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FISIOLOGIA DO CI- CLO MENSTRUAL 1. Introdução Ciclo menstrual, ou menstruação, é um sangramento feminino genital periódico e tem- porário. Esse sangramento acontece desde a primeira menstruação e vai até a última mens- truação, que recebe o nome de menopausa. Envolvido neste ciclo estão: hipotálamo, hipófise e ovário. Isso ocorre para ter uma ovula- ção, liberar o óvulo e preparar o útero para re- ceber o embrião. O sangramento menstrual é um sangue que não coagula. Se a mulher chega dizendo que está descendo sangramento em coágulos tem algo errado, pois o sangue menstrual não contem fibrinogênio; pelo contrário, possui até propriedades fibrinolíticas. Portanto, aquela cas- cata de coagulação não ocorre. Mas por que então para de sangrar? Porque o endométrio acaba e o útero promove o fechamento dos va- sos, por isso não tem uma hemorragia. O tempo de sangramento habitual varia de 3 a 7 dias e o volume de 30 a 80 mL. É consi- derada normal uma variação de 24 a 35 dias de ciclo (sendo 28 o mais comum). Por que tem essa variação? Porque cada mulher demora um pe- ríodo diferente para que o folículo cresça e, pos- teriormente, ovule. Esse período entre menstruar e ovular é que é variável, por isso o tempo do ciclo é variável. O período após a ovulação é constante, sendo em torno de 14 dias. Então se a mulher ovulou hoje, daqui a 14 dias ela vai mens- truar. Conceitos que devemos saber: Hipermenorreia: volume aumentado; alguns au- tores colocam como tempo aumentado (>7 dias), outros falam >80mL. Hipomenorreia: volume reduzido; dura 1-2 dias, ou <30 mL. Menorragia: sangramento bem aumentado no período menstrual, pode ser de fluxo ou de tem- po também. Polimenorreia: sendo poli = vários, a mulher mens- trua várias vezes, mais do que 12 vezes por ano, ciclo tem curta duração (ex: 18 dias). Oligomenorreia: ao contrário da polimenorreia, os ciclos são longos (exemplo: 45 dias), menstrua menos que 12 vezes ao ano. Metrorragia: sangramento FORA do período que está para menstruar. Exemplo: menstruou sema- na passada e hoje teve um sangramento. 2. Componentes Funcionais do Ciclo Mens- trual Para que o ciclo menstrual seja certinho, ele tem que funcionar como uma engrenagem. Se ocorrer um problema em algum desses órgãos (hipotálamo, hipófise, ovário e útero), atrapalha todo o ciclo. 2.1. Hipotálamo Hipotálamo é responsável pela liberação do hormônio regulador de gonadotrofinas (GnRH). Gonadotrofinas são os hormônios que a hipófise produz: FSH e LH. Então o GnRH é um hormônio que regula a hipófise. A liberação é pulsátil, frequente e diferente, dependendo se ocorrer na primeira ou segunda fase do ciclo. O hipotálamo, além de produzir o GnRH, também produz dopamina e noradrenalina. A dopamina diminui a prolactina e diminui o GnRH; já a noradrenalina aumenta o GnRH. Sendo as- sim, o hipotálamo produz substâncias que contro- lam ele mesmo; esse mecanismo recebe o nome de feedback de alça ultra curta. Esse fato expli- ca por que os efeitos emocionais mudam o ciclo da mulher. Portanto, o hipotálamo é responsável pelo ciclo menstrual. É ele quem produz o GnRH, que é transportado para a hipófise através do sistema porta hipofisário, que controla a secreção de gonadotrofinas. 2.2. Hipófise Localizada na sela túrcica. Importante saber a localização devido a tumores hipofisários que podem existir, como prolactinomas. Através da sela túrcica, sabe-se se essa está “largada” ou não devido à hipófise estar grande por um tumor. Esse tumor pode estar desencadeando um pro- blema no ciclo menstrual. Como já falado, o hormônio hipotalâmico age nas células gonadotróficas basófilas da hi- pófise anterior (adenohipófise) e essa hipófise é que vai produzir os hormônios LH e FSH, que tam- bém são produzidos de forma pulsátil de acordo com a secreção pulsátil do GnRH. Não ocorre liberação contínua. FSH e LH são liberados na corrente sanguínea e, ao passar pelos ovários, atuam nos receptores da membrana celular do folículo, indicando para a célula o que ela precisa fazer. Portanto, esse é um feedback de alça longa, pois hipófise e ová- rio estão bem distantes. OBS: Entre hipotálamo e hipófise, como as glândulas estão pertinho, o feedback é de alça curta. O hipotálamo com ele mesmo é chamado de feedback de alça ultra curta (dopamina e noradrenalina controlando GnRH). 2.3. Ovário “A mulher tem um ovário e ele foi dividido, metade foi para um lado e metade foi para o outro”. Isso que dizer que funcionalmente falan- do, o que acontece com um, acontece ao mesmo tempo com o outro, como se eles fossem um só. O hormônio vindo lá de cima atua nos dois ovários, fazendo a mesma coisa nos dois. O ovário que estiver com o melhor folículo aquele mês é o que vai ovular, pode ser que a ovulação ocorra vários meses seguidos do mesmo lado (quebrando o tabu de quem acha que cada mês é um ovário que ovula). Portanto, quando falarmos de ovário, vamos pensar da maneira funcional como se fosse um. O ovário possui o folículo de Graaf, que é a unidade funcional. Produz os hormônios estradiol, estrona, an- drostenediona, testosterona, progesterona e peptídeos gonadais. O estrogênio tem ação no hipotálamo e na hipófise. Essa ação é negativa, produzindo FSH e LH até determinados níveis. Quando os níveis de estrogênio aumentam no meio da fase folicular (200pg/mL por 50 horas) ele se transforma em um estímulo positivo no hipotálamo, aumentando GnRH e aumentando o LH da hipófise. (Essa par- te ficou confusa, mas será explicada posterior- mente). Na imagem, vemos folículos primordiais, que a mulher já nasce com eles e todos os meses, na fase menstrual, um deles vai crescer, vai ovular, entrar em atresia e sumir. 2.4. Útero É passivo, não produz nenhum hormônio. Pos- sui serosa, miométrio e endométrio. Endométrio é o que vai crescer e mudar em decorrência das alterações hormonais. 3. Fases do Ciclo Menstrual Fase folicular, ovulatória e lútea. 3.1. Fase Folicular Dura em média 10-14 dias, podendo variar mais. É o tempo em que o folículo leva para crescer até ovular. Vai do primeiro dia da mens- truação até o pico de LH. Ocorre o desenvolvi- mento de um único folículo maduro viável. No útero, as glândulas endometriais vão ser estreitas e tubulares. Na primeira fase está a descamação do en- dométrio, que inicia no primeiro dia da menstru- ação. Depois, o estrogênio faz o endométrio crescer. No início, as glândulas ainda estão bem estreitinhas, porque a glândula endometrial não está funcionando/produzindo secreções. Sobre o desenvolvimento do folículo: temos o folículo primordial, que é produzido ainda no úte- ro da mãe, começa a partir de 6-8 semanas de gestação. Em torno da 16ª-20ª semana de ges- tação já ocorreu a produção de todos os folícu- los/óvulos que a mulher terá durante a vida. Nes- sa fase, o mais comum é em torno de 7 milhões de folículos primordiais. Ao nascimento, se tem de 1,5 a 2 milhões, pois a mulher já começa a perder (atrofiar) os seus folículos durante a vida fetal. Essa perda continua até que a mulher entra na puberdade, quando existem apenas 300 a 500 mil folículos para, agora sim, começar a ter as suas menstruações. Esses são os folículos que vão disputar na vida quais deles vão ovular. A cada mês existe uma “lei da natureza” que é incontestável: o ovário vai recrutar em torno de mil folículos todos os meses. Esses mil folículos vão disputar nesse mês quem vai ovular, pois apenas um ovula, e os demais atrofiam/degeneram. Por isso, a mulher perde em torno de mil folículos por mês e apenas um ovula. Em quem faz uso de pí- lula ou em gestantes, nenhum folículo ovula, mas se perdem mil. O folículo primordial tem uma camada de células achatadas chamada de células da gra- nulosa. A evolução do folículo durante o ciclo é: folículo primordial � as células vão se tornando cuboides, vai aumentando o número de cama- da de células � primário� vai se desenvolven- do � pré-antral � vai se desenvolvendo e for- mando o antro � antral � se desenvolve no ci- clo menstrual � pré-ovulatório ou folículo de Graaf, que é o maduro, ideal para ovular. Não se recruta mil folículos durante o primeiro dia da menstruação, o que ocorre é uma prepa- ração, primeiro vai ocorrer uma eliminatória para reduzir o número de folículos e ver quem são os melhores folículos. E aí, recrutamos alguns que vão para a fase classificatória para ver quem é que vai ovular. No ciclo anterior, não se sabe como, mas o ovário vai desenvolvendo esses folículos primor- diais, transformando eles em primário, e do pri- mário vai desenvolvendo e transformando em pré-antral. Dos 1000 folículos que se “inscreve- ram” nesse mês para ver quem vai ovular no mês que vem, desses só passam para a classificatória 15 a 30 folículos, que são considerados os melho- res. É como uma prova, os 15-30 melhores são usados, os que não estão muito bons atrofiam. Esses 15 a 30 vão estar presentes no primeiro dia da menstruação, porque esses vão sofrer agora a influência da hipófise, que vai estimular cada um deles para continuar crescendo. Então de 1000 primordiais, 15-30 virão pré-antrais. Quando o folículo se transforma em folículo primário, começa a aparecer outro tipo de célu- la nesse folículo. As células amararelas na ima- gem são as células da granulosa, e as células da periferia é que começam a aparecer (o primor- dial não possui essas células), que são as células da teca. Então o folículo primário é composto de células da granulosa e células da teca. Retomando... De mil folículos primordiais, “x” vão virar primário, o primário já tem células da teca e células da granulosa. O que cada uma dessas células faz? A célula da teca tem receptor para o LH e esse hormônio vai atuar transfor- mando o colesterol em hormônio masculino. Já a célula granulosa tem receptores para o FSH, essa célula pega o hormônio masculino da teca e o FSH ativa a enzima aromatase, que faz o proces- so de aromatização transformando androgênio masculino em estrogênio feminino (decorem isso). Então lá no ovário, aqueles mil folículos pri- mordiais se transformaram em primário e come- çaram a ter células da teca. No ciclo anterior, na segunda fase, que é uma fase rica em hormônio LH, esse hormônio atua na célula da teca desses “x” folículos primários e começam a fazer com que eles transformem o colesterol em androgê- nio. Aquele folículo que começa a fazer isso me- lhor é um bom folículo, “vai tirar uma nota melhor na prova”. Nisso, vão sendo separados os melho- res folículo e uns 15-30 vão ser classificados. Os outros que não fizeram bem isso vão ser atrofia- dos. Então no primeiro dia da menstruação nós temos esses 15-30 folículos pré-antrais. E até a fase pré-antral quem desenvolve esses folículos é o ovário (não se sabe o mecanismo). E aí vamos começar o ciclo com esses 15 a 30. Quando a mulher menstrua, o hipotálamo começa a liberar o GnRH, que atua na hipófise liberando o FSH. O FSH vai atuar nas células da granulosa desses folículos pré-antrais, que já es- tão ricos em androgênio. Com o estímulo do FSH, essas células vão transformar o androgênio em estrogênio. Isso vira uma gincana entre os 15-30, o FSH vai atuando nos receptores, o folículo pré- antral vai crescendo e se transformando em an- tral, e esses folículos vão produzindo estrogênio, mas 1 vai fazer isso melhor: aquele que tem mais receptores, mais aromatases e que faz mais aro- matizações. Então o folículo que está mais pre- parado, vai ser mais estimulado, e aquele folículo antral é que vai desenvolver, enquanto os outros dos 15-30 vão regredir. Apenas um ovula: o me- lhor; e os outros entram em atresia. O estrogênio produzido pelos vários folículos vai sendo liberado para a corrente sanguínea e chega no útero. No útero, depois da descama- ção do endométrio, o estrogênio começa a es- timular a proliferação do endométrio. As células endometriais basais entram em multiplicação e vão crescendo para se preparar para receber o embrião, já que todo o objetivo aqui é este. Então o nível de estrogênio no primeiro dia ainda está baixinho. Entre o 5º-7º dia do ciclo já temos aquele folículo que vai dominar e vai ovu- lar, dali para frente ele cresce e os outros atrofi- am. Qual o nível de estrogênio que vai tendo no sangue? Vai aumentando, pois o folículo vai sen- do estimulado pelo FSH, que é o hormônio da primeira fase do ciclo e vai sendo liberado cada vez mais, o folículo vai crescendo e vai estimu- lando a produção do estrogênio. Por volta do 11º-12º dia do ciclo (consideran- do um ciclo de 28 dias, mas é variável), esse nível de estrogênio é até aí um nível baixo, porque está abaixo de 200pg/mL. Então esse estrogênio baixo informa lá para cima o feedback negativo de alça longa “ei você aí em cima, vai liberan- do, mas devagar em... devagar porque eu tenho que crescer”. A quantidade de estrogênio circulando ain- da não é uma quantidade grande, e “lá em cima” ele sabe que “lá embaixo” está prepara- do pela quantidade de hormônio que está sen- do produzido. Quando a quantidade é grande, deve ser um foliculozão; se a quantidade é pe- quena, deve ser um folículo pequeno ainda não pronto para ovular. Então lá em cima eles vão liberando devagar, esse é o chamado feedback negativo – o estrogênio baixo informa para eles lá em cima que ainda não está na hora de ovu- lar, e aí eles vão liberando devagarzinho para ir estimulando e crescendo. Porém, quando chega lá no 11º dia do ciclo, o nível de estrogênio agora está acima de 200pg/mL, esse nível alto informa que o folículo está preparado, e aí a primeira coisa que acon- tece é que esse feedback negativo, que antes estava pedindo para ter calma, passa a ser um feedback positivo, dizendo “manda a ver que eu estou pronto para ovular”. Então, sendo um estí- mulo, a hipófise e o hipotálamo jogam FSH e LH lá para baixo. Esse pico/quantidade grande de LH, que até então estava zerada, significa: vou ovular. O que acontece quando a mulher está pres- tes a ovular? O folículo está produzindo estrogê- nio através da testosterona e androstenediona (hormônios masculinos), está usando e está aca- bando. Com o pico de LH, esse hormônio vai atuar na teca, estimulando a teca a produzir de novo androstenediona e testosterona, e aí vem aquela questão: o que a testosterona em alta dose faz? Eleva a libido, para ocorrer o sexo e posteriormente, a gravidez, que é o objetivo aqui. Então ocorreu o pico de LH e FSH porque o estrogênio estava nas alturas (o feedback nega- tivo que se transforma em positivo), acontece também outros fenômenos que serão explicados adiante. Na vida embrionária/fetal ocorre a produção dos folículos primordiais, e nesse momento a cé- lula diploide, com 46 cromossomos (oogoônia) tende a sofrer uma meiose para que ela se trans- forme em uma célula haploide, com 23 cromos- somos, que posteriormente vai se unir aos 23 cromossomos do espermatozoide e formar no- vamente uma célula diploide. A meiose no óvulo começa a ocorrer, a oogônia começa a sofrer a meiose. Quando chega na meiose I, que é na fase diplótera da prófase I, a meiose para e ali se encerra, e todos os óvulos ficam em uma meiose incompleta. Quando ocorre o pico de LH, esse óvulo ain- da não está maduro, pois a meiose ainda não se completou; esse pico de LH é um estímulo para a meiose voltar somente para aquele folículo que está para ovular, só que para novamente na me- táfase II. A metáfase II é quando aí sim ocorre a liberação do primeiro corpúsculo polar, onde agora esse citoplasma tem um núcleo com 23 cromossomos apenas, agora ele já é então uma célula com 23 cromossomos. A meiose se retoma com a possível fecundação que pode ocorrer; quando o espermatozoide entra na célula, isso é um novo estímulo para terminar toda a meiose. Então esse pico de LH também faz o restabele- cimento da meiosepara ela passar da prófase I para a metáfase II. E aí... “Eu vou ovular, eu acho que vou en- gravidar, eu acho que vai chegar um embrião”, e onde ele vai ficar? No útero, que é a casinha dele, e o endométrio é a cama. As células glan- dulares do endométrio vão, nesse momento, começar a produzir as secreções que vão nutrir o embrião caso ele implante/ faça a nidação. Qual é o hormônio que atua no endométrio para que as células façam essa secreção na glândula? Progesterona produzida pelo folículo. Qual é a célula que produz o hormônio progeste- rona? Célula da granulosa (então ela produz es- trogênio e progesterona também, mas no mo- mento certo). Qual é o hormônio da hipófise que estimula o folículo a começar a produzir proges- terona? LH, mas não tem receptor de LH na gra- nulosa, como é que ele vai atuar para produzir progesterona? É o chamado fenômeno da lutei- nização da célula da granulosa. No momento em que o pico de LH e de FSH acontecem, isso é um estímulo para que, na membrana celular, comecem a se formar recep- tores para LH também. O LH que já está alto se liga nesses receptores, atua na membrana da granulosa e a granulosa começa então a produ- zir progesterona, e aí começa a atuar lá no en- dométrio, que já está “grossão” devido a esses dias todos de estrogênio que estimulou a prolife- rar e agora sim as glândulas começam a se en- cher de secreção para esperar o embrião. Observem então quanta coisa acontece quando o pico de LH ocorre, ou seja, quando o estrogênio chega em um nível acima de 200pg/ mL: feedback negativo passa para positivo; co- meça luteinização e meiose continua até metá- fase II. E aí acaba a fase folicular e começa en- tão a fase ovulatória. 3.2. Ovulação É uma fase em que ocorre a liberação de prostaglandinas e de substâncias proteolíticias que vão atuar ali na membrana daquele folículo. Esse folículo rompe e aquele líquido folicular que estava lá dentro sai. Aqui é o folículo, e aqui está nesse cantinho o óvulo, cheio de células da granulosa que o en- volve para proteger essa célula tão frágil. E quando ovula, “isso aqui” sai junto. Ovulou e o óvulo tem que entrar na trompa. Todo mês o óvulo entra na trompa? Não, mas na maioria das vezes sim. Mas nesse mês entrou, e aí a mulher teve relação sexual, houve ejaculação intravaginal, os espermatozoides subiram, foram para as trompas e encontraram o óvulo, ocor- rendo a fecundação, que ocorreu no mesmo dia da ovulação ou até mesmo um dia depois. Com a fecundação, o óvulo virou embrião, esse em- brião foi levado até o útero e lá ele encontrou um endométrio cheio de glândulas, cheio de se- creção, fofinho, adequado, e houve a nidação. Com a nidação, qual o hormônio que apa- rece? Beta HCG, que prolonga a vida do corpo lúteo mantendo aquele corpo lúteo produzindo a progesterona. 3.3. Fase Lútea A fase lútea tem 14 dias, é constante (a pri- meira fase que é variável). Quanto tempo demo- ra desde a fecundação até a nidação? 6-7 dias. Então quer dizer que se for um ciclo de 28 dias, no 14º ovulou e lá pelo 20º-21º dia do ciclo está acontecendo a nidação. Com essa nidação, é produzido HCG, que mantem o corpo lúteo, que mantem progesterona e a progesterona não cai, chega 14 dias que era para menstruar e a mulher não menstrua. Faz o exame de HCG e vem posi- tivo: o ciclo menstrual venceu! Porém, voltando lá na fase do 14º dia da ovu- lação, houve a relação, mas com o uso do pre- servativo, não houve espermatozoide subindo, não houve fecundação e não houve embrião. Mas lá em cima eles estão sabendo? Não... Estão na esperança, ainda não sabem que não vai ter embrião. E o corpo lúteo vai produzindo proges- terona sob efeito do LH que fica alto. A progesterona faz um feedback negativo com o FSH e o FSH vai lá para baixo. (A pílula funciona por conter progesterona, que não dei- xa o FSH subir, e se o FSH não sobe o folículo não cresce). E aí o corpo lúteo vai produzindo, mas, quando chega no 21º dia quando começa a precisar do HCG para mantê-lo vivo, cadê o HCG? E aí o corpo lúteo não se sustenta e entra em atresia, a progesterona despenca e conse- quentemente, o endométrio descama. E aí começa um novo ciclo menstrual, mas esse ciclo começa didático, porque lá na fase lútea, o ovário já foi lá, já pegou mais mil folículos e já começou a prepará-los para o mês que vem. Isso é uma lei, não importa se engravida ou não engravida. Então o LH se mantendo alto na segunda fase, além de atuar no corpo lúteo produzindo progesterona naquele que ovulou, começa também preparando os folículos para o próximo mês, e assim recomeça toda a história.
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