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Custos Industriais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Edson Nunes Revisão Textual: Prof. Ms. Claudio Brites Custos: Conceitos básicos • Conceitos Básicos • Terminologia Básica • Métodos de custeio: suas finalidades e objetivos · Fornecer conceitos básicos sobre custos, objetivos e finalidades. OBJETIVO DE APRENDIZADO Custos: Conceitos básicos Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Custos: Conceitos básicos Introdução Em um mundo globalizado é de fundamental importância que os gestores de um empreendimento conheçam os custos de suas atividades não importando o porte ou área de atuação, pois sem o conhecimento de seus custos o empreendedor terá muitas dificuldades de apurar seu lucro ou prejuízo. Importante! Por que o correto conhecimento dos custos de um empreendimento é importante? Será que é possível tomar decisões gerenciais de posse das informações de custos? Trocando ideias... A globalização exige que os empreendimentos ofereçam produtos e serviços de qualidade com preços competitivos e para manter sua competitividade buscam obter um menor custo por meio da otimização dos recursos aplicados na produção em meio a um ciclo de vida dos produtos cada vez menor. Os custos são reflexos da empresa, de suas atitudes, comportamentos, estruturas e modos operantes e quanto melhor a estrutura da empresa, em geral, melhores são os resultados alcançados. A correta apuração dos custos permite à empresa conhecer suas ineficiências, melhorar seu processo produtivo e tornar mais ágil seu processo de tomada de decisão de maneira a realizar ajustes em relação a concorrência, optar em terceirizar seus produtos ou serviços, buscar parceiros de negócios, etc. O lucro corresponde à diferença positiva entre o preço e os custos e este lucro será maior quanto menor forem os custos e maior o preço de venda no mercado e um critério de apropriação de custos bem elaborado permitirá obter o custo real dos produtos ou serviços ajudando a estabelecer o mix de produção e de vendas que ajudará a empresa a maximizar seus resultados. Por fim o entendimento dos custos auxilia na solução de problemas relacionados ao preço de vendas, a contribuição de cada produto ou linha de produtos para o lucro da empresa, o nível mínimo de produtos ou atividades para que o negócio se viabilize e problemas específicos de cada empresa. 8 9 Conceitos Básicos Os custos industriais correspondem aqueles em que os procedimentos são usados na área de produção da empresa industrial e são utilizados especificamente na apuração do custo de fabricação. Empresa industrial é aquela que suas atividades se concentram na transformação de matéria prima em produtos, benefi ciamento, montagem de peças ou restauração. As empresas também podem ser caracterizadas pela natureza de seus produtos que podem ser: • Indústrias Metalúrgicas; • Indústrias de materiais elétricos; • Indústrias de telecomunicações; • Indústrias alimentícias; • Indústrias moveleiras; • Indústrias farmacêuticas; • Indústrias têxteis; • Indústrias de calçados; • Indústrias de papel e celulose; • Etc. Como você viu até este momento a apuração dos custos industriais é utilizada especifi camente na apuração dos custos de fabricação. Será que existem métodos para as apurações ou cada empresa possui seu próprio método? Ex pl or Terminologia Básica Para você conseguir entender sobre custos, há necessidade do entendimento de algumas terminologias como, por exemplo: investimentos, gastos, custos, despesas, etc., pois se houver dúvidas quanto aos seus conceitos haverá enormes dificuldades nas resoluções e entendimentos dos problemas relacionados aos custos. A seguir iremos descrever algumas terminologias básicas descritas por Dos Santos (2014): • Gasto: valor financeiro pago ou sacrifício financeiro realizado por uma organização ou empreendimento a fim de obtenção de um bem ou serviço. 9 UNIDADE Custos: Conceitos básicos É um conceito amplo que se aplica a todas as variações monetárias (saídas) ocorridas na organização ou empreendimento e as aquisições ou compras a prazo. Deste modo há gastos com a compra de matéria prima, gasto com mão de obra, gastos com honorários da diretoria, gastos na compra de um bem imobilizado, etc. O gasto é efetivado no momento do reconhecimento contábil da dívida assumida ou pela redução do ativo dado em pagamento (redução do saldo de caixa, redução do saldo em banco, etc); • Investimento: gasto que uma organização ou empreendimento faz visando benefícios futuros. Todos os sacrifícios realizados para a aquisição de bens ou serviços (gastos) que são estocados no Ativo da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, consumo, desaparecimento ou desvalorização são chamados de investimentos. Por exemplo, a matéria prima é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante, a máquina é um gasto que se torna investimento permanente, etc; • Desembolso: pagamento referente a aquisição de um bem ou serviço podendo ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não do gasto; • Custo: gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços, trata-se do consumo de bens para produzir outros bens. Os custos podem ser diretos ou indiretos dependendo da facilidade com que são apurados contabilmente ou ainda fixos ou variáveis: Custo Direto Os Custos Diretos são os custos capazes de serem associados diretamente a um produto ou serviço e que possam também ser medidos de alguma maneira utilizando uma unidade de medida que pode ser quilos, litros, quantidade de peças, horas trabalhadas, etc; Custo Indireto Os Custos Indiretos não podem ser associados diretamente a um produto ou serviço. Por exemplo, o custo de energia elétrica não pode ser associado diretamente a um produto ou serviço por que não se sabe ao certo quanto que cada máquina ou lâmpada utilizou de energia elétrica a não ser que fossem colocado medidores em cada um dos componentes que utilizam energia elétrica. Outro exemplo seria o custo do setor de controle da qualidade pois esta é uma atividade geral da produção e não específicaa uma determinada mercadoria ou serviço; Custo Fixo Os Custos Fixos não se alteram quando dentro de uma faixa de atividades, não variando nem em função de mudanças no volume de produção nem tampouco com o nível de atividade. Por exemplo, imagine que uma empresa em início de atividade monte uma estrutura (edifícios, máquinas, mão de obra, etc) para produzir 10.000 peças/ mês, portanto seus custos fixos já estão definidos para esta quantidade. Se a empresa decidir aumentar a capacidade para 20.000 peças/mês e tenha que montar uma nova estrutura os custos fixos totais irão ocorrer na mesma intensidade produzindo de 10.000 peças a 20.000 peças conforme Figura 1: 10 11 Figura 1 – Exemplo de Custos Fixos Assim conforme Figura 1 e de acordo com o exemplo dado, quaisquer que sejam os níveis de atividades ou de produção de 0 a 10.000 peças o custo fixo não se altera, a partir de 10.000 peças o custo fixo de eleva mantendo-se estabilizado até 20.000 peças; Custo Variável Custos variáveis são os custos que variam de acordo com o volume de produção ou de atividades, a matéria prima é um exemplo de custo variável, pois conforme aumenta a produção maior será a necessidade de matéria prima. A Figura 2 exemplifica o comportamento dos custos variáveis desconsiderando as oscilações que possam existir para os baixos níveis de atividades ou de produção: Figura 2 – Comportamento dos custos variáveis 11 UNIDADE Custos: Conceitos básicos Importante! Os custos diretos são sempre custos variáveis enquanto que os custos indiretos podem ser custos fixos ou custos variáveis. Importante! Despesa Bem ou serviços consumido direta ou indiretamente para obter receitas ou a ser aplicado em uma atividade que irá gerar renda ou que poderá gerar uma renda teórica. As despesas são itens que reduzem o patrimônio e apresentam a características de representarem sacrifícios para a obtenção de receitas, ou seja, as empresas possuem despesas para a geração de receitas e não para a geração de bens ou serviços, o custo é que tem esta finalidade. Métodos de Custeio: suas Finalidades e Objetivos Os métodos de custeio se referem à forma como os custos dos produtos são apurados e tem como finalidade: • Atender as exigências legais quanto à apuração de resultados de suas ativida- des e avaliação de estoques; • Conhecer seus custos a fim de tomadas de decisões e o exercício de controles. Para atender as exigências legais há necessidade de a empresa adequar os seus métodos de apuração de custos em conformidade com as exigências legais vigentes e para as tomadas de decisões. Para os exercícios de controles podem ser utilizados métodos que derivam das exigências legais e que sejam capazes de fornecer informações que atendam as necessidades gerenciais da empresa. Veja a seguir alguns conceitos atuais propostos por Dos Santos (2014): • O aumento das vendas não aumenta necessariamente os lucros. Se a empresa não tem seus custos controlados um crescimento das vendas pode ser comprometido pelos aumentos dos custos; • Uma empresa sempre tem produtos que vendem bem e são lucrativos; • Há produtos que geram prejuízos, porém há diversas empresas que não sabem quais; • Produtos que vendem bem podem gerar prejuízos ou podem não gerar lucros; • Ninguém sabe com certeza onde o dinheiro é gerado ou perdido. Como podemos reduzir os custos? Ex pl or 12 13 No curto prazo pode-se adotar algumas estratégias que são comuns entre as empresas (DOS SANTOS, 2014): • Suspender novas contratações, horas extras e aumentos salarias; • Não viajar desnecessariamente; • Plano de demissão voluntária; • Reduzir os serviços aos clientes; • Reduzir os planos de expansão; • Estruturar a organização. As estratégias de curto prazo melhoram momentaneamente o fluxo de caixa e funcionam quando as empresas estão enfrentando sérias dificuldades financeiras. Conforme Dos Santos (2014) para manter uma estrutura enxuta de custo há necessidade da adoção de estratégias de longo prazo, por exemplo: • Entender e focar seus problemas estruturais e fundamentais; • Eliminar custos não produtivos estruturados; • Melhorar as atividades e os processos; • Efetuar a gestão dos processos de negócio da empresa. Importante! Deu para perceber a importância da apuração correta dos custos e seus impactos legislativos e de gestão e a partir de agora verifi caremos os métodos de apropriação dos custos. Trocando ideias... Os métodos de apropriação possuem critérios diferentes, aplicações em campos específicos e que se complementam como segue: • Método de custeio por absorção ou custeio pleno; • Método de custeio direto ou variável; • Custeio ABC (Custeio Baseado em Atividades). Método de Custeio por Absorção No Método de Custeio por Absorção todos os custos sejam diretos, indiretos, fixos ou variáveis são apropriados pelos produtos e para tanto se utilizam bases de rateios para a apropriação dos custos, por exemplo, o custo de manutenção de máquinas pode ser rateado com base no valor destes equipamentos nos centros produtivos e, portanto há possibilidade de realizar a programação da produção baseado nas horas máquinas realizadas em cada centro produtivo. 13 UNIDADE Custos: Conceitos básicos Importante! Os custos diretos, como você já viu anteriormente, são facilmente mensurados, pois são capazes de serem associados diretamente a um produto ou serviço e podem ser medidos de alguma maneira utilizando uma unidade de medida. E para medir os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) há necessidade se efetuar critérios de rateios. Importante! Antes de darmos exemplos práticos de como fazer o rateio dos Custos Indiretos de Fabricação (CIF) mostraremos na Tabela 1 a seguir alguns dos principais CIF: Tabela 1 – Custos Indiretos de Fabricação Custos Indiretos de Fabricação Mão de Obra Mão de Obra Mão de Obra Gerência Materiais de processos Energia Elétrica Supervisão Manutenção Gás Secretárias Impressos diversos Água Escrituários Materiais de escritório Depreciações Apontadores Lubrificantes Seguros Almoxarifes Materiais de limpesa Impostos Porteiros Materiais de consumo Serviçoes terceirizados Controle de qualidade Materiais de segurança Telefone Encargos trabalhistas Veja a seguir um exemplo de como se fazer o rateio ou fazer os produtos “absorver” o custo de energia elétrica. Suponha que uma empresa fabrique os produtos A, B e C e o custo de energia elétrica do mês seja de $ 2.000,00. Neste mês as quantidades de produtos foram: Produto A: 500 unidades Produto B: 100 unidades Produto C: 400 unidades Se considerarmos estas quantidades de produtos, o rateio do custo de energia será de: Custo total de energia elétrica = $2000,00 = $2,00/unidade Total de peças produzidas 1000 unidades Assim o rateio da energia elétrica para este caso e com este critério (total de peças produzidas) ficaria da seguinte forma: Produto A: 500 unidades x $2,00/unidade = $1000,00 Produto B: 100 unidades x $2,00/unidade $ 200,00 Produto C: 400 unidades x $2,00/unidade $ 800,00 Total $ 2000,00 14 15 Neste exemplo foi utilizada a quantidade de peças produzidas como critério de rateio, porém dependendo da estratégia da empresa ou de seu processo produtivo outros critérios de rateio poderão ser utilizados: • Tempo total de fabricação dos produtos; • Peso total dos produtos; • Custo da mão direta; • Custo direto; • Custo de matéria prima; • Etc. Método de custeio direto ou variável: O sistema do custeio variável considera apenas os custos e as despesas variáveis ao abordar a margem de contribuição dos produtos. Os custos e despesas fixas são lançados pelo seu total no resultado da empresa. Trata de uma ferramenta auxiliar na tomada de decisões permitindo analisar: • Quais produtos possuem a melhor margem de contribuição e como consequências suas vendas devem ser incentivadas; • Quais produtos possuem as melhores rentabilidades quando existirem fatores que restringem a produção; • Qual o nívelmínimo de vendas para a empresa se tornar viável. O que seria margem de contribuição? Ex pl or Margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda (Receitas ou Faturamento) e a soma dos custos e despesas variáveis. Além disso, o custeio direto ou variável tem como vantagens em relação ao custeio por absorção: • Destaca o custo fixo, permitindo tomar providências em relação a sua redução; • Não ocorre a prática de rateio, às vezes executadas de maneiras errôneas; • Evita manipulações de dados; Em contrapartida tem como desvantagens: • Não é aceito na elaboração do balanço patrimonial, pois fere princípios da contabilidade; • Não é aceito pela legislação do imposto de renda; • Dificuldades de identificação dos custos efetivamente variáveis; • Resultados divergentes quando comparadas aos publicados pela empresa; • O valor dos estoques não mantem relação com o custo total. 15 UNIDADE Custos: Conceitos básicos Veja o exemplo a seguir de como se daria a apuração dos custos pelo método de custeio direto ou variável. Suponha que uma empresa possua os seguintes custos: Custo fixo de um período: $100.000,00/mês Custo variável: $10/ unidade Suponha ainda 3 níveis de produção (10.000 unidades, 15.000 unidades e 20.000 unidades), quais seriam os resultados dos custos totais e dos custos unitários? Vejamos a Tabela 1 a seguir: Produção (Unidades) Custo Total (4) Custo Unitário Total Fixos Variáveis Total Fixos Variáveis Total 10.000 100.000 100.000 200.000 10 10 20 15.000 100.000 150.000 250.000 6,67 10 16,67 20.000 100.000 200.000 300.000 5 10 15 Analisando a Tabela 1 podemos chegar a algumas conclusões: • Em relação aos custos totais apenas os custos variáveis se alteram, pois estão diretamente relacionados com a quantidade de produtos fabricados enquanto que os custos fixos permanecem inalterados; • Em relação ao comportamento do custo unitário total os custos fixos unitários variam por ser consequência da divisão de um valor fixo (neste caso $100.000) pela quantidade de produtos fabricados e, portanto quanto maior a produção menor será o custo fixo unitário enquanto que o custo variável unitário não sofre alterações; • O custo unitário total corresponde à soma das parcelas do custo fixo unitário com o custo unitário variável. Analisando a Tabela 1 pode-se concluir que para efeitos de tomada de decisão os resultados mostram-se insuficientes, pois para cada tipo de atividade há um resultado diferente devido à inclusão dos custos fixos que não foram detalhados e dependendo das quantidades produzidas os produtos podem ter suas lucratividades modificadas. Custeio ABC é o sistema de Custeio Baseado em Atividades (ABC) e neste sistema o comportamento dos custos é analisado por atividades, são estabeleci- das relações entre as atividades, não importando o departamento, e o consumo de recursos. Este método permite identificar os fatores que geram custos nos processos de oferta de produtos e serviços e nos processos de atendimento a mercados e clientes (DOS SANTOS, 2014). A Figura 3 exemplifica as diferen- ças entre o método de custeio ABC e os métodos por absorção e custeio direto ou variável: 16 17 Recursos Recursos Atividades Objetosde custo Produtos e serviços Driver de recursos Driver de atividades Produtos & Serviços Elementos econômicos da organização O que gastamos? Processos Como gastamos? Por que gastamos? Para que gastamos? Figura 3: Diferenças entre o método de custeio ABC e os métodos por absorção e custeio direto ou variável Nos métodos tradicionais (Absorção e custeio e custeio direto ou variável) as principais perguntas são: • O que gastamos • Em que gastamos? Enquanto que no Custeio Baseado em Atividade as principais perguntas são: • O que gastamos? • Como gastamos? • Por que gastamos? • Para que gastamos? A lógica do método ABC é que os objetos de custos demandam atividades que consomem os recursos disponibilizados pela organização e isto ocorre em duas etapas: Etapa 1 Determinação dos custos das atividades. Etapa 2 Esses custos são rastreados aos objetos de custo que podem ser produtos, serviços, clientes, etc Estes dados contábeis são utilizados na determinação dos custos de cada ativi- dade e o custo de um produto ou serviço se dá pela soma dos custos das atividades na mesma área ou em diferentes áreas para produzi-los (DOS SANTOS, 2014). Segundo Dos Santos (2014) há 3 elementos principais do custeio ABC, os recursos, os objetos de custo e os direcionadores de recursos: Recursos: as atividades necessitam de recursos para serem realizadas e estes recursos se referem a pessoas, suprimentos, tecnologias, etc. As fontes para a obtenção das informações usadas pelo ABC são os dados das contas contábeis extraídos da razão geral da contabilidade e esses recursos são transformados em contas contábeis. 17 UNIDADE Custos: Conceitos básicos Exemplificando temos: • Recursos “pessoas” transformam-se em contas salários e encargos e provisões de folha de pagamento; • Recursos “utilidades” transformam-se em contas de despesas de luz e telefone; • Recursos “equipamentos” transformam-se em despesas de depreciação se o equipamento pertencer a empresa ou despesa com aluguel se o equipamento for alugado; • Recurso “suprimentos” vira a conta material de expediente. A Tabela 2 exemplifica as diferenças entre os sistemas tradicionais e o sistema ABC: Tabela 3 – Visão tradicional x Visão ABC Sistema Tradicional ABC – Activity Based Costing Despesas Total Atividades Total Pessoa 4.937.000 Usinar componentes 2.266.00 Materiais 416.000 Auditar produto no processo produtivo 641.000 Desp. Gerais 44.000 Ajustar máquina 325.000 Mat. Segurança 38.000 Limpar e organizar postos de trabalho 240.000 Kaizen 5.000 Executar manutenção preventiva 189.000 Locomoções 2.000 Realizar kaizen 107.000 Mat. Manutenção 2.000 Gerenciar/Supervisionar pessoas 98.000 Serv. Terceiros 1.000 Participar de treinamentos 66.000 Programar produção 26.000 Outras 1.487.000 Total 5.445.000 Total 5.445.000 Fonte: Adaptação de Dos Santos (2014) Objetos de Custos Refere-se o que as empresas desejam custear sejam seus produtos, serviços, fornecedores, etc., enquanto que os sistemas tradicionais custeiam apenas produtos e serviços. A Figura 5 exemplifica esta situação: Setor mercado Atividade Produtos Itens despesas Cliente Fornecedor Produto Infra-estrutura Itens despesas ABCTradicional Figura 5: Objetos de custo 18 19 Direcionar de recursos Serva para direcionar os recursos para as atividades, sendo expressa como a taxa de utilização dos principais recursos consumidos pelas atividades representados pelas pessoas, máquinas, equipamentos, etc. Geralmente as atividades consomem os recursos tendo como base o tempo ou a produção física. Segue na Tabela 2 a seguir um exemplo proposto por Dos Santos (2014): Tabela 2: Cálculo das horas disponíveis dos médicos Período das 15:00h às 0:00h) Nº Atividade Volume do direcionador Tempo médio de atividade por minuto Tempo/dia minuto Direcionador de recurso (%) 01 - Fazer avaliação diária do RN (berçários normais) 0,0 20 0,0 0,0 02- Fazer avaliação diária do RN (UTI NEO) 0,0 40 0,0 0,0 03- Fazer avaliação diária do RN (CI) 0,0 30 0,0 0,0 04- Fazer avaliação médica (primeiros cuidados) 2,7 20 53,6 5,58 05- Recepcionar DN na sala de parto 2,7 25 66,9 6,97 06- Transcrever os prontuários no PC 2,9 15 43,6 4,54 07- Prestar assistência médica ao RN (UTI Neo) (11-15h) 0,0 35 0,0 0,0 08- Prestar assistência médica ao RN (UTI Neo) (15-19h) 5,6 25 149 14,58 09- Prestar assistência médica ao RN (UTI Neo) (19-0h) 5,6 35 196 20,42 10- Prestar assistência médica ao RN (UTI Neo) (0-7h) 0,0 20 0,0 0,0 11- Prestar assistência médica ao RN (CI) 3,2 15 48,0 5,0 12- Realizar visita na equipe médica e passagem de plantão 1,00 30 30,0 3,13 13- Realizar revisão e auditoria dos prontuários 0,0 60 0,0 0,0 14- Proceder à rotina administrativa 0,0 60 0,00,0 Subtotal 578,1 60,22 Capacidade não utilizada 381,9 39,78 Total 960 100 Fonte: Adaptação de Dos Santos (2014) A partir dos dados da Tabela 2 é possível calcular o custo dos médicos considerando os 60,22% do tempo dedicado às atividades enquanto que os 39,78% representam a capacidade não utilizada. 19 UNIDADE Custos: Conceitos básicos Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Análise de balanços, estruturação e avaliação das demonstrações financeiras contábeis BLATT, A. Análise de balanços, estruturação e avaliação das demonstrações financeiras contábeis. Pearson: 2000. (e-book), Contabilidade DOS SANTOS, A. S. Contabilidade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014 (e-book). Custos MEGLIORINI, E. Custos. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012 (e-book). Custos MEGLIORINI, E. Custos. São Paulo: Makron books, 2001 (e-book). Gestão de custos perspectivas e funcionalidades CRUZ, A.W. Gestão de custos perspectivas e funcionalidades. IBPEX: 2012. (e-book) Contabilidade gerencial novas práticas contábeis para gestão de negócios. Pearson: 2005 HONG, Y.C. Contabilidade gerencial novas práticas contábeis para gestão de negócios. Pearson: 2005. Pearson: 2005. (e-book) 20 21 Referências MARTINS, E. Contabilidade de Custos: Livro de Exercícios. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2007. MARTINS, E. Contabilidade de Custos: O Uso da Contabilidade de Custos como Instrumento Gerencial. 9. Ed. Atlas: 2003. RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos Fácil; 7 Ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 21 Custos Industriais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.Ms. Edson Nunes Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco Custo Direto: Conceituação e Aplicação • Introdução • Apurando os Custos de Matéria-Prima • Apurando os Custos da Mão de Obra Direta • Obtenção do Custo Direto de um Produto · Fornecer conceitos básicos e aplicações dos custos diretos em uma empresa industrial. OBJETIVO DE APRENDIZADO Custo Direto: Conceituação e Aplicação Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Custo Direto: Conceituação e Aplicação Introdução Na Unidade anterior aprendemos sobre os conceitos essenciais de custos, sua terminologia básica e uma breve introdução sobre os métodos de custeio, suas finalidades e objetivos. Figura 1 Fonte: iStock/Getty Images Assim, nesta Unidade abordaremos de forma mais aprofundada os custos dire- tos e suas aplicações em uma empresa industrial. Relembraremos que custo direto corresponde aos custos capazes de serem associados diretamente a um produto ou serviço e que possam também ser medidos de alguma maneira, utilizando uma uni- dade de medida que pode ser quilos, litros, quantidade de peças, horas trabalhadas etc. Os principais custos diretos são a matéria-prima e a mão de obra direta, ou seja, aquela que atua diretamente na confecção do produto. Importante! Uma organização emprega materiais para as mais variáveis utilizações como matérias-primas a serem usadas em seus produtos, materiais de escritório, de limpeza, de higiene etc. Desses, somente a matéria-prima será utilizada diretamente na composição do produto, enquanto os demais serão considerados materiais auxiliares, chamados também de materiais indiretos. Trocando ideias... 8 9 Para exemplificar os materiais diretos, repare na Figura 2: Figura 2 – Exemplo de um produto e suas matérias-primas Fonte: Acervo do Conteudista O produto apresentado na Figura 2 é composto por oito elementos – Matérias- Primas (MP) –, ou seja, são os materiais que compõem o produto. Supondo, por exemplo, que as matérias-primas de números 6, 7 e 8 – parafuso, porca e arruela – sejam produzidas por outra empresa, o que é produto para a fabricante dos parafusos, porcas e arruelas passa a ser matéria-prima à empresa fabricante do produto final – mancal – apresentado na Figura 2. Importante! Os materiais que entram no processo de fabricação e que se integram ao produto, os materiais secundários em que os custos podem ser mensurados e os materiais da embalagem do produto são considerados materiais diretos, enquanto que os materiais indiretos não integram o produto, tais como, por exemplo, os combustíveis e lubrifi cantes utilizados nas manutenções das máquinas. Trocando ideias... Apurando os Custos de Matéria-Prima Na apuração do custo de matéria-prima há necessidade de determinar a quantidade utilizada durante o processo de fabricação, ou por meio de contagem, medição ou ainda cálculos. As sobras normais do processo e os gastos adicionais, como fretes, seguros, taxas alfandegárias etc., são inclusos no custo da matéria-prima. 9 UNIDADE Custo Direto: Conceituação e Aplicação Exemplificando: Uma empresa comprou 10 kg de aço a um custo total de R$ 20,00/kg, o que resultou em um produto de 8 kg. A sobra de 2 kg não foi reaproveitada. Dessa maneira, o custo da MP será referente aos 10 kg, como se segue: Custo total de MP = 10 kg x R$ 20,00/kg = R$ 200,00 Caso a sobra de 2 kg fosse reaproveitada em outro processo ou produto, o custo da MP para o produto seria de: Custo total de MP = 8 kg x R$ 20,00/kg = R$ 160,00 Ainda tratando do custo total de MP, devemos nos atentar em relação aos seguintes tributos: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pois para uma empresa industrial há repasse desses objetos de bitributação, ou seja, são pagos apenas pelo consumidor final. Para os cálculos totais da MP à empresa industrial, utilizamos a seguinte equação: CMPt = Vm+ Da - ICMS - IPI Onde: CMPt = Custo de Matéria-Prima Total. Vm = Valor dos materiais. D_a = Despesas acessórias (fretes, seguros, taxas etc.). ICMS = Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. IPI = Imposto sobre Produtos Industrializados. A fórmula supracitada é válida apenas para as empresas industriais, sendo que ICMS e IPI não constituem receitas ou custos para os fabricantes, pois serão pagos pelo consumidor final, sendo, portanto, excluídos dos cálculos do custo de matéria-prima total. No caso do comércio, o ICMS é recuperado e o IPI é considerado custo, pois o empreendimento comercialpaga em sua íntegra o IPI. No caso de prestação de serviços, tanto o ICMS quanto o IPI são considerados custos, pois o empreendimento de serviços paga ambos os tributos. Veja o exemplo a seguir: Uma empresa paga $ 3.300,00 por sua matéria-prima, sendo o preço da mercadoria, $ 3.000,00 (com ICMS de 18% incluso) e a alíquota do IPI em 10%, totalizando $ 300,00. Veja como ficam os valores dos estoques de uma indústria, de um comércio e de uma empresa prestadora de serviços: 10 11 1. Cálculo do valor do ICMS: Valor do ICMS = Valor da mercadoria x (porcentagem do ICMS)/100) Valor do ICMS = $ 3.000,00 x (18/100) = $ 540,00 2. Cálculo do valor da mercadoria sem o ICMS: Valor da mercadoria (sem ICMS) = valor da mercadoria - valor do ICMS Valor da mercadoria (sem ICMS) = $ 3.000,00 - $ 540,00 = $ 2.460,00 3. Cálculo do valor do IPI: Valor do IPI = valor da mercadoria x ((porcentagem do IPI)/100) Valor do IPI = $ 3.000,00 x (10/100) = $ 300,00 4. Cálculo do valor da mercadoria (ICMS e IPI inclusos), chamado também de valor bruto da venda e que é o valor que consta na nota fi scal. Valor bruto da venda = valor da mercadoria + IPI Valor bruto da venda = $ 3.000,00 + $ 300,00 = $ 3.300,00 Deste modo, os custos das mercadorias para a indústria, para o comércio e para serviços ficam conforme a seguinte Tabela: Tabela 1 – Custos do estoque de mercadorias para a indústria, o comércio e serviços Indústria Comércio Serviços Exclui-se ICMS e IPI $ 3.300,00 - ($ 540,00 + $ 300,00) Custo do estoque = $ 2.460,00 Exclui-se ICMS $ 3.300,00 - $ 540,00 Custo do estoque = $ 2.760,00 Paga-se ICMS e IPI $ 3.300,00 Custo do estoque = $ 3.300,00 Apurando os Custos da Mão de Obra Direta A mão de obra direta está relacionada aos colaboradores que trabalham diretamente no processo produtivo, desde que haja possibilidade de mensurar o tempo despendido e a identificação de quem elaborou o trabalho, dispensando qualquer tipo de apropriação indireta ou rateio. Figura 3 Fonte: iStock/Getty Images 11 UNIDADE Custo Direto: Conceituação e Aplicação Havendo qualquer tipo de rateio por estimativas ou divisões proporcionais, perde-se a natureza “direta” da mão de obra, de modo que se torna mão de obra indireta (MARTINS, 2003). Por exemplo, um operador que produz apenas um único produto terá seus gastos classificados como mão de obra direta, afinal, todos os seus gastos são destinados a um único produto. Por outro lado, se o operador trabalhar na produção de vários produtos, seus gastos serão classificados como mão de obra indireta, caso não haja possibilidade de medição do quanto cada um dos itens produzidos por esse consome de seu tempo total. Contudo, existindo maneiras de se medir objetivamente o tempo que se dedica a cada produto, seus gastos passam a ser classificados como mão de obra direta. Dito de outra forma, se a empresa dispuser de meios de apuração do quanto da mão de obra foi destinado a esse ou aquele produto, do ponto de vista contábil, terá mão de obra direta; por outro lado, se não tiver meios de apuração adequada e, portanto, recorrer a estimativas, critérios de proporcionalidade etc., terá, contabilmente, mão de obra indireta. Outro fato importante sobre a mão de obra direta é que somente a parcela do tempo trabalhado no produto é considerada como custo direto, de modo que o tempo não trabalhado representa um gasto a ser alocado nos custos indiretos de fabricação. Em geral, as horas trabalhadas da mão de obra direta são registradas diariamente em cartões de apontamento que são processados a fim da obtenção do total de horas: • Dedicadas ao produto em cada departamento; • Improdutivas ou ociosas por diversos motivos que as resultam e o acompanhamento dessas horas ajuda na tomada de decisões de modo a aumentar a produtividade e eficiência da organização. Para efeitos de cálculo da mão de obra, devem ser acrescidos ao salário nominal os encargos sociais e trabalhistas, tais como 13° salário, férias, previdência social (INSS), Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) etc. A porcentagem dos valores dos encargos trabalhistas para uma empresa industrial dependerá do regime de tributação escolhido, de seu porte e de quanto fatura anualmente. A fim de exemplificação, segue a Tabela 2, mostrando os encargos para empresas que optaram pelo Simples Nacional: Tabela 2 – Tabela do Simples Nacional | ANEXO II (Vigência a Partir de 01.01.2012) Alíquotas e Partilha do Simples Nacional - Indústria Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasesp CPP ICMS IPI Até 180.000,00 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 0,50% De 180.000,01 a 360.000,00 5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 0,50% De 360.000,01 a 540.000,00 7,34% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 0,50% De 540.000,01 a 720.000,00 8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50% De 720.000,01 a 900.000,00 8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50% 12 13 Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofi ns PIS/Pasesp CPP ICMS IPI De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 0,50% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 0,50% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 0,50% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,62% 0,42% 0,42% 1,26% 0,30% 3,62% 3,10% 0,50% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 0,50% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 0,50% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 0,50% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 0,50% De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 0,50% De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 0,50% De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 0,50% De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 0,50% De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 0,50% De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 12,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 0,50% Conforme a Tabela 2, para a empresa optante pelo simples nacional, os encargos dependerão de sua receita bruta anual até o limite de $ 3.600.000,00. Atualmente, há outros sistemas tributários que a organização industrial poderá optar e sua escolha dependerá dos fatores legislativos, de seu porte e das estratégias empresariais. Portanto e em tese, cada empresa terá uma carga tributária diferenciada e que deve ser calculada e acrescida ao valor nominal da mão de obra direta. Além disso, a organização deve prever em seus custos os gastos referentes ao aviso prévio, auxílio enfermidade, licença paternidade ou maternidade etc. Para tais cálculos, deverá recorrer ao seu histórico a fim de determinar seus percentuais e, em relação a estes gastos em nível teórico, cada empresa se comportará de maneira diferente. No site do Portal Tributário, disponível em: https://goo.gl/76UMth Ex pl or Veja o exemplo adaptado de cálculo do valor da mão de obra direta conforme Megliorini (2001): uma empresa possui um departamento de usinagem com 10 operadores – mão de obra direta. A jornada de trabalho é de 44 horas semanais, compensando-se os sábados. Seus salários nominais são de $ 12,00/hora cada um. Após levantamento dos encargos sociais e trabalhistas, chegou-se à conclusão de que os mesmos correspondem a 70% dos salários. Em um mês de 30 dias, houve 4 sábados, 4 domingos e 1 feriado, ao passo que 1 operador teve 2 faltas justificadas e abonadas. Conforme apontamentos da produção, foram fabricados os produtos A, B, C e D, de modo que as quantidades e horas despendidas em sua fabricação estão descritas na Tabela 3: 13 UNIDADE Custo Direto: Conceituação e Aplicação Tabela 3 – Quantidades e horas despendidas na fabricação dos produtosProduto Quantidade (peças) Tempo total (horas) A 50 300 B 150 400 C 120 500 D 300 450 Total 620 1650 Fonte: Adaptado de Megliorini (2001) 1. Cálculo dos dias trabalhados no mês: (+) 30 (dias). (-) 4 (sábados). (-) 4 (domingos). (-) 1 (feriado). Total = 21 dias úteis. 2. Cálculo da jornada diária: (44 horas semanais)/(5 dias) = 8,8 horas diárias. 3. Cálculo das horas disponíveis de trabalho: (+) 21 dias úteis. (x) 8,8 horas/dia. Subtotal = 184,8 horas/mês. (x) 10 operadores. Subtotal = 1.848 horas/mês. (-) 17,6 horas referentes a 2 faltas. Total = 1.830,40 horas disponíveis da equipe no mês. Apontamento das horas produtivas e improdutivas: Conforme a Tabela 3, o período total de produção dos produtos A, B, C e D somaram 1.650 horas. (+) 1.830,40 horas disponíveis da equipe no mês. (-) 1.650 horas produtivas totais na fabricação dos produtos. Total = 180,4 horas improdutivas/ociosas. 14 15 Cálculo dos salários mensais: (+) 1.830,40 horas produtivas totais na fabricação. (x) $ 10,00 (salário/hora). Total = $ 18.304,00/mês. Cálculo dos encargos sociais e trabalhistas: $ 18304,00 x 70/100 = $ 12812,80 Cálculo do custo total da mão de obra: (+) $ 18.304,00. (+) $ 12.812,80. Total = $ 31.116,80 (custo total da mão de obra). Cálculo do custo da mão de obra/hora: $ 31116,80 ÷ 1830,4 horas = $ 17,00/hora Custo da mão de obra direta: (+) 1.650 horas produtivas totais na fabricação dos produtos. (x) $ 17,00/hora. Total = $ 28.050,00. Custo do tempo improdutivo/ocioso: (+) 180,4 horas improdutivas/ociosas. (x) $ 17,00/hora. Total = $ 3.066,80. O custo da mão de obra direta para cada produto está descrito na Tabela 4: Tabela 4 – Custo da mão de obra direta Produto Tempo Total (horas) Custo Unitário Custo da mão de obra direta A 300 $ 17,00 $5.100,00 B 400 $6.800,00 C 500 $8.500,00 D 450 7.650,00 Total 1650 26.050,00 Fonte: Adaptado de Megliorini (2001) O custo do tempo improdutivo/ocioso deverá ser apropriado aos custos dos produtos, porém, de forma indireta, tomando como base determinado critério de rateio, neste caso, especificamente o tempo de fabricação. É preferível calcular o tempo improdutivo/ocioso pelas seguintes razões: • A fim de a empresa tomar decisões na avaliação dos diversos motivos de tempo improdutivo/ocioso; 15 UNIDADE Custo Direto: Conceituação e Aplicação • Caso venha a acrescentar em seus custos a parte referente das horas improdutivas/ociosas, o custo/hora sofreria variações de um período para o outro, caso as horas improdutivas/ociosas não sejam constantes. Importante! Você viu separadamente com se obtém o custo da matéria-prima e da mão de obra direta. Agora você já tem condições de obter o custo direto de determinado produto, que é a soma do custo da matéria-prima com a mão de obra direta. Vamos então colocar as mãos na massa! Trocando ideias... Obtenção do Custo Direto de um Produto Segundo o Portal de Contabilidade, o custo direto é o que pode ser identificado e diretamente apropriado a cada objeto a ser custeado, no momento de sua ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo. É aquele que pode ser atribuído ou identificado diretamente a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Não necessita de rateios para ser atribuído ao objeto custeado, ou aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. São exemplos de custos diretos: • Matérias-primas utilizadas na fabricação do produto; • Mão de obra direta; • Serviços subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou serviços. Os custos diretos têm a propriedade de serem mensuráveis de maneira objetiva. São considerados individualmente e quantificáveis aos portadores finais – produtos. Ademais, constituem todos aqueles elementos de custos individualizáveis em relação ao produto ou serviço, ou seja, identificam-se imediatamente com a fabricação dos mesmos, mantendo uma correspondência proporcional. Um mero ato de medição é necessário na determinação desses custos. Apropriação dos Custos Diretos Segundo o Portal de Contabilidade, para conhecer o consumo dos materiais, a empresa deve ter um sistema de requisições de modo a identificar a matéria- prima retirada do estoque que foi utilizada para confeccionar determinado produto. Para conhecer o consumo de mão de obra direta, há necessidade de que a empresa tenha um sistema de apontamentos, por meio do qual se verifique quais operários trabalham em cada produto – ou serviço – no período – dia, semana, mês – e por quanto tempo – minutos, horas. 16 17 Nas organizações de serviços, em geral, o acompanhamento da ordem de serviço se faz anotando os custos alocados diretamente – mão de obra, materiais aplicados e serviços subcontratados. Acesse o Portal de Contabilidade que dará importantes informações sobre este tema. Disponível em: https://goo.gl/SR4nNbEx pl or Como será a apuração dos custos diretos na prática? Ex pl or Veja o exemplo a seguir com sua resolução passo a passo. Exemplo prático: A peça X, fabricada pela empresa BOA S/A, pesa 450 g. Ademais, sabemos que: a. O resíduo gerado em sua fabricação é de 10%; b. O preço da matéria-prima é de $ 4.500,00/tonelada; c. O valor do frete é de $ 60,00/tonelada para a entrega da matéria-prima na empresa; d. Foram entregues, via transportadora, 5 toneladas de matéria-prima; e. O valor do seguro para a matéria-prima foi de $ 1.000,00; f. O custo nominal da mão de obra direta é de $ 120,00/h; g. Os encargos sociais e trabalhistas são de 80%; h. Para a produção de 300 peças, são necessárias 900 horas de mão de obra direta; i. Há isenção de IPI e a alíquota de ICMS é zero. Considerando tais informações, responda: Qual o custo direto para produzir 2.000 peças? Qual o custo unitário da mão de obra direta? Qual o custo unitário da matéria-prima? Qual o custo direto unitário? Solução: a) Quantidade utilizada de matéria-prima: Peso da peça QMp= 1-res. Onde: QMp = Quantidade de Matéria-prima da peça. res. = resíduo ou sobra em porcentagem. 0,450 QMp= 0,5 1-0,1 kg kg= 17 UNIDADE Custo Direto: Conceituação e Aplicação b) Custo da matéria-prima: Custo da matéria-prima = Preço MP + Frete + Seguro Preço MP = Preço MP = $4500,00 1000kg = $4,5kg = $ 4,5/kg Frete = Frete = $60,00 1000kg = $0,60kg = $ 0,060/kg Seguro = Seguro = $1000,00 5000kg = $0,20kg = $ 0,20/kg Custo da matéria-prima = $ 4,5/kg + $ 0,060/kg + $ 0,20/kg Custo da matéria-prima = $ 4,76/kg c) Custo unitário da matéria-prima: Custo unitário da matéria-prima = QMp x Custo da matéria-prima Custo unitário da matéria-prima = 0,5 kg x $ 4,76/kg = $ 2,38/peça d) Custo unitário da mão de obra: Quantidade de horas/peça = Quantidade de horas/peça = 900h 300 peças = 3h/peça = 3h/peça Custo da MOD = custo nominal + encargos Custo dos encargos = Custo de encargos = = $96,00$ ,120 00 80 100 x = $ 96,00 Custo da MOD = $ 120,00 + $ 96,00 = $ 216,00 Custo unitário MOD = 3h/peça x $ 216,00/h = $ 648,00/peça e) Custo direto unitário: Custo direto unitário = Custo unitário MP + Custo unitário MOD Custo direto unitário = $ 2,38/peça + $ 648,00/peça = $ 650,38/peça f) Custo direto para produzir 2.000 peças: CDt=(Custo unitário MOD x Qtd )+ (Custo unitário da MP x Qtd ) Onde: CDt = Custo Direto total. CDt=($ 648,00 x 2.000)+ ($ 2,38 x 2000) CDt= $ 1296000,00 + $ 4760,00 = $ 1300760,00 18 19 Portanto, as respostas às questões propostas neste exemplo prático são: Qual o custo direto para produzir 2.000 peças? Resposta: $ 1.300.760,00. Qual o custo unitário da mão de obra direta? Resposta: $ 648,00/peça. Qual o custo unitário da matéria-prima? Resposta: $ 2,38/peça. Qual o custo direto unitário? Resposta: $ 650,38/peça. Importante! Refaça o exemplo prático para a fi xação dos conceitos. Tente refazer utilizando valores diferentes, a fi m de sanar possíveis dúvidas. Há vários livros de custos que propõem exercícios a serem resolvidos e que disponibilizam as respostas ou soluções. Importante! 19UNIDADE Custo Direto: Conceituação e Aplicação Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites CUSTOS diretos e indiretos – apuração CUSTOS diretos e indiretos – apuração. Portal de Contabilidade. https://goo.gl/8dQmN0 PORTAL Educação https://www.portaleducacao.com.br PORTAL Tributário http://www.portaltributario.com.br Livros Análise de balanços, estruturação e avaliação das demonstrações financeiras contábeis BLATT, A. Análise de balanços, estruturação e avaliação das demonstrações financeiras contábeis. [S.l.]: Pearson, 2000. Gestão de custos: perspectivas e funcionalidades CRUZ, A. W. Gestão de custos: perspectivas e funcionalidades. [S.l.]: IBPEX, 2012. Contabilidade gerencial: novas práticas contábeis para a gestão de negócios HONG, Y. C. Contabilidade gerencial: novas práticas contábeis para a gestão de negócios. [S.l.]: Pearson, 2005. Custos MEGLIORINI, E. Custos. São Paulo: Makron books, 2001. 20 21 Referências MARTINS, E. Contabilidade de custos: livro de exercícios. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2007. ______. Contabilidade de custos: o uso da Contabilidade de custos como instrumento gerencial. 9. ed. São Paulo: Atlas: 2003. MEGLIORINI, E. Custos. São Paulo: Makron books, 2001. RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos – fácil. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 21 Custos Industriais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Edson Nunes Revisão Textual: Profa. Dra. Sílvia Albert Formas de Apuração de Custos em uma Empresa Industrial • Introdução • Sistema de Acumulação de Custos por Processo • Produção Equivalente na Apuração de Custos por Processo • Alocação dos Custos aos Produtos na Apuração de Custos por Processo • Sistema de Acumulação de Custos por Ordem de Produção · Fornecer conceitos básicos sobre as formas de apuração em uma empresa industrial. OBJETIVO DE APRENDIZADO Formas de Apuração de Custo em uma Empresa Industrial Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Formas de Apuração de Custos em uma Empresa Industrial Introdução Será que todas as empresas são iguais em se tratando de critérios de apuração de custos? Podemos apurar os custos de forma única? Ex pl or Segundo Megliorini (2001) existem, basicamente, dois tipos de empresas in- dustriais, em relação a produtos fabricados: as que produzem produtos padroni- zados em série e as que produzem mediante encomendas, conforme as especifi- cações dos clientes. Os produtos fabricados em série são aqueles que encontramos prontos para serem consumidos. São exemplos de produtos fabricados em série: produtos alimentícios, produtos farmacêuticos, automóveis, televisores, máquinas de lavar, computadores, calculadoras, móveis, etc. Os produtos fabricados sob encomenda não são encontrados facilmente nas prateleiras, necessitando de um pedido do cliente especificando os seus requisitos como é o caso de um móvel sob medida para a sala de uma casa térrea com dimensões específicas e detalhes personalizados de acordo com o gosto do cliente. São exemplos de produtos fabricados sob encomenda: veículos especiais, peças e equipamentos especiais para indústrias siderúrgicas e petroquímicas, móveis conforme especificações de decoradores, navios, aeronaves, etc. Para efeitos de custeamento, temos dois sistemas distintos de acumulação de custos: • Para empresas que trabalham com produção em série aplica-se o sistema de acumulação de custos por processo, no qual os custos são acumulados por processo, departamento ou etapas do processo de fabricação de acordo com o volume produzido. Nesse sistema, o custo unitário é a soma dos custos de cada processo e é obtido por meio do quociente dos custos de cada processo por sua respectiva quantidade equivalente; • Para empresas que trabalham com produção sob encomenda aplica-se o sistema de acumulação de custos por ordem de produção ou ordem de serviço, no qual os custos são acumulados em contas representativas de cada produto. Nesse sistema, o custo de uma encomenda é a somatória dos valores acumu- lados durante todo o processo de fabricação, sendo que o custo total só será conhecido quando da finalização do produto. Importante! Como você pode perceber até este momento, separamos as empresas industriais em duas modalidades: as que fabricam produtos padronizados em série e as empresas que fabricam seus produtos sob encomenda. Para as primeiras, utilizaremos a acumulação de custos por processo enquanto que para as outras (as que fabricam sob encomenda) utilizaremos o sistema de acumulação por ordem de produção. Em Síntese 8 9 Sistema de Acumulação de Custos por Processo O sistema de acumulação de custos por processo é utilizado em empresas que fabricam produtos padronizados em série. Os produtos padronizados são aqueles que recebem quantidades equivalentes ou proporcionais de recursos (materiais, mão de obra e Custos Indiretos de Fabricação - CIF). Nas empresas que trabalham por processo, a produção obedece a uma sequência de fabricação que, em geral, pode ser considerado um departamento. É como se tivéssemos várias fábricas dentro da mesma empresa em que uma fábrica fornece a matéria-prima, a outra recebe essa matéria-prima e a transforma em um novo produto que entrega para a etapa final do produto (produto que será entregue ao cliente). Cada uma dessas fábricas consome matéria-prima, mão de obra e Custos Indiretos de Fabricação (CIF) que somados fornecem o custo total. A Figura 1, a seguir, representa esquematicamente o funcionamento da sequência de fabricação de empresas que fabricam produtos padronizados em série: ESTOQUE DE MATÉRIA PRIMA ESTOQUE DE MATÉRIA PRIMA DEPARTAMENTO 1 Matéria-prima (+) Mão de Obra (+) Custos Indiretos de Fabricação (=) Custo do produto semiacabado DEPARTAMENTO 2 Matéria-prima Componentes (+) Mão de Obra (+) Custos Indiretos de Fabricação (=) Custo do produto Figura 1 – Sequência de fabricação de empresas que fabricam produtos em série Fonte: Adaptado de Megliorini (2001) Analisando a Figura 1, nota-se que o sistema de acumulação de custos obedece a seguinte sequência de fabricação: a) O estoque de matéria-prima fornece os materiais para o departamento1 e o departamento 2; b) A matéria-prima e o custo do produto semiacabado do departamento 1 se transformam em matéria-prima componente do departamento 2; c) O custo do produto 2 é transferido ao estoque de produto acabado. Esses tipos de empresas acumulam os custos em cada departamento produtivo e, de acordo com o volume de produção fabricado, debitam os custos. O custo unitário é obtido por meio da divisão do custo do departamento pela quantidade total de produtos por ele fabricado. Uma vez obtido o custo unitário dos produtos acabados de um determinado departamento ou fase, o mesmo é transferido para o departamento ou fase seguinte até a conclusão do produto. Sendo assim, o custo acumulado de um departamento ou fase do processo passa a constituir o custo de matéria-prima da etapa seguinte. 9 UNIDADE Formas de Apuração de Custos em uma Empresa Industrial Muitas vezes, não é possível concluir todas as fases ou etapas de produção em um determinado período. Nesse caso, as unidades não concluídas devem receber uma parcela menor de custos, equivalente aos serviços já executados em com- paração com as unidades já concluídas. Para isso, há necessidade de avaliação da quantidade de serviços e materiais que foram aplicados, por meio de uma produ- ção equivalente que trataremos em maiores detalhes no próximo capítulo. Produção Equivalente na Apuração de Custos por Processo Um produto que ainda não foi completado, ou seja, os produtos que estão em andamento nos departamentos, não podem receber o mesmo custo dos produtos acabados, pois haveria uma supervalorização dos produtos semiacabados e uma subavaliação dos produtos acabados. Então, como atribuir custos aos produtos semiacabados, já que os custos são atribuídos aos departamentos e não aos custos? Ex pl or A fim de solucionar a problemática de contabilização dos produtos inacabados, recorre-se à conversão da produção em andamento em unidades equivalentes aos produtos acabados e para tanto seguimos os seguintes passos: • Definir qual o grau médio de andamento da produção inacabada; • Determinar a quantidade da produção equivalente, baseado no grau médio de produção inacabada. Deve-se levar em consideração que na produção haverá itens que podem não ser consumidos de maneira uniforme e assim podemos ter: • A matéria-prima sendo colocada a qualquer momento no processo de fabricação, podendo ocorrer no início do processo ou continuamente durante a fabricação. Para cada uma dessas situações, haverá uma produção equivalente específica; • A mão de obra direta sendo empregada uniformemente durante a fabricação; • Os custos indiretos sendo rateados por uma base que não seja a mão de obra direta. 10 11 Alocação dos Custos aos Produtos na Apuração de Custos por Processo Primeiramente os custos incorridos são identificados com os departamentos onde os produtos sofrem os processos de fabricação para, posteriormente, serem alocados aos produtos, fazendo-se divisão do montante de custos pela quantidade de produção equivalente. O custo obtido pelo departamento é transferido, então, ao próximo departamento, de acordo com a sequência de fabricação, até a finalização do produto. Os custos podem ser obtidos da seguinte maneira: a) Matérias primas: são requisitadas do estoque de matéria-prima para os departamentos produtivos; b) Mão de obra direta: é extraída da folha de pagamento, acrescido dos encargos sociais e trabalhistas; c) Custos Indiretos de Fabricação: alguns são identificados nos departa- mentos e outros são comuns; estes últimos são rateados, de acordo com critérios pré-estipulados pela empresa. Veja o exemplo adaptado de Megliorini (2001): Uma empresa fabricante do produto Y tem dois departamentos produtivos: Montagem e Pintura. Os dados de fabricação são apresentados a seguir: a) Em janeiro, o departamento de Montagem iniciou o processamento de 800 unidades. Concluiu 600 delas, restando a conclusão de 200 unidades, que estão, na média, com 50% de conclusão; b) Os custos de matéria-prima, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação totalizaram em janeiro $150.500,00 no departamento de Montagem e $100.000,00 no departamento de Pintura, conforme Quadro 1; c) Em fevereiro o departamento de Montagem concluiu as 200 unidades não acabadas de janeiro. Iniciou a fabricação de outras 1.000 unidades concluindo 700 destas unidades, ficando, em andamento na produção, com 300 peças que estão, na média, com 40% de conclusão; d) Os custos de matéria-prima, mão de obra direta e os custos indiretos de fabricação totalizaram em fevereiro $202.400,00 no departamento de Montagem e $150.000,00 no departamento de pintura, conforme Quadro 1. Outras informações: e) No início do mês de janeiro não havia produção em andamento em nenhum dos departamentos; f) Os produtos acabados da Montagem são transferidos para a Pintura e desta para o estoque de produtos acabados; 11 UNIDADE Formas de Apuração de Custos em uma Empresa Industrial g) No departamento de Pintura não ficam produtos em andamento de um mês para o outro; h) A matéria-prima é aplicada continuamente na produção, tendo a mes- ma porcentagem de uso da mão de obra direta e dos Custos Indiretos de Fabricação. O Quadro 1 traz o resumo dos dados: Quadro 1: Resumo dos dados Quadro resumo dos dados Montagem Pintura Janeiro Fevereiro Janeiro Fevereiro Saldo inicial da produção 0 0 0 0 Quantidade iniciada no mês 800 1.000 600 900 Quantidade concluída no mês 600 900 600 900 Saldo final da produção 200 300 0 0 Grau médio de execução 50% 40% 0 0 Custos Matéria-prima 40.500 54.000 20.000 35.000 Mão de obra 60.000 70.000 40.000 57.500 Custos Indiretos 50.000 69.400 40.000 57.500 Custo Total 150.500 202.400 100.000 150.000 A resolução poderá ser realizada por duas metodologias, uma considerando os custos pelo método PEPS (Primeiro que Entra Primeiro que Sai) e a outra considerando o custo médio. Resolução pelo PEPS Tabela 1: Alocação dos custos aos produtos na apuração de custos por processo (PEPS) Departamento de Montagem Departamento de Pintura JANEIRO JANEIRO Saldo inicial da produção em andamento 0 Saldo inicial da produção em andamento 0 Quantidade iniciada no mês 800 Quantidade iniciada no mês 600 Quantidade concluída no mês e transferida para a Pintura 600 Quantidade concluída no mês e transferida para a Pintura 600 Saldo final da produção em andamento 200 Saldo final da produção em andamento 0 Cálculo da produção equivalente Cálculo da produção equivalente Produção acabada 600 Produção acabada 600 Produção em andamento 200 u a 50% 100 --- --- 12 13 Quantidade equivalente a unidades acabadas durante o mês 700 Quantidade equivalente a unidades acabadas durante o mês 600 Cálculo dos custos Cálculo dos custos Custo unitário $150.500/700 u $215,00/u Custo unitário ($100.000 + $129.000)/600 u $381,67 Custo da produção acabada 600 x 215,00 $129.000,00 Custo da produção acabada 600 x $381,67,00 $229.000,00 Custo da produção em andamento (200 x 50%) x 215,00 $21.500,00 --- --- FEVEREIRO FEVEREIRO Saldo inicial da produção em andamento 200 Saldo inicial da produção em andamento 0 Quantidade iniciada no mês 1.000 Quantidade recebida da montagem 900 Quantidade concluída no mês e transferida para a Pintura Saldo inicial A seguir mais 200 700 Quantidade concluída no mês 900 Saldo final da produção em andamento 300 Saldo final da produção em andamento 0 Cálculo da produção equivalente Cálculo da produção equivalente Conclusão do saldo inicial 200 u x 50% dos serviços restantes 100 u --- Produção iniciada e acabada do mês 700 u Produção acabada do mês 900 Produção em andamento 300 u a 40% 120 u Produção em andamento 0 Quantidade equivalente a unidades acabadas durante o mês 920 u Quantidade equivalente a unidades acabadas durante o mês 900 Cálculo dos custos Cálculo dos custos 1) Custo unitário $202.400/920 u $220,00 1) Custo unitário ($150.000,00 + $197.500,00)/900 u 386,11 2) Custo da produção acabada:a) mês anterior b) custo do mês (100 x $220,00) c) iniciada e concluída no mês (700 x $220,00) d) SOMA TOTAL a) $21.500,00 b) $22.000,00 c) $154.000,00 d) $197.500,00 2) Custo da produção acabada 900 x 386,11 $347.500,00 Custo da produção em andamento (300 x 40%) x 220,00 $26.400,00 --- --- Resolução pelo Custo Médio Para o mês de janeiro, os custos da produção acabada e da produção em andamento serão os mesmos quer se utilize a metodologia PEPS ou a metodologia do CUSTO MÉDIO. Para o mês de FEVEREIRO tem-se: 13 UNIDADE Formas de Apuração de Custos em uma Empresa Industrial Tabela 2: Alocação dos custos aos produtos na apuração de custos por processo (CUSTO MÉDIO) Departamento de Montagem Departamento de Pintura FEVEREIRO FEVEREIRO Saldo inicial da produção em andamento 200 Saldo inicial da produção em andamento 0 Quantidade iniciada no mês 1.000 Quantidade recebida da montagem 900 Quantidade concluída no mês e transferida para a Pintura 900 Quantidade concluída no mês 900 Saldo final da produção em andamento 300 Saldo final da produção em andamento 0 Cálculo da produção equivalente Cálculo da produção equivalente Produção acabada do mês 900 Produção acabada do mês 900 Produção em andamento 300 u a 40% 120 u Produção em andamento 0 Quantidade equivalente a unidades acabadas durante o mês 1.020 u Quantidade equivalente a unidades acabadas durante o mês 900 Cálculo dos custos Cálculo dos custos 2) Custo unitário: ($202.400 + $21.500)/1.020 u $219,51 2) Custo unitário ($150.000,00 + $197.559,00)/900 u 386,18 3) Custo da produção acabada: (900u x 219,51) $197.559 3) Custo da produção acabada 900 x 386,18 $347.559,00 4) Custo da produção em andamento (300 x 40%) x 219,50 $26.341 --- --- Em resumo, os custos das peças acabadas e as em andamento ficaram conforme Tabela 3: Tabela 3: Resumo dos Custos Janeiro Fevereiro Montagem Pintura Montagem Pintura Produção em andamento Pelo PEPS $21.500,00 0 $26.400,00 0 Pelo Custo Médio $21.500,00 0 $26.341,00 0 Produção acabada Pelo PEPS $129.000,00 $229.000,00 $197.500,00 $347.500,00 Pelo Custo Médio $129.000,00 $229.000,00 $197.559,00 $347.559,00 Você viu um exemplo de sistema de acumulação de custos por processo de maneira detalhada. Essa metodologia é utilizada em empresas que possuem processos de fabricação contínua. Agora, veremos, a seguir, como funciona em empresas cujos processos são sob encomenda. 14 15 Sistema de Acumulação de Custos por Ordem de Produção Em geral, as empresas que trabalham por encomendas necessitam de uma auto- rização do cliente, antes de iniciarem quaisquer atividades em produtos ou serviços. Muitas vezes essa autorização se dá após a empresa vencer a concorrência de que participou e assinar o contrato ou autorização de fornecimento. Usualmente, os processos de concorrência possuem as seguintes etapas: 1. Cotação de preços: o cliente, antes de adquirir o produto ou serviço que necessita, realiza consultas geralmente em mais de um fornecedor objetivando melhores condições de pagamento, melhores preços, prazo de entrega, garantias, etc.; 2. Orçamento do produto ou serviço cotado: o fabricante consultado calcula ou estima o custo do produto ou serviço para formular o preço de venda que será oferecido ao cliente. Para que o fornecedor obtenha o valor da base de custo para a formulação do preço de venda a ser ofertado ao cliente, algumas etapas e procedimentos são executados: a) Projetos e desenhos: caso o cliente não forneça, o departamento de engenharia é o responsável pelo desenvolvimento; b) Listas de materiais: estes materiais podem ser fabricados ou comprados; c) Estimativa de horas de fabricação nos departamentos produtivos; d) Previsão de custos de atividades complementares como fretes, seguros, embalagens especiais, etc. Estes custos são previstos juntamente com os custos dos produtos. Os custos orçados devem prever: • Valores de reposição dos materiais; • Custo atualizado dos valores pagos devido à mão de obra; • Custos atualizados de demais recursos que possam ser utilizados na confecção do produto ou do serviço; • Cláusulas de reajustes de preços entre a data da proposta do orçamento e a data da assinatura do contrato ou entrega do equipamento, prevenindo-se da inflação que possa ocorrer nesse período; • Gastos na elaboração do orçamento. A seguir, apresentamos um modelo de formulário para o orçamento proposto por Megliorini (2001): 15 UNIDADE Formas de Apuração de Custos em uma Empresa Industrial Quadro 2: Modelo de formulário de orçamento ORÇAMENTO DE EQUIPAMENTO Número: Cliente: Código: Equipamento: Desenho MATERIAIS Código Descrição Qtde Peso líquido Peso bruto Custo Unitário Custo Total Total dos Materiais SERVIÇOS EXECUTADOS EXTERNAMENTE Descrição Fornecedor Custo Total dos serviços externos FABRICAÇÃO (Mão De Obra e Custos Indiretos) Departamento Horas orçadas Custo/ hora Custo Total Total mão de obra direta + CIF ENGENHARIA Atividades Horas orçadas Custo/ hora Custo Total Projetos Engenharia Total engenharia DEMAIS CUSTOS Descrição Custo Total Total demais custos TOTAL CUSTO ORÇADO DESPESAS ADMINISTRATIVAS E DE VENDAS PREÇO DE VENDA: Alíquota do ICMS (%): Alíquota do IPI (%): Encargo financeiro para pagamento a _______________ dias = ________________(%) Fonte: Adaptado de Megliorini (2001) Importante! Observe que uma empresa que trabalha sob encomenda, de acordo com os requisitos do cliente, incorre em gastos antes de conquistar o pedido do cliente. Os gastos mais signif- icativos da etapa de orçamento são aqueles relacionados com a engenharia de projetos. Trocando ideias... 16 17 Caso a empresa conquiste o pedido, os custos relacionados com o orçamento poderão ser transferidos para a ordem de serviço, a fim de se fazer a apuração dos custos totais da encomenda. No caso da empresa ganhar a concorrência e, como consequência, conquistar efetivamente o pedido, o departamento de vendas aciona todos os demais departamentos por meio da emissão de uma ordem de Serviço (OS) para que todos realizem suas atribuições: • Departamento financeiro: programar o recebimento dos contratos de fornecimento e atualizar o fluxo de caixa da empresa; • Departamento de contabilidade: abrir as contas nas quais serão acumulados os custos; • Departamento de estoque de matéria-prima (almoxarifado): verificar, reservar ou solicitar as compras de materiais que serão utilizados na execução do produto; • Departamento de Planejamento e Controle da Produção (PCP): efetuar a programação da produção; • Produção: providenciar ferramentas, máquinas, equipamentos e recursos produtivos para a confecção do produto. O número da Ordem de Serviço emitido pelo departamento de vendas corresponderá ao número da conta em que as receitas e os custos serão lançadas. Também é gerada uma ficha de apropriação, que deve conter informações tais como: cliente, produto, data prevista de entrega, horas orçadas; nela serão acumuladas custos e receitas realizadas até a finalização e entrega do produto. Nesse processo, são gerados relatórios mensais para a contabilização dos dados. Sendo assim, as informações que devem ser lançadas para essa finalidade nas Fichas de Apropriação são: • Relatório de materiais: resume por Ordem de Serviço (OS) as requisições de materiais emitidas, indicando o tipo de material, quantidade e valor; • Relatório de mão de obra: resume por OS as horas de produção dos departamentos produtivos e de seus custos; • Relatório da engenharia: resume por OS as atividades e projetos realizados e a apuração dos respectivos custos; • Relatório de custos diversos: resume por OS todos os documentos referentes aos gastos com ferramentas, viagens, representações, serviços executados por terceiros, etc. • Relatório de faturamento: resume por OS os faturamentos referentes ao valor principal e os reajustes de preços ocorridos no período. Encerrada a encomenda, acumulam-se as receitas e os custos, para a determina- çãode lucro ou prejuízo; além de se confrontar o custo orçado com os realizados, para detectar eventuais distorções que possam afetar o resultado da encomenda. 17 UNIDADE Formas de Apuração de Custos em uma Empresa Industrial Apresentamos, a seguir, no Quadro 2, um exemplo de ficha de acompanhamento de custos: Quadro 3: Exemplo ficha de acompanhamento de custos Ficha de Acompanhamento O.S.: Cliente: Produto: Preço Contratual Prazo de entrega: Contas Mês e ano _____/_______ _____/_______ _____/_______ Acumulado Mão de obra Depto. Depto. Depto. Total Engenharia Projetos Desenhos Total Materiais Chapas Tubos Perfis Outros Total Demais custos Total Total de custo do mês Custo acumulado Receita do mês Receita acumulada Horas de fabricação Horas de engenharia Fonte: Adaptado de Megliorini (2001) Essa ficha é destinada para o acompanhamento dos custos e das receitas, além de ser uma ferramenta gerencial baseada nos resultados obtidos. Os detalhamentos das informações estão em relatórios e documentações específicas que poderão ser consultados. Exemplo: Uma empresa vence a concorrência para o fornecimento de um equipamento cujo prazo de execução é de 3 anos. Seus custos orçados e preços estão descritos a seguir: Custo orçado: $30.000,00 Preço de venda: $42.000,00 Margem de lucro: $12.000,00 18 19 (%) margem/custo: 40% Relação preço/custo: 1,40 Admitindo que no primeiro ano ocorra: Revisão dos custos orçados: não houve Revisão do preço de venda: não houve Custos reais incorridos: $8.000,00 A receita atribuída ao primeiro ano será de: Custo incorrido $8.000,00 Relação preço/custo x 1,40 Receita $11.200,00 No segundo ano, caso ocorra: 1. Reajuste em 20% nos custos orçados passando de $30.000,00 (primeiro ano) para $36.000,00. 2. Reajuste do preço de venda em 35% passando de $42.000,00 (primeiro ano) para $56.700,00 de acordo com cláusula de reajuste constante no contrato. 3. Custos reais incorridos no segundo ano = $15.000,00 Dessa maneira, a nova situação para o segundo ano passou a ser como apresentamos a seguir: Novo Custo orçado: 36.000,00 Novo Preço de venda: $56.700,00 Nova Margem de lucro: $20.700,00 Nova (%) margem/custo: 57,5% Relação preço/custo: 1,575 Assim deve-se considerar a margem de 57,5% para a encomenda toda e não apenas para o segundo exercício e, portanto, os resultados do primeiro ano devem ser reavaliados conforme segue: (+) Custo real incorrido no primeiro ano: $8.000,00 (+) Custo real incorrido no segundo ano: $15.000,00 (item 3) (=) Custo acumulado: $23.000,00 (x) Nova relação preço/custo: 1,575 (=) Receita acumulada: $36.225,00 (-) Receita do primeiro ano: $11.200,00 (=) Receita do segundo ano: $25.025,00 19 UNIDADE Formas de Apuração de Custos em uma Empresa Industrial No terceiro ano, ocorre o término da fabricação e o faturamento do equipamento é o seguinte: Custos reais incorridos: $22.000,00 Receita total: $60.000,00 Dessa maneira, para a finalização do equipamento no terceiro ano, o cálculo se dá assim: (+) Custo acumulado ano anterior: $23.000,00 (+) Custo terceiro ano: $22.000,00 (=) Custo acumulado total: $45.000,00 (+) Receita total: $60.000,00 (-) Receita acumulada ano anterior: $25.025,00 (=) Receita terceiro ano: $34.975,00 O lucro total considerando os três anos é obtido conforme abaixo: (+) Receita total: $60.000,00 (-) Custo acumulado total: $45.000,00 (=) Lucro: $15.000,00 O Quadro 3, a seguir, resume os resultados obtidos: Quadro 4 Contas Previsão 1° ano 2° ano 3° ano Total da encomendaCusto orçado e Preço contratual Resultado Revisão do Custo orçado e do Preço contratual Resultado Acumulado Resultado Custo 30.000 8.000 36.000 15.000 23.000 22.000 45.000,00 Receita 42.000 11.200 56.700 25.025 36.225 23.775 60.000,00 Margem de lucro 12.000 3.200 20.700 10.025 13.225 1.775 15.000,00 (%) M/C 40% 40% 57,5% 66,8% 57,5% 8,1% 33,3% Fonte: Adaptado de Megliorini (2001) Finalizamos, assim, mais uma unidade com importantes tópicos sobre os Custos Industriais. Até a próxima!!!!! 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Análise de Balanços, Estruturação e Avaliação das Demonstrações Financeiras Contábeis BLATT, A. Análise de balanços, estruturação e avaliação das demonstrações financeiras contábeis. Pearson: 2000. (e-book). Gestão de Custos Perspectivas e Funcionalidades CRUZ, A.W. Gestão de custos perspectivas e funcionalidades. IBPEX: 2012. (e-book) Contabilidade Gerencial Novas Práticas Contábeis para Gestão de Negócios HONG, Y.C. Contabilidade gerencial novas práticas contábeis para gestão de negócios. Pearson: 2005. (e-book) Custos MEGLIORINI, E. Custos. São Paulo: Makron books, 2001. (e-book). 21 UNIDADE Formas de Apuração de Custos em uma Empresa Industrial Referências MARTINS, E. Contabilidade de Custos: Livro de Exercícios. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2007. MARTINS, E. Contabilidade de Custos: O Uso da Contabilidade de Custos como Instrumento Gerencial. 9. Ed. Atlas: 2003. RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos Fácil; 7 Ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 22 Custos Industriais Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Edson Nunes Revisão Textual: Profa. Dra. Sílvia Albert Margem de Contribuição e Lucro Operacional • Introdução • Ponto de Equilíbrio • Ponto de Equilíbrio para Múltiplos Produtos • Limitações do Ponto de Equilíbrio · Fornecer conceitos básicos sobre margem de contribuição e lucro operacional. OBJETIVO DE APRENDIZADO Margem de Contribuição e Lucro Operacional Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Margem de Contribuição e Lucro Operacional Introdução Segundo Cruz et al. (2012), podemos perceber que o método de apropriação de custo mais adequado para a formação de preço de venda é o método direto ou custeio variável, pois ele não utiliza bases de rateio na distribuição e no controle de custos indiretos aos seus produtos ou serviços. Por meio da destinação dos gastos variáveis aos produtos ou serviços, o custeio direto ou variável permite a identificação da margem de contribuição de cada tipo de produto ou de linhas de produtos ou serviços,
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