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Conceito e Classificação de Dano Ambiental

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FERNANDA LUIZA FONTOURA DE MEDEIROS
Pós-Doutora em Direito Ambiental
(UFSC/2016) | Doutora em Direito
(UFSC/2009) | Mestre em Direito Público
(PUCRS/2001) | Professora Adjunta na Escola
de Direito (PUCRS) | Professora na Faculdade
de Direito (FEEVALE) | Coordenadora do
Curso de Especialização em Direito Ambiental
e Sustentabilidade (PUCRS) | Diretora de
Publicações da União Brasileira da Advocacia
Ambiental (UBAA)| Diretora de Eventos
Científicos da Associação Gaúcha da
Advocacia Ambiental Empresarial (AGAAE) |
Membro da Diretoria da Associação Brasileira
do Direito da Energia e do Meio Ambiente
(ABDEM) |
RESPONSABILIDADE PELO DANO 
AMBIENTAL
ASPEC TOS GER AIS | CONCEI TO E C LASS IF I CA Ç ÃO DE DA NO A M BIEN TAL |
RESPONSABIL IDADE CIV IL PELO DANO AMBIENTAL
ASPECTOS GERAIS
Qual o conceito de dano 
ambiental?
O que vamos entender como 
dano ao meio ambiente?
ASPECTOS GERAIS
Será que dano ambiental é 
sinônimo de impacto 
ambiental?
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CONCEITO
Do ponto de vista clássico: DANO abrange qualquer diminuição ou alteração de bem destinado à
satisfação de um interesse.
Do ponto de vista ecológico: DANO significa, em uma primeira acepção, uma alteração
indesejável ao conjunto de elementos chamados meio ambiente, como, por exemplo, a poluição
atmosférica. Em uma segunda acepção, engloba os efeitos que esta modificação gera na saúde
das pessoas e nos seus interesses.
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CONCEITO
ATENÇÃO: O legislador brasileiro, apesar de não definir expressamente o dano ambiental, apontou 
suas características básicas.
Lei n.º 6.938/81
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CONCEITO
Dano ambiental deve ser compreendido como toda lesão intolerável
causada por qualquer ação humana (culposa ou não) ao meio ambiente,
diretamente como macrobem de interesse da coletividade, em uma
concepção totalizante, e indiretamente, a terceiros tendo em vista
interesses próprios e individualizáveis e que refletem no macrobem.
José Rubens Morato Leite
Patryck de Araújo Ayala
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CONCEITO
Ultrapassando o limite de 
tolerabilidade social
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
1) Levando em conta a amplitude do bem atingido;
2) Quanto à reparabilidade e aos interesses jurídicos envolvidos;
3) Quanto à extensão;
4) Quanto ao interesse objetivado
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
a) Dano ecológico puro
b) Dano ambiental lato sensu
c) Dano ambiental individual ou reflexo
Quanto à amplitude do bem protegido
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
Dano ecológico puro: se caracteriza por se tratar da natureza
propriamente dita. Os elementos da natureza, os bens próprios da
natureza em sentido estrito.
Quanto à amplitude do bem protegido
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
Dano ambiental lato sensu: concernente aos interesses difusos da
coletividade, abrangendo todos os componentes do ambiente,
inclusive o cultural.
Quanto à amplitude do bem protegido
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
Dano ambiental individual ou reflexo: trata-se dos interesses próprios 
do lesado, de maneira reflexa, relativos ao microbem ambiental.
Quanto à amplitude do bem protegido
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
a) Dano ambiental de reparabilidade direta
b) Dano ambiental de reparabilidade indireta
Quanto à reparabilidade e ao interesse envolvido
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
Dano ambiental de reparabilidade direta: quando diz respeito a
interesses próprios individuais e individuais homogêneos e apenas
reflexos. O interessado que sofreu a lesão será diretamente indenizado.
Quanto à reparabilidade e ao interesse envolvido
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
Dano ambiental de reparabilidade indireta: quando diz respeito a
interesses difusos, coletivos e eventualmente individuais de dimensão
coletiva. A reparação é feita indiretamente e não objetivando ressarcir
interesses próprios e pessoais.
Quanto à reparabilidade e ao interesse envolvido
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
a) Dano ambiental patrimonial
b) Dano ambiental extrapatrimonial
Quanto à sua extensão
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
Dano ambiental patrimonial: relativamente à restituição, à recuperação
ou à indenização do bem ambiental lesado.
Quanto à sua extensão
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
Dano ambiental extrapatrimonial: tudo que diz respeito à sensação de
dor experimentada ou conceito equivalente em seu mais amplo
significado em virtude da lesão ao meio ambiente.
Quanto à sua extensão
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
a) Interesse da coletividade: dano ambiental de interesse da
coletividade em preservar o macrobem ambiental
b) Interesse particular individual: relativos aos interesses individuais
concernentes ao reflexo de uma lesão ambiental.
Quanto aos interesses objetivados
RESPONSABILIZAÇÃO
Art. 225 (...)
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas,
a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
TRÍPLICE 
responsabilização pelo 
dano ambiental
RESPONSABILIDADE CIVIL
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados
Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e
municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção
dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental
sujeitará os transgressores:
§ 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os
danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O
Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de
responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
Lei n.º 6.938/81
RESPONSABILIDADE CIVIL
R
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A TEORIA DO RISCO 
INTEGRAL
TEORIA DO RISCO 
CRIADO
BRASIL
RESPONSABILIDADE CIVIL
Teoria do Risco Criado
Admite a contraprova de excludente de responsabilidade, “se o
empreendedor assumiu o risco de colocar a atividade no mercado,
deve assumir todos os ônus daí decorrentes, exceto aqueles
absolutamente imprevisíveis que cortam o nexo causal”.
▪Caso fortuito ou força maior;
▪Fato exclusivo da vítima;
▪Fato de terceiro
RESPONSABILIDADE CIVIL
Teoria do Risco Integral
Trata-se de uma responsabilidade objetiva agravada, extremada, que
não admite a existência de excludentes do nexo causal. “O dever de
indenizar se faz presente tão-só em face do dano, ainda nos casos de
culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro, caso fortuito ou forca
maior”
Posicionamento majoritário na doutrina e na jurisprudência
RESPONSABILIDADE CIVIL
Teoria do Risco Integral
“(...) acerca da responsabilidade ambiental e suas excludentes,
também destacou que o meio ambiente, como bem difuso de todos,
deve ser preservado ou conservado e, quando danificado, reparado de
forma objetiva, sem necessidade de apuração da existência de culpa. A
Constituição impõe, como consequência, o seguinte: existindo o dano,
basta identificar o autor ou autores e o nexo causal, pois não existirão
excludentes da responsabilidade. Inclusive nem o caso fortuito ou a
força maiorpodem afastar o dever de reparar o meio ambiente”.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Responsabilidade Solidária
Além de objetiva, a responsabilidade civil pelo dano ambiental
também é solidária, o seja, todos os responsáveis diretos ou indiretos
pelo dano causado ao meio ambiente responderão solidariamente,
podendo a obrigação ser reclamada de qualquer dos poluidores.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Nexo Causal
Sempre haverá a necessidade da comprovação do dano e do nexo
causal.
Caso bacana a ser estudado é o Resp 1602106/PR 
o caso do Navio Vicuña no Porto de Paranaguá
RESPONSABILIDADE CIVIL
Para lembrar quando da tutela processual...
❑ a questão da Súmula 613 do STJ e a teoria do fato consumado
❑ a questão da imprescritibilidade do dano ambiental e o Rext 654.833
e o tema 999 da Repercussão Geral no STF
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Poder de Polícia Ambiental
O Poder Público, competente para tutelar administrativamente o meio
ambiente, utiliza-se do poder de polícia ambiental para limitar ou
disciplinar direito, interesse ou liberdade, regular a prática de ato ou
abstenção de fato em razão de interesse público referente à
conservação dos ecossistemas e à saúde da população.
Paulo Affonso Leme Machado
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Poder de Polícia Ambiental
O Poder Público, competente para tutelar administrativamente o meio
ambiente, utiliza-se do poder de polícia ambiental para limitar ou
disciplinar direito, interesse ou liberdade, regular a prática de ato ou
abstenção de fato em razão de interesse público referente à
conservação dos ecossistemas e à saúde da população.
Paulo Affonso Leme Machado
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Responsabilidade Subjetiva
A doutrina não é pacífica com relação à natureza jurídica da
responsabilidade administrativa ambiental.
Por exemplo:
▪Paulo Affonso Leme Machado defende a teoria objetiva;
▪Outra corrente defende a ideia de hibridismo;
▪Uma terceira defende a teoria subjetiva: Édis Milaré e Paulo de Bessa
Antunes
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Responsabilidade Subjetiva
No âmbito da jurisprudência, o STJ, na decisão do Resp 1.401.500/PR,
de 2016, adotou a teoria subjetiva para a responsabilidade
administrativa ambiental, afirmando que “a aplicação de penalidades
administrativas não obedece à lógica da responsabilidade objetiva da
esfera cível (para reparação dos danos causados), mas deve obedecer à
sistemática da culpabilidade, ou seja, a conduta deve ser cometida pelo
alegado transgressor, como demonstração de seu elemento subjetivo,
e com demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano”
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
É da essência do regime da responsabilidade
administrativa a ocorrência de uma infração, ou seja,
a desobediência a normas constitucionais, legais ou
regulamentares ou a subsunção do comportamento
do agente a um tipo infracional.
Se não há comportamento contrário às normas
ambientais, não se pode falar em infração
administrativa.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
“A aplicação de sanções administrativas, decorrentes do
exercício do poder de polícia, somente se torna legítima
quando o ato praticado pelo administrado estiver
previamente definido pela lei como infração administrativa
(...).”
Resp 1091486/RO. Relatora Min. Denise Arruda
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Fundamentação normativa infraconstitucional
Lei n.º 9.605/98 – a partir do art. 70
Decreto n.º 6.514/08
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Decreto n.º 6.514/08
Art. 2o Considera-se infração administrativa ambiental, toda ação ou
omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção
e recuperação do meio ambiente
A tutela administrativa ambiental não visa, portanto, apenas à
repressão dos efetivos prejuízos ao meio ambiente, mas também tem
o intuito de coibir condutas potencialmente danosas aos recursos
ambientais ou que violem as normas ambientais em vigor (Romeu
Thomé)
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Decreto n.º 6.514/08
Art. 3o As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais produtos e 
subprodutos objeto da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer 
natureza utilizados na infração;
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total das atividades; e
X - restritiva de direitos.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Programa de Conversão de
Multas Ambientais
Dec. N.º 9.179/17
A decisão sobre a conversão da multa compete
ao órgão executor do SISNAMA, nos termos
das normas estabelecidas no Dec. N.º
9.179/17, na IN IBAMA n.º 6/18 e na IN ICMBio
n.º 2/18
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Prescrição
❑Decai em 5 anos a ação da administração objetivando apurar a
prática de infrações contra o meio ambiente, contada da data da
prática do ato, ou, em caso de infração permanente ou continuada, do
dia que esta tiver cessado;
❑Interrompe o prazo decadencial:
❑Pelo recebimento do auto de infração ou pela cientificação
❑Por qualquer ato inequívoco que importe apuração do fato
❑Pela decisão condenatória recorrível
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Prescrição
❑A prescrição intercorrente ocorre quando da paralisação por mais de
3 anos da apuração do auto de infração.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Art. 21. Prescreve em cinco anos a ação da administração objetivando apurar a
prática de infrações contra o meio ambiente, contada da data da prática do ato,
ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que esta tiver
cessado.
§ 1o Considera-se iniciada a ação de apuração de infração ambiental pela
administração com a lavratura do auto de infração.
§ 2o Incide a prescrição no procedimento de apuração do auto de infração
paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos
autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada,
sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da
paralisação.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Art. 22. Interrompe-se a prescrição:
I - pelo recebimento do auto de infração ou pela cientificação do infrator por
qualquer outro meio, inclusive por edital;
II - por qualquer ato inequívoco da administração que importe apuração do fato; e
III - pela decisão condenatória recorrível.
Parágrafo único. Considera-se ato inequívoco da administração, para o efeito do
que dispõe o inciso II, aqueles que impliquem instrução do processo.
RESPONSABILIDADE PENAL
Norma penal em branco: normas que necessitam de complementação por outra
norma jurídica para que sejam aplicadas.
Art. 29.
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão
competente:
Lei n.º 9.605/98
RESPONSABILIDADE PENAL
Crime de perigo abstrato: são crimes que independem de verificação do dano
efetivo ao meio ambiente, bastando a constatação do simples perigo do
dano.
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de
animais ou a destruição significativa da flora
Lei n.º 9.605/98
RESPONSABILIDADE PENAL
Concurso de pessoas (teoria unitária): todos os agentes respondem pelo
mesmo crime, na medida de sua culpabilidade.
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos
nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem
como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o
auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da
conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática,quando podia agir
para evitá-la.
Pessoas Físicas
RESPONSABILIDADE PENAL
Requisitos para a parte final do art. 2º:
❑Ciência da existência da conduta criminosa de outrem
❑Poder agir para impedir o resultado (omissão penalmente relevante)
Pessoas Físicas
RESPONSABILIDADE PENAL
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e
penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão
colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas
físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.
Pessoas Jurídicas
RESPONSABILIDADE PENAL
Requisitos:
❑A infração deve ter sido cometida no interesse ou beneficio da entidade;
❑A infração deve ter sido cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual ou de seu órgão colegiado.
Pessoas Jurídicas
RESPONSABILIDADE PENAL
Tribunais Superiores:
❑STJ: apenas admitia a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes
ambientais desde que houvesse a imputação simultânea do ente moral e da
pessoa física que atua em seu nome (teoria da dupla imputação);
❑STF: No Rext 548181/2013 se confirma o entendimento que é admissível a
condenação da pessoa jurídica pela prática de crime ambiental ainda que
absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou de direção do
órgão responsável pela pratica criminosa.
Pessoas Jurídicas
RESPONSABILIDADE PENAL
❑Para fixação da pena base: artigo 6º c/c arts. 59 e 60 do CP;
Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a
saúde pública e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse
ambiental;
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa
Aplicação da Pena
RESPONSABILIDADE PENAL
❑Atenuantes e Agravantes: Arts. 14 e 15;
Aplicação da Pena
RESPONSABILIDADE PENAL
❑Substituição das penas privativas de liberdade: Art. 7º
Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade
quando:
I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como
os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de
reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma duração
da pena privativa de liberdade substituída.
Aplicação da Pena
RESPONSABILIDADE PENAL
❑Pessoas Físicas:
Art. 8º As penas restritivas de direito são
I - prestação de serviços à comunidade;
II - interdição temporária de direitos;
III - suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária;
V - recolhimento domiciliar.
Restritivas de direito
RESPONSABILIDADE PENAL
Penas aplicáveis:
❑Multa
❑Restritiva de direitos
❑Prestação de serviço à comunidade
Pessoas Jurídicas
RESPONSABILIDADE PENAL
Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas
jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:
I - multa;
II - restritivas de direitos;
III - prestação de serviços à comunidade.
Pessoas Jurídicas
RESPONSABILIDADE PENAL
Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:
I - suspensão parcial ou total de atividades;
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios,
subvenções ou doações.
Pessoas Jurídicas
RESPONSABILIDADE PENAL
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
Pessoas Jurídicas
RESPONSABILIDADE PENAL
Liquidação forçada da pessoa jurídica: é a sanção penal aplicada a pessoa jurídica
que tem como atividade principal a prática de crimes ambientais (e não a pessoa
jurídica que eventualmente delinquiu) como, por exemplo, uma madeireira
clandestina.
A liquidação forçada gera a extinção da PJ, pois todo seu patrimônio será
considerado instrumento de crime e, consequentemente, perdido em favor do
Fundo Penitenciário Nacional.
Pessoas Jurídicas
RESPONSABILIDADE PENAL
Crimes Ambientais em Espécie
Lei n.º 9.605/98 (LCA)
Crimes contra a FAUNA Arts. 29 a 37
Crimes contra a FLORA Arts. 38 a 53
POLUIÇÃO Arts. 54 a 61
Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural Arts. 62 a 65
Crimes contra a administração ambiental Arts. 66 a 69-A
RESPONSABILIDADE PENAL
Competência
INTERESSE COMPETÊNCIA EXEMPLOS
Interesse genérico e indireto
da União ou inexistência de
interesse da União
Justiça ESTADUAL Crime ambiental em APP 
fiscalizada pelo IBAMA
Lavratura de auto de 
infração pelo IBAMA de 
crime contra a fauna
Interesse direto e específico
da União
Justiça FEDERAL Crime ambiental em UC 
administrada pelo ICMBio
CONTATO
❑E-MAIL: fernanda.medeiros@pucrs.br
❑E-mail: fernanda@rovedamedeiros.com.br
@nanda_medeiros
mailto:fernanda.medeiros@pucrs.br
mailto:fernanda@rovedamedeiros.com.br

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