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Nutrição de gado de leite e redução do impacto ambiental

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Nutrição de gado de leite e redução do impacto ambiental 
Relação triangular (solo-grama-boi) 
 
1 – A utilização de recursos alimentares sem critérios, como consequências negativas 
para o sistema de produção. 
Com elevados custos e forte dependência de recursos alimentares adquiridos fora 
da propriedade. Os avanços alcançados pela ciência no campo da nutrição e alimentação 
dos animais ruminantes nas últimas duas décadas, principalmente, foram consideráveis. 
Técnicas de alimentação foram propostas, respeitando-se os aspectos comportamentais, 
os processos que ocorrem no sistema digestório, principalmente no complexo retículo 
rúmen, e o metabolismo corporal dos animais. Paralelamente, observaram-se avanços na 
capacidade produtiva dos animais, fato que ampliou os desafios no campo da nutrição, 
tendo em vista tratar-se de elevadas exigências nutricionais, como a sua unidade seu peso 
corporal, seu estádio fisiológico e pela interação com o ambiente (ambiente climático, 
instalações e equipamentos, manejo, tipo de alimento, etc.). Os veículos que utilizamos 
para suprir as referidas exigências são os diversos recursos alimentares disponíveis, 
normalmente classificados segundo suas características qualitativas, em alimentos 
volumosos, concentrados e suplementos vitamínicos e minerais. Sistemas atuais de 
estimação das exigências nutricionais e energéticas dos animais (NRC, 2001) consideram 
as interações entre alimentos, entre energia e proteína, de maneira que as referidas 
exigências, expressas na base diária, podem variar segundo as características dos 
alimentos utilizados. Isto tem contribuído para adequação de dietas para vacas leiteiras, 
permitindo, por exemplo, reduções consideráveis no fornecimento proteína e excreção de 
nitrogênio pelos animais. 
A principal causa de variabilidade na qualidade dos ingredientes das rações são as 
diferenças consideráveis observadas no valor nutritivo dos volumosos, em função do 
estádio fisiológico das plantas no momento da utilização, falhas nas práticas de colheita 
e conservação, dentre outras razões, principalmente em plantas de clima tropical. Em uma 
mesma espécie forrageira, e na mesma estação de crescimento, pode-se variar de uma 
condição de boa para média e baixa qualidade em período reduzido de tempo, em função 
do rápido decréscimo de qualidade com a idade das plantas. A opção em se utilizar uma 
forragem de boa ou de má qualidade pode significar, além de maiores ou menores 
produções de leite, também diferenças consideráveis na proporção volumoso: 
concentrado nas dietas para que uma dada produção seja mantida. Isto reforça a 
importância das pesquisas na área de manejo de pastagem que visam definir os momentos 
mais indicados para a colheita da forragem, bem como nos demanda a atualização 
constante dos conhecimentos desta área de estudo. 
2- O uso de subprodutos da agroindústria na alimentação animal. 
 Entre os alimentos classificados como concentrados, a variabilidade 
qualitativa é em menor escala, comparados às plantas forrageiras, mas que pode significar 
importantes impactos no sistema de produção. Recentemente, o uso de subprodutos da 
agroindústria na alimentação animal tem se tornado prática comum, com resultados 
positivos para o sistema de produção. A variabilidade da qualidade observada nestes 
subprodutos pode ser de grande magnitude, uma vez que se trata de material sem padrão 
de qualidade, sujeitos a adulteração e contaminação. Outro aspecto é a disponibilidade 
inconstante ao logo do ano, prejudicando demasiadamente as projeções futuras de 
utilização e compra de alimentos. Em função da alta demanda e da irregularidade na 
oferta, os subprodutos da agroindústria passam a ter custos proibitivos se comparados aos 
alimentos tradicionais, de melhor qualidade na maioria das vezes. Portanto, a utilização 
deste recurso deve ser acompanhada de avaliação laboratorial criteriosa para se evitar 
problemas de ordem sanitária e econômica. Alguns exemplos de subprodutos da 
agroindústria que têm sido utilizados com frequência na exploração leiteira são: resíduos 
da mandioca, polpa cítrica (seca ou úmida), casquinha de soja e resíduos oriundos do 
processamento do milho e algodão, dentre outros. A atividade leiteira tem se tornado cada 
vez mais competitiva e nos impõe a necessidade de redução de erros nas tomadas de 
decisão e a maximização da conversão dos recursos disponíveis em leite. 
 Os recursos alimentares disponíveis são dos principais fatores determinantes da 
sustentabilidade dos sistemas de produção. Sistemas que não compatibilizam as 
características dos alimentos disponíveis àquelas dos animais do rebanho leiteiro, correm 
sérios riscos de viabilidade, com dependência elevada de recursos alimentares de alto 
custo. A compatibilização entre os alimentos e animais só é possível conhecendo-se 
detalhadamente as características dos alimentos e a demanda por energia e nutrientes pelo 
rebanho ao longo do ano. Neste aspecto, há preocupação quanto à carência de 
informações sobre os alimentos, necessitando-se gerar valores em nível regional, além de 
técnicos e produtores assumirem nova postura quanto ao envio de amostras de alimentos 
para análise em laboratórios. A atividade leiteira caracteriza-se por demandar grandes 
quantidades de alimento de qualidade, mas permite que os recursos disponíveis na 
propriedade sejam consumidos de forma eficiente. Note que no rebanho sempre haverá 
oportunidades de se utilizar os alimentos de maior e menor qualidade, segundo a categoria 
ou o estádio fisiológico dos animais. Uma maneira de racionalizar o uso de alimentos na 
propriedade é através do padrão de nascimentos ao longo do ano. Pode-se programar os 
nascimentos priorizando-se a produção de leite via pastagens de verão, com redução na 
dependência de alimentos suplementares no inverno, ou concentrar a produção de leite 
nos meses em que o preço do produto é mais atrativo, demandando, neste caso, provisão 
de alimentos de qualidade no período de inverno. Qualquer que seja a estratégia adotada, 
as ações devem ser tomadas com muita antecedência, pois normalmente implicam em 
grande impacto na quantidade e qualidade do alimento a ser fornecido aos animais. Assim 
é importante analisar 
3- O sistema de produção em que as vacas leiteiras são criadas (pasto vs 
confinamento) 
interfere diretamente na alimentação, principalmente na fonte de forragem e nos 
ingredientes ofertados no cocho (dieta completa, TMR vs dieta parcial, PMR). Esses 
fatores vão definir o nível de informação disponível e a capacidade de manipulação 
dietética em cada cenário na busca por dietas mais eficientes. Nutrição proteica de vacas 
leiteiras em pastagens e a adequação proteica de dietas envolvendo pastagens esbarra no 
desafio da constante mudança na composição da forragem decorrente do crescimento da 
planta. As estratégias de manejo do pastejo são o que define qual tipo de planta o animal 
terá acesso. Pastos mal manejados, sem adubação e sem conhecimento da fisiologia da 
planta forrageira oferecem ao animal uma forragem de baixo valor nutritivo e, muito 
provavelmente, com limitações de consumo decorrentes da estrutura do dossel forrageiro. 
Já sistemas intensivos de utilização de pastagens, com altas doses de adubação 
nitrogenada, altas taxas de lotação e estratégias que permitem a colheita da forragem em 
seu ponto fisiológico ótimo oferecem ao animal forragem de alto valor nutritivo e com 
reduzida limitação de consumo. O manejo inadequado da planta forrageira tropical ajudou 
a criar uma fama de material de baixa qualidade, com baixa concentração de proteína e 
alta de fibra, com baixa degradabilidade ruminal. No entanto, o baixo valor nutritivo não 
é uma característica intrínseca da planta forrageira tropical. Inúmeros experimentos já 
demonstraram que o capim tropical bem manejado apresenta 14 a 20% PB, 57 a 65% de 
FDN e digestibilidadedo FDN superior à da silagem de milho e de alfafa (Lopes et al., 
2013). Com esses valores de PB na forragem, um concentrado com 20-24% PB pode se 
resultar em um excesso de proteína na dieta. Neste cenário, para avaliar a real necessidade 
de suplementação proteica em sistemas intensivos de pastagens, Danes et al. (2013) 
testaram 3 concentrados com valores crescentes de PB (9,5; 15,2 e 18,7% MS) para vacas 
mantidas em pastagens de capim elefante. O capim apresentou 18,5% PB e 58,7% de 
FDN e as vacas (da raça Holandês e cruzadas Holandês x Jersey) estavam no terço médio 
de lactação, produzindo em média 20 L/d. Utilizando o consumo de forragem estimado 
por marcador externo (óxido de cromo) e de concentrado para cada tratamento, os teores 
de PB das dietas completas neste experimento foram 15,3, 16,8 e 18,4%. O concentrado 
de 9,5% de PB continha apenas milho moído e mistura mineral/vitamínica. O trabalho 
mostrou que a inclusão de farelo de soja no concentrado (misturas com 15,2 e 18,7% PB) 
não aumentou consumo de forragem nem melhorou o desempenho desses animais.. Esses 
resultados evidenciaram que a proteína ingerida da forragem era suficiente para atender 
as exigências das vacas naquele nível de produção. 
 Estratégias de manejo bem padronizadas também ajudam a reduzir as 
diferenças entre a forragem de um dia/piquete para o outro. Caso esta eficácia se confirme 
também para dietas que além do pasto tenham concentrados suplementares, os 
nutricionistas podem utilizar esta ferramenta para monitoramento das . Com as técnicas 
de biotecnologia que permitem estudar de forma reducionista as alterações metabólicas 
dos organismos, podemos avançar muito no conhecimento dessas funções. Com a grande 
quantidade de conhecimento adquirido nos últimos anos sobre a regulação de processos 
fisiológicos nas vacas leiteiras, o desafio se torna incorporar esses dados nos modelos 
nutricionais para que dietas mais precisas possam ser formuladas. Enquanto isso não 
acontece, cabe aos nutricionistas desenvolverem seus próprios valores de referências com 
base nos índices disponíveis pelos modelos atuais. No entanto, isso só é possível com 
coleta de dados frequente na fazenda, incluindo composição dos alimentos, consumo de 
matéria seca dos grupos de animais, produção e composição do leite, e manejo alimentar 
adequado, que garanta que a dieta formulada seja a mesma da dieta oferecida 
consistentemente. Infelizmente, essa não é a realidade da maioria das propriedades rurais 
e isso acaba se tornando mais um fator de inconsistências entre resultados estimados e 
observados. 
 
Referências 
 
I Simpósio Internacional de Produção e Nutrição de Gado de Leite IV Simpósio Nacional 
de Produção e Nutrição de Gado de Leite IX Simpósio Mineiro de Nutrição de Gado de 
Leite 25 a 27 de setembro de 2019 140 Núcleo do Leite FAMEV/UFU 
1. Bovino de leite – Alimentação e rações 2. Nutrição animal. I. Teixeira, Alex de Matos, 
(ed.) II. Universidade Federal de Uberlândia. Faculdade de Medicina Veterinária. III. 
Título.

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