos na construção de relações interpessoais mais eficazes; 
De pensar as relações interpessoais na escola com foco na aprendizagem, e sobre como as crianças aprendem com o que observam, sendo necessário que todos os agentes escolares possam agir e compreender sua ação como aprendida e repetida.
CONCLUSÃO
 Para concluir este estudo e deixando reflexões para futuras pesquisas, observa-se que há ainda uma longa caminhada até os gestores, professores, alunos, governantes e demais agentes sociais. Perceberem a importância do uso da interdisciplinaridade e do diálogo, de entender que os conflitos são necessários para a vida em sociedade, de construir na escola um espírito de cooperação e de equipe, e de pensar as relações interpessoais escolares com foco na aprendizagem. 
 Tudo gira em torno das relações interpessoais, visto que precisamos uns dos outros para viver e sobreviver. Então, mais do que perceber a importância, é necessário colocar em prática estratégias que possam ajudar o coletivo a também compreender as relações interpessoais na escola da mesma forma, o que pode ser mesmo muito difícil.
 Mas sendo um trabalho não só da escola, mas também para toda a sociedade.
REFERÊNCIAS
BAIA, Samira Fakhouri; MACHADO; Lucília Regina de Souza. Relações interpessoais na escola e o desenvolvimento local. INTERAÇÕES, Campo Grande, MS, v. 22, n. 1, p. 177-193, jan./mar. 2021. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/inter/a/grXFbSRWQt5Zt64YDwLXjVh/> Acesso em: 09 abr. 2022.
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FERREIRA, Luciana de Lima Oliveira. O Uso da Comunicação não Violenta como Possibilidade de Intervenção nas Relações Interpessoais Entre os Estudantes. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Educação. Curso de Especialização em Formação de Educadores para a Educação Básica. 46 fls. BH, 2019. Disponível em: <https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/34865> Disponível em 09 abr. 2022.
FREIRE, Paulo. A escola. Revista Nova Escola , Edição 163, jun/jul, Ed. Abril, 2003.
FRESCHI, Elisandra Mottin; FRESCHI, Márcio. Relações Interpessoais: a construção do espaço artesanal no ambiente escolar. REI – Revista de Educação do IDEAU. Vol. 8 – Nº 18 - Julho - Dezembro 2013. Disponível em: <RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO AMBIENTE ESCOLAR com aut impressa (ideau.com.br)> Acesso em: 10 abr. 2022.
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RAMOS, Adriana de Melo; VINHA, Telma Pileggi. As relações interpessoais em classes “difíceis” e “não difíceis” do Ensino Fundamental II. INFAD, Revista de Psicología, Badajoz, Espanha. v.6, n.1, p.39-45, 2014. Disponível em: < https://www.redalyc.org/pdf/3498/349851790004.pdf> Acesso em: 10 abr. 2022.
ROSENBERG, Marshall Bertram. Comunicação Não-Violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Editora Ágora, 2006. ISBN 85-7183-826-7. 
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TAVARES, José. Relações Interpessoais em uma Escola Reflexiva. In: ALARCÃO, Isabel (Org.). Escola Reflexiva e Nova Racionalidade. Dados eletrônicos. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
XAVIER, Maria Luísa Merino de Freitas. Escola contemporânea: o desafio do enfrentamento de novos papeis, funções e compromissos. In: BUJES, Maria Isabel Edelweiss; BONIN, Iara Tatiana (Orgs.). Pedagogias sem fronteiras. Canoas: Ed. ULBRA, 2010. 
Fechar um trabalho de conclusão de curso é possível, mas acaba-lo é impossível, pois é uma obra em permanente construção.
OBRIGADO!

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