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GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros - ENS E73g Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Gestão empresarial e financeira / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Débora Regina Timoni. -- 6.ed. -- Rio de Janeiro : ENS, 2021. 117 p. ; 28 cm 1. Corretora de seguros - Administração. I.Timoni, Débora Regina. II. Título. 0021-2563 CDU 368:658.11(072) É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola. REALIZAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO ASSESSORIA TÉCNICA DEBORA REGINA TIMONI – 2021/2020/2019 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO E ESCOLA VIRTUAL PICTORAMA DESIGN RIO DE JANEIRO 6a EDIÇÃO 2021 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA A ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um mercado de seguros, previdência complementar, capitalização e resseguro cada vez mais qualificado. Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida trajetória acadêmica. A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a competitividade é cada vez maior. Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 1. A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 7 CONHECENDO O MERCADO DE SEGUROS 8 Números do Mercado 8 Seguradoras 10 Corretores de Seguros 18 2. GESTÃO EMPRESARIAL 22 GESTÃO DA CORRETORA DE SEGUROS 24 Gestão Comercial x Gestão Administrativa 24 FIXANDO CONCEITOS 2 27 3. GESTÃO ADMINISTRATIVA 28 FUNÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO 30 Planejamento 30 Organização 41 Direção 41 Controle 42 FIXANDO CONCEITOS 3 43 SUMÁRIO INTERATIVO GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 4. GESTÃO DE PESSOAS 45 Gestão por Competências 47 Desenvolvimento de lideranças 48 FIXANDO CONCEITOS 4 50 5. GESTÃO OPERACIONAL 51 ESTRUTURA E ESPAÇO FÍSICO 52 Estrutura e Organização Operacional 53 FIXANDO CONCEITOS 5 58 6. GESTÃO FINANCEIRA 60 DECISÕES FINANCEIRAS PRELIMINARES 61 Investimento e Capital de Giro 62 Cálculo do Capital de Giro 63 Equilíbrio entre Capital de Giro e Investimento Fixo 63 Retorno do Investimento 64 Lucratividade e Rentabilidade 64 Prazo de Retorno (Payback) 65 SIMULAÇÃO DE NECESSIDADE DE VENDAS MÍNIMAS 65 Investimento Inicial 66 Despesas Mensais 66 EVOLUÇÃO DAS VENDAS MENSAIS 68 Remuneração dos Produtos de Seguros e Benefícios 68 Simulação de Volumes de Vendas 69 TRIBUTOS 76 Carga Tributária 77 FIXANDO CONCEITOS 6 82 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 7. GESTÃO COMERCIAL 83 OBJETIVOS E METAS 84 RECONHECIMENTO 87 Concursos e Campanhas de Vendas 87 FIXANDO CONCEITOS 7 89 8. ESTRUTURA DE TI E SISTEMAS 91 SISTEMAS DE GESTÃO E GERENCIAMENTO 93 SISTEMAS MULTICÁLCULO 96 Multicálculo robô 96 Multicálculo webservice 96 FIXANDO CONCEITOS 8 97 9. PLANO DE NEGÓCIOS E BUSINESS MODEL CANVAS 99 BUSINESS MODEL CANVAS 100 Proposta de valor 102 Para quem? 102 Fontes de Receita 104 Estrutura de Custo 105 PLANO DE NEGÓCIOS 106 Estrutura de um Plano de Negócios 107 CONSIDERAÇÕES SOBRE PLANO DE NEGÓCIOS PARA CORRETORAS DE SEGUROS 110 FIXANDO CONCEITOS 9 112 GABARITO 114 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 115 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 7 UNIDADE 1 ■ Conhecer o mercado de seguros por meio de dados estatísticos, considerando a atuação das seguradoras e as informações sobre os corretores de seguros. ■ Identificar as seguradoras por ramo de atuação, tamanho e importância, considerando o volume de prêmio e a participação no mercado segurador. Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS DESTA UNIDADE 01A IMPORTÂNCIA da GESTÃO EMPRESARIAL e FINANCEIRA ⊲ CONHECENDO O MERCADO DE SEGUROS ■ Identificar as características necessárias aos corretores de seguros, visando planejar a atuação e colocação no mercado. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 8 UNIDADE 1 CONHECENDO O MERCADO DE SEGUROS — Números do Mercado Os mercados brasileiros de seguros, previdência complementar aberta, capitalização e resseguros vêm experimentando grande avanço no que se refere à gama de produtos oferecidos. Na tabela abaixo, observa-se um substancial e consistente aumento do volume de receitas, refletido em uma crescente participação no Produto Interno Bruto (PIB) do país. Tal desempenho tem contribuído para uma maior eficiência do sistema financeiro nacional, pois um mercado segurador bem desenvolvido auxi- lia o sistema financeiro na redução dos custos de transações, geração de liquidez, e fomento de economias de escala, impulsionando o crescimento econômico com alocação eficiente de recursos, gerenciamento de riscos e captação de poupança de longo prazo no país. As tabelas e gráficos a seguir apresentam os valores de receitas, apurados para os produtos de seguros (excluindo o VGBL), acumulação (incluindo os produtos de previdência tradicional, PGBL e VGBL) e capitalização, incluin- do também os respectivos percentuais de participação no PIB. Verifica-se que a participação dos mercados supervisionados no PIB bra- sileiro cresceu significativamente no período de análise, saltando de um nível de 2,59% em 2003 para o patamar de 3,80% em 2019, o que é bas- tante significativo, principalmente levando em conta que o PIB brasileiro se manteve crescente na maior parte do período. A queda na participação no PIB observada no biênio 2017-2018 deveu-se ao fraco desempenho do mercado de produtos de acumulação. Cabe ressaltar que não foram incluídos os valores relativos ao segmento Seguro Saúde, uma vez que o mesmo se encontra sob a supervisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) desde agosto/2001. 9 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA TABELA 1: RECEITAS ANUAIS (R$ MIL) ANO ACUMULAÇÃO SEGUROS (EXCL. VGBL) CAPITALIZAÇÃO TOTAL % PIB 2003 14.824.857 23.674.350 6.022.577 44.521.784 2,6 2004 18.209.943 26.958.107 6.601.776 51.769.827 2,6 2005 19.233.017 30.827.045 6.910.339 56.970.401 2,6 2006 22.952.438 34.275.962 7.111.434 64.339.833 2,7 2007 28.178.901 38.252.894 7.828.951 74.260.745 2,7 2008 31.828.350 44.288.487 9.015.379 85.132.216 2,7 2009 38.709.946 46.478.404 10.104.143 95.292.492 2,9 2010 46.077.613 53.384.635 11.780.949 111.243.196 2,9 2011 53.644.210 61.611.288 14.081.260 129.336.758 3,0 2012 70.594.420 69.829.484 16.585.013 157.008.917 3,3 2013 73.942.601 83.078.494 20.975.992 177.997.087 3,3 2014 83.874.000 92.968.706 19.564.910 196.407.616 3,4 2015 99.049.524 98.532.640 21.627.806 219.209.970 3,7 2016 117.819.248 100.708.696 21.223.424 239.751.368 3,8 2017 121.093.955 105.348.330 20.935.799 247.378.084 3,8 2018 111.756.411 112.809.951 21.223.352 245.789.744 3,6 2019 129.200.335 199.254.587 24.102.233 272.557.155 3,8 EVOLUÇÃO DAS RECEITAS TOTAIS (R$ MIL) 0 100,000,000 200,000,000 300,000,000 2 ,0 0 3 2 ,0 0 7 2 ,0 11 2 ,0 15 2 ,0 19 Ano R e ce it a s A n u a is 0.00% 1.00% 2.00% 3.00% 4.00% 5.00% 2 ,0 0 3 2 ,0 0 7 2 ,0 11 2 ,0 15 2 ,0 19 Ano P a rt ic ip a çã o n o P IB Vale ressaltar que a penetração do mercado de seguros no PIB é, em geral, maior em países com economias mais desenvolvidas, passando dos 5%, como é o caso de França, Reino Unido, Dinamarca, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Hong Kong, entre outros. Isto podeapontar ainda um grande espaço para crescimento do mercado segurador no Brasil nos próximos anos. 10 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA PREVISÕES PARA 2020 – VALORES EM R$ BILHÕES RECEITA 2018 2019 2020e VAR. 18/19e VAR. 19/20e Seguros 110,3 118,5 123 7% 4% Saúde Suplementar 197,4 213,5 228 8% 7% Seguros e Saúde Suplementar 307,7 332 352 8% 6% VGBL + Prev 111,8 129,2 132 16% 2% Total do Segmento 419,5 461,2 483 10% 5% Capitalização 21,1 24,1 25 14% 2% Resseguro Local 9,5 10,5 12 10% 15% Total dos Setores 405,1 495,8 520 10% 5% Reservas 2018 2019 2020e VAR. 18/19 VAR. 19/20e Total 993 1.115 1.210 12% 9% Fonte: Carta Conjuntura outubro/2020 - Sincor/SP — Seguradoras Saber quem é quem no mercado ajuda o corretor de seguros a traçar sua estratégia comercial, tanto em relação à escolha das seguradoras que vai trabalhar, como os ramos em que pretende atuar. Os quadros a seguir tratam de um levantamento estatístico (denominado “ran- king”) sobre presença das seguradoras brasileiras em seus principais negócios. Estão destacados, quando existentes, os 20 primeiros colocados em cada quadro, que vão corresponder aos principais ramos de seguro. Os valores são apresentados em R$ mil, salvo quando indicado. RESUMO DO FATURAMENTO DO SETOR – SEGUROS E PREVIDÊNCIA RAMOS (EM R$ MILHÕES) 2019 2018 VAR. % AUTOMÓVEL 36.024 35.804 0,6% PATRIMONIAL 16.323 14.721 10,9% PESSOAS 46.439 41.670 11,4% SAÚDE 45.762 42.503 7,7% RISCOS FINANCEIROS 4.505 4.272 5,4% TRANSPORTES 3.831 3.556 7,7% DEMAIS 13.521 11.892 13,7% 11 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA TOTAL 1 166.404 154.418 7,8% DPVAT 2.068 4.669 -55,7% TOTAL 2 168.472 159.088 5,9% VGBL 114.767 97.635 17,5% PGBL 10.747 9.772 10,0% TOTAL 3 293.986 266.495 10,3% Fonte: Sincor/SP EVOLUÇÃO DAS PROPORÇÕES DOS RAMOS – SEGUROS OutrosPessoasSeguro SaúdeAuto + DPVAT 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 2017 2018 2019 Distribuição % da receita, calculada a partir da evolução do Total 2. Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL (SEM VGBL) GRUPOS (2019) VALORES PART. (%) GRUPOS (2018) VALORES PART. (%) 1 BRADESCO 39.575.664 23,78% BRADESCO 36.492.066 23,63% 2 SULAMÉRICA 21.252.565 12,77% SULAMÉRICA 19.667.181 12,74% 3 PORTO SEGURO 14.687.734 8,83% BB MAPFRE 16.503.787 10,69% 4 BANCO DO BRASIL 10.028.788 6,03% PORTO SEGURO 14.351.175 9,29% 5 ZURICH-SANTANDER 9.955.905 5,98% ZURICH 8.981.788 5,82% 6 CAIXA SEGUROS 7.070.939 4,25% CAIXA SEGUROS 6.284.026 4,07% 12 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 7 MAPFRE 7.015.453. 4,22% TOKIO MARINE 5.085.390 3,29% 8 TOKIO MARINE 5.755.441 3,46% ITAÚ 4.588.739 2,97% 9 ITAÚ 4.887.080 2,94% HDI 3.846.456 2,49% 10 HDI 4.085.305 2,46% ALLIANZ 3.633.090 2,35% 11 LIBERTY 3.968.777 2,39% LIBERTY 3.599.712 2,33% 12 SOMPO 3.829.283 2,30% SOMPO 3.406.758 2,21% 13 ALLIANZ 3.651.063 2,19% UNIMED 3.017.769 1,95% 14 PRUDENTIAL 2.920.603 1,76% PRUDENTIAL 2.436.985 1,58% 15 CARDIF-LUIZA 2.551.265 1,53% CHUBB 2.389.307 1,55% 16 UNIMED 2.519.560 1,51% CARDIF-LUIZA 2.264.718 1,47% 17 CHUBB 2.344.863 1,41% ICATU 1.855.035 1,20% 18 ICATU 2.179.694 1,31% MONGERAL 1.165.278 0,75% 19 MONGERAL 1.335.188 0,80% METLIFE 972.258 0,63% 20 AXA-XL 1.278.277 0,77% AXA 928.225 0,60% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – AUTOMÓVEL GRUPOS (2019) VALORES PART. (%) GRUPOS (2018) VALORES PART. (%) 1 PORTO SEGURO 9.836.238 27,30% PORTO SEGURO 9.959.602 27,82% 2 BRADESCO 4.111.045 11,41% BB MAPFRE 4.125.860 11,52% 3 TOKIO MARINE 3.511.552 9,75% BRADESCO 3.983.159 11,12% 4 SULAMÉRICA 3.326.851 9,24% SULAMÉRICA 3.425.985 9,57% 5 HDI 3.176.845 8,82% TOKIO MARINE 3.390.281 9,47% 6 LIBERTY 3.078.535 8,55% HDI 3.127.645 8,74% 7 MAPFRE 2.620.988 7,28% LIBERTY 2.853.953 7,97% 8 ALLIANZ 1.887.105 5,24% ALLIANZ 1.933.448 5,40% 9 BANCO DO BRASIL 1.031.190 2,86% SOMPO 790.004 2,21% 10 SOMPO 932.966 2,59% ZURICH 510.466 1,43% 11 ZURICH-SANTANDER 586.397 1,63% CAIXA SEGUROS 330.385 0.92% 12 ALFA 334.763 0,93% ALFA 275.284 0,77% 13 CAIXA SEGUROS 327.565 0,91% MITSUI 236.680 0,66% 14 SUHAI 312.528 0,87% GENERALI 235.440 0,66% 15 MITSUI 269.171 0,75% SUHAI 216.010 0,60% 16 SURA 224.675 0,62% SURA 176.278 0,49% 13 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 17 GENERALI 197.095 0,55% BANESTES 60.226 0,17% 18 GENTE 82.803 0,23% SANCOR 53.441 0,15% 19 BANESTES 57.919 0,16% GENTE 53.421 0,15% 20 SANCOR 50.716 0,14% ASSURANT 22.286 0,06% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – PATRIMONIAL GRUPOS (2019) VALORES PART. % GRUPOS (2018) VALORES PART. % 1 ZURICH-SANTANDER 3.083.859 18,89% ZURICH 2.789.142 18,95% 2 PORTO SEGURO 1.556.143 9,53% BB MAPFRE 1.817.238 12,34% 3 MAPFRE 1.344.852 8,24% PORTO SEGURO 1.490.120 10,12% 4 CARDIF-LUIZA 1.120.185 6,86% CARDIF-LUIZA 932.321 6,34% 5 SOMPO 952.088 5,83% SOMPO 922.420 6,27% 6 BRADESCO 939.735 5,76% BRADESCO 896.921 6,09% 7 TOKIO MARINE 863.698 5,29% ASSURANT 763.755 5,19% 8 ASSURANT 860.886 5,27% TOKIO MARINE 692.074 4,70% 9 CHUBB 677.822 4,15% CHUBB 628.930 4,27% 10 AXA-XL 598.911 3,67% AXA 499.824 3,40% 11 HDI 593.369 3,64% CAIXA SEGUROS 465.268 3,16% 12 CAIXA SEGUROS 517.867 3,17% HDI 457.062 3,10% 13 ALLIANZ 513.646 3,15% ALLIANZ 389.548 2,65% 14 BANCO DO BRASIL 434.551 2,66% ITAÚ 264.465 1,80% 15 ITAÚ 343.994 2,11% AIG 238.056 1,62% 16 LIBERTY 268.438 1,64% LIBERTY 219.652 1,49% 17 SWISS RE 216.855 1,33% SWISS RE 206.246 1,40% 18 SURA 208.423 1,28% SURA 192.250 1,31% 19 AIG 195.134 1,20% SULAMÉRICA 188.930 1,28% 20 SULAMÉRICA 170.715 1,05% MITSUI 101.675 0,69% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – PESSOAS GRUPOS (2019) VALORES PART. % GRUPOS (2018) VALORES PART. % 1 BRADESCO 9.760.151 21,02% BRADESCO 9.109.617 21,86% 2 ZURICH-SANTANDER 5.534.341 11,92% BB MAPFRE 5.689.562 13,65% 3 BANCO DO BRASIL 4.967.281 10,70% ZURICH 5.038.503 12,09% 4 ITAÚ 3.860.771 8,31% ITAÚ 3.675.751 8,82% 14 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 5 CAIXA SEGUROS 3.718.988 8,01% CAIXA SEGUROS 3.133.352 7,52% 6 PRUDENTIAL 2.920.603 6,29% PRUDENTIAL 2.436.985 5,85% 7 ICATU 2.136.894 4,60% ICATU 1.830.062 4,39% 8 MAPFRE 1.549.729 3,34% CARDIF-LUIZA 1.224.732 2,94% 9 MONGERAL 1.335.198 2,88% MONGERAL 1.165.280 2,80% 10 CARDIF-LUIZA 1.323.974 2,85% METLIFE 972.259 2,33% 11 METLIFE 1.053.711 2,27% PORTO SEGURO 841.771 2,02% 12 PORTO SEGURO 946.659 2,04% SULAMÉRICA 558.052 1,34% 13 UNIMED 588.160 1,27% UNIMED 551.476 1,32% 14 SULAMÉRICA 568.124 1,22% BRASILPREV 484.077 1,16% 15 CHUBB 504.324 1,09% CHUBB 461.647 1,11% 16 BRASILPREV 466.929 1,01% CAPEMISA 355.155 0,85% 17 SICOOB 440.842 0,95% GENERALI 335.030 0,80% 18 GENERALI 408.281 0,88% TOKIO MARINE 330.584 0,79% 19 TOKIO MARINE 394.997 0,85% ALLIANZ 322.531 0,77% 20 SOMPO 387.358 0,83% SOMPO 314.874 0,76% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – RISCOS FINANCEIROS GRUPOS (2019) VALORES PART. % GRUPOS (2018) VALORES PART. % 1 POTTENCIAL 575.125 12,77% POTTENCIAL 535.589 12,54% 2 PORTO SEGURO 444.854 9,88% JUNTO 382.422 8,95% 3 FAIRFAX 279.663 6,21% PORTO SEGURO 367.325 8,60% 4 MAPFRE 266.426 5,91% BB MAPFRE 334.584 7,83% 5 JUNTO 256.970 5,70% TOO 250.367 5,86% 6 TOO 224.939 4,99% SWISS RE 234.632 5,49% 7 GENERALI 203.334 4,51% CHUBB 204.526 4,79% 8 CHUBB 198.624 4,41% AUSTRAL 174.864 4,09% 9 SWISS RE 197.775 4,39% FAIRFAX 174.104 4,08% 10 AUSTRAL 188.445 4,18% BRADESCO 164.822 3,86% 11 ZURICH-SANTANDER 172.423 3,83% GENERALI 137.751 3,22% 12 BRADESCO 166.071 3,69% ZURICH 134.172 3,14% 13 EULER-HERMES 129.541 2,88% BERKLEY 118.021 2,76% 14 TOKIO MARINE 126.951 2,82% COFACE 116.845 2,73% 15 BERKLEY 110.950 2,46% EULER-HERMES 95.966 2,25% 15 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 16 LIBERTY 98.272 2,18% FATOR 95.516 2,24% 17 COFACE 94.734 2,10% AIG 87.893 2,06% 18 BANCO DO BRASIL 90.417 2,01% ITAÚ 77.857 1,82% 19 SOMPO 84.716 1,88% ATRADIUS 75.571 1,77% 20 PREVISUL 80.973 1,80% TOKIO MARINE 75.129 1,76% Fonte: Sincor/SPRANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – TRANSPORTES GRUPOS (2019) VALORES PART. % GRUPOS (2018) VALORES PART. % 1 SOMPO 720.638 18,81% SOMPO 597.707 16,81% 2 TOKIO MARINE 357.675 9,34% CHUBB 328.151 9,23% 3 CHUBB 344.370 8,99% ALLIANZ 320.174 9,00% 4 ALLIANZ 331.320 8,65% TOKIO MARINE 311.590 8,76% 5 SURA 243.875 6,37% BB MAPFRE 281.948 7,93% 6 MAPFRE 237.729 6,21% SURA 205.411 5,78% 7 ESSOR 190.843 4,98% PORTO SEGURO 192.473 5,41% 8 PORTO SEGURO 185.875 4,85% ESSOR 179.406 5,05% 9 HDI 166.242 4,34% HDI 152.286 4,28% 10 AXA-XL 160.093 4,18% SWISS RE 103.996 2,92% 11 ARGO 154.741 4,04% ARGO 100.892 2,84% 12 FAIRFAX 110.319 2,88% INVESTPREV 99.687 2,80% 13 INVESTPREV 102.158 2,67% LIBERTY 95.579 2,69% 14 LIBERTY 101.298 2,64% XL 92.498 2,60% 15 AIG 86.900 2,27% AIG 89.738 2,52% 16 BERKLEY 82.554 2,16% AXA 84.875 2,39% 17 STARR 73.268 1,91% FAIRFAX 79.852 2,25% 18 SWISS RE 62.330 1,63% BERKLEY 70.534 1,98% 19 MITSUI 55.080 1,44% MITSUI 54.122 1,52% 20 AMERICAN LIFE 43.753 1,14% STARR 41.859 1,18% Fonte: Sincor/SP 16 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – DEMAIS RAMOS GRUPOS (2019) VALORES PART. % GRUPOS (2018) VALORES PART. % 1 BANCO DO BRASIL 3.502.534 25,91% BB MAPFRE 4.254.595 35,78% 2 CAIXA SEGUROS 2.468.560 18,26% CAIXA SEGUROS 2.151.825 18,10% 3 MAPFRE 995.729 7,36% CHUBB 766.053 6,44% 4 CHUBB 619.741 4,58% BRADESCO 516.295 4,34% 5 ZURICH-SANTANDER 567.526 4,20% ZURICH 473.852 3,98% 6 BRADESCO 551.044 4,08% ITAÚ 397.334 3,34% 7 TOKIO MARINE 500.569 3,70% TOKIO MARINE 285.732 2,40% 8 AUSTRAL 435.868 3,22% ALLIANZ 262.276 2,21% 9 ITAÚ 425.252 3,15% AUSTRAL 231.768 1,95% 10 FAIRFAX 336.821 2,49% AIG 221.908 1,87% 11 AXA-XL 326.186 2,41% ESSOR 192.222 1,62% 12 ALLIANZ 279.662 2,07% SWISS RE 190.853 1,60% 13 SOMPO 271.773 2,01% FAIRFAX 186.065 1,56% 14 ESSOR 259.070 1,92% SOMPO 183.817 1,55% 15 TOO 208.203 1,54% SANCOR 176.350 1,48% 16 AIG 202.428 1,50% TOO 136.230 1,15% 17 SWISS RE 178.976 1,32% LIBERTY 133.385 1,12% 18 SANCOR 175.192 1,30% AXA 123.808 1,04% 19 LIBERTY 157.719 1,17% EXCELSIOR 123.229 1,04% 20 EXCELSIOR 143.950 1,06% XL 109.770 0,92% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – VGBL GRUPOS (2019) VALORES PART. % GRUPOS (2018) VALORES PART. % 1 BRASILPREV 39.229.217 34,18% BRASILPREV 31.840.410 32,61% 2 BRADESCO 25.563.864 22,27% BRADESCO 23.734.781 24,31% 3 CAIXA SEGUROS 21.286.822 18,55% ITAÚ 17.154.363 17,57% 4 ITAÚ 12.337.280 10,75% CAIXA SEGUROS 15.393.923 15,77% 5 ZURICH-SANTANDER 9.979.675 8,70% ZURICH 5.741.453 5,88% 6 ICATU 3.187.788 2,78% ICATU 1.758.440 1,80% 7 SAFRA 1.281.962 1,12% SAFRA 941.545 0,96% 8 XP 514.242 0,45% PORTO SEGURO 340.279 0,35% 17 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 9 SULAMÉRICA 480.571 0,42% SUL AMÉRICA 329.681 0,34% 10 PORTO SEGURO 335.009 0,29% BB MAPFRE 169.328 0,17% 11 BTG PACTUAL 183.657 0,16% BTG PACTUAL 95.751 0,10% 12 MAPFRE 178.454 0,16% UNIMED 35.042 0,04% 13 ALFA 101.739 0,09% ALFA 32.620 0,03% 14 UNIMED 51.977 0,05% MONGERAL 30.053 0,03% 15 MONGERAL 40.811 0,04% MET LIFE 16.756 0,02% 16 METLIFE 9.030 0,01% XP 16.000 0,02% 17 BANESTES 4.071 0,00% BANESTES 4.753 0,00% 18 UNIÃO 723 0,00% INVESTPREV 16 0,00% 19 INVESTPREV 12 0,00% TOTAL 114.766.904 100,00% TOTAL 97.635.194 100,00% Fonte: Sincor/SP RANKING DAS SEGURADORAS – PRÊMIO TOTAL R$ MIL – PGBL GRUPOS (2019) VALORES PART. % GRUPOS (2018) VALORES PART. % 1 BRADESCO 2.770.148 25,78% BRADESCO 2.539.156 25,98% 2 BRASILPREV 2.470.843 22,99% BRASILPREV 2.443.845 25,01% 3 ITAÚ 2.305.598 21,45% ITAÚ 2.213.717 22,65% 4 ICATU 1.287.587 11,98% ICATU 892.148 9,13% 5 ZURICH-SANTANDER 572.046 5,32% CAIXA SEGUROS 471.318 4,82% 6 CAIXA SEGUROS 490.817 4,57% ZURICH 465.631 4,76% 7 SULAMÉRICA 235.005 2,19% SUL AMÉRICA 230.382 2,36% 8 PORTO SEGURO 134.587 1,25% PORTO SEGURO 143.377 1,47% 9 MAPFRE 109.143 1,02% BB MAPFRE 121.643 1,24% 10 UNIMED 106.961 1,00% UNIMED 96.320 0,99% 11 XP 95.497 0,89% SAFRA 70.746 0,72% 12 SAFRA 73.974 0,69% MET LIFE 34.798 0,36% 13 MET LIFE 35.640 0,33% MONGERAL 26.210 0,27% 14 MONGERAL 25.723 0,24% ALFA 12.552 0,13% 15 BTG PACTUAL 20.446 0,19% BTG PACTUAL 10.074 0,10% 16 ALFA 13.204 0,12% INVESTPREV 14 0,00% TOTAL 10.747.202 100,00% TOTAL 9.771.932 100,00% Fonte: Sincor/SP 18 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Em relação ao segmento de Saúde, no quadro abaixo estão consideradas as seguradoras atuantes no país. Outros tipos de companhias (mesmo de gran- de porte) da área de assistência suplementar de saúde não estão incluídas. RANKING DAS SEGURADORAS – R$ MIL – SAÚDE GRUPOS (2019) VALORES PART. % GRUPOS (2018) VALORES PART. % 1 BRADESCO 24.047.350 52,55% BRADESCO 21.821.023 51,34% 2 SULAMÉRICA 17.166.802 37,51% SULAMÉRICA 15.466.131 36,39% 3 UNIMED 1.884.028 4,12% UNIMED 2.428.548 5,71% 4 PORTO SEGURO 1.613.904 3,53% PORTO SEGURO 1.426.854 3,36% 5 SOMPO 479.745 1,05% SOMPO 533.519 1,26% 6 ALLIANZ 325.501 0,71% ALLIANZ 390.558 0,92% 7 ITAÚ 188.887 0,41% CAIXA SEGUROS 185.403 0,44% 8 SALUTAR 28.941 0,06% ITAÚ 173.331 0,41% 9 CAIXA SEGUROS 27.012 0,06% SALUTAR 77.886 0,18% TOTAL 45.762.170 100,00% TOTAL 42.503.253 100,00% Fonte: Sincor/SP — Corretores de Seguros Os corretores de seguros estão distribuídos da seguinte forma pelos estados do Brasil: REGISTROS POR ESTADO UF REGISTROS SÃO PAULO 44770 RIO DE JANEIRO 11329 MINAS GERAIS 8566 PARANÁ 7441 RIO GRANDE DO SUL 6499 SANTA CATARINA 3676 BAHIA 3248 DISTRITO FEDERAL 2470 GOIÁS 2439 PERNAMBUCO 2109 CEARÁ 1595 ESPÍRITO SANTO 1395 19 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA MATO GROSSO 1125 MATO GROSSO DO SUL 1066 PARÁ 819 RIO GRANDE DO NORTE 739 AMAZONAS 706 PARAÍBA 646 MARANHÃO 610 SERGIPE 523 ALAGOAS 487 RONDÔNIA 340 PIAUÍ 301 TOCANTINS 291 ACRE 53 AMAPÁ 46 RORAIMA 24 REGISTROS POR TIPO DE PESSOA TIPO QUANTIDADE DE REGISTROS Pessoa física 55.667 Pessoa jurídica 44.169 Fonte: Susep/2021 O 4º Estudo Socioeconômico das Empresas Corretoras de Seguros publi- cado em outubro/2019 pela FENACOR trouxe informações sobre quem são as empresas corretoras de seguros no Brasil, o que fazem e o que querem. O questionário foi respondido por 1.435 corretoras de seguros, distribuídas pelas regiões do país conforme tabela a seguir. PRÊMIOS DE SEGUROS E RESPOSTAS POR REGIÕES – 2019 REGIÃO QUANTIDADE DE PJs SUSEP Nº DE RESPOSTAS % EM RELAÇÃO AO TOTAL DE RESPOSTAS % POR REGIÃO Centro-Oeste 3.166 142 10% 4% Nordeste 4.403 162 11% 4% Norte 1.061 55 4% 5% Sudeste 7.831 435 30% 6% Sul 27.840 641 45% 2% TOTAL 44.301 1.435 100% – Fonte: FENACOR 20 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Em relação aos prêmios emitidos, quase metade das corretoras de segu- ros têm um faturamento de prêmios de seguros de, no máximo, R$ 500 mil por ano. Ou seja, um setor tipicamente caracterizado por possuir uma gran- de quantidade de microempresas. O quadro a seguir mostra os detalhes. DISTRIBUIÇÃO DOS PRÊMIOS – CORRETORAS DE SEGUROS PRÊMIOS DE SEGUROS 2016 2018 Até R$ 500 mil 50% 45% De R$ 501 mil a R$ 1.000 mil 16% 19% De R$ 1.001 mil a R$ 3.500 mil 18% 16% De R$ 3.501 mil a R$ 7.000 mil 6% 7% Acima de R$ 7.001 mil 10% 13% TOTAL 100% 100% Fonte: FENACOR Na distribuição de prêmios gerados pelas corretoras de seguros, obser- va-se que, na média, 56% de todos os prêmios gerados pelas corretoras de seguros no Brasil vêm do seguro de automóvel, 12% vêm de ramos elementares (RE), 11% são oriundos do ramo vida, 9% são provenientes do ramo saúde e 8%, dos demais ramos. COMPOSIÇÃO DO VOLUME DE PRÊMIOS GERADOS PELAS CORRETORAS – 2018 Demais Saúde RE Auto Vida 8% 9% 16% 56% 11% Outra característica importante é avaliar quantos funcionários trabalham na corretora de seguros (incluindo-se, nesse número, o próprio corretor de seguros). 21 UNIDADE 1 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA QUANTIDADE DE FUNCIONÁRIOS – CORRETORAS DE SEGUROS FUNCIONÁRIOS 2016 20181 21% 20% De 2 a 3 45% 44% De 4 a 7 24% 24% De 8 a 17 8% 8% De 18 a 25 1% 1% Acima de 25 2% 2% TOTAL 100% 100% MÉDIA (FUNCIONÁRIOS) 4,2 4,3 Fonte: FENACOR As principais características observadas em relação ao perfil das correto- ras de seguros são: ■ Preponderância de atuação de pequenas e microempresas; ■ 65% das empresas têm até quatro funcionários; ■ 56% dos seus prêmios vêm do ramo automóvel; ■ Em geral, quanto menor a corretora, maior a participação do automóvel; ■ 10 a 15% das empresas são especializadas em vida ou saúde; ■ As corretoras geram 150 mil empregos diretos; ■ Investimentos em tecnologia concentrados em processos adminis- trativos e infraestrutura. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 22 UNIDADE 202 TÓPICOS DESTA UNIDADE ■ Entender a importância da gestão empresarial aplicada à corretora de seguros, considerando seus princípios básicos e as características específicas do negócio. ■ Diferenciar os conceitos de gestão comercial da gestão administrativa, analisando casos práticos de gestão no ramo de seguros. GESTÃO Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ GESTÃO DA CORRETORA DE SEGUROS ⊲ FIXANDO CONCEITOS 2 EMPRESARIAL GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 23 UNIDADE 2 A palavra Gestão, originária do latim gestione, se refere ao ato de gerir, gerenciar, administrar. A Gestão Empresarial pode ser considerada a mais importante combina- ção de técnica, tecnologia, arte e disciplina para buscar o sucesso das empresas na atualidade. Peter Drucker, o mais influente estudioso de gestão do mundo, foi um guru e um ícone dos negócios. Conhecido por criar vários conceitos sobre os quais se construíram os pilares da gestão moderna, Drucker teve uma maneira não convencional de explorar a história da gestão e das suas ideias para o futuro. A influência de seus pensamentos foi tão grande que ele frequentemente é chamado de Pai da Gestão. Entre tantas outras ideias, Drucker defendeu uma maneira nova de pen- sar: observar com os olhos do cliente para compreender o significado de valor. É necessário olhar de fora para dentro e ver o que o cliente deseja e quanto deseja pagar, cruzando fronteiras entre a empresa, fornecedor e cliente. Isto diferencia o vender do convencer o cliente a comprar. Para isso, Drucker formulou uma série de perguntas que a empresa deve se fazer: qual o nosso ramo de negócios? Quem é o nosso cliente? O que o cliente valoriza? E para os profissionais da organização, ele elaborou ques- tões como: quem depende do meu trabalho? Como eles o utilizam? Por que meu trabalho é valioso para eles? Essas reflexões são de grande importância para entendermos como gerir nossos negócios. 24 UNIDADE 2 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA GESTÃO DA CORRETORA DE SEGUROS Para iniciarmos o entendimento de como as corretoras de seguros são admi- nistradas, é necessário considerar que elas são, em sua grande maioria, empresas pequenas, com recursos limitados e poucos funcionários. Para que possam evoluir e crescer, é necessário que seus proprietários exerçam todas as suas habilidades e seu conhecimento de forma bastante organi- zada e com um bom planejamento. A introdução das novas tecnologias e negócios digitais está modificando a maneira como o mercado de seguros cria, produz e vende seus produtos e soluções, e o corretor de seguros, como participante ativo desse processo, precisa estar preparado para o desafio de exercer a gestão de seu negócio de forma eficiente. A rotina de uma corretora de seguros é bastante intensa, caracterizada pela necessidade de coordenar várias operações e atividades que são necessárias para o desempenho satisfatório do trabalho. Para que uma corretora de seguros possa ter sucesso, há dois fatores que são considerados muito importantes: captar e fidelizar clientes, por meio do atendimento cuidadoso e criterioso das demandas dos segurados, fazendo com que eles sejam agentes geradores de novos negócios. — Gestão Comercial x Gestão Administrativa GESTÃO EMPRESARIAL DA CORRETORA DE SEGUROS GESTÃO OPERACIONAL GESTÃO FINANCEIRA GESTÃO DE PESSOAS GESTÃO COMERCIAL GESTÃO ADMINISTRATIVA 25 UNIDADE 2 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA A área comercial é o coração da corretora de seguros. Ao desempenhar de forma eficiente sua principal função, que é a conquista de clientes, ela se torna a razão da existência das demais áreas. Já a área administrativa, incluindo aqui todos os processos de gestão operacional, administrativa e financeira, precisa estar adequada e preparada para receber a produção que a área comercial vai gerar. O desempenho eficaz dessas duas áreas proporciona o equilíbrio do negócio, permitindo a manutenção dos antigos clientes e a captação de novos. Em 2014 o Sincor/SP, em parceria com o Sebrae, publicou a Cartilha do Corretor de Seguros Empreendedor, onde aborda, entre outros aspectos, a importância da eficiência e do equilíbrio entre essas duas áreas da cor- retora de seguros. O quadro abaixo demonstra de forma gráfica como isso se processa. Conquista de novos clientes e perda de clientes antigos Conquista de novos clientes e satisfação dos clientes antigos Perda de clientes antigos e dificuldades em conquistar novos Satisfação dos clientes antigos e dificuldades para conquistar novos e crescer 01 02 04 03 G e st ã o C o m e rc ia l Gestão Administrativa Fonte: Sincor/SP – Sebrae Analisando os quadrantes formados, pode-se posicionar a situação da cor- retora de seguros: Quadrante 1: se a sua empresa estiver nessa posição significa que está sendo realizada uma boa gestão comercial e administrativa. Novos clientes são conquistados diariamente, a carteira e o volume de comissões cres- cem. Por outro lado, os clientes antigos estão contentes com os serviços prestados e percebem valor no investimento que estão fazendo em segu- ros, o que fomenta recomendações boca a boca e produzem novos clien- tes. Essa empresa está consolidada no mercado e seu futuro é crescer. 26 UNIDADE 2 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Quadrante 2: essa posição indica uma boa gestão administrativa, porém uma fraca gestão comercial. Os clientes antigos estão satisfeitos com os serviços realizados, porém não possuem motivação suficiente para muitas recomendações. Com a função comercial frágil e a baixa intensidade do boca a boca, a carteira de negócios não cresce e, por consequência, o faturamento fica estagnado. É preciso investir no aspecto comercial, quali- ficar equipes, atualizar-se em produtos e desenvolver uma estratégia para formar novas redes de relacionamentos. Quadrante 3: essa é a pior posição, ilustrada pela fraca atuação comercial e administrativa. Significa que não ocorre a entrada de novos clientes e os atuais estão insatisfeitos com os serviços prestados. Nesse cenário, caso não seja realizada uma mudança rápida, o destino da empresa provavel- mente será o de fechar as portas. Quadrante 4: nessa posição a função comercial apresenta bom desempe- nho e o que deixa a desejar é a função administrativa. Novos clientes são conquistados, porém a taxa de não renovação é alta, bem como a sensa- ção de insatisfação pelos serviços prestados. Se sua empresa está nessa posição é importante investir na melhoria dos serviços de atendimento ao cliente em termos de assistência técnica e relacionamento. Nos próximos capítulos vamos abordar com detalhes os processos e ativi- dades envolvidas nas várias áreas de gestão de uma corretora de seguros. 27 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA FIXANDO CONCEITOS 2 1. Em relação à gestão de uma corretora de seguros, é correto afirmar que: a) Compreende somente a gestão comercial e financeira do negócio. b) A gestão comercial é menos importante que a gestão administrativa. c) O desempenho eficaz da gestão comercial e da gestão administrativa proporciona o equilíbrio do negócio. d)É composta somente da gestão administrativa e operacional. e) A gestão comercial é mais importante que a gestão administrativa. Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s): 2. Para que uma corretora de seguros possa ter sucesso, há dois fatores que são considerados muito importantes: ________ e _______ clientes, por meio do atendimento cuidadoso e criterioso das demandas dos segu- rados, fazendo com que eles sejam agentes geradores de novos negócios. (a) conquistar / perder (b) captar / fidelizar (c) fidelizar / reconhecer (d) perder / captar (e) premiar / fidelizar GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 28 UNIDADE 303 ■ Compreender as funções básicas da gestão administrativa, considerando os conceitos básicos e sua aplicabilidade no ramo de seguros. ■ Classificar e/ou identificar as funções básicas da administração, analisando sua aplicação em casos práticos da gestão de corretoras de seguros. ■ Reconhecer os conceitos apresentados na elaboração do planejamento estratégico da corretora de seguros, analisando as características do negócio através ferramentas conceituais práticas. TÓPICOS DESTA UNIDADE GESTÃO Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ⊲ FUNÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO ⊲ FIXANDO CONCEITOS 3 ■ Desenvolver a missão, visão e valores da corretora de seguros, considerando os conceitos e exemplos práticos apresentados. ■ Definir os objetivos, metas e sua forma de monitoramento, de acordo com o plano estratégico desenvolvido para a corretora de seguros. ADMINISTRATIVA GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 29 UNIDADE 3 Independentemente do tamanho do negócio, a partir do momento em que desenvolvemos uma atividade que envolva a produção, venda ou presta- ção de serviços, surge a necessidade de fazer com que isso seja realizado da melhor maneira possível para que se tenha sucesso. As empresas, inclusive as corretoras de seguros, invariavelmente, atingem o sucesso a partir da percepção de que precisam se preparar para o futuro. Administrar não é uma tarefa fácil, ainda mais quando não se tem noção de que há inúmeras oportunidades que podem significar crescimento e sustentabilidade, e que não estar preparado para aproveitá-las pode deter- minar fracasso competitivo. Jules Henry Fayol, um engenheiro francês, desenvolveu o primeiro modelo teórico completo para administração de empresas. Em 1916, foi publica- do o livro Administration Industrielle et Générale, onde Fayol propôs uma sequência de atividades a serem desenvolvidas pela administração: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Mais tarde, essas atividades foram agrupadas em quatro funções essenciais conhecidas como PODC – Planejamento, Organização, Direção e Controle, em que “prever” apa- rece como “planejar” e “comandar e coordenar” aparecem como “dirigir”. Normalmente, seu nome aparece ligado ao de Frederick Taylor, norte-americano e também engenheiro, que sistematizou a organização do trabalho. Podemos considerar que a Gestão Administrativa ou, mais diretamente, que “administrar”, é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar pessoas e recursos visando a realização de objetivos. 30 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA FUNÇÕES BÁSICAS DA ADMINISTRAÇÃO PLANEJAR Objetivos e Estratégias DIRIGIR Liderar e Motivar ORGANIZAR O que e como fazer; quem fará CONTROLAR Monitoração do desempenho — Planejamento Planejar é traçar os objetivos, decidir como alcançar as metas, definir os prazos, programar as atividades, e, principalmente, comunicar isso às pes- soas envolvidas no negócio. O planejamento é um processo que, uma vez adotado, demanda continui- dade, devendo, desta forma, ser incorporado como prática permanente na empresa. Entendê-lo como um processo é requisito para se obter eficá- cia na sua implementação. É através das avaliações, revisões periódicas e reformulações que o planejamento se torna um processo cíclico, aberto e flexível, responsável pelo direcionamento constante dos esforços e aloca- ção efetiva dos recursos da empresa. O Planejamento Estratégico Empresarial Podemos argumentar que o planejamento nas empresas é necessário para reduzir o grau de incertezas quanto ao futuro. Profundas mudanças econômicas, sociais e tecnológicas pronunciam-se e, quanto maior a incer- teza, maior é a necessidade de planejamento. Portanto, deve-se fazer pla- nejamento estratégico porque ele visa: ■ preparar a empresa e adaptá-la aos novos contextos ambientais (inovação tecnológica, novos modelos de gestão, novos desafios do setor público, decisão mais participativa, transparência admi- nistrativa); ■ repensar o que está sendo feito; 31 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA ■ definir novas diretrizes para o futuro; e ■ traçar novos programas e/ou eliminar linhas de ação superadas. Historicamente, a preocupação com as relações existentes entre a empre- sa e o seu ambiente foi denominada de problema estratégico. Este termo evidenciava claramente a falta de sintonia entre as atividades empresariais e as mudanças associadas ao ambiente. A solução para este problema foi a utilização de um modelo de planejamento que incorporasse uma análise racional das oportunidades e ameaças geradas pelo ambiente, em conso- nância com os pontos fortes e fracos da empresa. O planejamento estratégico surgiu, então, como um processo destinado a garantir um ajustamento entre os objetivos e recursos da empresa e as demandas de um ambiente externo em constante mutação. Entretanto, esta necessidade de adaptar-se ao ambiente exigiu a adoção de um modelo administrativo preocupado com as mudanças empresariais no âmbito interno da empresa (adaptação estratégica). A preocupação com as mudanças dentro da empresa deu origem à cha- mada administração estratégica, que, combinada com a proposta do pla- nejamento estratégico, resultou em uma técnica gerencial denominada planejamento estratégico empresarial. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO X ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA PREOCUPADO COM O AMBIENTE EXTERNO À EMPRESA PREOCUPADO COM AS MUDANÇAS EMPRESARIAIS (INTERNAS) PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EMPRESARIAL Elaboração do Planejamento Empresarial O planejamento estratégico é uma técnica gerencial que procura, por meio da análise do ambiente de uma empresa, criar consciência de suas oportu- nidades e ameaças, assim como de seus pontos fortes e pontos fracos. A partir daí, torna-se possível traçar os rumos ou direção que essa empresa deverá seguir para aproveitar as oportunidades, potencializar os pontos fortes e minimizar ameaças e riscos. 32 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA ESQUEMA GERAL DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Análise de cenários Análise do ambiente interno, ativos intangíveis e competências essenciais Definição das estratégias Definição do modelo de negócio Definição de indicadores, metas e planos de ação Monitoramento das estratégias Fonte: Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) Análise do Ambiente (Diagnóstico Estratégico) O sucesso na elaboração e implementação de um processo de plane- jamento (planos estratégicos) está condicionado, em grande parte, ao conhecimento da realidade ambiental na qual a empresa está inserida. A análise ambiental corresponde ao estudo dos diversos fatores e forças do ambiente e às relações entre eles ao longo do tempo e seus efeitos sobre a empresa, sendo baseada nas percepções das respectivas áreas em que as decisões estratégicas da empresa deverão ser tomadas. MACROAMBIENTE ECONÔMICO SOCIAL POLÍTICO/LEGAL TECNOLÓGICO AMBIENTE OPERACIONAL (SETOR DE ATUAÇÃO) ClientesFornecedores Mercado-alvo AMBIENTE INTERNO Fonte: Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) Para facilitar essa tarefa, uma ferramenta muito utilizada é a análise SWOT (em português, também chamado de Matriz FOFA). A palavra SWOT é uma sigla em inglês originária das palavras Forças(Strengths), Fraquezas ( Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) e dá nome a uma matriz que facilita a visualização destas qua- tro características, que são essenciais para o planejamento dos mais variados tipos de empresas. 33 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA CONCEPÇÃO DO NEGÓCIO DEFINIÇÕES ESTRATÉGICAS DESDOBRAMENTO ESTRATÉGICO Conceito do Negócio FORÇAS FRAQUEZAS Iniciativas Estratégicas Indicadores Controles Planos e Projetos Metas Reavaliação Valores Missão Visão Objetivos Estratégias IN T E R N A (O R G A N IZ A Ç Ã O ) OPORTUNIDADES AMEAÇAS E X T E R N A (A M B IE N T E ) ATRAPALHAAJUDA Análise Externa (Oportunidades e Ameaças) Consiste na atividade de levantamento e análise dos principais fatores externos que, direta ou indiretamente, influenciam a empresa e/ou são por ela influenciados. É onde se situam, portanto, clientes, usuários, ins- tituições congêneres, órgãos governamentais e financiadores, parceiros atuais e potenciais da empresa. Oportunidades É qualquer elemento (força, evento ou situação) do ambiente exter- no que pode afetar, de forma positiva, a empresa. São influências que constituem ou venham a se constituir em elementos favorá- veis ao desempenho da empresa, no cumprimento de sua missão. Exemplos ■ financiamentos (fundos estaduais, federais ou privados), des- tinados a custear projetos na área de atuação da empresa; ■ programas governamentais destinados a incrementar o setor para o qual a empresa está voltada; ■ novas demandas de produtos e/ou serviços na área de atuação da empresa. Ameaças É qualquer elemento (força, evento ou situação) do ambiente exter- no que pode afetar, de forma negativa, a empresa. São influências que constituem ou venham a se constituir em elementos desfavorá- veis ao desempenho da empresa, no cumprimento de sua missão. 34 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Exemplos ■ alteração da base tributária; ■ atos regulatórios; ■ novos entrantes no mercado. Análise Interna (Forças e Fraquezas) É a análise das condições internas que podem afetar os resultados empre- sariais, positiva ou negativamente. Deve se concentrar nos aspectos bási- cos que refletem a capacidade de gestão e permitem a localização dos pontos fortes e fracos da empresa. O resultado da análise interna é a identificação das deficiências e quali- dades (capacidades, recursos e habilidades) da empresa com vistas à ela- boração de estratégias de ação, visando superar ou minimizar os pontos fracos e potencializar os pontos fortes para o cumprimento da missão e dos objetivos propostos. Forças São características ou situações intrínsecas e desejáveis da empresa que podem favorecer o cumprimento de sua missão e dos objetivos estabelecidos que, por isso, devem ser preservadas ou potencializadas. Exemplos ■ alta qualificação do pessoal técnico; ■ estrutura leve e moderna; ■ alta credibilidade; ■ sólida situação financeira; ■ moderna infraestrutura. Fraquezas São características ou situações intrínsecas e indesejáveis da empresa que podem prejudicar o cumprimento de sua missão e dos objetivos estabelecidos que, por isso, devem ser abolidas ou minimizadas. 35 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Exemplos ■ desatualização em relação ao mercado; ■ ausência de investimentos em TI; ■ ausência de planejamento; ■ inexistência de um plano de negócios. Definição da estratégia Depois de saber exatamente quais são as oportunidades, fraquezas, for- ças e oportunidades, começa-se a análise de como os fatores externos interferem na possibilidade de os internos acontecerem. O objetivo é maximizar os pontos positivos e minimizar os negativos, anali- sando de forma cruzada a matriz Swot. Para isto, as seguintes perguntas colaboram para uma visão mais clara: ■ Quais pontos fortes da empresa podem ser usados para maximizar as oportunidades identificadas? ■ Quais pontos fortes da empresa podem ajudar a minimizar o impacto das ameaças? ■ Que ações você pode fazer para minimizar as fraquezas através das oportunidades levantadas? ■ Que ações você pode fazer para diminuir ou eliminar as fraquezas e minimizar o efeito das ameaças? Respondendo essas questões ficará mais fácil definir as estratégias a serem adotadas. A Estratégia Segundo Pedrita Dantas Gabriele, uma estratégia é um padrão ou um pla- no que integra as metas maiores da organização, políticas e a sequência de ações objetivando a coesão das forças internas: Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos da organização numa postura única e viável, isto baseado nas competências e deficiências internas, na antecipação às mudanças do meio externo e movimentos contingenciais dos concorrentes. (GABRIELE et al., 2012) Como se vê, a definição de alocações de recursos em uma empresa é uma decisão estratégica extremamente importante. 36 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Na maioria das empresas, a estratégia é expressa em alguns conceitos: Missão, Visão Estratégica e Valores. Vamos conhecê-los agora. Missão A missão de uma empresa é a declaração concisa do propósito fundamen- tal da organização, a finalidade de sua existência, o motivo pelo qual foi criada. Uma boa definição de missão deve ser inspiradora e desafiadora, para que haja o engajamento de seus colaboradores e parceiros, provo- cando comprometimento de todos os envolvidos. Também deve comuni- car ao cliente e ao mercado, de forma clara e objetiva, qual a sua razão de existir e como deve atuar. Algumas perguntas podem facilitar e orientar a elaboração da missão: 1. O que a empresa deve fazer? 2. Para quem deve fazer? 3. Para que deve fazer? 4. Como deve fazer? 5. Onde deve fazer? 6. Qual a responsabilidade social da empresa? Veja alguns exemplos de missão em empresas do mercado segurador: Bradesco Seguros: “O melhor lugar para o segurado proteger sua vida, seu futuro, sua saúde e seu patrimônio; o melhor lugar para os corretores produzirem e o melhor lugar para seus funcionários trabalharem”. Porto Seguro: “Nossa missão é assumir riscos e prestar serviços, por meio de um atendimento familiar que supere expectativas, garantindo agilidade a custos competitivos com responsabilidade social e ambiental”. Visão A visão de uma empresa representa um estado futuro para o negócio, ou seja, aonde ela deseja chegar e o que quer alcançar. Uma das diferenças da missão para a visão é a temporalidade. Enquanto a missão não tem prazo determinado, a visão da empresa é criada para um período de tem- po preestabelecido e pode ser alterada ao longo do tempo, em razão das mutações do ambiente de negócios. A visão responde à pergunta “para onde queremos ir?”. Veja alguns exemplos: Bradesco Seguros: “Ser reconhecida como a maior, melhor e mais eficiente seguradora do País, com atuação focada no desen- volvimento sustentável e alto padrão de confiabilidade e solidez de proteção financeira e patrimonial”. 37 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Sompo Seguros: “Ser a seguradora preferida na escolha dos clientes, com crescimento sustentável”. Valores Os valores são o conjunto de características de uma determinada pessoa ou organização, que determinam a forma como a pessoa ou organização se comportam e interagem com outros indivíduos e com o meio ambiente. Valores definidos pelas empresas como honestidade, ética, responsabilida- de social, integridade, valorização, inovação, sustentabilidade, comprometi- mento, transparência, dedicação, preocupação com a satisfação do cliente e excelência no atendimento devem estar enraizados em todos os colabora- dores da organização. Os valores de uma empresa respondem à pergunta “de que forma agiremos para atingir nossa visão?”. Veja alguns exemplos: SulAmérica Seguros: ■ Somos orientados para a satisfação dos nossos clientes e corretores. ■ Valorizamos os colaboradorese o trabalho em equipe. ■ Objetivamos uma relação saudável e de longo prazo em nossas par- cerias. ■ Buscamos sempre os melhores resultados e o aprimoramento contí- nuo de nossas operações. ■ Cumprimos nossas promessas, preservando nosso comprometimen- to com a sustentabilidade. Unimed: ■ Cooperação como essência. ■ Compromisso com o cliente. ■ Valorização e respeito pelas pessoas. ■ Inovação e melhoria contínua. ■ Agilidade e simplicidade para alcançar a excelência. ■ Sustentabilidade. Definição de Modelo de Negócios Expressa a maneira como a empresa, no caso a Corretora de Seguros, vai atuar no mercado. Compreende várias definições, tais como: produtos a serem comercializados, local de instalação das suas unidades, definição de mercados e clientes-alvo, escolha de parceiros, forma de relacionamen- to com fornecedores, comportamento em relação à concorrência e outros aspectos considerados relevantes para o sucesso do negócio. 38 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Definição de Objetivos Estratégicos Depois de definirmos o que somos (missão), para onde vamos (visão), como vamos atingir nossos objetivos (valores) e o nosso modelo de negó- cios, por fim, podemos desdobrar a estratégia em objetivos estratégicos. Eles são metas globais e amplas da organização, os desafios que a institui- ção deverá suplantar para conseguir implementar a sua estratégia. Alguns exemplos de objetivos estratégicos: ■ Aumentar a satisfação dos clientes em 15%; ■ Reduzir despesas administrativas em 10%; ■ Elevar o índice de capacitação dos funcionários em 30%. Indicadores de Desempenho Um indicador de desempenho é qualquer medida identificada como carac- terística dos produtos, serviços ou processos, ou operações utilizadas pela empresa para avaliar e melhorar o desempenho e acompanhar o progresso. Eles estão intimamente ligados aos objetivos estratégicos de uma empresa. Cada indicador de desempenho tem referência, quando possível, a um padrão que deve ser alcançado (exemplo: objetivo estratégico – aumentar a satisfação dos clientes em 15%; indicador – índice de satisfação). Os indi- cadores devem ser definidos de forma a descrever acuradamente como o atual desempenho se relaciona com a missão, visão e os objetivos. Além disso, todo o indicador tem uma medida de resultado que é expressa em termos idênticos aos da meta e/ou da ação que deverá medir. Os indicadores devem servir de apoio para detectar as causas e os efeitos de um objetivo, e não apenas seus resultados. Um indicador precisa: ■ ser compreensível; ■ ter aplicação fácil e abrangente; ■ ser interpretável de modo uniforme; ■ ser compatível com o processo de coleta de dados; ■ ser preciso quanto à interpretação dos resultados; ■ ter aferição economicamente viável; e ■ oferecer subsídios para o processo decisório. 39 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA EXEMPLOS DE INDICADORES QUE PODEMOS UTILIZAR NA CORRETORA DE SEGUROS: NOME DO INDICADOR FÓRMULA DE CÁLCULO GESTÃO Taxa de novos clientes Quantidade de novos clientes/ período Comercial Evolução de taxa de novos clientes Taxa de novos clientes período atual/taxa de novos clientes período anterior Comercial Taxa de renovação de clientes Quantidade de clientes atuais que renovaram contrato/período Administrativa Evolução de taxa de renovação de clientes Taxa de renovação de clientes atuais/taxa de renovação de período anterior Administrativa Satisfação % de clientes satisfeitos com os serviços Administrativa Evolução do volume da carteira de clientes Número de clientes atuais/número de clientes período anterior Comercial + Administrativa Faturamento Quantidade de comissões recebidas no período Comercial + Administrativa Fonte: Sincor/SP – Sebrae Planos de Ação Os planos de ação constituem a descrição dos passos, das etapas a serem seguidas para alcançar os objetivos estabelecidos no planejamento estratégico empresarial. Se os objetivos estão relacionados a uma dimensão mais abrangente, pre- tendida pela empresa, as ações são atividades específicas, necessárias à consecução dos resultados esperados. As ações deverão constituir o refe- rencial da avaliação (e mensuração) do desempenho institucional, possuin- do, desta forma, indicadores que servirão para medir o seu grau de sucesso. Para que um planejamento dê certo, é preciso envolver pessoas de vários níveis, se comunicar claramente, garantir que todos conheçam os seus objetivos e coordenar as atividades da organização para que as coisas aconteçam. Os níveis de planejamento se dividem em estratégico, tático e operacional, e se diferenciam em prazo, em níveis hierárquicos e como cada planeja- mento influencia no resultado geral da organização. O diagrama, a seguir, demonstra o desdobramento das ações em cada nível de planejamento: 40 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Desdobram ento Desdobramento • Visão da organização • Estabelece diretrizes para organização • Missão, filosofia, valores e visão da organização • Objetivos e metas da organização • Duração de longo prazo • Responsabilidade da alta administração • Visão por unidade/departamento • Estabelece diretrizes das unidades da organização • Objetivos e metas das unidades • Definição de atividades dos departamentos • Duração de médio prazo • Responsabilidade de nível intermediário • Visão por tarefas rotineiras/individuais • Estabelece diretrizes para grupos e indivíduos • Objetivos e metas de grupos e indíviduos • Define as atividades e os recursos necessários • Duração de curto prazo NÍVEL CARACTERÍSTICASTIPOS OPERACIONAL TÁTICO ESTRATÉGICO Monitoramento das estratégias Finalizado o plano, vem a etapa de implantação. Dispõe-se, então, o pla- nejamento estratégico que contém os planos de ação, os quais estipulam responsabilidades pela execução e prazos, para que cada um possa tomar as medidas necessárias à efetivação. Podemos dividir a etapa de implantação e controle em duas atividades fun- damentais: uma relacionada à implantação dos planos e outra destinada ao controle dos resultados. Esta última visa à/ao: ■ identificação dos indicadores de desempenho a serem medidos; ■ estabelecimento de padrões para cada indicador de desempenho (sempre que possível); ■ identificação de responsáveis para cada etapa do processo de mensuração; ■ coleta de dados; ■ análise/relato do desempenho atual em comparação com o desempenho desejado; ■ identificação da necessidade de ações corretivas; ■ implantação de mudanças para realinhamento do desempenho; e ■ identificação da necessidade de novas ações e estratégias. 41 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA — Organização A função de organizar compreende várias fases, como a elaboração dos níveis hierárquicos e definição das estruturas organizacionais. Pode ser definida como a ordenação dos recursos materiais e recursos humanos visando atingir os objetivos estabelecidos. O organograma da empresa é definido nesta fase e tem a função de repre- sentar a estrutura da empresa, deixando claros os níveis hierárquicos. Dimensionar a equipe, dividir as tarefas, distribuir os recursos, estabele- cer prioridades são algumas das ações desejadas. Deixar claro quais as responsabilidades de cada colaborador, quais as entregas esperadas, em quanto tempo as atividades precisam ser realizadas, como vai ser o con- trole e a cobrança, e que recompensas estão no horizonte. É transformar o planejamento em ações objetivas e ordenadas. — Direção Esta é a função da tomada de decisões, de liderança e intercomunicação com os envolvidos no processo. Esta função administrativa exige muita habilidade do profissional, que precisa envolver, motivar, liderar e coor- denar toda sua equipe. A direção pode ser a nível institucional abarcando toda a empresa, a nível departamental, abrangendo as unidades em sepa- rado e, por fim, a níveloperacional. Vamos observar agora alguns princípios da direção: Unidade de Comando Cada funcionário deve entender a quem se reportar e prestar con- tas das operações realizadas. Delegação Compreende designação de tarefas, alçadas e responsabilidade aos funcionários envolvidos em um determinado processo. Amplitude de Controle Relacionada ao número de posições que podem ser eficientemen- te supervisionadas por um único indivíduo. Princípio da coordenação ou relações humanas Preocupação em harmonizar os esforços individuais em benefício de um bem comum. Conversar com a equipe, motivá-la, saber escutar e interagir, estar presen- te e buscar informações relevantes. Não apenas olhar: ver e viver o que acontece na empresa. Este é o trabalho mais importante de um gestor. 42 UNIDADE 3 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA — Controle Está diretamente ligado ao planejamento e é complementar a ele. Nesta função devem ser avaliados os progressos da empresa em seus objetivos e feitas as devidas correções para garantir que os resultados sejam satis- fatórios. O controle: ■ É necessário para medir e avaliar o desempenho organizacional; ■ É dinâmico e contínuo; ■ Deve englobar todas as vertentes da organização. TABELA DAS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS Planejamento Elaboração de Previsões Determinação de Objetivos Programação Cronogramação Orçamentação Definição de Políticas Determinação de Procedimentos Organização Definição de Estruturas Estabelecimento de Relações Direção Tomada de decisão Delegação Comunicação Obtenção de Pessoal Motivação de Pessoal Desenvolvimento de Pessoal Controle Definição de Padrões de Desempenho Medição de Resultados Avaliação de Resultados Correção de Desempenho 43 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA FIXANDO CONCEITOS 3 Marque a alternativa correta 1. Jules Henry Fayol, um engenheiro francês, desenvolveu o primeiro mode- lo teórico completo para administração de empresas. Em 1916, foi publica- do o livro “Administration Industrielle et Générale”, onde Fayol propôs uma sequência de atividades a serem desenvolvidas pela administração: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Mais tarde, essas atividades foram agrupadas em quatro funções essenciais, conhecidas como: (a) PODC - Planejamento, Orientação, Direção e Comando. (b) PODC - Planejamento, Organização, Direção e Comando. (c) PODC - Planejamento, Orientação, Direção e Controle. (d) PODC - Previsão, Organização, Direção e Controle. (e) PODC - Planejamento, Organização, Direção e Controle. Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s): 2. Planejar é traçar os objetivos, decidir como alcançar as metas, definir os ____________, programar as atividades e, principalmente, ___________ isso às pessoas envolvidas no negócio. (a) prazos / comunicar (d) números / participar (b) objetivos / participar (e) locais / comunicar (c) meios / notificar Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta 3. Alguns dos objetivos do planejamento estratégico do negócio são: I) Preparar a empresa e adaptá-la aos novos contextos ambientais. II) Repensar o que está sendo feito. III) Definir novas diretrizes para o futuro. Agora assinale a alternativa correta: (a) Somente I é proposição verdadeira. (b) Somente II é proposição verdadeira. (c) Somente III é proposição verdadeira. (d) Somente I e II são proposições verdadeiras. (e) I, II e III são proposições verdadeiras. 44 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Marque a alternativa correta 4. Algumas das atividades desempenhadas durante a elaboração de pla- nejamento estratégico empresarial são: (a) Avaliação dos progressos da empresa em seus objetivos. (b) Elaboração dos níveis hierárquicos e definição das estruturas organizacionais. (c) Designação de tarefas, alçadas e responsabilidade aos funcionários envolvidos em um determinado processo. (d) Análise de cenários e de ambientes interno e externo. (e) Definição de padrões de desempenho. Marque a alternativa correta 5. Análise ou matriz SWOT é uma ferramenta essencial para o planeja- mento estratégico de qualquer empresa. A palavra SWOT é uma sigla em inglês para as iniciais das palavras Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats que, traduzidas para o português, são respectivamente: a) Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças. b) Fraqueza, Desempenho, Forças e Ameaças. c) Forças, Oportunidades, Fraquezas e Resultados. d) Competência, Atitude, Habilidades e Conhecimento. e) Competência, Oportunidades, Habilidades e Resultados. Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s): 6. Os planos de ação constituem a descrição das etapas a serem seguidas em cada estratégia e das ações concretas a serem realizadas. É o conjunto de atividades planejadas que indicam, claramente, _______ deve ser feito, _____ e ______ é o responsável. (a) quem / quando / o que (d) o que / quem / por que (b) quando / quem / o que (e) quem / quando / por que (c) o que / quando / quem GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 45 UNIDADE 4 ■ Entender os princípios básicos sobre gestão de pessoas, conhecendo seus conceitos atualizados. TÓPICOS DESTA UNIDADE GESTÃO de PESSOAS ⊲ FIXANDO CONCEITOS 4 Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: 04 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 46 UNIDADE 4 Em todo negócio sempre será haverá a necessidade de contratar, remunerar, reconhecer ou mesmo demitir pessoas. Conhecer os princípios da gestão de pessoas é fundamental para qualquer líder de equipe ou de uma empresa. Esses conceitos também podem ser úteis ao estabelecerem parcerias e contratarem terceirizados, por exemplo. A gestão de pessoas vem passando por um amplo processo de transforma- ção à medida que os sistemas tradicionalmente utilizados como referencial –centrados em cargos e hierarquias– vêm demonstrando fragilidades dian- te do ambiente turbulento e mutável pelo qual passam as organizações. Nesse contexto em que mudanças ocorrem a todo momento, as empresas precisam estar alinhadas em torno de definições estratégicas claras, objeti- vas e sustentadas por uma gestão com amplo envolvimento e participação de seus colaboradores. Uma empresa que pretende desenvolver e aperfei- çoar sua visão estratégica precisa levar em conta que há um fluxo de conhe- cimentos multidirecional que afeta a produção como um todo. Isso quer dizer que, se antes um gestor concentrava toda a informação e as responsa- bilidades de um determinado departamento ou empresa, hoje ele deve estar atento às informações vindas de seus funcionários, clientes, fornecedores e outros envolvidos na operação. A ideia é que esse ciclo de informação pos- sa retroalimentar a empresa e aperfeiçoar processos e produtos. É preciso, portanto, estabelecer um compromisso com a força de trabalho, baseado em respeito mútuo com uma comunicação aberta e transparên- cia, ou seja, com o envolvimento de todos. Os dois principais modelos de sucesso para a gestão de pessoas, atualmen- te, são a gestão por competências e o desenvolvimento de lideranças. 47 UNIDADE 4 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA — Gestão por Competências As competências são essenciais para que o indivíduo tenha sucesso em sua vida social e na carreira. Com a elevada competitividade do mercado, não basta apenas dominar a parte técnica exigida para ocupar determinado cargo em uma empresa. É necessário que o profissional também apresente algumas competências comportamentais consideradas essenciais para as empresas. A forma de conduzir suas relações, responsabilidades e profis- são são determinadas por sua capacidade de a cada dia conviver e resolver as situações cotidianas, cujos resultados são totalmente dependentes da forma com que os seus problemas são solucionados. O mercado de traba- lho necessita de pessoas capazes de tomar decisões, liderar, resolver con- flitos, utilizar conhecimentos adquiridos ao longodo processo acadêmico. Podemos compreender o conceito de competência (para a Gestão de Pes- soas), por meio de critérios objetivamente mensuráveis, como o exercício proativo e simultâneo de: 1. Saber conceitualmente (qualificação) – conhecimento – que é adquirido por meio de treinamentos, leitura de livros, experiências nas universidades, nas escolas e na vida. 2. Saber fazer (experiência funcional) – habilidade – resumidamente, é colocar em prática o que se aprende na teoria. 3. Saber agir (capacidade de obter resultados) – atitude – refere-se à ação, ao querer fazer. Esse tripé também é conhecido pelo acrônimo CHA (Conhecimento, Habilidade, Atitude). Competência, portanto, é o potencial disponível para enfrentar os desafios futuros, de forma a agregar valor econômico para a organização e social para o indivíduo. Dentro do universo de negócios, o conjunto das competências desejadas deve estar alinhado com a estratégia adotada, o que explica que além de alguma competência em comum, cada segmento de negócios demandará por competências específicas, assim como cada organização, em função da sua estratégia. O conceito pressupõe produtividade e adequação a cada realidade de negócios. Alguns exemplos de competências comumente usadas para orientar e avaliar funcionários dentro de uma empresa são: orientação para ação (proatividade, iniciativa), foco em resultados, foco no cliente, comunicação, trabalho em equipe, visão sistêmica, capacidade empreendedora etc. Ao estabelecer um modelo de gestão por competências, faz-se necessário adotar algumas atitudes básicas relacionadas às ações gerenciais: 48 UNIDADE 4 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA ■ conscientização de que cada tipo de organização necessita de pes- soas com perfis específicos e que cada posto de trabalho existente na empresa tem características próprias e deve ser ocupado por pro- fissionais que apresentem um determinado perfil de competências; ■ reconhecimento de que aqueles que ocupam funções de lideran- ça são responsáveis pela oferta de oportunidades que permitem o desenvolvimento e a aquisição de novas competências; e ■ crença de que sempre haverá a demanda para o desenvolvimento de novas competências, e o que hoje é exigido para a boa exe- cução de um trabalho poderá agregar novas exigências amanhã. Essas premissas devem ser difundidas até que façam parte da cultura geral da empresa e sejam internalizadas nas atitudes e comportamento de todos. — Desenvolvimento de lideranças No que tange ao desafio da liderança, a mudança de paradigma é ainda mais sensível. A arte de saber delegar é cada vez mais uma necessidade dentro de uma organização, notadamente no que se refere à sua gestão. A seguir, temos um comparativo do antigo modelo de liderança e do modelo atual, mais próximo e mais participativo das atividades de toda a equipe. Fazendo uma comparação entre o que tradicionalmente era entendido como suficiente e o que atualmente é preconizado pelos especialistas em gestão de pessoas, temos que: ■ anteriormente, era importante: » ser um chefe; » controlar as pessoas; » centralizar a autoridade; » estabelecer objetivos; » dirigir com regras e regulamentos; » confrontar e combater; » mudar por necessidade e crise; e » ter um enfoque local – a área na empresa. ■ atualmente, o enfoque é em: » ser um coach e facilitador; » trabalhar em equipe; » criar o ambiente para a motivação; » distribuir a liderança; 49 UNIDADE 4 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA » conciliar visão e estratégia; » guiar com valores compartilhados; » colaborar e unificar; » ter um enfoque mais amplo; e » ter um enfoque global – a empresa como um todo. O novo padrão de liderança exige um novo papel estratégico do gestor e algumas características pessoais, que podem ser naturais ou desenvolvidas. 50 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA FIXANDO CONCEITOS 4 Marque a alternativa correta 1. Em relação à gestão de pessoas e ao desenvolvimento de lideranças, o novo modelo utilizado atualmente, e mais próximo e participativo tem como características: (a) Controlar as pessoas. (b) Centralizar a autoridade. (c) Dirigir com regras e regulamentos. (d) Confrontar e combater. (e) Distribuir a liderança. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 51 UNIDADE 5 ■ Conhecer a estrutura e organização de uma corretora de seguros, considerando exemplos práticos e conceitos de organização empresarial. ■ Dimensionar ou selecionar o espaço físico e a estrutura operacional adequados para a instalação de corretoras de seguros, analisando as características do negócio em situações práticas. TÓPICOS DESTA UNIDADE GESTÃO OPERACIONAL 05 ⊲ ESTRUTURA E ESPAÇO FÍSICO ⊲ FIXANDO CONCEITOS 5 Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: ■ Classificar os processos e funções inerentes à operação da corretora de seguros, considerando os recursos e necessidades em casos práticos específicos. GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA 52 UNIDADE 5 ESTRUTURA E ESPAÇO FÍSICO O dimensionamento da estrutura da corretora de seguros está diretamente relacionado com o planejamento da empresa, em que devemos considerar a necessidade do espaço físico de acordo com os objetivos comerciais traçados e o apoio operacional necessário. Muitas vezes, corretores autônomos e pequenos empresários optam pelo home office, não apenas pela comodidade de se trabalhar em casa, mas principalmente pelo baixíssimo custo desse modelo. Outro modelo utiliza- do atualmente é o co-working, em que há o compartilhamento de espaços por várias pequenas empresas e que reduz drasticamente os custos fixos. Algumas assessorias e seguradoras oferecem uma área para o corretor ini- ciante ou que opta por continuar com um negócio pequeno, normalmente fazendo um acordo de produção. Entretanto, esses modelos de escritório limitam o crescimento do negócio, o que leva a maioria dos empresários a buscar a alternativa mais tradicional. Algumas dúvidas em relação a este momento de escolha são: ■ A localização é importante? ■ Qual o tamanho necessário? ■ Qual tipo de local? Casa, sala comercial, loja em galeria ou sho- pping, espaço compartilhado? ■ Comprar ou alugar? É importante avaliar que muitas vezes se faz a opção por um local na medi- da certa para este início de negócio e, com uma eventual expansão, pode- rá ser necessária uma mudança, o que pode gerar despesas adicionais. 53 UNIDADE 5 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Outro aspecto é ter atenção para a arrumação e organização interna do espaço sempre que possível, preservando a setorização dos serviços, com a distribuição dos móveis e equipamentos, buscando criar ambientes ade- quados para o desempenho do trabalho de forma produtiva. Tanto o layout interno (ambiente, decoração, facilidade de movimentação, luminosidade, entre outros) quanto o layout externo (fachada, letreiros, entra- da e saída, estacionamento) são elementos que colaboram para a boa impres- são que os clientes, parceiros e fornecedores vão levar da sua empresa. Alguns exemplos: ■ A opção por colocar uma impressora em local distante dos usuá- rios principais pode atrapalhar o andamento do trabalho e aumen- tar a circulação de pessoas de forma desnecessária; ■ A localização física da corretora em local com deficiência de trans- porte público pode dificultar o deslocamento dos colaboradores; ■ A área administrativa e técnica, que necessita de concentração e atenção, sempre que possível deve ficar apartada da área comer- cial, que normalmente recebe clientes e utiliza-se de telefone e outras formas de comunicação oral. — Estrutura e Organização Operacional Diferentemente da estrutura física, que vai depender do tamanho do negó- cio, as muitas funções operacionais necessárias ao bom andamento do trabalho não se modificam significativamente se a corretora de seguros for pequena, média ou grande. Vemoscom frequência que numa corretora de pequeno porte ou mes- mo os corretores estabelecidos como pessoa física, vários (ou todos os) serviços são executados pela mesma pessoa. Daí podemos perceber a complexidade de conseguir, além de realizar a prospecção e comercia- lização, ainda dar o suporte necessário para desempenho de todos os processos envolvidos. Ao cuidar da organização operacional, deve-se ter em vista que o objetivo é atender à necessidade específica do negócio, de forma a racionalizar os serviços, buscando eficiência e especialização. Seguindo essas diretrizes e buscando sempre a melhoria contínua nos processos, será possível oti- mizar custos, permitindo a expansão dos negócios. A grande maioria das funções operacionais permanece a mesma nas mais variadas configurações de corretoras de seguro, e podemos dividi-las nas seguintes áreas: 54 UNIDADE 5 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Área Comercial Pode-se dizer que é o coração de uma corretora de seguros. Como em qual- quer negócio, sem venda não há sobrevivência. Numa corretora de seguros, uma excelente estrutura de vendas depende de uma boa estratégia, de mui- to planejamento e, principalmente, de uma equipe boa e engajada. A diferença de um setor de vendas de uma corretora de seguros para a maioria das outras atividades está na variedade de produtos e diversidade de fornecedores que a indústria do seguro disponibiliza. Composta por profissionais, corretores de seguros e seus colaboradores, que precisam ter habilidades específicas para o exercício da função, tais como: gentileza, boa comunicação, paciência, persistência, flexibilidade e segurança, que acabam por conferir confiabilidade ao processo de nego- ciação e venda. Área Técnica/Emissão Responsável pelo acompanhamento de propostas, conferência de apóli- ces, controle de pendências, baixa e controle de parcelas, gestão dos clien- tes e seus seguros, organização de controles e arquivos, virtuais ou físicos. É uma área de apoio à área comercial, atuando como um pós-venda, e por isso a operação eficiente e bem coordenada completa o ciclo de atendimen- to ao cliente, que, sendo de boa qualidade, vai gerar melhores resultados. Os profissionais com perfil para desempenhar essa função precisam ter conhecimento técnico dos produtos e dos processos, assim como carac- terísticas que privilegiem a organização, concentração e facilidade para trabalhar em equipe. Área de Sinistros O atendimento a sinistros também faz parte da pós-venda e é uma área com- plementar à área comercial. É encarregada de receber as reclamações de sinistros e encaminhá-las para as seguradoras, assim como os pedidos de reembolsos e outras orientações em caso de incidentes ou emergências. A função mais importante da área é o acompanhamento do processo de sinistro, desde a sua vistoria até a liquidação, bem como o contato e orien- tação aos segurados e terceiros envolvidos no sinistro em todas as fases do processo. Também é responsável pela assessoria e atendimento ao cliente para assistência emergencial, guincho, carro reserva, vidros, e outros serviços que são muito demandados atualmente. Os profissionais que desempenham essa função devem ter características específicas como: paciência, equilíbrio emocional, iniciativa, empatia, maleabi- lidade, bom relacionamento e conhecimento dos processos nas seguradoras. 55 UNIDADE 5 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Área Administrativa e Financeira A função da área administrativa e financeira da corretora transita desde a gestão de pessoal até o controle e cadastro de documentos. Suas princi- pais atribuições são: ■ Gestão de recursos humanos (horários, folgas, férias); ■ Controles internos de documentos; ■ Compras de materiais e suprimentos; ■ Arrumação e organização interna; ■ Eventos e relacionamento da equipe; Na parte financeira, cabem ainda a esse departamento: ■ Acompanhamento de recebimento de comissões; ■ Pagamento de comissões aos produtores/corretores/prepostos; ■ Emissão de notas fiscais; ■ Gestão de contas bancárias; ■ Contabilidade; ■ Gestão fiscal; ■ Contas a pagar; ■ Gestão de investimentos; ■ Recebimentos de um modo geral. Existem algumas funções, porém, que na maioria das corretoras de segu- ros são desempenhadas pelo proprietário ou sócio corretor de seguros, tais como: ■ Recrutamento e seleção de pessoal; ■ Relacionamento comercial com seguradoras e parceiros; ■ Capacitação, reciclagem e treinamento; ■ Manutenção do imóvel, reformas, decoração; ■ Criação e manutenção de impressos e formulários; ■ Administração da página da web e redes sociais ■ Brindes e modelos de relacionamento com clientes; ■ Seleção e contratação de softwares de apoio; ■ Padronização de e-mails e outros modelos para comunicação; ■ Lançamento de campanhas, promoções e divulgação em geral. 56 UNIDADE 5 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Cada corretora terá necessidades próprias e definidas de acordo com sua especialização, tamanho, objetivo e característica pessoal dos sócios. Como será a sua corretora de seguros? Gestão de Processos Já vimos que uma corretora de seguros tem uma grande quantidade de funções e atividades a serem desempenhadas. Organizar a rotina e iden- tificar os problemas nos processos e no fluxo do trabalho é o caminho mais indicado para tornar a corretora produtiva e rentável, porém demanda dedicação e tempo. De maneira habitual, os corretores precisam estar atentos a uma série de fases operacionais em seu fluxo de trabalho e observar a necessidade de controle e gerenciamento dos processos. Qualquer item que fuja da rotina diária pode causar um grande impacto. É preciso observar e garantir qualidade técnica no atendimento das demandas e dos clientes, cumprir obrigações normativas dos órgãos regu- lamentadores, prezando sempre por uma boa produtividade e agilidade, mantendo boa organização para o andamento das atividades. Fluxo Operacional Básico da Corretora de Seguros PROSPECÇÃO ORÇAMENTOS PROPOSTA APÓLICE COMISSÃO MANUTENÇÃO SINISTRO RENOVAÇÃO Nas fases observadas no quadro acima, podemos distribuir muitas das fun- ções que já elencamos neste capítulo. 57 UNIDADE 5 GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA Para estabelecer um fluxo de trabalho funcional, é preciso observar a roti- na e analisar as atividades que se repetem basicamente todos os dias e, assim, identificar as falhas de execução, agindo de modo rápido para evi- talas, buscando sempre sua melhoria contínua. Um bom fluxo de trabalho, permite que os processos instituídos, sejam eles comerciais, operacionais ou de atendimento ao cliente, tenham come- ço, meio e fim, dentro de prazos previamente definidos, sem grandes erros ao longo de seu desenvolvimento. As tarefas contidas dentro desse fluxo podem ser transmitidas de uma pessoa para outra e devem se adaptar a diferentes áreas dentro da empresa, garantindo também a troca de infor- mações entre os envolvidos do processo, minimizando problemas. 58 FIXANDO CONCEITOS GESTÃO EMPRESARIAL E FINANCEIRA FIXANDO CONCEITOS 5 Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta 1. É correto afirmar que, com relação à estrutura física da corretora de seguros, há várias opções que o profissional pode escolher para se esta- belecer, sendo importante levar em conta: I) Planejamento do negócio. II) Necessidade de espaço físico. III) Custos envolvidos. Agora assinale a alternativa correta: (a) Somente I é proposição verdadeira. (b) Somente II é proposição verdadeira. (c) Somente III é proposição verdadeira. (d) Somente II e III são proposições verdadeiras. (e) I, II e III são proposições verdadeiras. Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s): 2. Diferentemente da estrutura física, que vai depender do _________ do negócio, as muitas funções operacionais necessárias ao bom andamento do trabalho não se modificam significativamente
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