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Entidades de Classe da Enfermagem

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• Entidades de classe 
As entidades de classe são órgãos que têm interesses em comum dentro de um grupo de 
profissionais. Na enfermagem, temos três entidades, que são o conselho regional e federal, a 
Associação Brasileira de Enfermagem e os sindicatos. Apesar de todos serem para os profissionais de 
enfermagem, existem algumas diferenças no estatuto que regem essas entendidas, de acordo com os 
interesses e sua representatividade. 
A enfermagem é uma profissão regulamentada por uma lei federal, n. 7.498 de 25 de junho de 1986. 
Ela é fiscalizada pelos conselhos de classe regional, os quais iremos detalhar mais à frente. Além disso, 
o conselho regional tem o suporte do conselho federal, na fiscalização do exercício profissional de 
enfermagem. 
 
 Qual o papel das entidades de classe na formação profissional? 
Os conselhos de enfermagem regional e federal só surgiram após quase trinta anos da promulgação 
da lei do exercício profissional. A Lei Federal n. 5.905, de julho de 1973, autorizou a criação desses 
dois conselhos, com o objetivo de disciplinar e fiscalizar o exercício profissional da enfermagem no 
Brasil. Antes do surgimento desses conselhos, a enfermagem tinha apenas entidades que davam 
suporte científico-cultural e órgãos de defesa da classe, como a Associação Brasileira de Obstetriz, 
União Nacional dos Auxiliares de enfermagem e os sindicatos. 
As entidades de classe são órgãos oficiais que têm como função a seleção, disciplina e fiscalização do 
desenvolvimento da atividade profissional da enfermagem, em todos os níveis auxiliar, técnico e 
superior. Essas entidades atuam no cadastramento do profissional, segundo a legislação 
vigente, avaliam os títulos e qual categoria o profissional pertence, fiscalizam e eliminam o exercício 
ilegal da profissão, fiscalizam o exercício profissional e o cumprimento do Código de Deontologia 
Profissional, punem infratores de acordo com o código de ética profissional e o tipo de infração 
cometida. Além disso, têm papel educativo, promovendo campanhas, cursos e eventos para 
atualização profissional dos enfermeiros em todos os níveis. 
Durante a formação acadêmica, os alunos podem ter acesso a essas entidades solicitando palestras, 
assim com os professores podem fazer esse contato. Anualmente, nas instituições, existe a semana de 
enfermagem, no mês de maio. Essa semana é organizada pela instituição em parceira com os 
professores e alunos do curso de enfermagem e tem uma programação didática diferenciada, voltada 
a assuntos atuais da enfermagem. Essa semana permite a realização da integração entre profissionais 
da prática profissional e os alunos em formação, troca de experiência, atualização sobre os diversos 
temas da enfermagem e ampliação das informações acerca da profissão de enfermagem. Nesse 
momento, é frequente que as entidades de classe participem diretamente de palestras, cursos, oficinas 
ou indiretamente fornecendo panfletos informativos e materiais com atualizações sobre a profissão. 
• Conselho Federal de Enfermagem 
Em 1926 foi criada a Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas, que, em 1954, passou a ser 
chamada de Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn). A ABEn foi responsável pela organização da 
enfermagem por vários anos, organizando o exercício profissional, atendendo suas reivindicações e 
apoiando nas lutas da categoria. Uma das principais solicitações da enfermagem era a criação 
do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e dos Conselhos Regionais de Enfermagem (Coren). A 
idealização dos conselhos pelos profissionais da enfermagem teve como principal 
objetivo regulamentar a atividade profissional em um órgão específico, evitando assim que outros 
profissionais exercessem a profissão sem a devida formação. Diante dessa demanda, em setembro de 
1972 a presidente do ABEn, Glete de Alcântara, encaminhou ao Ministério do Trabalho e Previdência 
Social um projeto para a criação desses dois conselhos. 
O Conselho Federal de Enfermagem é um conselho autônomo federal. Ele é um órgão que tem como 
papel a disciplina dos profissionais de enfermagem no Brasil. O Cofen surgiu em 1973, sendo 
regulamentado pela Lei 5.905, que também criou os Conselhos Regionais de Enfermagem. Em relação 
a jurisdição do Cofen, ele é federal, ou seja, pode atuar em qualquer parte do território brasileiro. 
Atualmente a sua sede fica em Brasília, tendo atendimento ao público em horário comercial nos dias 
úteis. Ele é uma autarquia vinculado com o Ministério Federal. 
O Cofen é filiado ao Conselho Internacional de Enfermagem que fica em Genebra. As principais 
atividades desenvolvidas por ele são: 
• aprovar o regimento interno próprio e dos conselhos regionais de enfermagem; 
• elaborar e atualizar do Código de Deontologia de Enfermagem; 
• normatizar e orientar o funcionamento de todos os conselhos regionais para que 
ocorra um funcionamento padronizado, normatização do exercício dos 
profissionais de enfermagem em nível técnico e superior, 
• zelar pela qualidade do cuidado prestado; 
• garantir o cumprimento da Lei do Exercício Profissional da Enfermagem. 
Os representantes da diretoria do Cofen são escolhidos de três em três pelos enfermeiros, em nível 
auxiliar, técnico e superior, que podem votar virtualmente, sem precisar deslocar. O mandato tem 
duração de três anos, sempre iniciando no dia 23 de abril do ano da eleição e o mesmo grupo 
diretor só pode ser reeleito mais uma vez. Os membros efetivos são nove pessoas. Para ser candidato 
a participar do conselho, é preciso que o profissional de enfermagem seja adimplente, com inscrição 
regular e definitiva, não tendo nenhuma inelegibilidade que o impeça de ser candidato e de assumir 
qualquer cargo da diretoria. 
As condições de elegibilidade são: 
• ter nacionalidade brasileira; 
• estar em dia com o serviço militar para homens com até 45 anos de idade; 
• estar em dia com a justiça eleitoral; 
• estar com a inscrição ativa por no mínimo oito anos no conselho regional. 
Não podem concorrer pessoas que cumpririam o terceiro mandato consecutivo como efetivo ou 
suplente; tenha vínculo empregatício com o Cofen ou Coren; tenha tido o mandato cassado; tenha 
algum processo em julgamento ético, penal ou de impropriedade administrativa nos últimos cinco 
anos; tenha contas irregulares que foram julgadas pelo Coren ou Tribunal de Contas da União nos 
últimos cinco anos, carteira profissional vencida ou preste informações errôneas aos candidatos da 
chapa que está representando (COFEN, 2019). 
Os cargos da diretoria são presidente, vice-presidente, primeiro secretário, segundo secretário, sendo 
que esses cargos são privativos para enfermeiros. Os cargos de tesoureiro e segundo tesoureiro, 
devem ser ocupados preferencialmente por técnicos e auxiliares de enfermagem, porém se não houve 
nenhum candidato para esses dois cargos, pode ser eleito um enfermeiro. Existem ainda três membros 
do conselho que não têm nenhum cargo específico atribuído, totalizando os nove gestores. 
Os suplentes são mais nove profissionais de enfermagem (COFEN, 2019). 
 
 Atribuição de cada membro do Cofen 
A lei n. 5.905, de 12 de julho de 1973 traz as atribuições de cada um dos dirigentes que constituem a 
diretoria do Cofen. Abaixo vamos descrever cada uma delas. 
O presidente do Cofen é responsável por supervisionar as atividades do Cofen e dos Corens, com base 
na legislação vigente e nas determinações do plenário e da diretoria. Ele deve zelar pelo livre exercício 
profissional da enfermagem, pela dignidade e independência dos conselhos federal e regionais. Deve 
representar os conselhos federal e regionais junto aos Órgãos Regionais Públicos e provados, porém 
no caso dos conselhos regionais isso só irá ocorrer quando ele abranger mais um Coren. O presidente 
deve prestar orientações aos presidentes dos Corens, quando for solicitado, além de preservar as 
resoluções, decisões e qualquer outra deliberaçãodo Cofen. Ele ainda é responsável por propor a 
política em relação a normatização, disciplinamento e fiscalização do exercício da profissão de 
enfermagem; convocar assembleia geral com os delegados regionais por deliberação do plenário; 
presidir as reuniões e convocar suplente para substituir faltas, impedimentos ou vacâncias no conselho. 
Em posse do cargo, ele é responsável por presidir e dar a posse para os profissionais eleitos para 
Conselheiros Federais, cargos da diretoria, integrantes de comissões de tomada de contas, 
conselheiros regionais ou federais designados. Em documentos oficiais como resoluções, decisões, 
portaria e atas, ele deve assinar junto com o primeiro secretário e as atas da diretoria devem ser 
assinadas por ele e pelo segundo secretário. Em relação à tesouraria, ele deve encaminhar junto com 
a primeira tesouraria projetos de orçamento do Cofen, eles também devem autorizar e supervisionar 
a execução do orçamento do Cofen. Os movimentos realizados pelo Cofen em contas bancárias, por 
exemplo, devem ter cópias de cheques e expedientes que foram direcionados a outra instituição, sendo 
esse movimento feito pelo presidente do Cofen e a primeira tesouraria. O presidente ainda decide ad 
referendum em casos de urgência que necessitem medidas imediatas, porém obrigatoriamente o ad 
referendum deve fazer parte da pauta da reunião subsequente. Por fim, o presidente, junto com o 
primeiro secretário, deve elaborar o relatório anual e apresentar ao plenário para aprovação até o dia 
28 de fevereiro do ano subsequente. Outras atividades podem ser exercidas desde que determinadas 
pela legislação em vigor e pelo regimento interno. 
O vice-presidente pode substituir o presidente em faltas eventuais ou em algum impedimento que ele 
não possa estar presente. Ele atua colaborando nas atribuições das tarefas direcionadas ao 
presidente, pode dar posse à presidência reeleita, exerce as atividades que estão em sua competência 
no regimento vigente. 
O primeiro secretário pode assumir a presidência em caso de ausência concomitante do presidente 
e do vice, devido à falta ou algum impedimento eventual. Além de estar presente auxiliando o 
presidente em diversas atividades descritas anteriormente. 
O segundo secretário pode substituir o primeiro secretário em caso de falta ou algum imprevisto 
eventual. Ele deve secretariar reuniões da diretoria, elaborar as atas e assiná-las junto com o presidente 
e os demais conselheiros presentes nas reuniões. Além disso, deve auxiliar o primeiro secretário, 
quando solicitado, e pode exercer outras atividades determinadas no regimento vigente. 
O primeiro tesoureiro deve elaborar e apresentar para a diretoria, junto com a presidência a proposta 
orçamentária do Cofen. A movimentação bancária, assinatura de cheques e qualquer outro documento 
com finalidade bancária deve ser feita com a assinatura da presidência, e uma cópia deve ser retirada 
para manter em posse da tesouraria para prestação de contas. Toda a movimentação financeira é de 
sua responsabilidade, e ele pode solicitar ajuda do segundo tesoureiro. 
O segundo tesoureiro pode substituir o primeiro tesoureiro em faltas ou impedimentos eventuais, 
deve colaborar com o primeiro tesoureiro quando solicitado. Além disso, deve elaborar anualmente a 
relação de bens, providenciar o tombamento e a alienação deles, quando inservíveis à entendida. 
Todos os membros da diretoria devem trabalhar em conjunto e de forma colaborativa, para que 
tenham uma gestão tranquila, harmônica e transparente para a comunidade. Dessa forma, podendo 
lutar pelos direitos da enfermagem, bem como exigir que essa exerça sua função com qualidade e 
dentro da legislação. 
 Competências do Cofen 
O Conselho Federal de Enfermagem é responsável pela aprovação dos regimentos dos Corens e do 
Cofen; decidem sobre a instalação ou desativação do Conselho Regional; elabora o Código de Ética e 
de Processos Éticos de Enfermagem, podendo alterá-los. Além disso, delibera sobre provimentos e 
instruções a serem baixados em relação a procedimento e regulação dos Corens; sobre os modelos de 
o modelo das carteiras profissionais; sobre os meios de colaboração entre Cofen e Corens; sobre a 
alteração, inovação e suplementação da legislação da Enfermagem em relação a assistência e ao 
ensino-pesquisa; sobre normas e disciplina do exercício profissional e ocupacional da enfermagem; 
sobre assuntos de interesse da enfermagem, promovendo a sua defesa e de quem exerce a profissão 
legalmente; sobre as normas das eleições dos Conselheiros e suplentes do Cofen e Corens; sobre 
valores das anuidades recolhidas; sobre eventos científicos e culturais voltados para a Enfermagem; 
sobre a criação de órgão oficial para publicação de documentos e atos dos Conselhos de Enfermagem 
e sobre a representação do Cofen e Corens frente ao Poder Público em solenidades e relação com 
terceiros. 
O Cofen ainda é responsável por estabelecer as diretrizes que disciplinam, normatizam e fiscalizam o 
exercício profissional da enfermagem; estabelece áreas de especialização da enfermagem e quais os 
critérios mínimos para obter o registro e inscrição de especialista; autoriza a criação de câmeras 
técnicas; aprova a previsão orçamentária anual dos conselhos; participa da elaboração e execução de 
políticas de saúde. O Cofen também auxilia os Corens em processos que requerem a cassação do 
exercício profissional e sempre que há qualquer necessidade de suporte para esses conselhos (COFEN, 
2000). 
 Resoluções do Cofen sobre o exercício profissional da Enfermagem 
O Cofen tem como uma das suas funções deliberar normativas e resoluções que visam a melhorar 
as condições de trabalho para o profissional da enfermagem assim como melhorar a qualidade da 
assistência prestada por ele. A seguir, vamos conhecer algumas dessas resoluções. 
A enfermagem, por muitos anos, como sabemos pela história da profissão realizou diversas técnicas 
que não eram regulamentadas, como a prática da sutura. Em 2003, o Cofen por meio da Resolução n. 
278/2003 proibiu que o procedimento fosse feito profissionais de enfermagem, exceto em casos de 
risco iminente de morte e que não tenha possibilidade de o médico realizar o procedimento, como 
quando ele não estiver presente no local e não puder esperar a sua chagada devido a gravidade do 
paciente (COFEN, 2003). Nesse mesmo ano, a enfermagem foi proibida de auxiliar em procedimentos 
cirúrgicos, até então a prática ocorria com frequência, oferecendo risco ao paciente, devido à não 
capacitação dos profissionais para a auxiliar nos procedimentos (COFEN, 2003). 
 
 
Figura 1 – A resolução Cofen Nº278/2003 proibiu a realização de práticas cirúrgicas por enfermeiros. 
 
Em 2009, o Cofen regulamentou a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), através do 
Processo de Enfermagem em todos os ambientes que prestem assistência de enfermagem. Lembrando 
que essa a SAE só pode ser feita por enfermeiros, mas a sua implementação pode ter o auxílio do 
técnico de enfermagem. 
No ano de 2010, o Cofen aprovou a Resolução n. 370/2010 que trouxe o código de processo ético dos 
conselhos de enfermagem. Esse código deve ser aplicado por todos os conselhos de enfermagem do 
Brasil, sendo que ele tem como objetivo normatizar e sistematizar as normas a serem seguidas (COFEN, 
2010). 
Em 2011, pela Resolução n. 388/2010, ficou normatizado que o acesso venoso, via cateterismo 
umbilical só pode ser realizado pelo Enfermeiro, ou seja, não mais pelo técnico de enfermagem. Essa 
mudança ocorreu, pois, esse procedimento demanda competência técnica e científica, sendo um 
procedimento complexo e que qualquer erro pode levar a consequências graves à vida criança (COFEN, 
2011). Além disso, passou a ser função privativa do enfermeiro a punção para fins como a gasometria 
e a monitorização da pressão arterial invasiva. Até então, o técnico realizava o procedimento, que passaa ser realizado somente pelo enfermeiro a partir da Resolução n. 390/2011. 
Já em 2012, foram normatizados, pela Resolução n. 425/2012, os procedimentos de enfermagem para 
a contenção mecânica do paciente, que até então não tinha nenhuma norma que regulamentasse 
como fazer e quando deveria ser feito (COFEN, 2012). A contenção mecânica é um procedimento que 
deve ser evitada pelos profissionais de enfermagem, porém, em algumas circunstâncias sua realização 
é necessária. Se for o caso, o profissional deve estar atento, para que não decorra em nenhum dano 
ao paciente. 
Em 2016, foi publicado um guia com recomendações para o registro da enfermagem nos prontuários 
dos pacientes. Não é incomum ainda hoje encontrar prontuários com anotações pequenas, 
incompletas ou até mesmo a ausência dessas anotações. A anotação é importante não só pelo registro 
do que foi realizado, mas é uma fonte de comunicação entre os professionais de enfermagem e os 
outros profissionais que assistem o paciente, pois, muitas vezes, a leitura da evolução do plantão 
anterior determina as condutas que serão realizadas, além de permitir avaliar o progresso da saúde do 
paciente (COFEN, 2016). 
Essas resoluções são exemplos de algumas publicações que o Cofen fez para auxiliar, melhorar e 
a amparar a enfermagem durante o seu exercício profissional. Mas o profissional deve estar sempre 
atento a essas resoluções que passam por constantes atualizações e modificações, devido a estudos 
científicos que mostram a necessidade de mudanças para melhorar o atendimento prestado. Além 
disso, algumas resoluções podem ser inapropriadas com a prática, necessitando de adequações ao 
longo dos anos. 
• Conselho Regional de Enfermagem 
Os Conselhos Regionais de Enfermagem (Corens), são órgãos sediados em cada capital brasileira, que 
têm como ação a disciplina e fiscalização do exercício profissional da enfermagem, observando as 
diretrizes gerais emitidas pelo Conselho Federal de Enfermagem. Esse conselho tem, então, como 
objetivo principal zelar pela qualidade da assistência prestada pela enfermagem, respeitando o Código 
de Ética e cumprindo a Lei do Exercício Profissional. 
O Coren surgiu junto com o Cofen, em 1973, quando foram criados pela Lei n. 5.905. De acordo com 
essa lei, o Coren é responsável (BRASIL, 1973): 
• pela inscrição ou cancelamento dos profissionais de enfermagem; 
• pela disciplina e fiscalização do exercício profissional; 
• pela execução das instruções e provimentos do Cofen; 
• pela manutenção do registro dos profissionais de enfermagem na respectiva 
jurisdição; 
• por conhecer e decidir as penalidades sobre crimes de ética profissional; 
• por elaborar proposta orçamentária anual e o regimento interno submetendo-os ao 
Cofen para aprovação; 
• por expedir a carteira profissional; 
• por publicar anualmente relatório sobre o trabalho desenvolvido e o número de 
profissionais registrados de acordo com a categoria profissional; 
• por fazer propostas ao Cofen que visem à melhoria do exercício profissional; 
• por estabelecer o valor da anuidade; 
• por apresentar anualmente prestação de contas ao Cofen até o dia 28 de fevereiro. 
O conselho é coordenado pelos próprios inscritos, ocorrendo uma eleição direta em que o mandato é 
de três anos, podendo ocorrer uma reeleição. 
 Como atua o Coren: 
O Coren tem unidade sediada nas capitais e tem como papel auxiliar o profissional em casos de 
dúvidas e até mesmo no registro de denúncias. Além disso, promovem cursos, palestras, boletins 
informativos para toda a comunidade da enfermagem. O enfermeiro deve procurar a unidade da sua 
jurisdição para realizar o registro e manter a anuidade em dia, para que seu registro não apresente 
nenhuma pendência. Em caso de mudança de nome, estado civil, endereço, mudança de categoria ou 
especialização, o profissional é responsável por avisar o Coren em que está inscrito para a atualização 
dos dados. 
Em algumas cidades, existe um escritório fiscal com representantes do Coren, que podem receber a 
documentação necessária para o registro profissional ou renovação, quando a cidade fica distante da 
sede, porém, o prazo para que ocorra toda a tramitação é maior, pois os documentos são levados para 
a sede, na capital, onde são analisados, a demanda é realizada e, depois, encaminhada para o município 
de origem. 
Em relação à fiscalização, ela ocorre com a finalidade de instruir as unidades de saúde, por meio de 
discussões técnicas baseadas na legislação vigente. Em relação às atividades de enfermagem, são 
observadas o exercício profissional, as condições de trabalho e se estão seguindo o código de ética 
profissional, bem com as legislações vigentes. 
Os conselhos regionais de enfermagem têm a fiscalização como sua missão principal, sendo uma 
atividade de suma importância para a sociedade, instituições de saúde e para os próprios profissionais 
de enfermagem. O papel dos Corens é prevenir o exercício ilegal do profissional de enfermagem, 
bem como evitar situações que decorram em desconformidade da ética profissional. Assim, os 
conselhos buscam promover as melhores condições de trabalho e segurança para o profissional da 
enfermagem. Além disso, ele deve fazer cumprir as legislações que visam a segurança a assistência 
enfermagem-paciente e o serviço de saúde. 
A fiscalização realizada pelo Coren tem um limite, que é estabelecido pela legislação de enfermagem. 
Ela fiscaliza, então, a enfermagem, portanto, o profissional deve estar atendo para não confundir por 
exemplo o papel de outras autoridades como vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, ministério 
do trabalho com o Coren, cada um tem sua competência na fiscalização. 
Algumas irregularidades comuns que o Coren encontra durante a fiscalização são, por exemplo, o 
dimensionamento dos profissionais de enfermagem em número insuficiente para atuar na demanda 
da instituição; ausência do enfermeiro como responsável técnico para o serviço de enfermagem. Além 
disso, exercício de atividades ilegais, como enfermeiros auxiliando em procedimentos cirúrgico, 
administrando medicamentos por ordem verbal em situações que não são de emergência. Também é 
comum encontrar problemas com os documentos, como a inexistência da certidão de 
responsabilidade técnica, ausência de instrumentos administrativos do serviço de pacientes ou quando 
existentes estão desatualizados. Outro problema comum são os registros da enfermagem no 
prontuário do paciente inexistente ou quando preenchidos são insuficientes e incompletos, o que está 
em desacordo com a legislação vigente. 
A fiscalização, portanto, tem o papel de notificar por escrito, verificando novamente se as condições 
foram alteradas. Em alguns casos as penalidades precisam ser reaplicadas de forma mais rigorosa, 
como multas e em alguns casos até a cassação do exercício profissional de enfermagem, quando 
ocorrem lesões graves ao paciente decorrentes da assistência inadequada prestada. Porém, devemos 
lembrar que o Coren não é um conselho meramente punitivo, ele tem caráter educativo. As punições 
irão ser aplicadas conforme as necessidades de cada situação, conforme o Código de Ética do 
Profissional de Enfermagem, que veremos mais detalhadamente nos próximos capítulos. 
 
 Registro de Empresas ao Coren 
Em 2001, o Cofen aprovou a Resolução n. 578 de 12 de julho de 2001, que dispõe sobre as normas 
para o registro de empresas que tenham atividade de Enfermagem e as suas anotações referentes as 
atividades de enfermagem frente à responsabilidade técnica. Assim, todas as empresas que prestem 
serviços de enfermagem ou executem atividade básica na área da enfermagem mesmo que seja 
supervisão e treinamento de recursos humanos devem estar vinculadas ao Coren da região em que 
está atuando. O objetivo dessa norma é assegurar que as atividades exercidas por esses profissionais 
sejam compatíveis com a exigência ética do exercício da enfermagem(COFEN, 2001). 
Essa resolução considera como empresa todo empreendimento de enfermagem realizado em 
instituições de saúde, hospitalar ou não. Ela divide as empresas em classe A que são aquelas que 
desenvolvem ações de enfermagem ligadas à promoção, proteção, recuperação e reabilitação da 
saúde: 
• A.1 
Atividades de supervisão. 
• A.2 
Atividades de prestação e/ou execução de serviços. 
• A.3 
Atividades de treinamento de recursos humanos. 
Já a classe B desenvolve atividades que não são especificamente da enfermagem, mas têm ligação com 
a área: 
• B.1 
Atividades de supervisão. 
• B.2 
Atividades de prestação e/ou execução de serviços. 
• B.3 
Atividades de treinamento de recursos humanos. 
Diante disso, essas empresas precisam de um enfermeiro responsável técnico por turno, ou seja, se 
funcionar 24 horas, um no período diurno e outro no período noturno. O registro deve ser solicitado 
ao Coren cabendo a ele avaliar se aceita ou não. A negativa pode ocorrer casos em que não haja um 
enfermeiro na direção dos serviços de enfermagem, os profissionais não sejam todos regularizados 
junto ao Coren ou não especifique – no contrato social, estatuto, regulamento, regimento ou instruções 
– as funções do enfermeiro assistencial e do enfermeiro responsável técnico. Quando ocorrer a recusa 
do registro, a empresa tem 60 dias para resolver as irregularidades, em caso de descumprimento o 
Coren pode aplicar punições (COFEN, 2001). 
Mas como é feito o requerimento? Vamos detalhar o passo a passo. Primeiramente, a empresa precisa 
requerer o registro em até 30 dias após o arquivamento de seus atos constitutivos nas repartições 
competentes. O pedido é feito em formulário específico, que conta nome ou razão social da empresa, 
número da inscrição estadual ou municipal, endereço do estabelecimento, nome e número da inscrição 
no conselho do enfermeiro dirigente pelas atividades de enfermagem na empresa, relação de nome e 
registro dos demais profissionais de enfermagem da empresa. Junto com essas informações devem ser 
anexados cópias do contrato social, estatuto todos registrados nas repartições competentes, ata de 
eleição ou designação dos atuais dirigentes, contrato firmado entre a empresa e o profissional de 
enfermagem especificando suas atividades e a responsabilidade técnica. Caso não tenha nenhum 
impedimento, o Coren libera por cinco anos a licença, a qual, ao fim desse prazo, pode ser renovada. 
Os dados do registro são enviados também ao Cofen (COFEN, 2001). 
A empresa deve ficar atenta, pois pode haver cancelamento do registro em casos de mudança de classe, 
encerramento da atividade, penalidades aplicadas à empresa e à falência. Quando o cancelamento for 
realizado até o dia 31 de março, a pessoa jurídica ficara livre do pagamento da anuidade do exercício 
profissional, mas, se for feito após essa data, a anuidade deverá ser paga proporcionalmente os 
meses transcorridos (COFEN, 2018). 
• Associação Brasileira de Enfermagem 
No ano de 1926, surgiu a Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas formada pela Escola de 
Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública (Escola Ana Nery atualmente) no Rio de 
Janeiro. Dois anos depois, foi registrada com uma associação jurídica. Essa associação manteve o nome 
até o ano de 1954, quando passou a ser chamada de Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) e 
manteve o nome até os dias atuais. 
A ABEn é uma associação cultural, científica e política. Ela é uma personalidade jurídica, com direto 
privado e que abrange todos os profissionais da enfermagem e alunos em formação no nível técnico 
ou superior. A ABEn ainda congrega cursos, associações ou sociedades de especialistas que se associam 
a ela sem fins lucrativos. 
Hoje, a ABEn tem um número ilimitado de associados, organizados por seções federadas em cada 
estado e uma diretoria nacional. Ela ainda tem um estatuto nacional e estatual que a rege. Ela foi 
reconhecida em 1952, por meio do Decreto n. 31.417 de setembro daquele ano, como uma associação 
de Utilidade Pública. A ABEn tem normativas próprias que regula a sua administração. 
O estatuto da ABEn traz que a sede principal está situada em Brasília, representação nacional e a 
representatividade estadual tem suas entendidas situadas capitais de cada estado. O estatuto define 
dezenove finalidades da ABEn, sendo elas reunir todos os profissionais de enfermagem de nível 
auxiliar, técnico e superior, bem como os estudantes dos cursos profissionalizantes ou de graduação 
em enfermagem; incentivar a cooperação e solidariedade entre os associados; promover o 
desenvolvimento técnico-cientifico e cultural dos profissionais de enfermagem; defender os interesses 
da enfermagem em relação as questões sociais, seguridade, saúde e educação. Além disso, articular e 
promover a troca de conhecimento entre instituições nacionais e internacionais, visando a melhoria e 
o desenvolvimento da enfermagem; outorgar título de especialista a enfermeiros que mostrem 
capacidade técnica-cientifica em processos avaliativos coordenados pela ABEn (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, 2018). 
A ABEn busca representar a enfermagem de forma coletiva, promovendo o crescimento social, político 
e científico dos profissionais. Podem associar a ela enfermeiros, técnicos de enfermagem, estudantes 
como sócios especiais. A afiliação requer um pagamento anual que irá variar o valor em cada estado. 
A associação À ABEn não é obrigatória para o exercício profissional, como ocorre no Conselho de 
Classe Regional. Apesar de ser opcional, a vantagem de ser um associado é que permite uma melhor 
organização política em relação às questões de enfermagem. Os filiados podem participar de eventos 
com descontos, além de terem acesso aos eventos exclusivos da ABEn. Eles, ainda, são informados por 
boletins eletrônicos sobre atualidades na enfermagem, mantendo sempre atualizados sobre os 
principais temas e discussões da enfermagem e da saúde. 
Além disso, os associados podem obter títulos de especialistas em diversas áreas, a partir da realização 
de provas específicas que são organizadas por essa associação. A associação tem algumas condições 
para os sócios efetivos, como a obrigação de estarem cadastrados em uma jurisdição estadual ou na 
sede e comprovem pagamento integral da anuidade a ABEn; o sócio estudante precisa ter a mesma 
filiação e pagamento da anuidade, porém, é cadastrado como estudante, pois ainda não tem o registro 
profissional. 
Nem todos os estados têm uma representação da ABEn, por isso, para requerer a associação, nesses 
casos, o estudante ou profissional pode entrar em contato direto com a sede. Nos casos de não 
pagamento de anuidade ou de não preenchimento dos os requisitos, o indivíduo pode ter o pedido de 
associação negado ou, em alguns casos, se for filiado ele pode ser descredenciado (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, 2018). 
Os sócios efeitos podem votar, estar presentes em reuniões da ABEn, participar de reuniões e 
assembleias com direito ao voto, inscrever em eventos promovidos pela ABEn com valores 
diferenciados; participar de eventos internacionais que a ABEn esteja associada com condições 
especiais; inscrever em processos de obtenção de título de especialista conforme as normas de cada 
especialidade; participar de estudos e debates promovidos pela ABEn e eles ainda têm prioridade em 
programas e projetos que são desenvolvidos por essa associação. Porém, os sócios efetivos têm 
obrigações a seguir, como estar de acordo com o estatuto, regimento e resoluções da ABEn; recolher a 
contribuição destinada a ABEn; cooperar na divulgação de eventos da associação; representar a ABEn 
em eventos que for indicado e pautar sua conduta sempre nos princípios éticos e de solidariedade 
conforme o estatuto vigente (ABEn, 2018). 
Essa associação é constituída de órgãos estatuários com poder deliberativo que são a Assembleia 
Nacional de Delegados (AND)e o Conselho Nacional da ABEn (CONABEn). A AND é um órgão que tem 
poder máximo de deliberação da ABEn. Ela pode deliberar questões de interesse da ABEn, deliberar 
sobre o plano de trabalho da diretoria nacional e o relatório anual; fixar o valor da contribuição 
destinada a ABEn e o valor a ser repassado pelas seções; eleger conselho fiscal, deliberar sobre o 
estatuto da ABEn zelando pelo seu cumprimento; deliberar sobre venda ou compra de bens móveis ou 
imóveis entre diversas outras competências administrativas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
ENFERMAGEM, 2018). 
Já a CONABEn é um órgão subordinado à AND, que tem como competência definir estratégias para 
políticas de trabalho da ABEn, de acordo com as diretrizes e deliberações da AND; deliberar sobre 
atividades definindo época, local e programação científica dos Congressos Brasileiros de Enfermagem 
e demais eventos nacionais ou internacionais no país; regular os critérios de filiação e desfiliação de 
escolas, cursos e unidades de enfermagem (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM, 2018).

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