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Fundamentos de Economia

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Definição
Conceitos fundamentais de Economia. Síntese da história do pensamento econômico. Breve apresentação dos pensadores econômicos mais influentes da história e o contexto de suas contribuições. Panorama sobre a pesquisa econômica contemporânea. Áreas de desenvolvimento da economia e economistas contemporâneos.
PROPÓSITO
Aprender os fundamentos e as contribuições mais recentes da ciência econômica, tal como a história do pensamento econômico para a compreensão contextualizada da Economia Moderna.
Introdução
O estudo de qualquer ciência começa com uma série de conceitos básicos. Em Economia, começaremos falando sobre as escolhas das pessoas sobre como alocar recursos, dado que há limites no que podemos fazer. Iremos também apresentar a evolução da ciência econômica ao longo do tempo e descrever os caminhos que estão sendo desenvolvidos.
MÓDULO 1 
Definir conceitos fundamentais para compreensão das análises econômicas
Uma digressão sobre economia e ciência
O termo “economia” vem do grego e significa “costume” ou “lei”, ou também “gerir”, “administrar”, daí “regras da casa” ou “administração doméstica”.
Mas o que é, de fato, Economia?
Economia é uma ciência social preocupada com a produção, distribuição e consumo de bens e serviços.
Ela estuda como indivíduos, empresas, governos e nações fazem escolhas sobre alocação de recursos, de forma a satisfazer suas necessidades, e busca entender como esses agentes podem se organizar e coordenar esforços para alcançar o melhor resultado possível.
Mas o que é uma ciência?
Ciência é uma forma de conhecimento, assim como religião, intuição e senso comum. A ciência produz conhecimento por meio de teorias.
Por exemplo, a Astronomia, através da teoria geocêntrica, considera a Terra fixa no centro do universo, com todos os outros corpos celestes orbitando ao seu redor. Poucas pessoas acreditam na teoria geocêntrica, mas qualquer um quando vai à praia utiliza essa teoria para posicionar um guarda-sol.
Da mesma forma, existem diversas teorias nas quais não é necessário acreditar, embora sejam úteis, como, por exemplo, modelos econômicos, a física newtoniana ou mapas. Você acredita que o mundo é bidimensional ao olhar um aplicativo de mapas em seu celular?
É preciso deixar claro que a Ciência não trata de verdade, mas sim de erro útil. A Ciência é apenas uma ferramenta para resolver problemas, e não para estabelecer verdades.
A teoria nada mais é do que uma ferramenta imperfeita, baseada em simplificações grosseiras da realidade (natural, social, econômica etc.), pois seu o objetivo é ser útil.
O precursor da Ciência Moderna é Francis Bacon, que, no século XVI, deixou registrado que “Saber é poder”. A partir de Bacon e da Revolução Científica Moderna, começa a busca pelo desenvolvimento de um conhecimento sistemático da natureza que permita atingir objetivos concretos.
Exemplo 
Por exemplo, se chove, nós nos molhamos. Se determinado medicamento for utilizado, a mortalidade de certa doença será reduzida. Assim, há uma tentativa de compreensão do mundo por meio de relações de causalidade.
Mas como sabemos se uma teoria é útil? Geralmente, submetemos a teoria ao teste empírico, ou seja, ela deve explicar determinado conjunto de dados.
Por exemplo, se a teoria diz que “se chove, então, molha”, buscamos uma série de dados sobre “chuva ou sol” e sobre “objeto molhado ou seco”, e vemos se a teoria explica a relação empírica observada.
O teste empírico deve sempre ser construído de forma a isolar as variáveis relevantes do problema ― ou, em outras palavras, tomar “tudo mais como constante” para não comprometer o resultado da avaliação. Afinal, em geral, há outras variáveis que afetam as observações (uma superfície pode estar molhada porque alguém a lavou com água encanada).
Embora um teste empírico seja bem-sucedido, jamais afirmamos que aceitamos a teoria. Dizemos apenas que não a rejeitamos, mas não podemos aceitá-la, porque, desde o princípio, sabemos que ela é imperfeita, e seguimos com ela enquanto não for rejeitada e não aparecer outra melhor (isto é, que explique melhor os dados).
A ciência econômica é tipicamente dividida em:
Microeconomia – que estuda o comportamento de agentes individuais.
Macroeconomia – que analisa a economia de maneira agregada.
Analise as seguintes questões:
Qual deve ser a regulação do setor de telefonia para garantir cobertura adequada à população?
Essa questão é tipicamente estudada em Microeconomia.
Já a Macroeconomia busca responder a questões como: “Por que a inflação aumentou?”.
Essa questão é tipicamente estudada em Macroeconomia.
Em todos os casos, porém, precisamos analisar a escolha individual dos agentes envolvidos. Esse será o primeiro passo de nosso estudo.
Escolha individual
Qualquer questão em Economia envolve escolha individual, independente de estarmos no campo de Macroeconomia ou de Microeconomia.
Em última instância, até decisões macroeconômicas são baseadas em uma série de decisões individuais sobre o que fazer ou não. Portanto, podemos dizer que economia é sobre escolhas.
Quando vamos à feira, há diversos produtos em inúmeras barracas. É pouco provável que tenhamos dinheiro para comprar tudo o que desejamos, e, mesmo que tenhamos, não há espaço suficiente na geladeira para guardar todos esses bens.
Alguém pode argumentar que basta comprar outra geladeira. Contudo, o espaço de sua casa é limitado, de forma que precisamos escolher qual produto comprar e qual colocar na geladeira.
O fato de alguns produtos estarem à venda na feira já envolve uma escolha. O feirante escolheu quais produtos levar para a feira, e os produtores agrícolas também escolheram quais bens iriam cultivar.
Notamos, então, que:
Todas as atividades econômicas passam por escolhas.
Existem quatro princípios econômicos contidos na escolha individual:
Escassez de recursos
Custo real
Decisão marginal
Oportunidades de melhoria
Escassez de recursos
No geral, não podemos ter tudo o que queremos. Nossa renda é limitada, o que restringe o que podemos adquirir. A renda que escolhemos gastar indo ao cinema equivale a que deixamos de gastar com algum outro bem ou serviço.
Todavia, existem alguns indivíduos muito ricos, e você deve estar pensando que ele pode ter tudo. Mesmo eles não podem fazer tudo o que querem, porque há uma limitação de tempo: o dia possui apenas 24 horas.
Assim, o tempo que escolheremos dedicar a determinada atividade não poderá ser dedicado a outra. O tempo que dedicamos ao nosso sono é também um momento em que deixamos de trabalhar, por exemplo.
Precisamos realizar escolhas, o que apenas reflete o fato de que os recursos são escassos.
Recurso é qualquer elemento que pode ser usada na produção de um bem. Em uma economia, geralmente, consideramos como recursos o trabalho, a terra, o capital físico e o capital humano (conquistas educacionais e habilidades individuais).
Um recurso é escasso quando sua quantidade disponível é insuficiente para satisfazer todos os usos que uma sociedade quer fazer dele. 
(KRUGMAN & WELLS, 2001)
A escassez de recursos faz com que os indivíduos e a sociedade sejam obrigados a fazer escolhas, e há diversas formas de fazê-las. Uma delas é permitir que surjam como o resultado de escolhas individuais, o que acontece, normalmente, em economias de mercado.
Há também decisões que a sociedade considera que é melhor não serem fruto do resultado de escolhas individuais, como consumir bebida alcoólica e dirigir.
Custo real
O custo de adquirir algo envolve também o que dispensamos para realizar a aquisição.
Suponha que você tenha prestado vestibular para uma universidade privada e tenha sido aprovado para o curso integral em Ciências Econômicas.
O custo monetário de estudar em uma universidade privada é o valor da mensalidade mais o gasto com passagem, alimentação e material. Mas isso não inclui tudo: esse não é custo real de estar em uma universidade privada.
Estudar em tempo integral significa que você está abrindo mão de fazer um curso de inglês pela tarde ou de trabalhar em algum estabelecimento. O custo de abrir mão de outraatividade se chama custo de oportunidade.
O custo de oportunidade de uma atividade da qual abrimos mão. É o que abdicamos ao deixar de escolher nossa segunda melhor alternativa.
O custo real de algo é a soma de seus custos monetário e de oportunidade. Portanto, no final das contas, todo custo é um custo de oportunidade.
Exemplo 
Programas sociais e custo de oportunidade
Custo de oportunidade é um conceito essencial em Economia, e é usado na formulação e no funcionamento de programas sociais.
Há alguns anos, a secretária estadual de educação do Rio de Janeiro formulou o programa Renda Melhor Jovem.
O projeto consistia em depósitos na poupança de jovens beneficiados pelo Renda Melhor e pelo Cartão Família Carioca que cursassem o Ensino Médio em escolas públicas. Após a conclusão do Ensino Médio, os jovens poderiam usar essa poupança.
A ideia de pagar um valor para esses jovens estudarem tem como base o conceito de custo de oportunidade. Muitos desses jovens pobres largam a escola para trabalhar e ajudar suas famílias.
Decisão marginal
Diversas decisões importantes em nossas vidas começam com a pergunta: “Quanto?”. Ou seja, tem relação com a quantidade.
Se você está cursando duas disciplinas ― Microeconomia e Macroeconomia ―, e precisa escolher o quanto vai dedicar de tempo de estudo para cada uma delas.
Quando temos decisões de “quanto?”, em Economia, vemos isso como uma decisão marginal.
Gastar mais tempo estudando Microeconomia significa que você terá um benefício nessa matéria: é provável que você tire uma nota mais alta, mas também implica menos tempo estudando Macroeconomia.
Sua decisão envolverá um trade-off, ou seja, uma comparação entre o custo e o benefício. Essa comparação faz parte de uma escolha. Um trade-off é um dilema, isto é, uma situação em que comparamos custo e benefício, e realizamos uma escolha que envolve também renúncias
Como decidir, então, quanto tempo dedicar a cada uma das disciplinas? No geral, decisões desse tipo são tomadas a cada momento.
Suponha que as duas provas, de Microeconomia e Macroeconomia, sejam no mesmo dia. No dia anterior, você decide dedicar metade do tempo à Macroeconomia, e a outra metade, à Microeconomia.
Antes de chegar ao fim do tempo destinado à Macroeconomia, você nota que é melhor dedicar mais tempo do que o que tinha pensado. À noite, já com sono, você percebe que ainda faltou conteúdo de Macroeconomia, mas ainda está finalizando o de Microeconomia. O que fazer?
Se você teve nota melhor em uma prova anterior de Microeconomia, possivelmente, optará por dedicar o tempo disponível restante à Macroeconomia.
Decisões como essas são marginais. Elas envolvem um trade-off na margem, isto é, uma análise de custo benefício de um pouco mais de uma atividade e um poucos menos de outra.
Muitas decisões no nosso dia a dia são tomadas com base em análises marginais, que desempenham um papel fundamental na economia.
Se estou com sede, decido se vou tomar um copo d’água ou não. Após o primeiro copo, avalio se ainda quero tomar o segundo, e assim por diante. Não tomamos uma decisão apenas entre “não beber água’” ou “tomar toda a água da casa”, mas entre “um copo a mais” ou “um gole a mais”. Essa decisão sobre um gole adicional é uma decisão na margem.
Oportunidades de melhoria
Para começar entenda o exemplo a seguir:
Sempre que vemos as notícias, reparamos que há uma enorme quantidade de pessoas nas lojas. Mas por que, se esses produtos são vendidos normalmente no dia a dia?
Segundo os consumidores, as promoções são melhores que em qualquer outra época do ano. Assim, quando as pessoas veem uma oportunidade de melhorar sua situação, nesse caso, por meio da compra de produtos mais baratos, elas aproveitam.
Ao tentarem prever como os indivíduos se comportarão em alguma situação econômica, em geral, os economistas consideram que os indivíduos aproveitarão a oportunidade de melhorar suas situações. Essas oportunidades são exploradas até que se esgotem, isto é, até que tenham sido plenamente aproveitadas pelas pessoas.
No geral, o fato de que as pessoas exploram oportunidades de melhorar sua própria situação é uma das hipóteses amplamente adotada em modelos econômicos.
Quando há redução do preço do chocolate, mais consumidores irão comprá-lo. Se o salário dos engenheiros se reduz, e o dos médicos aumenta, é provável que alguns alunos do Ensino Médio deixem de prestar vestibular para Engenharia e mudem para Medicina.
Quando há mudanças nas oportunidades disponíveis e, consequentemente, de comportamento, afirmamos que as pessoas se deparam com novos incentivos.
Para os economistas, qualquer tentativa de mudança de ação é fruto de mudanças de incentivos. Portanto, uma política que peça às indústrias que poluam menos só será eficaz se gerar uma mudança de incentivos condizente com o objetivo de redução da poluição.
Exemplo 
Política econômica e mudança de incentivos
Durante a pandemia da Covid-19, diversas medidas foram tomadas para seu combate. Duas delas foram: a proibição de frequentar praias e a de sair sem o uso de máscaras.
Para que essas medidas tivessem resultado, não bastou pedir à população para mudar de comportamento. Os governos instituíram multas, caso as obrigações fossem descumpridas. Dessa forma, a população teve uma mudança de incentivos.
Para reforçar seu aprendizado, assista ao vídeo com uma breve contextualização sobre os princípios econômicos contidos na escolha individual.
Mercados: interações entre indivíduos
Uma economia é um sistema que coordena a produção de muitos agentes. Em uma economia de mercado, essa coordenação ocorre sem centralização: cada indivíduo toma sua própria decisão.
Todavia, as decisões individuais não são independentes, pois dependem das decisões dos demais. Portanto, para compreendermos como funciona uma economia de mercado, precisamos entender a interação entre as escolhas individuais.
O resultado da escolha de diversas pessoas pode ser bem diferente daquilo que os indivíduos esperariam. O uso de novas técnicas agrícolas é um exemplo.
Alguns agricultores, ao adotarem novas tecnologias, tiveram uma produção tão grande que o resultado foi uma redução do preço do produto, que fez com que diversos produtores saíssem do mercado.
Enquanto a escolha individual possui quatro princípios, a interação entre indivíduos em uma economia de mercado possui cinco:
1. Ganhos de comércio.
2. Movimentação dos mercados em direção ao equilíbrio.
3. Uso eficiente dos recursos para o alcance dos objetivos da sociedade.
4. Mercados rumo à eficiência.
5. Ação governamental em prol do aumento de bem-estar.
Ganhos de comércio
Os economistas consideram que o comércio, ou a possibilidade de trocas entre indivíduos, é uma ferramenta importante para melhorar a situação de uma sociedade.
Suponha que uma pessoa tente suprir sozinha todas as suas necessidades. Ela produz seus tecidos, costura suas roupas, planta seu alimento, pinta seus próprios quadros e constrói sua própria casa. Deve ser possível viver dessa forma, mas parece uma vida bastante dura.
A existência do comércio torna possível que as pessoas dividam tarefas entre si e ofertem bens ou serviços demandados por outras pessoas em troca de bens e serviços que ela deseja. Na maioria das sociedades, há poucos indivíduos tentando viver de forma autossuficiente, porque existem ganhos de comércio.
Duas pessoas, ao trocar e dividir, podem obter aquilo que mais desejam. Pode ser que Gabriel seja melhor que Rafael na cozinha, e que Rafael seja melhor na faxina. Isso permite que Gabriel seja o responsável pela comida e a troque com Rafael por faxina.
Os ganhos de comércio são oriundos dessa divisão de tarefas, conhecida como especialização: cada indivíduo se ocupa de poucas atividades. Os mercados permitem que uma pessoa se especialize, pois sabem que podem encontrar os bens e serviços que desejam e trocar com outras pessoas.
Exemplo 
Moeda e suas funções
Moeda é costuma ser definida como qualquer ativo que pode ser utilizado facilmente para comprar bens e serviços.
Um ativo é líquido quando pode ser convertidoem dinheiro vivo de forma simples. Portanto, moeda consiste no próprio dinheiro vivo, que é, por definição, líquido (ou, então, em outros ativos altamente líquidos).
A moeda tem papel fundamental em uma economia, pois gera ganhos de comércio. Isso é possível porque a moeda permite que trocas indiretas sejam realizadas, acabando com problema da dupla coincidência de necessidades que ocorria em um sistema de escambos.
A moeda tem três funções:
1. Meio de troca – pois cumpre o papel de um ativo que as pessoas utilizam para trocar bens e serviços.
2. Reserva de valor – pois é uma forma de guardar poder de compra ao longo do tempo.
3. Unidade de conta – que representa uma medida que as pessoas utilizam para fixar preços e fazer cálculos econômicos.
Movimentação dos mercados em direção ao equilíbrio
Aprendemos que há um princípio afirmando que as pessoas aproveitam oportunidades de melhorar sua situação.
Por exemplo, quando vamos à praia, buscamos um pedaço de areia que tenha menos gente para nos instalarmos. No verão, não restam muitos espaços vazios. Isso acontece porque as pessoas buscam explorar as oportunidades para melhorar de situação.
Conforme as pessoas vão chegando à praia, elas buscam o local mais vazio, até não haver mais locais vazios: todas as oportunidades de melhoria acabam, pois já foram exploradas.
Os economistas chamam de equilíbrio uma situação em que os indivíduos não podem melhorar, fazendo, individualmente, algo diferente.
Uma economia está em equilíbrio quando nenhum indivíduo pode melhorar sua situação adotando uma ação diferente.
Os mercados, normalmente, alcançam o equilíbrio por meio da mudança de preços, que aumentam ou diminuem, até que todas as oportunidades para melhorar a situação individual tenham se esgotado. Portanto, cada vez que houver uma mudança, a economia se moverá em direção a um novo equilíbrio.
Uso eficiente dos recursos para o alcance dos objetivos da sociedade
O que importa para economistas não é o dinheiro, mas o bem-estar das pessoas em uma sociedade.
Os recursos de uma economia são usados de forma eficiente quando todas as oportunidades de melhorar a situação de cada um são exploradas por completo.
Uma economia é eficiente quando utiliza todas as oportunidades de melhorar a situação de uma pessoa sem piorar a de outras.
Por exemplo, Mariana mora na zona rural e planta hortaliças. Contudo, sua terra é pequena, e sua plantação está morrendo por falta de espaço. Por sua vez, Pedro, vizinho de Mariana, é proprietário de um latifúndio, e não usa a terra para nada. Claramente, a terra dessa economia está sendo usada de forma ineficiente.
Há uma maneira de melhorar a situação de todos, transferindo a plantação de hortaliças de Mariana para as terras de Pedro.
O exemplo é fictício. Embora essa situação ocorra na vida real, não é simples de resolver ineficiências dessa forma, uma vez que existe propriedade privada, e, para isso, o estado deveria realizar uma reforma agrária.
Quando uma economia está operando de forma eficiente, os ganhos oriundos do comércio são maximizados, dados os recursos disponíveis.
Quando uma economia é eficiente, a única maneira de melhorar a situação de uma pessoa é piorando a de outra: ou seja, já esgotamos os ganhos de troca.
Dado que eficiência é algo ótimo, ela deveria ser o único objetivo em uma economia?
A resposta é não. Eficiência não é o único critério que importa. Equidade e justiça também são critérios relevantes. Em geral, há um trade-off entre eficiência e equidade, uma vez que políticas que almejam a equidade, muitas vezes, alcançam-na às custas da eficiência.
Considere, por exemplo, a política de assentos preferenciais. Para assegurar que sempre haja assento disponível para grávidas, deficientes, idosos e pessoas com crianças de colo, normalmente, há um número reservado de vagas no transporte público.
Muitas vezes, esses assentos ficam vagos, enquanto algumas pessoas ficam em pé. Isso gera ineficiência, mas será que gostaríamos de resolver essa ineficiência deixando as pessoas do grupo preferencial sem assento?
Essa situação envolve um trade-off entre eficiência e justiça.
Mercados rumo à eficiência
Frequentemente (mas não sempre), os mercados levam à eficiência.
Normalmente, não temos um “planejador central” que se certifica de que a economia esteja operando de forma eficiente. O Estado não precisa gerar eficiência, porque os mercados já cumprem essa função razoavelmente bem.
Como veremos no próximo módulo, Adam Smith chama isso de “mão invisível do mercado”. Assim, os incentivos presentes em uma economia de mercado já garantem que os recursos sejam utilizados da melhor maneira possível, sem que haja desperdício de oportunidades. Contudo, há exceções para esse princípio.
Quando temos falhas de mercado, a busca individual a partir do interesse próprio piora a situação da sociedade, e o resultado é ineficiente. Isso acontece, em geral, quando a ação individual de uma pessoa tem efeitos colaterais sobre outras pessoas, o que os economistas chamam de externalidade.
Adam Smith (1723-1790)
Filósofo e economista inglês considerado por muitos o pai da economia moderna.
Poluição é um exemplo clássico de externalidade negativa.
Ação governamental em prol do aumento de bem-estar
Quando há falhas de mercado, é possível que ações governamentais melhorem o bem-estar da sociedade.
Considere uma indústria que produz algo importante, mas gera poluição (por exemplo, usinas termoelétricas que geram energia, mas são muito poluentes). Essa indústria não tem incentivo para levar em conta o custo de sua ação para a sociedade e deixar de produzir poluição.
Resposta 1 Resposta 2 
Resposta 1
A sociedade pode subsidiar a adoção de uma nova tecnologia que gere menos poluição.
Resposta 2
O governo pode multar a indústria.
Essas soluções mudam os incentivos da indústria, dando a ela motivos para poluir menos. No entanto, as possíveis soluções vão depender da intervenção do Estado.
Assim, quando os mercados não funcionam corretamente, a ação do governo pode tornar o resultado mais próximo de algo eficiente, mudando a forma de alocar recursos na sociedade.
Em geral, o mercado não funciona corretamente quando há externalidades. Também há uma falha quando o bem em questão não consegue ser eficientemente administrado pelo mercado.
Por exemplo, vamos pensar na iluminação pública. Não precisamos pagar para passar sob um poste de luz na rua, o que diminui o incentivo a contribuir para a provisão do serviço. Esse último caso é conhecido como bem público.
Por fim, alguns agentes econômicos podem ter poder de mercado, como uma firma monopolista, que poderá restringir o uso de recursos por outros indivíduos para maximizar seu lucro individual.
Saiba mais
Variáveis endógenas e exógenas
O objetivo de um modelo econômico é demonstrar como as variáveis exógenas afetam as endógenas.
As variáveis endógenas são aquelas que o modelo tenta explicar. Já as variáveis exógenas são as que o modelo toma como dadas.
As variáveis exógenas são determinadas fora do modelo, servindo como insumo, enquanto as endógenas são determinadas dentro do modelo: são seu resultado.
A figura a seguir representa um esquema mais intuitivo para essas variáveis:
Variáveis Exógenas
Modelo Econômico
Variáveis Endógenas
Considere um produtor de cogumelos. A demanda por seus cogumelos vai depender de seu preço e da renda dos consumidores. A oferta, por sua vez, vai depender dos preços do cogumelo e dos insumos utilizados na produção.
O equilíbrio acontece quando oferta e demanda se igualam. Nesse caso, as variáveis exógenas são a renda individual e o preço dos insumos, e a variável endógena será o preço do cogumelo.
Verificando o aprendizado
Parte superior do formulário
1. Marcela pode viajar do Rio de Janeiro para São Paulo de ônibus ou de avião. A viagem de ônibus custa R$100,00 e dura 6 horas. A viagem de avião custa R$200,00 e dura 1 hora. Enquanto está viajando ― de ônibus ou de avião ―, Marcela não pode trabalhar e deixa de ganhar R$30,00 por hora. 
Faça uma análise econômica da situação e assinalea alternativa incorreta:
A viagem de ônibus é mais barata. Portanto, Marcela deve ir de ônibus.
O custo total da viagem de avião é menor do que o da viagem de ônibus.
O custo total da viagem de avião é de R$230,00.
O custo total da viagem de ônibus é de R$280,00.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. Sobre a economia de mercado, assinale a resposta correta:
Os mercados são sempre eficientes.
Os recursos de uma economia são usados de forma eficiente, ainda que haja oportunidade de melhorar a situação de cada indivíduo.
Há um dilema entre eficiência e equidade.
Um mercado está em equilíbrio quando os agentes econômicos querem mudar de comportamento.
Parte inferior do formulário
Gabarito
1. Marcela pode viajar do Rio de Janeiro para São Paulo de ônibus ou de avião. A viagem de ônibus custa R$100,00 e dura 6 horas. A viagem de avião custa R$200,00 e dura 1 hora. Enquanto está viajando ― de ônibus ou de avião ―, Marcela não pode trabalhar e deixa de ganhar R$30,00 por hora. 
Faça uma análise econômica da situação e assinale a alternativa incorreta:
A alternativa "A " está correta.
Viajar de ônibus tem um custo monetário menor do que viajar de avião, mas devemos levar em conta o custo de oportunidade. Ao optar pelo ônibus, Marcela gastará R$100,00 e perderá R$180,00 (= R$30,00 x 6 horas). Dessa forma, o custo real para Marcela ir de ônibus é de R$280,00. Ao optar por viajar de avião, Marcela pagará R$200,00 pela passagem e perderá R$30,00 pela hora de viagem. Assim, o custo real para a viagem de avião é de R$230,00, enquanto o custo total para a viagem de ônibus é R$ 280,00. Em outras palavras, o custo real da viagem de ônibus é maior do que da viagem de avião.
2. Sobre a economia de mercado, assinale a resposta correta:
A alternativa "C " está correta.
Vamos analisar as alternativas:
A) A alternativa está incorreta. Embora os mercados sejam frequentemente eficientes, na presença de externalidades, bens públicos ou poder de mercado, eles falham. 
B) A alternativa está incorreta. Por definição, eficiência é uma situação em que não há possibilidade de melhorar a situação de uma pessoa sem piorar a de outra. Portanto, a alterativa está incorreta. 
C) A alternativa está correta. Embora eficiência seja um conceito com o qual os economistas se preocupam, existem outros extremamente relevantes, como justiça e equidade. No geral, há um dilema entre justiça e eficiência, uma vez que diversas situações justas podem ser ineficientes, como o exemplo do assento preferencial.
D) A alternativa está incorreta. Por definição, um mercado está em equilíbrio quando os seus participantes não podem melhorar mudando individualmente suas ações.
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MÓDULO 2
Descrever uma breve história do pensamento econômico
Origem da ciência econômica
No módulo anterior, falamos sobre a Economia enquanto ciência contemporânea. Mas até se tornar o que é hoje, a ciência econômica passou por diversas transformações. Não há consenso a respeito de quando o pensamento econômico começou.
Embora a maior parte das pessoas só tenha ouvido falar de Economia enquanto ciência a partir de Adam Smith, pode-se argumentar que, nas formas mais rudimentares de civilização, já existia algum tipo de pensamento econômico, partindo do pressuposto de que seres racionais já se preocupavam com seu sustento.
É ingênuo pensar que uma civilização antiga como a egípcia, que era caracterizada pela produção e distribuição de parte dos recursos, não tenha desenvolvido algum tipo de ideias econômicas, especialmente quando se considera a existência de comércio (em forma de troca) com outras nações e a propensão egípcia a manter registros escritos.
Na Grécia Antiga, Platão já contribuía para o pensamento econômico tocando alguns conceitos como a divisão do trabalho, a teoria da moeda, a produção como base da riqueza do Estado (na época, Cidade-Estado) e até a propriedade comum. Seu discípulo Aristóteles também contribuiu no campo, sistematizando sua teoria, mas se opunha a seu mestre no tópico da propriedade comum.
A Idade Média representa um período de transformações na estrutura da sociedade, e grandes transformações costumam vir acompanhadas de novas ideias.
Seguindo a queda do Império Romano, cuja economia era escravocrata e latifundiária, o período deu origem à forma de organização econômica conhecida como feudalismo. Trabalho e terra passaram a ser transferidos, e não mais vendidos. 
O feudalismo sofreu muitas transformações ao longo da Idade Média, atingindo seu auge por volta do século X.
O desenvolvimento de novas técnicas agrícolas aumentou a produtividade das terras, e a Europa vivenciou um período de estabilidade que permitiu o crescimento populacional e a formação de cidades. Essa combinação de fatores deu origem ao mercador independente.
A Igreja Católica se tornou a instituição dominante na Europa, e, portanto, quase todos os acadêmicos e escritores ocidentais do período eram clérigos.
Escolásticos
Nos primeiros anos da Idade Média, os escritores cristãos tinham uma abordagem puramente ética do estudo econômico. Sua aversão ao comércio e à propriedade baseava-se na convicção de que a busca pela riqueza os desviaria do “caminho da graça”.
Os estudiosos da economia medieval ficaram conhecidos como escolásticos, e seu principal expoente foi Tomás de Aquino.
Aquino buscou assimilar a filosofia aristotélica ao Cristianismo. Recorrendo aos argumentos éticos e econômicos de Aristóteles, ele pôde justificar a propriedade privada defendendo obrigações para o proprietário individual, desde que atendesse aos interesses da comunidade.
Ele desenvolveu ideias a respeito do valor de um bem, introduzindo uma teoria do salário justo e do preço justo, esboçando uma noção de justiça distributiva e condenando a cobrança dos juros e da usura(Empréstimo de dinheiro a juros).
Seus interesses chegavam à Economia somente a partir de questões morais e éticas, não tratando, dessa maneira, os assuntos econômicos como um fim em si.
Dentre as principais contribuições dos escolásticos para o pensamento econômico, podemos citar dois elementos: uma ênfase na utilidade como principal fonte de valor e a noção de preço justo.
Esse período é considerado como a pré-história do pensamento econômico e começou a desaparecer no século XVI com a Revolução Científica que se iniciou na Europa.
O Renascimento deixava suas marcas no pensamento das ciências naturais e políticas, e influenciaria diretamente no desenvolvimento do pensamento econômico.
Surgimento da economia política
As bases para o capitalismo industrial moderno também haviam sido estabelecidas. A classe mercantil enriqueceu, a aristocracia e o clero começaram a perder influência, a expansão do comércio proporcionou o surgimento de centros comerciais e industriais, e universidades foram criadas.
A esfera de produção se transformou, com os comerciantes deixando de ser apenas fornecedores de matérias-primas e se tornando também detentores de meios de produção e empregadores de mão de obra. A alta inflação vigente na Europa no período também influenciou o pensamento econômico.
Nesse período pré-mercantilismo, Jean Bodin esboçou a primeira teoria quantitativa da moeda, em sua Resposta aos Paradoxos de Malestroit (Réponseaux Paradoxes de M. de Malestroit, 1568), afirmando que a principal causa do aumento dos preços era o aumento do ouro e da prata em circulação.
A revolução cultural e científica proporcionou a ascensão de uma abordagem de pensamento secular no lugar da religiosa. No campo da Economia, não foi diferente: ela passou a se emancipar da ética e da filosofia política.
Fonte: Shutterstock Jean Bodin 
Influenciados pelo crescimento dos Estados-Nação e pelos trabalhos de pensadores como Maquiavel, Hobbes e Locke, o pensamento econômico deixou de se preocupar apenas com o comportamento de agentes econômicos individuais e passou a examinar também o Estado. Assim, foram estabelecidos os pilares para o pensamento econômico moderno.
Emergiu uma nova disciplina como ciência: a Economia Política, cujo objetode estudo era a atividade pública, tratando da acumulação e do gerenciamento da riqueza, a fim de aumentar a eficiência do Estado.
Agora, o conhecimento passava a ser baseado nos aspectos individuais e empíricos dos objetos.
Sir William Petty é considerado um dos pais da economia política moderna, pois foi um defensor e expoente do método empírico e quantitativo.
Mercantilistas
Uma segunda fase de transformações ocorreu durante o Mercantilismo. No campo do pensamento econômico, foram propostas ideias de um sistema comercial restritivo com o objetivo de aumentar a prosperidade econômica de uma nação.
Os pensadores do período podem ser divididos entre bullionistas (ou metalistas) e, propriamente, mercantilistas.
O primeiro grupo (bullionistas ou metalistas) defendia a regulamentação do câmbio. Por não entenderem a teoria do comércio internacional, enxergavam qualquer saída de metais preciosos como uma desvantagem. Desse modo, advogaram pela proibição da exportação de qualquer espécie que tivesse como consequência a saída de ouro e prata da nação, assim como a proibição de importações, especialmente de mercadorias de luxo, que envolviam pagamentos na forma de metais preciosos. Em contrapartida, defendiam a exportação de mercadorias, como bens manufaturados, cujos pagamentos significavam a entrada de metais preciosos em seus países.
O segundo grupo (mercantilistas) acreditava que havia a necessidade de incentivar a troca de mercadorias, buscando alcançar uma balança comercial favorável, isto é, o país deveria exportar mais do que importar.
Ficou claro que a Economia passara a ser Política, influenciada por um envolvimento maior do Estado. A nação passou a ser vista como uma grande empresa comercial, o que acarretou a defesa e a adoção de políticas protecionistas.
Em geral, o pensamento mercantilista dialogava com o poder do Estado, com ideias de unidade nacional, e seus objetivos eram identificados com a riqueza de uma nação.
Atenção
Algumas teorias sobre a conceituação do valor e teorias monetárias sobre o papel dos juros na economia também foram esboçadas nessa época. Os principais contribuintes para o pensamento econômico da época são: Thomas Mun, Antonio Serra e Edward Misselden.
Contudo, a posição teórica mercantilista foi se tornando inadequada frente à acumulação capitalista e seu controle sobre a produção, com a difusão do comércio e da competição, que resultaram em uma queda dos lucros.
Nasceu uma classe capitalista de mestres artesãos que controlavam a produção, em conflito com os interesses dos comerciantes. Essas mudanças foram acompanhadas por uma mudança radical na maneira de conceber os fatos econômicos.
A intervenção do Estado na economia passou a ser vista com suspeita, e a ideia de que o lucro se originava na esfera de produção começou a se disseminar. Para prosperar, a nova classe de empresários capitalistas precisava abrir mão dos laços morais e ideológicos tradicionais.
A partir do final do final do século XVII, a celebração do individualismo, em conjunto com o desenvolvimento da ética protestante, legitimou a usura e a atividade econômica.
Entre os economistas da época, começou a se disseminar a noção de que restrições administrativas na produção criavam mais desvantagens do que vantagens para a coletividade. Passaram a defender a intervenção do Estado apenas no reconhecimento e na proteção ao direito de propriedade.
Os autores desse período foram os precursores da Economia Política Clássica.
Precursores da economia política clássica
Influenciados pela Política Aritmética de Sir William Petty, publicada em 1690, que marcou o início do pensamento precursor da economia política clássica, iniciou-se uma crítica ao pensamento mercantilista prévio. Dudley North e Mandeville atacaram o protecionismo do Estado e defenderam o livre comércio.
A ênfase mercantilista em uma balança comercial positiva também foi criticada: o comércio internacional não poderia ser uma fonte de perda para nenhuma das partes, uma vez que, sendo uma atividade voluntária, não ocorreria em primeiro lugar se não gerasse ganhos para todos.
A teoria também avançou em outros aspectos.
Richard Cantillon propôs que a terra era a principal fonte de riqueza, e que essa riqueza seria produzida com o poder do trabalho empregado. Além disso, distinguiu o valor intrínseco do valor de mercado dos bens, o que foi considerado um esboço da teoria de preço e custo.
Na França do final do século XVIII, os conceitos pós-mercantilistas foram sofisticados por um grupo de pensadores que ficaram conhecidos como fisiocratas, encabeçados por François Quesnay.
As principais contribuições da escola fisiocrata para o pensamento econômico moderno consistem na rejeição do conceito mercantilista de riqueza por meio da troca e no reconhecimento da produção como fonte de riqueza, na invenção do termo e da política do laissez faire, laissez passer, e no Tableau Economique (1759), principal obra de Quesnay.
Interessado em transformar o setor agrícola em indústria capitalista eficiente, o autor apresentou um modelo quantitativo da produção de mercadorias. Ao fazer uma distinção entre trabalho produtivo e improdutivo, apontou uma fonte de riqueza no excedente que a terra é capaz de produzir, que seria advinda do fato de que nela se produz mais do que se consome.
Quesnay foi precursor da acumulação de capital. Seu trabalho também traz a ideia de interdependência entre os setores da economia e a inovadora representação de trocas como um fluxo circular de dinheiro e bens. Desse modo, os fisiocratas foram os primeiros a tentar analisar, de maneira sistemática, a circulação da riqueza na economia.
O filósofo David Hume também fez valiosas contribuições ao pensamento econômico. Embora não tenha estruturado suas ideias de maneira sistemática, como os pensadores que viriam a posteriori, suas obras tiveram grande influência na filosofia geral encontrada posteriormente no trabalho de Adam Smith.
Suas principais ideias econômicas envolviam o destaque ao trabalho, bem como a atenção a oscilações e mudanças na economia, e apontaram a inter-relação de fatos econômicos com outras forças sociais.
Na parte monetária, descreveu o mecanismo pelo qual uma mudança na quantidade de moeda em circulação alteraria o valor do dinheiro na economia ― assunto debatido até hoje.
Economia política clássica
Economia clássica é o nome dado ao sistema de teoria econômica que foi desenvolvido a partir do final do século XVIII, iniciado com a publicação do livro Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações, mais conhecido simplesmente por A Riqueza das Nações, de Adam Smith, em 1776. Mas o que torna sua obra tão importante?
A teoria clássica proposta nesse período contrastou fortemente com as tendências anteriores do pensamento econômico. Embora tenham assimilado diversos conceitos estabelecidos por seus antecessores, os clássicos identificaram falhas em todas as soluções propostas previamente para os problemas econômicos.
Uma das principais discrepâncias é que os clássicos viam como positivos os resultados que decorriam naturalmente das forças econômicas. Nesse período, surgiu a noção de uma “mão invisível do mercado”, de forças que naturalmente convergiriam para um equilíbrio eficiente, sem necessidade de intervenção estatal.
A visão clássica de um sistema econômico harmonioso destoava das crenças mercantilistas e escolásticas de que o mercado era caracterizado por desequilíbrios que exigiam intervenções e restrições. Essa visão otimista do funcionamento dos mercados é um dos principais traços do pensamento clássico.
Outra característica é seu interesse no crescimento econômico. Essa preocupação os levou a estudar os mercados e o sistema de preços sob a ótica da alocação de recursos. Os economistas clássicos estudaram a formação de mercados e preços relativos para entender seu impacto no crescimento econômico.
Teóricos e suas contribuições.
Adam Smith 
Um dos principais diferenciais de Adam Smith em relação aos autores que lhe antecederam foi o fato de que elese empenhou em construir sua teoria de forma sistemática. Em A Riqueza das Nações, ele lançou as bases da teoria econômica clássica de livre mercado.
Suas principais contribuições para o campo do pensamento econômico envolvem o desenvolvimento do conceito de divisão do trabalho e a exposição de que o interesse individual racional e a concorrência podem conduzir ao desenvolvimento econômico. Além disso, suas obras também tocaram temas como a teoria do valor, passando por conceitos de excedente, teoria dos salários e distribuição.
Os escritos de Smith tocaram uma infinidade de temas, uma vez que a Macroeconomia da época se preocupava com um escopo mais amplo dos determinantes do crescimento ― não apenas com fatores econômicos, mas com fatores culturais, políticos, sociológicos e históricos.
Thomas Malthus 
Thomas Malthus, mais conhecido por sua teoria da população, também contribuiu para o pensamento clássico. Em suas obras, discorreu sobre distribuição de renda e consumo improdutivo, e apontou os riscos de uma crise de superprodução frente à falta de demanda ― ideia que foi retomada por Keynes quase um século depois.
David Ricardo e John Stuart Mill 
David Ricardo, seu contemporâneo, acrescentou à teoria econômica a noção de que há ganhos na troca internacional para as duas partes que estão comercializando, mesmo que uma seja mais competitiva que a outra.
Em outras palavras, mesmo que uma das partes consiga produzir mais de todos os bens com a mesma quantidade de recursos, é economicamente vantajoso para as duas partes comercializar bens. Essa ideia foi aprimorada posteriormente por John Stuart Mill sob a forma de vantagens comparativas.
Os escritos de Ricardo trataram de muitos outros tópicos, como as teorias do valor, dos salários, lucros e aluguel, da acumulação, do desenvolvimento econômico e de moeda e bancos. Ricardo também levantou a questão sobre as leis naturais que determinariam a distribuição do produto entre as classes da sociedade.
Foi ainda nesse período que as noções de utilitarismo começaram a ser desenvolvidas, sendo posteriormente incorporadas à teoria econômica. O utilitarismo, de maneira geral, afirma que ações que maximizam felicidade e bem-estar são boas, e que a utilidade é uma propriedade de um bem ou objeto capaz de produzir um benefício ou prazer.
Pensamento econômico socialista
O período em que se desenvolveu a escola clássica de pensamento econômico foi ao mesmo tempo uma época de crescimento econômico e desenvolvimento teórico, e de intenso conflito entre as classes de trabalhadores e capitalistas.
O fim das guerras napoleônicas, o movimento trabalhista que se desenvolveu a partir do ludismo e as revoluções de 1848 influenciaram as correntes de pensamento do período.
Enquanto para os economistas clássicos como Smith, Ricardo e Mill, o capitalismo significava uma expansão da produção, aumento da riqueza e troca econômica entre as nações, outros não viam esse sistema econômico com o mesmo entusiasmo.
Malthus já apresentava uma visão mais pessimista, argumentando que, nesse sistema, não seria permitido ao trabalhador receber mais que um salário de subsistência ― uma crença compartilhada por Ricardo e alguns outros economistas clássicos.
A derrota da classe trabalhadora no movimento de 1848 encerrou um ciclo de luta que havia durado mais de 30 anos e inaugurou uma fase de hegemonia cultural burguesa e crescimento econômico.
Para os trabalhadores da época, essa fase inicial do capitalismo significava arcar com os custos da expansão da produção: condições perigosas ou insalubres de trabalho, desemprego e longas horas de trabalho duro. O contexto era terreno fértil para o surgimento de novas ideias.
Duas escolas de pensamento se opuseram à ordem social e econômica vigente:
1. Escola Histórica Alemã – crítica radical da economia política clássica;
2. Movimento Socialista – que culminou no pensamento social e econômico revolucionário conhecido como marxismo.
Nesse período, muitas teorias socialistas novas e alternativas foram elaboradas, destacando-se a grande síntese da crítica de Marx à Economia Política Clássica.
Embora Marx reconhecesse os méritos científicos dos grandes economistas clássicos ingleses, considerava a economia política clássica como uma expressão teórica da burguesia no período em que o capitalismo se afirmava.
Marx desenvolveu sua teoria com forte ênfase no conflito de classes, acusando a burguesia de cooptar as necessidades de toda a sociedade para combater a aristocracia e, depois, estabelecer-se como classe dominante, apresentando seus interesses próprios como coletivos e o espírito da acumulação privada de capital como instrumento para fazer crescer a riqueza nacional.
Segundo a crítica de Marx, o sistema teórico clássico se baseou na análise de classe sociais, até que essa análise deixasse de ser útil, ou seja, quando a burguesia alcançasse o poder ― momento em que as teorias de harmonia de interesses e de fatores produtivos se tornaram mais úteis. Nesse sentido, a herança científica da economia política clássica estava comprometida e deveria passar, agora, aos economistas socialistas.
Marx buscou identificar os limites da economia política clássica, a fim de criticá-la. Ele diferiu desse grupo de economistas quanto ao pano de fundo filosófico: Marx não era utilitário, empirista ou baseado em leis naturais da Filosofia.
Dentre as críticas feitas por Marx aos economistas clássicos, três se sobressaíram, listando a incapacidade dos clássicos de:
1
Explicar a natureza do lucro e do capital.
2
Reconhecer o caráter histórico do capitalismo.
3
Reconhecer o caráter exploratório do modo de produção capitalista ― o que os levou a focar sua atenção nas relações de troca em vez da produção.
Revolução marginalista ou utilitarista
O final do século XIX testemunhou o nascimento da teoria microeconômica moderna. Essa época foi marcada pela elaboração de um conjunto de ferramentas analíticas que transformaram a economia clássica em neoclássica.
A análise marginal, hoje presente nos livros-texto de Microeconomia, pode ser considerada a mais importante dessas ferramentas. A Matemática foi incorporada de maneira definitiva na análise econômica.
Atenção
Jevons, Menger e Walras são alguns dos principais nomes associados a essa mudança radical na forma de conceber a teoria econômica.
À medida em que a teoria marginalista se desenvolveu, a estrutura da teoria econômica se modificou, de modo a elaborar um sistema muito diferente do exposto pela economia clássica.
O interesse no crescimento econômico dos economistas clássicos deu lugar ao interesse na alocação dos recursos. O centro do sistema neoclássico girava em torno do problema da alocação de recursos escassos, dados os seus possíveis usos alternativos.
Os marginalistas aceitavam a abordagem utilitarista e, a partir dela, reformularam a análise do comportamento humano, que foi construído a partir de cálculos racionais, visando à maximização da utilidade individual.
Isso revela outra face distinta da abordagem neoclássica!
A mudança no agente econômico como objeto de análise. Os clássicos tinham como objeto principal agentes econômicos coletivos, como as classes sociais e o governo. Os marginalistas, por sua vez, se concentravam em agregados sociais mínimos: a unidade tomadora de decisão, como consumidores, famílias ou firmas.
Ortodoxia neoclássica
A revolução marginalista se espalhou pelo mundo ocidental, impactando significativamente o pensamento econômico. No contexto político-econômico, a Europa Ocidental experimentava um momento de desenvolvimento industrial e capitalista. Em conjunto, esses fatores estabeleceram as bases para a economia neoclássica.
Alfred Marshall foi um matemático que ofereceu uma enorme contribuição ao pensamento econômico com a publicação de seu livro Princípios de Economia (1890). Sua obra pode ser entendida como uma reformulação geral da teoria econômica produzida até então, sintetizando a análise clássica e a abordagem marginalista de custo e utilidade, elaborando um mecanismo de análise econômica.Uma de suas principais contribuições ao campo foi sua análise de equilíbrio parcial, que conseguiu unir várias partes da teoria econômica, até então analisadas separadamente.
Marshall fez a importante distinção entre os períodos da economia, diferenciando o curto do longo prazo. Ele introduziu e aprimorou uma série de conceitos que são utilizados na análise econômica, desde propriedades da curva de demanda, distinção de retornos crescentes e decrescentes, e maximização do bem-estar – temas abordados até hoje em cursos de Economia.
Fonte: Shutterstock Alfred Marshall 
Você sabia 
O americano Irving Fisher também utilizou a Matemática de forma extensiva em sua análise econômica. No entanto, seu trabalho estava voltado para a Macroeconomia. Ele propôs a versão mais conhecida da equação quantitativa da moeda, e sua contribuição central para a teoria econômica foi a teoria sobre juros – há até uma Equação de Fisher, batizada em sua homenagem.
No vídeo a seguir, abordaremos aspectos essenciais sobre AS TRANSFORMAÇÕES DA REVOLUÇÃO MARGINALISTA E DA ORTODOXIA NEOCLÁSSICA PARA A ECONOMIA
Economia keynesiana
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito de dimensões até então desconhecidas pela humanidade. Na esfera econômica, seus impactos envolveram a interrupção do comércio e de pagamentos internacionais, e levaram governos a realizar intervenções econômicas até então inimagináveis. Foi feita uma produção de larga escala para atender necessidades de guerra, gerando enormes dívidas nacionais.
O grau de profundidade das crises vivenciadas no período entre guerras não tinha precedentes. Eclodiu a crise econômica de 1929. O desemprego atingiu níveis recordes e se tornou persistente. O descontentamento social não tardou a aparecer, e a tradição clássica ortodoxa de pensamento econômico não estava preparada para lidar com essa situação.
O pensamento neoclássico havia se estruturado em torno da Lei de Say, que previa que o pleno emprego era o estado normal de funcionamento da economia. Se houvesse um afastamento do nível de emprego considerado normal, não seria de grande magnitude, e o próprio sistema econômico providenciaria uma resposta que faria o emprego retornar ao seu nível normal.
No entanto, a realidade parecia bastante distante do que previa o pensamento econômico. Não apenas a ociosidade na força de trabalho e da capacidade da indústria alcançaram proporções incomuns, como também havia poucos indícios de que a situação estava caminhando para se corrigir.
Apesar da enorme distância entre as premissas neoclássicas e os eventos do mundo real, os economistas neoclássicos ofereciam uma justificativa para essas supostas anormalidades no funcionamento da economia. A persistência dos altos níveis de desemprego poderia ser explicada pela rigidez no sistema econômico, que paralisava o mecanismo de ajuste natural.
Segundo eles, a inflexibilidade dos salários, causada, principalmente, pela estrita adesão ao salário mínimo por influência dos sindicatos, não permitia que a economia seguisse sua trajetória natural. Do contrário, se os salários baixassem, empregadores contratariam mais trabalhadores, e a economia voltaria ao nível de pleno emprego.
No início do século XX, a análise econômica retomou o interesse dos economistas clássicos em economia agregada, ou seja, nas teorias macroeconômica e monetária.
John Maynard Keynes, um economista britânico, revolucionou as esferas acadêmica e política com as ideias que propôs em seu livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. O pensamento keynesiano, com ênfase na política fiscal, foi tão influente que dominou a política econômica dos EUA e de diversas outras nações ocidentais do período.
De certa forma, as ideias de Keynes se assemelham em vários aspectos às escolas que antecederam os economistas clássicos – a mercantilista e a fisiocrata. A ideia de que a poupança tende a causar baixo consumo e depressão econômica, interrompendo o fluxo circular da renda, já havia sido apontada por economistas anteriores a Adam Smith e seus seguidores.
Keynes também rompeu com a escola clássica em sua descrença na Lei de Say: à diferença dos clássicos, ele não acreditava que a oferta cria sua própria demanda.
Dentre as principais ideias expressas em sua Teoria Geral, estão:
1
A teoria da preferência pela liquidez ― que ofereceu uma explicação para os determinantes da taxa de juros sob a ótica do mercado de moeda.
2
A teoria da demanda efetiva.
3
A noção de um efeito multiplicador na economia ― devido ao componente do consumo na renda.
4
A relação entre poupança e investimento.
Boa parte desses conceitos está presente nos cursos contemporâneos de Macroeconomia.
As ideias desenvolvidas por Keynes representaram uma mudança na meta da política pública: de estabilização dos preços para manutenção do nível de renda e emprego em valores altos.
Economia depois de Keynes
Entre as décadas de 1940 e 1970, muitos economistas aprimoraram as ideias de Keynes, enquanto alguns se opuseram a elas.
A influência mais importante do trabalho de Keynes foi sua incorporação em forma de síntese na estrutura geral de princípios econômicos aceitos. Uma das maiores contribuições nesse aspecto foi o livro Fundamentos da Análise Econômica (1947), de Paul Samuelson. Essa obra explicava as ideias e os princípios do pensamento econômico em conjunto com os princípios ortodoxos dos economistas neoclássicos.
Outros, no entanto, discordavam de Keynes, como Milton Friedman, um grande defensor da eficiência dos mercados e da interferência mínima dos governos. Uma de suas maiores contribuições para a economia foi sua teoria da renda permanente. 
No período subsequente, durante as décadas de 1970 e 1980, outras teorias ganharam força: a teoria das expectativas racionais, de Robert Lucas, e as ideias da economia pelo lado da oferta. Ambas as teorias se utilizam das premissas neoclássicas básicas e desafiam as proposições teóricas da economia keynesiana.
Verificando o aprendizado
Parte superior do formulário
1. Sobre a economia política clássica, é falso afirmar que:
A teoria clássica contrasta fortemente com as tendências anteriores do pensamento econômico.
Adam Smith foi o primeiro a escrever um livro sobre teoria econômica.
David Ricardo acrescentou à teoria econômica a noção de que há ganhos na troca internacional para as duas partes que estão comercializando, mesmo que uma seja mais competitiva que a outra.
Foi neste período que as noções de utilitarismo começaram a ser desenvolvidas.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. Sobre a economia keynesiana, podemos afirmar que:
As ideias de Keynes se assemelham às ideias dos economistas clássicos. 
Keynes concordava com a lei de Say.
As ideias de Keynes, com ênfase em política fiscal, surgiram em um contexto no qual a realidade parecia bastante distante do que previa o pensamento econômico.
O pensamento de Keynes representou uma mudança na meta da política pública de estabilização do emprego para uma política de estabilização dos preços.
Parte inferior do formulário
Gabarito
1. Sobre a economia política clássica, é falso afirmar que:
A alternativa "B " está correta.
Vamos analisar as alternativas:
A) Verdadeira
A visão clássica de um sistema econômico harmonioso destoa das crenças mercantilistas e escolásticas de que o mercado é caracterizado por desequilíbrios que exigem intervenções e restrições. Essa visão otimista do funcionamento dos mercados é um dos principais traços do pensamento clássico. 
B) Falsa
Outros antes de Adam Smith desenvolveram ideias econômicas em forma de livro, como, por exemplo, Quesnay com seu Tableau Economique. O diferencial de Smith em relação aos demais autores que lhe antecederam, e que o faz ser considerado “o pai da Economia Moderna”, foi o fato de que ele se empenhou em construir sua teoria de forma sistemática. 
C) Verdadeira
Essa ideia foi aprimorada posteriormente por John Stuart Mill sob a forma de vantagens comparativas. 
D) Verdadeira
Jeremy Bentham e John Stuart Mill foram alguns dos filósofos a desenvolver esseconceito, posteriormente incorporado à Microeconomia pelos marginalistas.
2. Sobre a economia keynesiana, podemos afirmar que:
A alternativa "C " está correta.
Vamos analisar as alternativas:
A) A alternativa está incorreta. As ideias de Keynes rejeitavam a economia política clássica de não intervenção do Estado na economia e se assemelhavam em vários aspectos às escolas que o antecederam. 
B) A alternativa está incorreta. O economista britânico rejeitava a ideia de que a oferta cria sua própria demanda. 
C) A alternativa está correta. O pensamento de Keynes foi tão influente no contexto entre guerras que dominou a política econômica dos EUA e de diversas outras nações ocidentais do período. 
D) A alternativa está incorreta. Suas ideias representaram justamente uma mudança no sentido contrário: a meta da política pública mudou de estabilização dos preços para estabilização do nível de renda e emprego em valores altos. 
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MÓDULO 3
Descrever a agenda de pesquisa econômica atual
Caminhos da profissão de economista
Para onde vamos e para onde caminhamos: o que tem sido feito na profissão de economista?
Como vimos ao longo deste tema, a Economia como ciência teve sua origem há muitos séculos. Ao longo dessa trajetória, passou por transformações em seu objeto de análise, método e abordagem teórica, sendo diretamente influenciada pelos contextos sociais e políticos da época em que seus teóricos viveram.
Mais recentemente, no século XX, a Economia consolidou o ferramental matemático como instrumento de análise, que a distingue das demais Ciências Sociais, subdividindo-se em duas grandes áreas: Macroeconomia e Microeconomia.
Mas, e hoje, como está a ciência econômica?
Ela tem o mesmo enfoque e os mesmos métodos de antigamente?
Quais campos têm sido estudados pela Economia, e o que tem sido pesquisado?
Pensando em todas essas questões, vamos apresentar algumas áreas da Economia que não são tão conhecidas fora da profissão. Citaremos também alguns grandes economistas dos últimos tempos.
Ao longo dos anos, conforme a ciência econômica foi se desenvolvendo, novas áreas foram surgindo, principalmente na Economia Aplicada.
Os economistas, em vez de focarem nas relações econômicas tradicionais como objeto de estudo, passaram a aplicar as teorias desenvolvidas e o ferramental econômico em outras áreas, como educação, saúde, desenvolvimento, política e meio ambiente.
Essas novas áreas de pesquisa, muitas vezes, deixam de fazer uma clara distinção entre Macro e Microeconomia, juntando, inclusive, algumas das áreas citadas acima, como veremos.
Teoria dos jogos
Como vimos ao longo dos módulos anteriores, a ciência econômica busca analisar as decisões individuais, e como indivíduos tomam decisões ótimas.
O campo da Teoria dos Jogos tem como interesse situações em que os indivíduos se comportam estrategicamente, isto é, como os indivíduos vão realizar escolhas quando as escolhas dos outros interferem no resultado.
Um dos exemplos clássicos é o famoso dilema dos prisioneiros.
Dois criminosos foram presos pela polícia, que os interroga em salas separadas. Caso apenas um dos criminosos confesse individualmente, o confessante é libertado imediatamente pela sua colaboração, e o outro tem uma pena maior (três anos de prisão). Caso ambos confessem, eles são condenados a uma pena igual: dois anos de prisão. Se nenhum dos dois confessar, eles receberão apenas uma pena por um crime menor (um ano de prisão).
Qual será a decisão individual? Qual será o resultado? Claramente, a ação de um dos criminosos influencia no resultado do outro.
Os pioneiros da área são os matemáticos John Von Neumann, John Nash e o economista Oskar Morgenstern.
O desenvolvimento da Teoria dos Jogos foi uma revolução em Economia, embora a área seja considerada nova, ao abordar problemas cruciais por meio de modelos matemáticos.
Por exemplo, a Economia Neoclássica tinha grande dificuldade em lidar com a competição imperfeita, como oligopólios. Com o crescimento da Teoria dos Jogos, foi possível modelar o comportamento competitivo dos agentes.
Além disso, a Teoria dos Jogos tem uma vasta gama de aplicações, sendo usada em Economia, Psicologia, Biologia Evolucionária, Guerras e Política.
John Nash (1928-2015)
Ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1994 pelo que ficou conhecido como Equilíbrio de Nash: uma situação que, se alcançada, faz com que nenhum agente veja vantagem em alterar individualmente seu comportamento.
Economia política
Como vimos no Módulo 2, a Economia Política enquanto campo de estudo é antiga. Contudo, a atividade de sua vertente contemporânea é bem distinta da de antigamente. Hoje, a pesquisa estuda escolhas de políticas públicas como são realizadas por políticos, que, por sua vez, são escolhidos por eleitores que compõem uma sociedade (democrática ou não).
Uma de suas grandes contribuições foi mostrar que (para explicar resultados econômicos, ou seja, porque alguns países são pobres e outros ricos, ou por que imigrantes têm sucesso em alguns lugares, e não em outros) é preciso olhar além de preços e renda, analisando, também, a História e a Sociologia.
Um dos fundadores da área como a conhecemos hoje é o italiano Alberto Alesina.
Em seus trabalhos, ele atentou para os seguintes aspectos:
O fato de que ciclos eleitorais podem gerar comportamento cíclico na atividade econômica.
Como fatores políticos levavam a um acúmulo de dívida pública maior do que o socialmente desejável.
Como a independência dos bancos centrais em relação a pressões políticas era um fator preponderante para a estabilidade macroeconômica.
Alesina estabeleceu como a desigualdade de renda poderia ser prejudicial ao crescimento econômico, ao desencadear conflitos políticos redistributivos, e trouxe o estudo da cultura como um grande determinante de resultados políticos e econômicos.
Segundo ele, as mesmas variáveis culturais, sociológicas e históricas que influenciam nas escolhas de determinadas formas de instituições podem estar correlacionadas com a política fiscal. Perguntas como o motivo de os EUA gastarem pouco com bem-estar em comparação à Europa podem ter suas respostas em questões culturais.
Você sabia 
Assim como Alesina, dois outros italianos, Persson e Tabellini, contribuíram consideravelmente para a área. Eles combinaram o melhor de três diferentes áreas ― teoria macroeconômica, escolha pública e escolha racional ― para sugerir uma abordagem unificada em economia política..
Assim como em Macroeconomia Moderna, indivíduos se comportam de forma racional, e suas preferências sobre os resultados econômicos induzem suas preferências acerca de políticas.
Já em escolha pública, a delegação de decisões políticas para representantes políticos pode resultar em problemas de agência entre políticos e eleitores.
Problemas de agência são situações em que uma ação é delegada de um agente para o outro. Em geral, esses agentes possuem objetivos conflitantes, de forma que o resultado ótimo para um não é desejável para outro.
Exemplo 
Por exemplo, existem um fazendeiro e um agricultor que trabalha em sua fazenda. O objetivo do fazendeiro é maximizar seu lucro, enquanto o objetivo do agricultor é maximizar seu bem-estar. Nesse cenário, em que o fazendeiro delega o cuidado da plantação para o agricultor, o resultado do lucro dependerá do esforço do agricultor.
Na ausência de mecanismos que incentivem o agricultor a se esforçar, buscando a maximização de lucro, o resultado final não será a maximização esperada pelo fazendeiro. Na política, isso também ocorre, uma vez que o incentivo dos políticos difere do incentivo dos eleitores.
Por fim, como na escolha racional, as instituições políticas moldam os processos pelos quais os políticos são eleitos e as políticas públicas são executadas.
Economia comportamental
Como vimos no Módulo 2, os economistas clássicos introduziram a noção de que interesses individuais racionais importam.
A teoria contemporânea pressupõe que indivíduos são racionais e tomam decisões com base nas informações disponíveis, fazendo as escolhasque geram maiores ganhos com base em alguma medida de benefício.
Partindo desse entendimento, um consumidor não vai comprar dois pares de sapatos quando precisa apenas de um. Também é razoável supor que as pessoas vão economizar ao longo de suas vidas para garantir uma aposentadoria, enquanto pessoas endividadas cortariam seus gastos em vez de parcelar uma nova televisão no cartão de crédito. Entretanto, se somos realmente racionais, por que tantas pessoas fazem o oposto do que a teoria supõe?
Saiba mais
Richard Thaler, um economista norte-americano, e Daniel Kahneman, psicólogo israelense, foram pioneiros em unir a economia à psicologia, criando e desenvolvendo o campo da Economia Comportamental. Ambos foram premiados com o Nobel pelas suas contribuições.
A premissa básica é que os seres humanos nem sempre são racionais. Muitas vezes, suas escolhas podem ser baseadas em questões subjetivas e culturais, que, em alguns momentos, pesam mais que a racionalidade. Isso não significa que a Economia Comportamental abandona por completo a noção de racionalidade – apenas incorpora ao processo de tomada de decisão outros fatores antes desconsiderados.
A Economia Comportamental tenta explicar por que as pessoas não economizam para a aposentadoria, priorizando o consumo no presente. Isso ocorre porque o prazer presente é mais próximo e mais palpável do que o possível sofrimento em um tempo futuro e distante.
Thaler explica também o comportamento de manada nos mercados financeiros: quando o mercado está em alta, mais pessoas decidem investir nas ações, o que decorre de um pensamento irracional de que os preços vão subir amanhã porque estão subindo hoje.
Outro aspecto da economia comportamental é o nudge, uma espécie de "empurrãozinho" que pode influenciar o processo de tomada de decisão de um indivíduo. É mais provável que as pessoas escolham uma opção específica se ela for a opção padrão.
No preenchimento de cadastros, por exemplo, as pessoas estão mais inclinadas a receber e-mails de promoções, se essa for a opção padrão, devendo clicar no botão de que não desejam estar na lista desses e-mails para desativar o recebimento, do que se necessitarem clicar em um botão afirmando que desejam estar nessa lista. Em outras palavras, as pessoas tendem a aceitar a opção que lhes é oferecida, e não arcar com os custos psicológicos da escolha.
Desenvolvimento econômico
A Economia do Desenvolvimento estuda o processo de desenvolvimento dos países de baixa renda. Como o processo de desenvolvimento econômico é amplo e complexo, essa área cobre diversos outros campos que afetam o crescimento social e econômico dos países.
Nesse sentido, foca não somente em métodos que promovam o crescimento econômico e nas mudanças estruturais, mas também na melhora de aspectos que envolvam a população, como condições de saúde, educação e trabalho.
O crescimento econômico, em particular, é investigado há muitos anos pelos economistas, como vimos no módulo anterior, de História do Pensamento Econômico. Como a Economia, contudo, essa área passou por diversas transformações até se tornar o que é hoje.
Os neoclássicos propuseram alguns modelos de desenvolvimento econômico que, frequentemente, são vistos nos cursos de Macroeconomia e desenvolvimento de um currículo de graduação em Economia.
Com o passar dos anos, esses modelos foram ficando cada vez mais sofisticados, incorporando mais elementos e variáveis determinantes do crescimento econômico, visando torná-los mais próximos da realidade.
Saiba mais
Alguns dos economistas mais importantes a elaborar modelos de desenvolvimento são: Roy Harrod, Evsey Domar, Robert Solow e Paul Romer.
Características como crescimento populacional, progresso tecnológico, capital humano, e até o papel e a qualidade das instituições foram, pouco a pouco, sendo incorporadas nas equações.
Daron Acemoglu e James Robinson são dois economistas contemporâneos que mostraram evidências empíricas robustas sustentando a tese do papel desempenhado pelas instituições no desenvolvimento econômico, com ênfase nos direitos de propriedade.
Outros economistas apontam, entre outros tantos fatores institucionais que impactam o crescimento, para:
A importância da organização dos sistemas financeiros nacionais;
O desenho de Constituições;
O tipo de regime de um país (democrático ou autoritário);
O grau de liberalização comercial de um país.
O grande desafio da área é a dupla causalidade que esses fatores costumam apresentam com o crescimento econômico. Nesse caso, é difícil responder:
Instituições melhores levam a mais crescimento econômico, ou países que têm mais crescimento econômico estabelecem melhores instituições?
Outra camada do desenvolvimento econômico ― talvez a mais desafiadora ― é a do impacto das culturas e das crenças no crescimento. Nesse caso, o obstáculo é que crenças e costumes são elementos muito difíceis de serem medidos e capturados pelos dados, mas isso não significa que devam ser ignorados.
A literatura econômica vem desenvolvendo muitos estudos nessa área na última década, mostrando como normas sociais, crenças individuais e coletivas influenciam as preferências dos indivíduos, e que essas normas variam lentamente ao longo do tempo.
Economia da pobreza
Outro campo que se propôs a investigar a economia de baixa renda é o de Economia da Pobreza.
Saiba mais
Os laureados com o Prêmio Nobel de Economia de 2019, Michael Kremer, Esther Duflo e Abhijit Banerjee, fizeram contribuições com uma abordagem experimental para aliviar a pobreza global.
Os três economistas publicaram uma série de artigos, muitas vezes em conjunto, utilizando um método bastante empregado na Medicina: os Randomized Controled Trials (RCTs), ou Estudos Aleatorizados Controlados. De forma resumida, essa abordagem experimental consiste em dividir a população de um estudo em grupos aleatorizados de controle e tratamento para testar a efetividade de determinada política.
Os autores realizaram uma série de estudos desse tipo, desenvolvendo uma ferramenta muito poderosa para testar intervenções que podem reduzir a pobreza. Essas intervenções variam desde a realização de tutorias corretivos nas escolas, passando pelo fornecimento de redes contra mosquitos para famílias, de modo a prevenir doenças, até políticas de microcrédito.
O sucesso dessa abordagem influenciou consideravelmente a forma de avaliar políticas de nossa geração. Embora não apontem um amplo conjunto de conclusões, esses estudos permitem tirar lições simples, mas poderosas, com grandes efeitos para a erradicação da pobreza.
Outra vantagem é que, pelo fato de serem estudos controlados, há a possibilidade de verificar possíveis efeitos colaterais não antecipados, colocando na balança, ao final dos experimentos, os benefícios e os custos não antecipados das intervenções.
Economia da desigualdade
A desigualdade econômica é um tópico de interesse e preocupação de cientistas sociais. Existe uma grande variedade de tipos de desigualdade econômica, muitas vezes medida na forma de distribuição de renda ou de riqueza. Também pode ser avaliada como desigualdade entre países, regiões ou grupos de pessoas.
A lista de pessoas que já estudou esse tópico é extensa.
O economista francês Thomas Piketty escreveu o livro O Capital no Século XXI (2013), sobre o crescimento da desigualdade da riqueza mundial. A obra causou rebuliço no meio acadêmico ao trazer à tona o debate sobre taxação progressiva e tributação da riqueza global como único caminho eficiente para combater a concentração da renda, que, segundo o autor, seria consequência inevitável do capitalismo.
Documentando com dados detalhados a evolução histórica da concentração da renda e da riqueza, Piketty desenvolve uma grande teoria do capital e da desigualdade. Alguns autores já desenvolveram estudos rebatendo suas conclusões, mas o debate ainda está em desenvolvimento.
Economia da saúde e da educação
A Economia da Saúde é uma área de estudo aplicado que permite uma análise rigorosa e sistemática dos problemas enfrentados na promoção de saúde para todos.Economistas da saúde utilizam como ferramental as teorias do consumidor, do produtor e da escolha social para entender o comportamento dos indivíduos, dos provedores de saúde e de organizações públicas e privadas.
Um dos muitos exemplos estudados pelos economistas da saúde envolve perguntas como: “Transferências governamentais durante a gravidez melhoram a saúde da criança ao nascer?”.
A Economia da Educação é a área que estuda questões relacionadas à Educação, sejam elas de demanda pela mesma, seu financiamento e sua provisão, ou relacionadas à eficiência comparativa entre diferentes programas e políticas.
Uma pergunta que os economistas da Educação se preocupam em responder é:
“Há uma relação entre escolaridade e resultados no mercado de trabalho?”
Como estudamos no Módulo 1, o programa Renda Melhor Jovem era um exemplo de política pública que aplicava o conceito de custo de oportunidade. Será que essa política foi eficaz, fazendo com que os jovens permanecessem mais tempo na escola para, no futuro, terem um salário melhor no mercado de trabalho? Questões assim também fazem parte das preocupações da área.
Outras áreas voltadas à economia
Listamos aqui uma série de áreas nas quais a literatura econômica tem apresentado terreno fértil e se expandido nas últimas décadas.
Existem muitos outros campos que um economista pode estudar e nos quais pode atuar, o que é uma das grandes vantagens da profissão. Campos mais clássicos como Macroeconomia e Microeconomia seguem igualmente trazendo novidades.
A Economia do Trabalho, por exemplo, procura entender o funcionamento e a dinâmica dos mercados de trabalho assalariado.
A Economia Ambiental dedica-se a estudar a escassez dos recursos ambientais, propondo minimizar o impacto causado no meio ambiente e nos ecossistemas.
A Economia do Crime ― área relativamente nova ― usa o raciocínio econômico para explicar a tomada de decisões em condutas ilícitas.
A Econometria desenvolve um ferramental mais aplicado do que diversas áreas e pesquisas citadas aqui. Sendo assim, a gama de possibilidades é praticamente infinita.
Atenção
Na seção Explore +, sugerimos algumas fontes de conhecimento que possibilitam maior aprofundamento sobre o que tem sido feito na área nos últimos anos.
Para encerrar esta etapa de seu aprendizado, assista ao vídeo que abordará as TEORIAS ECONÔMICAS QUE DESCREVEM E TRANSFORMAM SOCIEDADES.
Verificando o aprendizado
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1. Sobre a área de desenvolvimento econômico, não podemos afirmar que:
Os modelos econômicos de desenvolvimento modernos incorporam variáveis como crescimento populacional, progresso tecnológico e capital humano.
Não há evidências empíricas de que instituições afetam o desenvolvimento econômico, pois é o crescimento econômico que determina boas instituições.
A forma de organização dos sistemas financeiros nacionais, o desenho de constituições, o tipo de regime de um país e seu grau de liberalização comercial influenciam no desenvolvimento econômico dos países. 
Um dos obstáculos para determinar se cultura e crenças afetam o crescimento econômico é o fato de essas variáveis serem difíceis de ser mensuradas e capturadas pelos dados. 
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2. Segundo a Economia Comportamental, podemos afirmar que:
A racionalidade humana está sempre acima de questões subjetivas e culturais. 
A Economia Comportamental não faz distinção entre os comportamentos presente e futuro.
A Economia Comportamental postula que não há custos psicológicos na escolha.
A Economia Comportamental busca explicar por que os indivíduos tomam decisões aparentemente irracionais, unindo Economia à Psicologia.
Parte inferior do formulário
Gabarito
1. Sobre a área de desenvolvimento econômico, não podemos afirmar que:
A alternativa "B " está correta.
Vamos analisar as alternativas:
A) Verdadeira
A preocupação de que os parâmetros e dados inseridos no modelo explicassem a realidade levou os economistas a elaborarem modelos de desenvolvimento cada vez mais sofisticados. 
B) Falsa
Embora exista um problema de dupla causalidade que dificulte determinar se instituições afetam o crescimento econômico, Daron Acemoglu e James Robinson apresentaram evidências empíricas de que as instituições desempenham função importante no desenvolvimento econômico. 
C) Verdadeira
Economistas contemporâneos desenvolveram trabalhos apontando para evidências empíricas nesse sentido. 
D) Verdadeira
A literatura econômica tem apresentado importantes contribuições na área nas últimas décadas. 
2. Segundo a Economia Comportamental, podemos afirmar que:
A alternativa "D " está correta.
Vamos analisar as alternativas:
A) A alternativa está incorreta. Às vezes, escolhas podem ser baseadas em questões subjetivas que pesam mais que a racionalidade econômica. 
B) A alternativa está incorreta. Em determinadas situações, sentir-se bem no presente é melhor do que sofrer no futuro. 
C) A alternativa está incorreta. A Economia Comportamental supõe que as pessoas tendem a aceitar a opção que lhes é dada, e não arcar com os custos psicológicos da escolha. 
D) A alternativa está correta. A premissa básica da Economia Comportamental é que os seres humanos nem sempre são racionais. 
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Conclusão
Considerações Finais
Neste tema, estudamos alguns conceitos básicos de Ciências Econômicas. Além disso, vimos como essa ciência evoluiu ao longo do tempo e que caminhos está trilhando neste momento.
Vimos, também, os diversos objetos de estudo da Economia, que, afinal, busca responder como alocar recursos da melhor forma possível. Essa é a régua para determinar se a profissão é bem-sucedida: devemos contribuir para a melhor alocação possível dos recursos que temos à nossa disposição. Assim, teremos mais desenvolvimento, menos pobreza e desigualdade, e melhores políticas públicas para a sociedade.
FALA, MESTRE!
Mestres de diversas áreas do conhecimento compartilham as informações que tornaram suas trajetórias únicas e brilhantes, sempre em conexão com o tema que você acabou de estudar! Aqui você encontra entretenimento de qualidade conectado com a informação que te transforma. 
A Importância da Educação para o Desenvolvimento Econômico 
Sinopse: Ilan Goldfajn, presidente do Conselho do Credit Suisse no Brasil, fala sobre o impacto da Educação no crescimento de longo prazo, mobilidade social e desigualdade.
Sinopse: Ilan Goldfajn, presidente do Conselho do Credit Suisse no Brasil, fala sobre o impacto da Educação no crescimento de longo prazo, mobilidade social e desigualdade.
Avaliação do tema:
Referências
CAMPANTE, F. A ciência da Economia Política: o legado de Alberto Alesina. Nexo Jornal, 2020.
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Renda Melhor Jovem. 2014.
KRUGMAN, P.; WELLS, R. Introdução à Economia. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
HAYES, A. Game Theory. Investopedia, 2019.
MANKIW, N. G. Macroeconomia. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
MEHARI, T. Y. A short history of economic thought. University of Groningen, 2002.
PERSSON, T.; TABELLINI, G. Political economics: explaining economic policy. The MIT Press, 2002.
ROLL, E. A history of economic thought. Londres: Faber & Faber, 1992.
SCREPANTI, E.; ZAMAGNI, S. An outline history of the economic thought. 2.ed. Oxford: Oxford University Press, 2005.
THE ECONOMIST. The legacy of Alberto Alesina.2020.
VARIAN, H. R. Microeconomia: uma abordagem moderna. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
Explore+
Para saber mais sobre os assuntos estudados, sugerimos as seguintes leituras:
ACEMOGLU, D.; ROBINSON, J. Por que as nações fracassam? Nova Iorque: Crown Publishing Group, 2012.
BANERJEE, A.; DUFLO, E. Good economics for hard times. Nova Iorque: Public Affairs, 2019.
BANERJEE, A.; DUFLO, E. Poor economics. Nova Iorque: PublicAffairs, 2011.
FERGUSON, N. A ascensão do dinheiro: uma história financeira do mundo. São Paulo: Planeta do Brasil, 2009.
TELLES, A.; TIROLE, J. Economia do bem comum. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
Conteudista
Maria Eduarda Barroso Perpétuo
Currículo Lattes

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