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Introdução a drenagem linfatica

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HISTÓRICO
Antes do século V, o sistema linfático já era conhecido, e Hipócrates definia a linfa como “sangue branco”; porém, embora caminhássemos para mais estudos e a abertura de portas para o conhecimento, tudo foi interrompido durante a Idade Média. Dessa forma, os avanços das pesquisas na área da Medicina foram freados por conta de proibições (NATALE et al., 2017).
Por décadas, não houve progresso no campo da Medicina, e isso durou até o século XVII, quando Cláudio Galeno (médico e filósofo grego) apresentou a questão da produção de sangue pelo fígado a partir do quilo, dizendo que todos os órgãos do corpo se beneficiavam de sangue, em uma constante renovação. A partir deste período, em que várias descobertas foram surgindo sobre o sistema linfático, outros pesquisadores realizaram estudos sobre esse sistema.
Clique nas barras para ver as informações.
JEAN PECQUET
Identificou a cisterna chyli (ou quilo), atualmente conhecida como cisterna de Pecquet.
THOMAS BARTHOLIN
Injetava contraste nos vasos linfáticos, a fim de comprovar a existência dos vasos e da linfa, o que lhe atribuiu o título de: “O descobridor do sistema linfático”, ao qual se referia como um sistema de “irrigação” e “limpeza do corpo”.
OLOF RUDBECK
Pesquisou sobre os vasos linfáticos, referindo-se a eles como “vasos serosos”, e os gânglios linfáticos.
JOHANN CONNAD PEYER
Em 1677, pesquisou sobre agregados de linfoides (ou nódulos linfáticos) localizados no trato gastrintestinal, que tinha como função principal a produção de imunoglobulinas e diversos anticorpos, denominados placas de Peyer.
As pesquisas sobre o sistema linfático prosseguiram durante o Iluminismo, quando Frederik Ruysch descreveu um mecanismo que impulsionava a linfa, denominado válvulas linfáticas (linfangions), e Paolo Mascagni falou sobre sua descoberta da rede linfática em humanos.
Em 1932, um casal dinamarquês, Emil Vodder (biológico e fisioterapeuta) e Estrid Vodder,  que já executava técnicas de massagens na cidade de Cannes, na Riviera Francesa, começou a observar que indivíduos gripados tinham aumento dos gânglios na região cervical; então, resolveram colocar em prática os estudos que apontavam o sistema linfático ligado a uma rede de gânglios. Assim, de maneira muito experimental e intuitiva, o casal deu origem à massagem terapêutica, chamada de Drenagem Linfática Manual.
Em 1936, eles aprofundaram seus estudos e suas experiências sobre os resultados positivos dos efeitos que a técnica, aprimorada pelo casal, apresentava nos indivíduos.  
A partir de um congresso de Estética em Paris (França), em 1936, depois de profundos estudos, um método referente a uma massagem terapêutica foi apresentado aos profissionais da Estética, entre outras áreas da saúde, mas nem todos acreditavam ou eram adeptos dos resultados da técnica (GODOY & GODOY, 2004).
A partir da divulgação da Drenagem Linfática Manual por Vodder, após aceitação pela medicina científica, em 1966, a técnica conseguiu vários adeptos, que criaram a Sociedade da Drenagem Linfática Manual, que contava com a participação de Leduc, Foldi, entre outros, para capacitar outros profissionais.
Atenção
A DLM foi introduzida no Brasil, mais precisamente em Belo Horizonte (MG), por intermédio de uma esteticista, Waldtraud Ritter Winter, que realizava a técnica precursora de Vodder. Ela conheceu esse procedimento ao participar de um curso ministrado pelo próprio Emil Vodder, em 1969; desde então, ela passou a ministrar vários cursos, capacitando profissionais de diversas áreas da saúde para a realização desta prática.
CONCEITO
O sistema linfático está associado ao sistema sanguíneo de forma paralela, sendo o sanguíneo um sistema “fechado”; por ser circulatório, tem o coração como propulsor do sangue, líquido que o circunda em todo o seu trajeto, considerado uma via de mão dupla. Já o linfático é um sistema “aberto”, comparado a uma via de mão única, que tem seu início no espaço intersticial, com o líquido presente, a linfa, que é impulsionada pelo mecanismo dos linfangions em todo o seu trajeto linfático:
Capilar linfático
Vaso linfático
Gânglios linfáticos
Tronco linfático
Ductos linfáticos
O sistema linfático apresenta grande importância para o organismo, principalmente devido à resposta imunológica que confere ao ser humano, pois é constituído por uma extensa rede de vasos capilares, ductos linfáticos, gânglios e órgãos linfoides, que combatem agentes invasores e controlam processos infecciosos, entre outras ações.
Segundo Godoy & Godoy (2004), se não houvesse o sistema linfático no corpo humano, com a eliminação de proteínas, toxinas, entre outros, o indivíduo não sobreviveria 24 horas, pois as proteínas plasmáticas não atravessam facilmente as paredes dos vasos capilares, formando, assim, um acúmulo de fluido, denominado edema.
O sistema linfático tem seu processo de formação entre a sexta e a sétima semana do desenvolvimento embrionário, após o surgimento dos componentes do sistema circulatório, e apresenta seu formato definitivo no ser humano após os 12 meses de vida.
VAMOS DEFINIR DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL?
Dentro das vigentes literaturas, encontramos várias definições para a técnica da DLM, e uma delas diz o seguinte: “Mecanismo que, por meio da execução de manobras suaves e superficiais, drena o líquido excessivo concentrado em algumas regiões do corpo, no espaço intersticial, que realiza a reabsorção de proteínas plasmáticas e resíduos metabólicos, atuando na renovação de nutrientes e oxigênio, preservando o equilíbrio hídrico do meio intercelular, fazendo-o retornar à circulação sanguínea e realizando o ciclo de drenagem linfática fisiológica do ser vivo”.
A AÇÃO DAS MANOBRAS DA DLM NO ORGANIMO HUMANO
As manobras da realização da DLM visam imitar os movimentos da drenagem fisiológica; para tanto, o mecanismo dos linfangions é preconizado, atuando por meio de pressões suaves, de forma rítmica, e manobras padronizadas, sem proporcionar alterações para o organismo, mas promovendo um suporte, acelerando a evacuação e a reabsorção da linfa no período de 24 horas.
A Drenagem Linfática Manual citada pelo Dr. Emil Vodder está associada às mãos do profissional que irá executá-la; isso ocorre de forma tão íntima, que nenhum aparelho seria capaz de substituir a técnica. Porém, apesar de vários benefícios, nem todos podem receber o método terapêutico; logo, as “possíveis” contraindicações devem ser observadas antes de o cliente iniciar a DLM.
Em relação às manobras realizadas da DLM, no método Vodder, temos a prática imitando as contrações da musculatura lisa dos vasos linfáticos e seus ritmos fisiológicos, executando manobras que consistem em círculos e espirais, sobrepondo-se à topografia do trajeto linfático e exercendo pressão, descompressão, além de carrear a linfa até seu gânglio proximal.
As manobras de Drenagem Linfática Manual criadas pelo Dr. Emil Vodder tinham como objetivo “imitar” a DLM fisiológica. Neste seguimento, citam-se as manobras e suas áreas específicas:
Clique nas barras para ver as informações.
EVACUAÇÃO
Consiste em descongestionar (região dos gânglios), liberando o trajeto (vias pelas quais a linfa irá fluir) para a passagem da linfa, que terá seu fluxo aumentado devido à realização da DLM.
CAPTAÇÃO
Consiste em carrear a linfa da região do interstício celular e transportá-la por todo o trajeto linfático, direcionando-a para o gânglio linfático proximal, a fim de que a circulação venosa sobre uma região de edema retorne.
REABSORÇÃO
Realiza a DLM nos pré-coletores linfáticos, carreando a linfa captada para os capilares linfáticos.
Neste vídeo, você entenderá as manobras de Drenagem linfática Manual.
VEJAMOS AS CONTRAINDICAÇÕES DA DLM
Dentro de um padrão de entrevista e avaliação com o cliente (ficha de anamnese), é possível avaliar se essa pessoa tem algum tipo de impedimento para realizar DLM; neste caso, uma contraindicação relativa, ou realmente não pode receber a massagem terapêutica, configurando contraindicação absoluta.
Clique nas barras para ver as informações.
CONTRAINDICAÇÃO RELATIVADA DLM
Hipertireodismo
Afecção no tegumento (pele)
Crise de doenças respiratórias (asma e bronquite)
Hipotensão arterial (aferir antes da DLM)
Taquicardia
CONTRAINDICAÇÃO ABSOLUTA
Trombose venosa
Infecções de forma geral
Reações alérgicas de ação aguda
Erisipela (fase aguda)
Edemas sistêmicos: renal e cardíaco
Tumores malignos
INDICAÇÕES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL – PADRÃO ESTÉTICO
São várias as indicações da DLM dentro do âmbito estético, ou seja, de competência de um profissional esteta.
1
Preparatório para procedimentos cirúrgicos (faciais e corporais).
FEG (Fibro Edema Ginoide – “celulite”).
Edema gestacional em membros inferiores.
Retenção hídrica.
Hidrolipodistrofia ginoide.
Acne.
Rosácea.
Tratamentos capilares estéticos (massofilaxia).
9
Psoríare.
Equimoses.
111
Hematomas.
Cicatrizes hipertróficas e queloides.
113
Enxaquecas.
Linfedemas.
Tensão Pré-Menstrual (TPM).
Insônia.
Sinusite.
Pós-cirúrgico de angiologia etc.
18
FICHA DE ANAMNESE PARA A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL
Pode ser descrita como a primeira ação a ser feita pelo profissional que realizará o procedimento, levando em consideração a queixa da cliente. A ficha de anamnese é muito importante para o profissional de saúde, pois vale como um “documento”; nela, devem constar dados importantes em relação à saúde do indivíduo.
Para a realização do procedimento, é preciso saber o motivo da busca ou a indicação terapêutica do cliente, perguntando, por exemplo, o que a pessoa veio buscar com a DLM:
Arraste para os lados.
Relaxamento?
Aliviar edema?
Preparação cirúrgica?
Cuidar do pós-operatório?
Aliviar edema gestacional?
FEG?
Outros?
Se, durante a realização da avaliação corporal, o profissional perceber a existência de uma patologia, lesão ou outra situação que não envolva sua competência de atuação, ele deve encaminhar o cliente, de forma ética e com cautela, a um médico especialista.
Depois de preencher corretamente a ficha de anamnese, o cliente deverá assiná-la, confirmando a veracidade das informações relatadas.
Dependendo do histórico de saúde atual (período de cinco anos), o cliente será ou não liberado para realizar o procedimento estético. Está ficha deverá ser consultada sempre, caso haja dúvida ou seja necessário acrescentar algo durante o tratamento. Trata-se de um documento do profissional e, por isso, deverá ficar arquivada na pasta do cliente; caso este solicite a ficha, a cópia deverá ser fornecida, mas a original permanecerá com o profissional.
Somente com base na avaliação do especialista e nas possíveis contraindicações, entre outras condições, a cliente será liberada para receber a terapêutica da Drenagem Linfática Manual.
Saiba mais
Em caso de encaminhamento (ou solicitação) de tratamento médico, o (a) cliente deve entregar ao profissional a indicação (receituário ou encaminhamento), que deverá ficar arquivada junto à ficha de anamnese do (a) cliente.
A anamnese deve ser realizada em etapas:
Clique nas barras para ver as informações.
ETAPA DA ENTREVISTA COM O CLIENTE
Deverá ser feita em uma sala de avaliação, onde o cliente possa informar a sua QP (Queixa Principal), o motivo que o levou a procurar aquele tratamento, o que o está preocupando.
Itens a serem preenchidos: problemas de saúde – informações de seu histórico de saúde; deverá ser preenchida pelo próprio e assinada. Além destes, devem constar os dados cadastrais do cliente e outras informações que podem contribuir para o diagnóstico do terapeuta quando for elaborar seu programa de tratamento, como: nome, sexo, idade, profissão, endereço, entre outras.
ETAPA DA AVALIAÇÃO PROFISSIONAL
Também deve ser feita na sala de avaliação, pois os recursos de aparelhos possibilitam ao profissional executar, de forma segura, a avaliação, inspeção e análise da região que será tratada, além de poder fotografar o local. É nesta etapa que o profissional fecha seu diagnóstico terapêutico, com base em seus métodos avaliativos e nas conclusões de sua análise. A partir de então, ele define qual tratamento será realizado; no caso da Drenagem Linfática Manual, número de sessões, frequência do tratamento, tempo de duração, valores dos serviços executados etc.
Orientações aos clientes: trazer roupas confortáveis. Para receber o tratamento de DLM, o cliente deve utilizar traje de banho ou roupa íntima folgada, para evitar o efeito garrote nos vasos linfáticos, ingerir dois copos de água antes de iniciar a sessão e não pode realizar drenagem linfática logo após as refeições (deve aguardar, pelo menos, uma hora).2
Reconhecer os métodos de Drenagem Linfática Manual
MÉTODOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL
Atualmente, a drenagem tornou-se uma terapêutica muito indicada e prescrita em vários tratamentos, inclusive para diversas aplicabilidades, que vão desde a retenção hídrica por ficar horas em pé (estética) até a intervenção em tratamentos mais sérios, como mastectomia (médica). Hoje, alguns planos de saúde do Brasil já reembolsam os custos com DLM, caso se trate de prescrição médica para tratamento de linfedemas e executada por profissional qualificado, em razão de suas ações terapêuticas.
Devido aos seus benefícios cientificamente comprovados, a partir de Vodder, outras técnicas com validação científica surgiram, baseando-se na original, mas mantiveram o seguimento da precursora, como as técnicas conhecidas de Leduc e Godoy.
O que difere uma técnica da outra são detalhes mínimos, como: movimento realizado, local aplicado, entre outros; contudo, o importante é que todas elas seguem o trajeto do sistema linfático (topografia), obedecendo/respeitando a drenagem linfática fisiológica, atingindo, por meio da DLM, seus objetivos terapêuticos.
MÉTODO VODDER
 Ao pensarmos em drenagem linfática, é impossível não lembrarmos do Dr. Emil Vodder, pesquisador que batizou o método de massagem terapêutica, com movimentos rítmicos, suaves, com métodos de bombear as cadeias ganglionares, realizando manobras de movimentos circulares de Drenagem Linfática Manual sem a necessidade de produtos lubrificantes. Trata-se de um procedimento muito diferente da massagem, que utiliza movimentos fortes e rigorosos sobre os tecidos moles por meio da compressão de sangue entre um tecido e outro, utilizando um produto lubrificante como forma de promover o deslizamento das mãos.
O “método revolucionário no tratamento da pele”, como era chamado por Vodder no início, era realizado em tratamentos na região da face, como sinusite, ou em regiões cuja patologia estava instalada, como em alguns membros, por exemplo. Entretanto, Vodder observou que, por meio deste tratamento, regiões com edemas, devido ao quadro patológico, e atingidas pela sinusite tiveram o edema reduzido, além de o procedimento ter proporcionado conforto e efeito analgésico ao paciente. A partir destas observações, a técnica estendeu-se para todo o corpo, e não somente para as regiões afetadas; contudo, ainda se recomenda a execução da prática com ênfase nas regiões comprometidas com edema.
A técnica exercida pelo Dr. Emil Vodder consiste em utilizar linhas “imaginárias” (linhas de sandwish) como forma de delimitar o trajeto linfático nas regiões do corpo e sequenciar as manobras executadas. Para Vodder, a técnica deve ser executada de distal para proximal do segmento que compreende a região a ser drenada.
O quadro a seguir exemplifica a realização da DLM em membros inferiores.
 Esquema do seguimento distal/proximal de Vodder na DLM.
Por que, segundo o Dr. Vodder, a DLM não necessita de produto lubrificante para sua execução?
RESPOSTA
MÉTODO ALBERT LEDUC
O Dr. Albert Leduc, belga, doutor em Linfologia, foi aluno de Vodder e ajudou a disseminar a técnica de DLM que aprendeu, mas realizou suas adaptações conforme achou necessário. Como meio de resposta para o organismo, chega-se à conclusão de que o sistema linfático era composto por órgãos e tecidos linfoides.
Segundo Leduc, a execução da DLM é baseada no tipo do distúrbio encontrado para tratamento.  Ele também incluiu técnicas de bandagens e exercícios associados como forma terapêutica emseus tratamentos de DLM. Seu método de realização consiste em regiões sem infiltrações e trabalha de proximal para distal, ou vice-versa. Porém, quando se trata de linfedema, ele começa pela raiz do membro.
Cinco movimentos são demonstrados por Leduc em relação à técnica dos membros, os quais, para ele, justificam a combinação dos movimentos que formam um sistema de massagem drenante. Leduc não trabalha estimulando a cisterna de Picquet.
Os movimentos propostos por Leduc são os seguintes:
1
CÍRCULO COM OS DEDOS SEGUNDO A TÉCNICA DE REABSORÇÃO
Movimentos em círculos, deslocando a pele através de pressão mediana e gradual.
CÍRCULO COM O POLEGAR SEGUNDO A TÉCNICA DE DEMANDA
Movimentos em círculos, utilizando o polegar, deslocando a pele através de pressão mediana e gradual, exercendo a mobilidade que o dedo possibilita.
2
3
CÍRCULOS COMBINADOS APENAS COM O POLEGAR E COM TODOS OS DEDOS
Segue a sequência dos movimentos anteriores, juntando as duas técnicas.
TÉCNICA DE PRESSÃO EM BRACELETE
É executada com as duas mãos, simulando um “bracelete/algema”, trabalhando a compressão e descompressão, conduzindo a linfa até o gânglio (leva).
4
5
TÉCNICA DE DRENAGEM DOS GÂNGLIOS LINFÁTICOS (ENTREGA)
Após concluir o movimento e a chegada na cadeia dos gânglios linfáticos da região inguinal, realiza-se o movimento de entrega, com a pressão moderada, perpendicular, sobre os gânglios, conforme etapa de evacuação.
MÉTODO GODOY & GODOY
o método Godoy & Godoy é a referência brasileira e foi criado pelo Dr. José Maria Godoy, cirurgião vascular e angiologista, e por sua esposa, Fátima Guerreiro Godoy, doutora em terapia ocupacional.
Em 1999, o casal apresentou o uso de roletes associado à execução da Drenagem Linfática Manual. A técnica consiste em um método inovador de adaptação sobre a original, com uso de roletes ou bastões flexíveis e delicados como recursos que facilitem a compressão da pressão externa – além das mãos do terapeuta, que atuarão sobre a pele – no trajeto linfático, promovendo um “rolamento” da linfa até a região dos gânglios linfáticos. A sequência de atuação é de proximal a distal.
Após entendermos os métodos disponíveis e bastante utilizados nos dias atuais, vejamos, a seguir, o quadro comparativo para melhor visualização:
	MÉTODOS
	VODDER
	LEDUC
	Godoy & Godoy
	Manobras
	· Círculos fixos
· Bombeamento
· Mãos em concha
· Giratório ou rotação
	· Circular com os dedos
· Circular com os polegares
· Combinados
· Pressão em bracelete
	· Bombeamento por ativação supraclavicular
· Mãos em concha
· Giratório ou rotação
	Pressão aplicada por cada autor
	De 30 a 40 mmHg, suave e leve, devendo ser decrescente, da palma das mãos para os dedos.
	De 30 a 40 mmHg, suave e leve, devendo ser decrescente, da palma das mãos para os dedos.
	De 30 a 40 mmHg, suave e leve, devendo ser decrescente, da palma das mãos para os dedos.
	Acessórios
	Não utiliza.
	Bandagens e exercícios
	Roletes e RA de Godoy
	Sentido da DLM corporal
	Manobras de distal para proximal, e vice-versa.
	Manobras de proximal para distal, e vice-versa.
	Manobras de proximal para distal, e vice-versa.
	Sentido da DLM facial
	Centro da face ao gânglio correspondente.
	Centro da face ao gânglio correspondente.
	Centro da face ao gânglio correspondente.
 Fonte: Adaptada de Guirro & Guirro (2002)
QUAL MÉTODO O PROFISSIONAL DE ESTÉTICA DEVE UTILIZAR?
Como todos os métodos criados ou adaptados pelos seus pesquisadores têm a devida comprovação científica, o profissional poderá escolher aquele com o qual se adaptar ou até mesmo fazer uma associação entre eles, ou seja, alternar técnicas de Vodder com Leduc, por exemplo. O importante é não fugir da metodologia científica e respeitar o sistema fisiológico linfático, realizando as etapas das execuções, como demonstra o quadro anterior das análises comparativas dos métodos.
A DLM pode ser incluída em programa de tratamento estético e conjugada com eletroterapia, por exemplo. Toda terapêutica só será implementada a partir de uma anamnese bem detalhada feita por profissional habilitado.
Saiba mais
O ser humano é o único mamífero que edemacia sem que haja traumatismo ou transtornos metabólicos; desta forma, evidencia-se a presença do edema no indivíduo e a necessidade da realização da Drenagem Linfática Manual.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, vimos que, diferentemente do que muitos imaginavam, a Drenagem Linfática Manual não é algo recente, já que, no ano de 1932, o Dr. Emil Vodder e sua esposa aplicavam suas técnicas de DLM, na tentativa de comprovar os efeitos benéficos atuantes em vários procedimentos.
A partir da comprovação científica de Vodder e sua revelação sobre os métodos de DLM, outros pesquisadores, interessados em seus métodos terapêuticos, realizaram algumas adaptações na técnica original e deram seguimento aos seus próprios métodos, como Leduc, Godoy, entre outros.
Hoje, estes métodos são utilizados em centros de saúde, beleza e bem-estar para o tratamento de disfunções estéticas e patológicas. Nesse sentido, é importante realizar uma anamnese detalhada, a fim de implementar a terapêutica adequada, como também o número de sessões.

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