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Educação e Novas Tecnologias

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EDUCAÇÃO E NOVAS 
TECNOLOGIAS
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
Professora | Débora Regina Fagundes Candido
Sumário
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO ................................................................ 7
1. Conceito de Educação .............................................. 8
1.1 Tipos de conhecimento .............................................. 9
2. Arcabouço histórico da Educação ............................. 11
2.1 Fases históricas da educação na Idade Média ........... 13
2.2 Revolução Industrial e a Educação ............................ 14
3. Primórdios da educação no Brasil ............................. 15
4. Mas, afinal, o que é tecnologia? .............................. 17
CONCLUSÃO ............................................................... 19
ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................... 20
REFERÊNCIAS ................................................................ 21
UNIDADE 2 – O ESTADO E A FAMÍLIA ALIADOS PELA 
EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO .............................................................. 24
1. O papel do Estado na Educação .............................. 24
2. Plano Nacional de Educação ...................................... 26
3. As 20 Metas do Plano Nacional de Educação .............. 29
4. O papel da Família na Educação em um mundo digital ..... 35
CONCLUSÃO ............................................................... 38
ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................... 39
REFERÊNCIAS ................................................................ 40
UNIDADE 3 – EDUCAÇÃO EM FOCO NA ERA DIGITAL
INTRODUÇÃO .............................................................. 43
1. A sociedade como promotora e incentivadora 
 da Educação .......................................................... 43
2. O papel do professor na Educação .......................... 45
3. A Educação nas escolas de hoje ............................... 47
4. O uso das tecnologias a favor da Educação .............. 49
4.1 Aprendizado virtual também pode ser divertido ........... 52
CONCLUSÃO ............................................................... 53
ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................... 54
REFERÊNCIAS ................................................................ 55
UNIDADE 4 – TECNOLOGIA A FAVOR DA EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO .............................................................. 58
1. Na era digital, quem sabe mais são alunos ou 
 professores? ............................................................ 58
2. Mídias digitais nos ambientes de aprendizagem ......... 61
3. Ensino EAD: uma ferramenta da Educação para o 
 século XXI ............................................................... 64
4. Educação no caminho das TICs ............................... 67
CONCLUSÃO ............................................................... 70
ELEMENTOS COMPLEMENTARES ................................... 71
REFERÊNCIAS ................................................................ 71
Unidade
1
Objetivos de aprendizagem 
da unidade
•	 Compreender o conceito de educação
•	 Compreender o arcabouço histórico que envolve a educação
•	 Conhecer os primórdios da Educação no Brasil
•	 Compreender o que é tecnologia
EVOLUÇÃO hISTóRICA DA EDUCAÇÃO
Professora Especialista Débora Regina Fagundes Candido
Evolução histórica da educação
7
Unidade
1
INTRODUÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), ao iniciarmos esta unidade, compreenderemos alguns conceitos sobre 
educação e como esses conceitos atuam no nosso cotidiano. 
Inicialmente, abordaremos o conceito de educar e como isso funciona na prática por meio dos 
tipos de conhecimentos que adquirimos durante toda a nossa existência. Em posse da prerrogativa de 
que educar é base para o crescimento e desenvolvimento do indivíduo, podemos entender que uma 
nação comprometida com a Educação de seus cidadãos é capaz de se reinventar diante de qualquer 
crise que possa surgir.
 No cenário atual, com tanta interatividade, é claro que muitos de nós, ao estudar, prefiramos 
a prática a conceitos e ao contexto histórico. Contudo, é necessário compreendermos o arcabouço 
histórico que envolve a educação. Perguntas como “Onde e quando surgiu a primeira escrita? Por que 
o homem criou a escrita ou métodos de contar? Como surgiu o conceito de ensino?” serão assunto 
deste estudo.
 Abordaremos,em um terceiro momento,que a educação teve fases importantes na Idade Média 
como, por exemplo, quando o monarquismo engessou a educação e a evolução das universidades com 
o surgimento da doutrina e do pensamento crítico. Ademais, faremos uma breve viagem por fatos que 
marcaram a época e que contribuíram para a disseminação da educação.
 Diante de um cenário de constantes mudanças, não podemos deixar de mencionar o período 
da Revolução Industrial e como seu legado contribuiu para a administração, porém, sem deixar no 
esquecimento o rastro de destruição aos menos favorecidos. 
 Além de todo o contexto histórico, vamos estudar os primórdios da educação no Brasil, como 
foram os primeiros métodos de ensino e como a Igreja Católica atuava logo após o descobrimento. 
Entenderemos, também, como a influência dos portugueses marcou a nossa história. Afinal, não 
podemos deixar que ela se perca no tempo.
Por fim, abordaremos o conceito de tecnologia, como ela funciona e qual é a sua origem. 
Compreenderemos como a tecnologia trabalha em nosso favor e como a simplicidade na mudança de 
objetos são consideradas novas tecnologias.
 Caro(a) aluno(a), desejo que este conteúdo possa contribuir em sua vida acadêmica e incentivá-
lo(a) a prosseguir estudando! Então, mãos na massa e bons estudos!
Unidade
1
Evolução histórica da educação
8
1. CONCEITO DE EDUCAÇÃO
Conhecimento
 
 Fonte: Pixabay.
Prezado(a) aluno(a), quantas vezes você já deve ter ouvido o quanto a educação é importante 
para o desenvolvimento de um país, ou ainda uma comparação de nível de desenvolvimento de 
um país com a qualidade da educação, não é mesmo? Atrelamos esse conceito ao conhecimento 
ou à sabedoria do indivíduo. Nossos pais, ao fazermos algo errado, logo diziam: “Você não tem 
educação?”. A educação dos filhos sempre foi motivo de orgulho para seus pais. Mas, afinal, qual o 
significado de educação?
 Segundo Ferreira (2018), mais conhecido como Aurélio Buarque de Holanda, que dá nome 
ao dicionário Aurélio, o termo educar tem sua origem etimológica no latim educare e seu significado 
literal é “conduzir para fora” ou ainda “direcionar para fora”. Quem sabe você esteja se perguntando, 
mas conduzir o que ou conduzir a quem para fora? No entanto, o próprio dicionário traz algumas 
definições, mas observaremos neste estudo apenas duas de grande relevância, e uma delas é a 
seguinte: “oferecer a alguém o necessário para que esta pessoa consiga desenvolver plenamente a 
sua personalidade”.
 Nesse sentido, é possível observar que o ato de educar ocupa a ideia de conduziro indivíduo 
ao desenvolvimento de sua personalidade de maneira completa. Nessa definição, o foco é a pessoa 
que aprende. Já a segunda definição do dicionário é: “propagar ou transmitir conhecimento 
(instrução) a; oferecer ensino (educação)a; instruir”.Pode-se observar na segunda definição que 
o ato de educar impõe a alguém a missão de transmitir o conhecimento, neste caso, o foco é o 
propagador do conhecimento: um professor. Contudo, é perceptível que tanto aquele que transmite 
o conhecimento como aquele que absorve o ensino são “conduzidos para fora” a fim de alcançar a 
plenitude de suas personalidades.
Evolução histórica da educação
9
Unidade
1
 Em seus estudos, Vigotski (2000) esclarece a construção do pensamento e da linguagem, e diz 
que no processo de aprendizagem, especificamente o infantil, o ensino baseado apenas em conceitos 
faz com que a criança não absorva o conteúdo de maneira satisfatória. O autor observa que professores 
que enveredam por esse caminho criam uma falsa assimilação do conteúdo:
[...] uma série de funções como a atenção arbitrária, a memória lógica, a abstração, a 
comparação e a discriminação, e todos esses processos psicológicos sumamente complexos 
não podem ser simplesmente memorizados, simplesmente assimilados. (VIGOTSKI, 2000, 
p. 246). 
Para Sforni e Galuch (2006), o conceito de aprender algo está longe de recitar vários tipos de 
conceitos sobre determinados assuntos de maneira aleatória, pois o processo de aprendizagem deve 
promover uma transformação intelectual no indivíduo. Deste modo, cada novo conhecimento do qual 
o indivíduo se apropria interliga-se a outro conhecimento adquirido, construindo uma grande rede de 
informações, além de promover o alargamento de sua mente.
Conhecer e Preservar a nossa história mostra respeito 
com nossos antepassados que tanto lutaram para que 
hoje tivéssemos direito a Educação. O Governo do 
Paraná possui um Programa chamado“Nossa Escola tem 
História”, cujo objetivo é preservar a história das escolas. 
Assista o documentário: Chá com Brasilio e descubra 
como a escola contribuiu e influenciou várias pessoas.
O vídeo está disponível no seguinte link: <http://www.educacao.video.pr.gov.br/modules/
video/upload/126252_museu_chacombrasilio.mp4>.
Fonte: Elaborado pela autora.
1.1 Tipos de conhecimento
Antes de adentrarmos propriamente a história da educação, é necessário compreendermos que 
existem alguns tipos de conhecimentos: teológico,filosófico, empírico ou tácito e científico. Desse 
modo, neste tópico iremos compreender um pouco sobre cada tipo de conhecimento para entender 
como cada maneira de ensinar contribuiu e continua contribuindo para o desenvolvimento pessoal do 
indivíduo e de toda sociedade.
Conhecimento Teológico: Lakatos e Marconi (2003) referem-se ao conhecimento teológico, 
também conhecido como religioso, que tem sua base doutrinária nas Escrituras Sagradas. As verdades 
reveladas de modo sobrenatural são infalíveis e indiscutíveis para o detentor da fé, por isso as evidências 
não são totalmente verificáveis.
Embora muitos não creiam na fé, como objeto de estudo é inegável que o conhecimento religioso 
faça parte de todas as nações. Hessen e Correia resumem de maneira clara e objetiva esse tipo de 
conhecimento:
[...] deve-se enfatizar com toda a força que a religião é um domínio de valores completamente 
autônomo. Ela não se baseia num outro domínio de valores, mas está completamente firmada 
sobre seus próprios pés. Não tem seu fundamento de validade na filosofia e na metafísica, 
mas em si mesma, na certeza imediata característica do pensamento religioso. (HESSEN; 
CORREIA, 1999, p. 110).
Unidade
1
Evolução histórica da educação
10
Conhecimento Filosófico: Segundo Dalfovo, Lana e Silveira (2008), o propulsor desse 
conhecimento é Tales de Mileto, e só depois surgiram Sócrates, Platão e também Aristóteles 
difundindo o conhecimento filosófico. Os autores definem desse modo: “O conhecimento filosófico é 
o pensamento crítico reflexivo para gerar coerências nas informações.” 
O conhecimento filosófico tem como princípio básico a reflexão crítica, com intuito de 
questionar, perguntar, entender para a compreensão das coisas. Por isso, é pertinente observar essa 
definição: “Filosofar é a reflexão que busca a essência das coisas, é rigorosa e de conjunto acerca dos 
problemas da educação, pois trata da reflexão que se procede com rigor, com método.” (ROSA, 2018). 
 Conhecimento Empírico ou Tácito:O dicionárioFerreira (2017)define empirismo como: 
“Doutrina filosófica que afirma ser o conhecimento resultado da experiência, restringindo-se ao 
que pode ser apreendido através dos sentidos ou da introspecção, opondo-se ao racionalismo e à 
metafísica.” Desse modo, podemos afirmar que o conhecimento empírico é baseado em experiências 
ou que advém da prática, e não da teoria propriamente dita.
 Já Faria et al.(2017) reconhece como conhecimento empírico aquele que tem a experiência 
como guia. Diferente do conhecimento científico, que possui fundamentos embasados em análises de 
fatos comprovados, o empirismo defende a experiência do indivíduo durante a vida como fonte de 
conhecimento a serem transmitidosatravés das gerações.
 Conhecimento Científico: Esse tipo de conhecimento é factual, ou seja, sua veracidade pode 
ser constatada. Não se baseia apenas na razão, pois suas proposições são experimentadas. É um tipo de 
conhecimento ordenado de forma lógica, mas que pode ser falível por não ser definitivo (LAKATOS; 
MARCONI, 2003).
 Para complementar o entendimento acerca desse tipo de conhecimento, Fonseca (2002, p. 11) 
esclarece:
O conhecimento científico é produzido pela investigação científica, através de seus métodos. 
Resultante do aprimoramento do senso comum, o conhecimento científico, tem sua origem 
nos seus procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. É um conhecimento 
objetivo, metódico, passível de demonstração e comprovação. O método científico permite 
a elaboração conceitual da realidade que se deseja verdadeira e impessoal, passível de ser 
submetida a teses de falseabilidade. Contudo o conhecimento científico apresenta um caráter 
provisório [...] uma vez que pode continuamente ser testado, enriquecido e reformulado. Para 
que tal possa acontecer deve ser de domínio público.
 Em termos pedagógicos, para melhor fixação e compreensão, Nonaka e Takeuchi (2004) 
ensinam como funciona o processo de aprendizado e fazem a divisão do conhecimento em quatro 
etapas: a socialização do conhecimento é a fase de criação e compartilhamento do conhecimento 
tácito, ou seja, é repassado através da observação e das experiências; a externalização nada mais é que 
argumentar, dialogar e refletir sobre o conhecimento adquirido; a combinação é processo de organizar 
a aplicação do conhecimento em linguagem formal, ou seja, nesse momento o conhecimento torna-
se codificado; e a internalização o último estágio, porém, não menos importante, pois o processo de 
aprendizado se inicia novamente através de novas experiências do conhecimento tácito.
 Ainda para Takeuchi e Nonaka (2008), existe o conhecimento organizacional, composto por 
cinco fases: compartilhamento do conhecimento tácito: é justamente partilhar o conhecimento 
desenvolvido pelas experiências; criação de conceitos: é a fase do diálogo e reflexão que o coletivo 
pode chegar por meio de métodos criativos; justificação dos conceitos: o entendimento organizacional 
passa a filtrar informações e conceitos, e nesse momento a empresa começa a se ater ao custo do 
produto, quanto o produto contribui na atividade da empresa e margem de lucro; construção de um 
Evolução histórica da educação
11
Unidade
1
arquétipo: na penúltima fase, a organização cria uma espécie de modelo a ser utilizado para que toda 
a empresa esteja em plena sinergia, desde o pessoal até a parte tecnológica e difusão interativa do 
conhecimento: é quando o conhecimento gerado passa das fronteiras da organização e é difundido 
de forma participativa entre consumidores, fornecedores, outras organizações, etc.
 Independentemente dos tipos de conhecimento que acreditamos ou na divisão que os 
autores podem fazer, o que fica claro é que o processo de aprendizado é semprerenovado. Desde 
a experiência até a sistematização do conhecimento, o que importa é não deixar o ciclo se fechar e 
interromper a interatividade com o mundo, pois somente assim aquilo que é conhecido pode ser 
denominado como renovado.
“Quando recebemos um ensinamento, devemos 
recebe-lo como um valioso presente, e não como 
uma dura tarefa. Eis aqui a diferença que transcende.” 
Albert Einstein
2. ARCABOUÇO hISTóRICO DA EDUCAÇÃO
Escrita cuneiforme
 Fonte: Pinterest.
Não é possível falarem educação sem mencionar a escrita, que foi um meio que o homem 
pré-histórico encontrou de perpetuar-sena história. A escrita foi a “mágica de imortalizar” muitos 
povos, porém, sua invenção é atribuída, cerca de 4000 a.C., à civilização dos Sumérios;povo que vivia 
entre os rios Tigre e Eufrates e talvez seja o mais antigo do mundo. No entanto, os documentos mais 
antigos que comprovam a aparição da escrita são de 3.200 a.C. encontrados na cidade de Uruk ao sul 
da Mesopotâmia. Os artefatos históricos são tabletes de argila com o sistema primitivo de registrar 
em paredes de rochedos com uma espécie de estilete, onde as ideias ou conceitos da época eram 
registrados através de desenhos. A leitura da escrita cuneiforme era feita da esquerda para a direita e 
Unidade
1
Evolução histórica da educação
12
de cima para baixo, igual lemos o português, e assim como qualquer escrita,a cuneiforme foi sendo 
aprimorada com o passar do tempo (BAKOS,1998).
 Cagliari (2009) explica que, com a necessidade de fazer contabilização dos animais e também 
dos produtos, o povo sumério desenvolveu outra técnica: utilizavam bolotas de barros de tamanhos 
diferentes para que pudessem fazer a representação dos numerais e assim contabilizar seus bens. Nesse 
período, só os escritos nas rochas não eram suficientes, por isso, a escrita cuneiforme foi evoluindo 
conforme as necessidades iam surgindo.
Talvez você esteja se perguntando por que temos queir tão longe para falarmos de educação. A 
verdade é que o contexto histórico faz com que possamos compreender também um pouco de nossa 
própria essência. É claro que desde que o mundo é mundo sempre existiu o método de ensinar, que é 
intrínseco ao ser humano, ainda que seja ensinar a pescar, caçar ou a proteger-se dos animais ferozes. 
Diante do exposto, passamos a falar sobre os registros da forma propriamente dita da educação. Vamos lá?
Como foi dito, para compreendermosos porquês da evolução da Educação é necessário 
tirar o pó dos livros e entender seu contexto histórico. A maneiracomo se ensinava séculos atrás é 
completamente diferente do modo que é ensinado nas escolas de hoje.A educação possuiu várias fases 
históricas, sendo que seu berço histórico é requerido por dois povos distintos: os egípcios eos gregos. 
Para tanto, iremos apresentar nesta unidade, de forma sucinta, o posicionamento de alguns estudiosos 
sobre a origem histórica da Educação e sua evolução histórica.
 Para Manacorda (2002),é do Egito que vêm os indícios mais fortes sobre os primórdios do 
método de ensino devido às pesquisas históricas e arqueológicas sobre a educação. Segundo o 
autor, é legítimo iniciar o histórico de evolução da Educação pelo Egito, pois se tratou de um povo 
com um sistema avançado de agricultura, além de outras ciências como a astronomia, geometria 
e a matemática.O autor admite, porém, que existem correntes históricas queremetemaos gregos o 
pioneirismona Educação.
Contrapondo a afirmação de Manacorda (2002), grande parte dos estudiosos afirma que foina 
Grécia que surgiram os primeiros preceitos sobre Educação. Pensadores e revolucionários de sua 
época como Sócrates, Platão e Aristóteles são, sem sombra de dúvida, os destaques sobre o pensamento 
sistêmico da antiga Grécia. No entanto, isso também se deve a duas cidades em destaque: Atenas e 
Esparta, que trouxeram grande significado a nossa evolução da Educação. Atenas por se tratar de uma 
cidade-estado e ter uma vertente democrática, alémde priorizaro processo de ensino do indivíduo de 
maneira que ele pudesse alcançar o conhecimento da verdade, do que se definia como belo e também 
do que era considerado o bem. Já a cidade de Esparta, em um contexto geral,voltava-se ao militarismo, 
visto que é de lá o surgimento de grandes guerreiros e heróisda época (PALMA FILHO,2010).
 Ainda na visão de Manacorda (2002), os ensinamentos iniciados no mais remoto Egito estão 
registrados no século XXVII antes de Cristo. Conforme denotação do autor, os preceitos morais da época 
e comportamentais eram transmitidos de maneira rigorosa. Normalmente, esses ensinamentos eram 
repassados de pai para filho ou de um mestre para seu discípulo ou escriba. Dessa forma, observamos 
que desde a antiguidade o ensino transmitido pelo mais maduro ao mais novo é característica presente 
nos povos.
Para Saviani (2007), desde os primórdios no Egito até a fase dos escribas, ou mesmo na Grécia 
e também em Roma, as escolas eram restritas a certas classes sociais e o objetivoera preparar seus 
futuros dirigentes de forma intelectual para um governo promissor. Já para os trabalhos manuais não 
era necessário um processo de aprendizado escolar como o das classes altas: o “aprendiz”, por assim 
dizer, executava suas funções de ofício lado a lado de seus mestres.
Evolução histórica da educação
13
Unidade
1
 Você é capaz de observar que a preparação das classes mais altas, em todas as épocas, é sempre 
privilegiada e que para as classes mais pobres resta apenas o trabalho braçal? Mera coincidência ou 
uma imposição capitalista?
Veja a reportagem da Folha de São Paulo de 16 de 
dezembro de 2017, intitulada “Escola atual não elimina 
desigualdade que vem do berço”, que faz menção a 
um estudo do IBGE que revela que existembarreiras 
gigantescas entre as gerações dependendo da educação 
dedicada aos pais.
Acesse o link: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/12/1943833-escola-atual-
nao-elimina-desigualdade-que-vem-do-berco.shtml>.
Fonte: Elaborado pela autora.
2.1 Fases históricas da educação na Idade Média
Nunes (1979) fez em seu livro um resumo prático das fases da evolução da Educação que facilitará 
nosso estudo. O autor divide esse período em quatro fases: na primeira fase, a Idade Média, houve 
uma decadência no âmbito escolar do mundo antigo, pois com a cultura romana sendo implementada 
através do monarquismo, engessou-se o progresso da educação. Na segunda fase,devido ao período 
de trégua nas invasões territoriais,os governos de Carlos Magno, Alfredo, o Grande e Otão viram 
a população aumentar, e grandes transformações na economia foram percebidas. A fase seguinte 
revelou o ápice da Idade Média; período da evolução das universidades edo surgimento da doutrina e 
do pensamento crítico, conhecido como método escolástico. Finalmente, na quarta fase presenciou-
se o declínio escolar. Um período conturbado trouxe crise à cultura do Ocidente, porém,precedeu o 
surgimento do Renascimento.
Dado esse resumo do período histórico da Idade Média, outro momento começa a florescer 
no campo da educação: o Renascimento. Esse período deflagrou um importantíssimomovimento na 
época que consagrou nomes de vários artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo e tantos outros 
que se tornaram legítimos representantes desse período. É evidente que as mudanças não ocorrem 
apenas no âmbito artístico, mas também no cultural e principalmente no científico. O Renascimento 
não se apoiou em uma ruptura com a Idade Média, mas foi uma modernização sensível e importante 
aos temas e aos interesses pesquisados no campo científico, além da eminente ascensão da arte e 
cultura deste período (SOUSA, 2017).
Um fator determinante para o Renascimento foi a invenção da imprensa em 1440 por Johannes 
Gutenberg, cujo fato mais importante noticiado foi o anúncio da Reforma Protestante. Iniciada em 
1517, pelo inconformado monge católico Martinho Lutero, a Reforma trouxe ao ensino educacional 
um marco histórico. Lutero consideravapapel do Estado a responsabilidade sobre aeducação universal, 
além de torná-la pública (GEMER, 2008).
Rieth (2017) afirma que embora Martinho Lutero fosse um estudioso dedicado a teologia, 
seu objetivo não era criar apenas uma teoria de ensino na ótica cristã, mas empenhou-se para que a 
sociedade fosse despertada para uma educação de qualidade de maneira formal.Lutero refutou a tese 
do humanista Erasmo de Roterdã (1469-1536), que dizia que onde o luteranismo entrava, a ciência 
Unidade
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Evolução histórica da educação
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era decadente. Embora criticado por alguns, Lutero apoiou mudanças importantes em sua época, 
através de convocações a médicos para a reforma de suas faculdades, estudantes de Direito a abolir 
o direito canônico em suas grades de ensino e em contrapartida estudar o direito territorial, além 
das conhecidas 95 tesesde Lutero que levaram aos cristãos da época uma reflexão sobre os dogmas e 
sofismas impostos pela Igreja Católica.
 
Quer conhecer mais sobre as teses de Lutero?
Acesse o link: <http://www.luteranos.com.br/lutero/95_
teses.html>.
Fonte: Elaborado pela autora.
2.2 Revolução Industrial e a Educação
 
Caro (a) aluno (a), talvez para muitos de nós a história da Educação começa a ser conhecida 
a partir da Revolução Industrial. Na Inglaterra da segunda metade do século XVIII, a revolução das 
máquinas começa a tomar proporções. Finda-se a fase do feudalismo para o Capitalismo e começa 
a modernização das máquinas que funcionavam à vapor, pois as fábricas tinham a necessidade de 
produzir em larga escala; o ritmo era intenso e o capital continuava a abrir portas a novos mercados. 
Diante desse contexto, a tecnologia não afetou só as fábricas, mas a vida das pessoas, a economia, a 
cultura da época etoda a sociedade foi atingida pela Revolução Industrial (ALMEIDA, 2013).
Neste momento da história, há uma “aliança” entre a fábrica e a escola, como se o sistema 
fabril fosse uma espécie de escola para as crianças. A pergunta é: onde se entrelaçam os caminhos da 
educação e do trabalho? Manacorda (2002, p. 305) explica:
O trabalho entra, de fato, no campo da educação por dois caminhos, que ora se ignoram, ora se 
entrelaçam, ora se chocam: o primeiro caminho é o desenvolvimento objetivo das capacidades 
produtivas sociais (em suma, da revolução industrial), o segundo é a moderna “descoberta da 
criança”. O primeiro caminho é muito duro e exigente: precisa de homens capazes de produzir 
“de acordo com as máquinas”, precisa colocar algo de novo no velho aprendizado artesanal, 
precisa de especializações modernas. O segundo caminho exalta o tema da espontaneidade 
da criança, da necessidade de aderir à evolução da psique [...]. Portanto, a instrução técnico-
profissional promovida pelas indústrias ou pelos Estados e a educação ativa das escolas novas, 
de um lado, dão se as costas, mas, do outro lado, ambas se baseiam num mesmo elemento 
formativo, o trabalho, e visa o mesmo objetivo formativo, o homem capaz de produzir.
É impossível não mencionar os estudos de Frederick Winslow Taylor, que foi o patrono do 
gerenciamento cientifico do trabalho e estudou os tempos e os movimentos. Ele definiu quatro bases na 
execução das tarefas do trabalhador: planejar, preparar, controlar e executar, e seu objetivo era alcançar 
a eficiência das tarefas. Depois, deparamo-nos com os estudos sobre Henry Ford, empreendedor 
americanoque aprimorou a produção em massa e em larga escala e cuja ideia central era produzir a 
maior quantidade possível em menor tempo. Em seguida, nos deparamos como Jules Henri Fayol que 
em suas teorias salientou que a administração era a tarefa com maior grau de importância dentro de 
uma empresa, e que para aumentar a eficiência era imprescindível colocar em prática princípios como 
divisão de trabalho, remuneração, hierarquia e iniciativa. Finalmente, Max Weber propôs ao mundo a 
teoria da burocracia (E não é isso que já vem logo a nossa mente? Que o processo é moroso e complexo, 
com longas filas e papeladas intermináveis?), cuja essência era criar regras, bases e normas para que os 
processos funcionassem de maneira correta e evitassem desperdício e perdas (RIBAS, 2017).
Evolução histórica da educação
15
Unidade
1
 Foi preciso todo esse histórico para entender o que aconteceu com as crianças da época. Por 
que elas não estavam nas escolas? A resposta é simples: as indústrias não precisavam apenas da força 
bruta, mas de trabalhadores com pouca força, porém, com maior flexibilidade. Neste caso, crianças, 
adolescentes e mulheres passaram a ser utilizados em larga escala nas indústrias. Nesse período, houve 
um grande aumento no índice de mortalidade infantil por diversos motivos, mas principalmente pelo 
trabalho, mas e quanto à escola? Camargo (2016, p. 5) dá a resposta de como funcionavam as leis que 
“protegiam” as crianças para estudarem: 
[...] as leis fabris criadas pelo Parlamento inglês não passavam de falácias, pois frequentemente 
eram burladas pelos capitalistas, como exemplo disso, [...]os certificados de frequência escolar 
eram assinados apenas com uma cruz pelo professor, demonstrando assim, que nem este 
sabia escrever.
 Ainda para Camargo (2016), mesmo que Taylor, Ford, Fayol ou Weber não tenham se dedicado 
a escreverem livros ou artigos sobre a educação, seus trabalhos de observação e análises sobre as 
divisões de trabalho no meio fabril e o processo produtivo em massa contribuíram para mudanças no 
processo de trabalho do homem. E não se pode negar que construíram um legado sobre administração, 
métodos, cálculos e projeções para melhor gerir o trabalho, embora o enfoque da época fosse apenas o 
capitalismo “a sangue frio”. Portanto, é possível entender que uma sociedade mais justa, democrática 
e completamente emancipada só será possível através da formação de indivíduos transformadores de 
realidades. Para tal, a educação escolar ainda necessita de muitas modificações e melhorias.
Quer contribuir para a educação em sua cidade ou no seu 
bairro? Conheça as 5 Atitudes Pela Educação que têm o 
objetivo apoiar e incentivar a Educação no Brasil.
 Fonte: 5 Atitudes pela Educação.
3. PRIMóRDIOS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
 Falar da nossa história é um pouco mais fácil, não é mesmo? Sabemos tudo sobre nossas 
dificuldades, anseios, medos e tantos outros sentimentos que nos rodeiam. A história do povo brasileiro 
é uma história triste de um povo que foi roubado, saqueado em suas próprias terra. A dignidade de um 
povo que quase se perdeu pelos conchavos, presentinhos e o famoso “jeitinho brasileiro” de resolver 
as coisas, mas alto lá! Não foram os índios que roubaram as terras dos portugueses.Pelo contrário: um 
povo estranho nos saqueou e roubou, então vamos por um momento corrigir nossas raízes históricas 
Unidade
1
Evolução histórica da educação
16
e dizer que o “jeitinho” não é nossoe entendermos como foi que tudo começou aqui no Brasil, é claro, 
com enfoque na Educação.
 No Brasil, assim como em qualquer povo antes de sua colonização, o conhecimento era 
transmitido de forma simples e não padronizada. Sem instituições de ensino, o conhecimento era 
transmitido de pai para filho através das atividades do cotidiano. Os índios que aqui viviam limitavam-
se apenas a repassar seus usos e costumes da época de maneira empírica. Já no período colonial, 
com a chegada dos portugueses, muita coisa mudou por aqui. O que antes era de comum para todos 
transformou-se em uma sociedade capitalista e mercantil (PALMA; FRANCESHINA, 2017).
 Silva Junior (2017) conta que a história do Brasil é marcada pela educação através do catequismo 
aos indígenas. Embora o autor não identifique correlação entre a educação e a catequese aplicada 
pelos jesuítas, é indiscutível que o pioneirismo pertence aos religiosos que chegaram na época da 
colonização, e que durante muito tempo ensino e religião caminharam lado a lado.
 É necessário destacar que não foram apenas os jesuítas que tiveram papel relevante na educação 
e catequização dosíndios no Brasil colônia. Outros ordenamentos religiosos como os carmelitas e 
os irmãos beneditinos e dominicanos, entre outros, também exerceram papel fundamental. Saviani 
(2007) demonstra claramente que existia uma interação entre a educação e o catequismo:
Como já foi salientado, há uma estreita simbiose entre educação e catequese na colonização 
do Brasil. Em verdade a emergência da educação como um fenômeno de aculturação tinha na 
catequese a sua ideia-força, o que fica claramente formulado no Regimento de Dom João III 
estatuído em 1549 e que continha as diretrizes a serem seguidas e implementadasna colônia 
brasileira pelo primeiro governo geral (SAVIANI, 2007, p. 31).
 Embora houvesse um grande abismo quanto à diferença cultural entre os indígenas e os jesuítas, 
a missão de catequizar não ficou comprometida, conforme podemos observar na figura a seguir.
Educação dos jesuítas no Brasil-Colônia
 Fonte: Pinterest.
Evolução histórica da educação
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Unidade
1
 Já Oliveira (2017) observa que a crise na educação brasileira tem suas raízes históricas no 
confronto do ensino laico, ou seja, não sujeito a nenhuma religião, em contrapartida com o ensino 
confessional que fora ministrado pelos jesuítas. As bases educacionais ficaram inalteradas por mais de 
200 anos, e com isso o confessional perdurou obstante ao Estado. Muito embora houvesse contribuições 
significativas ao ensino, o interesse real do catecismo era absolutamente outro.
 Palma e Franceshina (2017) denotam em seus estudos que por meio das diversas transformações 
criadas pela Revolução Francesa e Industrial muitos aspectos da educação também mudaram. Com 
o crescimento urbano, a burguesia em emersão e abolição da escravatura, uma nova classe elitizada 
precisava ser aculturada para acompanhar o crescimento e os acontecimentos mundiais. Por isso, em 
1826, Cunha Bueno apresentou a diretriz educacional e surgiu então a divisão do ensino em três graus 
distintos. Assim, o ensino a todos se chamou primário; o secundário era apenas para as províncias e 
finalmente, o ensino superior apenas para a União.
 Caro (a) acadêmico (a), observe que o último acontecimento histórico que datamos foi em 
1826, porém, a história da educação brasileira não parou nesse período. O objetivo do tópico era 
apenas demonstrar ao leitoros primeiros passos e os métodos iniciais de ensino no Brasil. Quer dar 
continuidade a esse estudo? Arregace as mangas e desperte em você o “espírito investigativo” e conheça 
mais sobre a nossa história e evolução.
4. MAS, AFINAL, O QUE É TECNOLOGIA?
Tecnologia
 Fonte: Pinterest. 
Caro (a) acadêmico (a), você já se perguntou realmente o que é tecnologia? Embora utilizemos 
da tecnologia em quase todas as atividades do dia a dia, muitas vezes não nos atentamos a ela.
Unidade
1
Evolução histórica da educação
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Segundo Veraszto et al.(2017) não devemos taxar uma definição exata e precisa sobre o termo 
tecnologia, pois ao longo da história a palavra é conceituada através de compreensões diferentes e 
principalmente com embasamentos teóricos que divergem o tempo todo. 
Nesse sentido, Freire (2014, p. 50) responde ao nosso questionamento: O que é tecnologia?
De forma geral, a resposta à pergunta “O que é tecnologia” demonstra essa concepção de 
história que confia na infinitude do tempo, que entende o progresso como uma estrada em 
que se trilha veloz e lentamente. A alienação quanto a esse percurso, a via do progresso, 
dá-se segundo Benjamin, através de uma relação com o presente, própria dessa concepção 
afirmativa de história, marcada pela falta de nexo, de precisão e de rigor. Perguntar sobre o 
que é tecnologia é apenas uma iniciativa tímida perante um processo de alienação em que a 
razão se conforta em esquecer seus fins e seus limites.
 Diante desses argumentos, podemos compreender que embora apareça em vários ambientes 
e também áreas de conhecimento, a tecnologia é mantida independente ou até mesmo alheia aos 
ambientes e das áreas do conhecimento. Deste modo, a tecnologia muitas vezes tem passado como 
mero utilitário ou ferramenta que é imposta a utilização, porém foi não para isso que ela surgiu.
É necessário olhar para a história da humanidade para entendermos como funciona a tecnologia, 
por exemplo: Quando o homem mais primitivo descobriu a possibilidade de modificar e melhorar 
uma faca feita de pedra por uma faca com o corte de ferro ou quem sabe que salgar alguns alimentos 
faz com que durem mais tempo. Parece simples, mas não é tão fácil assim dependendo do contexto 
histórico em que se vive. Qualquer modificação que aprimora o instrumento/objeto ou que pode 
melhorar o cotidiano contribui para o aperfeiçoamento da tecnologia.
Como podemos então compreender o objetivo da utilização das tecnologias, Pinto (2004, p. 3-4) 
explica:
Usar tecnologia tem como objetivo o aumento da eficiência da atividade humana 
em todas as esferas, principalmente na produtiva. A tecnologia e seu uso são a 
marcada terceira Revolução Industrial. Caracteriza-se pela transformação acelerada 
no campo tecnológico, com consequências no mercado de bens, serviços e consumo; 
no modo de organização dos trabalhadores; no modo de produção; na educação/qualificação 
dos trabalhadores e nas relações sociais.
 Ao percebermos como a tecnologia funciona compreendemos que ela consiste em um melhor 
rendimento para qualquer atividade humana. É certo afirmarmos que atualmente quanto mais 
aprimorado o serviço, máquina ou atividade, mais requer evolução e mais tecnologia.
No entanto, você sabe como tudo isso começou? Gómez (2002) exemplifica que nos Estados 
Unidos foram implantadas novas tecnologias nas portas dos shoppings centers, sensores capazes de 
abrir e fechar as portas de maneira automática possibilitava maior acessibilidade aos consumidores 
cheios de sacolas. Aparentemente algo muito simples, mas com o objetivo alcançado o consumo 
foi estimulado. Outro exemplo simples foi na Alemanha, para diminuir o consumo de água foram 
instaladas nos banheiros novas tecnologias para regular a saída de água. Nestes exemplos, torna-se 
possível observar à importante dinâmica que envolve a finalidade do uso das tecnologias e como isso 
reflete na sociedade.
 Diante de tantas novidades tecnológicas que nos sobrevêm, uma frase cai como uma luva 
de Freire (2014, p.54) “O novo envelhece rápido na era industrial. O que dizer do século XX, com a 
explosão da produção e do consumo?”
Evolução histórica da educação
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Unidade
1
Caro (a) aluno (a), ao finalizarmos esse módulo te convido a pensar em como mudanças 
aconteceram em nosso dia a dia. Você se lembra do seu primeiro celular? Aquele cheio de botões e 
que muitas vezes era enorme e pesado...Pois é, o tempo passou muito rápido e hoje não sabemos às 
vezes dizer quantas vezes já trocamos de celular. 
No entanto, pergunto a você: Se era tão bom seu primeiro celular, pois fazia e atendia ligações, 
por que substituí-lo tantas vezes? A resposta é simples: a tecnologia mudou o celular “tijolão” para 
smartphone, e então, aquele aparelho se tornou obsoleto e não serve mais. Isso acontece com diversas 
coisas, por exemplo: máquina de escrever, disquete,fax, vídeo cassete, máquina fotográfica e tantos 
outros que não é possível listá-los. Muitos de nós nunca utilizamos alguns desses objetos e talvez só 
venha conhecê-los através da internet, que, aliás, é uma ótima tecnologia. Diante de tudo isso só nos 
resta uma pergunta: O que fazer com aquilo que se tornou obsoleto? Bem, vamos deixar esse assunto 
para outra oportunidade.
Você sabia que a Islândia lidera o ranking global do 
Índice de Desenvolvimento de Tecnologia e Informação 
e Comunicação (IDI) em 2017, segundo a Organização 
das Nações Unidas. Já o Brasil ocupa a 66º posição no 
ranking mundial. Aproveite e leia a matéria na íntegra!
Disponível em: <https://nacoesunidas.org/brasil-ocupa-
66o-lugar-em-ranking-da-onu-de-tecnologia-de-informacao-e-comunicacao/>.Fonte: Elaborado pela autora.
CONCLUSÃO
Caro(a) acadêmico(a), nesta unidade foi possível compreendermos conceitos sobre educação 
e como esses conceitos influenciam nossa história. Foi abordado o conceito de educar que, em tese, 
ocupa a ideia de conduzir o indivíduo ao desenvolvimento de maneira completa de sua personalidade. 
Ficou explícito que aquele que transmite o conhecimento aprende como aquele que absorve o 
ensino. Também foi possível compreendermos que o processo de aprendizagem deve promover uma 
transformação intelectual no indivíduo. Nesse sentido, o alargamento da mente acontece com a soma 
de conhecimentos adquiridos pelo indivíduo.
Estudamos sobre o arcabouço histórico que envolve a educação. Descobrimos que na cidade de 
Uruk ao sul da Mesopotâmia foram encontrados os primeiros artefatos da escrita cuneiforme, datados 
por volta de 3.200 a.C. Averiguamos que o povo sumério desenvolveu uma técnica de contabilização 
através de diferentes bolotas de barro. Ficou claro que desde a antiguidade o ensino era transmitido 
pelo mais maduro ao mais novo e que essa práticaé característica presente ainda na maioria dos povos.
Foi abordado um terceiro momento da educação e suas fases importantes na Idade Média, um 
período bastante conturbado no início, porém que contribuiu para a evolução das universidades epara 
o surgimento da doutrina e do pensamento crítico. Vimos como as teses de Lutero foram amplamente 
divulgadas com o advento da invenção da imprensa.
Através desse estudo tornou-se possível compreender como o Capitalismo desenfreado 
promoveu a Revolução Industrial, mas também como manchou a história com o trabalho desumano, 
principalmente, para mulheres e crianças.
Unidade
1
Evolução histórica da educação
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 Analisamos os métodos da igreja Católica na catequização dos indígenas, como a igreja 
influenciou durante muitos anos no método e diretrizes do ensino no Brasil. Também foi possível 
compreendermos como as influências dos portugueses marcaram nossa história e como ficou 
impregnada em nossa terra a fraude e a corrupção.
Por fim, abordamos sobre o conceito de tecnologia, explicamos como ela funciona e como pode 
contribuir em diversos setores da sociedade. Compreendemos como a tecnologia pode trabalhar em 
nosso favor e como pequenos diferenciais nos separam no novo e do obsoleto. 
 Prezado(a) aluno(a), espero que esse conteúdo possa ter contribuído nos seus estudos e que 
tenha instigado a conhecer mais sobre a História da Educação. Sucesso!
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
#FILME#
Título: A classe operária vai ao paraíso
Ano: 1971
Sinopse: Lulu Massa (Gian Maria Volonté) é um 
trabalhador exemplar, dedicado e admirado por seus 
chefes pelo trabalho bem feito, mas detestado pelos demais 
funcionários. Por conta dos baixos salários e das péssimas 
condições de trabalho, o sindicato decide entrar em greve, 
fazendo todos os operários da fábrica pararem. Lulu decide 
não se envolver com o movimento político até o momento 
em que sofre um acidente com uma das máquinas, o que 
lhe custa um dedo. Diantedo descaso de seus patrões com o 
acidente, ele decide participar dos grupos revolucionários.
Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/
filme- 6095/>. Acesso em: 12 jan. 2018.
#LIVRO#
Título: Novas Tecnologias na Educação: Reflexões Sobre a Prática
Autor: Luís Paulo Leopoldo Mercado (Org.)
Editora: EDUFAL
Sinopse: Os textos publicados no livro resultam das reflexões 
produzidas sobre o tema Novas Tecnologias na Educação, 
proporcionando uma visão ampla da evolução do conhecimento 
científico na área de novas tecnologias na educação e da 
metodologia e técnicas de pesquisa como instrumentos de produção 
do conhecimento, introduzindo o uso de novas tecnologias numa 
escola, envolvendo projetos de informática educativa, telemática 
educativa, software educativo, atualização pedagógica. As reflexões 
abordam: a formação de professores frente as novas tecnologias; a 
socialização na Internet através de uma lista de discussão; a escolha 
de softwares livre na escola; a capacitação de professores para 
utilizar novas tecnologias nas escolas públicas; a utilização da informática na sala de aula; 
a terceirização na informática educativa; e a internet como ambiente de pesquisa na escola.
Evolução histórica da educação
21
Unidade
1
REFERÊNCIAS
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Legais. 2013. Disponível em: <http://www.ppe.uem.br/dissertacoes/2008_marcos_pires.pdf>. Acesso 
em: 12 jan. 2018.
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books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=Ajl9rsTOU2gC&oi=fnd&pg=PA11&dq=escrita+cu
neiforme&ots=sMLJLY7_Ko&sig=VlbsVe6YJOHRxDSgNkeEGBPQ7fM#v=onepage&q=escrita%20
cuneiforme&f=false>.Acesso em: 12 jan. 2018.
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teórico. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, v. 2, n. 3, p. 1-13, 2008. Disponível em: <http://
rica.unibes.com.br/index.php/rica/article/view/243/234>. Acesso em: 03 jan. 2018.
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MANACORDA, M. A. História da Educação: da antiguidade aos nossos dias. São Paulo: Cortez, 
2002.
Unidade
1
Evolução histórica da educação
22
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NUNES, R. A. C. História da educação na Idade Média. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 
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PINTO, A. M.As novas tecnologias e a educação. ANPED SUL, v. 6, p. 1-7, 2004. Disponível em: <http://files.novastecnologias9.webnode.com/200000001-1e2d91f276/AS_NOVAS_TECNOLOGIAS_E_A_
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RIETH, R. W. A Reforma, a educação e as universidades. Disponível em:<http://www.ulbra.br/
upload/5af00d56a6492c62edb81dca20f897cf.pdf>. Acesso em 15 dez. 2017.
RIBAS, F. T. T. Introdução à Administração. Livros DigitaisEAD FSG, n. 1, 2017. Disponível em: 
<http://ojs.fsg.br/index.php/eadfsg/article/download/2532/2014>. Acesso em: 12 jan. 2018.
ROSA, G. S. R. et al. O que conta como pesquisa?. Seminário de Filosofia e Sociedade, v. 1, 2018. 
Disponível em: <http://periodicos.unesc.net/filosofia/article/view/4047/3802>. Acesso em: 03 jan. 
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SAVIANI, D. História das idéias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2007.
SFORNI, M. S. F.; GALUCH, M. T. B. Aprendizagem conceitual nas séries iniciais do ensino 
fundamental.  Educar em revista, n. 28, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/er/n28/
a14n28>. Acesso em 15 Dez. 2017.
SILVA JUNIOR, J. M. S. Catequese e Educação: do Brasil colônia aos desafios da atualidade. Revista 
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SOUSA, R. G. Renascimento. Brasil Escola. Disponível em:<http://brasilescola.uol.com.br/historiag/
renascimento.htm>. Acesso em: 06 dez. 2017.
TAKEUCHI, H.; NONAKA, I. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008. 
VERASZTO, E. V. et al. Tecnologia: buscando uma definição para o conceito. Prisma.com, n. 7, 2017. 
Disponível em: <http://pentaho.letras.up.pt/ojs/index.php/prismacom/article/view/2078>. Acesso 
em: 04 jan. 2018.
VIGOTSKY, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. Tradução de Paulo Bezerra. São 
Paulo: Martins Fontes, 2000. 
Unidade
2
Objetivos de aprendizagem 
da unidade
•	 Compreender o papel do Estado na educação
•	 Entender como funciona o Plano Nacional de Educação (PNE)
•	 Conhecer as 20 Metas do Plano Nacional de Educação e 
identificar sua aplicação em alguns estados do País
•	 Perceber o papel da família na educação e na formação do 
indivíduo
O EstadO E a faMília aliadOs PEla 
EduCaçãO
Professora Especialista débora Regina fagundes Candido
Unidade
2
O Estado e a família aliados pela educação
24
iNtROduçãO
Prezado(a) acadêmico(a), ao iniciarmos esta segunda unidade, vamos compreender como o 
Estado e a Família devem caminhar de braços dados em favor da educação e como os planos de 
políticas públicas influenciam no processo de ensino. Analisaremos alguns artigos da Constituição 
Federal de 1988 que impõem ao Estado deveres para disseminar a educação para todos os indivíduos 
e se o Estado tem conseguido cumprir seus objetivos ou tem alterado sua função principal.
 Em seguida,vamos entender como funciona o Plano Nacional de Educação (PNE), em quais 
esferas ele tem atuação, quais são suas prerrogativas estabelecidas e como está o desenvolvimentodo 
seu plano de metas. Além disso,analisaremos a posição do Brasil no ranking mundial da educação.
 Já no terceiro tópico, consultaremos as 20 Metas do Plano Nacional de Educação. Serão 
analisados dados de regiões do nosso país para fazer um comparativo entre as metas estabelecidas e a 
atual situação em relação ao cumprimento das metas.
 Finalizaremos a unidade discutindo o papel da família na educação e na formação do indivíduo, 
pois a família tem papel decisivo na formação do caráter da criança, e principalmente como a família 
está atualmente. Falaremos sobre como os pais agem diante de situações extremas e abordaremos as 
mudanças de postura que os pais tiveram no decorrer da história, além das mudanças que a família 
tem enfrentado diante de um mundo digital.
 Caro(a) acadêmico(a), desejo queo conteúdo dessa unidade lhe proporcione uma metanoia e 
que o(a) incentive a prosseguir estudando! Bons estudos!
1. O PaPEl dO EstadO Na EduCaçãO
Educação, arma poderosa de mudança
 Fonte: Pinterest.
Caro (a) aluno (a), no último tópico da unidade anterior falávamos sobre os primórdios da 
educação no Brasil e como a Igreja desenvolveu a prática de ensino através do catequismo. Após a 
O Estado e a família aliados pela educação
25
Unidade
2
Inauguração da República Brasil, houve então uma separação entre Estado (nação) e Igreja, pois nesse 
momento o país já possuía uma ordenação jurídica pela qual o Estado poderia responsabilizar-se pela 
educação no Brasil.
Desse modo, o governo central do Brasil, assim como estados e municípios, tomaram para si 
atribuições em relação à Educação. Atualmente, no Brasil, a forma de organizar a administração ficou 
conhecida como plano ou projeto de políticas públicas, que nada mais é que: “[...]uma ação do Estado, 
de caráter universal, destinada a atender a todos de forma igualitária.” (MOREIRA, 2008).
Em posse desse entendimento, iniciaremos nosso estudo por meioda Lei máxima do nosso 
país: a Constituição Federal de 1988. Pois bem, o artigo 205 da Constituição estabelece ao Estado a 
competência de educar:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988).
 É possível visualizar que, ao instituir a lei, o legislador preocupou-se em deixar um artigo 
específico para perpetrar que é dever do Estado oportunizar a educação a todos os indivíduos. 
Posteriormente, vamos dar ênfase no papel da família e da sociedade, porém, nesse momento vamos 
priorizar e entender como é o funcionamento e o trabalho do Estado para promover a educação para 
todos os cidadãos. Embora a Constituição Federal seja de 1988, o artigo não se mostra obsoleto; pelo 
contrário: reafirma que a sociedade e a família precisam caminhar de mãos dadas com o Estado para 
promoverem o desenvolvimento do indivíduo.
 Em seu Art. 206, a Constituição Federal de 1988 disciplina que o ensino terá como bases 
alguns princípios:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas 
e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V- valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de 
carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes 
públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos 
termos de lei federal [...]. (BRASIL,1988).
 Nota-se que o legislador trouxe a esse artigo princípios que norteiam uma educação baseada em 
igualdade, liberdade, diversidade de ideias, gratuidade e valorização dos educadores, porém, mesmo 
com a lei assegurando todos esses direitos, na prática não é bem isso que vemos em âmbito nacional. E 
nem precisar ir muito longe: no bairro em que moramos percebemos uma infinidade de problemas.
 Na visão de Pinto (2004),embora seja dever do Estado garantir a educação, a escola acaba por 
assumir efetivamente o papel de assistente social da população mais carente. Neste sentido, perde 
o foco da sua função principal de elaborar o conhecimento e disseminá-lo de maneira igualitária a 
população. A autora faz a crítica: 
Num país onde a escola ainda assume o papel de assistente social e perde de vista sua função 
de produzir e “reproduzir” o conhecimento, faz-se necessário resgatar sua função primordial 
de formar o cidadão para a sociedade atual [...]. (PINTO, 2004, p. 6).
Unidade
2
O Estado e a família aliados pela educação
26Embora o texto da autora tivesse sido escrito há quase 15 anos, percebeu que esse texto é 
verdadeiramente a realidade que encontramos hoje no cotidiano da vida escolar? 
Às portas da eclosão da Segunda Guerra Mundial, Jean Piaget sabiamente anteviu como a educação 
tem papel decisivo em todas as nações e se sobrepõe a quaisquer ideologias e governos. É relevante citar 
neste estudo um posicionamento de Piaget: “Após os cataclismos que marcaram estes últimos meses, a 
educação constituirá, uma vez mais, o fator decisivo não só da reconstrução, mas inclusive e, sobretudo, 
da construção propriamente dita” (PIAGET,1940, p.12apud PIAGET; MUNARI, 2010, p.17).
Parafraseando a ideia de Piaget e aplicando em nossos dias, podemos concordar com o autor que 
a educação deve ser pedra fundamental para a construção ou mesmo a reconstrução de uma sociedade.
“Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução 
será gratuita, pelo menos nos graus elementares e 
fundamentais[...]”
Fonte: Declaração Universal dos Direitos Humanos 
(1948), artigo XXVI.
Disponível em: <http://www.onu.org.br/img/2014/09/
DUDH.pdf>.
2. PlaNO NaCiONal dE EduCaçãO
Plano
 Fonte: Pixabay.
Agora que já compreendemos o porquê de o Estado ter a incumbência de estar à frente da 
educação, podemos estudar como funciona o Plano Nacional de Educação (para facilitar nossa didática, 
utilizaremos a sigla PNE quando tratarmos do Plano Nacional de Educação). Atualmente, a Lei do PNE é 
a nº 13.005 de 25 de junho 2014 e tem vigência de 10 anos. No entanto, em 2009 a Emenda Constitucional 
nº 59 alterou e fez melhorias ao artigo 214 da Constituição Federal de 1988, que embasou o PNE: 
O Estado e a família aliados pela educação
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Unidade
2
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o 
objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir 
diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e 
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações 
integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a:        
 I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção 
do produto interno bruto. (BRASIL, 2009).  
 É possível observar que, através da Lei, o legislador procurou ações para melhorar a Educação. 
Por meio desse plano, o Ministério da Educação pode organizar estrategicamente maneiras de colocar 
a educação de volta aos trilhos. Mas será que o PNE deu certo?
Segundo o Caderno Conhecendo as 20 Metas do PNE (2014), disponível no site do Ministério 
da Educação (MEC), o plano implica ao Brasil encarregar-se de eliminar as desigualdades sociais no 
campo da educação através de um esforço contínuo. 
Atualmente, o plano possui 20 metas para orientar como promover o acesso e a permanência 
nas escolas a fim de erradicar as desigualdades educacionais de cada região do país, identificar o 
potencial de cada localidade e promover a formação para o trabalho e para que os indivíduos possam 
exercer a plena cidadania.
De posse dessas informações, cabe nos atermos também ao Art. 214 da Constituição Federal, 
que possui diretrizes do PNE. A Lei Nº 13.005 de 25 de junho 2014, em seu artigo 2º, disciplina quais 
são os fundamentos desse plano:
Art. 2º  São diretrizes do PNE:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na 
erradicação de todas as formas de discriminação;
IV - melhoria da qualidade da educação;
V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em 
que se fundamenta a sociedade;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como 
proporção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de 
expansão, com padrão de qualidade e equidade;
IX - valorização dos (as) profissionais da educação;
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade 
socioambiental. (BRASIL, 2014).
Podemos perceber que alguns dos incisos são literalmente iguais ao que a Constituição impõe 
ao PNE, o que reforça o peso da obrigação de conduzir o país ao pleno desenvolvimento em uma 
educação de qualidade.
Ainda segundo o Caderno Conhecendo as 20 Metas do PNE (2014), “[...] não há como trabalhar 
de forma desarticulada, porque o foco central deve ser a construção de metas alinhadas ao PNE.” Por 
isso, entes da federação como o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria de Articulação com os 
Sistemas de Ensino (SASE), juntamente com os estados, municípios e o Distrito Federal, procuram 
estabelecer nacionalmente o alinhamento do PNE em todo o país.
Unidade
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O Estado e a família aliados pela educação
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O Brasil está na 60º posição entre os piores no 
Ranking Mundial de Educação
Em 2015, a OCDE (Organização para a 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico) fez 
uma avaliação com alunos de 15 anos de idade 
em 76 países por meio da aplicação de testes de 
ciências e matemática, em que se revelou uma 
dura realidade brasileira.
Disponível em: <http://www.feedbackmag.com.br/humanas-e-o-excedente-de-riqueza-
parte-2/>. Acesso em: 16 jan. 2018.
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3. as 20 MEtas dO PlaNO NaCiONal dE 
EduCaçãO
Direções
 Fonte: Pixabay.
Prezado (a) acadêmico (a), passamos agora a entender como funcionam as metas do PNE e, para 
melhor compreensão, elaboramos um quadro com as 20 metas compiladas e divididas nos setores em 
que cada meta atua. Essas metas, como citado anteriormente, correspondem à vigência de 2014 a 2024:
Vinte metas PNE e Setores de abrangência
 
PNE – PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (VIGÊNCIA: 2014-2024)
Meta estabelecida Setor de Atuação
Meta 1: universalizar até 2016 a educação infantil na pré-escola para as crianças 
de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em 
creches, de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de 
até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE.
Educação Infantil.
Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a popula-
ção de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cin-
co por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada até o último 
ano de vigência deste PNE.
Ensino Fundamental.
Meta 3: universalizar até 2016 o atendimento escolar para toda a população de 
15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste 
PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por 
cento).
Ensino Médio.
Unidade
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O Estado e a família aliados pela educação
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Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdo-
tação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, pre-
ferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional 
inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especia-
lizados, públicos ou conveniados.
Educação Especial.
Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo até o final do 3º (terceiro) ano do 
ensino fundamental.
Ensino Fundamental.
Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por 
cento) das escolas públicas, de forma a atender pelo menos, 25% (vinte e cinco por 
cento) dos(as) alunos(as)da educação básica.
Regular o espaço-tempo na 
educação básica.
Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalida-
des, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem, de modo a atingir as se-
guintes médias nacionais para o Ideb: 6,0 nos anos iniciais do ensino fundamental; 
5,5 nos anos finais do ensino fundamental; 5,2 no ensino médio. 
Avaliação da Educação 
Básica.
Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e 
nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último 
ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor 
escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar 
a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Educação de Jovens 
e Adultos.
Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais 
para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o 
final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% 
(cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. 
Educação de Jovens 
e Adultos.
Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de 
educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integra-
da à educação profissional.
Educação de Jovens 
e Adultos.
Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, 
assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da 
expansão no segmento público.
Educação Profissional
Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% (cinquen-
ta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três por cento) da população de 18 
(dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão 
para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das novas matrículas, no segmento 
público.
Educação Superior.
Meta 13: elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres 
e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educa-
ção superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% 
(trinta e cinco por cento) doutores.
Educação Superior.
Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto 
sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 
(vinte e cinco mil) doutores.
Educação Superior.
Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, política 
nacional de formação dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e 
III do caput do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que 
todos os professores e as professoras da educação básica possuam formação especí-
fica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em 
que atuam.
Direcionado ao magistério e 
aos servidores da educação 
básica.
PNE – PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (VIGÊNCIA: 2014-2024)
Meta estabelecida Setor de Atuação
O Estado e a família aliados pela educação
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Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por cento) dos pro-
fessores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a 
todos(as) os(as) profissionais da educação básica formação continuada em sua área 
de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos siste-
mas de ensino.
Direcionado ao magistério e 
aos servidores da educação 
básica.
Meta 17: valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas de edu-
cação básica, de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos(as) demais pro-
fissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste 
PNE.
Direcionado ao magistério e 
aos servidores da educação 
básica.
Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de carreira 
para os(as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas 
de ensino e, para o plano de carreira dos(as) profissionais da educação básica pú-
blica, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei 
federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.
Direcionado ao magistério e 
aos servidores da educação 
básica.
Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da 
gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desem-
penho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, 
prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.
Direcionado aos diretores de 
escolas.
Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, 
no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do 
País no 5º (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% 
(dez por cento) do PIB ao final do decênio.
Direcionado para o investi-
mento em educação.
Fonte: BRASIL, 2014.
PNE – PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (VIGÊNCIA: 2014-2024)
Meta estabelecida Setor de Atuação
Após fazer a leitura das 20 metas do PNE, torna-se possível assimilar como cada meta, se 
atingida, pode contribuir para a evolução e o aperfeiçoamento da educação.
Para nossa melhor fixação e também para a verificação se as 20 metas do PNE estão sendo 
cumpridas, faremos análises de algumas metas em relação a localidades com bases no Relatório do 
Instituto Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Legislação e Documentos – INEP. 
Observe o próximo quadro com a análise na Meta nº 1 (um) e como ela está sendo cumprida:
Unidade
2
O Estado e a família aliados pela educação
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Meta 1 – Crianças de 4 a 5 anos
Fonte: SIMEC/MEC, 2018.
Disponível em: <http://simec.mec.gov.br/pde/graficopne.php>. Acesso em: 15jan. 2018.
Ao analisar esse quadro, é possível concluir que a meta Brasil está a pouco de se realizar, ou 
seja, menos de 10% para alcançar o objetivo de que as crianças de 4 a 5 anos estejam matriculadas 
nas escolas. Porém, quando analisamos em um âmbito regional, o Sul – composto pelo Paraná, Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul – está um pouco mais longe de alcançar a meta. Observe no quadro que 
a cidade de Maringá em 2014 já tinha atingido 90,9% da meta, no entanto, o Noroeste do estado ainda 
sofre com a dificuldade de vagas e no mesmo período apresentou apenas 81,8% da meta concluída.
A segunda parte da meta trata daquilo que é um grande problema em muitos estados: a falta de 
vagas em escola/creche. Observe o quadro:
O Estado e a família aliados pela educação
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Unidade
2
Meta 1 – Crianças de 0 a 3 anos
 Fonte: SIMEC/MEC, 2018.
Já nesse gráfico, o Brasil não está longe de alcançar o objetivo; parece pouco menos de 16%, mas 
isso significa que em muitas regiões o problema é grave. Muitas mães têm que trabalhar e precisam 
deixar seus filhos com avós, parentes e cuidadores, pois não há vagas suficientes para as crianças. Com 
isso, vemos o direito garantido pela Lei sendo descumprido por falta de estrutura física, professores, 
etc. Veja a situação do Noroeste do estado do Paraná (em vermelho). Como o percentual diminui 
ainda mais, somente 30% da meta foi alcançada. Ao compararmos com a meta do município Maringá, 
a meta atingida de 50% aparece como ultrapassada, porém, a realidade na prática é outra, pois como 
os dados são de 2014 há um contingente de famílias que ainda esperam pela construção de creches 
para que seus filhos tenham acesso.
Vamos analisar agora outra meta muito interessante, a meta número 15, que tratou de garantir 
um regime de colaboração entre a União, os Estados e Distrito Federal, e também os municípios 
que,segundo a meta, no prazo de 1 ano após o início da vigência do PNE os professores teriam 
assegurada a formação profissional específica para área que atuam. Observe o queaconteceu na prática 
no estado de Alagoas e na cidade de Maceió:
Unidade
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O Estado e a família aliados pela educação
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Meta 15 – Professores com Formação Específica
 Fonte: SIMEC/MEC, 2018.
Observe como a região Nordeste está apenas com 38,2% da meta cumprida. Se contarmos o 
período de 1 ano após o PNE estabelecido, já se passaram mais 3 anos e a meta ainda está longe de 
completar pelo menos 50% do objetivo. Com base nesses dados, não há como negar que é possível 
colocar em dúvida a qualidade do ensino que as crianças da educação básica estão recebendo. Claro 
que existem exceções, porém, conforme revelado pela pesquisa, muitos professores estão atuando em 
áreas nas quais não possuem formação específica.
Não é raro encontrarmos professores na rede pública dando aulas em algumas matérias que 
não são suas formações específicas, por exemplo, professor de História dando aula de Filosofia. Fica 
claro que em algum momento de suas graduações tiveram uma carga horária, ainda que mínima, 
sobre a matéria, mas isso não significa que aquele professor está apto para lecionar aquele conteúdo. 
Não podemos generalizar, mas são raras as exceções, pois a maioria vai seguir o livro didático, 
porém, não irá acrescentar nada de novo ou específico, uma vez que lhe falta o conhecimento 
específico para lecionar. Será que você já não se deparou com um professor assim? Mas de quem 
será a culpa dessa situação?
 Outro ponto relevante é que as metas 18, 19 e 20 não possuem informações, dados e projeções. 
Estranho, não é mesmo? Principalmente em se tratando da meta 20, que projeta a ampliação o 
mínimo de 7% de investimento do Produto Interno Bruto - PIB no 5º (quinto) ano de vigência 
do PNE. Será que o governo não tem a informação do quanto foi investido na Educação de 2014 
a 2017? Fique atento, discuta o assunto e cobre das autoridades, isso também é fazer Educação. 
Não podemos esperar que só o Governo fomente a educação. Lembre-se que é papel da família e 
também da sociedade promover a educação.
O Estado e a família aliados pela educação
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Unidade
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Quer saber mais sobre a situação das 20 Metas do PNE no 
seu Estado e Município? Entre no site: <http://simec.mec.
gov.br/pde/graficopne>. Faça sua simulação e descubra o 
resultado de outras regiões. Vale a pena explorar.
Fonte: Elaborado pela autora.
4. O PaPEl da faMília Na EduCaçãO EM 
uM MuNdO diGital
Família
 Fonte: Pinterest.
Prezado(a) aluno(a), no último tópico desta unidade abordaremos o papel da família na 
educação, mas antes é relevante fazermos uma contextualização de família. Nos dias em que vivemos, 
há vários tipos de famílias: famílias de pai, mãe e filho, avós e netos, tios e sobrinhos, pais e filhos, mães 
e filhos e tantas outras formas de denominarmos um grupo familiar. No entanto, o que interessa na 
prática é que pessoas com algum grau de parentesco morem em um mesmo lugar, formem nele um 
lar e que seja um ambiente de amor, segurança e respeito, pois independente de como é constituído o 
grupo familiar, o que irá prevalecer são os princípios por eles estabelecidos. 
Unidade
2
O Estado e a família aliados pela educação
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 O papel dos pais na educação é extremamente importante, inclusive na formação do caráter 
da criança. No entanto, diante de em um emaranhado de informações, experiências e palpites, os 
pais acabam muitas vezes sem saberem como conduzir a educação dos filhos. Observe como Zagury 
(1997, p. 1) explica essa realidade:
A conquista de uma relação baseada no respeito mútuo, no diálogo e na franqueza é sem 
dúvida um passo fundamental para uma boa relação. Na prática, porém, muitos pais 
interpretaram essa necessidade de ouvir a criança como um sinal para abdicarem de qualquer 
tipo de autoridade, confundindo-a com autoritarismo. E educação implica sempre, em maior 
ou menor grau, a necessidade de limitar e às vezes negar alguma coisa aos filhos. O que se 
observa então é uma tendência à inversão de papéis, e não uma mudança qualitativa na 
relação. Agora, o autoritarismo passou a ser dos filhos em relação aos pais.
 Ainda em relação ao estudo de Zagury (1997), no final da frase a autora faz uma observação 
interessante: “Agora, o autoritarismo passou a ser dos filhos em relação aos pais.” Quem de nós nunca 
presenciou uma cena constrangedora de um filho fazendo birra ou pirraça por algo, e o pai ou mãe 
aceitando de maneira submissa aquela reação do filho? Os pais muitas vezes não sabem lidar com a 
situação, o que torna a situação ainda pior.
Diversas vezes, nós até fazemos um julgamento mental: “Ó, que vergonha!”, ou ainda, “Como 
aquele pai não consegue controlar seu próprio filho?” Pois bem, educar não é uma tarefa propriamente 
fácil, mas é totalmente possível.
Nesse contexto, Weber et al.(2004) demonstram em seus estudos que existem três tipos de pais: 
autoritativos, autoritários e permissivos.Os pais autoritativos têm a característica de conduzir seus 
filhos de forma racional e orientada, porém, exercem seu papel de maneira firme e coesa. Esses pais 
não baseiam a educação dos filhos em consensos ou nos desejos das crianças, e deste modo sempre 
promovem o diálogo com ela. Já os pais autoritários são absolutamente controladores, de modo que 
a regras de conduta estabelecidas anteriormente são um método avaliativo da obediência. Esses pais 
são favoráveis a medidas punitivas caso a criança “ande” em desencontro com as regras de conduta. 
Por outro lado, os pais permissivos são mais receptivos aos desejos e às ações da criança. Não são 
adeptos a maneiras punitivas de corrigir, mas educam os filhos mostrando-lhes opções de conduta 
para alcançarem seus objetivos.
Podemos até fazer um comparativo com nossos pais, avós, tios, vizinhos e outros pais que 
conhecemos: por qual dos três tipos de pais fomos criados? Ou ainda, qual tipo de pais nós nos 
tornamos ou vamos ser?
Na ótica de Jean Piaget e Munari (2010), no que se referia aos pais, já na sua época ele vislumbrou 
o que hoje é realidade. O autor dizia que os pais estavam perdendo para o Estado a autonomia de 
escolher e controlar a Educação. Em seus estudos, Piaget demonstrou que a educação transmitida pelos 
pais levava em consideração os métodos antigos. Desse modo, o Estado, por meio das escolas, deveria 
intervir de modo condizente a colaborar com a formação da personalidade da criança. Contudo, não 
é bem isso que vemos na prática, pois em várias situações o Estado se impõe, e a opinião, os princípios 
e os valores da família são contrariados e até mesmo comprometidos.
Toda boa educação começa por respeitar direitos, mas também em cumprir deveres. Quem são 
os atores da educação? Todos nós fazemos parte da formação de alguém, por isso criticar apenas não 
nos torna melhores ou isentos de nossa obrigação como cidadão de promover e incentivar a educação.
O Estado e a família aliados pela educação
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Unidade
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Içami Tiba foi um psiquiatra, escritor e educador que 
se tornou referência no que diz respeito à educação 
dos filhos. Veja o que ele disse:
“É essencial à educação saber estabelecer limites 
e valorizar a disciplina. E para isso é necessária a 
presença de uma autoridade saudável. O segredo 
que diferencia o autoritarismo do comportamento de autoridade, adotado para que a outra 
pessoa se torne mais educada ou disciplinada, está no respeito à autoestima”. (TIBA, 1996).
 
Embora as críticas aos diversos métodos que os pais utilizam para ensinar e educar seus filhos 
seja grande, o que não podemos negar é que cada dia torna-se mais difícil esse processo, pois na era 
digital crianças e adolescentes estão tão “enrolados na teia da conexão” que nem mesmo os pais ou 
familiares conseguem acessar esses pequenos seres humanos.
A intensidade da utilização das mídias digitais pelos jovens é tão crescente que os nossos “meninos” 
estão há muito tempo criando novas formas de expressões e até mesmo variações na linguagem. 
Veja como Pretto (2011) contextualiza

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