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HIGIENE_OCUPACIONAL_E_PREVENCAO_DE_RISCOS_AMBIENTAIS 01

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Unidade 1
Livro Didático 
Digital
Dayanna dos Santos Costa Maciel
Higiene Ocupacional 
e Prevenção de 
Riscos Ambientais
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autora 
DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL
Dayanna dos Santos Costa Maciel
Olá! Meu nome é Dayanna dos Santos Costa Maciel. Sou formada 
em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) 
com Mestrado acadêmico nessa mesma área de conhecimento, este com 
ênfase em Estratégia e Inovação (pela Universidade Federal da Paraíba 
em 2019). Também possuo mestrado acadêmico em Gestão de Recursos 
Naturais (UFCG, 2014) com ênfase de pesquisa em Estratégia Ambiental 
focada em modelos e ferramentas de gestão nas empresas. Tenho 
experiência técnico-profissional no ensino da Administração ministrando 
disciplinas como Planejamento Estratégico, Sustentabilidade e Gestão, 
Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, entre outras ao nível 
de graduação e pós-graduação. Adoro transmitir meus conhecimentos e 
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. 
Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de 
autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase 
de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
A AUTORA
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda 
vez que:
ICONOGRÁFICOS
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova com-
petência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Introdução a Higiene Ocupacional: Origens e Evolução.........10
O que é Higiene Ocupacional: uma Visão Preliminar.................................10
Origens Práticas e Teóricas da Higiene Ocupacional.............................................12
Origens Teóricas da Higiene Ocupacional: primeiros Estudos e 
Pesquisas............................................................................................................................16
História da Saúde Ocupacional no Brasil....................................................................19
Definindo Higiene Ocupacional: Conceitos Relacionados..........22
Definindo Higiene Ocupacional............................................................................................22
Saúde e Risco como Elementos da Higiene Ocupacional...........................26
Termos de uso da Higiene Ocupacional..................................................................31
O Profissional de Higiene Ocupacional..........................................34
Diferenciando o Profissional de Higiene Ocupacional.....................................34
O higienista ou Técnico Ocupacional............................................................................39
Interdisciplinaridade e Ética na Atuação do Profissional de Higiene 
Ocupacional.........................................................................................................................................41
A Prática da Higiene Ocupacional: Implicações Legais ............45
Marcos Históricos Legais Relacionados a Higiene Ocupacional no Brasil...45
Higiene Ocupacional e a Legislação sobre Segurança do Trabalho.........50
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 7
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
UNIDADE
01
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais8
INTRODUÇÃO
Você sabia que estamos o tempo todo expostos a agentes 
ambientais que podem provocar danos a nossa saúde? Já parou para 
pensar sobre isso no seu dia-dia? Pois bem, quer seja em casa, no trabalho 
ou em um passeio na rua estamos o tempo todo expostos agentes físicos, 
químicos, biológicos e ergonômicos que podem causar danos a nossa 
saúde de acordo com sua natureza, concentração, intensidade e tempo de 
exposição. Ops! Pense um pouco: Como esses agentes se apresentam em 
seu ambiente de trabalho? Quantas vezes você se protegeu por de ruídos 
altos, ou ficou exposto a um odor de alguma substância química utilizada 
em um processo produtivo? Pois bem! Nessas reflexões você reconheceu 
alguns riscos ocupacionais presentes no ambiente de trabalho e assim 
como você, as organizações de diferentes tipos (indústria, empresas, 
comércio, etc.) devem identificar esses riscos ocupacionais, além de ser 
responsáveis por promover um ambiente ocupacionais de qualidade, 
ou seja, manter sob controle a exposição do trabalhador a agente de 
risco. Então do que estamos falando aqui? Estamos falando de higiene 
ocupacional, ou seja, reconhecimento, avaliação e controle de riscos 
ocupacionais nos ambientes de trabalho. Entendeu? Então prepare-se, ao 
longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! O universo 
da Higiene ocupacional!
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 9
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Compreender as bases teóricas e práticas que sustentam a 
higiene ocupacional desde sua origem;
2. Discernir sobre os conceitos relacionados à definição da higiene 
ocupacional;
3. Definir as atribuições e características de um profissional atuante 
na área de higiene ocupacional;
4. Reconhecer as implicações legais relacionadas à prática dos 
preceitos da higiene ocupacional.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho! 
OBJETIVOS
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais10
Introdução a higiene ocupacional: 
Origens e evolução
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender 
as bases teórica e prática que sustentam a higiene 
ocupacional desde sua origem. Isso é de suma importância 
para a sua atuação profissional, uma vez que a partir 
desse conhecimento você terá condições de observar de 
forma crítica como no cenário atual são estabelecidas as 
relações/condições de trabalho e como estas implicam na 
saúde do trabalhador. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!
O que é higiene ocupacional: Uma visão 
preliminar
Você parou para pensar sobre os riscos os quais sua saúde e integridade 
como ser humano saudável correm quando você está se ocupando no 
desempenho de uma atividade qualquer? Se não parou para pensar de 
forma proposital, intuitivamente você faz isso no seu dia a dia. Por exemplo, 
enquanto você se ocupa em cozinhar ao mesmo tempo intuitivamente se 
cuida para não se queimar ao se expor o fogo, concorda? Pois bem, ainda 
nesse ambiente você pode inalar gás em caso de vazamento de gás de 
cozinha ou ainda pode se cortar a manipular objetos cortantes, etc.
Considerando essa reflexão tomamos o cozinhar como ocupação 
e a cozinha como ambiente ocupacional. Caso você sofra por exemplo 
um corte ao manipular a faca, para você isso não passa de um acidente 
doméstico, agora vejamos de forma diferente. A cozinha pode não ser seu 
ambiente de trabalho, mas parauma funcionária doméstica ou cozinheiro de 
um restaurante, esse ambiente é um ambiente de trabalho. De modo que 
qualquer um dos riscos relatados passam a ser riscos ocupacionais existente 
no ambiente de trabalho. E, é nesse sentido que surge a higiene ocupacional. 
Mas, enfim o que é higiene ocupacional? Bem, vamos aprofundar 
a definição desse termo como área do conhecimento ou ciência mais 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 11
à frente nesse material. Contudo, precisamos conceber a priori uma 
conceituação preliminar.
Então, vamos lá o termo em questão é composto por tuas palavras: 
higiene ocupacional. Nesse sentido, para encontramos uma conceituação 
objetiva do termo, recorremos ao significado de ambas as palavras 
dispostos um dicionário de língua portuguesa. Segundo o Dicionário 
online de Português (DICIO, 2009-2020 s.p.), higiene é:
“Conjunto de regras e práticas relativas à conservação da 
saúde: ter a preocupação da higiene. Conjunto de práticas, 
regras, hábitos e costumes que visam ao bem-estar, à 
preservação da saúde; limpeza, conservação...”
No que tange a palavra ocupacional, essa é derivada da palavra 
ocupação. O Dicionário online de Português (DICIO, 2009-2020 b) 
apresenta a seguinte definição para ocupação: “Serviço; o trabalho mais 
importante da vida de alguém; os afazeres com os quais nos ocupamos: 
você precisa arrumar uma ocupação”. Se analisamos essa definição em 
relação aos afazeres com que nos ocupamos podemos rapidamente 
concluir que um dos principais afazeres do ser humano é o trabalho.
VOCÊ SABIA?
O trabalho na perspectiva econômica é definido como 
um fator de produção, sendo esse considerado como 
toda e qualquer atividade desempenhada pelo homem 
com o objetivo de satisfação de necessidades. Portanto, o 
trabalho é uma condição específica do homem desde seu 
aparecimento na Terra. 
Nesse sentido, o significado de ocupação remete ao significado de 
trabalho. No Dicionário online de a palavra trabalho pode ser empregada 
com vários significados. No que contexto de trabalho como ocupação 
podemos destacar os seguintes significados apresentados pelo Dicionário 
online de Português (DICIO, 2009-2020 c): “O emprego, o ofício ou a 
profissão de alguém”; “Conjunto das atividades realizadas por alguém 
para alcançar um determinado fim ou propósito”.
Diante dos significados de higiene, ocupação e trabalho podemos 
então definir modo objetivo e preliminar higiene ocupacional como: 
conjunto de regras, práticas, hábitos e costumes que objetivam o bem estar 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais12
e a preservação da saúde de um indivíduo no ambiente no qual esse é 
empregado e desempenha as atividades referentes a sua profissão ou ofício. 
DEFINIÇÃO
Higiene ocupacional remete ao conjunto de regras, 
práticas, hábitos e costumes que objetivam o bem estar e 
a preservação da saúde de um indivíduo em seu ambiente 
de trabalho. 
Agora você já entendeu do que trata a higiene ocupacional? Ela 
trata dos riscos que incorre o trabalhador que podem comprometer a 
saúde a integridade desse em seu ambiente de trabalho. Nesse sentido, 
para aprofundamos no assunto a seguir resgatamos as origens práticas e 
teóricas da higiene ocupacional.
Origens práticas e teóricas da higiene 
ocupacional
Para aprofundarmos nos aspectos particulares da higiene 
ocupacional são necessários a priori entendemos suas origens práticas 
e teóricas. As origens práticas remetem quando no dia a dia de trabalho 
passou-se a existir uma preocupação com a conservação da saúde do 
trabalhador e a teórica, aos fatos que exprimem cientificidade a essa 
preocupação. Objetivamente, a figura 1 apresenta algumas das origens 
práticas que levaram a construção da higiene ocupacional como 
concebemos nos dias atuais.
VOCÊ SABIA?
As origens práticas da higiene ocupacional remetem as 
condições de trabalho em que o homem foi submetido 
de a sua origem até os dias atuais. Contudo, as condições 
de trabalho nas quais o homem foi exposto durante a 
Revolução Industrial no Século XVIII e a I Guerra Mundial 
XX merecem destaque nesse cenário, uma vez que essas 
condições deram origem a um grande número de doenças 
ocupacionais na época, fato que chamou a atenção 
incentivou estudos os quais tornaram a higiene ocupacional 
uma área de conhecimento científico e prático relevante. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 13
Figura 1 – Origens práticas da Higiene Ocupacional
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais14
Conforme podemos observar na figura 1, o trabalho é inerente ao 
homem, e exposição desse ao risco muda em função do tipo, estrutura, 
forma e ambiente que esse trabalho se exprime. Assim, podemos concluir 
que até a Revolução Industrial poucas observações podem ser feitas em 
relação a saúde dos trabalhadores e seu ambiente de trabalho. Nesse 
contexto, Fundacentro (2004, p. 12):
“Ao se estudar a história de nossa civilização até a Revolução 
Industrial, encontram-se poucas observações sobre a saúde 
dos trabalhadores e seu ambiente de trabalho. No início, o 
esforço dispendido pelo homem para garantir sua existência e 
sobrevivência era um fator que gerava doenças “ocupacionais”, 
mas tarde com a estratificação da sociedade, o trabalho 
comum era desempenhado por escravos, em geral povos que 
haviam sido dominados por outros”. 
Então, nesse primeiro momento o que precisamos guardar em nossa 
mente como registro das origens práticas da saúde ocupacional? Bem, 
resumidamente precisamos saber que em uma sociedade escravocrata 
embora hoje destacamos a necessidade de intervir os maus tratos no 
trabalho, na época a preocupação com a saúde do trabalhador não era 
prática vigente. Nesse sentido, o que se pode observar com base nos relatos 
históricos é que só escravos trabalhavam e, consequentemente, apenas 
esses eram expostos aos riscos, de modo que com a abundância de mão de 
obra escrava não se observava grande preocupação da classe dominadora 
em garantir proteção a classe dominada na realização do trabalho. 
Nesse cenário, pouquíssimos fatos na história podem ser destacados 
como raízes práticas do que entendemos hoje como higiene pessoal, tais 
fatos são destacados por Camisassa (2016, p. 36):
“O que se via naquela época eram alguns estudos isolados 
de investigação das doenças do trabalho, como aqueles 
realizados pelo médico e filósofo grego Hipócrates (460-375 
a.c.), que em um de seus trabalhos descreveu um quadro de 
“intoxicação saturnina” em um mineiro (o saturnismo é o nome 
dado à intoxicação causada pelo chumbo). Plínio, O Velho, 
escritor e naturalista romano, que viveu no início da era Cristã 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 15
(23-79 d.C.), descreveu, em seu tratado “De História Naturalis”, 
as condições de saúde dos trabalhadores com exposição 
ao chumbo e poeiras. Ele fez uma descrição dos primeiros 
equipamentos de proteção conhecidos, como panos ou 
membranas de bexiga de animais para o rosto (improvisados 
pelos próprios escravos), como forma de atenuar a inalação 
de poeiras nocivas; também descreveu diversas moléstias do 
pulmão entre mineiros e envenenamento devido ao manuseio 
de compostos de enxofre e zinco.”
Enfim, os fatos que antecedem a Revolução Industrial nos 
permitem definir uma premissa importante a ser considerada pela higiene 
ocupacional: a exposição do trabalhador ao risco pode ser reflexo da 
estratificação social e relações de poder. De modo que hoje embora o 
contexto tecnológico e econômico seja totalmente diferente podemos 
atentar a respeito da escravidão contemporânea e seus reflexos na saúde 
do trabalhador.
REFLITA
Quais os riscos que a escravidão contemporânea expõe o 
trabalhador? Mesmo com o avanço nas leis sobre higiene 
ocupacional e relações de trabalho por que essa prática 
existe? O que gera a escravidão contemporânea? Faça uma 
breve pesquisa na internet e busque responder a essas 
questõesde forma reflexiva, de modo a construir seu ponto 
de vista sobre esse problema social e sua relação com a 
higiene ocupacional/prevenção de riscos.
Conforme vimos anteriormente, os fatos que constituem as raízes 
práticas mais fortes da higiene ocupacional remetem ao período durante 
e após a Revolução Industrial. A figura 1 elencou de forma objetiva os 
principais fatos que conduziram a uma preocupação social com a saúde 
do trabalhador e a relação dessa com o ambiente de trabalho do mesmo. 
Esses fatos conduziram a criação de legislação relacionada a saúde 
do trabalhador e atitudes dos empregadores em respostas as leis nos 
séculos seguintes (conforme destaca a figura 1). É um exemplo dessas leis 
a “Lei da Saúde e Moral dos Aprendizes” e a “Lei das Fábricas”. A respeito 
da “Lei das Fábricas” assevera Fundacentro (2004, p.16):
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais16
A “Lei das Fábricas” de 1833 foi ampliada em 1864 e apresentava 
as primeiras exigências sobre Higiene Ocupacional. “Todas as 
fábricas deveriam ser ventiladas para remover qualquer gases 
nocivos, poeiras e outras impurezas que poderiam causar 
danos à saúde” é o que hoje chamamos de ventilação diluidora. 
No Século XX é importante destacarmos que a I Guerra Mundial 
trouxe à tona novos problemas relacionados a saúde do trabalhador, a 
exemplo da exposição desses ao chumbo nas fábricas de armamentos. 
É também foi nesse século que se observa o surgimento de instituições 
voltadas ao estudo e desenvolvimento de acordos internacionais na área 
de higiene ocupacional.
Então nesse segundo momento das raízes práticas o que tivemos 
ter em mente? Objetivamente os acontecimentos durante e pós a 
Revolução Industrial nos conduz a uma segunda premissa importante a 
ser considerada pela higiene ocupacional: As leis são um mecanismo que 
influenciam diretamente no controle da exposição do trabalhador ao risco 
e na qualidade do ambiente ocupacional. 
Ainda, podemos inferir com base no que virmos até aqui que as 
pesquisas e estudos no âmbito das fábricas conduziram e influenciam 
algumas práticas relacionadas a higiene ocupacional, para tanto a 
seguir destacamos esses estudos como raízes teorias dessa área do 
conhecimento. 
Origens teóricas da higiene ocupacional: primeiros 
estudos e pesquisas
Se você chegou até aqui já conhece as raízes práticas da higiene 
ocupacional. Mas não as teóricas. Pois bem, ao mesmo tempo que 
raízes práticas cresciam também surgiam trabalhos de pesquisadores 
que em seus estudos buscavam compreender a relação entre saúde 
do trabalhador, atividades de trabalho e ambiente ocupacional. Para 
facilitar nosso conhecimento, o quadro 1 elenca de forma objetiva alguns 
desses estudos e suas contribuições para o estabelecimento científico 
da higiene ocupacional. As publicações e descobertas resultantes desses 
estudos/pesquisas é o que chamamos aqui de raízes teóricas da higiene 
ocupacional.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 17
Quadro 1 – Origens teóricas da higiene ocupacional
RAÍZES
AUTORES/
PESQUISADORES
CONTRIBUIÇÕES
Publicação 
de Panfleto 
sobre doença 
ocupacional (1473)
Editora Ulrich
- Instruções a respeito da higiene 
ocupacional.
 Publicação 
de livro: De 
Re Metálica 
(Alemanha, 1556; 
Estados Unidos 
1919)
Georius (Agrícola 
Alemão)
- Descrição dos fatores de 
risco associados à indústria de 
Mineração.
Publicação de 
livro: De Morbis 
Artificium Diatriba 
(1700)
Bernadino 
Ramazzini 
(médico italiano)
- O livro é reconhecido como o 
primeiro tratado sistematizado 
sobre doenças ocupacionais.
- Descrição de doenças de trabalho 
relacionada a 50 ocupações e 
apresentação de cuidados para 
diminuir os fatores de risco das 
indústrias. 
Descoberta: 
Problemas 
de Higiene 
Ocupacional (Séc. 
XVIII)
George Baker
- Atribuiu a “Cólica de Devonshire” 
à utilização de chumbo na 
indústria de vinho de maça (sidra) e 
colaborou na remoção de seu uso.
Percival Pott
- Reconheceu a fuligem como uma 
das causas de câncer sacrotal, 
o que foi a principal causa para 
a ocorrência em limpadores de 
chaminé em 1788, na Inglaterra. 
Willian Far (1851)
- Assinalou que a mortalidade entre 
os fabricantes de vasos entre 35-45 
anos era excessivamente alta, e 
que a fabricação de cerâmica na 
Inglaterra era um dos ofícios mais 
insalubres.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais18
Escritos doenças 
ocupacionais (Séc. 
XIX)
Charles Thackrah 
(Político influente 
e médico) e 
Percival Pott
- Escrita de um tratado de 200 
páginas de orientações sobre 
medicina do trabalho.
-Deu início à moderna literatura 
de reconhecimento das doenças 
ocupacionais.
Publicação de 
livro: On the 
influence of 
trades, profession, 
and ocupations in 
the United States, 
in the production 
of disease
Benjamin W. Mc 
Cready
- Primeiro compêndio de medicina 
ocupacional no país
Descoberta: 
Problemas 
de Higiene 
Ocupacional (Séc. 
XIX)
Charles Bikens
- Chamou atenção dos problemas 
existentes dentro das fábricas que 
estavam causando acidentes e 
doenças profissionais.
- Abriu caminho para uma nova 
legislação relativa a higiene 
ocupacional em vigor até hoje na 
Inglaterra. 
Fonte: adaptado de Fundacentro (2004)
Observando as informações dispostas no quadro 1 podemos 
concluir que raízes teóricas da higiene ocupacional surgiram na Alemanha 
e Estados Unidos sendo fruto de pesquisas realizadas por engenheiros e 
médicos. Ainda com base no quadro 1, temos que a higiene ocupacional 
surgiu no contexto industrial, contudo hoje ela não se aplica apenas no 
ambiente industrial. Agora já temos conhecimento das raízes práticas e 
teóricas da higiene ocupacional, assim temos em nossa mente nesse 
momento uma noção de como essa área do conhecimento surgiu 
de forma abrangente. Mas, e no Brasil, como a higiene ocupacional se 
estabeleceu? No item a seguir vamos conhecer de forma breve a história 
da saúde ocupacional no Brasil.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 19
História da Saúde ocupacional no Brasil
No Brasil, as raízes práticas da higiene ocupacional seguiram o perfil 
dos demais países. Nesse sentido, são fatos que motivaram no Brasil a 
preocupação com a saúde dos trabalhadores no período antes, durante e 
após a revolução industrial: mão de obra escrava, crescimento industrial, 
más condições de trabalho, jornadas prolongadas de trabalho sem 
remuneração de hora extra, acidentes de doenças profissionais, entre 
outros. A respeito desses fatos e como eles conduziram aos avanços no 
país no que tange a saúde e direitos do trabalhador assevera Fundacentro 
(2004, p.16):
Durante esse período inicial na industrialização em nosso país, 
a higiene ocupacional, já praticada em países desenvolvidos 
como Estados Unidos e Inglaterra, não era conhecida, e de 
maneira muito semelhante ao que aconteceu nesses países, as 
primeiras preocupações com o assunto partiram de denúncias 
de trabalhadores, dos jornais da época, dos estudos em 
universidades, entre outros. A partir desse movimento social 
e sob a influência direta das imigrações, que refletiam os 
movimentos sindicais europeus as lideranças conseguiram 
mobilizar a classe operária para grande “questão social”.
Então não podemos esquecer que no contexto brasileiro a classe 
trabalhadora desempenhou importante papel para a aplicação/prática 
dos preceitos da higiene ocupacional. Já na perspectiva teórica, ou seja, 
da publicação de pesquisas e estudos relacionados à saúde e ao ambiente 
de trabalho no Brasil dentre as primeiras raízes os estudos realizados pela 
Universidade da Bahia entre 1880 e 1903; as contribuições de Osvaldo 
Cruz, Warren Dean, entre outros.
A Universidade da Bahia entre 1880 e 1903 realizou estudos em 
fábricas de charutos e rapé, velas de sebo; ela também aprofundou em 
pesquisas sobre intoxicação por chumbo. No que tange a Oswaldo Cruz, 
esse deu contribuiçõespara o campo através de estudos e trabalhos 
voltados ao combate às epidemias de doenças infecciosas relacionadas 
ao trabalho. Já Warren Dean teve como principal contribuição a descrição 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais20
sobre as condições do ambiente de trabalho na época. Esse último 
destacou como motivos para doenças e acidentes de trabalho fatores 
como: estruturas inadequadas e não projetadas especificamente que 
abrigavam máquinas usadas na produção; mal iluminação e ventilação e 
ausência de instalações sanitárias. 
SAIBA MAIS
Oswaldo Cruz dirigiu frente de trabalho na ferrovia Madeira 
–Mamoré no Brasil. Para saber um pouco mais sobre a 
presença médica na construção dessa ferrovia. Acesse: 
https://bit.ly/2XqsFTv. Se você gostaria de ver imagens 
relacionadas a construção da Madeira-Mamoré, a “Ferrovia 
da Morte” acesse: https://bit.ly/39T5vu5.
No Brasil, o avanço das preocupações relacionadas a higiene 
ocupacional se destaca no âmbito jurídico-institucional. Aprofundaremos 
a esse respeito ao longo dos nossos estudos.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 21
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que higiene ocupacional remete ao conjunto 
de regras, práticas, hábitos e costumes que objetivam o 
bem estar e a preservação da saúde de um indivíduo em 
seu ambiente de trabalho. Nesse sentido, assim como o 
trabalho os aspectos relacionados a higiene ocupacional 
são inerentes ao homem. Nesse capítulo, então vimos que 
a higiene ocupacional como área do conhecimento surgiu 
da preocupação com fatos observados no ambiente de 
trabalho, e do estudo científico desses. Para facilitar esse 
entendimento concebemos que a higiene ocupacional 
possui raízes práticas e teóricas. As raízes práticas nos 
permitiu concluir duas premissas importantes a serem 
consideradas pela higiene ocupacional: 1. A exposição 
do trabalhador ao risco pode ser reflexo da estratificação 
social e relações de poder; 2. As leis são um mecanismo 
que influenciam diretamente no controle da exposição 
do trabalhador ao risco e na qualidade do ambiente 
ocupacional. No que tange as raízes teóricas, vimos que os 
estudos de higiene ocupacional buscavam compreender a 
relação entre saúde do trabalhador, atividades de trabalho 
e ambiente ocupacional. Essas pesquisas originaram-
se na Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. Por último, 
vimos que no Brasil o desenvolvimento das preocupações 
com higiene ocupacional seguiu o mesmo caminho dos 
outros países, contudo com destaque na mobilização e 
participação da classe operária nesse processo.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais22
Definindo Higiene Ocupacional: conceitos 
relacionados
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de discernir 
sobre os conceitos relacionados à definição da higiene 
ocupacional. Aqui você entenderá os elementos e 
conceitos que a higiene ocupacional envolve, bem como 
a relação existente entre higiene ocupacional/medicina 
do trabalho e segurança do trabalho. Esses conceitos irão 
norteá-lo quando em sua prática profissional for necessário 
analisar e intervir em ambientes de trabalho com o foco 
garantir a saúde e integridade física do trabalhador. E 
então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
Definindo higiene ocupacional
Vamos lá! No capítulo anterior estabelecemos a seguinte definição 
preliminar de higiene ocupacional: “Higiene ocupacional remete ao 
conjunto de regras, práticas, hábitos e costumes que objetivam o bem 
estar e a preservação da saúde de um indivíduo em seu ambiente de 
trabalho”. 
Então, agora chegou o momento de aprofundamos no assunto. Na 
literatura pertinente a higiene ocupacional ou higiene no trabalho, como 
também é conhecida, podemos encontrar algumas definições atribuídas 
por pesquisadores e instituições da área. Para facilitar nossa visualização, 
o quadro 2 apresenta algumas dessas definições, vejamos!
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 23
Quadro 2 – Definições de higiene ocupacional
AUTOR (ANO) DEFINIÇÃO
Olishifski (1988)
Aquela ciência e arte devotada à antecipação, 
reconhecimento, avaliação e controle dos fatores de 
risco ou stress ambientais originados no, ou a partir 
do local de trabalho, os quais podem causar doenças, 
prejudicar a saúde e o bem-estar, ou causar significante 
desconforto sobre os trabalhadores ou entre os 
cidadãos de uma comunidade. 
American Industrial 
Hygiene Association 
–AIHA (1996)
Ciência que trata da antecipação, reconhecimento, 
avaliação e controle dos riscos originados nos locais de 
trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem estar 
dos trabalhadores, tendo em vista também o possível 
impacto nas comunidades vizinhas e no ambiente.
Funacentro (2004)
Campo de atuação da ciência que se dedica ao 
estudo dos ambientes de trabalho e à prevenção das 
doenças causadas por eles. É uma ciência de caráter 
essencialmente preventivo.
American 
Conference of 
Governmental 
Industrial Hygienists 
(ACGIH, 2012)
uma ciência e uma arte que objetiva a antecipação, o 
reconhecimento, a avaliação e o controle dos fatores 
ambientais e estresses, originados nos locais de trabalho. 
Esses podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou 
ao bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos 
trabalhadores ou entre as pessoas da comunidade.
National Safety 
Council (NSC, 2012)
é a ciência e arte devotadas à antecipação, 
reconhecimento, avaliação e controle dos fatores 
ou sobrecargas ambientais, originadas nos locais de 
trabalho que podem causar doenças, prejudicando 
à saúde e o bem-estar ou gerando considerável 
desconforto e ineficiência entre trabalhadores ou 
cidadãos da comunidade.
British Occupational 
Hygiene Society 
(BOHS, 2012),
é a prevenção de problemas de saúde do trabalho, através 
do reconhecimento, avaliação e controle dos riscos.
International 
Occupational 
Hygiene Association 
(IOHA, 2012)
É a antecipação, reconhecimento, avaliação e controle 
de riscos para a saúde, no ambiente de trabalho, com o 
objetivo de proteger a integridade física e o bem-estar do 
trabalhador e salvaguardar a comunidade em geral.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais24
Rossete (2014)
É a área que reconhece, avalia e controla os riscos 
originados dos ambientes profissionais capazes de 
provocar alterações na saúde dos trabalhadores; tendo 
por objetivo colaborar com a promoção e conservação 
da saúde dos operários por meio de condições 
adequadas no ambiente de serviço.
Fonte: adaptado de Fundacentro (2004; p.16-17); Peixoto, Hosfstadler e Silveira (2012; p.16-17) 
e Rossete (2014)
Agora analise as definições de higiene ocupacional dispostas 
no quadro 3. O que você pode concluir imediatamente? Vou te contar, 
podemos concluir que elas são homogêneas, ou seja, não diferem muito 
umas das outras. Diante dessa conclusão, podemos então extrair desses 
conceitos os seguintes elementos principais que definem a higiene 
ocupacional em seu campo de atuação: campo científico, local/ambiente 
de trabalho, fatores de riscos/ stress ambiental e saúde do trabalhador.
IMPORTANTE
A higiene ocupacional ou do trabalho é apenas um dos 
campos de estudo da saúde ocupacional. Nesse sentido, 
ela se difere da medicina do trabalho e segurança do 
trabalho que são os demais campos que compõem uma 
abordagem multiprofissional da saúde ocupacional. A figura 
4 apresenta a diferença de foco entre esses campos.
Figura 4 – Abordagem multifuncional da saúde ocupacional
Fonte: Adaptado de Rossete (2014; p.9)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 25
A higiene do trabalho é considerada um campo científico por ser 
embasada na análise e estudos de fatos observáveis. A esse respeito,Fundacentro (2004, p. 44) assevera:
A higiene ocupacional é uma ciência, porque está baseada 
em fatos comprováveis, empíricos e analisáveis por método 
científico por meio da física, química, bioquímica, toxicologia, 
medicina, engenharia e saúde pública. [...] Por possuir caráter 
essencialmente preventivo, as ações de higiene ocupacional 
devem se fundamentar prioritariamente na prevenção 
da exposição em estudos epistemológicos prospectivos, 
registram-se as exposições ao longo do tempo para que se 
conheça alguma relação entre exposição ocupacional e o 
efeito a saúde.
Então não devemos esquecer que a higiene ocupacional é um 
campo de estudo que busca gerar conhecimento científico preventivo, 
ou seja, que promova a redução ou evite a ocorrência de doenças 
relacionadas ao ambiente de trabalho. Assim temos outro elemento que 
compõe a definição de higiene ocupacional: o ambiente de trabalho, 
serviço ou ainda de ocupação.
DEFINIÇÃO
Ambiente de trabalho é o local no qual os indivíduos 
desenvolvem atividades de labor. Envolve tudo em que 
o esse indivíduo é exposto e interage ao desempenhar 
atividades relacionados ao seu trabalho.
Além do campo científico, e local/ambiente de trabalho dois 
elementos da definição de higiene ocupacional devem ser destacados 
com maior ênfase, são eles: fatores de risco/ stress ambiental e saúde 
do trabalhador. Esses elementos são conceituados de forma introdutória 
a seguir.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais26
Saúde e Risco como elementos da higiene 
ocupacional
Se você avançou nos estudos até esse ponto é capaz de responder 
a esse questionamento: Qual a importância da higiene ocupacional? Pare 
agora e pense a esse respeito. Pensou? Acredito que na sua resposta deve 
conter “Proteger o trabalhador” ou “Evitar acidentes de trabalho”, em linhas 
gerais a importância da higiene ocupacional se resume isso, contudo é 
necessário entendermos de que esse campo científico busca proteger o 
trabalhador e como ele faz isso.
Vejamos! A higiene ocupacional busca proteger o trabalhador de 
danos à sua saúde por meio da aplicação de mecanismos que reduzam a 
níveis aceitáveis ou elimine a sua exposição a fatores ou agentes de risco 
em ambiente de trabalho. Então temos dos conceitos importantes aqui, o 
primeiro é saúde e o segundo fatores de risco.
Em relação a definição de saúde a Organização Mundial de Saúde 
–OMS adota um conceito amplo, conforme assevera Fundacentro (2004, 
p. 45):
A saúde pode ser vista como um estado completo de bem-
estar físico, mental e social e não meramente a ausência de 
doença [...]. Para atingir essa meta, o ser humano estabelece 
uma batalha contínua, com o intuito de manter um balanço 
positivo contra as forças biológicas, físicas e químicas, mentais 
e sociais que tendem a romper o equilíbrio [...]
A definição de saúde da OMS é genérica, portanto necessitamos 
definir a que diz respeito especificamente a saúde do trabalhador. A esse 
respeito Fundacentro (2004, p. 46) destaca:
Saúde do trabalhador representa um esforço de compreensão 
do processo saúde-doença, como e porque ocorre, e o 
desenvolvimento de alternativas que levem à transformação 
e direção à apropriação pelos trabalhadores na dimensão 
humana de trabalho. [...]
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 27
[...] entende-se por saúde do trabalhador, um conjunto de 
atividades que se destina, a través de ações de vigilância 
epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção 
da saúde dos trabalhadores, assim como visa a recuperação e 
reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos risco 
a e agravos advindo das condições de trabalho.
Então com base nesses conceitos e a diferença entre os campos 
que compõe uma visão multifuncional da saúde ocupacional que a 
medicina do trabalho assume a visão ampla do conceito de saúde, ou seja: 
estado completo de bem-estar físico, mental e social e não meramente 
a ausência de doença. Essa visão também é compartilhada pela saúde 
ocupacional. Mas entenda bem, a higiene ocupacional tem seu foco a 
promoção de controle e ausência de doenças de trabalho originadas 
da exposição do trabalhador ao risco advindo forças biológicas, físicas e 
química presentes no ambiente de trabalho. 
DEFINIÇÃO
Saúde do trabalhador é estado de bem-estar decorrente 
do controle e ausência de doenças de trabalho originadas 
da sua exposição ao risco advindo forças biológicas, físicas 
e químicas presentes no ambiente de trabalho.
Entendeu bem no que consiste a saúde do trabalhador no campo da 
higiene ocupacional? Se entendeu, percebeu que ela está relacionada a 
outro conceito importante: Risco. E no conceito de risco e seus fatores. 
A respeito da definição de risco Em relação a definição de saúde a 
Organização Mundial de Saúde –OMS adota um conceito amplo, conforme 
assevera Fundacentro (2004, p. 47):
Qualquer pessoa está exposta as mais diversas condições que 
podem ocasionar eventos ou danos indesejados, seja dentro 
do ambiente de trabalho, ou fora dele, e que poderão afetar 
a sua qualidade de vida, como doenças, acidentes, perda do 
patrimônio, entre outros. A essa probabilidade de ocorrer danos 
denominamos de risco. O risco, portanto, é a combinação da 
probabilidade e magnitude de um evento desejado. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais28
Traduzindo o conceito de risco, e trazendo esse para o campo da 
higiene ocupacional temos que o risco é o resultado da chance de ocorrer 
um evento gerador de dano a saúde do trabalhador resultante de seu 
trabalho, somada a gravidade da consequência do dano caso o evento 
ocorra. Para facilitar o entendimento, o quadro 3 apresenta um exemplo 
de análise de risco no ambiente de trabalho de fabricação de artigos de 
mármore, resultante de uma pesquisa realizada por Chagas (2016).
Quadro 3– Estudo de risco no ambiente de trabalho de fabricação de artigos de mármore
ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS NA FABRICAÇÃO 
DE ARTIGOS EM MÁRMORE
Avaliação de riscos é a base de uma gestão eficaz da segurança e da 
saúde do trabalho para reduzir os acidentes de trabalho e as doenças 
profissionais. Este estudo tem por objetivo descrever a avaliação de riscos 
nas tarefas de cada atividade na fabricação de artigos em mármore. 
Utilizou-se o método de análise e avaliação de riscos William T. Fine. A 
atividade em estudo foi categorizada em três grupos: corte, polimento e 
acabamento dos artigos.
Classificação do riscos: Atribui-se um índice às situações de risco 
identificadas baseado na gravidade e na probabilidade de ocorrência 
do perigo a elas associado. O produto das três variáveis, Consequência 
(C), Exposição (E) e Probabilidade (P) dá origem à Magnitude do Risco 
(R) ou Grau de Perigosidade (GP). Para determinar as prioridades de 
intervenção recorreu-se à escala de índice de risco, em que: o GP<20, 
o nível de risco é 5 (aceitável); 20<GP<70, 4 (moderado); 70<GP<200, 
3 (notável); 200<GP<400, 2 (alto) e GP>400, o nível de risco é 1 (grave/
eminente).
Na análise de riscos por atividade foi tida em conta a qualidade dos 
equipamentos e das instalações existentes, que por si só, já elimina 
alguns possíveis fatores de risco. Assim, nas Tabelas 1 encontram-
se o grau de Perigosidade do Risco relacionado a atividade de corte, 
resultante da classificação obtida em relação ao nível de consequência, 
exposição e probabilidade. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 29
Fonte: Adaptado de Chagas (2016, p.16;22)
SAIBA MAIS
Para conhecer mais sobre os riscos existentes no ambiente 
de trabalho de fabricação de artigos de mármore leia 
na integra o artigo de Chagas (2016) intitulado: “Análise e 
avaliação de riscos profissionais na fabricação de artigos 
em mármore”. Este artigo encontra-se disponível em: 
https://bit.ly/3i7lK9M.
Com base no exemplo disposto do quadro três compreende que 
a definição de riscoestá atrelada os seguintes conceitos: consequência, 
fonte de risco, perigo e probabilidade. As definições desses conceitos 
estão contidas na NBR ISO 31000, conforme assevera Rossete (2014, p.11):
Vale ressaltar também outras definições a NBR ISSO 31000:
Consequência – resultado de um evento que afeta os objetivos 
[...]
Fonte de risco – elemento que, individualmente ou combinado, 
tem potencial intrínseco para dar origem ao risco [...]
Perigo – fonte de potencial dano. [...]
Probabilidade – chance de algo acontecer (ABNT, 2009). [...]
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais30
Então o que devemos destacar a respeito da definição de risco? Com 
base no exemplo disposto no quadro 3 e as definições: consequência, 
fonte de risco, perigo e probabilidade, temos que: quanto maior o 
resultado de um evento que afeta a saúde do trabalhador e a sua chance 
de acontecer, maior será o risco atribuído a uma dada atividade. Então, 
não esqueça: Risco= probabilidade x consequência (CAMPOS,2013). 
DEFINIÇÃO
RISCO = probabilidade x consequência (CAMPOS, 2013).
A higiene ocupacional então tem dentre seus objetivos reduzir 
o risco, para tanto no contexto do ambiente de trabalho que identifica, 
monitora e controla a exposição do trabalhador aos fatores e agentes de 
risco. Um fator agente de risco é o elemento gerador elemento o qual o 
risco está associado. 
Retomamos ao exemplo da fabricação de artigos em mármore, 
a perda da acuidade auditiva é um risco, cujo o fator/agente gerador 
é o ruído. Outro exemplo é a fadiga, que é um risco que possui como 
fator/agente a postura inadequada no trabalhador em atividade. Pois 
bem, nesse exemplos destacamos um exemplo de fator/agente de 
risco físico (ruído) e outro ergonômico (postura inadequada). Os fatores/
agente de risco podem ser classificados em: físicos, químicos, biológicos 
e ergonômicos. O quadro 4 apresenta resumidamente no que consiste 
cada tipo de risco.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 31
Quadro 4– Classificação dos fatores ou agentes de risco
FATOR/AGENTE DESCRIÇÃO
Físicos 
Diversas formas de energia a que possam estar expostos 
os trabalhadores, tais como: ruído, vibração, pressões 
anormais, temperaturas, radiações ionizantes, radiações 
não ionizantes, etc.
Químicos
Substâncias, compostos ou produtos que possam 
penetrar no organismo pelas vias respiratórias, absorção o 
da pele ou ingestão. Exemplos: poeira e gases.
Biológicos
São microrganismos os quais o trabalhador ao obter 
contato pode adquirir doenças. Exemplos: bactérias, 
fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.
Ergonômicos 
São decorrentes da organização e gestão do trabalho. 
Exemplos: esforço físico, postura inadequada, controle 
rígido de produtividade, jornada de trabalho prolongada, 
monotonia e repetitividade de movimentos, falhas no 
treinamento e supervisão dos trabalhadores, entre outros.
Fonte: Adaptado de Alves (2015, p. 16;2)
Agora que apreendemos um pouco sobre os dois conceitos 
importantes ligados a definição de higiene ocupacional (saúde e risco), 
é importante que saibamos entender também alguns termos e palavras 
que são de uso da área. Nesse sentido, no tópico a seguir apresentamos 
algumas dessas palavras ou termos.
Termos de uso da higiene ocupacional
Se você chegou até aqui já tem claro em sua mente o que é a 
higiene ocupacional. Então para finalizar sua base inicial de conhecimento 
sobre essa área, destaca-se no quadro 5 algumas palavras ou termos 
comumente usados pelos profissionais que atuam na área.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais32
Quadro 5– Termos de uso da Higiene Ocupacional
Termo Definição/sentido de uso
Agente de Risco
Agente necessário para provocar riscos à saúde, segurança e 
meio ambiente.
Agente Tóxico
Qualquer substância química que pode causar dano a um 
organismo vivo, como resultado de interação físico-química.
Análise de Risco
Exame detalhado para compreender a natureza de con-
sequências indispensáveis para a vida e saúde humana, 
propriedade e meio ambiente.
Avaliação
Ato ou situação de determinar a importância, a magnitude de 
valor de algo.
Avaliação da 
Estimativa da 
exposição
Processo que mede ou estima a intensidade, duração e fre-
quência da exposição humana a um agente de estressor.
Avaliação de 
Risco
Processo global de estimar a magnitude do risco e decidir se 
o risco é tolerável, aceitável ou não.
Concentração 
Ambiental
Estimativa de quantidade de uma substância em uma meio 
ambiente específico.
Dano a saúde
Alteração do estado de saúde que resulte em doença ou 
alteração do processo de crescimento e desenvolvimento ou 
até morte.
Doença profis-
sional
Doença produzida ou desencadeada pelo exercício do traba-
lho peculiar a determinada atividade.
Doença do tra-
balho
Doença adquirida ou desencadeada em função de condi-
ções especiais em que o trabalho é realizado.
Dose 
Quantidade de um agente de risco que entra em contato 
com o organismo
Estimativa
Determinação por cálculo ou avaliação valor fundado em 
probabilidade.
Exposição
Situação ou condição de uma ou mais pessoas que podem 
estar sujeitas a interação com agentes ou fatores de riscos.
Gerenciamento 
de Risco
Processo de selecionar e implementar medidas para a alterar 
a magnitude do risco.
Monitorização
Vigilância periódica ou contínua ou ainda a realização de 
testes para determinar as características de fatores de risco, 
os níveis de contaminação ou exposição ou a condição de 
saúde de pessoas, animais, ou outros seres vivos.
Risco ocupacio-
nal 
Possibilidade de uma pessoa sofrer determinado dano para a 
sua saúde em virtude das condições de trabalho
Toxidade
Propriedade de qualquer substância que pode ocasionar 
danos a um organismo vivo.
Fonte: Adaptado de Fundacentro (2004, p. 59-63)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 33
RESUMINDO
Então adiante concluímos que a higiene ocupacional ou do 
trabalho é apenas um dos campos de estudos da saúde 
ocupacional. Nesse sentido, ela se difere da medicina 
do trabalho e segurança do trabalho que são os demais 
campos que compõem uma abordagem multiprofissional 
da saúde ocupacional. Ela difere por ter seu foco voltado 
para conforto e eficiência do trabalho, buscando um 
ambiente adequado a manutenção e saúde do trabalhador. 
Por fim, virmos que a saúde do trabalhador está ligada à sua 
exposição ao risco, sendo esse risco igual a probabilidade x consequência. 
Nesse contexto, higiene ocupacional no contexto do ambiente de trabalho 
identifica, monitora e controla a exposição do trabalhador aos fatores e 
agentes de riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais34
O profissional de higiene ocupacional
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de definir as 
atribuições e características de um profissional atuante 
na área de higiene ocupacional. Saber quais são as 
características e atribuições de um profissional da área de 
higiene ocupacional ajudará você a identificar quais dessas 
características precisa desenvolver para atuar a área ou 
selecionar pessoas adequadas para desempenhar esse 
papel ao longo da sua profissão. E então? Pronto para 
desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante!
Diferenciando o profissional de higiene 
ocupacional
Olá! Lembra do conceito de higiene ocupacional? Virmos que a 
higiene ocupacional é a área da ciência que reconhece, avalia e controla 
os riscos originados dos ambientes profissionais capazes de provocar 
alterações na saúde dos trabalhadores; tendo por objetivo colaborar com 
a promoção e conservação da saúde dos operários por meio de condições 
adequadas no ambiente de serviço (ROSSETE, 2014). E é com base nessa 
definição que iremos diferenciar o profissional de higiene ocupacional dos 
demais profissionais que atuam com a saúde ocupacional. 
Revisando: A higiene ocupacional ou do trabalho éapenas um dos 
campos de estudo da saúde ocupacional. Nesse sentido, ela se difere da 
medicina do trabalho e segurança do trabalho que são os demais campos 
que compõem uma abordagem multiprofissional da saúde ocupacional.
Já que você tem clara a definição de higiene ocupacional, antes de 
fazermos uma diferenciação entre os profissionais da área, cabe primeiro 
definirmos bem no que consiste a medicina do trabalho e a segurança do 
trabalho, uma vez que essas são os demais campos que compõe uma 
abordagem multifuncional da saúde ocupacional.
No que tange a medicina do trabalho ela tem em seu foco a saúde 
física e mental dos trabalhadores, através da vigilância da saúde para o 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 35
aumento da produtividade. A respeito da medicina do trabalho assevera 
Rossete (2014, p.8):
A medicina do trabalho preocupa-se com a saúde física e 
mental do trabalhador, tendo em vista a vigilância à saúde dos 
profissionais perante os riscos que estão expostos. Isso pode 
contribuir para o aumento da produtividade e disponibilidade 
da mão de obra, devido à redução de afastamentos para 
tratamento dos casos de doenças e acidentes relacionados 
ao trabalho.
No que tange a segurança no trabalho, essa tem por foco medidas 
técnicas, médicas e profissionais para cuidado do trabalhador objetivando 
a prevenção de acidentes. A respeito da segurança do trabalho Peixoto, 
Hosfstadler e Silveira (2012; p.28;29) destacam:
Podemos definir Segurança do Trabalho como uma 
série de medidas técnicas, administrativas, médicas e, 
sobretudo, educacionais e comportamentais, empregadas 
a fim de prevenir acidentes, e eliminar condições e 
procedimentos inseguros no ambiente de trabalho. A 
segurança do trabalho destaca também a importância 
dos meios de prevenção estabelecidos para proteger a 
integridade e a capacidade de trabalho do colaborador. 
Para a execução dessas medidas, não bastam apenas 
ações dos profissionais ligados à área (SESMT e CIPA), 
mas é necessária a participação de todos os envolvidos, 
ou seja, desde a direção da empresa até os trabalhadores 
de chão de fábrica, pois o sucesso das ações vai depender 
de uma adequada política de segurança do trabalho, na 
qual todos têm suas responsabilidades.
VOCÊ SABIA?
Você sabia que nas organizações com mais de 50 
funcionários tem obrigatoriedade de possuir um órgão 
responsável pela prevenção de acidentes? Pois é, esse 
órgão é a Comissão de acidentes e doenças decorrentes 
do trabalho (CIPA).
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais36
Um fato é importante destacamos, tanto a medicina do trabalho, 
como a higiene ocupacional e a segurança no trabalho quando aplicadas 
dentro das organizações apresenta vários benefícios, dentre os quais: a 
redução de despesas com pagamento de sanções por descumprimento 
de lei do trabalho; redução da frequência de acidentes de trabalho, 
prevenção de doenças; redução de morbidade e mortalidade; entre 
outros benefícios.
IMPORTANTE
É importante que você saiba a diferença entre morbidade e 
mortalidade. Morbidade remete a refere-se a relação entre 
trabalhadores doentes e não doentes expostos as mesmas 
condições e ambiente de trabalho. Já a mortalidade 
remete a relação de mortos comparada a população de 
trabalhadores expostos as mesmas condições. 
Então porque foi importante diferenciar bem medicina do trabalho, 
higiene ocupacional e segurança do trabalho? Porque cada um desses 
campos possuem em sua atuação profissionais especializados, conforme 
mostra a figura 5, 6 e 7.
Figura 5 – Profissionais da saúde ocupacional – Médico do trabalho.
Fonte: @freepik
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 37
Figura 6 – Profissionais da saúde ocupacional – Higienista ocupacional 
Fonte: @pixabay
Figura 7 – Profissionais da saúde ocupacional – Engenheiro do trabalho ou técnico de 
segurança do trabalho
Fonte: @pixabay
Assim, temos que o profissional da medicina do trabalho é o médico 
do trabalho. O médico do trabalho é um profissional com formação superior 
em medicina que desempenha o trabalho de avaliar trabalhadores a fim 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais38
de identificar possíveis complicações de saúde oriundas do trabalho. É o 
profissional responsável pela emissão de Atestados de saúde Ocupacional 
(ASO). A respeito do campo de atuação desse profissional Lucca e Campos 
(2011, p. 1) esclarecem:
O mercado de trabalho deste profissional é amplo, 
possibilitando as mais variadas inserções, como médicos 
assistentes, coordenadores, consultores, peritos ou auditores, 
com atuação em serviços médicos de empresas públicas ou 
privadas, sindicatos, Ministérios do Trabalho e Emprego e da 
Saúde, Previdência Social, Ministério Público, dentre outras.
Já o profissional da segurança do trabalho é denominado de 
engenheiro do trabalho ou técnico de segurança do trabalho, de acordo 
com sua formação a nível superior ou técnico. Cabe a esse profissional 
prever riscos de atividades de trabalho; proteger o trabalhador em suas 
unidades laborais e elaborar documentos técnicos. São exemplos de 
relatórios técnicos sobre responsabilidade desse profissional o Programa 
de condições e Meio de Trabalho na Indústria e da Construção – PCMAT e 
o Programa de prevenção de riscos ambientais. O engenheiro do trabalho 
em muitos casos também desempenha o papel do higienista ocupacional.
SAIBA MAIS
Você quer saber mais sobre as atribuições de um engenheiro 
do trabalho? Se sim acesse: https://bit.ly/3gtEMXq
Por fim, temos o profissional da higiene ocupacional, o denominado 
higienista ocupacional. Como o foco do nossos estudos é esse profissional 
a seguir aprofundamos a seu respeito. 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 39
O higienista ou técnico ocupacional
O higienista ocupacional e/ou técnico de higiene ocupacional é 
profissional que trabalha com higiene ocupacional, ou seja, é habilitado 
para identificar problemas e riscos ocupacionais propondo soluções. O 
higienista ocupacional tem entre suas funções a gestão de riscos, para 
tanto ele deve para esse fim desenvolver as etapas do processo.
Então, basicamente o trabalho do higienista ocupacional ou 
técnico de higiene ocupacional consiste em avaliar e gerenciar riscos 
ocupacionais no seu campo de atuação. Destacamos que o campo de 
atuação do higienista ocupacional é o ambiente de trabalho.
Revisando: Lembre-se que ambiente de trabalho é o local no 
qual os indivíduos desenvolvem atividades de labor. Envolve tudo em 
que o esse indivíduo é exposto e interage ao desempenhar atividades 
relacionados ao seu trabalho. Nesse sentido, os higienistas ocupacionais 
atuam nas fábricas, organizações, etc.
O processo de avaliação de risco é composto por duas fases: a 
análise de risco e a análise de opções. Enquanto no gerenciamento de 
riscos temos quatro fases, a saber: tomada de decisão; implementação; 
monitoração e avaliação; e gerenciamento de riscos. O quadro 6 apresenta 
de forma objetiva o papel/atribuição do higienista ou técnico ocupacional 
em cada uma das fases do processo de avaliação e gerenciamento de 
riscos.
Quadro 6– Papel/atribuição do profissional de higiene do trabalho no processo de 
avaliação e gerenciamento de riscos
Fase Papel/ Atribuição
Identificação dos 
fatores e risco
-Reconhecer e identificar fontes ou situações 
com potencial provocador de danos ou 
consequências indesejáveis à saúde humana;
- Estabelecer relação causal entre fator /dano/
consequência.
Estimativa de 
risco
- Determinar e produzir por cálculo ou avaliação 
medidas quantitativas de risco.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais40
Análise de 
opções de 
gerenciamento
- Comparar os riscos X benefícios das opções;
- Analisar o problema do ponto de vista 
individual e social;
- Identificar a viabilidade das opções; seus 
impactos econômicos e ambientais.
- Averiguar as implicaçõessociais, políticas e 
culturais de cada opção;
Implementação
- Conduzir o processo de implementação do 
plano, programa ou projeto de execução.
Monitoração e 
avaliação
- Acompanhar e avaliar periodicamente como 
as medidas do plano, programa ou projeto e 
execução estão sendo implantadas e se os 
padrões estabelecidos estão sendo executados.
Revisão
- Analisar os resultados da monitorização e 
Avaliação.
- Identificar necessidades de retomada do 
processo.
 Fonte: Adaptado de Fundacentro (2004, p. 53-55)
Agora reflitamos um pouco: Diante das atribuições profissionais 
qual o perfil adequado de formação de um higienista ou técnico de 
higiene do trabalho? Bem, esse profissional deve ter formação superior 
ou técnica em qualquer uma dessas áreas: engenharia, física, química, 
biologia, higiene ocupacional, segurança do trabalho, ou áreas afins. Os 
cursos de formação específica e em higiene ocupacional abrangem em 
seu currículo: conhecimentos em matemática, física, química, biologia, 
anatomia e fisiologia (requisitos básicos); toxicologia, fisiologia do trabalho, 
doenças ocupacionais, estatística e epidemiologia, ergonomia, fatores 
psicoemocionais, segurança e saúde pública (requisitos de suporte); 
e aspectos fundamentais da higiene ocupacional (reconhecimento de 
riscos, tecnologia de controle ambiental e pessoal; ventilação industrial, 
etc.). (FUNDACENTRO, 2014).
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 41
SAIBA MAIS
Para saber um pouco mais sobre o profissional de higiene 
ocupacional, sua formação e campo de atuação acesse o 
site da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais: 
https://areasst.com/abho/
Interdisciplinaridade e ética na atuação do 
profissional de higiene ocupacional
Como virmos no tópico anterior, o currículo básico de um curso a 
nível superior ou técnico que tem por objetivo formar profissionais para 
atuarem em higiene ocupacional é composto por diferentes áreas do 
conhecimento (disciplina) isso porque a higiene ocupacional é um campo 
de atuação de conhecimento interdisciplinar. O que isso quer dizer? Isso 
quer dizer que a prática de higiene ocupacional depende da sua interação 
com profissionais de diversas áreas do conhecimento.
SAIBA MAIS
Para compreender mais sobre a interdisciplinaridade 
no campo da saúde do trabalhador leia o artigo escrito 
por Consolino et al. (2012) que identifica em bases 
científicas as produções acadêmicas que relacionam 
interdisciplinaridade, saúde e trabalho. Acesse: https://bit.
ly/33pA8WF
Na prática, o profissional de higiene ocupacional atua nas empresas 
como o objetivo de proteger o trabalhador os riscos existentes e previstos 
no ambiente de trabalho. Nesse contexto, ele atua em conjunto com 
médicos de trabalho, gestores, engenheiros de produção. Vejamos o 
seguinte exemplo apresentado por Fundacentro (2004, p.74):
O médico do trabalho ao encontrar o trabalhador doente, 
poderá optar por tratar e curar o trabalhador devolvendo-o 
para o ambiente nocivo à saúde, tornar a encontrá-lo depois 
de algum tempo com o mesmo problema, ou afastá-
lo definitivamente do ambiente nocivo para poupá-lo da 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais42
doença, mais isso acarretará em desviá-lo de sua profissão ou 
de seu meio de subsistência. Atuando em conjunto, porém, os 
profissionais de medicina, higiene ocupacional e outros que 
sejam necessários nesse processo poderão agir na correção do 
ambiente, eliminando ou minimizando a ocorrência das doenças. 
Vejamos outro exemplo. Um engenheiro de produção projetou o 
layout de disposição das máquinas de uma linha de produção, após da 
inauguração dessa linha de produção muitos funcionários pareceram 
com dores na lombar. Fazendo uma análise o higienista ocupacional 
dessa indústria descobriu que o layout não considerava princípios básicos 
de ergonomia, sendo esse o motivo das dores presentes nos operários 
dessa linha. Nesse exemplo, o engenheiro e o higienista ocupacional 
trabalharam de forma isolada. Consideremos agora que estes dois 
profissionais atuaram juntos da concepção do projeto da nova linha de 
produção, esse trabalho interdisciplinar evitaria o problema de saúde 
gerado nos operários, uma vez que os conhecimentos de ergonomia 
de posse do higienista ambiental preveniriam o ocorrido na fase de 
concepção do projeto.
Ainda, outro profissional indispensável no contexto do trabalho 
interdisciplinar no âmbito da saúde ocupacional é o profissional na área 
de educação. O técnico ou higienista ocupacional pode identificar as 
necessidades de mudança nos hábitos dos trabalhadores a fim de garantir 
a preservação da saúde desses, pode inclusive traçar planos de ação, mas 
educar o funcionário para que ele cumpra com o proposto só é possível 
com maior eficiência com a parceria de um profissional de educação. 
Um exemplo de trabalho interdisciplinar realizado pelo profissional de 
higiene com um profissional de higiene seria a construção de uma cartilha 
informativa sobre riscos ocupacionais. O profissional de educação saberia 
a linguagem didática de abordar os assuntos pontuados pelo profissional 
de higiene. 
Entendeu a importância da interdisciplinaridade na higiene 
ocupacional? O trabalho interdisciplinar gera melhores resultados e 
decisões mais corretas do que o trabalho isolado dos profissionais 
envolvidos no processo. Além da interdisciplinaridade, outro aspecto 
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 43
que merece atenção no contexto de atuação do profissional de higiene 
ocupacional são as questões éticas. Agir com ética dentre outros aspectos 
é cumprir com os direitos e deveres a profissão. A figura 9 destaca 
alguns direitos e deveres de um profissional de higiene ocupacional e 
algumas atitudes éticas atribuídas a esse profissional como reflexo do 
conhecimento de seus direitos e deveres.
Quadro 9– direitos e deveres de um profissional de higiene ocupacional e algumas atitudes 
éticas
Fonte: Adaptado de Fundacentro (2004, p. 75-77)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais44
Diante do exposto na figura 9, o desafio em higiene ocupacional 
é buscar garantir a atuação do profissional dentro dos princípios éticos. 
Para tanto, em atitudes em que o profissional de higiene se encontrar em 
situações que o conduza a um dilema de ética, aconselha-se que ele: 
recorra as políticas e códigos de conduta profissional, bem como as leis 
regulamentadoras da saúde ocupacional. Diante desses mecanismos, ele 
pode sanar suas dúvidas bem como respaldar sua postura ética em caso 
de julgamento de terceiros. 
RESUMINDO
Ops! Gostou de entender a formação e atuação do 
profissional da área de higiene ocupacional? Para 
garantimos que você seja capaz de definir as atribuições e 
características de um profissional atuante na área de higiene 
ocupacional. Aqui primeiramente virmos que o profissional 
de higiene ocupacional se difere em foco e nomenclatura 
dos profissionais de medicina do trabalho e segurança do 
trabalho. Assim aprendemos que o profissional da medicina 
do trabalho é o médico do trabalho, o de segurança 
do trabalho e o engenheiro ou técnico de segurança 
do trabalho e o profissional de higiene do trabalho é 
chamado de higienista ocupacional ou técnico de higiene 
ocupacional. O higienista ocupacional e/ou técnico de 
higiene ocupacional é profissional que trabalha com higiene 
ocupacional, ou seja, é habilitado para identificar problemas 
e riscos ocupacionais propondo soluções. Diante de suas 
atribuições sua formação requer conhecimento de diversas 
áreas do conhecimento, e sua atuação prática envolve 
trabalhar com profissionais de diversas áreas de forma 
interdisciplinar. Por fim, destacamos que uma conduta 
ética desse profissional remete ao comprimento de suas 
atribuições e deveres, bem como o conhecimento e uso 
de políticas e códigos de conduta profissional, bem leis 
regulamentadoras da saúde ocupacional.Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 45
A prática da Higiene ocupacional: 
Implicações legais 
OBJETIVO
Ao término deste capítulo você será capaz de reconhecer 
as implicações legais relacionadas à prática dos preceitos 
da higiene ocupacional. Conhecer os aspectos legais 
relacionados à higiene ocupacional irá direcioná-lo em sua 
prática profissional a definir ações de higiene ocupacional 
em conformidade com essas leis. E então? Pronto para 
desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante!
Marcos históricos legais relacionados a 
higiene ocupacional no Brasil
Se você chegou até aqui percebeu que higiene ocupacional 
evoluiu como ciência, e suas raízes remetem a leis voltadas a proteção 
do trabalhador. Nesse sentido, nesse tópico vamos resgatar os 
acontecimentos históricos conduziram o desenvolvimento de leis voltadas 
para a higiene ocupacional no Brasil. 
No contexto brasileiro, a primeira coisa que devemos ter em mente 
que a intervenção do Estado nas questões trabalhistas foi reflexos dos 
movimentos sociais organizados pela classe trabalhadora. A esse respeito 
destaca Fundacentro (2004, p.23):
[...] Em decorrência desses movimentos, tem início a intervenção 
do Estado, com a fixação das relações de trabalho por meio 
de legislação específica. É aprovada, então a primeira Lei 
sobre Acidentes (Decreto-legislativo no3.754 de 15/01/1919), 
[...] esta lei tinha como fundamento jurídico a teoria do risco 
profissional, e a necessidade policial em todas as ocorrências 
de acidentes de trabalho.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais46
Foi como resultado da aplicação da Lei sobre Acidentes que o 
Brasil no século XX teve sua legislação direcionada para os infortúnios ou 
riscos industriais, de modo que no contexto jurídico-institucional pode-
se identificar na primeira metade do século XX alguns fatos relacionados 
a higiene ocupacional. O quadro 7 apresenta esses fatos em ordem 
cronológica.
Quadro 7– Fatos marcantes da legislação relacionada a higiene ocupacional no Brasil
Ano Fato
1923
- Criação da Inspetoria de Higiene Industrial e Profissional, 
junto ao Departamento Nacional de Saúde, embrião do 
Ministério da Saúde, que se estabeleceu até 1930.
1934
- Foi decretada, a segunda Lei de Acidentes do trabalho, 
sendo criada a Inspetoria de Higiene e Segurança do 
Trabalho, no âmbito do Departamento Nacional do 
Trabalho, do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
-Ministério do Trabalho nomeou os primeiros “inspetores-
médicos” com o objetivo de procederem a inspeção 
higiênica nos locais de trabalho e estudos sobre acidentes 
e doenças profissionais. 
1938
A Inspetoria transformou-se em Serviço de Higiene do 
Trabalho.
1942
O Serviço de Higiene do Trabalho transformou-se em 
Divisão de Higiene e Segurança do Trabalho.
1943
A legislação do trabalho, que se encontrava até 
então dispersa e redundante, analisada, agrupada e 
condensada na primeira Consolidação das Leis do 
Trabalho CLT, que incluía um capítulo sobre Higiene e 
Segurança do Trabalho. A legislação brasileira baseada 
na Recomendação 112 da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT), foi expressa no Capítulo V da CLT.
1944
A legislação sobre acidentes do trabalho é reformulada, 
por meio de Decreto – Lei.
1950
O ministério do Trabalho apoio alguns trabalhos realizados 
pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) 
Fonte: Adaptado de Fundacentro (2004, p. 25)
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 47
IMPORTANTE
 Os fatos históricos da consolidação da higiene do trabalho 
remetem as legislação estabelecida pela CLT e conduziram 
a criação e das normas que regulamentam a Segurança do 
Trabalho.
Além dos fatos destacados no quadro 7, é importante evidenciar 
que no mesmo período começaram a surgir instituições que se dedicavam 
a pesquisa, estudo e disseminação das questões relacionadas a higiene 
ocupacional, dentre as quais podemos destacar: Escola de Higiene e 
Saúde Pública; Serviço Social da Indústria – SESI; Associação Brasileira 
para a Prevenção de Acidentes- ABPA, Serviço Social da Indústria; 
Confederação Nacional das Indústrias, e Fundação Centro Nacional de 
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO. Diante a 
sua atuação representativa no campo até hoje, dentre estas instituições 
destacamos a FUNDACENTRO. O quadro 8 apresenta um breve histórico 
dessa fundação e aponta algumas das suas contribuições o âmbito da 
higiene ocupacional.
Quadro 8 – O que é a FUNDACENTRO
Criada oficialmente em 1966, a FUNDACENTRO teve os primeiros passos de sua 
história dados no início da década, quando a preocupação com os altos índices 
de acidentes e doenças do trabalho crescia no Governo e entre a sociedade. Já 
em 1960, o Governo brasileiro iniciou gestões com a Organização Internacional 
do Trabalho (OIT), com a finalidade de promover estudos e avaliações do 
problema e apontar soluções que pudessem alterar esse quadro.
A ideia de criar uma instituição voltada para o estudo e pesquisa das condições 
dos ambientes de trabalho, com a participação de todos os agentes sociais 
envolvidos na questão, começou a ganhar corpo. Proposta nesse sentido foi 
apresentada em março de 1964, durante o Congresso Americano de Medicina 
do Trabalho, realizado em São Paulo.
Em 1965, após a visita ao País de especialistas da OIT, e de novos estudos sobre 
as condições necessárias para a implantação da iniciativa, o Governo Federal 
decidiu pela criação de um centro especializado, tendo a cidade de São Paulo 
como sede da nova instituição, em função do porte de seu parque industrial.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais48
Assim, em 1966, durante o Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes, 
realizado em São Paulo, foi oficializada a criação da FUNDACENTRO, que teve 
sua primeira sede instalada no bairro de Perdizes. Datam dessa fase inicial da 
entidade os primeiros estudos e pesquisas no País sobre os efeitos de inseticidas 
organoclorados na saúde; da bissinose (doença ocupacional respiratória que 
atinge trabalhadores do setor de fiação, expostos a poeira de algodão e juta); 
sobre as consequências das vibrações e ruídos em trabalhadores que operam 
marteletes; sobre o teor da sílica nos ambientes de trabalho na indústria 
cerâmica e ainda sobre os riscos da exposição ocupacional ao chumbo.
 No decorrer de sua história, a FUNDACENTRO viria ainda afirmar sua vocação 
pioneira na área, com as pesquisas sobre as Doenças Osteomusculares 
Relacionadas ao Trabalho - DORT (à época chamada de lesões por Esforços 
Repetitivas - LER).
Com a vinculação, em 1974, da FUNDACENTRO ao Ministério do Trabalho, 
cresceram as atribuições e atividades da instituição, exigindo um novo salto da 
entidade: a implantação do Centro Técnico Nacional, cuja construção teve início 
em 1981, sendo concluído em 1983, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.
Hoje, a FUNDACENTRO está presente em todo País, por meio de suas unidades 
descentralizadas, distribuídas em 11 Estados e no Distrito Federal. Atuando 
de acordo com os princípios do tripartimos, a Fundacentro tem no Conselho 
Curador sua instância máxima. Nele estão representados, além do governo, os 
trabalhadores e empresários, por meio de suas organizações de classe.
 O ineditismo e a importância de seus estudos deram à FUNDACENTRO a 
liderança na América Latina no campo da pesquisa na área de segurança e 
saúde no trabalho. A Fundacentro é designada como centro colaborador da 
Organização Mundial da Saúde (OMS), além de ser colaboradora da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT).
 Ainda no plano internacional, a FUNDACENTRO mantém intercâmbio com 
países das três Américas, da Europa, além do Japão e da Austrália. São ações 
que envolvem desde trabalhos na área de educação até o desenvolvimento de 
projetos de sistemas de gestão ambiental.
Outras informações sobre a FUNDACENTRO:
Missão: Produzir conhecimento aplicado parasubsidiar políticas públicas que 
promovam o trabalho seguro, saudável e produtivo.”
Visão: Um futuro melhor pela ciência aplicada à prevenção.”
Valores: Integridade científica, profissionalismo, transparência, cooperação e 
inovação.”
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 49
Atuação: A Fundacentro dispõe de uma rede de laboratórios em segurança, 
higiene e saúde no trabalho e de uma das mais completas bibliotecas 
especializadas, além de profissionais formados em várias áreas, muitos deles 
pós-graduados no Brasil e exterior. que atuam basicamente em duas frentes:
 • Desenvolvimento de pesquisas em segurança e saúde no trabalho;
 • Difusão de conhecimento, por meio de ações educativas como cursos, 
congressos, seminários, palestras, produção de material didático e de 
publicações periódicas cientificas e informativas.
Para enfrentar os desafios, a Fundacentro vem promovendo continuamente a 
melhoria da estrutura organizacional e o realinhamento de suas ações, passando 
pela modernização de seus recursos técnico-científicos e culminando numa 
gama de projetos e atividades em sintonia com as necessidades atuais.
Fonte: Adaptado de Fundacentro (2020, p. 27)
Continuando esse resgate sobre as origens regulamentas dos 
aspectos relacionados a higiene ocupacional outro período que merece 
destaque é o período após estabelecimento da constituição de 1988. 
Esse período foi marcado pelos seguintes fatos:
 • Ampliação das atribuições e responsabilidades dos 
estados e municípios em relação a área de Saúde e 
Segurança do trabalho;
 • Adoção do Programa Nacional de Qualidade e 
Produtividade, as conhecidas normas ISSO;
 • Mudanças na legislação na área de Saúde e Segurança 
do Trabalho;
 • Surgimento de novos programas no âmbito do ministério 
do trabalho, a exemplo do Programa de Riscos Ambientais 
(PPRA), Programa de Controle Médico em Saúde 
Ocupacional (PCMSO), entre outros.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais50
VOCÊ SABIA?
O PPRA é o instrumento pelo qual o Higiene Ocupacional, de 
forma articulada com os outros programas e a participação 
dos trabalhadores desenvolvem ações em prol do controle 
de riscos ambientais existentes ou que possam a vir existir 
no ambiente de trabalho, levando-se em consideração a 
proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
Higiene ocupacional e a Legislação sobre 
Segurança do trabalho
Como vimos nos capítulos anteriores a Segurança do Trabalho 
por foco medidas técnicas, médicas e profissionais para cuidado do 
trabalhador objetivando a prevenção de acidentes. A respeito da segurança 
do trabalho Peixoto, Hosfstadler e Silveira (2012; p.28;29) destacam:
Podemos definir Segurança do Trabalho como uma série de 
medidas técnicas, administrativas, médicas e, sobretudo, 
educacionais e comportamentais, empregadas a fim de 
prevenir acidentes, e eliminar condições e procedimentos 
inseguros no ambiente de trabalho. A segurança do trabalho 
destaca também a importância dos meios de prevenção 
estabelecidos para proteger a integridade e a capacidade de 
trabalho do colaborador.
Diante do exposto, a higiene ocupacional em sua prática segue as 
diretrizes legais estabelecidas pela Segurança do Trabalho. No Brasil, 
hoje a Legislação de Segurança do Trabalho baseia-se na Constituição 
Federal, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), nas Normas 
Regulamentadoras e em outras leis complementares como portarias, 
decretos e convenções internacionais da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT) e Organização Mundial da Saúde (OMS). O quadro 09 
apresenta e resume algumas normas nesse sentido.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 51
Quadro 09 – Normas de segurança do trabalho
Norma Descrição
NR 1 – 
Disposições 
Gerais:
Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas 
Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho 
Urbano, bem como os direitos e obrigações do Governo, dos 
empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema 
específico. A fundamentação legal, ordinária e específica 
que dá embasamento jurídico à existência desta NR são os 
artigos 154 à 159 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
NR 2 – Inspeção 
prévia:
Estabelece as situações em que as empresas deverão 
solicitar ao Ministério do Trabalho e Emprego – MTE a 
realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, 
bem como a forma de sua realização.
NR 3 – Embargo 
ou interdição:
Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam 
a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou 
equipamentos, bem como os procedimentos a serem 
observados pela fiscalização trabalhista na adoção de tais 
medidas punitivas no tocante à Segurança e à Medicina do 
Trabalho.
NR 4 – Serviços 
especializados 
em Engenharia 
de Segurança e 
em Medicina do 
Trabalho:
Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e 
privadas que possuam empregados regidos pela CLT, 
de organizarem e manterem em funcionamento Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho – SESMT com a finalidade de promover a saúde 
e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.
NR 5 – Comissão 
Interna de 
Prevenção de 
Acidentes – CIPA:
Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e 
privadas organizarem e manterem em funcionamento, por 
estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente 
por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios 
laborais, através da apresentação de sugestões e 
recomendações ao empregador, para que melhore as 
condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de 
acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais.
NR 6 – 
Equipamentos 
de Proteção 
Individual – EPI:
Estabelece e define os tipos de EPI a que as empresas estão 
obrigadas a fornecer aos seus empregados, sempre que as 
condições de trabalho exigirem, a fim de resguardar a saúde 
e a integridade física dos trabalhadores.
Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais52
NR 7 – Programas 
de Controle 
Médico de Saúde 
Ocupacional – 
PCMSO:
Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação 
por parte de todos os empregadores e instituições que 
admitam trabalhadores como empregados, do Programa 
de Controle Médico de Saúde Ocupacional, com o objetivo 
de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus 
trabalhadores.
NR 8 – 
Edificações:
Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem 
ser observados nas edificações para garantir segurança e 
conforto aos que nelas trabalham.
NR 9 – Programas 
de Prevenção de 
Riscos Ambientais 
– PPRA:
Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação 
por parte de todos os empregadores e instituições que 
admitam trabalhadores como empregados do Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais. Visa à preservação da 
saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da 
antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente 
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou 
que venham a existir no ambiente de trabalho, considerando 
a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
NR 10 – 
Instalações e 
serviços em 
eletricidade:
Estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a 
segurança dos empregados que trabalham em instalações 
elétricas, em suas diversas etapas. Inclui elaboração de 
projetos, execução, operação, manutenção, reforma e 
ampliação, assim como a segurança de usuários e de 
terceiros em quaisquer das fases de geração, transmissão, 
distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, 
para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta 
delas, as normas técnicas internacionais.
NR 11 – 
Transporte, 
movimentação, 
armazenagem 
e manuseio de 
materiais:
Estabelece os requisitos de segurança a serem observados 
nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à 
movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, 
tanto de forma mecânica

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