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Sejam bem-vindos! ENGENHARIA CIVIL Fundações Engenharia Civil FUNDAÇÕES Profº Alan de Paula Almeida E-mail_alan.almeida@fmu.br UNIVERSIDADEFEDERALDOSVALESDOJEQUITINHONHAEMUCURI INSTITUTO DECIÊNCIA,ENGENHARIAETECNOLOGIA ENGENHARIACIVIL Prof. Alan de Paula TECNICAS CONSTRUTIVAS Próximas aulas 31/06/2022 – Fundação direta – Procedimentos Exec. e Patologias 07/06/2022 – Prova N2 14/06/2022 – Vista Prova 21/06/2022 – Prova Substitutiva Prof. Alan de Paula alan.almeida@fmu.br UNIVERSIDADEFEDERALDOSVALESDOJEQUITINHONHAEMUCURI INSTITUTO DECIÊNCIA,ENGENHARIAETECNOLOGIA ENGENHARIACIVIL Prof. Alan de Paula FUNDAÇÕES AULA 10 e 11 : Fundação Profunda • Capacidade de carga de fundação profunda Prof. Alan de Paula alan.almeida@fmu.br A u l a 1 1 A u l a 1 1 Carga admissível sobre uma estaca ou tubulão • Força aplicada sobre a estaca ou o tubulão isolado, provocando apenas recalques que a construção pode suportar sem inconvenientes e oferecendo, simultaneamente, segurança satisfatória contra a ruptura ou o escoamento do solo ou do elemento de fundação. CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS A u l a 1 1 CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS • A estimativa da Capacidade de Carga de ruptura de uma fundação profunda tem por objetivo: evitar seu colapso ( elemento estrutural), ou evitar o escoamento do solo que lhe confere sustentação, A u l a 1 1 CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS • A capacidade de carga de ruptura de uma fundação profunda é definida pelo menor dos dois valores seguintes: • a) resistência estrutural do material que compõe o elemento de fundação; • b) resistência do solo que lhe confere suporte. A u l a 1 1 CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS • A capacidade de carga de ruptura ( última) Pu de uma fundação profunda do tipo estaca se compõe de duas parcelas: • A resistência de atrito lateral (Psu) e, • A resistência de ponta (Pbu ). • (Qu) Pu = Psu (RA) + Pbu (Rp) • (Qu) Pu= capacidade de carga de uma fundação • (Ra) Psu= resistência atrito lateral • (Rp) Pbu- resistência de ponta • Obs.: (em tubulões despreza-se frequentemente o atrito lateral) A u l a 1 1 CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS • (Qu) Pu = (RA) Psu + (Rp)Pbu • Pu= capacidade de carga de uma fundação • Psu= resistência atrito lateral • Pbu= resistência de ponta Pu (Qu) A u l a 1 1 CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS Determinação da Capacidade de Carga • A determinação da capacidade de carga de uma estaca isolada pode ser feita por : • Métodos Estáticos - fórmulas estáticas (teóricas ou semi-empíricas), • Métodos Dinâmicos - fórmulas dinâmicas, ou provas de carga. • Existem várias teorias de estimativa de capacidade de carga, devidas a diferentes autores. • Métodos Estáticos - Formulação Estática(teóricas ou semi- empíricas) • Utiliza-se de métodos convencionais da Mecânica dos Solos para a avaliação, a partir de parâmetros previamente determinados. • Métodos Dinâmicos - Formulação Dinâmica • Utiliza-se de dados obtidos no campo, na cravação da estaca A u l a 1 1 CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS • Prova de Carga • A avaliação da carga (força) de ruptura de uma estaca pode ser feita através da interpretação das curvas carga-recalque obtidas de provas de carga estáticas executadas por diversos métodos. A u l a 1 1 CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS Cálculo da Capacidade de Carga Métodos Estáticos (semi-empíricos) Os métodos semi-empíricos são relações relativamente simples, porém baseados em experiência dos seus autores - com base em estudos estatísticos - e que devem ser aplicados com bastante propriedade. A u l a 1 1 CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS • Métodos Direto Método - Luciano Decourt Método - AoKi - Velloso São procedimentos de cálculo da capacidade de carga das fundações profundas encontrados na literatura especializada e mais utilizados em nosso país. Métodos Diretos para Cálculo da Capacidade de Carga por meio do SPT. A u l a 1 1 Cálculo da capacidade de carga A u l a 1 1 Qu Ra Rp z A u l a 1 1 Método –Luciano Decourt Resistência de Ponta • Para a resistência de ponta Rp toma-se a média do valor N correspondente à ponta da estaca, o imediatamente anterior e o imediatamente posterior. Ni = (Nj-1)+ Nj+ Nj+1 3 • Obs.: Na determinaçãodo N médio: os valores de N menoresque 3 devem ser considerados iguais a 3 e os maiores que 50 devem ser considerados iguais a 50. A u l a 1 1 Qu Rp=C.N. Sp Adesão lateral(fs) TABELA I N (SPT) médio ao longo do fuste Adesã o (fs) t/m2 ≤3 2 6 3 9 4 12 5 ≥15 6 Coesão ponta(C) TABELA II SOLO C (t/m2) Argilas 12 Silte Argiloso 20 Silte Arenoso 25 Areias 40 z Ra=Sl.fs Método-Luciano Decourt A u l a 1 1 Método Luciano Decourt Coeficiente de segurança A carga admissível de uma estaca é determinada aplicando-se à soma das cargas de ponta e lateral _um coeficiente de segurança global igual 1,3 para a resistência ao atrito lateral e 4 para ponta: F1= 1,3 F2= 4 𝑄𝑢 = Q𝐴 + Q𝑝 1,3 4 A u l a 1 1 Método Luciano Decourt O coeficiente de segurança global F pode ser escrito: F = Fp.Ff .Fd .Fw onde: Fp = Coeficiente de segurança relativo aos parâmetros do solo ( = 1,1 para o atrito lateral; 1,35 para a resistência de ponta ). Ff = Coeficiente de segurança relativo à formulação adotada ( = 1,0 ). Fd = Coeficiente de segurança para evitar recalques excessivos ( = 1 para o atrito lateral; = 2,5 para a resistência de ponta ). Fw = Coeficiente de segurança relativo à carga de trabalho da estaca (= 1,2 ). Com isso, ter-se-á: Fs = 1,1x 1,0 x1,0 x1,2 = 1,32 = 1.3• para a Resistência Lateral: • para a Resistência de Ponta: Fp = 1,35 x1,0 x2,5 x 1,2 = 4,05 = 4 A u l a 1 1 Exercício 1: a) Calcular a carga admissível (Qadm) para uma estaca de seção 25x25 cujo solo ao longo do perfil foi classificado como Silte Argiloso. Coeficiente de Segurança : F1(lateral)= 1,3 F2(ponta)=4 Sl = 4x0,25.1 =1,00 Sp= 0,25 X0,25=0,0625 Nponta = (Nj-1)+ Nj+ Nj+1 fs= N +1 3 3 b) Estabelecer o comprimento da estaca para uma carga admissível de projeto de 25 tf. Z= 5m Qu= 63,17 tf Qadm= 29,55tf Cálculo da capacidade de carga Método Luciano Decourt COTA N Sl fs Slxfs Ra C Sp Np Rp Qu Qad m SPT m2 (t/m2) (t) (t) (t/m2) (m2) (t) (t) t 1,00 4 1,00 2,50 2,50 2,50 2,00 17 1,00 6,00 6,00 8,50 3,00 20 1,00 6,00 6,00 14,50 20,00 0,06 19,00 23,75 38,25 17,09 4,00 20 1,00 6,00 6,00 20,50 20,00 0,06 24,67 30,83 51,33 23,48 5,00 34 1,00 6,00 6,00 26,50 20,00 0,06 29,33 36,67 63,17 29,55 A u l a 1 1 Capacidade de Carga de Tubulões ❑ Toda a carga aplicada a um tubulão será suportada pelo solo sob a base ❑ Como são fundações profundas, a teoria de Terzaghi não propicia boas previsões ❑ Teoria de Meyerhoff adaptada para a ruptura localizada dos tubulões proj b N A = A u l a 1 1 Capacidade de Carga de Tubulões A u l a 1 1 Nc Nq fatores de capacidade de carga de Meyerhoff Nγ A u l a 1 1 Capacidade de Carga de Tubulões ** 2 q s u c qN K q =1,3cN + Nc*, Nq* = fatores de capacidade de carga de Meyerhoff q = tensão vertical efetiva na cota da base do tubulão Ks = coeficiente de empuxo próximo à base 0,95 − sin ' → argilas 1− sin ' → areias e siltes Ks = K0 = A u l a 1 1 Capacidade de Carga de Tubulões ** 2 q s u c qN K q =1,3cN + Obs.: Para usar a equação de Meyerhoff para tubulões, recomenda-se alterar os de valores de “c” e de “ɸ”, para representar melhor a ruptura localizada, exceto para o cálculo de Ks. c* = 2 3c * tg* = 2 3tg proj proj = qu FS q = FS = 2,0 (fundações profundas) A u l a 1 1 Capacidade de Carga de Estacas ❑ Em estacas a carga última é dada pela soma da parcela de atrito lateral (PL) e da ponta (PP) ❑ As parcelas de atrito lateral e de ponta ocorrem para diferentes valoresde recalque ❑ Atrito lateral ◼ → cisalhamento, pequenas deformações ❑ Resistência de Ponta ◼ → compressão, grandes deformações Pu = PL + PP PL PP A u l a 1 1 Capacidade de Carga de Estacas A u l a 1 1 • Pu= capacidade de carga de uma fundação • PL= resistência atrito lateral • Pp= resistência atrito de ponta Capacidade de Carga de Estacas ❑ Para garantir uma menor deformação da estaca na carga de trabalho, recomenda-se: PL + PP 2 + P P 1,3 4 L P proj P A u l a 1 1 Capacidade de Carga de Estacas ◼ Parcelas de carga ◼ (A) Na ponta: ❑ σpmax = tensão máxima à compressão no solo sob a ponta da estaca ❑ Ap = área da ponta ◼ (B) Atrito lateral: ❑ τ = tensão cisalhante máxima na interface estaca-solo ❑ AL = área lateral da estaca ❑ Solo estratificado PP = p max Ap PL = AL n PL = iAL i i=1 A u l a 1 1 Capacidade de Carga de Estacas ◼ Tensões máximas ❑ (A) Na ponta: ◼ Usa-se a teoria de Meyerhoff: ◼ Para estacas NÃO se reduzem os valores de “c” e “ø” ❑ (B) Na lateral: ◼ A partir da resistência do solo: ** 2 q s u c qN K q =1,3cN + tan'n = a + ' n v 0 K = a = c 2 → tan = 2 3 tan A u l a 1 1 Capacidade de Carga de Estacas ◼ Tensões máximas ❑ (B) Na lateral: ◼ Como a tensão vertical varia linearmente com a profundidade, pode-se estimar a tensão no ponto médio de cada subcamada tan'n = a + 0 ' = K n v A u l a 1 1 Nc Nq Atrito Negativo ◼ Atrito lateral estaca solo ❑ Deslocamento relativo entre o solo e a estaca ❑ Atrito positivo ◼ A estaca recalca mais que o solo envolta ◼ Capacidade de carga geotécnica ❑ Atrito negativo ◼ O solo recalca mais que a estaca ◼ A estaca é sobrecarregada A u l a 1 1 Atrito Negativo ◼ Causa principal ❑ Recalque da camada compressível devido à atuação de sobrecargas (aterros, estoque de materiais, etc) e adensamento As estacas limitam o recalque na região onde são instaladas Alonso (1989) A u l a 1 1 Atrito Negativo ◼ Estimativa de Qn (Alonso, 1989) Qn =U (l rl ) U = perímetro da estaca Δl = trechos de solo com rl constante rl = adesão estaca-solo Valorde rl • Se for argila mole = coesão das argilas • Pode ser adotado igual ao atrito lateral no caso de aterros Estacas pré-moldadas • rl não deverá exceder o peso do volume de solo amolgado ( deformado) A u l a 1 1 Atrito Negativo Estacas pré-moldadas • rl não deverá exceder o peso do volume de solo amolgado A u l a 1 1 Atrito Negativo ◼ Estimativa de Qn (Velloso e Lopes, 2010) Q = U l tan a = aderência estaca-solo (geralmente desprezada) σ’v = tensão vertical efetiva junto da estaca na profundidade em estudo K = coeficiente de empuxo lateral (≠ K0) δ = ângulo de atrito solo-estaca ' n n n v = a + K '' v0vn = K tan = βξ = fator que considera a redução da tensão vertical efetiva geostática em decorrência da transferência de carga para o solo σ’v0 = tensão vertical efetiva geostática na profundidade em estudo A u l a 1 1 Atrito Negativo ◼ Estimativa de Qn (Velloso e Lopes, 2010) ❑ Sugestões de valores de βξ (Long e Healy, 1974): ' n v0 = Solo βξ Argilas 0,20 a 0,25 Siltes 0,25 a 0,35 Areias 0,35 a 0,50 Qn = n U l A u l a 1 1 Atrito Negativo ◼ Exemplo: ❑ Calcular o atrito negativo em uma estaca tipo escavada (com D = 50cm) que atravessa uma camada de aterro de 4 m de espessura constituído de uma argila arenosa. ❑ Dados: ◼ Coesão = 10 kPa ◼ Ângulo de atrito = 22º ◼ Peso específico do solo = 16 kN/m³ A u l a 1 1 Atrito Negativo ◼ Exemplo (empregando Alonso) Qn =U (l rl ) U = D Qn = D l coesão Qn = 0,5 4,0 10 Qn = 62,83 kN A u l a 1 1 Atrito Negativo ' n v0 = Solo βξ Argilas 0,20 a 0,25 Siltes 0,25 a 0,35 Areias 0,35 a 0,50 ◼ Exemplo (empregando Velloso e Lopes) Qn = n U l n = 0,25 (16 2,0)= 8 kPa Metade da camada Qn = 8 0,5 4,0 Qn = 50,27 kN A u l a 1 1 Atrito Negativo ◼ Exemplo (empregando Velloso e Lopes) ❑ Refinar em camadas de solo se não for homogêneo! Δl (m) z (m) σ'v τn Qn 0.5 0.25 4.00 1 0.79 0.5 0.75 12.00 3 2.36 0.5 1.25 20.00 5 3.93 0.5 1.75 28.00 7 5.50 0.5 2.25 36.00 9 7.07 0.5 2.75 44.00 11 8.64 0.5 3.25 52.00 13 10.21 0.5 3.75 60.00 15 11.78 Total (kN) 50.27 Atrito Negativo ◼ Influência na carga admissível da estaca A u l a 1 1 Atrito Negativo ◼ Influência na carga admissível da estaca (NBR 6122, 2010) ❑ Método das tensões admissíveis adm P = (P + P ) FS −Q P L g n Padm = carga admissível geotécnica PP = resistência de ponta na ruptura PL = resistência lateral na ruptura FSg = fator de segurança global Qn = atrito negativo A u l a 1 1 Atrito Negativo ◼ Influência na carga admissível da estaca (NBR 6122, 2010) ❑ Método dos valores de projeto = (PP + PL ) x−Qn fPrd Prd = carga geotécnica resistente de projeto PP = resistência de ponta na ruptura PL = resistência lateral na ruptura Qn = atrito negativo γx = fator de minoração da resistência γf = fator de majoração das ações A u l a 1 1 Atrito Negativo ◼ Métodos para reduzir Qn ❑ Pré-carregamento da camada compressível antes da instalação das estacas ◼ Atenção ao cronograma e aos custos ❑ Eliminação do contato direto da estaca com o solo ◼ Instalação das estacas dentro de tubos de maior diâmetro ◼ Limpa-se o solo dentro do tubo e depois crava-se a estaca ❑ Inviável quando há carga horizontais ❑ Pintura da superfície externa da estaca com mistura betuminosa especial A u l a 1 1 A u l a 1 1 Descrição da situação-problema Antes de executar as sondagens da obra do edifício, durante o estudo de viabilidade, você estimou a carga admissível das estacas por métodos teóricos para estacas pré-moldadas de concreto circulares protendidas (vazadas) com diâmetro de 33 cm e 12 m de profundidade. Pela análise de um talude próximo, deu para ver que o solo predominante era uma areia fina pouco compacta, que por dados aproximados de bibliografias consagradas da área apresenta peso específico de aproximadamente 18 kN/m³, ângulo de atrito de 30° e coesão igual a zero, prevendo inicialmente que o NA não seria encontrado. Qual foi o resultado obtido? N P – N SPT da ponta da estaca; A u l a 1 1 Resolução da situação-problema Para aplicação dos métodos de capacidade, primeiro levantamos os dados iniciais, como área e perímetro da estaca, para então estimar o atrito lateral e a resistência de ponta. 1) Dados iniciais da estaca 2) Atrito lateral Por Meyerhof temos: 3) Resistência de ponta Por Terzaghi temos: 4) Capacidade de carga 5) Carga admissível O que aprendemos na aula hoje ? Avaliar capacidade de carga e analisar aspectos normativos. A u l a 9 F u n d a ç ã o p r o f u n d a
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