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Química Farmacêutica - Profª: Sandra Soares 5° Período de Farmácia – Aula 5 - 12/03/2013 Bioisosterismo Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Bioisosterismo É uma estratégia de modificação molecular para a otimização de um composto protótipo composto. Bioisosterismo Variar as propriedades físico-químicas Melhorar as qualidades farmacocinéticas Melhorar a afinidade, a eficácia e a especificidade Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Introdução •1919: Langmuir – Princípio do Bioisosterismo: Átomos ou grupos de átomos com estrutura eletrônica similar → propriedades físico-químicas semelhantes. •Exemplo: CO2 e N2O Propriedade CO2 N2O Total de elétrons 22 22 Peso molecular 44,01 44,02 Viscosidade (20º, 1atm) 148 . 10-6 148 . 10-6 Pressão crítica (atm) 77 75 Temperatura crítica (ºC) 31,9 35,4 Condutividade térmica 0,0506 0,0506 Índice de refração (líquido – 0ºC) 1,190 1,193 Constante dielétrica (Líquido – 0ºC) 1,582 1,598 Solubilidade em água (0ºC) 1,780 1,305 Solubilidade em álcool (15ºC) 3,13 3,25 Curso de Farmácia – Química Farmacêutica • 1925: Grimm → regras para a substituição entre alguns grupos isostéricos → regra do hidreto. • A adição de um hidreto a um átomo fornece um pseudo-átomo, o qual apresenta as mesmas propriedades físicas daqueles presentes na coluna imediatamente posterior da Tabela Periódica do átomo inicial. Curso de Farmácia – Química Farmacêutica • 1932 Erlenmeyer - amplia o conceito de isosterismo → isósteros: átomos, íons ou moléculas que contêm idênticas camadas periféricas de elétrons (estão na mesma coluna periódica). Curso de Farmácia – Química Farmacêutica • Friedman → compostos quimicamente isósteros → atividade farmacológica semelhante. • Bioisosterismo: fenômeno observado entre substâncias estruturalmente relacionadas que apresentam propriedades biológicas similares ou antagônicas. • Termo isóstero: aplicado a grupos que apresentam semelhança nas suas camadas eletrônicas externas ou mais restritamente, a grupos com localizações similares de regiões com alta ou baixa densidade eletrônica na molécula, com tamanho e forma similares. • Atualmente, o bioisosterismo é aplicado extensivamente no planejamento de fármacos, incluindo o emprego de técnicas computacionais. Curso de Farmácia – Química Farmacêutica • 1970 Burger: Classifica e subdivide os bioisósteros. Grupos interconversíveis Clássico Átomos mono, di, tri e tetravalentes e anéis equivalentes Não clássico Bioisosterismo Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Bioisosterismo clássico: • Atende, de maneira geral, as exigências preconizadas pelas definições de Grimm e Erlenmeyer e equivalen-tes anelares. • Apresentam aproximadamente o mesmo tamanho, forma e configuração eletrônica na camada externa. Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Bioisosterismo clássico: a) Átomos e grupos monovalentes: • Halogênios e grupos –XH; onde X = C, N, O, S CH3, NH2, OH, SH, F. Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Bioisosterismo clássico: b) Átomos e grupos divalentes: • R-O-R’, R-S-R’, R-NH-R’, R-CH2-R’, R-Si-R -CH2-, -NH-, -O- Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Bioisosterismo clássico: c) Átomos e grupos trivalentes: • R-N=R’, R-CH=R CH-, N-, P-, As-, Sb- Curso de Farmácia – Química Farmacêutica • =C=, =N+=, =P+= Bioisosterismo clássico: d) Átomos e grupos tetravalentes: Curso de Farmácia – Química Farmacêutica • -C=C-, -S-, -O-, -NH- Bioisosterismo clássico: e) Equivalentes anelares: Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Bioisosterismo não-clássico: • Arranjo estérico e configuração eletrônica são similares às do composto protótipo. No entanto, não seguem exatamente a regra do hidreto e a definição de Erlenmeyer. • Não apresentam o mesmo número de átomos e as mesmas características estéricas e eletrônicas dos isósteros clássicos, mas produzem atividades biológicas similares. Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Bioisosterismo não-clássico: Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Exemplos de bioisósterosnão-clássicos • H e F • -CO- e -SO2- • -SO2NH2, -COOH e -PO(OH)NH2 Curso de Farmácia – Química Farmacêutica N S H3C O O H NHCH3 OH O H NHCH3 OH receptor receptor Resposta adrenérgica Alquilsulfonamidofenetanolamina pKa = 9,1 Fenilefrina pKa = 9,6 Bioisósteros não-clássicos Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Bioisósteros não-clássicos O CN CN SO SO2 S O2 N R C O N C H CN Grupo carbonila Grupo ácido carboxílico COOH SO2NHR SO3H CONHCN CONHOH PO(OH)OEt PO(OH)NH2 O N OH N N N N H O O OH Grupo amido carboxílico (peptídeos) -CONH- -CONMe- -CSNH- -CH2NH- -NHCO- >C C< -CH2S- Grupo éster carboxílico -COO- N O N N S NOMe Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Bioisósteros não-clássicos Grupo hidroxi -OH -NHCOR -NHSO2R -CH2OH -NHCONH2 -NHCN -CH(CN)2 Catecolaminas Halogênios CF3 CN NCN2 C(CN)3 Tiouréias NHC( S)NH2 NHC( NCN)NH2 NHC( CHNO2)NH2 HO HO N N H X O HO N O HO X = O, NR Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Aplicações do bioisosterismo Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Aplicações do bioisosterismo Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Conclusões - Bioisosterismo • O bioisosterismo é uma estratégia de modificação molecular de sucesso, útil no planejamento de novas substâncias farmacoterapêuticamente atraentes. • Quando aliado a modelagem molecular e a outras ferramentas de estratégia de modificação molecular pode-se ampliar a margem de sucesso na síntese de novas substâncias bioativas. Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Exemplos Bioisosterismo Estruturas químicas de β-bloqueadores Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Estrutura química antiviral - ritonavir Exemplos Bioisosterismo Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Estruturas químicas inibidor da absorção de colesterol: ezetimiba Exemplos Bioisosterismo Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Estruturas químicas anti-hipertensivos enalapril a partir do ácido enalaprílico (inibidores da enzima conversora de angiotensina) Exemplos Bioisosterismo Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Estruturas químicas broncodilatadores: bambuterol e terbutalina Exemplos Bioisosterismo Curso de Farmácia – Química Farmacêutica Referência • KOROLKOVAS, Andrejus; BURCKHALTER, Joseph H. Química Farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982. • BARREIRO, Elisier J.; FRAGA, Carlos Alberto Manssour. Química Medicinal: As Bases Moleculares da Ação dos Fármacos, 1ª Ed. Art-Med Ltda, Porto Alegre, RS, 2001.
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