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Desenvolvimento dos Sistemas de Proteção dos Direitos Humanos

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A PERSPECTIVA DE 
DESENVOLVIMENTO DOS 
SISTEMAS DE PROTEÇÃO 
DOS DIREITOS HUMANOS
Prof. Luiz Gonzaga Silva Adolfo
 
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Nesta unidade temática, você vai aprender
▪ A caracterizar a evolução histórica do sistema internacional de proteção dos direitos
humanos.
▪ A identificar os sistemas regionais de proteção dos direitos humanos.
▪ A compreender o sistema brasileiro de proteção dos direitos humanos.
 
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Introdução
Iniciaremos no primeiro ponto com a análise do sistema internacional dos direitos humanos.
Demonstraremos como e a partir de quais patamares a consagração dos Direitos Humanos é
uma evolução na história da humanidade.
No segundo subitem passa-se ao denominado sistema regional de proteção dos Direitos
Humanos, a maioria deles inspirados na fundamentação e consolidação da ordenação
internacional.
Finalmente, na terceira posição, analisaremos o sistema brasileiro de proteção dos Direitos
Humanos, que também teve, é claro, inspiração no patamar internacional e nas experiências
regionais, principalmente entre nós, a partir da Constituição Federal de 1988.
Bom estudo!
A perspectiva de desenvolvimento dos 
sistemas de proteção dos direitos humanos
O sistema internacional de proteção dos direitos humanos
A controvérsia sobre o fundamento e a natureza dos direitos humanos sempre se deu de forma
intensa, mormente no que se refere aos direitos naturais e inatos, direitos positivos, direitos
históricos ou, ainda, direitos que advêm de determinado sistema moral, dado que o
questionamento ainda permanece ativo no pensamento contemporâneo (PIOVESAN, 2018).
Além do mais, o maior problema, atualmente, não é mais o de fundamentar os Direitos
Humanos, e sim o de protegê-los, sendo objetivo do Direito Internacional dos Direitos Humanos,
resguardar o valor da dignidade humana, engendrada como âmago dos direitos humanos
(PIOVESAN, 2018).
 
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Avulta-se que o Direito Humanitário, a Liga das Nações e a Organização Internacional do
Trabalho assentam-se como as primeiras estremaduras do processo de internacionalização dos
direitos humanos (PIOVESAN, 2018). E, nesse passo, tem-se o Direito Humanitário como um
componente de direitos humanos da lei da guerra (the human rights component of the law of war),
sendo o Direito que se adota na hipótese de guerra, no intuito de fixar limites à atuação do
Estado e asseverar a observância de direitos fundamentais. É a entonação abaixo:
“A proteção humanitária se destina, em caso de guerra, a militares postos fora de combate
(feridos, doentes, náufragos, prisioneiros) e a populações civis. Ao se referir a situações de
extrema gravidade, o Direito Humanitário ou o Direito Internacional da Guerra impõe a
regulamentação jurídica do emprego da violência no âmbito internacional. Nesse sentido, o
Direito Humanitário foi a primeira expressão de que, no plano internacional, há limites à
liberdade e à autonomia dos Estados, ainda que na hipótese de conflito armado.” (PIOVESAN,
2018, p. 188/189)
A Liga das Nações veio a fortalecer a necessidade de relativizar a soberania dos Estados, sendo
embrionada após a Primeira Guerra Mundial, a Liga das Nações propendia promover a
coparticipação, paz e segurança internacional, refutando agressões externas contra a
integridade territorial e a independência política dos seus afiliados (PIOVESAN, 2018).
Ao lado do Direito Humanitário e da Liga das Nações, a Organização Internacional do Trabalho
(International Labour Office, agora cognominada International Labour Organization) também
contribuiu para o processo de internacionalização dos direitos humanos.
 
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Fique de olho!
Com o advento da Organização Internacional do Trabalho, da Liga das Nações e do Direito
Humanitário, registrou-se o fim de uma época em que o Direito Internacional era, salvo raras
exceções, confinado a regular conexões entre Estados, no terreno estritamente governamental.
 
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Dessa feita, foi por meio desses institutos que se buscou o abarcamento de obrigações
internacionais a serem garantidas ou implementadas coletivamente, que, por seu caráter,
transcendiam os interesses exclusivos dos Estados contratantes, posto que essas obrigações
internacionais voltavam-se à salvaguarda dos direitos do ser humano e não das prerrogativas
dos Estados (PIOVESAN, 2018). A datar de então, surge uma nova formulação de legitimidade
ativa da cidadania em busca de direitos igualmente no plano internacional:
“Prenuncia-se o fim da era em que a forma pela qual o Estado tratava seus nacionais era
concebida como um problema de jurisdição doméstica, restrito ao domínio reservado do Estado,
decorrência de sua soberania, autonomia e liberdade. Aos poucos, emerge a ideia de que o
indivíduo é não apenas objeto, mas também sujeito de Direito Internacional. A partir dessa
perspectiva, começa a se consolidar a capacidade processual internacional dos indivíduos, bem
como a concepção de que os direitos humanos não mais se limitam à exclusiva jurisdição
doméstica, mas constituem matéria de legítimo interesse internacional.” (PIOVESAN, 2018, p.
190).
 
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Saiba mais
A evidente consolidação do Direito Internacional dos Direitos Humanos surgiu em meados do
século XX, em resultância da Segunda Guerra Mundial. Logo, o hodierno Direito Internacional
dos Direitos Humanos é um fenômeno do pós-guerra, tendo sua amplificação atribuída às
violações de direitos humanos da era Hitler e identicamente à crença de que quinhão dessas
transgressões poderiam ser prevenidas se um efetivo complexo de proteção internacional de
direitos humanos existisse.
 
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“A internacionalização dos direitos humanos constitui, assim, um movimento extremamente
recente na história, que surgiu a partir do pós-guerra, como resposta às atrocidades e aos
horrores cometidos durante o nazismo. Apresentando o Estado como o grande violador de
direitos humanos, a Era Hitler foi marcada pela lógica da destruição e da descartabilidade da
pessoa humana, o que resultou no extermínio de onze milhões de pessoas. O legado do
nazismofoi condicionar a titularidade de direitos, ou seja, a condição de sujeito de direitos, à
pertinência a determinada raça – a raça pura ariana. No dizer de Ignacy Sachs, o século XX foi
marcado por duas guerras mundiais e pelo horror absoluto do genocídio concebido como
projeto político e industrial.” (PIOVESAN, 2018, p. 191)
Seja dito, foi a inevitabilidade de uma ação internacional mais eficaz para a proteção dos direitos
humanos que impulsionou o dinamismo de internacionalização desses direitos, culminando na
fabulação da sistêmica normativa de custódia internacional, que faz possível a responsabilização
do Estado no domínio internacional quando as instituições nacionais se mostram falhas ou
omissas na tarefa de escudar os direitos humanos (PIOVESAN, 2018). E foi em derivação desse
processo de internacionalização dos direitos humanos que se passa, assim, a ser uma alentada
resposta na perquisição da reconstrução de um novo paradigma, diante do repúdio
internacional às brutalidades cometidas no holocausto.
Outrossim, foi após a Segunda Guerra Mundial que se fortaleceu a marcha de
internacionalização dos direitos humanos, cite-se a maciça expansão de organizações
internacionais com propósitos de coadjuvação internacional.
Ainda, com a gênese das Nações Unidas com suas agências especializadas, demarcou-se o
surgimento de um novo arranjo internacional que instaura um novo modelo de conduta nas
relações internacionais, preocupando-se com a manutenção da paz e segurança internacional,
com o alargamento de relações amistosas entre os Estados, a adoção da cooperação
internacional no plano econômico, social e cultural, o acatamento de um padrão internacional
de saúde, a proteção ao meio ambiente, a criação de uma nova ordem econômica internacional
e a resguardo internacional dos direitos humanos (PIOVESAN, 2018). É a modulação salientada
por Piovesan, observe:
 
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A Carta das Nações Unidas de 1945 consolida, assim, o movimento de internacionalização dos 
direitos humanos, a partir do consenso de Estados que elevam a promoção desses direitos a 
propósito e finalidade das Nações Unidas. Definitivamente, a relação de um Estado com seus 
nacionais passa a ser uma problemática internacional, objeto de instituições internacionais e do 
Direito Internacional. Basta, para tanto, examinar os arts. 1º (3), 13, 55, 56 e 62 (2 e 3), da Carta das 
Nações Unidas.
(PIOVESAN, 2018, p. 200)
 
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São três os intuitos centrais da ONU: manter a paz e a segurança internacional; fomentar a
cooperação internacional nos campos social e econômico; e promover os direitos humanos no
âmbito universal.
 
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Fatos e dados
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi validada em 10 de dezembro de 1948, pela
aprovação de 48 Estados, com 8 abstenções, tendo a inexistência de qualquer questionamento
ou reserva feita pelos Estados aos princípios da Declaração, bem como de seja qual fosse voto
contrário às suas disposições, confere à Declaração Universal o significado de um código e
plataforma comum de desempenho, consolidando-se a afirmação de uma ética universal ao
legitimar um consenso sobre valores de cunho universal a serem seguidos pelos Estados
(PIOVESAN, 2018).
Essa Declaração se particulariza por sua amplitude e universalismo, tendo a Assembleia Geral
proclamado a Declaração Universal, levando em conta que, até então, ao longo dos trabalhos,
era nomeada Declaração internacional. Firma-se, então, a percepção internacional dos Direitos
Humanos, no realce feito por Piovesan:
“A Declaração Universal de 1948 objetiva delinear uma ordem pública mundial fundada no
respeito à dignidade humana, ao consagrar valores básicos universais. Desde seu preâmbulo, é
afirmada a dignidade inerente a toda pessoa humana, titular de direitos iguais e inalienáveis.
Vale dizer que, para a Declaração Universal, a condição de pessoa é o requisito único e exclusivo
para a titularidade de direitos. A universalidade dos direitos humanos traduz a absoluta ruptura
com o legado nazista, que condicionava a titularidade de direitos à pertinência à determinada
raça (a raça pura ariana). A dignidade humana como fundamento dos direitos humanos e valor
intrínseco à condição humana é concepção que, posteriormente, viria a ser incorporada por
todos os tratados e declarações de direitos humanos, que passaram a integrar o chamado
Direito Internacional dos Direitos Humanos.” (PIOVESAN, 2018, p. 205)
 
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Fique de olho!
Frisa-se que, além da globalidade dos direitos humanos, a Declaração de 1948 ainda principiou a
indivisibilidade desses direitos, ao ineditamente conjugar o catálogo dos direitos civis e políticos
com o dos direitos econômicos, sociais e culturais.
Ademais, a Declaração de 1948 introduziu extraordinária inovação ao conter alocuções de
direitos até então inédita, ao combinar o discurso liberal da cidadania com o discurso social,
passando-se a elencar tanto direitos civis e políticos como direitos sociais, econômicos e
culturais (PIOVESAN, 2018). Ressalta-se que sem a efetividade dos direitos econômicos, sociais e
culturais, os direitos civis e políticos se reduzem a meras categorias formais. À vista disso, sem a
efetividade da liberdade entendida em seu mais amplo sentido, os direitos econômicos, sociais e
culturais carecem de verdadeira significação. Proeminência para o jugo jurídico vinculante
desses documentos internacionais:
 
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“A Declaração Universal não é um tratado. Foi adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas
sob a forma de resolução, que, por sua vez, não apresenta força de lei. O propósito da
Declaração, como proclama seu preâmbulo, é promover o reconhecimento universal dos
direitos humanos e das liberdades fundamentais a que faz menção a Carta da ONU,
particularmente nos arts. 1º (3) e 55. Por isso, como já aludido, a Declaração Universal tem sido
concebida como a interpretação autorizada da expressão ‘direitos humanos’, constante da Carta
das Nações Unidas, apresentando, por esse motivo, força jurídica vinculante.” (PIOVESAN, 2018,
p. 208).
Também merece realçamento a prática eleita de incorporação dos regramentos internacionais
de Direitos Humanos na alçada interna dos países:
“Ademais, a natureza jurídica vinculante da Declaração Universal é reforçada pelo fato de – na
qualidade de um dos mais influentes instrumentos jurídicos e políticos do século XX – ter-se
transformado, ao longo dos mais de cinquenta anos de sua adoção, em direito costumeiro
internacional e princípio geral do Direito Internacional. Com efeito, a Declaração se impõe como
um código de atuação e de conduta para os Estados integrantes da comunidade internacional.
Seu principal significado é consagrar o reconhecimento universal dos direitos humanos pelos
Estados, consolidandoum parâmetro internacional para a proteção desses direitos. A
Declaração ainda exerce impacto nas ordens jurídicas nacionais, na medida em que os direitos
nela previstos têm sido incorporados por Constituições nacionais e, por vezes, servem como
fonte para decisões judiciais nacionais.” (PIOVESAN, 2018, p. 210)
Calha citar que a compreensão multifacetada dos direitos humanos demarcada pela Declaração
sofreu e sofre fortes resistências dos adeptos do movimento do relativismo cultural (PIOVESAN,
2018).
 
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Reflita
O debate entre os universalistas e os relativistas culturais trata a respeito do alcance das normas
de direitos humanos, ante o movimento internacional dos direitos humanos, na medida em que
tal movimento flexibiliza as noções de soberania nacional e jurisdição doméstica ao ratificar uma
referência internacional mínima, relativa à tutela dos direitos humanos, aos quais os Estados
devem se conformar (PIOVESAN, 2018).
 
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Os instrumentos internacionais de direitos humanos são claramente universalistas, uma vez que
buscam afiançar a proteção universal dos direitos e liberdades fundamentais (PIOVESAN, 2018).
Dessa feita, qualquer afronta ao chamado “mínimo ético irredutível” que comprometa a
dignidade humana, ainda que em nome da cultura, importará em incumprimento a direitos
humanos.
“O Direito Internacional tradicional reconheceu desde logo, em seu desenvolvimento, que os
Estados tinham a obrigação de tratar os estrangeiros em conformidade com determinados
parâmetros mínimos de civilização ou justiça. Na ocorrência de danos, entretanto, eles seriam
usualmente compensados às vítimas por parte dos países de sua nacionalidade, embora o
Direito Internacional não exigisse expressamente tal compensação. A ficção legal de que o dano
sofrido pelo estrangeiro no plano internacional significava um dano ao próprio Estado de
nacionalidade da vítima preservava a noção de que apenas os Estados eram sujeitos de Direito
Internacional”. (PIOVESAN, 2018, p. 218-19)
 
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Fique de olho!
O Direito Internacional dos Direitos Humanos, com seus abundantes instrumentos, não
pretende substituir o sistema nacional, em verdade, envida ser um Direito subsidiário e
suplementar ao Direito nacional, no sentido de assentir sejam superadas suas omissões e
deficiências (PIOVESAN, 2018).
 
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Ademais, é no sistema internacional de proteção dos Direitos Humanos que o Estado tem a
responsabilidade primária pela proteção desses direitos, ao passo que a comunidade
internacional tem a responsabilidade subsidiária, tendo os procedimentos internacionais, índole
secundária, constituindo garantia adicional de proteção dos Direitos Humanos, quando falham
as instituições nacionais (PIOVESAN, 2018).
O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, aprovado em 1966 pela Assembleia Geral das
Nações Unidas, entrou em vigor tão somente dez anos depois, em 1976, tendo em vista que
somente nessa data alcançou o número de ratificações necessárias.
Em dezembro de 2012, cento e sessenta e sete Estados já haviam aderido ao Pacto Internacional
dos Direitos Civis e Políticos e cento e sessenta Estados estavam aglutinados ao Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIOVESAN, 2018).
O Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, adotado em 16 de
dezembro de 1966, vem adicionar a essa metodização um importante mecanismo, que traz
significativos avanços à ambiência internacional especialmente no plano da international
accountability. Trata-se, dessa forma, de um aparato das petições individuais a serem apreciadas
pelo Comitê de Direitos Humanos, instituído pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos:
“O Pacto dos Direitos Civis e Políticos proclama, em seus primeiros artigos, o dever dos Estados-
partes de assegurar os direitos nele elencados a todos os indivíduos que estejam sob sua
jurisdição, adotando medidas necessárias para esse fim. A obrigação do Estado inclui também o
dever de proteger os indivíduos contra a violação de seus direitos perpetrada por entes
privados. Isto é, cabe ao Estado-parte estabelecer um sistema legal capaz de responder com
eficácia às violações de direitos civis e políticos. As obrigações dos Estados-partes são tanto de
natureza negativa (ex.: não torturar) como positiva (ex.: prover um sistema legal capaz de
responder às violações de direitos). Ao impor aos Estados-partes a obrigação imediata de
respeitar e assegurar os direitos nele previstos — diversamente do Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que, como se verá, requer a “progressiva”
implementação dos direitos nele reconhecidos —, o Pacto dos Direitos Civis e Políticos apresenta
auto-aplicabilidade.” (PIOVESAN, 2018, p. 243)
Assim como o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, o supremo objetivo do Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi incorporar os dispositivos da
Declaração Universal sob a corporatura de preceitos juridicamente obrigatórios e vinculantes.
 
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Novamente, assumindo a roupagem de tratado internacional, o desígnio do Pacto Internacional
dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi permitir a admissão de uma linguagem de
direitos que implicasse obrigações na planura internacional, mediante a sistemática da
international accountability.
O Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais capacita o Comitê a:
 
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Quanto às demais convenções internacionais de Direitos Humanos, aluda-se que foi a partir do
advento da International Bill of Rights que se constituiu a baliza do processo de proteção
internacional dos Direitos Humanos. Ademais, foi a começar dela que inúmeras outras
Declarações e Convenções foram elaboradas, algumas sobre novos direitos, outras relativas a
certos descumprimentos, outras, ainda, para tratar de determinados grupos caracterizados
como vulneráveis. Temas certamente em voga na atualidade, o direito à diferença e o direito ao
reconhecimento de identidade fazem parte do âmago dos direitos humanos:
“O direito à igualdade material, o direito à diferença e o direito ao reconhecimento de
identidades integram a essência dos direitos humanos, em sua dupla vocação em prol da
afirmação da dignidade humana e da prevenção do sofrimento humano. A garantia da
igualdade, da diferença e do reconhecimento de identidades écondição e pressuposto para o
direito à autodeterminação, bem como para o direito ao pleno desenvolvimento das
potencialidades humanas, transitando-se da igualdade abstrata e geral para um conceito plural
de dignidades concretas.” (PIOVESAN, 2018, p. 262).
E são inúmeros os instrumentos jurídico-políticos internacionais para o combate às várias
feições de discriminação:
“É neste cenário que se apresentam a Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as
formas de Discriminação Racial, a Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de
Discriminação contra a Mulher, a Convenção sobre os Direitos da Criança, a Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos
de todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros de suas Famílias, a Convenção contra a
Tortura, a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, dentre outros
importantes instrumentos internacionais.” (PIOVESAN, 2018, p. 263)
 
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Fatos e dados
Apadrinhada pela ONU em 21 de dezembro de 1965, a Convenção sobre a Eliminação de todas
as formas de Discriminação Racial apresentou como precedentes históricos o ingresso de
dezessete novos países africanos nas Nações Unidas em 1960, a consumação da Primeira
Conferência de Cúpula dos Países Não Aliados, em Belgrado, em 1961, tal como o ressurgimento
de atividades nazifascistas na Europa e as preocupações ocidentais com o antissemitismo
(PIOVESAN, 2018).
 
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Dispõe que qualquer doutrina de superioridade baseada em diferenças raciais é cientificamente
falsa, moralmente condenável, socialmente injusta e perigosa, inexistindo justificativa para a
discriminação racial, em teoria ou prática, em lugar algum, repudiando-se teorias que
hierarquizam indivíduos, classificando-os em superiores ou inferiores, em virtude de
dessemelhanças raciais.
 
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Fatos e dados
A Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher, em 1979,
impulsionada pela proclamação de 1975 como Ano Internacional da Mulher e pela efetuação da
primeira Conferência Mundial sobre a Mulher, as Nações Unidas aprovaram a Convenção sobre
a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher (PIOVESAN, 2018).
O Comitê sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher, em sua
Recomendação Geral n. 21, destacou ser dever dos Estados desencorajar toda noção de
desigualdade entre a mulher e o homem, quer seja evidenciada por leis, quer pela religião ou
pela cultura, de maneira a eliminar as reservas que ainda incidam no Art. 16 da Convenção,
concernente à igualdade de direitos no casamento e nas relações familiares (PIOVESAN, 2018).
Outro documento que reclama relevo é a Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotada pela ONU em 28 de setembro de 1984. Em
dezembro de 2012, dispunha de 153 Estados-partes. E, ao longo da Convenção, são
convalidados, dentre outros direitos, a proteção contra atos de tortura e outras conformações
de tratamento cruel, desumano ou degradante, o direito de não ser extraditado ou expulso para
um Estado onde há substancial risco de sofrer tortura, o direito à indenização no caso de
tortura, o direito a que a denúncia sobre tortura seja examinada imparcialmente e o direito a
não ser torturado com finalidade de obtenção de prova ilícita, como a confissão (PIOVESAN,
2018).
 
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Fatos e dados
A Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada pela ONU em 1989 e vigente desde 1990,
destaca-se como o tratado internacional de proteção de direitos humanos com o mais elevado
cômputo de ratificações e em dezembro de 2012 contava com 193 Estados-partes (PIOVESAN,
2018).
 
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A Convenção acolhe a idealização da desenvolução integral da criança, reconhecendo-a como
verdadeiro sujeito de direito, a exigir proteção especial e absoluta prioridade.
Os sistemas regionais de proteção dos direitos humanos
Fique de olho!
Os complexos global e regional não são dicotômicos, mas são complementares, visto que são
inspirados pelos valores e princípios da Declaração Universal e compõem o macrocosmo
instrumental de proteção dos Direitos Humanos, no espaço internacional (PIOVESAN, 2018).Produzido por Núcleo de Audiovisual e Tecnologias Educacionais (NATE) - ULBRA EAD
Universidade Luterana do Brasil
Todos os direitos reservados.
 
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A destinação da coexistência de distintos instrumentos jurídicos é ampliar e fortalecer a
proteção dos Direitos Humanos, pois o que importa é o grau de eficácia da proteção, devendo
ser aplicada a norma que no evento concreto melhor proteja a vítima (PIOVESAN, 2018).
A Convenção Americana de Direitos Humanos é o aparato de maior importância no sistema
interamericano, similarmente denominada Pacto de San José da Costa Rica, sendo assinada em
San José, Costa Rica, em 1969 e entrando em vigor em 1978. A Convenção Americana de Direitos
Humanos anui e assegura um catálogo de direitos civis e políticos similar ao antevisto pelo Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, não enunciando de forma específica qualquer direito
social, cultural ou econômico, limitando-se a determinar aos Estados que alcancem,
progressivamente, a plena realização desses direitos por intervenção da adoção de medidas
legislativas e outras que se mostrem apropriadas (PIOVESAN, 2018). A Comissão Interamericana
de Direitos Humanos granjeia a totalidade dos Estados-partes da Convenção Americana, em
encadeamento aos Direitos Humanos nela aclamados, também alcança todos os Estados-
membros da Organização dos Estados Americanos em relação aos direitos consagrados na
Declaração Americana de 1948.
Sua principal função é viabilizar a observância e a proteção dos Direitos Humanos na América e
também é competência da Comissão esquadrinhar as comunicações encaminhadas por
indivíduo ou grupos de indivíduos, ou, ainda, agremiação não governamental, que contenham
malsinação de violação a direito consagrado pela Convenção por Estado que dela seja parte
(PIOVESAN, 2018).
A Corte Interamericana de Direitos Humanos é o órgão jurisdicional do grupamento regional,
composta por sete juízes nacionais de Estados-membros da OEA, eleitos a título pessoal pelos
Estados-partes da Convenção, apresentando-se atribuição consultiva e contenciosa (PIOVESAN,
2018). Apenas a Comissão Interamericana e os Estados-partes podem submeter um feito à Corte
Interamericana, não estando prevista a legitimação do indivíduo nos termos do Art. 61 da
Convenção Americana,usufruindo a Corte competência para sopesar casos que envolvam a
denúncia de que um Estado-parte violou direito protegido pela Convenção (PIOVESAN, 2018).
 
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O sistema brasileiro de proteção dos direitos humanos
No decurso do processo de democratização, o Brasil passou a aderir a marcantes instrumentos
internacionais de Direitos Humanos, concedendo expressamente a legitimidade das
preocupações internacionais e dispondo-se a um diálogo com as instâncias internacionais sobre
a efetivação conferida pelo País às incumbências internacionalmente assumidas, e acentuou-se
a participação e mobilização da sociedade civil e de organizações não governamentais no
colóquio sobre o sustentáculo dos Direitos Humanos (PIOVESAN, 2018).
Pontua-se que desde o processo de democratização do País, e em particular a contar da
Constituição Federal de 1988, o Brasil tem adotado importantes medidas em prol da
incorporação de instrumentos internacionais voltados à proteção dos Direitos Humanos.
 
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Fatos e dados
O marco inicial do processo de incorporação do Direito Internacional dos Direitos Humanos pelo
Direito brasileiro foi a ratificação, em 1º de fevereiro de 1984, da Convenção sobre a Eliminação
de todas as formas de Discriminação contra a Mulher e, a partir dessa ratificação, imensuráveis
outros relevantes instrumentos internacionais de proteção dos Direitos Humanos foram
também incorporados pelo Direito brasileiro, sob a égide da Constituição Federal de 1988, que
situa-se como marco jurídico da transição democrática e da institucionalização dos Direitos
Humanos no País (PIOVESAN, 2018).
 
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Afora as inovações constitucionais, como valoroso fator para a ratificação desses tratados
internacionais, acrescenta-se a primordialidade do Estado brasileiro de reorganizar sua agenda
internacional de modo mais condizente com as transformações internas decorrentes da marcha
de democratização. Acontece assim uma nova dimensão da cidadania:
 
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Enfatize-se que a reinserção do Brasil na sistemática da proteção internacional dos direitos humanos 
vem a redimensionar o próprio alcance do termo ‘cidadania’. Isso porque, além dos direitos 
constitucionalmente previstos no âmbito nacional, os indivíduos passam a ser titulares de direitos 
internacionais. Vale dizer, os indivíduos passam a ter direitos acionáveis e defensáveis no âmbito 
internacional. Assim, o universo de direitos fundamentais se expande e se completa, a partir da 
conjugação dos sistemas nacional e internacional de proteção dos direitos humanos.
(PIOVESAN, 2018, p. 389)
Em face dessa interação, o Brasil assumiu perante a comunidade internacional a obrigação de
manter e desenvolver o Estado Democrático de Direito e de proteger, mesmo em situações de
emergência, um núcleo de direitos básicos e inderrogáveis, aceitando que esses encargos sejam
fiscalizadas e controlados pela comunidade internacional, por intermédio de uma sistemática de
monitoramento efetuada por órgãos de supervisão internacional (PIOVESAN, 2018).
O Estado brasileiro deve também, encaminhar aos competentes órgãos internacionais os
relatórios pertinentes às medidas legislativas, administrativas e judiciárias adotadas, para a
terminação de conferir cumprimento às obrigações internacionais subsequentes à ratificação
dos tratados de proteção dos direitos humanos, tendo em mente que, no âmbito do sistema
regional, cabe ao Estado brasileiro elaborar a declaração a que faz referência o Art. 45 da
Convenção Americana, de modo a habilitar a Comissão Interamericana a apreciar comunicações
interestatais, em que um Estado-parte alegue que outro Estado-parte tenha cometido violação a
direito enunciado na Convenção (PIOVESAN, 2018).
Finalmente, avultam-se os avanços agudamente significativos ao longo do processo de
democratização brasileiro no que se refere à assimilação de mecanismos internacionais de
proteção de Direitos Humanos, ainda resta o momentoso desafio do pleno e total
comprometimento do Estado brasileiro com a causa dos Direitos Humanos (PIOVESAN, 2018).
 
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Referências
PIOVESAN, Flávia. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. São Paulo:
Saraiva, 2018.
 
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Créditos
 
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