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Logística Internacional[Livro Texto] [NEWTON]

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Prévia do material em texto

Logística 
Internacional
Gabriel Nickolas Cazotto 
Logística 
Internacional
Gabriel Nickolas Cazotto 
Todos os direitos desta edição são reservados ao Centro Universitário Facens. Nenhuma parte da obra “Logística internacio-
nal” poderá ser reproduzida ou transmitida sem autorização prévia. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela 
Lei n.º 9.610/98 com punição de acordo com artigo 184 do Código Penal. 
Centro Universitário Facens: Rodovia Senador José Ermírio de Moraes, 1425, Castelinho km 1,5 – Alto da Boa Vista – Sorocaba/SP. 
CEP: 18087-125. Tel.: 55 15 3238 1188 / email: facens@facens.br 
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA “BIBLIOTECA FACENS”
Eliane da Rocha CRB 8062/8ª
Bibliotecária Responsável
C386L
Cazotto, Gabriel Nickolas.
Logística internacional [recurso eletrônico] / Gabriel Nickolas 
Cazzotto ; ed. ED+ Content Hub; - Sorocaba, SP: Centro Universitário 
Facens, 2021. 
1 E-book; (PDF). il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-993915-7-6
Modo de acesso: restrito
1. Logística internacional. 2. Macroeconomia - Política 3. Comércio 
internacional. 4. Importação e exportação. I. Ed+ Content Hub. III. 
Centro Universitário Facens. IV. Centro Universitário Newton Paiva. 
V. Título. 
CDD 658.78
Expediente
Conselho Acadêmico (Newton Paiva) 
Reitoria
Pró-Reitoria Acadêmica (presencial e a distância)
Gerente de Pós-Graduação
Conselho Editorial
Curadoria de Design Educacional
Autor
Validadora
Designer Educacional
Ilustradores
Diagramadores
Revisoras
Camila Ribeiro Romeiro 
Patrícia da Silva Klahr
Monica Sabino Hasner
Antônio Henrique Ribeiro Dalbem
Mabel Oliveira
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Carina Macedo Martini
Gabriel Nickolas Cazotto 
Isis Boostel
Camila Carriel Martins Braga
Daniela Pereira Ferreira
Diego Kendi Godinho
Diego Kendi Godinho
Flora Carolina Fukuoka Silva
Guilherme Oliveira Nascimento
Dayane Beatriz de Lima Decaria
Lílian Moreira Mendes
Marina Bariani Trava
Patrícia Ceolin do Nascimento
Patrícia Maria de Oliveira Carvalho Moreira
Sarah Elene Müller Rappl 
ED+ Content Hub
Unidade 1
Globalização e logística internacional ................................. 6
Unidade 2
Acordos e blocos comerciais ..................................................... 27
Unidade 3
A logística internacional .........................................................49
Unidade 4
As políticas macroeconômicas .................................................65
Unidade 5
Os modelos de comércio e do comércio internacional no 
Brasil .............................................................................................84
Unidade 6
As vantagens competitivas e comparativas ....................... 102
Unidade 7
A anuência ao comércio e a logística internacional .......119
Unidade 8
As perspectivas futuras da logística internacional ......141
Conteúdo
Palavras do autor
Olá, aluno! Meu nome é Gabriel Cazotto. Sou mestre em Economia pela Universidade Presbite-
riana Mackenzie, com foco em Economia Internacional. Leciono, na própria Mackenzie, disciplinas 
relacionadas à gestão internacional, geopolítica e escolas econômicas liberais. Sou docente, 
também, do Senac/SP, onde ministro aulas de economia mainstream, comércio exterior e logís-
tica internacional.
Convido você a aprender, nestas oito unidades, a constituição fundamental da logística interna-
cional, que está diretamente ligada às questões do aumento exponencial do comércio exterior, 
principalmente pela ação de um mundo globalizado.
Com isso em mente, você terá uma linha de aprendizado que foque tanto na criação e nas ações 
da logística internacional como nas ações geopolíticas que levaram ao seu desenvolvimento. 
Vai, ainda, entender as noções de mercado internacional e das práticas que impactam tanto o 
comércio como a logística internacional. Também estudará o contexto econômico, principal-
mente a visão de macroeconomia nas ações do governo para promover o comércio internacional, 
no cenário de câmbio, juros e inflação. Além disso, compreenderá todo o movimento global e 
burocrático, tanto para a realização do comércio internacional como da logística, finalizando com 
o que poderá vislumbrar para o futuro de ambas.
De tal modo, é importante você entender tanto os movimentos políticos, burocráticos, tarifá-
rios e comerciais, para conhecer as diferentes ações atuais da OMC (Organização Mundial do 
Comércio) e dos órgãos reguladores do comércio dentro do País, quanto as principais tecnologias 
e ações logísticas, em conjunto com o movimento empresarial de cadeia de suprimentos. Você 
vai perceber que a ação dessa cadeia impacta o comércio, a expansão e a atuação internacional, 
e é muito importante que seja capaz de observar tais ações no mercado.
Portanto, desejo boas-vindas ao componente curricular de Logística internacional! Espero que 
goste, aprenda e vislumbre como o mundo se torna cada vez mais globalizado e, mesmo que 
dividido, unido nas questões econômicas, comerciais e geopolíticas, principalmente na ação da 
logística, que age de maneira constante em todos os países.
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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Globalização e logística internacional
UNIDADE 1
 
Objetivo de aprendizagem:
Entender o impacto da globalização na logística internacional, considerando:
• As ações geopolíticas e o comércio internacional dos períodos da Primeira e da Segunda 
Guerra Mundial;
• As implicações do Tratado de Bretton-Woods na criação dos órgãos de anuência da 
governança internacional;
• Os efeitos desse tratado durante a Guerra Fria até a fase da globalização e os impactos 
na logística internacional.
Tópicos de estudo:
• De Bretton-Woods à globalização;
• Os órgãos da governança internacional;
• A globalização e o impacto na logística internacional.
Iniciando os estudos:
Você já parou para perceber que toda ação que tomamos em uma empresa logística, com foco no 
mercado internacional, depende das intervenções não apenas das empresas, mas de todos os movi-
mentos dos países e suas atuações globais?
Isso se chama Geopolítica, o estudo fundamental do impacto da atividade internacional dos prin-
cipais players globais e como esses resultados macroeconômicos afetam de maneira microeco-
nômica a tomada de decisão de sua empresa.
Por exemplo, por que decidimos fazer uma exportação para um país e não para outro? Por que resol-
vemos criar uma filial em outro país? Por que o aumento do valor do dólar impacta não apenas os 
produtos vendidos, mas também nossa produção, nossa ação na cadeia de suprimentos e até mesmo a 
contratação de funcionários?
Nesta primeira unidade, você entenderá toda a linha do tempo desde o início da Primeira Guerra 
Mundial, quando temos a primeira participação em massa tanto do comércio internacional quanto da 
configuração da logística internacional, para suprir, nesse caso, a indústria bélica. Conhecerá também o 
Tratado de Bretton-Woods, que praticamente fomenta toda a estratégia do mercado internacional até 
hoje, fundamentalmente com a criação do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade), que daria 
lugar à OMC, órgão que legisla todo o comércio internacional. Por fim, compreenderá a importância da 
globalização na expansão quase que exponencial de todo o mercado internacional, seja no aumento de 
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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empresas vendendo internacionalmente, no próprio crescimento do comércio internacional ou ainda, 
por consequência, nas melhorias logísticas.
Portanto, convido você, aluno, a acompanhar essa pequena “viagem no tempo”, a fim de que possa 
entender como passamos de um mundo fechado, quase sem informações entre países, para esse 
mundo extremamente globalizado, onde qualquer ação ou informação pode ser obtida pela internet e 
seja qual for o produto pode ser vendido não importa qual seja o país. 
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
8
1. DE BRETTON-WOODSÀ GLOBALIZAÇÃO
Quando o terrorista bósnio Gavrilo Princip assassinou o arquiduque do Império Austro-húngaro, 
Francisco Ferdinando, no atentado a Sarajevo em 1914, que desencadeou a Primeira Guerra 
Mundial, pouco se sabia sobre o impacto dentro do comércio internacional e da logística global 
que o primeiro grande conflito de proporções mundiais causaria em todo o cenário geopolítico.
A Revolução Industrial vinha a toda força, o maquinário e o carvão 
fomentavam as ferrovias e os navios mercantis ainda focavam no 
comércio internacional de alimentos e produtos agropecuários, 
trazidos das colônias para os principais países do período, como 
os EUA, na América do Norte, e outros da Europa Ocidental.
Em conjunto, Reino Unido, França, Alemanha, Holanda, 
Bélgica, Suíça, Escandinávia e EUA (COMÉRCIO MUNDIAL, 
2003) representavam mais de 80% do mercado exportador 
global.
A logística, em seus primeiros passos nesse período, era voltada 
apenas para suprir a necessidade dos navios cargueiros e das 
grandes ferrovias, tendo principalmente quatro facetas importantes 
para abastecer o crescimento da população urbana durante períodos de guerras, como: a) a 
mobilização do aumento exponencial do tamanho dos exércitos, em que a logística militar se 
torna fundamental para a teoria da logística internacional; b) a nova tecnologia bélica de arma-
mentos mais sofisticados de armas de fogo; c) a revolução econômica para alimentar, armar e 
transportar os exércitos de massa; e d) as técnicas de gerenciamento e organização que permiti-
riam às nações a utilização em combate (FONTANELLA, 2020).
Isso se daria logo a partir de uma enorme mudança nas ações geopolíticas, com o estourar da 
Primeira Guerra Mundial, tanto nos EUA como na Europa Ocidental (FERNANDES, 2020).
O foco do comércio marítimo passa, então, do produto agrícola para fomentos à indús-
tria bélica. O maior exemplo se dá durante diversos ataques da Tríplice Aliança – formada pelo 
Império Austro-húngaro, Alemanha, Bulgária e Império Otomano – sobre as brigadas inglesa e 
francesa, no que foi chamado de Guerra das Trincheiras, para restabelecer e suprir o fim do muni-
ciamento das armas. Os EUA embarcavam navios movidos a carvão para levar a produção bélica 
às frontes de batalha, porém, com o tempo escasso, os próprios aliados europeus se ajudavam 
nas linhas ferroviárias com uma contribuição logística básica, de apenas reestruturar a munição, 
armas e veículos que os países utilizavam em combate (FONTANELLA, 2020).
Podemos inferir que esse período se concretiza como uma fase de transição, tanto no comércio 
internacional quanto na logística, para a mudança que viria no pós-guerra.
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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Com a derrota do eixo central, é realizado em Paris, no ano de 1919, o Tratado de Versalhes, que 
se caracterizou por um “revanchismo francês” voltado aos alemães. Destacaram-se no Tratado a 
desintegração dos impérios do eixo central em pequenos países e a atribuição, principalmente 
aos germânicos, do pagamento de todas as dívidas contraídas, tanto pelos países perdedores 
quanto pelos vencedores da Primeira Guerra Mundial. Esse recurso seria utilizado principalmente 
para a reconstrução da Europa.
Nessa reconstrução no período entre guerras, começa a aparecer para o mundo aquela que 
se tornaria a maior potência mundial e geopolítica nos últimos anos, os EUA.
Fomentando um mercado agropecuário e de commodities, o país da América do Norte começa 
a vender produtos agrícolas e de infraestrutura para reconstruir uma França arrasada e um Reino 
Unido praticamente do zero (ROTHBARD, 2012). Até mesmo a Alemanha restabelece o comércio 
internacional com os EUA para suprir alimentos e a sua indústria de base, voltada à reconstrução 
do país totalmente devastado pela guerra. No mesmo período de tempo, a URSS nasce com a ação 
da Revolução Russa ao unir as Repúblicas Soviéticas sob um mesmo partido, em um mesmo país.
Figura 1 - O comércio marítimo passou a ter foco em prover insumos à indústria bélica.
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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E é dessa supremacia de venda de produtos e abastecimento global norte-americano que temos o 
segundo grande impacto na história geopolítica do período: a Grande Recessão norte-americana.
Tomados pela supervalorização de preços e o boom das bolsas de valores norte-americanas, 
fomentadas por produtos agrícolas, os EUA entram em um período de deflação, durante o governo 
do presidente Hoover, e caminham para uma recessão drástica, impactando toda a economia 
norte-americana e acarretando não só um aumento da pobreza no país, mas um brusco corte no 
comércio internacional geral (ROTHBARD, 2012).
Já que o país não possui mais dinheiro para comprar produtos de fora e o estoque interno não 
encontra compradores (inclusive o Brasil é impactado, tendo sacas estocadas de café no porto de 
Santos), ao ser eleito, Franklin Delano Roosevelt revoluciona a economia do país, a fim de deter o 
crescimento rápido da recessão norte-americana. Para tanto, adota políticas macroeconômicas 
com ações do Estado, como você vai acompanhar ainda nessa unidade. Entre elas, a mais conhe-
cida é a criação do chamado New Deal, que tem como foco a ação do governo em reestruturar 
a economia americana com obras públicas, além de controlar estoques agrícolas com a queima 
de sacas dos produtos que não estão sendo vendidos e focar na força dos trabalhadores. Nesse 
período, nascem tanto os direitos trabalhistas quanto os sindicatos (ROTHBARD, 2012).
Passado o período de declínio da economia norte-americana, e com a economia global, princi-
palmente no comércio externo, ainda arrefecida, se tem o crescimento da Alemanha, coman-
dada por Adolf Hitler. Empenhada em controlar todo o território europeu com um abastecimento 
logístico de enorme importância, o país consegue, em semanas, conquistar praticamente toda 
a Europa central, enviando abastecimento de tropas com mantimentos e material bélico, como 
você viu anteriormente.
Figura 2 - Os EUA se torna o fornecedor principal de produtos agrícolas e infraestrutura em amparo aos países danificados 
pela Primeira Guerra.
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Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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APROFUNDE-SE
Se na Primeira Guerra Mundial o foco da logística ainda “engatinhava”, na Segunda Guerra, com as ações de 
aumento e movimentação das tropas na Europa, a logística se torna fundamental para a vitória dos países aliados, 
além de ser elemento central na economia moderna, na distribuição da cadeia de suprimentos.
Título: A logística na Segunda Guerra Mundial
Disponível em: https://youtu.be/83vDQmlxGCg
Acesso em: 22/04/2021.
Após um período de paz, transcorre o início da Segunda Guerra Mundial. Com ela, há a movi-
mentação de toda a logística internacional através das ferrovias e dos navios mercantis movidos 
a carvão para o abastecimento das tropas europeias. Quase como em um déja vu, incentiva-se 
o comércio internacional até o fim do conflito, quando os EUA (até agora apenas enviando 
mantimentos e munições para o combate) resolvem, no final de 1945, entrar de vez na guerra. 
Primeiro, com a invasão na Europa por tropas americanas e, depois, com os ataques nucleares 
em Hiroshima e Nagasaki.
Do lado do eixo, a Alemanha tentava conquistar a União Soviética, que ao fechar e cortar todo o 
abastecimento logístico, conquista a vitória e faz a tropa alemã recuar, iniciando-se o cessar-fogo 
e a derrota alemã, de modo a ditar o final da Segunda Guerra.
Depois de acompanhar os principais fatores que impactaram esse cenário logístico durante 
as duas grandes guerras mundiais, você vai conhecer aquela que é a questão central em 
nosso estudo: a modificação do panorama global, tanto na ótica geopolítica quanto na 
da logística, aliada ao comércio internacional. São determinantes, ainda, nesse contexto, 
os regulamentos voltados à governançainternacional, capazes de reger, por meio das leis, o 
movimento global dos países.
Para que os países pertencentes à Liga das Nações não errassem uma segunda vez, como fizeram 
no Tratado de Versalhes – que resultou em uma hiperinflação na Alemanha, contribuindo para 
a chegada de Hitler ao poder, com a instauração do Terceiro Reich, e o consequente início da 
Segunda Guerra –, realiza-se em 1944 o Tratado de Bretton-Woods, cujo evento aconteceu em um 
hotel de mesmo nome, em Nova Iorque, EUA.
https://youtu.be/83vDQmlxGCg
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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Nesse acordo, em que pela primeira e única vez se reúnem os principais nomes da Geopolítica 
mundial do período, entre eles Josef Stalin, Franklin Roosevelt e Winston Churchill, fica acordado 
que: a Alemanha seria dividida pelos países vitoriosos da Guerra; todo o comércio mundial ficaria 
atrelado às transações com o lastro em dólar-ouro, ou seja, o mercado cobraria internacional-
mente a venda de mercadorias no valor do dólar, atrelado ao peso do ouro; e, por fim, seriam 
criadas as quatro principais organizações de governança internacional, que veremos mais espe-
cificamente no tópico 2: a ONU, o BIRD, o GATT e o FMI (MAIA, 2007).
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: A formação da governança internacional
A partir do Tratado de Bretton-Woods, cessa a Segunda Guerra Mundial, principalmente com a ONU 
fomentando uma paz global. Porém, dá-se início a uma guerra ideológica entre os dois maiores 
países vitoriosos do pós-guerra: EUA e URSS (FRIEDMAN, 2007). Esse conflito seria chamado de 
Guerra Fria, uma guerra velada entre ambos os países que tentavam buscar territórios, através de 
aliados ideológicos, na questão de capitalismo versus socialismo (EUA versus URSS).
Figura 3 - Conferência de Bretton-Woods, em 1944, reuniu os principais representantes econômicos.
Fonte: disponível em: https://bit.ly/3vTUkKQ Acesso em: 24 jun. 2021.
https://bit.ly/3vTUkKQ
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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Essa guerra ideológica vai além: há ações na tecnologia bélica, com a criação de armamentos 
(como a bomba nuclear e a de hidrogênio), na tecnologia espacial (quando os EUA enviam o 
homem à Lua após Yuri Gagarin, da URSS, orbitar o planeta e clamar o famoso “O céu é azul”), e 
até no âmbito desportivo, com a busca dessa supremacia entre os países.
Em um primeiro momento, o conflito se daria apenas por questões ideológicas. Mas em várias 
ocasiões acabou se revestindo de um perfil bélico, a exemplo do que aconteceu nas chamadas 
guerras de procuração, como foi na Coréia, no Vietnã e no Afeganistão (FRIEDMAN, 2007). As duas 
potências estavam interessadas principalmente na busca por aliados políticos em pontos princi-
pais do globo, no entanto, esse jogo político constantemente elevava a preocupação mundial a 
níveis críticos. O ápice dessa tensão internacional durante a Guerra Fria aconteceu em 1962, na 
Baía dos Porcos, em Cuba, quando EUA e URSS, separados por mísseis atômicos, elevaram o 
conflito a uma possível guerra nuclear ou uma terceira guerra mundial (COX, 1990).
Nesse período, os EUA fomentaram, por meio do Plano Marshall, a reconstrução europeia 
mediante a venda desenfreada de manufatura, produtos agrícolas e infraestrutura, assim como 
fizeram na Primeira Guerra Mundial. Porém, temeroso pelo poder crescente dos EUA e URSS, 
o mercado sofreu um desabastecimento do comércio internacional, principalmente porque os 
países do bloco socialista, chamados de Cortina de Ferro, embarcaram em políticas protecionistas 
de mercado que prejudicaram todo o comércio internacional global (VASCONCELLOS, 2007). 
Junto com a dívida interna que os EUA criaram ao abastecer uma guerra sem fim no Vietnã, 
tem-se um período em que o mundo, praticamente fechado pelo comércio internacional, passa 
por uma segunda virada nas ações geopolíticas.
Figura 4 - Guerra Fria: EUA versus URSS.
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Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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Primeiro a França, um dos cinco países vistos pelas ações da governança internacional, começa a 
restabelecer o comércio exterior, mas sem movimentar em dólar-ouro como previa o Tratado de 
Bretton-Woods, logo seguida por Reino Unido e Japão. No mesmo período, desencadeia-se uma 
crise no petróleo, quando os preços das commodities ficam extremamente altos e impactam as 
principais empresas globais, que ficam com preços conflitantes no mercado de compra e venda 
internacional, além de impactar o abastecimento de empresas, como a Chevron ou a Shell. Tanto 
os EUA, como os maiores compradores, quanto a URSS, como a maior vendedora, ao lado do 
mundo árabe com a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), começam a sofrer 
com guerras na região do Golfo Pérsico (VASCONCELLOS, 2007).
A Revolução Iraniana e a Guerra do Yom Kippur desencadeiam um momento crítico, em que o 
barril de petróleo passa dos US$100. Isso alavanca duas questões fundamentais para o resultado 
do comércio e da logística internacional de maneira global:
1. Primeiramente, o presidente dos EUA, Richard Nixon, quebrou o padrão ouro-dólar e 
praticamente demandou que todos os seus aliados fizessem comércio internacional 
com os EUA apenas em dólar, para reestruturar as contas públicas norte-americanas e 
aumentar as vendas internas, bem como o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). 
Enquanto isso, o FMI fomentava práticas antiprotecionistas (VASCONCELLOS, 2007) 
para que os seus aliados agissem de acordo com o proposto no mercado internacional.
2. O preço alto do petróleo, aliado a uma “doença holandesa” sofrida pela URSS com a 
revolução de suas repúblicas formadoras, iria desencadear o declínio econômico e polí-
tico que daria fim tanto à União Soviética como à Guerra Fria em geral, abrindo o mundo 
para a globalização.
O mundo passa a atuar, conforme você verá no tópico 3, em um mercado internacional muito 
mais aberto, com influxo de informações e de mais multinacionais entrando nesse mercado 
global. A partir da financeirização do mercado mundial, tem-se de fato o ápice da globalização, 
com a fomentação do auge do comércio exterior e da logística internacional como foco global.
Mas antes de você embarcar no que foi a globalização e em todo o seu impacto, vamos entender 
no tópico 2 o papel fundamental das organizações internacionais que pavimentaram e ainda 
pavimentam o mundo na atual governança internacional.
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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2. OS ÓRGÃOS DA GOVERNANÇA INTERNACIONAL
Vamos voltar um pouco no tempo, mais precisamente para 1944, para entender os resultados do 
Tratado de Bretton-Woods e como ele criou os alicerces para a governança internacional.
Primeiramente: do que trata essa governança?
Como a situação global “descarrilhou” com a eclosão de duas guerras mundiais, foi proposta em 
Bretton-Woods uma cartilha de ações pelos cinco países vencedores da Segunda Guerra Mundial 
– EUA, Reino Unido, França, URSS e China – para que qualquer ação global fosse regulada e não 
houvesse uma terceira guerra mundial ou algum impacto profundo nos resultados das ações 
internacionais. Isso recebeu o nome de governança e contou com a criação de organizações 
intragovernamentais que regularizariam as ações mundiais, fosse para manter a paz ou regular 
o comércio.
REFLITA
“A guerra no leste da Ucrânia recrudesceu nas últimas 
semanas. Os combates entre as forças ucranianas 
e os separatistas pró-russos, respaldados militar e 
politicamente pelo Kremlin, são os piores em vários 
meses, numa nova amostra de que as hostilidades, 
que já completaram sete anos e custaram 14.000 
vidas, segundo a ONU, estão longe de ter um fim.
Moscou elevou ainda mais a tensão ao mobilizar 
tropas a uma centena de quilômetros da fronteira 
com a Ucrânia, que por sua vez reforçou suas unidades 
no leste do país e junto à península da Crimeia,que 
a Rússia anexou para si em 2014. Os movimentos 
militares russos servem como teste para o apoio da 
União Europeia e dos Estados Unidos a Kiev, marcando 
uma nova disputa com Moscou no pior momento 
das relações entre a Rússia e o Ocidente em várias 
décadas.
[...] A escalada no leste da Ucrânia, um ponto 
geoestratégico para a UE e a OTAN em suas relações 
com a Rússia, ocorre num momento de graves tensões 
também entre Moscou e o Ocidente por causa da 
situação do ativista de oposição Alexei Navalni, vítima 
de um envenenamento amplamente atribuído 
ao Kremlin. O contexto também se vê agravado 
pelos comentários do presidente norte-americano, 
Joe Biden, que declarou que considera Putin um 
assassino. Chega num momento em que a Rússia 
definiu como “inexistentes” suas relações com a 
UE ― à qual acusa de retardar por motivos políticos 
a aprovação da sua vacina contra o coronavírus ― e 
do fiasco da visita do alto representante de Política 
Externa da UE, Josep Borrell, a Moscou.
Os EUA e a UE, que impuseram sanções à Rússia 
por anexar a Crimeia, apoiam economicamente a 
Ucrânia com centenas de milhões de dólares em ajuda 
internacional. Washington, além disso, dá assistência 
militar a Kiev.
As intenções de Moscou com a nova escalada de 
tensão e os movimentos militares não estão claras 
para os especialistas. O fato de ocorrerem de maneira 
visível dá uma ideia de que sua intenção não seja 
a de lançar um ataque em grande escala, e sim, 
acredita Alyona Getmanchuk, diretora do gabinete de 
estratégia New Europe Center, mostrar musculatura 
e pôr em xeque a nova Administração de Biden” (EL 
PAÍS, 2021).
Você deverá reler o excerto da notícia disponibilizada 
acima e aprofundar sua leitura em https://brasil.
elpais.com/internacional/2021-04-06/nova-escalada-
na-guerra-do-leste-da-ucrania-deixa-ue-e-eua-
em-alerta.html. Depois, reflita se os cinco países 
que formam a governança internacional desde o 
Tratado de Bretton-Woods realmente não colocam os 
interesses próprios acima do interesse global, como 
pretendiam no início.
Com essa função, um ano após a assinatura do Tratado de Bretton-Woods, em 1945, as quatro 
principais organizações mundiais foram criadas com o foco tanto em pavimentar um futuro 
global melhor, como para incrementar as questões econômicas, financeiras e do comércio exte-
rior, a fim de, futuramente, como de fato aconteceu, expandir-se para regulamentações climá-
ticas, geográficas, de soberania, de ações nucleares, de meio ambiente, de fome, de saúde, de 
turismo, da criança e assim por diante.
https://brasil.elpais.com/internacional/2021-04-06/nova-escalada-na-guerra-do-leste-da-ucrania-deixa-ue-e-eua-em-alerta.html
https://brasil.elpais.com/internacional/2021-04-06/nova-escalada-na-guerra-do-leste-da-ucrania-deixa-ue-e-eua-em-alerta.html
https://brasil.elpais.com/internacional/2021-04-06/nova-escalada-na-guerra-do-leste-da-ucrania-deixa-ue-e-eua-em-alerta.html
https://brasil.elpais.com/internacional/2021-04-06/nova-escalada-na-guerra-do-leste-da-ucrania-deixa-ue-e-eua-em-alerta.html
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
16
Essa ação começa com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU); do Banco Interna-
cional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD); do Fundo Monetário Internacional (FMI); e 
da Organização Internacional do Comércio (OIC), que posteriormente se tornaria o Acordo Geral 
de Tarifas e Comércio (GATT).
Acompanhe o significado de cada um deles e sua importância para o segmento internacional:
 Organização das Nações Unidas (ONU) 
A Organização das Nações Unidas (ONU) foi o primeiro e mais importante 
órgão da governança internacional a ser criado pelo Tratado de Bretton-
-Woods, em 1945. Substituindo a antiga Liga das Nações, tinha como foco 
a união dos países para evitar conflitos bélicos, precisamente para, em um 
primeiro momento, evitar uma terceira guerra mundial, como dita a Carta das 
Nações Unidas:
Para manter a paz e a segurança internacionais, e para o efeito: tomar medidas coletivas 
eficazes para a prevenção e remoção de ameaças à paz e para a supressão de atos de 
agressão ou outras violações da paz, e para realizar por meios pacíficos, e em conformidade 
com os princípios da justiça e do direito internacional, ajuste ou solução de controvérsias ou 
situações internacionais que possam levar à violação da paz (ONU, 2020).
Contando no início com 55 países, atualmente a ONU tem 193 estados-membros e dois observa-
dores (Palestina e Vaticano), sendo ambos considerados estados soberanos perante a ONU.
Figura 5 - A ONU é referência internacional em pautas que visam promover a paz e a segurança mundial.
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
17
O país mais recente a integrar a ONU foi o Sudão do Sul em 2015, e o organismo possui como atual 
Secretário-Geral o português António Guterres (2021).
Hoje, os seus objetivos incluem: manter a segurança e a paz mundial; promover os direitos 
humanos; auxiliar no desenvolvimento econômico e no progresso social; proteger o meio 
ambiente; e prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados.
A ONU é composta por seis órgãos gerenciais: Assembleia Geral; Conselho de Segurança; Conselho 
Econômico-Social; Conselho dos Direitos Humanos; Secretariado; e Tribunal de Justiça Interna-
cional de Haia (UN, 2021).
Em um segundo momento, expandiu-se para evitar conflitos envolvendo o clima, alimentação 
(FAO), turismo (OMT), trabalho (OIT) e desenvolvimento (PNUD), além de ser em prol das crianças 
(Unicef), da saúde global (OMS) e da educação, ciência e cultura (Unesco), com foco nas Metas do 
Desenvolvimento do Milênio – Millennium Development Goals.
Figura 6 - Metas do Desenvolvimento do Milênio.
Fonte: adaptado de United Nations (2015).
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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 Fundo Monetário Internacional (FMI) 
O segundo dos mais importantes órgãos de governança criados em 1945 
é o Fundo Monetário Internacional (FMI), um fundo monetário formado 
por cotas de países, que tem como objetivo promover a ajuda mone-
tária entre eles, principalmente em momentos de crises mundiais ou 
defaults públicos (SILVA, 2008).
Formado por um corpo técnico principalmente de economistas, funciona 
como um fundo de investimento em que o empréstimo dado para cada país 
que o requisita é oriundo de uma reserva percentual de ingresso financeiro da cota do país, sendo 
os EUA, enquanto país, o maior “emprestador” global, como você pode ver na tabela 1.
União Europeia
EUA
Japão
China
Arábia Saudita
32%
17%
6,1%
3,7%
3,2%
2,9%
2,7%
1,9%
1,4%
29,1%
Canadá
Rússia
Índia
Brasil
Demais países
Os objetivos declarados da organização são: promover a cooperação econômica internacional, 
o comércio internacional, o emprego e a estabilidade cambial, inclusive mediante à disponibi-
lização de recursos financeiros para os países-membros, a fim de ajudar no equilíbrio de suas 
balanças de pagamentos.
O FMI, na sua criação, tinha como principais objetivos financiar países em dificuldade finan-
ceira, a fim de capacitá-los para perseguir políticas fiscais expansionistas, e pressionar os demais 
países a escolherem políticas expansionistas, principalmente focadas no comércio internacional, 
avaliando-se práticas antiprotecionistas e requerendo condicionalidades para a ajuda do Fundo 
(BOECHAT; ESTEVES; LEITE, 2017).
Após esse período, o FMI também atribuiu o equilíbrio fiscal dos países em ajuda à fomentação 
de sua balança comercial, com a eliminação dos controles cambiais, para permitir a converti-
bilidade das contas correntes, e o financiamento dos desequilíbrios das contas de balanço de 
pagamentos nacionais. Em seguida, fez a adequação das políticas de privatização e de combate 
à corrupção e reformas nas políticas domésticas, como questões de condicionalidades para 
empréstimo do Fundo (SILVA, 2008).
Tabela 1 - Cotas de cada país noFMI.
Fonte: adaptado de International Monetary Fund (2021).
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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 Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) 
O terceiro órgão, chamado de Banco Internacional para Recons-
trução e Desenvolvimento (BIRD) e criado durante 1945, também 
era focado no período pós-guerra, mas a sua própria concepção 
não foi duradoura, pois fomentava a reconstrução dos países 
europeus destruídos pela Segunda Guerra Mundial. O foco do 
BIRD era parecido com o do FMI, no entanto o Banco teria que 
primeiro se afiliar ao Fundo para pedir uma ajuda bancária.
Porém, isso ficou em segundo plano devido à ação de um de seus 
próprios criadores, os EUA. Pense: se você pouco sofreu internamente 
com o impacto de uma guerra e tem toda a possibilidade de movimentar o comércio interna-
cional para abastecer os países, aos preços de venda que você requerer, por que ficar preso 
à criação de um banco de reconstrução e desenvolvimento?
É nesse contexto do comércio global e de sua logística entre continentes que, no ínterim do 
pós-guerra, os EUA vão se confirmar como a maior nação político-econômica global, em grande 
parte devido à criação do “rival” do BIRD, o Plano Marshall – um plano solo, norte-americano, 
para reconstrução da economia europeia, visando a compra de produtos norte-americanos.
Dada essa questão, o BIRD logo mudaria seu foco, visando a captação de crédito para inves-
timentos na produção dos países subdesenvolvidos e de seus aliados, sem objetivar lucrativi-
dade. Os juros e comissões por ele cobrados destinam-se a cobrir suas despesas e constituir 
um fundo de reserva (SILVA, 2008).
A política de empréstimos se encontrou, inicialmente, subordinada aos interesses e pressões da 
política externa americana para conter o avanço comunista. Pouco crédito foi dado aos países 
em desenvolvimento, pois os empréstimos só eram feitos para projetos considerados rentáveis 
(SILVA, 2008). Para conseguir tais recursos, o interessado tinha que apresentar o projeto a ser 
empreendido, por meio do seu próprio Banco Central, para a Comissão Consultiva do então BIRD, 
que em 1980 é renomeado para Banco Mundial. Hoje, o órgão tem como foco ajudar os países 
subdesenvolvidos e em desenvolvimento, cobrando 0,25% de despesas administrativas e 1% de 
comissão anual sobre os empréstimos concedidos (GILPIN, 2002).
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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 Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) 
Por fim, vou falar da criação do mais importante órgão para o seu estudo, aquele que irá, ao longo 
dos anos, regular todo o comércio internacional global.
Em um primeiro momento, nasce com a criação da Organização Internacional do Comércio 
(OIC), em 1944, mas fica um tanto quanto esquecido pelas próprias ações dos EUA com o Plano 
Marshall. Por que criar um órgão regulatório nos seus preços de vendas internacionais se 
você quer lucrar fortemente no comércio internacional? Pois é com base nisso que a primeira 
proposta de um órgão regulatório de comércio internacional é vetada pelo congresso norte-ame-
ricano. Posteriormente, em 1947, é criado o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT).
Anos depois, o GATT começou a agir na regulamentação do comércio 
internacional, primeiramente para regular as relações econômicas 
internacionais, visando impulsionar a liberalização comercial e 
combater práticas protecionistas adotadas desde a década de 
1930.
O próprio GATT nasce das ações dos EUA e de seus aliados 
contra as práticas protecionistas vigentes no comércio inter-
nacional, principalmente pelo bloco socialista. Ele é gerado 
por diversas rodadas de negociação com interesses econômicos 
e políticos para a remoção de barreiras comerciais, antes mesmo 
de estabelecer qualquer regra de ordem ao comércio internacional. 
Foca fundamentalmente na redução das alíquotas tarifárias e na discriminação entre produtos 
nacionais e não nacionais, como nos princípios de sua criação: a) o de não discriminação; e b) o 
de reciprocidade, com a determinação do acordo de que ambos os países que fizessem comércio 
bilateral se auxiliassem no comércio internacional (BOECHAT; ESTEVES; LEITE, 2017).
Ao longo do tempo, com o desabastecimento global e o comércio internacional, um tanto quanto 
esquecido nas ações internacionais, o GATT começa a perder força entre os órgãos da gover-
nança internacional e só vai restabelecer a sua função de regulamentação do comércio quando 
a globalização entra em voga nos anos 1990, com a rodada de Montevidéu, no Uruguai, em 1994, 
sendo negociados vários pontos, destacando-se (SILVA, 2008):
1. A mudança de nomenclatura e criação da Organização Mundial do Comércio (OMC);
2. O reforço das antigas regras do GATT ao movimento antiprotecionista do comércio inter-
nacional, com a regulação de alíquotas tarifárias, subsídios, protecionismo, dumping, 
cláusulas de salvaguardas, barreiras técnicas, fitossanitárias e inspeção de embarque;
3. A negociação de um novo processo de solução de controvérsias;
4. A redação de um código de tarifas e de regras de comércio, estabelecido para um bem 
comum mundial e visando respeitar o primeiro conceito da criação do GATT, o de proibir 
a discriminação entre os produtos dos países e a atuação de regulamentação em zonas 
alfandegárias.
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
21
Por fim, a criação da OMC teve como objetivo garantir o comércio internacional por meio da 
redução dessas barreiras alfandegárias e do tratamento igualitário dos seus membros, servindo 
como um mediador de confrontos internacionais. Além disso, também visava a proteção e o 
subsídio de mercado, bem como a ação e adoção de medidas antidumping (SILVA, 2008).
APROFUNDE-SE
Você quer aprender mais sobre a OMC e o antigo GATT, com toda a sua representatividade, tanto no comércio 
quanto na logística internacional? O artigo “Do GATT à OMC”, de Cláudio Ferreira da Silva, é um ótimo começo.
Título: Do GATT à OMC: o que mudou, como funciona e perspectivas para o sistema multilateral do comércio
Disponível em: https://bit.ly/3dhTS2K
Acesso em: 28/04/2021.
Com as metas mais aliadas aos demais órgãos, na rodada de Doha, em 2001, o órgão funda-
mentou a prioridade da produção agrícola para os países subdesenvolvidos e em desenvolvi-
mento, em detrimento do monopólio de países desenvolvidos, o que vai ser aceito, mas criará até 
hoje um verdadeiro conflito de ideias de regulamentação do comércio internacional pela OMC.
https://bit.ly/3dhTS2K
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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3. A GLOBALIZAÇÃO E
O IMPACTO NA LOGÍSTICA INTERNACIONAL
Quando a URSS se divide em quinze países independentes e somos surpreendidos pela famosa 
imagem do premier Mikhail Gorbatchev, de um país outrora fechado, bebendo uma Coca-Cola 
com o então presidente dos EUA, Bill Clinton, e sua primeira-dama, Hillary Clinton, em Moscou, 
Rússia, temos a completa noção não apenas do final da guerra ideológica entre EUA e URSS, mas 
da completa abertura de mercado, com as multinacionais entrando no mercado internacional 
junto ao advento da informação via internet.
Mas você sabe o que é a globalização?
Desde o final da Guerra Fria e com o advento da internet e do comércio internacional, as ações 
econômicas, comerciais e políticas dos países começam a ser feitas em conjunto. O mundo ficou 
completamente interligado.
Não somente isso, começou a haver uma expansão dos fluxos de informação, impactando indiví-
duos, organizações e países; bem como um aumento acelerado das transações econômicas entre 
países, abrangendo materiais, produtos acabados e capitais financeiros; e uma difusão crescente 
de valores morais e políticos.
Com isso em mente, a globalização traz quatro pontos fundamentais para a economia moderna 
adotada desde então:
Figura 7 - A criação da internet foi um fator crucial que propiciou a interligação da comunicaçãoglobal.
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
23
1. A movimentação geopolítica, como a criação das grandes organizações e blocos de 
comércio;
2. O nascimento das multinacionais e empresas globais, como a Coca-Cola, se expandindo 
para um mercado outrora fechado, como a Rússia, principal herdeira da antiga URSS;
3. A globalização do comércio internacional, principalmente em mercados mais fechados, 
em especial a China, que passa de um país comunista com pouca abertura comercial 
para um boom de expansão, inclusive na indústria e na venda de commodities minerais 
e agrícolas, que irão transformar o país na segunda maior economia global, a partir da 
segunda década dos anos 2000.
4. Por fim, o advento da logística internacional, que vai acompanhar toda a movimentação 
do comércio internacional e se expandir em toda sua cadeia logística e supply chain, a 
fim de prover os produtos necessários para que as grandes empresas e países possam 
fomentar e entregar o produto internacional (MAIA, 2007).
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: Os impactos da globalização na China
APROFUNDE-SE
Mas será que a globalização só traz benefícios à humanidade? Vejamos, a partir da pandemia da Covid-19, como a 
globalização também pode trazer malefícios à sociedade, desde crises financeiras até questões sanitárias.
Título: A globalização do coronavírus e suas consequências
Disponível em: https://bit.ly/3vS41tb
Acesso em: 22/04/2021.
https://bit.ly/3vS41tb
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, você conheceu o impacto da logística internacional na história global por meio 
de uma linha do tempo, que se inicia nos primórdios da indústria bélica. Acompanhou também 
como o espaço entre guerras transforma e arrefece o comércio internacional até o período atual, 
em que você percebe toda a movimentação do mercado mundial, oriunda da globalização, que 
vai ser fomentada pelos órgãos da governança internacional.
Com o impacto da globalização, as ações econômicas mercadológicas atuarão diretamente em 
toda a tecnologia a ser empregada na logística. Você já pode vislumbrar que teremos um futuro 
cada vez mais volátil, dadas as constantes mudanças políticas, sociais, econômicas e tecnológicas 
que você encontra tanto na sociedade quanto no comércio internacional.
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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GLOSSÁRIO
Baía dos Porcos: localizada em Cuba, onde foi feita uma tentativa de tirar Fidel Castro do poder, 
em 1961, e serviu como local para a URSS apontar mísseis aos EUA, em 1962.
Commodities: produtos vendidos em lotes, com o mesmo preço. Por exemplo: os agrícolas, como 
soja, arroz, café ou minerais, como minério de ferro e ouro.
Cortina de Ferro: países aliados ao socialismo soviético, localizados na Europa Oriental.
Default: em economia, significa o país “quebrar”, não pagar a dívida que possui com o FMI ou 
com as contas públicas.
Déjá vu: do francês, já visto; sentimento de algo já ter ocorrido.
Doença holandesa: o mal de sofrer com a produção e exportação de apenas um produto.
Financeirização: o mercado movimentar dinheiro líquido ou em Bolsa de Valores.
Geopolítica: geografia política; o impacto que cada ação dos principais países do mundo tem 
globalmente.
Guerras de procuração: também chamadas de Guerra de Proxy, foram guerras nas quais os EUA 
e URSS, estando um contra o outro, apenas ajudavam seus aliados.
Guerra do Yom Kippur: guerra na qual a República Árabe Unida (UAR), formada por Egito e Síria, 
atacou Israel no feriado religioso judaico do Yom Kippur, tanto pelo deserto de Góbi quanto pelas 
Colinas de Golã. Aconteceu em 1973 e impactou drasticamente no preço do petróleo.
Hiperinflação: uma inflação extremamente alta; segundo o economista Philip Cagan, é um nível 
de inflação que supera os 50% mensais e que se encontra fora de controle.
New Deal: política norte-americana para combater a deflação de 1929, focada nas ações do Estado.
OPEP: acrônimo de Organização dos Países Exportadores de Petróleo; organização mundial e 
reguladora dos preços do petróleo. 
PIB: acrônimo de Produto Interno Bruto; a riqueza produzida por um país.
Plano Marshall: plano solo norte-americano, focado em reestruturar a economia dos países euro-
peus destruídos pela guerra com a venda de produtos no comércio internacional.
Revolução Iraniana: revolução árabe e religiosa feita pelo aiatolá Khomeini, em 1979, para retirar 
o xá Mohammad Reza Pahlevi, aliado dos EUA, do poder.
Supply chain: cadeia de suprimento, cadeia logística.
Terceiro Reich: do alemão, terceiro reino; ação política nomeada por Adolf Hitler, que governou a 
Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial. 
Logística internacional | Unidade 1 - Globalização e logística internacional
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REFERÊNCIAs
BOECHAT, Andreia; ESTEVES, Emerson; LEITE, Ademir. Relações econômicas internacionais. 
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.
COMÉRCIO MUNDIAL (séc. XIX a 1914). Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, c2003-2021. Dispo-
nível em: https://www.infopedia.pt/$comercio-mundial-(sec.-xix-a-1914) Acesso em: 18 abr. 2021.
COX, Michael. Beyond the cold war: superpowers at the crossroads. [S.l.]: University Press of 
America, 1990.
EL PAÍS. Nova escalada na guerra do leste da Ucrânia deixa UE e EUA em alerta, 2021. Dispo-
nível em: https://brasil.elpais.com/internacional/2021-04-06/nova-escalada-na-guerra-do-leste-
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FERNANDES, Claudio. Primeira Guerra Mundial: a grande guerra. História do Mundo, 2020. 
Disponível em: https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/primeira-guerra-
-mundial.htm Acesso em: 04 maio 2021.
FONTANELLA, Renato. O que a guerra tem a ver com a logística de hoje?. Brudam, 2020. Dispo-
nível em: https://blog.brudam.com.br/2020/05/o-que-a-guerra-tem-a-ver-com-a-logistica-de-
-hoje/ Acesso em: 16 abr. 2021.
FRIEDMAN, Norman. The fifty-year war: conflict and strategy in the cold war. [S.l.]: Naval Institute 
Press, 2007.
GILPIN, Robert. A economia política das relações internacionais. Brasília: Editora da UNB, 2002.
INTERNATIONAL MONETARY FUND. International Monetary Fund Quotas, 04 mar. 2021. Dispo-
nível em: https://www.imf.org/en/About/Factsheets/Sheets/2016/07/14/12/21/IMF-Quotas Acesso 
em: 22 abr. 2021.
MAIA, Jayme de Mariz. Economia internacional e comércio exterior. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
ROTHBARD, Murray. A Grande Depressão americana. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises 
Brasil, 2012.
SILVA, Cláudio Ferreira da. Do GATT à OMC: o que mudou, como funciona e perspectivas para o 
sistema multilateral do comércio. Universitas Relações Int., Brasília, v. 2, n. 2, p. 109-125, jul. /dez. 
2004. Disponível em: https://www.rel.uniceub.br/relacoesinternacionais/article/viewFile/297/264 
Acesso em 28 abr. 2021.
SILVA, José Ultemar da. Gestão das relações econômicas internacionais e comércio exterior. 
São Paulo: Cengage, 2008.
UNITED NATIONS. We can end poverty: millennium development goals and beyond, 2015. Dispo-
nível em: https://www.un.org/millenniumgoals/ Acesso em: 07 jun. 2021.
UNITED NATIONS HUMAN RIGHTS. United Nations Charter (full text). c1996-2021. Disponível em: 
https://www.un.org/en/about-us/un-charter/full-text Acesso em: 19 abr. 2021.
VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Manual de economia e negócios internacionais. 
São Paulo: Saraiva, 2007.
https://www.infopedia.pt/$comercio-mundial-(sec.-xix-a-1914)
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Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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Acordos e blocos comerciais
UNIDADE 2
 
Objetivos de aprendizagem:
Entender e saber diferenciar os diversos acordos e blocos comerciais, bem como os seus funda-
mentos e estratégias. Além disso, compreender principalmente a importância de um bloco 
comercial e como não ser impactado por práticas que não permitam o livre acesso de mercado-
rias no comércio internacional.
Tópicos de estudo:
• Acordos e blocos comerciais – níveis de integração regional;
• Acordos e blocos comerciais – USMCA, Mercosul e União Europeia;
• Barreiras comerciais, tributárias e alfandegárias.
Iniciando os estudos:
Você já parou para pensar no impacto que a globalização teve no comércio internacional?
O impacto não resulta apenas de uma maior movimentação do comércio internacional, quatro vezes 
mais do que o crescimento do PIB global (INTERNATIONAL MONETARY FUND, 2021), mas também da 
criação de acordos comerciais entre os países, que se alinham em blocos para poder melhorar todas as 
vendas internacionais.
A ação dos países no mercado internacional sobre se alinhar em acordos comerciais, denominada de 
regionalismo, tem como principal foco não apenas a diminuição de alíquotas tarifárias, mas também 
uma ação para que não haja um “bloqueio” ou que alguma questão impeça o comércio entre os países, 
tanto dentro do bloco quanto fora, como ao querer fazer comércio individualmente.
Nesta unidade, você vai aprender sobre os principais acordos e blocos comerciais (USMCA, Mercosul e 
União Europeia), assim como conhecer as principais barreiras comerciais, tributárias, não tributárias e 
alfandegárias, que prejudicam o livre comércio de mercadorias. 
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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1. ACORDOS E BLOCOS COMERCIAIS – NÍVEIS DE 
 INTEGRAÇÃO REGIONAL
Para que o incremento do comércio internacional junto com a globalização fosse, de fato, algo 
que impulsionasse todo o cenário do mercado, foi necessário que os países quebrassem barreiras 
e se interligassem entre si.
Em um primeiro momento, ocorre a regionalização, quando os países de uma mesma região, 
como na Europa, América do Sul, América do Norte e África, têm como foco adotar tarifas menores 
entre eles, de uma maneira que se estenda por todas as regiões internacionais. Assim, propi-
ciam uma quantidade muito superior de venda de produtos internacionais, tanto na importação 
quanto na exportação, do que anteriormente em um cenário parado pela Guerra Fria.
Esse primeiro impacto da regionalização terá que agir conforme as regras da OMC, que nasce no 
ápice da globalização, mas que vai tentar de todos os modos fazer com que o comércio internacional 
comece a se expandir cada vez mais e a ser feito entre países desconhecidos uns dos outros.
Ainda nesse primeiro impacto, teremos ações de comércio anteriores ao advento da globalização, 
tanto bilaterais quanto multilaterais (SOUZA, 2009).
 Você sabe a diferença entre comércio bilateral e multilateral? 
Entendê-los será fundamental para compreender não apenas o que são acordos e blocos comerciais, 
mas qual o nível de integração regional que cada bloco vai possuir (HERZ; HOFFMANN, 2004).
Comércio bilateral: normalmente, um acordo comercial entre dois países.
Acontecia principalmente no período anterior à Primeira e à Segunda Guerras Mundiais, quando 
os EUA vendiam individualmente, de maneira bilateral, seus produtos para os países europeus. 
Por exemplo: havia um comércio só com a França, um acordo somente com o Reino Unido, um 
outro com a Alemanha, e assim por diante.
Quais são as características dos acordos bilaterais?
• Tendem a favorecer um dos dois países;
• São menos burocráticos;
• Sua negociação é rápida;
• O processo é descomplicado (se um dos países não aceitar, o acordo não é realizado e 
outro país é procurado).
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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Comércio multilateral: normalmente, um acordo comercial entre dois ou mais países, 
principalmente em forma de blocos econômicos.
Acontece principalmente como nos movimentos de regionalização, em que os países começam 
a agir em blocos comerciais para ter melhores alíquotas de produtos, normalmente isenções ou 
tarifas mais baixas. Os acordos começam a ser feitos não mais entre dois países apenas – como 
EUA e França, EUA e Reino Unido ou EUA e Alemanha, a exemplo do comércio bilateral –, mas 
sim entre um país e um bloco inteiro, como no caso dos EUA e o bloco europeu, cujos países inte-
grantes do acordo serão representados por meio da União Europeia, um bloco comercial, como 
veremos a seguir.
Quais são as características dos acordos multilaterais?
• Favorecem de forma igual os países envolvidos;
• São mais burocráticos;
• Preveem rodadas de negociação;
• Apresentam padronização e regulamentação;
• Seus processos não são divulgados para a mídia;
• Englobam diversas nações;
• Trazem impacto na economia local.
Bom, portanto, você pôde perceber que, em um mundo cada vez mais interligado pela globali-
zação, como o que vivemos hoje em dia, tende-se a existir um maior comércio multilateral.
Para que isso aconteça de uma maneira adequada, sem que haja problemas comerciais que 
deverão ser regulamentados, resolvidos ou acordados pela OMC, nascem os acordos e blocos 
comerciais.
Tendo isso em mente, você saberia a diferença entre um acordo comercial e um bloco comercial?
O acordo comercial, ou acordo de livre-comércio, é um tratado feito entre os países para benefí-
cios mútuos, principalmente do ponto de vista tarifário, em uma situação de livre comércio.
Já os blocos comerciais são áreas geográficas, as quais consistem em dois ou mais países que 
concordam em buscar uma integração econômica, por meio da redução de tarifas e outras 
restrições para o fluxo de produtos, serviços, capital e, em um estágio mais avançado, de mão 
de obra transfronteira. Como exemplos de blocos comerciais, temos: Associação de Nações do 
Sudeste Asiático (ASEAN), Mercado Comum do Sul (Mercosul), Comunidade do Leste Africano 
(EAC), Comunidade dos Estados Independentes (CEI), União Europeia (UE), Acordo de Livre-Co-
mércio da América do Norte (NAFTA), Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), União 
do Magrebe Árabe, Liga Árabe, Aliança do Pacífico, entre outros.
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
30
Com essa informação em mente, é preciso entender que existem diversos tipos de acordos que 
podem ser feitos entre os países dos blocos comerciais, o que chamamos de zonas de integração 
regional. Como o próprio nome sugere, a integração dos países de dentro do bloco no comércio 
pode divergir de como fazem com países de fora do bloco ao qual pertencem.
Segundo Souza (2010), há seis zonas de integração regional, no entanto, muitos internaciona-
listas e economistas do comércio internacional agregam, dentro da união aduaneira, uma sétima 
modalidade.
1. Zona de preferência tarifária
Nesse tipo de integração, há mais acordos com níveis tarifários preferenciais para os países que 
integram o próprio bloco. São definidas barreiras comerciais menos elevadas em relação aos 
países que não participam dessa área de integração dentro do bloco.
Exemplo: antigo ALADI.
2. Área de livre-comércio
Acordo mais simples e comum, em que os países-membros concordam em, gradualmente, 
eliminar as barreiras comerciais dentro do bloco, enquanto mantêm uma política comercial inter-
nacional independente com os países de fora do bloco. 
Exemplo: NAFTA-USMCA.
3. União aduaneira
Nesse nível de integração regional, além do processo de eliminação das barreiras tarifárias e nãotarifárias, há o estabelecimento de uma política comercial em relação aos países que não inte-
gram esse grupo. Nesse modelo, adota-se uma Tarifa Externa Comum (TEC), aplicada aos países 
que não integram o bloco. 
Exemplo: Mercosul.
4. União aduaneira e monetária
Semelhante à união aduaneira, mas com a utilização de uma moeda única entre a região de tarifa 
comercial. 
Exemplo: franco centro-africano.
5. Mercado comum
No mercado comum, além da criação de uma área de livre circulação de mercadorias (união adua-
neira), deve ocorrer também o mesmo processo com os serviços e demais fatores de produção. 
Exemplo: Mercado Comum Europeu, ou Comunidade Econômica Europeia (CEE), formado por 
Itália, Alemanha, França e Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), em vigor antes da formação 
da União Europeia em 1992 e da cisão da Comunidade dos Estados Independentes (CIS), formada 
pelos países que saíram do bloco Soviético e estabeleceram um Mercado Comum.
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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6. União econômica
No estágio correspondente à união econômica, além da criação de um mercado comum, acon-
tece a coordenação comum de políticas macroeconômicas. Desse modo, são definidos parâme-
tros para execução da política fiscal. Há também, nessa etapa, a introdução de uma moeda única 
no mercado. 
Exemplo: União Europeia.
7. União política
A união econômica total corresponde ao estágio mais avançado do processo de integração 
regional. Nesse nível de integração, os membros integrantes do bloco estabelecem a coorde-
nação comum de todas as políticas econômicas. As características são as seguintes:
• Unificação perfeita de todas as políticas de uma organização comum;
• Submersão de todas as instituições nacionais separadas. 
Porém, esse tipo de integração continua sendo um tanto quanto utópico, um ideal ainda não 
alcançado pelos países (SOUZA, 2009). Exemplo: seria como se a União Europeia tivesse uma 
atuação política no Parlamento Europeu, como se fosse um único país.
APROFUNDE-SE
Você estudou como se dividem os blocos econômicos, mas quer se aprofundar em cada nível de integração 
regional? O artigo de Mayane Bento e Mário Amin Herreros vai ajudar você a entender melhor esse assunto.
Título: Os desafios conceituais da integração regional e o impacto dos mega acordos regionais sobre o regime 
multilateral de comércio
Disponível em: https://bit.ly/3kJQWAd
Acesso em: 04/05/2021.
2. ACORDOS E BLOCOS COMERCIAIS – USMCA, 
 MERCOSUL E UNIÃO EUROPEIA
Dentre os principais acordos e blocos comerciais, destacam-se três de maior conhecimento geral 
e de maior importância para que você aprenda e se aprofunde nas diferentes diretrizes de tari-
fação, logística e integração regional.
https://www.researchgate.net/publication/335456139_OS_DESAFIOS_CONCEITUAIS_DA_INTEGRACAO_REGIONAL_E_OS_IMPACTOS_DOS_MEGA_ACORDOS_REGIONAIS_SOBRE_O_REGIME_MULTILATERAL_DE_COMERCIO_CONCEPTUAL_CHALLENGES_OF_REGIONAL_INTEGRATION_AND_THE_IMPACTS_OF_MEGA_RE 
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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 NAFTA-USMCA 
O primeiro, visto anteriormente como o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (NAFTA), 
esteve vigente de 1994 até o ano de 2020, quando o então presidente dos EUA, Donald Trump, 
“quebrou” o acordo, por indicar ser de péssima qualidade para as ações norte-americanas.
Com isso, Trump, em conjunto com o presidente do México, Peña Nieto, e o primeiro-ministro 
canadense, Justin Trudeau, criou um novo acordo comercial chamado de USMCA – United States, 
Mexico and Canada Agreement, que potencializa todo o mercado norte-americano e não o deixa 
à mercê de algumas questões prejudiciais do antigo NAFTA, como você verá a seguir.
Por se tratar de uma zona de livre comércio, os EUA (assim como México e Canadá) podem fazer 
acordos bilaterais com outros blocos comerciais, sem a necessidade de integração dos três países 
no mesmo acordo. Ou seja, os EUA podem fazer um acordo com o Mercosul, por exemplo, sem a 
necessidade de que o México esteja inserido no processo ou até mesmo um acordo bilateral com 
um país, como Israel, sem a presença de ações tarifárias iguais, como a que tem com o Canadá 
dentro do bloco.
Quando o NAFTA foi criado por Bill Clinton, em 1994, tinha como objetivos:
• Eliminar barreiras alfandegárias: impostos de importação de bens e mercadorias;
• Facilitar o trânsito de produtos e serviços entre os territórios dos países participantes do 
acordo;
• Promover condições para que haja um ambiente de competição equilibrada dentro da 
área de abrangência do NAFTA;
• Ampliar as oportunidades de investimento dentro dos países e entre os países partici-
pantes do acordo;
• Oferecer proteção efetiva e adequada, e garantir os direitos de propriedade intelectual 
no território dos países membros: esse objetivo aplica-se à produção científica e espe-
cialmente à cultural. 
Apesar de apresentar um crescimento forte na economia norte-americana no período, os 
maiores incrementos foram para o Canadá e México, segundo o próprio NAFTA e dados do FMI: 
a) o comércio entre os membros mais do que triplicou, excedendo US$1 trilhão por ano; b) anual-
mente, o investimento estrangeiro (IDE) nos Estados Unidos, no Canadá e no México aumentou 
de US$4 bilhões em 1993 para aproximadamente US$20 bilhões em 2006; c) tanto o Canadá 
quanto o México detêm, atualmente, 80% de seu comércio e 60% de suas ações de Investimento 
Direto Externo (IDE) com os Estados Unidos; d) exportações mexicanas para os Estados Unidos 
cresceram de US$50 bilhões para mais de US$160 bilhões por ano (SOUZA, 2010).
No entanto, a principal crítica que movimentou a finalização do acordo se deu pelas empresas 
maquiladoras, que tinham isenções fiscais menores e mão de obra mais barata no México, o 
que fez as empresas norte-americanas preferirem colocar filiais no país latino-americano e quase 
“quebrarem” o setor automotivo de Detroit, por exemplo.
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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Outra questão foi a força que a economia norte-americana tinha para fazer negócios com o 
México e o Canadá, o que beneficiaria ambas as partes, visto o poderio econômico dos EUA e 
a dependência dos dois países em relação ao mercado norte-americano, já que seus acordos 
comerciais, exportações e importações eram feitos principalmente com os EUA, o que fazia com 
que suas economias "gravitassem", ou seja, dependessem quase que exclusivamente do impacto 
com o comércio norte-americano.
Vislumbrando esse poderio econômico, e a perda de muito dinheiro e de trabalhadores para 
empresas no México e Canadá, em 2020, Donald Trump encerrou o acordo unilateralmente e 
resolveu criar um novo, forçando o México e o Canadá a aceitarem por bem ou por mal (pois 
não seriam inseridos no novo acordo se não aceitassem, além de receberem tarifas e alíquotas 
maiores de vendas, caso isso acontecesse).
Esse acordo propôs preços de mão de obra de US$16 a hora, o que não deixaria as empresas 
“submissas” à mão de obra mais barata mexicana, com a criação de um novo acordo a ser firmado 
e remodelado a cada 16 anos, nomeado como US-Mexico-Canada Agreement (USMCA).
A proposta então teve que ser aceita por Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, o qual 
Trump ameaçou com o aumento de tarifas no setor metalúrgico, automotivo, de laticínios e de 
mineração, envolvendo o mercado entre Canadá e EUA, caso não aceitasse a proposta.
Como resultado, foi criado tal acordo e, mesmo com a derrota de Trump nas eleições, o USMCA 
continua como um bloco comercial de zona de livre comércio, agora fomentado pelas ações prin-
cipalmente dos EUA com Joe Biden (2021).
 Mercosul 
O bloco mais conhecido por nós, brasileiros, por englobar o Brasil.
O Mercosul foi criado em 1991 como o bloco econômico mais forte da América do Sul, nascendo 
com a redemocratização pós-ditaduras militares e para a aproximação entre Brasil e Argentina 
no final dos anos 1980, com os presidentes José Sarney e Raúl Alfonsín(HERZ; HOFFMANN, 2004).
Seu ápice aconteceu no governo de Fernando Collor, com a abertura de mercado de 1991/1992, no 
Brasil, em uma ação conjunta com Carlos Menem, na Argentina, seguindo-se a um período de forte 
comércio propiciado pelas ações de Fernando Henrique Cardoso com o Plano Real, nos anos 1990.
Fazem parte do Mercosul: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. A Venezuela está 
suspensa (2021), enquanto a Bolívia aguarda a ratificação parlamentar de seu protocolo de adesão 
como membro pleno.
Os principais objetivos do bloco são:
• Acelerar o processo de redemocratização dos países-membros;
• Estabelecer a livre circulação de bens e serviços, uma tarifa externa e uma política 
comercial em comum, e políticas monetária e fiscal coordenadas;
• Eliminar gradativamente os obstáculos ao comércio recíproco dos países-membros;
• Impulsionar vínculos de solidariedade e cooperação entre os povos latino-americanos;
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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• Auxiliar no livre acesso à entrada de mercadorias no comércio exterior entre os países-
-membros;
• Auxiliar na entrada e saída de pessoas, como viajantes ou expatriados, sem necessidade 
de visto nos países-membros;
• Cooperação científica e tecnológica.
APROFUNDE-SE
O Brasil é a maior força do Mercosul, o principal bloco comercial da América Latina. Junto com Argentina, Uruguai 
e Paraguai, fomenta o comércio internacional da região. Você já viu como o bloco foi formado, mas você sabe da 
sua importância?
Título: Vídeo oficial Mercosul 2019
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=O4l_T-EcPLE
Acesso em: 04/05/2021.
A grande questão do Mercosul, no entanto, é por se tratar de uma união aduaneira. 
Esse ponto traz duas questões críticas para o Brasil e a Argentina, que costumam rotineiramente 
levar seus problemas comerciais para serem resolvidos pela OMC.
O primeiro grande motivo é a abertura comercial brasileira e seu poderio econômico, principal-
mente ligado à Tarifa Externa Comum (TEC). 
O Brasil detém quase 70% do resultado financeiro e do comércio internacional do Mercosul 
(MERCOSUL, 2020); enquanto Uruguai e Paraguai, por serem países menores e mais fracos 
economicamente, apoiaram-se no Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM) e 
por isso recebem sua participação nos valores de venda da TEC sempre no mesmo percentual. 
A Argentina geralmente encontra um mercado inferior ao Brasil, o que a faz receber menos e 
reivindicar, assim, o aumento da tarifa.
Mas você sabe o que é a TEC?
Segundo Souza (2009), a Tarifa Externa Comum (TEC) é uma taxa comercial padroni-
zada para um grupo de países, como a existente no Mercosul, usada numa união adua-
neira, em uma área de livre comércio, junto a outras medidas que confirmem uma 
política comercial externa comum. Se for cobrada muito alta, cria barreiras comerciais 
tarifárias que impedem rodadas de negociações com outros blocos econômicos.
https://www.youtube.com/watch?v=O4l_T-EcPLE
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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Com uma cobrança muito maior, a Argentina recebe mais dinheiro a curto prazo, mas em longo 
prazo, tanto ela quanto o Brasil acabam perdendo mais do que poderiam arrecadar caso resol-
vessem “conversar”, quando, no entanto, resolvem levar problemas de barreiras comerciais, como 
o dumping, a serem resolvidos pela OMC.
A segunda razão que impede uma melhor ação inter-regional por parte de uma união aduaneira 
e, mais precisamente, no caso do Mercosul, é a necessidade de se “levar” todos os países para uma 
rodada de negociação. Isso pode ser um desafio se considerarmos países com cenários econô-
micos e políticos bem diferentes e em constantes brigas entre si, além da necessidade, neste 
caso, de incluir a Venezuela (mesmo suspensa e com todo o atual precário cenário econômico 
que apresenta). Isso impacta diretamente na demora da resolução e da criação de novos acordos 
econômicos com o Mercosul.
Figura 1 - Países participantes do Mercosul, contendo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela (que hoje se encontra 
suspensa do bloco).
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
36
 União Europeia 
O terceiro e último bloco a ser estudado é, talvez, o mais conhecido e importante, tanto no 
mercado de comércio e logística internacional quanto em sua atuação como uma união econô-
mica, simplesmente pelo fato de ser tão integrado que possui uma moeda única para a maioria 
dos seus membros.
A União Europeia é hoje a evolução máxima que se tem em níveis de integração regional de um 
bloco comercial, não apenas por agir comumente com todo o bloco na questão dos acordos e 
tarifas comerciais, mas principalmente pela adoção do Euro como uma moeda única.
Isso cria políticas cambiais, comerciais e monetárias a serem usadas de maneira igual por todos 
os países do bloco, mesmo os mais fracos, através da ação do Banco Central Europeu (BCE).
Mas nem toda ação da União Europeia, como união econômica, é bem-vista pelos seus países-
-membros. Por isso houve, em 2016, a eleição do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, 
tema que será abordado mais adiante neste tópico.
A União Europeia foi criada como uma evolução do Mercado Comum Europeu, com o avanço 
da globalização e a abertura comercial de seis membros em 1993: Itália, Alemanha, França e os 
países do Benelux – Bélgica, Países Baixos (Holanda) e Luxemburgo. Sua criação foi fomentada, 
principalmente, pelo movimento regionalista que se expandia na época e que vislumbrava: a 
possibilidade do cidadão europeu poder trabalhar e viajar sem a necessidade de um passaporte 
(o que seria conhecido como Schengen); a possibilidade de tornar-se uma região com uma única 
política comercial e econômica, para evitar guerras tarifárias entre seus países-membros, impul-
sionando o comércio internacional entre eles e com os demais blocos comerciais; e a adoção de 
moeda única para facilitar ainda mais o comércio dentro das fronteiras (SOUZA, 2009).
Os principais motivos para a sua criação foram, de acordo com Souza (2009):
• Evitar guerra entre os países europeus e melhorar o comércio internacional;
• Acessar o mercado: tarifas e barreiras não tarifárias foram eliminadas;
• Remover barreiras à movimentação transnacional dos fatores de produção, como mão 
de obra, capital e tecnologia;
• Criar regras comerciais para países-membros, que eliminassem em grande parte os 
procedimentos e as regulamentações aduaneiras, o que racionalizaria o transporte e a 
logística dentro da Europa;
• Harmonizar padrões técnicos, regulamentações e procedimentos de fiscalização rela-
tivos a bens, serviços e atividades comerciais.
Dessa maneira, o bloco foi expandido até chegar aos 28 membros dentro da União Europeia: 
Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, 
Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, 
Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Suécia e Reino Unido, que 
está em processo de saída do bloco, deixando-o com 27 membros.
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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União Europeia
Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda,
Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Suécia e Reino Unido
Já a zona do Euro é formada pelos 19 países que o utilizam como moeda de curso legal: Alemanha, 
Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, 
Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda) e Portugal. Todos respondem 
ao Banco Central Europeu (BCE), uma das principais formações institucionais que regulamentam 
a UE (União Europeia), sendo as demais formadas por (UE, 2021):
1. Conselhoda União Europeia: principal órgão decisório do bloco, decide as políticas 
econômicas e internacionais, bem como orçamentos e admissão de novos membros;
2. Comissão Europeia: representa os interesses da UE como um todo, propõe legislações 
e é responsável pela implementação das decisões do Parlamento e do Conselho da UE;
3. Parlamento Europeu: até 732 representantes participam de sessões a cada mês, com 
três funções principais:
• Formar a legislação da UE;
• Supervisionar as instituições da UE;
• Tomar as decisões relacionadas ao orçamento da UE.
4. Corte de Justiça Europeia: interpreta e reforça as leis da UE e sedia batalhas legais 
entre os membros.
Figura 2 - União Europeia, contemplando os 28 países-membros, ainda com o Reino Unido, que está em processo legal 
de saída do bloco.
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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Recentemente, o Reino Unido fez um referendo para sair da União Europeia. Você sabe por que 
ele tomou essa decisão? São quatro fatores fundamentais que impactaram na decisão da 
maioria da população para sair da União Europeia:
Soberania
A força da Alemanha sobre o Parlamento e BCE durante a crise de 2011/2012
ECONOMIA
Burocratizada e comércio indiferente (sozinha estaria melhor)
Social
Críticas migratórias
Política
Nacionalismo com recentes ataques e perda de poder político na Comissão 
Ou seja, como você pode entender, esse crescimento muito forte e a integração de diversos 
países fracos economicamente impactaram de maneira significativa no resultado da saída do 
Reino Unido, o que mostra que podem ter mais ações como essa no futuro da União Europeia, se 
o Reino Unido conseguir, por exemplo, acordos comerciais melhores de maneira individual.
ASSISTA
Acesse na plataforma o vídeo: O Brexit
Isso não foi muito aceito por um dos países formadores do Reino Unido. A Escócia foi majoritariamente 
contra o referendo. Ora, havia feito uma eleição a favor da independência em 2019, negada apenas 
para se manter na União Europeia, para um ano depois ver o país sair junto com o Reino Unido?
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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No entanto, em um primeiro momento, o impacto pode ser negativo, principalmente para o PIB, 
com uma possível queda drástica, e para as relações internacionais comerciais do Reino Unido 
com o resto da Europa, de tal modo que a Escócia até busca um novo referendo de independência 
para se manter na União Europeia.
Figura 3 - Resultado da eleição do Brexit
Fonte: adaptado de British Parlament (2016).
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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REFLITA
Leia o texto a seguir, que traz dados sobre o 
impacto econômico da saída do Reino Unido da 
União Europeia: 
“No estudo levado a cabo pela OCDE, o Brexit é, de 
alguma forma, equiparado a um imposto sobre o PIB.
As principais conclusões a que o estudo chega são, no 
essencial, as seguintes:
• Todos os países da OCDE serão afetados pelo 
Brexit, muito embora os mais afetados sejam os 
países europeus;
• Ocorrerá uma contração do PIB, em curto e longo 
prazos, no RU (Reino Unido);
• Em todos os “cenários” alternativos considerados, 
ocorrerão consequências para o RU, em curto e 
longo prazos;
• A curto prazo, prevê-se uma redução do PIB da 
ordem dos 3%;
• A longo prazo, mais concretamente em 2030, 
prevê-se que o PIB do RU venha a ser inferior em 
5% ao valor que apresentaria se se verificasse um 
“cenário” de permanência na UE.
Já o estudo da Oxford Economics ,de 2020, aponta para 
estimativas do impacto do Brexit na economia do RU, que 
vão de uma perda de 0,1% do PIB, no “cenário” mais otimista, a 
uma redução de 4%, no “cenário” mais pessimista.
Em relação ao setor privado, prevê-se que o 
investimento venha a sofrer uma redução de até 21,1 
bilhões de libras esterlinas e que, no pior “cenário”, as 
exportações do RU venham a diminuir até 8,8% e as 
importações até 9,4%. 
[...]
O estudo realizado pelo Comitê da Câmara dos 
Comuns procura fazer uma estimativa rigorosa dos 
efeitos econômicos de longo prazo do Brexit, fazendo 
uso de um modelo de equilíbrio geral (incluindo inputs 
derivados de cálculo de modelo gravitacional), tendo 
nomeadamente chegado às seguintes conclusões:
• O PIB do RU deverá diminuir em todos os 
“cenários”, mais concretamente, -1,6% no caso de 
o RU permanecer no EEE (Espaço Econômico 
Europeu) e -7,7% no caso de as trocas comerciais 
se basearem nas regras da OMC – Organização 
Mundial do Comércio;
• Os setores da economia britânica mais afetados 
pelo Brexit deverão ser o automobilístico, o 
químico e o farmacêutico;
• O setor financeiro deverá ser profundamente 
afetado pelo Brexit se não houver uma 
negociação que permita a manutenção 
da possibilidade de os bancos britânicos 
continuarem a operar no mercado europeu” 
(SOUSA, 2020).
Com base no texto, avalie se o impacto do Brexit 
realmente será benéfico para o país na sua visão.
Caso queira ler o artigo completo, ele está 
disponível em: http://dspace.lis.ulusiada.pt/
bitstream/11067/5597/3/lee_28_2020_03.pdf
Isso indica o quanto fazer parte de uma União Econômica, com a força da União Europeia, sustenta 
o crescimento econômico e, principalmente, comercial dos países pertencentes ao bloco, sobre-
tudo para as ações mais abertas de comércio internacional, as quais buscam derrubar as barreiras 
comerciais que os países podem criar através de “guerras comerciais”.
http://dspace.lis.ulusiada.pt/bitstream/11067/5597/3/lee_28_2020_03.pdf
http://dspace.lis.ulusiada.pt/bitstream/11067/5597/3/lee_28_2020_03.pdf
Logística internacional | Unidade 2 - Acordos e blocos comerciais
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3. BARREIRAS COMERCIAIS, TRIBUTÁRIAS 
 E ALFANDEGÁRIAS
As “guerras comerciais” são ações que os países ou blocos tomam para proteger o 
comércio internacional de seu próprio país ou bloco, para que este consiga melhorar 
os resultados dentro do movimento de exportação e importação.
São utilizadas duas práticas para esse controle, conhecidas como “barreiras comerciais” por 
impactar todo o sistema de comércio internacional e prejudicar o livre movimento do segmento. 
Estipula, assim, questões sobre o livre acesso de trânsito de mercadorias, tanto na forma tari-
fária – as chamadas barreiras tarifárias – quanto nas ações de políticas econômicas que visam o 
comércio entre os países, para obter vantagem nele – as barreiras não tarifárias.
Antes de entendermos cada uma delas, você deve compreender que o movimento livre do 
comércio, sem o impacto dessas barreiras comerciais ou da ação da OMC, que é requisitada para 
resolver problemas resultantes dessas barreiras, é o melhor cenário possível do comércio inter-
nacional de bens e serviços, como o vencedor do prêmio Nobel de Economia de 1976, Milton 
Friedman, prega.
Essa ação, chamada de liberalismo econômico, vai além de ações no mercado interno e deve ser 
praticada também no mercado internacional para incremento das ações econômicas de um país. 
Por exemplo, o foco em promover a produção de um simples produto básico, como um lápis, 
vai requisitar não apenas mão de obra, trabalho, pagamento e ações comerciais e alfandegárias, 
mas também o movimento de livre comércio para comprar grafite, madeira, borracha e aço de 
diversos países, que inclusive podem sequer ter relação conjunta ou até viver em guerra.
Para Friedman, esse cenário abre todo o mercado externo e promove o movimento econômico, 
político e até das ações interpessoais no crescimento significativo do comércio externo, já que, em 
sua tese, não há nada que bloqueie o movimento internacional de venda de produtos, contando 
com uma ação conjunta dos países, sociedade e blocos comerciais.
APROFUNDE-SE
Por que é necessário um comércio internacional aberto e sem barreiras comerciais? Veja, pela visão do vencedor 
do prêmio Nobel de Economia, a integração global na manufatura de um lápis.
Título: Milton Friedman - "A História de um Lápis"
Disponível em: https://youtu.be/skx8a90xI78
Acesso em: 04/05/2021.
https://youtu.be/skx8a90xI78

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