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Unidade 1 Livro Didático Digital Dayanna dos Santos Costa Maciel Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autora DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL Dayanna dos Santos Costa Maciel Olá! Meu nome é Dayanna dos Santos Costa Maciel. Sou formada em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) com Mestrado acadêmico nessa mesma área de conhecimento, este com ênfase em Estratégia e Inovação (pela Universidade Federal da Paraíba em 2019). Também possuo mestrado acadêmico em Gestão de Recursos Naturais (UFCG, 2014) com ênfase de pesquisa em Estratégia Ambiental focada em modelos e ferramentas de gestão nas empresas. Tenho experiência técnico-profissional no ensino da Administração ministrando disciplinas como Planejamento Estratégico, Sustentabilidade e Gestão, Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, entre outras ao nível de graduação e pós-graduação. Adoro transmitir meus conhecimentos e minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! A AUTORA Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Introdução a Higiene Ocupacional: Origens e Evolução.........10 O que é Higiene Ocupacional: uma Visão Preliminar.................................10 Origens Práticas e Teóricas da Higiene Ocupacional.............................................12 Origens Teóricas da Higiene Ocupacional: primeiros Estudos e Pesquisas............................................................................................................................16 História da Saúde Ocupacional no Brasil....................................................................19 Definindo Higiene Ocupacional: Conceitos Relacionados..........22 Definindo Higiene Ocupacional............................................................................................22 Saúde e Risco como Elementos da Higiene Ocupacional...........................26 Termos de uso da Higiene Ocupacional..................................................................31 O Profissional de Higiene Ocupacional..........................................34 Diferenciando o Profissional de Higiene Ocupacional.....................................34 O higienista ou Técnico Ocupacional............................................................................39 Interdisciplinaridade e Ética na Atuação do Profissional de Higiene Ocupacional.........................................................................................................................................41 A Prática da Higiene Ocupacional: Implicações Legais ............45 Marcos Históricos Legais Relacionados a Higiene Ocupacional no Brasil...45 Higiene Ocupacional e a Legislação sobre Segurança do Trabalho.........50 Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 7 LIVRO DIDÁTICO DIGITAL UNIDADE 01 Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais8 INTRODUÇÃO Você sabia que estamos o tempo todo expostos a agentes ambientais que podem provocar danos a nossa saúde? Já parou para pensar sobre isso no seu dia-dia? Pois bem, quer seja em casa, no trabalho ou em um passeio na rua estamos o tempo todo expostos agentes físicos, químicos, biológicos e ergonômicos que podem causar danos a nossa saúde de acordo com sua natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição. Ops! Pense um pouco: Como esses agentes se apresentam em seu ambiente de trabalho? Quantas vezes você se protegeu por de ruídos altos, ou ficou exposto a um odor de alguma substância química utilizada em um processo produtivo? Pois bem! Nessas reflexões você reconheceu alguns riscos ocupacionais presentes no ambiente de trabalho e assim como você, as organizações de diferentes tipos (indústria, empresas, comércio, etc.) devem identificar esses riscos ocupacionais, além de ser responsáveis por promover um ambiente ocupacionais de qualidade, ou seja, manter sob controle a exposição do trabalhador a agente de risco. Então do que estamos falando aqui? Estamos falando de higiene ocupacional, ou seja, reconhecimento, avaliação e controle de riscos ocupacionais nos ambientes de trabalho. Entendeu? Então prepare-se, ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! O universo da Higiene ocupacional! Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 9 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender as bases teóricas e práticas que sustentam a higiene ocupacional desde sua origem; 2. Discernir sobre os conceitos relacionados à definição da higiene ocupacional; 3. Definir as atribuições e características de um profissional atuante na área de higiene ocupacional; 4. Reconhecer as implicações legais relacionadas à prática dos preceitos da higiene ocupacional. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais10 Introdução a higiene ocupacional: Origens e evolução OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de compreender as bases teórica e prática que sustentam a higiene ocupacional desde sua origem. Isso é de suma importância para a sua atuação profissional, uma vez que a partir desse conhecimento você terá condições de observar de forma crítica como no cenário atual são estabelecidas as relações/condições de trabalho e como estas implicam na saúde do trabalhador. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! O que é higiene ocupacional: Uma visão preliminar Você parou para pensar sobre os riscos os quais sua saúde e integridade como ser humano saudável correm quando você está se ocupando no desempenho de uma atividade qualquer? Se não parou para pensar de forma proposital, intuitivamente você faz isso no seu dia a dia. Por exemplo, enquanto você se ocupa em cozinhar ao mesmo tempo intuitivamente se cuida para não se queimar ao se expor o fogo, concorda? Pois bem, ainda nesse ambiente você pode inalar gás em caso de vazamento de gás de cozinha ou ainda pode se cortar a manipular objetos cortantes, etc. Considerando essa reflexão tomamos o cozinhar como ocupação e a cozinha como ambiente ocupacional. Caso você sofra por exemplo um corte ao manipular a faca, para você isso não passa de um acidente doméstico, agora vejamos de forma diferente. A cozinha pode não ser seu ambiente de trabalho, mas parauma funcionária doméstica ou cozinheiro de um restaurante, esse ambiente é um ambiente de trabalho. De modo que qualquer um dos riscos relatados passam a ser riscos ocupacionais existente no ambiente de trabalho. E, é nesse sentido que surge a higiene ocupacional. Mas, enfim o que é higiene ocupacional? Bem, vamos aprofundar a definição desse termo como área do conhecimento ou ciência mais Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 11 à frente nesse material. Contudo, precisamos conceber a priori uma conceituação preliminar. Então, vamos lá o termo em questão é composto por tuas palavras: higiene ocupacional. Nesse sentido, para encontramos uma conceituação objetiva do termo, recorremos ao significado de ambas as palavras dispostos um dicionário de língua portuguesa. Segundo o Dicionário online de Português (DICIO, 2009-2020 s.p.), higiene é: “Conjunto de regras e práticas relativas à conservação da saúde: ter a preocupação da higiene. Conjunto de práticas, regras, hábitos e costumes que visam ao bem-estar, à preservação da saúde; limpeza, conservação...” No que tange a palavra ocupacional, essa é derivada da palavra ocupação. O Dicionário online de Português (DICIO, 2009-2020 b) apresenta a seguinte definição para ocupação: “Serviço; o trabalho mais importante da vida de alguém; os afazeres com os quais nos ocupamos: você precisa arrumar uma ocupação”. Se analisamos essa definição em relação aos afazeres com que nos ocupamos podemos rapidamente concluir que um dos principais afazeres do ser humano é o trabalho. VOCÊ SABIA? O trabalho na perspectiva econômica é definido como um fator de produção, sendo esse considerado como toda e qualquer atividade desempenhada pelo homem com o objetivo de satisfação de necessidades. Portanto, o trabalho é uma condição específica do homem desde seu aparecimento na Terra. Nesse sentido, o significado de ocupação remete ao significado de trabalho. No Dicionário online de a palavra trabalho pode ser empregada com vários significados. No que contexto de trabalho como ocupação podemos destacar os seguintes significados apresentados pelo Dicionário online de Português (DICIO, 2009-2020 c): “O emprego, o ofício ou a profissão de alguém”; “Conjunto das atividades realizadas por alguém para alcançar um determinado fim ou propósito”. Diante dos significados de higiene, ocupação e trabalho podemos então definir modo objetivo e preliminar higiene ocupacional como: conjunto de regras, práticas, hábitos e costumes que objetivam o bem estar Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais12 e a preservação da saúde de um indivíduo no ambiente no qual esse é empregado e desempenha as atividades referentes a sua profissão ou ofício. DEFINIÇÃO Higiene ocupacional remete ao conjunto de regras, práticas, hábitos e costumes que objetivam o bem estar e a preservação da saúde de um indivíduo em seu ambiente de trabalho. Agora você já entendeu do que trata a higiene ocupacional? Ela trata dos riscos que incorre o trabalhador que podem comprometer a saúde a integridade desse em seu ambiente de trabalho. Nesse sentido, para aprofundamos no assunto a seguir resgatamos as origens práticas e teóricas da higiene ocupacional. Origens práticas e teóricas da higiene ocupacional Para aprofundarmos nos aspectos particulares da higiene ocupacional são necessários a priori entendemos suas origens práticas e teóricas. As origens práticas remetem quando no dia a dia de trabalho passou-se a existir uma preocupação com a conservação da saúde do trabalhador e a teórica, aos fatos que exprimem cientificidade a essa preocupação. Objetivamente, a figura 1 apresenta algumas das origens práticas que levaram a construção da higiene ocupacional como concebemos nos dias atuais. VOCÊ SABIA? As origens práticas da higiene ocupacional remetem as condições de trabalho em que o homem foi submetido de a sua origem até os dias atuais. Contudo, as condições de trabalho nas quais o homem foi exposto durante a Revolução Industrial no Século XVIII e a I Guerra Mundial XX merecem destaque nesse cenário, uma vez que essas condições deram origem a um grande número de doenças ocupacionais na época, fato que chamou a atenção incentivou estudos os quais tornaram a higiene ocupacional uma área de conhecimento científico e prático relevante. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 13 Figura 1 – Origens práticas da Higiene Ocupacional Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais14 Conforme podemos observar na figura 1, o trabalho é inerente ao homem, e exposição desse ao risco muda em função do tipo, estrutura, forma e ambiente que esse trabalho se exprime. Assim, podemos concluir que até a Revolução Industrial poucas observações podem ser feitas em relação a saúde dos trabalhadores e seu ambiente de trabalho. Nesse contexto, Fundacentro (2004, p. 12): “Ao se estudar a história de nossa civilização até a Revolução Industrial, encontram-se poucas observações sobre a saúde dos trabalhadores e seu ambiente de trabalho. No início, o esforço dispendido pelo homem para garantir sua existência e sobrevivência era um fator que gerava doenças “ocupacionais”, mas tarde com a estratificação da sociedade, o trabalho comum era desempenhado por escravos, em geral povos que haviam sido dominados por outros”. Então, nesse primeiro momento o que precisamos guardar em nossa mente como registro das origens práticas da saúde ocupacional? Bem, resumidamente precisamos saber que em uma sociedade escravocrata embora hoje destacamos a necessidade de intervir os maus tratos no trabalho, na época a preocupação com a saúde do trabalhador não era prática vigente. Nesse sentido, o que se pode observar com base nos relatos históricos é que só escravos trabalhavam e, consequentemente, apenas esses eram expostos aos riscos, de modo que com a abundância de mão de obra escrava não se observava grande preocupação da classe dominadora em garantir proteção a classe dominada na realização do trabalho. Nesse cenário, pouquíssimos fatos na história podem ser destacados como raízes práticas do que entendemos hoje como higiene pessoal, tais fatos são destacados por Camisassa (2016, p. 36): “O que se via naquela época eram alguns estudos isolados de investigação das doenças do trabalho, como aqueles realizados pelo médico e filósofo grego Hipócrates (460-375 a.c.), que em um de seus trabalhos descreveu um quadro de “intoxicação saturnina” em um mineiro (o saturnismo é o nome dado à intoxicação causada pelo chumbo). Plínio, O Velho, escritor e naturalista romano, que viveu no início da era Cristã Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 15 (23-79 d.C.), descreveu, em seu tratado “De História Naturalis”, as condições de saúde dos trabalhadores com exposição ao chumbo e poeiras. Ele fez uma descrição dos primeiros equipamentos de proteção conhecidos, como panos ou membranas de bexiga de animais para o rosto (improvisados pelos próprios escravos), como forma de atenuar a inalação de poeiras nocivas; também descreveu diversas moléstias do pulmão entre mineiros e envenenamento devido ao manuseio de compostos de enxofre e zinco.” Enfim, os fatos que antecedem a Revolução Industrial nos permitem definir uma premissa importante a ser considerada pela higiene ocupacional: a exposição do trabalhador ao risco pode ser reflexo da estratificação social e relações de poder. De modo que hoje embora o contexto tecnológico e econômico seja totalmente diferente podemos atentar a respeito da escravidão contemporânea e seus reflexos na saúde do trabalhador. REFLITA Quais os riscos que a escravidão contemporânea expõe o trabalhador? Mesmo com o avanço nas leis sobre higiene ocupacional e relações de trabalho por que essa prática existe? O que gera a escravidão contemporânea? Faça uma breve pesquisa na internet e busque responder a essas questõesde forma reflexiva, de modo a construir seu ponto de vista sobre esse problema social e sua relação com a higiene ocupacional/prevenção de riscos. Conforme vimos anteriormente, os fatos que constituem as raízes práticas mais fortes da higiene ocupacional remetem ao período durante e após a Revolução Industrial. A figura 1 elencou de forma objetiva os principais fatos que conduziram a uma preocupação social com a saúde do trabalhador e a relação dessa com o ambiente de trabalho do mesmo. Esses fatos conduziram a criação de legislação relacionada a saúde do trabalhador e atitudes dos empregadores em respostas as leis nos séculos seguintes (conforme destaca a figura 1). É um exemplo dessas leis a “Lei da Saúde e Moral dos Aprendizes” e a “Lei das Fábricas”. A respeito da “Lei das Fábricas” assevera Fundacentro (2004, p.16): Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais16 A “Lei das Fábricas” de 1833 foi ampliada em 1864 e apresentava as primeiras exigências sobre Higiene Ocupacional. “Todas as fábricas deveriam ser ventiladas para remover qualquer gases nocivos, poeiras e outras impurezas que poderiam causar danos à saúde” é o que hoje chamamos de ventilação diluidora. No Século XX é importante destacarmos que a I Guerra Mundial trouxe à tona novos problemas relacionados a saúde do trabalhador, a exemplo da exposição desses ao chumbo nas fábricas de armamentos. É também foi nesse século que se observa o surgimento de instituições voltadas ao estudo e desenvolvimento de acordos internacionais na área de higiene ocupacional. Então nesse segundo momento das raízes práticas o que tivemos ter em mente? Objetivamente os acontecimentos durante e pós a Revolução Industrial nos conduz a uma segunda premissa importante a ser considerada pela higiene ocupacional: As leis são um mecanismo que influenciam diretamente no controle da exposição do trabalhador ao risco e na qualidade do ambiente ocupacional. Ainda, podemos inferir com base no que virmos até aqui que as pesquisas e estudos no âmbito das fábricas conduziram e influenciam algumas práticas relacionadas a higiene ocupacional, para tanto a seguir destacamos esses estudos como raízes teorias dessa área do conhecimento. Origens teóricas da higiene ocupacional: primeiros estudos e pesquisas Se você chegou até aqui já conhece as raízes práticas da higiene ocupacional. Mas não as teóricas. Pois bem, ao mesmo tempo que raízes práticas cresciam também surgiam trabalhos de pesquisadores que em seus estudos buscavam compreender a relação entre saúde do trabalhador, atividades de trabalho e ambiente ocupacional. Para facilitar nosso conhecimento, o quadro 1 elenca de forma objetiva alguns desses estudos e suas contribuições para o estabelecimento científico da higiene ocupacional. As publicações e descobertas resultantes desses estudos/pesquisas é o que chamamos aqui de raízes teóricas da higiene ocupacional. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 17 Quadro 1 – Origens teóricas da higiene ocupacional RAÍZES AUTORES/ PESQUISADORES CONTRIBUIÇÕES Publicação de Panfleto sobre doença ocupacional (1473) Editora Ulrich - Instruções a respeito da higiene ocupacional. Publicação de livro: De Re Metálica (Alemanha, 1556; Estados Unidos 1919) Georius (Agrícola Alemão) - Descrição dos fatores de risco associados à indústria de Mineração. Publicação de livro: De Morbis Artificium Diatriba (1700) Bernadino Ramazzini (médico italiano) - O livro é reconhecido como o primeiro tratado sistematizado sobre doenças ocupacionais. - Descrição de doenças de trabalho relacionada a 50 ocupações e apresentação de cuidados para diminuir os fatores de risco das indústrias. Descoberta: Problemas de Higiene Ocupacional (Séc. XVIII) George Baker - Atribuiu a “Cólica de Devonshire” à utilização de chumbo na indústria de vinho de maça (sidra) e colaborou na remoção de seu uso. Percival Pott - Reconheceu a fuligem como uma das causas de câncer sacrotal, o que foi a principal causa para a ocorrência em limpadores de chaminé em 1788, na Inglaterra. Willian Far (1851) - Assinalou que a mortalidade entre os fabricantes de vasos entre 35-45 anos era excessivamente alta, e que a fabricação de cerâmica na Inglaterra era um dos ofícios mais insalubres. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais18 Escritos doenças ocupacionais (Séc. XIX) Charles Thackrah (Político influente e médico) e Percival Pott - Escrita de um tratado de 200 páginas de orientações sobre medicina do trabalho. -Deu início à moderna literatura de reconhecimento das doenças ocupacionais. Publicação de livro: On the influence of trades, profession, and ocupations in the United States, in the production of disease Benjamin W. Mc Cready - Primeiro compêndio de medicina ocupacional no país Descoberta: Problemas de Higiene Ocupacional (Séc. XIX) Charles Bikens - Chamou atenção dos problemas existentes dentro das fábricas que estavam causando acidentes e doenças profissionais. - Abriu caminho para uma nova legislação relativa a higiene ocupacional em vigor até hoje na Inglaterra. Fonte: adaptado de Fundacentro (2004) Observando as informações dispostas no quadro 1 podemos concluir que raízes teóricas da higiene ocupacional surgiram na Alemanha e Estados Unidos sendo fruto de pesquisas realizadas por engenheiros e médicos. Ainda com base no quadro 1, temos que a higiene ocupacional surgiu no contexto industrial, contudo hoje ela não se aplica apenas no ambiente industrial. Agora já temos conhecimento das raízes práticas e teóricas da higiene ocupacional, assim temos em nossa mente nesse momento uma noção de como essa área do conhecimento surgiu de forma abrangente. Mas, e no Brasil, como a higiene ocupacional se estabeleceu? No item a seguir vamos conhecer de forma breve a história da saúde ocupacional no Brasil. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 19 História da Saúde ocupacional no Brasil No Brasil, as raízes práticas da higiene ocupacional seguiram o perfil dos demais países. Nesse sentido, são fatos que motivaram no Brasil a preocupação com a saúde dos trabalhadores no período antes, durante e após a revolução industrial: mão de obra escrava, crescimento industrial, más condições de trabalho, jornadas prolongadas de trabalho sem remuneração de hora extra, acidentes de doenças profissionais, entre outros. A respeito desses fatos e como eles conduziram aos avanços no país no que tange a saúde e direitos do trabalhador assevera Fundacentro (2004, p.16): Durante esse período inicial na industrialização em nosso país, a higiene ocupacional, já praticada em países desenvolvidos como Estados Unidos e Inglaterra, não era conhecida, e de maneira muito semelhante ao que aconteceu nesses países, as primeiras preocupações com o assunto partiram de denúncias de trabalhadores, dos jornais da época, dos estudos em universidades, entre outros. A partir desse movimento social e sob a influência direta das imigrações, que refletiam os movimentos sindicais europeus as lideranças conseguiram mobilizar a classe operária para grande “questão social”. Então não podemos esquecer que no contexto brasileiro a classe trabalhadora desempenhou importante papel para a aplicação/prática dos preceitos da higiene ocupacional. Já na perspectiva teórica, ou seja, da publicação de pesquisas e estudos relacionados à saúde e ao ambiente de trabalho no Brasil dentre as primeiras raízes os estudos realizados pela Universidade da Bahia entre 1880 e 1903; as contribuições de Osvaldo Cruz, Warren Dean, entre outros. A Universidade da Bahia entre 1880 e 1903 realizou estudos em fábricas de charutos e rapé, velas de sebo; ela também aprofundou em pesquisas sobre intoxicação por chumbo. No que tange a Oswaldo Cruz, esse deu contribuiçõespara o campo através de estudos e trabalhos voltados ao combate às epidemias de doenças infecciosas relacionadas ao trabalho. Já Warren Dean teve como principal contribuição a descrição Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais20 sobre as condições do ambiente de trabalho na época. Esse último destacou como motivos para doenças e acidentes de trabalho fatores como: estruturas inadequadas e não projetadas especificamente que abrigavam máquinas usadas na produção; mal iluminação e ventilação e ausência de instalações sanitárias. SAIBA MAIS Oswaldo Cruz dirigiu frente de trabalho na ferrovia Madeira –Mamoré no Brasil. Para saber um pouco mais sobre a presença médica na construção dessa ferrovia. Acesse: https://bit.ly/2XqsFTv. Se você gostaria de ver imagens relacionadas a construção da Madeira-Mamoré, a “Ferrovia da Morte” acesse: https://bit.ly/39T5vu5. No Brasil, o avanço das preocupações relacionadas a higiene ocupacional se destaca no âmbito jurídico-institucional. Aprofundaremos a esse respeito ao longo dos nossos estudos. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 21 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que higiene ocupacional remete ao conjunto de regras, práticas, hábitos e costumes que objetivam o bem estar e a preservação da saúde de um indivíduo em seu ambiente de trabalho. Nesse sentido, assim como o trabalho os aspectos relacionados a higiene ocupacional são inerentes ao homem. Nesse capítulo, então vimos que a higiene ocupacional como área do conhecimento surgiu da preocupação com fatos observados no ambiente de trabalho, e do estudo científico desses. Para facilitar esse entendimento concebemos que a higiene ocupacional possui raízes práticas e teóricas. As raízes práticas nos permitiu concluir duas premissas importantes a serem consideradas pela higiene ocupacional: 1. A exposição do trabalhador ao risco pode ser reflexo da estratificação social e relações de poder; 2. As leis são um mecanismo que influenciam diretamente no controle da exposição do trabalhador ao risco e na qualidade do ambiente ocupacional. No que tange as raízes teóricas, vimos que os estudos de higiene ocupacional buscavam compreender a relação entre saúde do trabalhador, atividades de trabalho e ambiente ocupacional. Essas pesquisas originaram- se na Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha. Por último, vimos que no Brasil o desenvolvimento das preocupações com higiene ocupacional seguiu o mesmo caminho dos outros países, contudo com destaque na mobilização e participação da classe operária nesse processo. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais22 Definindo Higiene Ocupacional: conceitos relacionados OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de discernir sobre os conceitos relacionados à definição da higiene ocupacional. Aqui você entenderá os elementos e conceitos que a higiene ocupacional envolve, bem como a relação existente entre higiene ocupacional/medicina do trabalho e segurança do trabalho. Esses conceitos irão norteá-lo quando em sua prática profissional for necessário analisar e intervir em ambientes de trabalho com o foco garantir a saúde e integridade física do trabalhador. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Definindo higiene ocupacional Vamos lá! No capítulo anterior estabelecemos a seguinte definição preliminar de higiene ocupacional: “Higiene ocupacional remete ao conjunto de regras, práticas, hábitos e costumes que objetivam o bem estar e a preservação da saúde de um indivíduo em seu ambiente de trabalho”. Então, agora chegou o momento de aprofundamos no assunto. Na literatura pertinente a higiene ocupacional ou higiene no trabalho, como também é conhecida, podemos encontrar algumas definições atribuídas por pesquisadores e instituições da área. Para facilitar nossa visualização, o quadro 2 apresenta algumas dessas definições, vejamos! Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 23 Quadro 2 – Definições de higiene ocupacional AUTOR (ANO) DEFINIÇÃO Olishifski (1988) Aquela ciência e arte devotada à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos fatores de risco ou stress ambientais originados no, ou a partir do local de trabalho, os quais podem causar doenças, prejudicar a saúde e o bem-estar, ou causar significante desconforto sobre os trabalhadores ou entre os cidadãos de uma comunidade. American Industrial Hygiene Association –AIHA (1996) Ciência que trata da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem estar dos trabalhadores, tendo em vista também o possível impacto nas comunidades vizinhas e no ambiente. Funacentro (2004) Campo de atuação da ciência que se dedica ao estudo dos ambientes de trabalho e à prevenção das doenças causadas por eles. É uma ciência de caráter essencialmente preventivo. American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH, 2012) uma ciência e uma arte que objetiva a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos fatores ambientais e estresses, originados nos locais de trabalho. Esses podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou ao bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos trabalhadores ou entre as pessoas da comunidade. National Safety Council (NSC, 2012) é a ciência e arte devotadas à antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos fatores ou sobrecargas ambientais, originadas nos locais de trabalho que podem causar doenças, prejudicando à saúde e o bem-estar ou gerando considerável desconforto e ineficiência entre trabalhadores ou cidadãos da comunidade. British Occupational Hygiene Society (BOHS, 2012), é a prevenção de problemas de saúde do trabalho, através do reconhecimento, avaliação e controle dos riscos. International Occupational Hygiene Association (IOHA, 2012) É a antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de riscos para a saúde, no ambiente de trabalho, com o objetivo de proteger a integridade física e o bem-estar do trabalhador e salvaguardar a comunidade em geral. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais24 Rossete (2014) É a área que reconhece, avalia e controla os riscos originados dos ambientes profissionais capazes de provocar alterações na saúde dos trabalhadores; tendo por objetivo colaborar com a promoção e conservação da saúde dos operários por meio de condições adequadas no ambiente de serviço. Fonte: adaptado de Fundacentro (2004; p.16-17); Peixoto, Hosfstadler e Silveira (2012; p.16-17) e Rossete (2014) Agora analise as definições de higiene ocupacional dispostas no quadro 3. O que você pode concluir imediatamente? Vou te contar, podemos concluir que elas são homogêneas, ou seja, não diferem muito umas das outras. Diante dessa conclusão, podemos então extrair desses conceitos os seguintes elementos principais que definem a higiene ocupacional em seu campo de atuação: campo científico, local/ambiente de trabalho, fatores de riscos/ stress ambiental e saúde do trabalhador. IMPORTANTE A higiene ocupacional ou do trabalho é apenas um dos campos de estudo da saúde ocupacional. Nesse sentido, ela se difere da medicina do trabalho e segurança do trabalho que são os demais campos que compõem uma abordagem multiprofissional da saúde ocupacional. A figura 4 apresenta a diferença de foco entre esses campos. Figura 4 – Abordagem multifuncional da saúde ocupacional Fonte: Adaptado de Rossete (2014; p.9) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 25 A higiene do trabalho é considerada um campo científico por ser embasada na análise e estudos de fatos observáveis. A esse respeito,Fundacentro (2004, p. 44) assevera: A higiene ocupacional é uma ciência, porque está baseada em fatos comprováveis, empíricos e analisáveis por método científico por meio da física, química, bioquímica, toxicologia, medicina, engenharia e saúde pública. [...] Por possuir caráter essencialmente preventivo, as ações de higiene ocupacional devem se fundamentar prioritariamente na prevenção da exposição em estudos epistemológicos prospectivos, registram-se as exposições ao longo do tempo para que se conheça alguma relação entre exposição ocupacional e o efeito a saúde. Então não devemos esquecer que a higiene ocupacional é um campo de estudo que busca gerar conhecimento científico preventivo, ou seja, que promova a redução ou evite a ocorrência de doenças relacionadas ao ambiente de trabalho. Assim temos outro elemento que compõe a definição de higiene ocupacional: o ambiente de trabalho, serviço ou ainda de ocupação. DEFINIÇÃO Ambiente de trabalho é o local no qual os indivíduos desenvolvem atividades de labor. Envolve tudo em que o esse indivíduo é exposto e interage ao desempenhar atividades relacionados ao seu trabalho. Além do campo científico, e local/ambiente de trabalho dois elementos da definição de higiene ocupacional devem ser destacados com maior ênfase, são eles: fatores de risco/ stress ambiental e saúde do trabalhador. Esses elementos são conceituados de forma introdutória a seguir. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais26 Saúde e Risco como elementos da higiene ocupacional Se você avançou nos estudos até esse ponto é capaz de responder a esse questionamento: Qual a importância da higiene ocupacional? Pare agora e pense a esse respeito. Pensou? Acredito que na sua resposta deve conter “Proteger o trabalhador” ou “Evitar acidentes de trabalho”, em linhas gerais a importância da higiene ocupacional se resume isso, contudo é necessário entendermos de que esse campo científico busca proteger o trabalhador e como ele faz isso. Vejamos! A higiene ocupacional busca proteger o trabalhador de danos à sua saúde por meio da aplicação de mecanismos que reduzam a níveis aceitáveis ou elimine a sua exposição a fatores ou agentes de risco em ambiente de trabalho. Então temos dos conceitos importantes aqui, o primeiro é saúde e o segundo fatores de risco. Em relação a definição de saúde a Organização Mundial de Saúde –OMS adota um conceito amplo, conforme assevera Fundacentro (2004, p. 45): A saúde pode ser vista como um estado completo de bem- estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença [...]. Para atingir essa meta, o ser humano estabelece uma batalha contínua, com o intuito de manter um balanço positivo contra as forças biológicas, físicas e químicas, mentais e sociais que tendem a romper o equilíbrio [...] A definição de saúde da OMS é genérica, portanto necessitamos definir a que diz respeito especificamente a saúde do trabalhador. A esse respeito Fundacentro (2004, p. 46) destaca: Saúde do trabalhador representa um esforço de compreensão do processo saúde-doença, como e porque ocorre, e o desenvolvimento de alternativas que levem à transformação e direção à apropriação pelos trabalhadores na dimensão humana de trabalho. [...] Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 27 [...] entende-se por saúde do trabalhador, um conjunto de atividades que se destina, a través de ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa a recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos risco a e agravos advindo das condições de trabalho. Então com base nesses conceitos e a diferença entre os campos que compõe uma visão multifuncional da saúde ocupacional que a medicina do trabalho assume a visão ampla do conceito de saúde, ou seja: estado completo de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença. Essa visão também é compartilhada pela saúde ocupacional. Mas entenda bem, a higiene ocupacional tem seu foco a promoção de controle e ausência de doenças de trabalho originadas da exposição do trabalhador ao risco advindo forças biológicas, físicas e química presentes no ambiente de trabalho. DEFINIÇÃO Saúde do trabalhador é estado de bem-estar decorrente do controle e ausência de doenças de trabalho originadas da sua exposição ao risco advindo forças biológicas, físicas e químicas presentes no ambiente de trabalho. Entendeu bem no que consiste a saúde do trabalhador no campo da higiene ocupacional? Se entendeu, percebeu que ela está relacionada a outro conceito importante: Risco. E no conceito de risco e seus fatores. A respeito da definição de risco Em relação a definição de saúde a Organização Mundial de Saúde –OMS adota um conceito amplo, conforme assevera Fundacentro (2004, p. 47): Qualquer pessoa está exposta as mais diversas condições que podem ocasionar eventos ou danos indesejados, seja dentro do ambiente de trabalho, ou fora dele, e que poderão afetar a sua qualidade de vida, como doenças, acidentes, perda do patrimônio, entre outros. A essa probabilidade de ocorrer danos denominamos de risco. O risco, portanto, é a combinação da probabilidade e magnitude de um evento desejado. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais28 Traduzindo o conceito de risco, e trazendo esse para o campo da higiene ocupacional temos que o risco é o resultado da chance de ocorrer um evento gerador de dano a saúde do trabalhador resultante de seu trabalho, somada a gravidade da consequência do dano caso o evento ocorra. Para facilitar o entendimento, o quadro 3 apresenta um exemplo de análise de risco no ambiente de trabalho de fabricação de artigos de mármore, resultante de uma pesquisa realizada por Chagas (2016). Quadro 3– Estudo de risco no ambiente de trabalho de fabricação de artigos de mármore ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCOS PROFISSIONAIS NA FABRICAÇÃO DE ARTIGOS EM MÁRMORE Avaliação de riscos é a base de uma gestão eficaz da segurança e da saúde do trabalho para reduzir os acidentes de trabalho e as doenças profissionais. Este estudo tem por objetivo descrever a avaliação de riscos nas tarefas de cada atividade na fabricação de artigos em mármore. Utilizou-se o método de análise e avaliação de riscos William T. Fine. A atividade em estudo foi categorizada em três grupos: corte, polimento e acabamento dos artigos. Classificação do riscos: Atribui-se um índice às situações de risco identificadas baseado na gravidade e na probabilidade de ocorrência do perigo a elas associado. O produto das três variáveis, Consequência (C), Exposição (E) e Probabilidade (P) dá origem à Magnitude do Risco (R) ou Grau de Perigosidade (GP). Para determinar as prioridades de intervenção recorreu-se à escala de índice de risco, em que: o GP<20, o nível de risco é 5 (aceitável); 20<GP<70, 4 (moderado); 70<GP<200, 3 (notável); 200<GP<400, 2 (alto) e GP>400, o nível de risco é 1 (grave/ eminente). Na análise de riscos por atividade foi tida em conta a qualidade dos equipamentos e das instalações existentes, que por si só, já elimina alguns possíveis fatores de risco. Assim, nas Tabelas 1 encontram- se o grau de Perigosidade do Risco relacionado a atividade de corte, resultante da classificação obtida em relação ao nível de consequência, exposição e probabilidade. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 29 Fonte: Adaptado de Chagas (2016, p.16;22) SAIBA MAIS Para conhecer mais sobre os riscos existentes no ambiente de trabalho de fabricação de artigos de mármore leia na integra o artigo de Chagas (2016) intitulado: “Análise e avaliação de riscos profissionais na fabricação de artigos em mármore”. Este artigo encontra-se disponível em: https://bit.ly/3i7lK9M. Com base no exemplo disposto do quadro três compreende que a definição de riscoestá atrelada os seguintes conceitos: consequência, fonte de risco, perigo e probabilidade. As definições desses conceitos estão contidas na NBR ISO 31000, conforme assevera Rossete (2014, p.11): Vale ressaltar também outras definições a NBR ISSO 31000: Consequência – resultado de um evento que afeta os objetivos [...] Fonte de risco – elemento que, individualmente ou combinado, tem potencial intrínseco para dar origem ao risco [...] Perigo – fonte de potencial dano. [...] Probabilidade – chance de algo acontecer (ABNT, 2009). [...] Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais30 Então o que devemos destacar a respeito da definição de risco? Com base no exemplo disposto no quadro 3 e as definições: consequência, fonte de risco, perigo e probabilidade, temos que: quanto maior o resultado de um evento que afeta a saúde do trabalhador e a sua chance de acontecer, maior será o risco atribuído a uma dada atividade. Então, não esqueça: Risco= probabilidade x consequência (CAMPOS,2013). DEFINIÇÃO RISCO = probabilidade x consequência (CAMPOS, 2013). A higiene ocupacional então tem dentre seus objetivos reduzir o risco, para tanto no contexto do ambiente de trabalho que identifica, monitora e controla a exposição do trabalhador aos fatores e agentes de risco. Um fator agente de risco é o elemento gerador elemento o qual o risco está associado. Retomamos ao exemplo da fabricação de artigos em mármore, a perda da acuidade auditiva é um risco, cujo o fator/agente gerador é o ruído. Outro exemplo é a fadiga, que é um risco que possui como fator/agente a postura inadequada no trabalhador em atividade. Pois bem, nesse exemplos destacamos um exemplo de fator/agente de risco físico (ruído) e outro ergonômico (postura inadequada). Os fatores/ agente de risco podem ser classificados em: físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. O quadro 4 apresenta resumidamente no que consiste cada tipo de risco. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 31 Quadro 4– Classificação dos fatores ou agentes de risco FATOR/AGENTE DESCRIÇÃO Físicos Diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibração, pressões anormais, temperaturas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, etc. Químicos Substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pelas vias respiratórias, absorção o da pele ou ingestão. Exemplos: poeira e gases. Biológicos São microrganismos os quais o trabalhador ao obter contato pode adquirir doenças. Exemplos: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. Ergonômicos São decorrentes da organização e gestão do trabalho. Exemplos: esforço físico, postura inadequada, controle rígido de produtividade, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade de movimentos, falhas no treinamento e supervisão dos trabalhadores, entre outros. Fonte: Adaptado de Alves (2015, p. 16;2) Agora que apreendemos um pouco sobre os dois conceitos importantes ligados a definição de higiene ocupacional (saúde e risco), é importante que saibamos entender também alguns termos e palavras que são de uso da área. Nesse sentido, no tópico a seguir apresentamos algumas dessas palavras ou termos. Termos de uso da higiene ocupacional Se você chegou até aqui já tem claro em sua mente o que é a higiene ocupacional. Então para finalizar sua base inicial de conhecimento sobre essa área, destaca-se no quadro 5 algumas palavras ou termos comumente usados pelos profissionais que atuam na área. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais32 Quadro 5– Termos de uso da Higiene Ocupacional Termo Definição/sentido de uso Agente de Risco Agente necessário para provocar riscos à saúde, segurança e meio ambiente. Agente Tóxico Qualquer substância química que pode causar dano a um organismo vivo, como resultado de interação físico-química. Análise de Risco Exame detalhado para compreender a natureza de con- sequências indispensáveis para a vida e saúde humana, propriedade e meio ambiente. Avaliação Ato ou situação de determinar a importância, a magnitude de valor de algo. Avaliação da Estimativa da exposição Processo que mede ou estima a intensidade, duração e fre- quência da exposição humana a um agente de estressor. Avaliação de Risco Processo global de estimar a magnitude do risco e decidir se o risco é tolerável, aceitável ou não. Concentração Ambiental Estimativa de quantidade de uma substância em uma meio ambiente específico. Dano a saúde Alteração do estado de saúde que resulte em doença ou alteração do processo de crescimento e desenvolvimento ou até morte. Doença profis- sional Doença produzida ou desencadeada pelo exercício do traba- lho peculiar a determinada atividade. Doença do tra- balho Doença adquirida ou desencadeada em função de condi- ções especiais em que o trabalho é realizado. Dose Quantidade de um agente de risco que entra em contato com o organismo Estimativa Determinação por cálculo ou avaliação valor fundado em probabilidade. Exposição Situação ou condição de uma ou mais pessoas que podem estar sujeitas a interação com agentes ou fatores de riscos. Gerenciamento de Risco Processo de selecionar e implementar medidas para a alterar a magnitude do risco. Monitorização Vigilância periódica ou contínua ou ainda a realização de testes para determinar as características de fatores de risco, os níveis de contaminação ou exposição ou a condição de saúde de pessoas, animais, ou outros seres vivos. Risco ocupacio- nal Possibilidade de uma pessoa sofrer determinado dano para a sua saúde em virtude das condições de trabalho Toxidade Propriedade de qualquer substância que pode ocasionar danos a um organismo vivo. Fonte: Adaptado de Fundacentro (2004, p. 59-63) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 33 RESUMINDO Então adiante concluímos que a higiene ocupacional ou do trabalho é apenas um dos campos de estudos da saúde ocupacional. Nesse sentido, ela se difere da medicina do trabalho e segurança do trabalho que são os demais campos que compõem uma abordagem multiprofissional da saúde ocupacional. Ela difere por ter seu foco voltado para conforto e eficiência do trabalho, buscando um ambiente adequado a manutenção e saúde do trabalhador. Por fim, virmos que a saúde do trabalhador está ligada à sua exposição ao risco, sendo esse risco igual a probabilidade x consequência. Nesse contexto, higiene ocupacional no contexto do ambiente de trabalho identifica, monitora e controla a exposição do trabalhador aos fatores e agentes de riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais34 O profissional de higiene ocupacional OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de definir as atribuições e características de um profissional atuante na área de higiene ocupacional. Saber quais são as características e atribuições de um profissional da área de higiene ocupacional ajudará você a identificar quais dessas características precisa desenvolver para atuar a área ou selecionar pessoas adequadas para desempenhar esse papel ao longo da sua profissão. E então? Pronto para desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante! Diferenciando o profissional de higiene ocupacional Olá! Lembra do conceito de higiene ocupacional? Virmos que a higiene ocupacional é a área da ciência que reconhece, avalia e controla os riscos originados dos ambientes profissionais capazes de provocar alterações na saúde dos trabalhadores; tendo por objetivo colaborar com a promoção e conservação da saúde dos operários por meio de condições adequadas no ambiente de serviço (ROSSETE, 2014). E é com base nessa definição que iremos diferenciar o profissional de higiene ocupacional dos demais profissionais que atuam com a saúde ocupacional. Revisando: A higiene ocupacional ou do trabalho éapenas um dos campos de estudo da saúde ocupacional. Nesse sentido, ela se difere da medicina do trabalho e segurança do trabalho que são os demais campos que compõem uma abordagem multiprofissional da saúde ocupacional. Já que você tem clara a definição de higiene ocupacional, antes de fazermos uma diferenciação entre os profissionais da área, cabe primeiro definirmos bem no que consiste a medicina do trabalho e a segurança do trabalho, uma vez que essas são os demais campos que compõe uma abordagem multifuncional da saúde ocupacional. No que tange a medicina do trabalho ela tem em seu foco a saúde física e mental dos trabalhadores, através da vigilância da saúde para o Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 35 aumento da produtividade. A respeito da medicina do trabalho assevera Rossete (2014, p.8): A medicina do trabalho preocupa-se com a saúde física e mental do trabalhador, tendo em vista a vigilância à saúde dos profissionais perante os riscos que estão expostos. Isso pode contribuir para o aumento da produtividade e disponibilidade da mão de obra, devido à redução de afastamentos para tratamento dos casos de doenças e acidentes relacionados ao trabalho. No que tange a segurança no trabalho, essa tem por foco medidas técnicas, médicas e profissionais para cuidado do trabalhador objetivando a prevenção de acidentes. A respeito da segurança do trabalho Peixoto, Hosfstadler e Silveira (2012; p.28;29) destacam: Podemos definir Segurança do Trabalho como uma série de medidas técnicas, administrativas, médicas e, sobretudo, educacionais e comportamentais, empregadas a fim de prevenir acidentes, e eliminar condições e procedimentos inseguros no ambiente de trabalho. A segurança do trabalho destaca também a importância dos meios de prevenção estabelecidos para proteger a integridade e a capacidade de trabalho do colaborador. Para a execução dessas medidas, não bastam apenas ações dos profissionais ligados à área (SESMT e CIPA), mas é necessária a participação de todos os envolvidos, ou seja, desde a direção da empresa até os trabalhadores de chão de fábrica, pois o sucesso das ações vai depender de uma adequada política de segurança do trabalho, na qual todos têm suas responsabilidades. VOCÊ SABIA? Você sabia que nas organizações com mais de 50 funcionários tem obrigatoriedade de possuir um órgão responsável pela prevenção de acidentes? Pois é, esse órgão é a Comissão de acidentes e doenças decorrentes do trabalho (CIPA). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais36 Um fato é importante destacamos, tanto a medicina do trabalho, como a higiene ocupacional e a segurança no trabalho quando aplicadas dentro das organizações apresenta vários benefícios, dentre os quais: a redução de despesas com pagamento de sanções por descumprimento de lei do trabalho; redução da frequência de acidentes de trabalho, prevenção de doenças; redução de morbidade e mortalidade; entre outros benefícios. IMPORTANTE É importante que você saiba a diferença entre morbidade e mortalidade. Morbidade remete a refere-se a relação entre trabalhadores doentes e não doentes expostos as mesmas condições e ambiente de trabalho. Já a mortalidade remete a relação de mortos comparada a população de trabalhadores expostos as mesmas condições. Então porque foi importante diferenciar bem medicina do trabalho, higiene ocupacional e segurança do trabalho? Porque cada um desses campos possuem em sua atuação profissionais especializados, conforme mostra a figura 5, 6 e 7. Figura 5 – Profissionais da saúde ocupacional – Médico do trabalho. Fonte: @freepik Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 37 Figura 6 – Profissionais da saúde ocupacional – Higienista ocupacional Fonte: @pixabay Figura 7 – Profissionais da saúde ocupacional – Engenheiro do trabalho ou técnico de segurança do trabalho Fonte: @pixabay Assim, temos que o profissional da medicina do trabalho é o médico do trabalho. O médico do trabalho é um profissional com formação superior em medicina que desempenha o trabalho de avaliar trabalhadores a fim Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais38 de identificar possíveis complicações de saúde oriundas do trabalho. É o profissional responsável pela emissão de Atestados de saúde Ocupacional (ASO). A respeito do campo de atuação desse profissional Lucca e Campos (2011, p. 1) esclarecem: O mercado de trabalho deste profissional é amplo, possibilitando as mais variadas inserções, como médicos assistentes, coordenadores, consultores, peritos ou auditores, com atuação em serviços médicos de empresas públicas ou privadas, sindicatos, Ministérios do Trabalho e Emprego e da Saúde, Previdência Social, Ministério Público, dentre outras. Já o profissional da segurança do trabalho é denominado de engenheiro do trabalho ou técnico de segurança do trabalho, de acordo com sua formação a nível superior ou técnico. Cabe a esse profissional prever riscos de atividades de trabalho; proteger o trabalhador em suas unidades laborais e elaborar documentos técnicos. São exemplos de relatórios técnicos sobre responsabilidade desse profissional o Programa de condições e Meio de Trabalho na Indústria e da Construção – PCMAT e o Programa de prevenção de riscos ambientais. O engenheiro do trabalho em muitos casos também desempenha o papel do higienista ocupacional. SAIBA MAIS Você quer saber mais sobre as atribuições de um engenheiro do trabalho? Se sim acesse: https://bit.ly/3gtEMXq Por fim, temos o profissional da higiene ocupacional, o denominado higienista ocupacional. Como o foco do nossos estudos é esse profissional a seguir aprofundamos a seu respeito. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 39 O higienista ou técnico ocupacional O higienista ocupacional e/ou técnico de higiene ocupacional é profissional que trabalha com higiene ocupacional, ou seja, é habilitado para identificar problemas e riscos ocupacionais propondo soluções. O higienista ocupacional tem entre suas funções a gestão de riscos, para tanto ele deve para esse fim desenvolver as etapas do processo. Então, basicamente o trabalho do higienista ocupacional ou técnico de higiene ocupacional consiste em avaliar e gerenciar riscos ocupacionais no seu campo de atuação. Destacamos que o campo de atuação do higienista ocupacional é o ambiente de trabalho. Revisando: Lembre-se que ambiente de trabalho é o local no qual os indivíduos desenvolvem atividades de labor. Envolve tudo em que o esse indivíduo é exposto e interage ao desempenhar atividades relacionados ao seu trabalho. Nesse sentido, os higienistas ocupacionais atuam nas fábricas, organizações, etc. O processo de avaliação de risco é composto por duas fases: a análise de risco e a análise de opções. Enquanto no gerenciamento de riscos temos quatro fases, a saber: tomada de decisão; implementação; monitoração e avaliação; e gerenciamento de riscos. O quadro 6 apresenta de forma objetiva o papel/atribuição do higienista ou técnico ocupacional em cada uma das fases do processo de avaliação e gerenciamento de riscos. Quadro 6– Papel/atribuição do profissional de higiene do trabalho no processo de avaliação e gerenciamento de riscos Fase Papel/ Atribuição Identificação dos fatores e risco -Reconhecer e identificar fontes ou situações com potencial provocador de danos ou consequências indesejáveis à saúde humana; - Estabelecer relação causal entre fator /dano/ consequência. Estimativa de risco - Determinar e produzir por cálculo ou avaliação medidas quantitativas de risco. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais40 Análise de opções de gerenciamento - Comparar os riscos X benefícios das opções; - Analisar o problema do ponto de vista individual e social; - Identificar a viabilidade das opções; seus impactos econômicos e ambientais. - Averiguar as implicaçõessociais, políticas e culturais de cada opção; Implementação - Conduzir o processo de implementação do plano, programa ou projeto de execução. Monitoração e avaliação - Acompanhar e avaliar periodicamente como as medidas do plano, programa ou projeto e execução estão sendo implantadas e se os padrões estabelecidos estão sendo executados. Revisão - Analisar os resultados da monitorização e Avaliação. - Identificar necessidades de retomada do processo. Fonte: Adaptado de Fundacentro (2004, p. 53-55) Agora reflitamos um pouco: Diante das atribuições profissionais qual o perfil adequado de formação de um higienista ou técnico de higiene do trabalho? Bem, esse profissional deve ter formação superior ou técnica em qualquer uma dessas áreas: engenharia, física, química, biologia, higiene ocupacional, segurança do trabalho, ou áreas afins. Os cursos de formação específica e em higiene ocupacional abrangem em seu currículo: conhecimentos em matemática, física, química, biologia, anatomia e fisiologia (requisitos básicos); toxicologia, fisiologia do trabalho, doenças ocupacionais, estatística e epidemiologia, ergonomia, fatores psicoemocionais, segurança e saúde pública (requisitos de suporte); e aspectos fundamentais da higiene ocupacional (reconhecimento de riscos, tecnologia de controle ambiental e pessoal; ventilação industrial, etc.). (FUNDACENTRO, 2014). Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 41 SAIBA MAIS Para saber um pouco mais sobre o profissional de higiene ocupacional, sua formação e campo de atuação acesse o site da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais: https://areasst.com/abho/ Interdisciplinaridade e ética na atuação do profissional de higiene ocupacional Como virmos no tópico anterior, o currículo básico de um curso a nível superior ou técnico que tem por objetivo formar profissionais para atuarem em higiene ocupacional é composto por diferentes áreas do conhecimento (disciplina) isso porque a higiene ocupacional é um campo de atuação de conhecimento interdisciplinar. O que isso quer dizer? Isso quer dizer que a prática de higiene ocupacional depende da sua interação com profissionais de diversas áreas do conhecimento. SAIBA MAIS Para compreender mais sobre a interdisciplinaridade no campo da saúde do trabalhador leia o artigo escrito por Consolino et al. (2012) que identifica em bases científicas as produções acadêmicas que relacionam interdisciplinaridade, saúde e trabalho. Acesse: https://bit. ly/33pA8WF Na prática, o profissional de higiene ocupacional atua nas empresas como o objetivo de proteger o trabalhador os riscos existentes e previstos no ambiente de trabalho. Nesse contexto, ele atua em conjunto com médicos de trabalho, gestores, engenheiros de produção. Vejamos o seguinte exemplo apresentado por Fundacentro (2004, p.74): O médico do trabalho ao encontrar o trabalhador doente, poderá optar por tratar e curar o trabalhador devolvendo-o para o ambiente nocivo à saúde, tornar a encontrá-lo depois de algum tempo com o mesmo problema, ou afastá- lo definitivamente do ambiente nocivo para poupá-lo da Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais42 doença, mais isso acarretará em desviá-lo de sua profissão ou de seu meio de subsistência. Atuando em conjunto, porém, os profissionais de medicina, higiene ocupacional e outros que sejam necessários nesse processo poderão agir na correção do ambiente, eliminando ou minimizando a ocorrência das doenças. Vejamos outro exemplo. Um engenheiro de produção projetou o layout de disposição das máquinas de uma linha de produção, após da inauguração dessa linha de produção muitos funcionários pareceram com dores na lombar. Fazendo uma análise o higienista ocupacional dessa indústria descobriu que o layout não considerava princípios básicos de ergonomia, sendo esse o motivo das dores presentes nos operários dessa linha. Nesse exemplo, o engenheiro e o higienista ocupacional trabalharam de forma isolada. Consideremos agora que estes dois profissionais atuaram juntos da concepção do projeto da nova linha de produção, esse trabalho interdisciplinar evitaria o problema de saúde gerado nos operários, uma vez que os conhecimentos de ergonomia de posse do higienista ambiental preveniriam o ocorrido na fase de concepção do projeto. Ainda, outro profissional indispensável no contexto do trabalho interdisciplinar no âmbito da saúde ocupacional é o profissional na área de educação. O técnico ou higienista ocupacional pode identificar as necessidades de mudança nos hábitos dos trabalhadores a fim de garantir a preservação da saúde desses, pode inclusive traçar planos de ação, mas educar o funcionário para que ele cumpra com o proposto só é possível com maior eficiência com a parceria de um profissional de educação. Um exemplo de trabalho interdisciplinar realizado pelo profissional de higiene com um profissional de higiene seria a construção de uma cartilha informativa sobre riscos ocupacionais. O profissional de educação saberia a linguagem didática de abordar os assuntos pontuados pelo profissional de higiene. Entendeu a importância da interdisciplinaridade na higiene ocupacional? O trabalho interdisciplinar gera melhores resultados e decisões mais corretas do que o trabalho isolado dos profissionais envolvidos no processo. Além da interdisciplinaridade, outro aspecto Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 43 que merece atenção no contexto de atuação do profissional de higiene ocupacional são as questões éticas. Agir com ética dentre outros aspectos é cumprir com os direitos e deveres a profissão. A figura 9 destaca alguns direitos e deveres de um profissional de higiene ocupacional e algumas atitudes éticas atribuídas a esse profissional como reflexo do conhecimento de seus direitos e deveres. Quadro 9– direitos e deveres de um profissional de higiene ocupacional e algumas atitudes éticas Fonte: Adaptado de Fundacentro (2004, p. 75-77) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais44 Diante do exposto na figura 9, o desafio em higiene ocupacional é buscar garantir a atuação do profissional dentro dos princípios éticos. Para tanto, em atitudes em que o profissional de higiene se encontrar em situações que o conduza a um dilema de ética, aconselha-se que ele: recorra as políticas e códigos de conduta profissional, bem como as leis regulamentadoras da saúde ocupacional. Diante desses mecanismos, ele pode sanar suas dúvidas bem como respaldar sua postura ética em caso de julgamento de terceiros. RESUMINDO Ops! Gostou de entender a formação e atuação do profissional da área de higiene ocupacional? Para garantimos que você seja capaz de definir as atribuições e características de um profissional atuante na área de higiene ocupacional. Aqui primeiramente virmos que o profissional de higiene ocupacional se difere em foco e nomenclatura dos profissionais de medicina do trabalho e segurança do trabalho. Assim aprendemos que o profissional da medicina do trabalho é o médico do trabalho, o de segurança do trabalho e o engenheiro ou técnico de segurança do trabalho e o profissional de higiene do trabalho é chamado de higienista ocupacional ou técnico de higiene ocupacional. O higienista ocupacional e/ou técnico de higiene ocupacional é profissional que trabalha com higiene ocupacional, ou seja, é habilitado para identificar problemas e riscos ocupacionais propondo soluções. Diante de suas atribuições sua formação requer conhecimento de diversas áreas do conhecimento, e sua atuação prática envolve trabalhar com profissionais de diversas áreas de forma interdisciplinar. Por fim, destacamos que uma conduta ética desse profissional remete ao comprimento de suas atribuições e deveres, bem como o conhecimento e uso de políticas e códigos de conduta profissional, bem leis regulamentadoras da saúde ocupacional.Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 45 A prática da Higiene ocupacional: Implicações legais OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de reconhecer as implicações legais relacionadas à prática dos preceitos da higiene ocupacional. Conhecer os aspectos legais relacionados à higiene ocupacional irá direcioná-lo em sua prática profissional a definir ações de higiene ocupacional em conformidade com essas leis. E então? Pronto para desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante! Marcos históricos legais relacionados a higiene ocupacional no Brasil Se você chegou até aqui percebeu que higiene ocupacional evoluiu como ciência, e suas raízes remetem a leis voltadas a proteção do trabalhador. Nesse sentido, nesse tópico vamos resgatar os acontecimentos históricos conduziram o desenvolvimento de leis voltadas para a higiene ocupacional no Brasil. No contexto brasileiro, a primeira coisa que devemos ter em mente que a intervenção do Estado nas questões trabalhistas foi reflexos dos movimentos sociais organizados pela classe trabalhadora. A esse respeito destaca Fundacentro (2004, p.23): [...] Em decorrência desses movimentos, tem início a intervenção do Estado, com a fixação das relações de trabalho por meio de legislação específica. É aprovada, então a primeira Lei sobre Acidentes (Decreto-legislativo no3.754 de 15/01/1919), [...] esta lei tinha como fundamento jurídico a teoria do risco profissional, e a necessidade policial em todas as ocorrências de acidentes de trabalho. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais46 Foi como resultado da aplicação da Lei sobre Acidentes que o Brasil no século XX teve sua legislação direcionada para os infortúnios ou riscos industriais, de modo que no contexto jurídico-institucional pode- se identificar na primeira metade do século XX alguns fatos relacionados a higiene ocupacional. O quadro 7 apresenta esses fatos em ordem cronológica. Quadro 7– Fatos marcantes da legislação relacionada a higiene ocupacional no Brasil Ano Fato 1923 - Criação da Inspetoria de Higiene Industrial e Profissional, junto ao Departamento Nacional de Saúde, embrião do Ministério da Saúde, que se estabeleceu até 1930. 1934 - Foi decretada, a segunda Lei de Acidentes do trabalho, sendo criada a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho, no âmbito do Departamento Nacional do Trabalho, do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. -Ministério do Trabalho nomeou os primeiros “inspetores- médicos” com o objetivo de procederem a inspeção higiênica nos locais de trabalho e estudos sobre acidentes e doenças profissionais. 1938 A Inspetoria transformou-se em Serviço de Higiene do Trabalho. 1942 O Serviço de Higiene do Trabalho transformou-se em Divisão de Higiene e Segurança do Trabalho. 1943 A legislação do trabalho, que se encontrava até então dispersa e redundante, analisada, agrupada e condensada na primeira Consolidação das Leis do Trabalho CLT, que incluía um capítulo sobre Higiene e Segurança do Trabalho. A legislação brasileira baseada na Recomendação 112 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), foi expressa no Capítulo V da CLT. 1944 A legislação sobre acidentes do trabalho é reformulada, por meio de Decreto – Lei. 1950 O ministério do Trabalho apoio alguns trabalhos realizados pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) Fonte: Adaptado de Fundacentro (2004, p. 25) Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 47 IMPORTANTE Os fatos históricos da consolidação da higiene do trabalho remetem as legislação estabelecida pela CLT e conduziram a criação e das normas que regulamentam a Segurança do Trabalho. Além dos fatos destacados no quadro 7, é importante evidenciar que no mesmo período começaram a surgir instituições que se dedicavam a pesquisa, estudo e disseminação das questões relacionadas a higiene ocupacional, dentre as quais podemos destacar: Escola de Higiene e Saúde Pública; Serviço Social da Indústria – SESI; Associação Brasileira para a Prevenção de Acidentes- ABPA, Serviço Social da Indústria; Confederação Nacional das Indústrias, e Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO. Diante a sua atuação representativa no campo até hoje, dentre estas instituições destacamos a FUNDACENTRO. O quadro 8 apresenta um breve histórico dessa fundação e aponta algumas das suas contribuições o âmbito da higiene ocupacional. Quadro 8 – O que é a FUNDACENTRO Criada oficialmente em 1966, a FUNDACENTRO teve os primeiros passos de sua história dados no início da década, quando a preocupação com os altos índices de acidentes e doenças do trabalho crescia no Governo e entre a sociedade. Já em 1960, o Governo brasileiro iniciou gestões com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), com a finalidade de promover estudos e avaliações do problema e apontar soluções que pudessem alterar esse quadro. A ideia de criar uma instituição voltada para o estudo e pesquisa das condições dos ambientes de trabalho, com a participação de todos os agentes sociais envolvidos na questão, começou a ganhar corpo. Proposta nesse sentido foi apresentada em março de 1964, durante o Congresso Americano de Medicina do Trabalho, realizado em São Paulo. Em 1965, após a visita ao País de especialistas da OIT, e de novos estudos sobre as condições necessárias para a implantação da iniciativa, o Governo Federal decidiu pela criação de um centro especializado, tendo a cidade de São Paulo como sede da nova instituição, em função do porte de seu parque industrial. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais48 Assim, em 1966, durante o Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes, realizado em São Paulo, foi oficializada a criação da FUNDACENTRO, que teve sua primeira sede instalada no bairro de Perdizes. Datam dessa fase inicial da entidade os primeiros estudos e pesquisas no País sobre os efeitos de inseticidas organoclorados na saúde; da bissinose (doença ocupacional respiratória que atinge trabalhadores do setor de fiação, expostos a poeira de algodão e juta); sobre as consequências das vibrações e ruídos em trabalhadores que operam marteletes; sobre o teor da sílica nos ambientes de trabalho na indústria cerâmica e ainda sobre os riscos da exposição ocupacional ao chumbo. No decorrer de sua história, a FUNDACENTRO viria ainda afirmar sua vocação pioneira na área, com as pesquisas sobre as Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho - DORT (à época chamada de lesões por Esforços Repetitivas - LER). Com a vinculação, em 1974, da FUNDACENTRO ao Ministério do Trabalho, cresceram as atribuições e atividades da instituição, exigindo um novo salto da entidade: a implantação do Centro Técnico Nacional, cuja construção teve início em 1981, sendo concluído em 1983, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Hoje, a FUNDACENTRO está presente em todo País, por meio de suas unidades descentralizadas, distribuídas em 11 Estados e no Distrito Federal. Atuando de acordo com os princípios do tripartimos, a Fundacentro tem no Conselho Curador sua instância máxima. Nele estão representados, além do governo, os trabalhadores e empresários, por meio de suas organizações de classe. O ineditismo e a importância de seus estudos deram à FUNDACENTRO a liderança na América Latina no campo da pesquisa na área de segurança e saúde no trabalho. A Fundacentro é designada como centro colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS), além de ser colaboradora da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ainda no plano internacional, a FUNDACENTRO mantém intercâmbio com países das três Américas, da Europa, além do Japão e da Austrália. São ações que envolvem desde trabalhos na área de educação até o desenvolvimento de projetos de sistemas de gestão ambiental. Outras informações sobre a FUNDACENTRO: Missão: Produzir conhecimento aplicado parasubsidiar políticas públicas que promovam o trabalho seguro, saudável e produtivo.” Visão: Um futuro melhor pela ciência aplicada à prevenção.” Valores: Integridade científica, profissionalismo, transparência, cooperação e inovação.” Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 49 Atuação: A Fundacentro dispõe de uma rede de laboratórios em segurança, higiene e saúde no trabalho e de uma das mais completas bibliotecas especializadas, além de profissionais formados em várias áreas, muitos deles pós-graduados no Brasil e exterior. que atuam basicamente em duas frentes: • Desenvolvimento de pesquisas em segurança e saúde no trabalho; • Difusão de conhecimento, por meio de ações educativas como cursos, congressos, seminários, palestras, produção de material didático e de publicações periódicas cientificas e informativas. Para enfrentar os desafios, a Fundacentro vem promovendo continuamente a melhoria da estrutura organizacional e o realinhamento de suas ações, passando pela modernização de seus recursos técnico-científicos e culminando numa gama de projetos e atividades em sintonia com as necessidades atuais. Fonte: Adaptado de Fundacentro (2020, p. 27) Continuando esse resgate sobre as origens regulamentas dos aspectos relacionados a higiene ocupacional outro período que merece destaque é o período após estabelecimento da constituição de 1988. Esse período foi marcado pelos seguintes fatos: • Ampliação das atribuições e responsabilidades dos estados e municípios em relação a área de Saúde e Segurança do trabalho; • Adoção do Programa Nacional de Qualidade e Produtividade, as conhecidas normas ISSO; • Mudanças na legislação na área de Saúde e Segurança do Trabalho; • Surgimento de novos programas no âmbito do ministério do trabalho, a exemplo do Programa de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional (PCMSO), entre outros. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais50 VOCÊ SABIA? O PPRA é o instrumento pelo qual o Higiene Ocupacional, de forma articulada com os outros programas e a participação dos trabalhadores desenvolvem ações em prol do controle de riscos ambientais existentes ou que possam a vir existir no ambiente de trabalho, levando-se em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Higiene ocupacional e a Legislação sobre Segurança do trabalho Como vimos nos capítulos anteriores a Segurança do Trabalho por foco medidas técnicas, médicas e profissionais para cuidado do trabalhador objetivando a prevenção de acidentes. A respeito da segurança do trabalho Peixoto, Hosfstadler e Silveira (2012; p.28;29) destacam: Podemos definir Segurança do Trabalho como uma série de medidas técnicas, administrativas, médicas e, sobretudo, educacionais e comportamentais, empregadas a fim de prevenir acidentes, e eliminar condições e procedimentos inseguros no ambiente de trabalho. A segurança do trabalho destaca também a importância dos meios de prevenção estabelecidos para proteger a integridade e a capacidade de trabalho do colaborador. Diante do exposto, a higiene ocupacional em sua prática segue as diretrizes legais estabelecidas pela Segurança do Trabalho. No Brasil, hoje a Legislação de Segurança do Trabalho baseia-se na Constituição Federal, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), nas Normas Regulamentadoras e em outras leis complementares como portarias, decretos e convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização Mundial da Saúde (OMS). O quadro 09 apresenta e resume algumas normas nesse sentido. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais 51 Quadro 09 – Normas de segurança do trabalho Norma Descrição NR 1 – Disposições Gerais: Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho Urbano, bem como os direitos e obrigações do Governo, dos empregadores e dos trabalhadores no tocante a este tema específico. A fundamentação legal, ordinária e específica que dá embasamento jurídico à existência desta NR são os artigos 154 à 159 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). NR 2 – Inspeção prévia: Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao Ministério do Trabalho e Emprego – MTE a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. NR 3 – Embargo ou interdição: Estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados pela fiscalização trabalhista na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e à Medicina do Trabalho. NR 4 – Serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA: Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusivamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de sugestões e recomendações ao empregador, para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis causas de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais. NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI: Estabelece e define os tipos de EPI a que as empresas estão obrigadas a fornecer aos seus empregados, sempre que as condições de trabalho exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Higiene Ocupacional e Prevenção de Riscos Ambientais52 NR 7 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO: Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. NR 8 – Edificações: Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. NR 9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA: Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implantação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Visa à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, considerando a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. NR 10 – Instalações e serviços em eletricidade: Estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas. Inclui elaboração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança de usuários e de terceiros em quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta delas, as normas técnicas internacionais. NR 11 – Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais: Estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica
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