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UNIVERSIDADE FEEVALE ANA CHRISTINY KRAMER ANA JULIA SCHMIDT CLEUSA DINIZ GÉSSICA DUARTE JULIANA VIEIRA PAOLA SIMPLICIO TEORIA COMPORTAMENTALISTA Novo Hamburgo 2022 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 3 2. DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................... 4 2.1. Origem da teoria ....................................................................................................... 4 2.2. Principais pensadores ............................................................................................ 5 2.2.1. Abraham Maslow .............................................................................................. 5 2.2.2. Frederick Herzberg .......................................................................................... 6 2.2.3. Douglas McGregor ........................................................................................... 7 2.3. Os princípios da teoria ............................................................................................ 7 2.3.1. Hierarquia das necessidades ........................................................................ 7 2.3.1.1. Necessidades fisiológicas ..................................................................... 8 2.3.1.2. Necessidades de segurança ................................................................. 8 2.3.1.3. Necessidades sociais .............................................................................. 8 2.3.1.4. Necessidades de estima ......................................................................... 8 2.3.1.5. Necessidade de autorrealização .......................................................... 9 2.3.1.6. Fundamentação da Teoria de Maslow ................................................ 9 2.3.2. Teoria dos dois fatores de Herzberg ......................................................... 10 2.3.2.1. Fatores higiênicos .................................................................................. 10 2.3.2.2. Fatores motivacionais ........................................................................... 10 2.3.3. Teoria X e Y ...................................................................................................... 12 2.3.3.1. Teoria X ..................................................................................................... 12 2.3.3.2. Teoria Y ..................................................................................................... 13 2.4. Apresentação crítica da teoria ............................................................................ 14 2.5. Aplicação na enfermagem ................................................................................... 15 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 16 4. ARTIGOS ........................................................................................................................... 16 4.1. Artigo 1 - A concepção de envelhecimento com base na teoria de campo de Kurt Lewin e a dinâmica de grupos ......................................................................... 16 4.2. Artigo 2 - Teoria comportamental e técnicas de liderança na formação de equipes de alto desempenho .......................................................................................... 17 4.3. Artigo 3 - Comportamento Social, Produção Agregada e Prática Cultural: Uma Análise Comportamental de Fenômenos Sociais ............................................ 17 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 19 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem o objetivo de apresentar informações sobre o tema “Teorias comportamentalistas”, no qual será abordado a contextualização histórica, definição das teorias, apresentação crítica, aplicação a enfermagem, seus principais pensadores e seus respectivos exemplos. Já de conhecimento geral a importância do conhecimento sobre o comportamento humano nos vínculos profissionais, as teorias ‘Hierarquia das necessidades de Maslow” conhecida como teoria da motivação humana se refere as necessidades humanas dispostas em níveis de importância e influência, teoria dos “Dois Fatores de Herzberg” criou essa teoria para descrever o comportamento dos indivíduos em situação de trabalho se divide em fatores higiênicos e motivacionais e também a “Teoria X e teoria Y de McGregor” compara dois estilos diferentes de administrar: teoria tradicional, mecanicista e pragmática e as concepções modernas em relação ao comportamento humano. Ambas as teorias abordam um olhar humanizado aos profissionais, utilizando das abordagens das ciências do comportamento, abandona as posições normativas e prescritas das teorias anteriores e adota posições explicativas e descritivas visando a motivação humana. Conhecendo os princípios que fundamentam as teorias comportamentais, o enfermeiro necessita além dos conhecimentos específicos de enfermagem, como também deve conhecer o processo administrativo e suas teorias para assim aplicá-las em suas decisões. 2. DESENVOLVIMENTO A contextualização histórica e origem da teoria pontuando os principais pensadores responsáveis pelo seu desenvolvimento assim como os princípios da teoria e sua aplicação na área da enfermagem. 2.1. Origem da teoria A Teoria Comportamental surgiu no final da década de 1940 com uma nova visão de conceitos administrativos, levantando críticas sobre as teorias anteriores. Originou-se com a oposição da Teoria das Relações Humanas (ênfase nas pessoas) em relação à Teoria Clássica (ênfase nas tarefas e na estrutura organizacional) onde evoluiu para um segundo estágio: a Teoria Comportamental, representando uma nova teoria da organização formal com o enfoque das relações humanas. A Teoria Comportamental representa um desdobramento da Teoria das Relações Humanas, compartilhando alguns dos seus conceitos fundamentais, e utilizando-a apenas como pontos de referências reformulados, a Teoria Comportamental crítica as ideias ingênuas e românticas da Teoria das Relações Humanas. Critica também a Teoria Clássica, havendo autores que veem no behaviorismo o oposto da teoria da organização formal, aos princípios gerais de administração, ao conceito de autoridade formal e à posição rígida e seguidora dos autores clássicos. A incorporação da Sociologia da Burocracia deu-se com a Teoria Comportamental, ampliando o campo da teoria administrativa. Mostrando-se muito crítica, ao "modelo de máquina" da Teoria Burocrática. Em 1947, surge um livro que marca o início da Teoria Comportamental na administração: O Comportamento Administrativo de Herbert A. Simon. O livro constitui um ataque aos princípios da Teoria Clássica e a aceitação - com os devidos reparos e correções - das principais ideias da Teoria das Relações Humanas. O livro constitui o início da Teoria das Decisões. Além disso, Teoria Comportamental fundamenta-se no comportamento individual das pessoas. Para assim, poder explicar como as pessoas se comportam, tornando necessário um estudo da motivação humana. Os autores exaltam que o administrador deve conhecer as necessidades humanas para compreender o comportamento humano e assim utilizar a motivação humana como um meio de melhorar a qualidade de vida dentro das organizações. A Teoria Comportamental da Administração tem o seu início com Herbert Alexander Simon. Chester Barnard, Douglas McGregor, Rensis Likert, Chris Argyris são autores importantíssimos dessa teoria. Dentro do campo da motivação humana salientam-se Abraham Maslow, Frederick Herzberg e David McClelland. Dentre os principaisautores desta teoria a destacar: Maslow com a hierarquia das necessidades apresentou a teoria da motivação a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis (pirâmide); Frederick Herzberg com a teoria dos dois fatores para explicar o comportamento nos ambientes de trabalho; McGregor com a teria X e Y a qual compara dois estilos opostos de administrar sendo a Teoria X um estilo baseado na teoria tradicional e Teoria Y baseada no comportamento humano. 2.2. Principais pensadores Os principais pensadores da teoria comportamental são Abraham Maslow, Frederick Herzberg e Douglas McGregor. 2.2.1. Abraham Maslow Abraham Maslow foi um psicólogo norte-americano, conhecido pela Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas ou a Pirâmide de Maslow foi um psicólogo de referência na Psicologia Humanista. Nasceu em Brooklyn, nos Estados Unidos, no dia 01 de abril de 1908. Descendente de russos e judeus viveu uma infância bastante infeliz e miserável, segundo o próprio. Para fugir da situação, Maslow refugiava-se em bibliotecas. Estudou Direito no City College of New York (CCNY), mas interessou-se pela psicologia, curso que faria mais tarde na Universidade de Wisconsin, onde também fez mestrado e doutorado. Maslow estudou diversas correntes da psicologia como a psicanálise, Gestalt e a humanista. Trabalhou em pesquisas sobre sexualidade humana com o psicólogo com E. L. Thorndike na Universidade de Columbia. Também coordenou o curso de psicologia em Brandeis. Foi responsável pela publicação da Revista de Psicologia Humanista juntamente com Anthony Sutich, pioneiro nos estudos da psicologia transpessoal. Em 1961, incentivou a criação de uma revista sobre o assunto. A teoria mais famosa de Maslow é a da "hierarquia das necessidades", segundo a qual, as necessidades fisiológicas estavam na base de outras: segurança, afetividade, estima e realização pessoal. Nessa ordem, uma necessidade só poderia ser satisfeita se a anterior fosse concretizada. É também famosa a pesquisa que realizou em Connecticut com grupo de negros e judeus, onde revelavam seus conflitos. Em 08 de junho de 1970, vítima de um ataque cardíaco onde faleceu em Califórnia, Estados Unidos. 2.2.2. Frederick Herzberg Frederick Herzberg foi um psicólogo e importante professor norte- americano, um dos nomes mais influentes em gestão empresarial, autor da "Teoria dos Dois Fatores". Frederick Irving Herzberg nasceu em Lynn, Massachusetts, Estados Unidos, no dia 18 de abril de 1923. Em 1939, iniciou seus estudos na City College de Nova Iorque, que foram interrompidos para servir o exército. Em 1944 casou- se com Shirley Bedell. De volta a City College, graduou-se em 1946 e em seguida ingressou na Universidade de Pittsburgh, onde fez sua pós-graduação. Lecionou Psicologia na Universidade. Case Western Research, em Cleveland, onde instalou um Departamento de Saúde Mental. Em 1972, mudou-se para a Universidade Utah onde ocupou o cargo de professor de Gestão do Colégio de Negócios. Frederick Herzberg despertou seu interesse por “motivação” enquanto servia como sargento na Segunda Guerra Mundial, onde viveu experiências marcantes em sua vida. Ainda em 1950, iniciou suas pesquisas para identificar os fatores indispensáveis para o sucesso das grandes organizações. Baseado em entrevistas realizadas com diversos profissionais das indústrias de Pittsburgh, buscou identificar os “fatores” que causavam a “satisfação” e a “insatisfação” dos empregados no ambiente corporativo. Frederick Herzberg foi uma das primeiras pessoas a investigar a opinião dos trabalhadores, resumindo todas as informações em seu livro “The Motivation to Work” (A Motivação para Trabalhar). Tornou-se um dos mais renomados psicólogos e uma das mais influentes personalidades na gestão administrativa das empresas. A “Teoria dos Dois Fatores” foi desenvolvida por Herzberg e teve como base as entrevistas realizadas com diversos profissionais que eram questionados sobre os “fatores” que os agradavam e os que os desagradavam nas empresas em que trabalhavam. Frederick Herzberg faleceu em Salte Lake City, Estados Unidos, no dia 19 de janeiro de 2000. 2.2.3. Douglas McGregor Douglas McGregor nascido em Detroit no ano de 1906, tornou-se bacharel pela Wayne University em 1932, e se doutorou em 1935 em Psicologia Experimental na Universidade de Havard. Reitor no período de 1948 a 1954 em Antioch College e ainda em 1954 Professor de Administração do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e faleceu em 1964, sendo citado em 1993 como um dos mais consagrados autores de Administração, ao lado de Henri Fayol. Falecido em 1964, McGregor partilhou as suas ideias sobre as necessidades do indivíduo com Maslow e Likert. Psicólogo social especialista em comportamento humano, professor do MIT e de Harvard, tornou-se famoso pela sua teoria X (gestão autoritária) e teoria Y (gestão participativa) criada em 1960. Esta última desafia as empresas a inovar na gestão dos recursos humanos e preconiza que as pessoas têm uma necessidade psicológica de trabalhar e aspiram a ter realização profissional e responsabilidade. A teoria X nega a existência de qualquer potencial na força de trabalho e assume que as pessoas são preguiçosas, imaturas e precisam ser controladas para ter resultados. 2.3. Os princípios da teoria As três principais teorias dentro da teoria comportamental são a teoria da hierarquia das necessidades criada por Maslow que subdivide em necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidade de estima e necessidades de autorrealização. A teoria de dos dois fatores de Herzberg que é composta dos fatores higiênicos e os fatores motivacionais. E a última teoria que será abordada no trabalho é a Teoria X e Y de McGregor. 2.3.1. Hierarquia das necessidades Maslow criou a teoria da motivação, onde ele acredita que as necessidades humanas são dispostas em níveis de importância e influência. Essa hierarquia de necessidades pode ser mentalizada como uma pirâmide: na base estão as mais baixas (as necessidades fisiológicas) e no topo as mais elevadas (as necessidades de autorrealização). 2.3.1.1. Necessidades fisiológicas Embora sejam necessidades de nível baixo são essenciais. Entre elas estão as necessidades de alimentação, sono e repouso, de abrigo, o desejo sexual entre outros. Elas estão ligadas a sobrevivência e a preservação do indivíduo, são consideradas necessidades automáticas e que já vem de berço. Essas necessidades são as mais instantâneas e quando uma delas é desconsiderada, ela comanda o comportamento. Quando nenhuma necessidade for atingida, a maior motivação será das necessidades fisiológicas fazendo com que o comportamento do indivíduo procure alívio. 2.3.1.2. Necessidades de segurança Compõe o segundo nível de necessidades humanas. Entre elas estão as necessidades de segurança, estabilidade, busca de proteção contra ameaça ou provação e fuga do perigo; elas aparecem quando as necessidades fisiológicas estão satisfeitas. Quando o indivíduo é sujeitado a necessidades de segurança, o organismo atua na procura de segurança e essas necessidades têm grande importância no comportamento do ser humano. 2.3.1.3. Necessidades sociais Originam do comportamento, quando as necessidades mais baixas estão satisfeitas. Entre elas estão a necessidade de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e de amor. Quando essas necessidades não estão agradadas, o ser humano se torna resistente e hostil com as pessoas que estão a sua volta. Na nossa sociedade, a decepção com as necessidades de amor e afeto acarreta a falta da adaptação social, ao isolamento e à solidão. Duas importantes forças de motivadoras do comportamento humano são dar e receber afeto. 2.3.1.4. Necessidades de estimaEstá relacionado há como o ser humano se autodescreve; que são a auto apreciação, a autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status, de prestígio e de consideração, incluindo o desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e autonomia. Essa necessidade condiz com sentimentos de autoconfiança, de valor, força, prestígio, poder, capacidade e utilidade. E o desapontamento pode gerar sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência e desamparo que podem causar desanimo. 2.3.1.5. Necessidade de autorrealização São consideradas necessidades mais elevadas, as que estão no topo da pirâmide. A continuidade do autodesenvolvimento tem relação com a percepção do potencial do próprio indivíduo. 2.3.1.6. Fundamentação da Teoria de Maslow As necessidades humanas têm intensidade variadas e se manifestam conforme o indivíduo e as pessoas que estão a sua volta. A teoria de hierarquia de Maslow se fundamenta dos aspectos: Quando um nível inferior estiver satisfeito o nível mais elevado passa a ser perceptível no comportamento do indivíduo. Ou seja, quando a necessidade gerar satisfação, ela deixa de ser causadora do comportamento, possibilitando a manifestação de um nível mais elevado. Nem todo indivíduo consegue atingir o topo da pirâmide das necessidades. Quando alguma necessidade de nível baixo se torna insatisfatória, ela se torna prioritária no comportamento do indivíduo. Mesmo que as necessidades de níveis mais elevados estejam dominando o comportamento. Cada indivíduo possui mais de uma motivação. Todos os níveis atuam juntos no organismo. As necessidades mais elevadas agem sobre as mais baixas, desde que essas estejam satisfeitas. As necessidades estão relacionadas com o estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades. O comportamento motivado atua como um caminho do qual as necessidades são expressas ou satisfeitas. A frustração ou a possibilidade de frustração da satisfação de algumas necessidades pode ser considerada como uma ameaça psicológica. Causando reações gerais de emergência no comportamento humano. 2.3.2. Teoria dos dois fatores de Herzberg Frederick Herzberg criou essa teoria para descrever o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Para ele existe dois fatores que guiam o comportamento das pessoas. 2.3.2.1. Fatores higiênicos Fatores Higiênicos ou fatores extrínsecos estão situadas em ambientes ao redor das pessoas e envolvem condições que desempenham em seu trabalho. Essas condições estão fora do controle das pessoas. Os principais fatores são: salário, benefícios sociais, tipo de chefia ou supervisão que as pessoas recebem de seus superiores, condições físicas e ambientais de trabalho, políticas e diretrizes da empresa, clima de relacionamento entre a empresa e os funcionários, regulamentos internos etc. São fatores que situam no ambiente externo que cerca o indivíduo. Apenas os fatores higiênicos eram utilizados na motivação dos empregados: o trabalho era visto como uma atividade desagradável e, como forma de estímulo, recorriam para prêmios e incentivos salariais, supervisão, políticas empresariais abertas e estimuladoras, propunham incentivos ao indivíduo em troca do seu trabalho. Para Herzberg quando os fatores higiênicos são excelentes, eles apenas evitam o descontentamento dos empregados; e caso a satisfação aumente ela não consegue ser mantida por muito tempo. Por essa influência estar mais voltada para a insatisfação, Herzberg chama de fatores higiênicos, pois são preventivos: eles evitam a insatisfação, mas não geram a satisfação. 2.3.2.2. Fatores motivacionais Fatores motivacionais ou fatores intrínsecos estão relacionados com o cargo e as tarefas que a pessoa realiza. Os fatores motivacionais podem ser controlados pelo indivíduo, pois está relacionado com aquilo que ele executa. Estão envolvidos os sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional e autorrealização, e dependem das tarefas que o indivíduo realiza no seu trabalho. As tarefas e os cargos visavam atender aos princípios de eficiência e economia, descartando o desafio e a criatividade individual. Com isso, causava o descontentamento do indivíduo que os executava e criavam um efeito de "desmotivação", provocando apatia e desinteresse. O efeito dos fatores motivacionais sobre as pessoas é profundo e estável. Quando os fatores motivacionais estão bons, eles provocam a satisfação nas pessoas. Porém, quando são desagradáveis, eles evitam a satisfação. Por estarem relacionados com a satisfação dos indivíduos, Herzberg também os chama de fatores satisfacientes. Os fatores higiênicos e motivacionais são independente e não estão interligados. Os fatores que são responsáveis pela satisfação profissional das pessoas são diferentes dos responsáveis pela insatisfação profissional. Para que os trabalhadores continuem motivados, Herzberg propõe o "enriquecimento de tarefas" ou "enriquecimento do cargo", que nada mais é do que substituir as tarefas que são consideradas simples por mais complexas, para observar como irá ser o desenvolvimento de cada trabalhador. A agregação de tarefas irá depender do crescimento do funcionário e deverá se adaptar as suas características individuais de modificação. Esse enriquecimento pode ser vertical, onde elimina as tarefas mais simples e implementa as mais complexas; ou horizontal, que modifica as tarefas que deverão ser realizadas, porém continuam no mesmo grau de dificuldade. O enriquecimento de cargos adiciona ou desloca para cima ou para os lados, ele envolve atribuições mais elevadas ou laterais e complementares. O enriquecimento de tarefas provoca efeitos almejáveis, como aumento da motivação, aumento da produtividade, redução das faltas e atrasos e redução das demissões. Mas não descarta a possibilidade de gerar efeitos indesejáveis, como o aumento de ansiedade em relação as novas tarefas quando elas não são bem-sucedidas nas primeiras experiências, aumento do conflito entre as expectativas pessoais e os resultados do trabalho nas novas tarefas, sentimentos de exploração quando a empresa não acompanha o enriquecimento de tarefas com o enriquecimento da remuneração, redução das relações interpessoais devido à maior concentração nas tarefas enriquecidas. As teorias de Maslow e Herzberg demonstram concordância. Os fatores higiênicos de Herzberg relacionam-se com as necessidades primárias de Maslow, enquanto os fatores motivacionais estão relacionados com as necessidades secundárias. 2.3.3. Teoria X e Y McGregor compara dois estilos diferentes de administrar: um estilo de teoria tradicional, mecanicista e pragmática (Teoria X) e um estilo baseado em concepções modernas em relação ao comportamento humano (Teoria Y). 2.3.3.1. Teoria X É um ponto de vista tradicional de administração, baseado em críticas errôneas e incorretas sobre o comportamento do ser humano, consideram as pessoas apáticas e preguiçosas por natureza, evitam o trabalho ou fazem o mínimo possível, em troca de recompensas. A falta de ambição onde evitam assumir responsabilidades e se sentem mais seguros sendo dependentes. O homem é necessariamente individualista e seus objetivos pessoais são opostos aos objetivos da organização. A própria natureza faz ter uma certa resistência em relação a mudanças, pois interfere na sua segurança e não pretendem a colocar em risco. A independência perde o autocontrole e a autodisciplina, que precisam ser orientadas e aconselhadas pela administração. Essas percepções em relação a natureza humana formam a Teoria X, que reflete um estilo de administração duro, rigoroso e autocrático fazendo com que as pessoas trabalhem dentro de esquemas e padrões planejados e organizados. As pessoas são vistas como recursos ou meios de produção. Para a Teoria X, a administração é caracterizadapelos seguintes aspectos: A administração deve promover a organização dos recursos da empresa de acordo com o interesse de seus objetivos econômicos. A administração é um método que dirigi os esforços das pessoas, incentivando, controlando suas ações e modificando o comportamento para se adequar aos padrões da empresa. Sem a intervenção pela parte administrativa, as pessoas seriam indiferentes a respeito das necessidades da empresa, e até mesmo poderiam ser um pouco resistentes. As pessoas devem ser movidas, recompensadas, punidas, coagidas e controladas: as suas atividades devem ser padronizadas e dirigidas de acordo com os objetivos da empresa. Como as pessoas são movidas pelo dinheiro, a empresa pode utilizar o pagamento com um meio de recompensa ou punição. A Teoria X obriga as pessoas a fazerem exatamente o que a empresa quer que elas façam. 2.3.3.2. Teoria Y É a moderna concepção de administração de acordo com a Teoria Comportamental. A Teoria Y é baseada em concepções e pressupostos atuais e sem preconceitos a respeito da natureza humana. As pessoas não têm desprazer em trabalhar. Exceto em certas condições, o trabalho pode ser uma fonte de satisfação e recompensa ou uma fonte de punição. A aplicação do esforço físico ou mental em um trabalho é natural. As pessoas não são indiferentes ou resistentes às necessidades da empresa: elas podem ser assim, como resultado de sua experiência negativa em outro momento da vida. As pessoas têm motivação, potencial, comportamento adequados e capacidade para assumir responsabilidades. O controle externo e a ameaça de punição são alguns meios de fazer com que o trabalhador se esforce e dedique para que os objetivos da empresa sejam alcançados. A falta de ambição, preocupações excessivas e evitar responsabilidades são resultados de experiencias frustradas da própria pessoa, e não uma característica geral do ser humano. Esse comportamento é efeito de experiencias ruins em empresas passadas. A capacidade de imaginação e criatividade para solucionar os problemas da empresa são distribuídos entre as pessoas. Atualmente, as características intelectuais das pessoas são pouco aproveitadas. A Teoria Y mostra uma forma de administração aberta, eficaz e democrático, tornando a administração um processo de criação de oportunidades, remover os obstáculos, encorajar o desenvolvimento individual e orientar a respeito dos objetivos. A Teoria Y sugere um caráter de administração participativo se baseando nos valores humanos e sociais. Enquanto a Teoria X é a administração que controla as pessoas, a Teoria Y é a administração que incentiva a iniciativa individual. McGregor aponta a Teoria Y, administrar é um processo de criar oportunidades e liberar potenciais que direcionam o autodesenvolvimento das pessoas. A longo prazo ocorre o predomínio da Teoria X, as pessoas acostumaram-se a ser controladas pelas empresas e a encontrar fora do trabalho as satisfações para suas necessidades pessoais. A Teoria Y é aplicada nas empresas através de um estilo de direção baseado em medidas inovadoras e humanistas. Os pontos relevantes dessa aplicação estão centrados na descentralização das decisões e delegação de responsabilidades. As pessoas têm liberdade para que realizem elas próprias as suas atividades, assumindo os desafios que irão surgir. Ampliação do cargo para maior significado do trabalho. A Teoria Y substitui a superespecialização e o confinamento de tarefas pela ampliação do cargo por meio de distribuição e expansão das atividades, para que as pessoas tenham conhecimento do que fazem e sua contribuição pessoal para as intervenções da empresa. Participação nas decisões e administração consultiva. Permite que as pessoas tenham participação nas decisões que as afetam direta ou indiretamente e faz com que tenham comprometimento com o alcance dos objetivos da empresa. A administração consultiva possibilita que as pessoas deem opiniões e pontos de vista a respeito de decisões que serão tomadas pela empresa. Autoavaliação do desempenho. Os tradicionais programas de avaliação do desempenho, onde os chefes avaliam o desempenho dos funcionários como se fossem uma mercadoria que está sendo inspecionado na linha de montagem são substituídos por programas de autoavaliação do desempenho, em que a participação dos empregados envolvidos é de importância capital. As pessoas são encorajadas a planejar e avaliar sua contribuição para os objetivos empresariais e a assumir responsabilidades. 2.4. Apresentação crítica da teoria A teoria de Frederick Herzberg se mostrou correta no estudo, devido ao fato de que todos os entrevistados que se dizem satisfeitos com sua função responderam que: o progresso; reconhecimento; responsabilidades; realizações profissionais e o trabalho em si são fatores que são correspondidos pela organização e estão presentes no dia a dia. Com a presença desses agentes satisfacientes, os colaboradores se motivam a trabalhar mais e melhor. Já os elementos como: administração; salário; condições de trabalho e relações com o superior condizem com a expectativa dos entrevistados, mantendo-os afastados da insatisfação. As necessidades de Abraham Maslow não funcionam de forma piramidal, uma vez que todos os entrevistados relataram que a estima, segurança, necessidades fisiológicas e sociais possuem significativa importância para eles, não possuindo diferença considerável entre esses aspectos. A única comprovação da teoria é a de que a autorrealização vem após todas as outras, sendo preciso atender as necessidades anteriores, como diz o autor. Porém, Maslow também afirma que as necessidades podem ocorrer simultaneamente. A Teoria McGregor X e a Teoria Y não se baseiam em uma única verdade. Os gerentes da Teoria X e os gerentes da Teoria Y geralmente veem suas percepções de pessoas confirmadas. A abordagem democrática da Teoria Y faz com que as pessoas se sintam confortáveis e, como resultado, elas se comprometem de todo coração com a organização. Os gerentes que se baseiam nos princípios básicos da Teoria X são frequentemente confrontados com um círculo vicioso no qual suas suposições se tornam realidade e em que causa e efeito são revertidos. Seus funcionários estão acostumados à coerção e controle e, portanto, não farão nenhum esforço ou responsabilidade. 2.5. Aplicação na enfermagem A enfermagem é o instrumento para a prestação do cuidado e necessita do conhecimento do comportamento humano. Diante do estudo das teorias e observação do cotidiano da enfermagem em organizações é possível identificar preceitos de teorias diversas sendo aplicadas por administradores e a equipe de enfermagem que integra o grupo de colaboradores. É importante obter conhecimento frente a teoria comportamentalista para que na aplicação do trabalho diário de enfermagem, se utilize os meios mais adequados para o funcionamento interno. A educação continuada deve ser vista como parte geradora de todo um sistema e focalizada igualmente na motivação profissional. Ao inserir um programa de educação continuada aos profissionais de saúde é imprescindível que eles estejam interagindo de maneira motivadora, para obtenção de resultados. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS No término desta pesquisa tivemos a percepção da importância da avaliação do comportamento humano para assim poder gerar o ambiente de trabalho um local propicio ao aprendizado e avaliação dos fatores intrínsecos e extrínsecos de cada indivíduo, para assim entender as motivações de cada indivíduo da equipe. Entendemos que existem inúmeras possibilidades de utilização deste tema em ambiente hospitalar, tendo em vista enormes benefícios a todas as partes envolvidas sendo ela a instituição, profissionais ou pacientes, logo compreender o comportamento humano vai além do conhecimento da administração tradicional. Portantose torna necessário estimular a implementação desta teoria nas rotinas das atenções primaria, secundaria e terciaria visando dar a estes profissionais bons estímulos para ofertar o cuidado de qualidade. 4. ARTIGOS A seguir serão apresentados três artigos que ilustram a teoria comportamental aplicando suas fundamentações e metodologias. O primeiro artigo aborda a concepção de envelhecimento com base na teoria de campo de Kurt Lewin e a dinâmica de grupos, o segundo aplica a teoria comportamental e técnicas de liderança na formação de equipes de alto desempenho e o terceiro é o comportamento social, produção agregada e prática cultural: uma análise comportamental de fenômenos sociais. 4.1. Artigo 1 - A concepção de envelhecimento com base na teoria de campo de Kurt Lewin e a dinâmica de grupos O estudo objetivou refletir sobre a aplicabilidade da teoria de campo de Kurt Lewin na concepção de envelhecimento. Trata-se de uma abordagem reflexiva sobre o uso da teoria de campo de Kurt Lewin para definir e legitimar a experiência de envelhecer, e como estratégia para a qualificação de profissionais de saúde como mediadores em dinâmicas de grupos de idosos. Pôde-se observar que o idoso se comporta de acordo com suas percepções e não de acordo com a realidade, reage conforme aquilo que é confortável ou não com suas cognições. Estimular os idosos a realizarem interpretações subjetivas positivas acerca de outras pessoas, coisas e o processo de envelhecimento lhe induzirão a ideia de satisfação. E as dinâmicas de grupos podem proporcionar o desenvolvimento de uma ação coletiva de discussão e reflexão sobre o envelhecimento. Nesse sentido, a aplicabilidade dessa teoria na experiência de envelhecer pode valorizar a percepção dos próprios idosos como protagonistas de intervenções e dotados de julgamentos sobre bem-estar e qualidade de vida 4.2. Artigo 2 - Teoria comportamental e técnicas de liderança na formação de equipes de alto desempenho O presente estudo objetivou verificar a teoria comportamental humana aplicada a administração, às teorias sobre liderança, a diferença entre Líder e Chefe, às ferramentas de gestão de pessoas, e como essas podem auxiliar Líderes e Gestores no processo de formação, desenvolvimento e liderança de equipes de alto desempenho com a finalidade de maximizar os resultados das organizações. Analisou-se as disfunções das equipes e os conflitos intragrupos, prejudiciais ao desempenho da equipe, e as ações que Líderes devem adotar para a resolução dessas disfunções e conflitos. Também foi objetivo de estudo como o comportamento humano e como Líderes podem influenciar e dirigir o comportamento humano a fim de atingir os objetivos da organização. Neste contexto, o departamento de recursos humanos possui uma posição estratégica atuando como importante Bussines Partner ou como um consultor interno, auxiliando os Líderes no processo de liderança. Conclui-se que as pessoas são essenciais ao sucesso das organizações contemporâneas e os Líderes são essenciais na formação de equipe, motivação e desenvolvimento de pessoas, contribuindo para a criação de uma reciprocidade nas relações organização e indivíduo e na busca de um diferencial competitivo. 4.3. Artigo 3 - Comportamento Social, Produção Agregada e Prática Cultural: Uma Análise Comportamental de Fenômenos Sociais A Análise do Comportamento deve e tem lidado com os fenômenos sociais: fatos ou eventos envolvendo as ações de mais de uma pessoa. A partir da literatura, buscou-se distinguir três eventos rotulados como fenômenos sociais: comportamento social - contingência tríplice cujas consequências são mediadas pelo comportamento operante de outro(s) indivíduo(s); produção agregada - conjunto de comportamentos de mais de um indivíduo que geram um produto agregado; e prática cultural - comportamentos aprendidos similares propagados por sucessivos indivíduos. Características e complexidades destes três fenômenos são discutidas. Possibilidades de diálogo com as Ciências Sociais são ressaltadas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 7. ed. [S.l.]: Campus, 2004. p. 323-369. MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração: Da Revolução Urbana à revolução Digital. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas SA, 2010. p. 99-114. SIMON, Herbert. Comportamento Administrativo. 2. ed. [S.l.]: Fundação Getúlio Vargas, 1947. p. 82-114. BELEZA, CINARA M. F. E SOARES, SONIA M. A concepção de envelhecimento com base na teoria de campo de Kurt Lewin e a dinâmica de grupos. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2019, v. 24, n. 8 [Acessado 14 Maio 2022], pp. 3141-3146. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413- 81232018248.30192017>. Epub 05 Ago 2019. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/1413-81232018248.30192017. LIBOREIRO, Karla Rocha; BORGES, R. S. G. E. GESTÃO DE EQUIPES DE ALTO DESEMPENHO: ABORDAGENS E DISCUSSÕES RECENTES. Gestão e Regionalidade, São Caetano do Sul, v. 34, n. 102, p. 25-40, dez./2018.
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