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DESCRIÇÃO Conceitos e aplicação de sistemas de gestão, entre eles ERP e MRP, a integração de sistemas modernos e/ou legados, suas vantagens e desvantagens e os principais processos logísticos abrangidos. PROPÓSITO Compreender conceitos importantes sobre sistemas de gestão integrada, objetivos, características, vantagens e desvantagens, ERP e MRP, a interação do sistema de gestão sobre os processos de logística, bem como as novas tecnologias e tendências. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer a importância do compartilhamento de informações e seus impactos na redução de custos, na melhoria dos processos e na interação entre setores MÓDULO 2 Identificar a tecnologia e a integração de sistemas como ferramentas de apoio ao planejamento logístico MÓDULO 3 Analisar ERP e MRP, suas vantagens e desvantagens INTRODUÇÃO Neste conteúdo, estudaremos o compartilhamento de informações, apresentando conceitos importantes sobre a integração de sistemas, suas vantagens e desvantagens e os perigos dos sistemas legados. Abordaremos a integração da TI com a logística, o fluxo de informações versus fluxo de produtos e sua importância como ferramenta de apoio ao planejamento logístico. Conheceremos, ainda, o ERP e o MRP, os sistemas integrados de gestão empresarial e as novas tecnologias e tendências futuras. MÓDULO 1 Reconhecer a importância do compartilhamento de informações e seus impactos na redução de custos, na melhoria dos processos e na interação entre setores COMO PROPORCIONAR A INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS Segundo Landon e Landon (2011), considera-se um sistema de informação como um conjunto de componentes relacionados entre si que coleta, processa, armazena e distribui informações, auxiliando a gestão da organização, a solução de problemas e o desenvolvimento de novos produtos. Com a necessidade de informações precisas para a tomada de decisões, as aplicações, os sistemas e os repositórios de informações vêm aumentando de forma vertiginosa dentro das organizações. Na medida em que os recursos computacionais estão ficando mais acessíveis, o poder de processamento agregado nas grandes organizações também aumenta. Isso popularizou o uso de computadores na maioria das instituições públicas e privadas, desde as microempresas até os grandes conglomerados, de diversos setores, utilizando sistemas de informação para auxiliar na gestão empresarial e na automação de atividades. A necessidade de uso de sistemas computacionais ultrapassa a substituição da execução de tarefas manuais por automação − automatização de tarefas de nível operacional. Os recursos de tecnologia da informação tornaram-se diferencial estratégico, aumentando o potencial competitivo das organizações. Geralmente, o sistema desenvolvido objetiva atender às necessidades de um setor ou de uma atividade específica. É comum empresas possuírem diversos sistemas de informação, atendendo a diversos objetivos e com propósitos diferentes, de acordo com as necessidades de cada setor ou atividade. Evidencia-se, porém, uma crescente modernização sistêmica, com uso de sistemas integrados, armazenados em datacenters e com acesso remoto. Visando reutilizar as soluções desenvolvidas, a consolidação dos dados e a segurança da informação, as empresas buscam cada vez mais a integração entre esses sistemas. Imagem: Shutterstock.com Datacenter ATENÇÃO A integração entre esses sistemas permite a centralização de tarefas e dados, facilitando a gestão e o uso. A integração pode ocorrer entre sistemas diferentes, ou mesmo entre módulos de um mesmo sistema, permitindo a interação entre eles. A integração entre sistemas pode ser feita de diversas formas e entre softwares de diferentes linguagens, cujas formas mais comuns são: USO DE FERRAMENTA INTERMEDIADORA Consiste em utilizar um terceiro sistema para efetuar a comunicação e a integração. TROCA DE DADOS ELETRÔNICA Existe a exportação de dados (geralmente arquivos .txt e .csv) por um sistema e a importação por outro, podendo o sistema ser automatizado ou manual. VIA BANCO DE DADOS Existe o compartilhamento dos bancos de dados entre os sistemas para troca de informações com uso de ETL, que é um processo de extração, transformação e carregamento de dados provenientes de sistemas diversos. Os dados são extraídos de um sistema, tratados e/ou transformados e carregados no outro sistema ou datacenter. USO DE API (APPLICATION PROGRAMMING INTERFACE) javascript:void(0) As informações são compartilhadas em tempo real pelos bancos de dados. Possui o melhor desempenho entre os tipos de integração. É mais rápido por não necessitar de outro sistema de intermediação. ETL Acrônimo em inglês para Extract, Transform, Load. Trata-se de um processo em três etapas: a extração, a transformação e o carregamento de dados provenientes de sistemas diversos. Na etapa de extração, os dados são convertidos de modo a terem um formato único. Depois da extração, os dados sofrem uma transformação, uma filtragem que retém deles apenas aquilo que será efetivamente aproveitado, ou seja, as informações de interesse. Por fim, na etapa de carregamento, os dados já tratados são armazenados de forma organizada em um repositório apropriado. Outra importante ferramenta para a integração de sistemas é o conceito SOA orientado a processos de negócio, proposto em 1996 por Roy Schulte e Yefim Natis, do Gartner Group. É uma filosofia de tecnologia da informação que tem como objetivo a facilitação para integração entre sistemas. Isso ocorre por meio da orientação para elaboração e disponibilização de módulos fracamente acoplados, baseados no conceito de serviços. As principais características do uso do SOA são descritas na figura a seguir: Imagem: Marcelo dos Santos Machado Principais características do uso do SOA Entre as vantagens do SOA para a integração de sistemas, podemos destacar: FACILIDADE NAS MANUTENÇÕES As mudanças nos processos organizacionais não interferem nas aplicações existentes. REUSO Permite o reaproveitamento de funcionalidades existentes. FLEXIBILIDADE Possibilita a substituição de infraestrutura e sistemas de back-end sem impactos. RESULTADO POSITIVO Proporciona eficiência e diminuição dos custos. QUALIDADE Garante processos homogêneos. ECONOMIA DE TEMPO Permite desenvolvimento evolutivo de sistemas com análise de impacto. ECONOMIA DE CUSTOS Manutenção das aplicações mais eficientes. CONTROLE Gestão dos ativos. O PERIGO DOS SISTEMAS LEGADOS Os sistemas antigos de uma organização, que não são substituídos por fornecerem serviços essenciais ou de elevado valor, cujo risco, investimento ou falta de conhecimento impossibilita suas evoluções, são conhecidos como sistemas legados. São aplicações cuja modernização seria inviável para a empresa no momento. Nota-se uma defasagem e uma degradação tecnológica nos sistemas com o passar dos anos, levando-os à obsolescência, necessitando assim do desenvolvimento de um novo sistema, baseado em novas tecnologias, que permita a substituição plena do sistema legado. Os principais perigos dos sistemas legados estão associados aos riscos de: Segurança da informação Manutenção da aplicação Estrutura de suporte A manutenção dessas ferramentas e linguagens de legado tecnológico pode representar uma ameaça à segurança da organização. Dada a exponencial evolução dos sistemas operacionais e das plataformas, essas tecnologias tornam-se obsoletas, apresentando problemas no funcionamento, como compatibilidade e estabilidade. ATENÇÃO A obsolescência é a principal ameaça à operação da empresa, que fica vulnerável, presa às tecnologias arcaicas. Devido à sua estrutura defasada, o sistema legado configura um risco à segurança da informação, agravado pelo uso em redes corporativas e internet. Torna-se uma porta de entrada para ataques e invasões cibernéticas. Mesmo defasados, quando essenciais, os sistemas legados permanecem em uso, ocasionando riscos e desvantagens, como: FALTA DE DOCUMENTAÇÃOSOBRE O SISTEMA A falta de documentação no desenvolvimento do sistema dificulta qualquer intervenção ou atualização por parte do desenvolvedor. A realização de um reparo ou a implementação de algo novo pode fazer com que alguma função ou parte do sistema pare de funcionar. TECNOLOGIAS OBSOLETAS E DESCONTINUADAS Geralmente, a interface e os processos do sistema não condizem mais com as necessidades de uso dos usuários, proporcionando retrabalho e mais tempo para executar uma tarefa. LIMITAÇÃO AOS SISTEMAS OPERACIONAIS DESCONTINUADOS Em geral, são incompatíveis com sistemas operacionais modernos e com isso a sua execução se torna dependente de sistemas operacionais que já foram descontinuados. CUSTO ALTO DE MANUTENÇÃO É comum que os sistemas legados necessitem de gasto excessivo para manutenção, por terem sido desenvolvidos com métodos e recursos tecnológicos ultrapassados. FALTA DE SUPORTE PELO FORNECEDOR No caso de software de terceiros, existe a dependência do fornecedor para atualizações e manutenção. NÃO EXISTE GARANTIA EM CASO DE FALHA DO SISTEMA OU PERDA DE DADOS Devido à falta de suporte e atualizações, sistemas legados são propensos a falhas, inclusive de segurança e perda de dados. FALTA DE COMPATIBILIDADE COM SISTEMAS MODERNOS Muitas vezes, os sistemas legados são incompatíveis com sistemas modernos, principalmente com sistemas web. Além disso, pode haver ausência de compatibilidade com smartphones e tablets, causando dependência de desktops ou notebooks. CONSUMO EXCESSIVO DE HARDWARE Devido à sua obsolescência, são normalmente incapazes de serem executados em serviços de computação em nuvem, ficando restritos a estruturas de hardware locais, nem sempre das mais modernas, o que acaba causando um consumo excessivo dos recursos de hardware disponíveis. Com metodologias avançadas, os sistemas atuais são aprimorados com auxílio de ferramentas que gerenciam os processos e utilizam inteligência artificial para testes de segurança, desempenho e simulação, garantindo integridade e rendimento. Já os sistemas legados permanecem desatualizados, exigindo uma remodelação total para melhoria de desempenho e segurança. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS Como as organizações possuem culturas distintas, é necessário um profundo estudo de todas as vantagens e desvantagens de uma possível integração de sistemas. Certamente, a empresa será impactada com a integração, com alteração de procedimentos, otimização de rotinas, mais aderência entre as tarefas e melhora na participação dos colaboradores entre os setores. Vamos listar a seguir as principais vantagens e desvantagens encontradas na integração de sistemas. VANTAGENS DA INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS Primeiro, conheça as principais vantagens da integração de sistemas: DIMINUIÇÃO DE CUSTOS A integração de sistemas simplifica os fluxos de trabalho, permitindo que os dados lançados em um sistema sejam utilizados em outro sistema, reduzindo o retrabalho. MELHORIA DA PERFORMANCE Evita o retrabalho e melhora e facilita o uso para o colaborador, que é ouvido no momento da integração e traz melhores práticas, gerando engajamento. INTERAÇÃO ENTRE OS SETORES Com a integração, a comunicação aumenta entre os setores, promovendo maior sinergia. As rotinas de trabalho são otimizadas e as equipes, integradas. MELHORIA DE PROCESSOS A integração de sistemas proporciona o controle dos processos, pois permite seu planejamento, acompanhamento, automação e evolução. Com a otimização dos processos, a empresa ganha com produtividade e qualidade. DESVANTAGENS DA INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS Agora, veja as desvantagens: MANUTENÇÃO CONSTANTE NOS PONTOS DE INTEGRAÇÃO Por demandas de desenvolvimento ou por atualização do software, caso seja necessária a intervenção de retirada ou inserção de dados utilizados na integração, o layout de integração deverá ser refeito. MONITORAMENTO DO USO DOS SISTEMAS INTEGRADOS É necessário que todos, usuários e responsáveis pelos softwares, estejam comprometidos com o uso correto e a manutenção dos sistemas integrados. RISCO À SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO A integração de sistemas precisa possuir uma estrutura de segurança cibernética para o monitoramento das atividades da integração e seguir os protocolos de segurança, principalmente quando se integra sistemas legados. Manter a estrutura atualizada e segura é essencial para inibir ataques, invasão e perda ou vazamento de dados. ATRASOS NO PROCESSAMENTO DOS DADOS Os problemas na conexão entre os sistemas, causados por perdas de pacotes em redes ou baixa velocidade de conexão, atrapalham o fluxo das informações, atrasando ou parando o processamento de dados. COMPARTILHAMENTO DE INFORMAÇÕES Neste vídeo, serão apresentados os principais conceitos sobre a integração de sistemas, os perigos dos sistemas legados e as vantagens e desvantagens da integração de sistemas. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UM DOS PRINCIPAIS PERIGOS DOS SISTEMAS LEGADOS: A) Facilidade nas manutenções. B) Risco à segurança da informação. C) Possui estrutura atualizada para seus usuários. D) Tecnologias ultrapassadas com suporte ativo e atualizações constantes. E) Redução dos custos com infraestrutura de tecnologia. 2. É UMA DESVANTAGEM DA INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS: A) Melhoria de processos. B) Melhoria da performance. C) Manutenção constante nos pontos de integração. D) Diminuição de custos. E) Interação entre os setores. GABARITO 1. Assinale a alternativa que apresenta um dos principais perigos dos sistemas legados: A alternativa "B " está correta. Sem atualização recente, os sistemas obsoletos não possuem as barreiras cibernéticas necessárias para segurança contra invasões ao se conectarem à rede. 2. É uma desvantagem da integração de sistemas: A alternativa "C " está correta. A integração de sistemas exige um controle rígido e uma manutenção nos pontos de integração a cada necessidade de alteração nos sistemas. MÓDULO 2 Identificar a tecnologia e a integração de sistemas como ferramentas de apoio ao planejamento logístico INTEGRAÇÃO DA TI COM A LOGÍSTICA O conceito de logística vem se aprimorando ao passar dos anos, tornando-se mais abrangente e, ao mesmo tempo, preciso. Para Ballou em seu livro Logística empresarial (2006, p.24): A logística engloba a totalidade dos fluxos de materiais, produtos e informação e, portanto, abrange as ligações entre diferentes setores e empresas da cadeia de suprimentos. Logística é a parte do processo da cadeia de suprimentos que planeja, estabelece e controla os fluxos e estoques de matéria-prima, produtos intermediários e acabados, serviços e informação, de forma eficiente e eficaz, desde a origem até o consumidor final. No alicerce da ampliação do conceito de logística, estão as possibilidades abertas pelo desenvolvimento tecnológico, com especial destaque para o uso cada vez mais intenso das soluções tecnológicas. (BALLOU 2006, p.24). Imagem: BALLOU, H. R. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2006. Sobre a evolução da TI, Laudon e Laudon (2011, p.26) afirmam: POR SUA VEZ, A EVOLUÇÃO DA TI RESULTA EM DIMINUIÇÃO NO CUSTO DOS EQUIPAMENTOS, MAIOR CAPACIDADE DE PROCESSAMENTO E SOFTWARES CADA VEZ MAIS SOFISTICADOS, POTENCIALIZADOS PELO DESENVOLVIMENTO DAS TELECOMUNICAÇÕES. TAL DESENVOLVIMENTO PERMITIU QUE AS INFORMAÇÕES PROCESSADAS E ARMAZENADAS PUDESSEM SER TRANSMITIDAS ENTRE AS EMPRESAS POR MEIO DE REDES. (LAUDON; LAUDON, 2011, p. 26). A disponibilidade de novas tecnologias para o desenvolvimento e a manutenção de aplicativos e sistemas a um custo menor tornou acessível a expansão de soluções tecnológicas para todos os setores, dentre eles a logística. O acesso a essas soluções permitiu a gestão logística de forma mensurável, contínua e evolutiva, possibilitando a integração dos diversos segmentos da cadeia logística e um gerenciamento completo de todas as atividades. Devido ao controle do fluxo de informações e dos produtos, o gerenciamentoda cadeia de suprimentos integrada pela tecnologia traz ganhos de produtividade, custos e gestão, e torna a TI um forte pilar da gestão da logística. Imagem: Shutterstock.com TI na gestão de logística A integração entre a logística e a tecnologia, porém, é complexa, e exige planejamento para que ocorra de forma estruturada e coordenada, garantindo que todos os processos sejam mapeados e descritos dentro da solução. Inicia-se dentro das organizações e, ao se consolidar, estende-se para as outras organizações. A gestão integrada da logística possui a tecnologia como um de seus pilares, disponibilizando ferramentas que agregam e coordenam todos os envolvidos na cadeia logística. Permite, assim, que várias empresas possam trabalhar em sincronia, como uma só organização. FLUXO DE INFORMAÇÕES X FLUXO DE PRODUTO O conceito de logística proposto por Ballou (2006, p.24), conforme visto anteriormente, é o de processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e informações relativas desde o ponto de origem até o consumidor final, com o propósito de atender às exigências dele. Esse conceito estabelece a existência de um fluxo que deve ser planejado, implementado e controlado. Os fluxos logísticos atualmente se dividem em quatro: Produto Financeiro Informação Reverso Estudaremos a seguir o fluxo de produto e o de informação, bem como a correlação entre os dois para o sucesso da logística integrada. FLUXO DE PRODUTO Essencialmente, o fluxo de produto se caracteriza pela movimentação de insumos e produtos, adquiridos ou vendidos. A compra de matéria-prima para a fabricação de um produto, que utilize do transporte entre o produtor e a fábrica, executando as atividades de recebimento, expedição, armazenamento, separação e transporte até a entrega do produto ao consumidor final, percorreu os diversos elos da cadeia logística e por isso se configura um fluxo de produtos ou materiais. Imagem: Marcelo dos Santos Machado Fluxo de produtos. FLUXO DE INFORMAÇÃO O fluxo de informações permeia toda a cadeia logística, nos dois sentidos e em todos os elos, interligando e compartilhando as informações entre os entes da cadeia logística. Permite ao fornecedor conhecer as necessidades e os posicionamentos do consumidor final do produto. As ferramentas tecnológicas que permitem a informação sobre o status de um pedido e o rastreamento da carga durante o transporte, por exemplo, garantem previsibilidade, planejamento e satisfação ao cliente e, ao fornecedor, possibilitam a gestão do processo, permitindo-lhe uma imediata intervenção em qualquer desvio, além do ganho em controle e eficiência no fluxo de produtos. Os fluxos de informações devem fornecer visibilidade sobre as informações da cadeia de suprimentos de forma clara e fidedigna para garantir o perfeito gerenciamento de seus processos e fluxos. Há dois conceitos importantes quando falamos sobre fluxos de informações, a saber: QUALIDADE DE DADOS É o nível de acurácia com que um dado representa as propriedades essenciais de uma aplicação. CONFIABILIDADE DE DADOS É o nível de confiança de que o dado está correto. A imagem a seguir ilustra a relação entre o fluxo de informações e o fluxo de produto: Imagem: Marcelo dos Santos Machado Fluxo de informações. Contar com informações fidedignas e no momento necessário alicerça a eficácia do projeto de sistemas logísticos, pois beneficiam os principais envolvidos: O cliente se beneficia de informações acerca do pedido, disponibilidade do produto, previsibilidade e rastreabilidade do transporte e de informações financeiras. Os distribuidores e comerciantes possuem mais controle da demanda, da rotatividade e da previsibilidade de reposição, permitindo redução de estoque, melhoria no fluxo de caixa e planejamento de mão de obra. Os fabricantes passam a produzir baseados nas preferências dos consumidores finais, aumentando as vendas e controlando a produção de forma mais assertiva. javascript:void(0) javascript:void(0) APOIO AO PLANEJAMENTO (ARMAZENAGEM, MOVIMENTAÇÃO DE ESTOQUE E TRANSPORTE) Um bom sistema logístico, preparado e implantado de forma correta, permite um controle mais apurado das operações e uma tomada de decisão mais assertiva, traz agilidade, controla os gastos − evitando perdas − e atrai novos clientes. É, portanto, um ponto-chave no planejamento da logística. O planejamento logístico se divide em três níveis gerenciais, de acordo com o escopo das tarefas a serem realizadas: ESTRATÉGICO Realizado pela alta direção da organização, define as estratégias mais importantes que serão aplicadas na gestão na logística e os objetivos a serem alcançados, que serão simplificados e adaptados para uso pela equipe tática. TÁTICO Transforma o planejamento estratégico em ações bem definidas para cada setor ou departamento, direcionando e controlando a equipe operacional na realização das ações e no atingimento de prazos e metas. OPERACIONAL Responsável pela execução das tarefas e atividades descritas pelo planejamento tático. Fornece informações e resultados para avaliação da alta direção, configurando um ciclo fechado e contínuo. O planejamento logístico se divide em três partes no que tange à sua aplicação: A LOGÍSTICA DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS OU INBOUND javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) É a logística de movimentação de entrada de insumos (matérias-primas e componentes) para a atividade fabril. A LOGÍSTICA INTERNA Contempla os procedimentos de produção, movimentação interna e armazenagem. A LOGÍSTICA DE SAÍDA OU OUTBOUND Contempla as movimentações externas de atendimento ao cliente, de acordo com seu pedido, e engloba os processos de transporte. CUSTO, EFICIÊNCIA, COMPETITIVIDADE E VELOCIDADE O sistema de informações logísticas controla e mensura os custos, a velocidade e a eficiência de todos os processos de transportes, armazenagem, estoque em trânsito, infraestrutura, equipe, recursos operacionais e do próprio sistema, ao longo de toda a cadeia logística, garantindo a entrega de seus objetivos principais: MELHORIA CONTÍNUA DOS SERVIÇOS Garante o ganho de eficiência, melhoria no atendimento. REDUÇÃO DO CUSTO OPERACIONAL Permite o acompanhamento dos custos operacionais, sua manutenção nas margens previstas e as possibilidades de redução, propiciando o aumento da lucratividade. RETORNO DO CAPITAL INVESTIDO Os recursos utilizados nas atividades da cadeia logística devem ser financeiramente autossuficientes, e o plano de retorno do investimento deve seguir acompanhado entre planejado e realizado, para garantir a saúde financeira da operação. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) COORDENAÇÃO INTERORGANIZACIONAL A cadeia de suprimentos deve se portar de forma coordenada quando existe a interdependência entre diferentes organizações. Essa dependência plurilateral aproxima as organizações, fazendo-as cooperar para a obtenção de melhores resultados. Geralmente, essa cooperação entre os entes da cadeia de suprimentos ocorre com a troca de informações. ATENÇÃO Não existe nenhum núcleo ou órgão regulador que gerencie essa relação, porém, os entes que possuem mais concentração de informação e melhor estrutura tecnológica possuem mais influência e controle sobre a cadeia. A gestão integrada de logística conta com importantes ferramentas de tecnologia da informação para a execução e o gerenciamento de suas tarefas. Os diferentes sistemas, aplicativos e a infraestrutura permitem um perfeito alinhamento e a integração dos variados entes da cadeia, possibilitando que diversas organizações operem e gerenciem seus processos de maneira unificada. Os sistemas de informações logísticas apoiam o planejamento logístico, atuando como ferramentas de integração e gestão sobre todas as atividades logísticas. Permitem sobre as operações de determinada organização ou mesmo detoda a cadeia logística os seguintes procedimentos: Medição Acompanhamento Controle Gerenciamento Nesse caso, as informações podem ser compartilhadas entre as empresas, e o acesso às informações permitem um gerenciamento integrado de todas as etapas em tempo real. INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS Considera-se integração de sistemas um processo que permite que sistemas distintos interajam de forma automatizada, trocando informações de modo a manter a integridade dos sistemas e das informações. Entre os objetivos da integração de sistemas, destacamos a melhora de comunicação e a interação entre os diversos setores de uma empresa, seus clientes, fornecedores e parceiros comerciais, garantindo a confiabilidade de distribuição das informações, evitando perdas e aumentando a eficiência e a economia para todos os envolvidos na cadeia logística. A logística integrada conta com o auxílio de vários sistemas de tecnologia da informação, dos quais selecionamos os principais de acordo com cada tipo. APLICATIVOS O quadro a seguir mostra os principais aplicativos para logística integrada. Tecnologias Função Enterprise Resource Planning (ERP) Integra e coordena os processos internos das empresas, coletando os dados e armazenando em um único repositório para atender a toda a organização. Warehouse Management System (WMS) Apoia as atividades operacionais no processo de armazenagem. Inclui as atividades de recebimento, inspeção, endereçamento, armazenagem, separação, embalagem, carregamento, expedição, emissão de documentos e controle do estoque. Transportation Management System (TMS) Apoia a administração do transporte de mercadorias. Inclui planejamento, monitoramento e controle das atividades relativas à consolidação de cargas, expedição de documentos, entregas e coletas de produtos, rastreabilidade da frota, auditoria de fretes, apoio à negociação, planejamento de rotas e modais, planejamento e execução de manutenção da frota. Business Intelligence (BI) Abrange uma ampla categoria de aplicativos que organizam as informações e aplicam técnicas estatísticas para gerar conhecimento e apoiar a tomada de decisões. Simulação Aplicativos que, utilizando técnicas matemáticas, imitam o funcionamento de uma operação ou processo do mundo real. Vendor Management Inventory (VMI) Permite que os fornecedores controlem os estoques dos clientes, gerando automaticamente pedido quando o estoque atinge determinado nível. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Aplicativos para logística integrada. Adaptado de Branski e Laurindo (2009, p.29). COMUNICAÇÃO O quadro a seguir mostra as principais ferramentas de comunicação para logística integrada. Tecnologias Função Coletores de dados − RFID (radiofrequência) Os dados, armazenados em etiquetas eletrônicas, são lidos e transmitidos por sinais de rádio. Coletores de dados − Os produtos são identificados por meio de um sistema Infravermelho − Código de barras padronizado. A leitura e coleta de dados são feitas por scanner a laser. Terminais portáteis Permitem troca de dados e informações entre usuários. Eletronic Data Interchange (EDI) Envio e recebimento de documentos eletrônicos padronizados entre parceiros de negócios. Sistemas controlados por luz Luz indica as tarefas que devem ser realizadas pela operação. Sistemas controlados por voz Voz indica as tarefas que devem ser realizadas pela operação. Ferramentas web Disponibilização e acesso às informações, via Intranet e Extranet, para a própria empresa, seus clientes e parceiros. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Ferramentas de comunicação para logística integrada. Adaptado de Branski e Laurindo (2009, p.29). TRANSPORTE OU TECNOLOGIA EMBARCADA O quadro a seguir mostra as principais ferramentas de transporte ou tecnologia embarcada. Tecnologias Função Otimização de carga Define a forma mais eficiente para acondicionamento da carga nos caminhões. Rastreamento Identifica a posição de qualquer veículo ou pessoa que tenha um aparelho receptor dos sinais de satélite (Sistema de Geoposicionamento – GPS). Roteirização Instrumento de planejamento e simulação de rotas. Por meio de modelos matemáticos, realiza simulações e define a rota mais eficiente. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Ferramentas de comunicação para logística integrada. Adaptado de Branski e Laurindo (2009, p.29). TECNOLOGIA E INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS Neste vídeo, será apresentado um resumo sobre a tecnologia e a integração de sistemas, a integração da TI com a logística, o fluxo de informações versus fluxo de produtos, sua importância como ferramenta de apoio ao planejamento das áreas da logística (armazenagem, movimentação de estoque e transporte), bem como a gestão sobre custo, eficiência, competitividade, velocidade, coordenação interorganizacional e a integração de sistemas. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. COM BASE NOS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS SOBRE OS FLUXOS DA CADEIA LOGÍSTICA, MARQUE A OPÇÃO CORRETA: A) O fluxo de informações permeia somente a parte de produção da cadeia logística. Os processos de gestão desse domínio têm como principal objetivo o de otimizar todos os serviços da organização, de modo a atender às expectativas de todas as partes interessadas. B) O fluxo de produtos permite ao fornecedor o acesso direto às informações do consumidor final, às tendências e a sua demanda de consumo. C) Permitir informações sobre pedidos, durante todo o seu percurso, não é função do fluxo logístico. D) Existem apenas dois fluxos na logística: o fluxo de produtos ou materiais e o fluxo de informações. E) Podemos caracterizar o fluxo de produto como a aquisição de matéria-prima para a consequente transformação em uma unidade fabril, percorrendo a cadeia logística até o consumidor final. 2. COM BASE NOS ASPECTOS DA INTEGRAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO COM A LOGÍSTICA ESTUDADOS, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA: A) A integração deve ser implantada de forma rápida, por ser um processo simples e já sob o domínio da organização. B) Tecnologia da informação é considerada a base única dos processos utilizados na gestão integrada da logística. C) Não existe nenhum relacionamento entre os fluxos logísticos e o uso de tecnologia. D) O desenvolvimento das soluções tecnológicas e seu uso cada vez mais abrangente nos processos logísticos viabilizou a gestão logística com um processo único, contínuo e mensurável. E) Os processos de gestão desse domínio são responsáveis por tornar concreta a estratégia de TI, de modo a identificar os requisitos necessários e gerenciar o programa de investimentos de TI. GABARITO 1. Com base nos conhecimentos adquiridos sobre os fluxos da cadeia logística, marque a opção correta: A alternativa "E " está correta. O fluxo de produtos é essencialmente o caminho seguido pela matéria-prima até a entrega ao consumidor final de um produto que agregue valor. 2. Com base nos aspectos da integração das tecnologias da informação com a logística estudados, marque a alternativa correta: A alternativa "D " está correta. As soluções tecnológicas e sua integração com a logística permitiu uma evolução no controle, na gestão e na agilidade dos processos logísticos, tornando-os integrados. MÓDULO 3 Analisar ERP e MRP, suas vantagens e desvantagens A EVOLUÇÃO DO ERP E DO MRP A necessidade de gerenciar as informações e controlar os diversos processos de fabricação levou a empresa Black & Decker a criar, em 1964, um sistema autônomo que permitia controlar todas as atividades de fabricação − desde o cadastro de materiais e o controle de estoque e de produção até a gestão de mão de obra necessária. O sistema, chamado de MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais), foi adotado por milhares de fabricantes por pelo menos 25 anos após sua concepção. Trata-se de um sistema que permite monitorare gerenciar os processos de fabricação, permitindo o controle efetivo de consumo de insumos, recursos fabris, mão de obra, ferramentas e processos de cada etapa produtiva. Existem várias necessidades e vantagens na implantação do MRP, entre elas: Reduzir os custos de armazenagem e movimentação. Controlar série e lote de fabricação, modelos, tamanhos, cores, ciclo de vida e validade dos produtos. Agilidade na produção e no controle de qualidade dos itens produzidos. Aumentar a produtividade, com controle efetivo da disponibilidade de materiais, equipe, equipamentos, tempo de preparação, entre outros. Garante a previsão para a manutenção dos equipamentos, a necessidade de compras e controla os prazos da produção. Atendimento a pré-requisitos necessários para as demandas do cliente. Redução nos custos de materiais, transporte, horas extras e perdas. Redução do custo do produto para o cliente. A implantação de um sistema de planejamento das atividades de produção permite: um controle antecipado sobre os recursos necessários para a fabricação; o acompanhamento das atividades, prevendo qualquer deficiência ou mesmo permitindo avaliar os impactos de uma reprogramação por desvios na produção − como, por exemplo, a quebra de equipamento causando parada de linha −; e a consolidação dos dados para análise entre planejado e executado. O controle da demanda de materiais permite uma gestão eficiente sobre o estoque, evitando compras desnecessárias e possibilitando reposição programada e estoques equilibrados, melhorando o fluxo de caixa. Com a aumento da demanda de gestão fabril, o MRP sofreu diversas adaptações e absorveu alguns elementos de gestão sobre compras, finanças e área comercial. Evoluiu, assim, nos anos 1980, para uma nova versão chamada de MRP II, que passou a disponibilizar ferramentas para o planejamento e o controle de operações de produção, entre os quais destacamos os módulos e funções que incluem: Planejamento completo da produção. Planejamento das necessidades da fábrica (recursos). Cronograma geral de produção. Planejamento dos materiais necessários. Gerenciamento diário da rotina (Shop Floor Control − SFC). Planejamento de compras e gestão de estoque. As principais vantagens do MRP II podem ser: Gestão e redução de estoques. Rotação dos itens de estoque. Assertividade nos prazos de entrega ao cliente. Diminuição nos custos de aquisição de materiais. Otimização de mão de obra. O MRP II seguiu ganhando atributos e funcionalidades e permitindo que novos setores fossem gerenciados pela solução. O Gartner Group chamou essa solução de MRP II com escopo ampliado de ERP no início dos anos 1990. Considera-se ERP um sistema de informação que consolida em seu sistema os dados e processos de uma organização, provendo a automação e o armazenamento de todas as informações de negócios em um só lugar. O ERP possibilita a integração funcional dos diversos setores da organização, como contabilidade, recursos humanos, finanças, compras, armazenagem, fabricação, comercial, entre outras. Permite também a integração entre os sistemas de lançamentos e transações, de informações gerenciais, de análise de negócio, entre outros. Imagem: Shutterstock.com ERP. Mas qual é a diferença entre MRP e ERP? Vamos entender: MRP Se limita ao planejamento e à gestão da fabricação, do controle de materiais e dos pedidos do negócio. ERP Concentra todos os softwares de gerenciamento de negócios. Armazena e organiza seus dados para atender à demanda de gestão empresarial de forma abrangente e integrada, possibilitando um fluxo de informações internas e externas para uma gestão eficiente dos negócios. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS ERP E MRP Um ERP que possui integrado em si um MRP de alta qualidade possui vantagens e desvantagens que veremos a seguir. VANTAGENS DA INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS ERP E MRP As vantagens da integração de um ERP com um MRP ultrapassam a gestão eficiente dos processos fabris, de tempo e de materiais. Abrangem toda a cadeia produtiva e de negócios, integrando diversos setores e diferentes empresas. Com a integração é possível controlar o pedido do cliente, o planejamento da produção, o processo de fabricação, o controle de estoque, os recursos humanos, o faturamento, as finanças, a contabilidade, a logística e a análise gerencial. Por ser completo e possuir banco de dados único, o ERP fornece ao MRP dados necessários para o planejamento de produção, de força de trabalho, de compras e seu inventário disponível para atender ao cronograma proposto. Com dados de oferta, demanda e os requisitos planejados em um cronograma, o processo de fabricação fica mais eficiente, enxuto, rápido e reduz custos. Com esses dados, o MRP analisa o inventário, a previsão de consumo de materiais, os prazos de reposição, a capacidade produtiva, a quantidade de pedidos e a gestão da mão de obra. Garante, ainda, uma previsibilidade mais assertiva da produção, reduz as perdas e refugos e permite uma produção mais eficiente e com melhor qualidade. Com o MRP integrado ao ERP, os fabricantes podem contar com vários benefícios, entre eles: Garantir que os materiais necessários sejam utilizados nas quantidades certas e estejam disponíveis nos momentos corretos para a produção. Garantir a redução de desperdício com o controle de aquisição e uso de materiais corretos, em processos corretos, por equipe preparadas. Planejamento de produção, envios e processos de compra. Garantir a integridade dos dados, com bloqueio de lançamento incorretos, auditoria de uso do sistema pelo funcionário, de verificações de conformidades e balanços. Controlar em tempo real as movimentações de materiais, produção, financeiras e de pessoas. Diminuir o fluxo de caixa, mantendo estoque mínimo e gastos medidos e controlados, aumentando, assim, a lucratividade. Consolidar, analisar, processar e disponibilizar informações relevantes e relatórios de gestão para todos os processos da empresa. DESVANTAGENS DA INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS ERP E MRP A integração entre MRP e ERP traz, porém, algumas desvantagens, exatamente por abrangerem toda a organização: EXIGÊNCIA DE PROCESSOS MAIS ESPECÍFICOS Geralmente, o MRP exige processos mais específicos, com um detalhamento maior no levantamento dos requisitos e um desenvolvimento mais criterioso, para garantir que a implementação do ERP sobre o MRP mitigue os riscos de falhas. Cada área deve ser mapeada, e seus dados e processos devem ser minuciosamente revistos para uma perfeita aderência do sistema legado do MRP para o ERP. Os procedimentos e as atividades devem ser revistos para melhorar o fluxo de informações, possibilitar a redução de tarefas e diminuir a quantidade de personalização necessária para a implantação. Não se pode trazer para o ERP os mesmos erros cometidos no MRP. INTERDEPENDÊNCIA ENTRE OS MÓDULOS Outra desvantagem é a interdependência entre os módulos. Por possuir um banco de dados único e um fluxo de informações interdependentes entre os processos e setores, em tempo real, cada usuário deve garantir a execução de suas tarefas e os lançamentos das informações no tempo correto para que a atividade seguinte possa prosseguir. Um exemplo disso é a folha de pagamentos, que depende do lançamento das horas trabalhadas (ponto) para seguir com o cálculo do valor a ser pago ao funcionário. NECESSIDADE DE EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO E CUSTO ELEVADO Outras desvantagens como a necessidade de possuir equipe de desenvolvimento de sistemas ou dependência de um único fornecedor (risco de o fornecedor falir ou descontinuar o sistema), alto custo de customizações na implantação e a real necessidade de mudança nos processos da empresa são comumente encontrados na integração dos sistemas. ERP E OS SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO EMPRESARIAL Como vimos, o ERP é um sistema de informação completo, composto pela integração de outros sistemas de gestão empresarial, de diversos setores e áreas. Em umúnico sistema, consolida os sistemas de MRP, compras, serviços, financeiro, contábil, produção, gestão de pessoas, gestão de materiais, CRM, entre outros. Imagem: Eduardo Trindade ERP - Planejamento de recursos empresariais O ERP auxilia, portanto, os gestores das organizações a melhorar os processos da organização e integrar as atividades de diferentes setores. Com a centralização das informações em um único banco de dados, o compartilhamento de dados essenciais se torna mais ágil e seguro, facilitando a gestão e a tomada de decisões. As principais vantagens de implantação do ERP são: GESTÃO INTEGRADA DE TODOS OS PROCESSOS O ERP é capaz de integrar e controlar todos os processos e atividades, de todos os setores da organização, consolidando as informações, diminuindo o tempo de execução das atividades e garantindo uma gestão eficiente. TRANSPARÊNCIA E GESTÃO O ERP concentra em tempo real as informações em um único banco de dados, garante a integridade dos dados e permite auditoria nos lançamentos e acessos. MITIGA OS ERROS Reduz a quantidade de erros e desvios ao controlar os lançamentos, além de bloquear a duplicidade de lançamentos, garantindo a confiabilidade e a integridade das atividades. SEGURANÇA DE DADOS Informações possuem grande valor para as empresas, além de auxiliarem na tomada de decisões. O ERP concentra os dados em segurança e controla os acessos às informações por perfil de grupo ou usuário. AUTOMAÇÃO O ERP é capaz de automatizar atividades do cotidiano empresarial de forma rápida e eficiente, mitigando erros humanos e reduzindo custos. AUMENTO DA COMPETITIVIDADE O ERP proporciona uma gestão eficiente, dando visibilidade aos gestores, reduzindo custos e aumentando a produtividade, ampliando as possibilidades e a competitividade. REDUÇÃO DE CUSTOS Um sistema integrado de gestão, por ser um só, possui custos de implantação e manutenção inferiores, quando comparado aos custos de vários softwares, um para cada setor ou segmento. A Gartner Group utiliza uma nova nomenclatura para tratar o ERP após sua evolução, que permitiu a integração do comércio colaborativo. Eles acreditam que o ERP II se tornará indispensável para as organizações se manterem competitivas no futuro próximo. A integração do comércio colaborativo possibilita aos parceiros de negócio de diversas empresas compartilharem informações entre si, principalmente advindos do comércio eletrônico. Com bases nessas informações compartilhadas, o comércio colaborativo consegue desenvolver e ofertar novos produtos, alinhados com as demandas provenientes das tendências de mercado. Essas informações, colhidas por meio de buscas e compras nos marketplaces, incentivam novas parcerias comerciais. Imagem: Marcelo dos Santos Machado ERP 2 Os avanços tecnológicos seguem um crescimento vertiginoso nos últimos anos, e acredita-se que até 2030 estaremos em outro patamar. As organizações, principalmente as indústrias, estão avançando na aquisição e na utilização de robôs, Internet das Coisas (IoT), automação, além de outras novidades tecnológicas que serão realidade em nosso cotidiano. EDGE COMPUTING O edge computing ou computação de borda disponibiliza o processamento de dados em um local próximo ao usuário ou na nuvem. Permite mais agilidade e desempenho no envio e recebimento de informações em tempo real, possibilitando o uso de outras inovações, como IoT e realidade aumentada. IOT (INTERNET OF THINGS) A Internet das Coisas (IoT) permite integrar vários dispositivos eletrônicos por uma conexão de rede (geralmente sem fios), possibilitando ao usuário interagir com os aparelhos inteligentes. AUTOMAÇÃO DE PROCESSOS (RPA) Funciona com a configuração de ações automatizadas de realização de tarefas conforme os parâmetros estabelecidos. A automação de processos é muito utilizada no uso de web robôs (bots) para interação com usuários nas plataformas na internet. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL É a capacidade de sistemas simularem capacidades da inteligência humana, como análise de ambiente, raciocínio e tomada de decisões. Seu uso pelas organizações vem crescendo na otimização de etapas e na análise de informações. MACHINE LEARNING Utilizando inteligência artificial, os sistemas conseguem analisar os dados obtidos pelo uso dos sistemas computacionais e, com isso, podem prever e lidar com diferentes situações. É a máquina aprendendo com o histórico de informações. 5G Utilizando uma frequência que permite a transmissão de uma quantidade maior de dados, o 5G (ou quinta geração) foi homologado para uso no Brasil em 2020. Acredita-se que, até 2026, 86% do território brasileiro terá cobertura 5G, possibilitando a troca de informações mais veloz e potente. REALIDADE AUMENTADA (AR) E IMERSÕES A AR é uma tecnologia que permite integrar elementos virtuais a visualizações do mundo real, por meio de uma câmera e de sensores de movimento. Uma tendência é o uso dessa tecnologia em imersão nos programas de treinamentos, o que melhora a experiência de aprendizagem dos usuários. ASSISTENTES DIGITAIS Com o uso de inteligência artificial, os assistentes digitais são sistemas que simulam uma interface de relacionamento com os usuários, executando ações de interação do usuário com a internet e com seus equipamentos de IoT. É possível, por exemplo, buscar informações sobre o clima ou indicações de restaurantes e controlar qualquer item com IoT, como acender luzes e ligar eletrodomésticos. Grandes players como Google (Google), Amazon (Alexa) e Apple (Siri) disponibilizam assistentes digitais para seus usuários. ERP E MRP Neste vídeo, será apresentado um resumo sobre a evolução do ERP e do MRP, recordaremos as vantagens e desvantagens de integração entre sistemas, conheceremos o ERP e os sistemas integrados de gestão empresarial e finalizaremos descrevendo as novas tecnologias e tendências futuras. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. SOBRE O ERP, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA: A) O ERP originou-se nos anos 1960 pela necessidade de gestão dos processos fabris. B) O ERP não integra o MRP por executarem controles sobre áreas distintas da indústria. C) O ERP é um sistema de informação completo, composto pela integração de outros sistemas de gestão empresarial, de diversos setores e áreas. D) O ERP se adequa em sua totalidade aos processos das organizações. E) O ERP utiliza bancos de dados descentralizados para otimizar o processamento. 2. COM BASE NO QUE APRENDEMOS SOBRE AS NOVAS TECNOLOGIAS E TENDÊNCIAS FUTURAS, MARQUE A ALTERNATIVA INCORRETA: A) Apesar de fazerem parte do dia a dia das pessoas, assistentes virtuais não possuem atributos que contribuam para as empresas. B) A automação de processos é muito utilizada no uso de web robôs (bots) para interação com usuários nas plataformas na internet. C) A Internet das Coisas (IoT) permite integrar vários dispositivos eletrônicos por meio de uma conexão de rede (geralmente sem fios), permitindo ao usuário interagir com os aparelhos inteligentes. D) Uma das tendências é a adoção da realidade aumentada nos programas de treinamentos, o que melhora a experiência de aprendizagem dos usuários. E) A integração do comércio colaborativo possibilita aos parceiros de negócio de diversas empresas compartilharem informações entre si, principalmente advindos do comércio eletrônico. GABARITO 1. Sobre o ERP, marque a alternativa correta: A alternativa "C " está correta. O ERP consolida MRP, compras, serviços, financeiro, contábil, produção, gestão de pessoas, gestão de materiais, CRM, entre outros. Abrange, assim, todos os processos. 2. Com base no que aprendemos sobre as novas tecnologias e tendências futuras, marque a alternativa incorreta: A alternativa "A " está correta. Assistentes virtuais são importantes para coleta de dados e interação das empresas com o consumidor final. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste conteúdo, estudamos conceitos importantes sobre o compartilhamento de informações, os perigos dos sistemaslegados e as vantagens e desvantagens da integração de sistemas. Compreendemos a tecnologia e a integração de sistemas, abordamos a integração da TI com a logística, o fluxo de informações versus fluxo de produtos e sua importância como ferramenta de apoio ao planejamento das áreas da logística (armazenagem, movimentação de estoque e transporte), bem como a gestão sobre custo, eficiência, competitividade, velocidade, coordenação interorganizacional e a integração de sistemas. Vimos, ainda, o conceito e a evolução do ERP e do MRP, as vantagens e desvantagens de integração entre sistemas, os sistemas integrados de gestão empresarial e as novas tecnologias e tendências futuras. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BALLOU, H. R. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2006. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2004. BRANSKI, R. M.; LAURINDO, F. J. B. Papel da tecnologia da informação na integração logística: estudo de caso com operador logístico. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Salvador, 2009. GRANT, D. B. Gestão de logística e cadeia de suprimentos. São Paulo: Saraiva, 2013. LAUDON, K. e LAUDON, J. Sistemas de informação gerenciais. 9. ed. São Paulo: Pearson, 2011. NOVAES, A. C. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2003. EXPLORE+ Para saber mais sobre os assuntos estudados, pesquise na internet: Sistemas logísticos integrados. A Logística integrada e o fluxo de informações. ERP e MRP2. Leia: Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento, de Paulo Roberto Bertaglia, editora Saraiva, 2020. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimentos, de Donald J. Bowersox e David J. Closs, editora Atlas, 2004. CONTEUDISTA Marcelo dos Santos Machado CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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