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A conquista da América

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A conquista da América, mais precisamente, a América espanhola que é particularmente retratada na tese em questão, se deu por meio de expedições que trouxeram ocupações espanholas ao novo mundo. A primeira expedição espanhola chegou à américa em 1492, liderada por Cristóvão Colombo, que morreu depois de fazer mais três viagens à américa, porém acreditando até o último momento ter chego às Índias. 
 Entre inúmeras outras expedições, era possível ver através dos relatos que os espanhóis viam os povos originários daquelas terras como sendo inferiores, e utilizavam não apenas de sua força bélica para as conquistas, mas também, do próprio medo e reverencia existente na cultura daquele povo, como observamos nos relatos, um dos motivos para a passividade diante dos avanços espanhóis naquelas terras tinha a ver com a crença de que os conquistadores liderados por Hernán Cortez eram mensageiros de Quetzacoatl, que era a divindade criadora, segundo os astecas.
 Hernán Cortez, por sua vez, queria entender os signos e utiliza-los à seu favor, então o mesmo sintetizou vários dados, sabendo que a grande fraqueza dos índios era a falta de informações sobre outras civilizações, ele se aproveitou desse mito, e da crença de que os espanhóis eram deuses para que houvesse uma certa passividade, e, sem dúvidas, o domínio desses signos ajudou Cortez a dominar o antigo império asteca. 
 
Essa força tem um nome: Cortez. Ele sintetizou vários dados. A diferença radical entre espanhóis e índios, e a relativa ignorância de outras civilizações por parte dos as tecas levavam, como vimos, à idéia de que os espanhóis eram deuses. Mas quais deuses? É aí que Cortez deve ter fornecido o elo que faltava, estabelecendo a relação com o mito, um tanto marginal, mas totalmente pertencente à "linguagem do outro", da volta de Quetzalcoatl. Os relatos que se encontram em Sahagún e Durán apresentam a identificação Cortez-Quetzalcoatl como tendo sido produzida no espírito do próprio Montezuma. Mas essa afirmação prova somente que, para os índios da pós-conquista, isso era verossímil; ora, é certamente nisso que se baseia o raciocínio de Cortez, que procurava produzir um mito bem índio. Em relação a isso, dispomos de provas mais diretas.
Todorov considerava que as sociedades ocidentais tendiam a ver os outros não em suas próprias características e capacidades, como diferentes formas de um mesmo animal (o ser humano) se adaptar a diferentes ambientes, mas sim como versões inferiores de si mesmos.
Em outras palavras, os europeus viam os nativos não em suas capacidades e habilidades, mas sim nas diferenças que eles tinham em relação aos europeus e consideram que, por não serem iguais aos europeus, os nativos então deveriam ser considerados como inferiores. Isto contribuiu para justificar, ideologicamente, a tomada de territórios, a aculturação e a morte dos nativos, vistos ora como "selvagens" que deveriam ser parados e ora como "crianças" que deveriam ser educadas, mas nunca como seres humanos igualmente dignos.
A visão empregada por ele era de que, ao enxergar o nativo como seu semelhante, Colombo imprimia no indígena os seus próprios valores. Logo, acreditava que eles tinham o nobre direito de ser evangelizados.
Por outro lado, quando não projetava a sua própria identidade sobre os demais, negando que eles também pudessem ter a própria, Colombo via o índio por meio da diferença, o colocando como alguém ou superior ou inferior.
E, claro, nesse caso o índio jamais seria visto por Colombo como alguém superior. É o que fez com que fossem vistos como “bons selvagens” ou como alguém que serviria para ser escravizado ou, ainda, levado para a Espanha como amostra. É isso que nos apresenta Todorov por meio dos diários do descobridor que relata em 12/11/1492 que “Eles me trouxeram sete cabeças de mulheres, jovens e adultas, e três crianças”. Por isso, Todorov revela que para Colombo “Ser índio, e ainda por cima mulher, significa ser posto, automaticamente, no mesmo nível que o gado”

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