Buscar

Aula 9 IED

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
PROFESSORA ANA PAULA PIMENTA
Universidade Estácio de Sá
AULA 9: Fontes. 
Métodos de interpretação do direito e a sua 
classificação
IED
- Análise das ideias centrais
- Situação problema
- Pergunta norteadora
- Atividade verificadora de aprendizagem
- Estudo de caso
-Para depois da aula:
-AAA
-Conteúdo digital 
Metodologia
4. INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
OBJETIVOS:
Examinar os métodos de
interpretação do direito.
Analisar as fontes do
direito.
TÓPICOS:
4.1 FONTES DO DIREITO
4.2 MÉTODOS DE
INTERPRETAÇÃO DO
DIREITO E A SUA
CLASSIFICAÇÃO
Fontes do Direito
•Fontes do Direito indica as formas pelas quais o
Direito surge e se manifesta.
•Espécies:
•Fontes materiais,
•Fontes históricas e
•Fontes formais.
Fontes Materiais 
• As fontes materiais são os fatos sociais, as próprias forças sociais
criadoras do Direito, e a matéria-prima da elaboração deste, pois
constituem os valores sociais que informam o conteúdo das normas
jurídicas.
• As fontes materiais não são ainda o Direito pronto, perfeito, mas para
a formação deste contribuem sob a forma de fatos sociais
econômicos, políticos, religiosos, morais.
• Subdivisões:
• Fontes materiais diretas ou imediatas
• Fontes materiais indiretas ou mediatas
Fontes materiais diretas ou imediatas:
• São aquelas fontes que criam diretamente as normas jurídicas,
representadas pelos órgãos legiferantes:
• PODER LEGISLATIVO: quando elabora e faz entrar em vigor as leis.
• PODER JUDICIÁRIO: quando elabora jurisprudência ou quando, excepcionalmente,
legisla.
• PODER EXECUTIVO: quando excepcionalmente elabora leis.
• SOCIEDADE: quando consagra determinados costumes (que não sejam contrários à lei).
• DOUTRINADORES: quando desenvolvem trabalhos, elaboram doutrinas utilizadas pelo
aplicador da lei.
Fontes Materiais Indiretas
ou Mediatas:
• São fatos (acontecimentos) ou fenômenos sociais que
ocorrem em determinada sociedade trazendo como
consequência o nascimento de novos valores que serão
protegidos pela Norma Jurídica. Como exemplo, a comoção
social provocada pelo bárbaro assassinato da atriz Daniela
Perez e do sequestro do empresário Abílio Diniz, levaram à
criação da Lei dos Crimes Hediondos.
Fontes Históricas
• São os documentos jurídicos e coleções coletivas do passado que
continuam a influir nas legislações do presente.
• EXEMPLO: Lei das Doze Tábuas, em Roma; Código de Hamurabi, com
sua pena de talião, na Babilônia; a compilação de Justiniano etc. São
fontes históricas do Direito brasileiro, por exemplo, o Direito Romano,
o Direito Canônico, as Ordenações Afonsinas, Manuelinas e Filipinas,
a Lei Áurea, o Código de Napoleão, a legislação da Itália fascista sobre
o trabalho, que influenciou a CLT.
Fontes Formais
As Fontes Formais são a lei, os costumes, a jurisprudência e a doutrina.
O Estado cria a lei e dá ao costume e à jurisprudência, a força desta.
- Legislação,
- Costume,
- Jurisprudência e
- Doutrina.
Diferença entre 
fontes materiais e formais
• As fontes materiais são a realidade social, os valores que o Direito
procura realizar, fundamentalmente sintetizados no conceito amplo
de justiça.
• As fontes formais são os fatos que dão a uma regra o caráter de
Direito Positivo e obrigatório, das fontes materiais, representadas
pelos elementos que concorrem para a formação do conteúdo ou
matéria da norma jurídica.
Lei
• A Lei é a fonte formal imediata de Direito, pois é a forma
pela qual nos transmite seu conhecimento.
• Lei em sentido amplo ou em sentido lato: indica o jus
scriptum (direito escrito). Referência genérica que inclui a
lei propriamente dita (ordinária ou complementar), a
medida provisória e o decreto.
• Lei em sentido estrito: é a lei comum e obrigatória,
emanada do Poder Legislativo, no âmbito de sua
competência.
O processo de produção da lei.
• O processo de elaboração de uma lei consiste em uma sucessão de
fases e de atos que vão desde a apresentação de seu projeto até a
sua efetiva concretização, tornando-se obrigatória, a saber:
• iniciativa,
• discussão
• votação
• aprovação,
• sanção-veto,
• promulgação,
• publicação e entrada em vigor.
Atos do Processo Legislativo
• O processo legislativo é o conjunto de atos preordenados visando à criação de normas
de Direito:
• Iniciativa Legislativa: faculdade que se atribui a alguém ou a um órgão para apresentar
projetos de lei ao Legislativo. (art. 60, 61 CF e §2º)
• Votação : ato coletivo das Casas do Congresso. Geralmente é precedida de estudos e
pareceres de comissões técnicas (permanentes ou especiais) e de debates em plenário. É
ato de decisão (art. 65 e 66 CF), que se toma por maioria de votos.
• Sanção e veto: atos de competência exclusiva do Presidente da República. Sanção e veto
somente recaem sobre projetos de lei (que disponham sobre as matérias elencadas no
art. 48 da CRFB)
• Promulgação e publicação: Promulga-se e publica-se a lei, que já existe desde a sanção
ou veto rejeitado. É errado falar em promulgação de projeto de lei. Promulgação é a
declaração da existência da lei. É meio de se constatar a existência da lei. A lei é perfeita
antes de ser promulgada; a promulgação não faz lei, mas os efeitos da lei só se
produzirão depois dela.
Votação por maioria
• Maioria simples: para aprovação de lei ordinária (art. 47 CF).
• Maioria absoluta dos membros das Câmaras: para aprovação de lei
complementar (art. 69 CF).
• Maioria de três quintos dos membros das Casas do Congresso: para
aprovação de emendas Constitucionais (art.60, § 2º).
Sanção
• Sanção é a adesão do Chefe do Poder Executivo ao projeto de lei
aprovado pelo Legislativo; pode ser expressa (art. 66 CF, caput) ou
tácita (art. 66 CF, § 3º).
Veto
• Veto é o modo pelo qual o Chefe do Poder Executivo exprime sua
discordância com o projeto aprovado, por entendê-lo inconstitucional
ou contrário ao interesse público (art. 66 CF, parágrafo 1º). O veto
pode ser total, recaindo sobre todo o projeto, ou parcial, quando
atingir somente parte dele.
• O veto é relativo, não trancando de modo absoluto o andamento do
projeto (art. 66 CF, §§ 1º e 4º da CF).
Rejeição do veto
• Caso o veto seja rejeitado por votação da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores, em escrutínio secreto, o projeto se
transforma em lei, sem sanção, que deverá ser promulgada. Não se
alcançando a maioria mencionada, o veto ficará mantido, arquivando-
se o projeto.
Promulgação e Publicação
• A promulgação é, pois, o ato através do qual o que antes era
projeto passa a ser lei e, consequentemente, a integrar o
Direito positivo brasileiro.
• A lei passa a existir como tal desde a sua promulgação, mas
começa a obrigar da data sua publicação, produzindo
efeitos com a sua entrada em vigor.
Hábito, uso e costume
- Hábito: modo individualizado de agir
- Uso ou usos sociais: modo de agir de diversos membros da
sociedade
- Costume: O costume demonstra o princípio ou a regra não escrita
que se introduziu pelo uso, com o consentimento tácito de todas as
pessoas que admitiram a sua força como norma a seguir na prática de
determinados atos.
Costume
• Costume é o conjunto de condutas constantes e uniformes adotadas
por um grupo social e, por este mesmo grupo, tidas como
obrigatórias. É a prática reiterada e constante de determinados atos
que acaba por gerar a mentalização de que tais atos sejam essenciais
para o bem da coletividade. (Secco, 2009).
Elementos do costume
(Hermes Lima)
• Elementos do costume:
• Elemento externo: objetivo, de natureza material; é o agir; é o uso constante
e prolongado.
• Elemento interno: subjetivo; de natureza psicológica ou subjetiva; é o
reconhecimento da sua obrigatoriedade.
Direito costumeiro ou consuetudinário 
• Trata-se do conjunto das normas costumeiras em vigor em um Estado
soberano.
• Observação e respeito às normas jurídicas não escritas resultantes de
práticas sociais reiteradas, constantes e tidas como obrigatórias.
• Exemplo: publicação intitulada Assentamentos de Usos e Costumes
da Praça deSão Paulo, elaborada pela Junta Empresarial e publicada
no Diário Oficial do Estado.
Espécies de costumes
• Contra Legem: Por opor-se à lei não têm admissibilidade
em nosso direito.
• Secundum legem: Por estar de acordo com a lei serve de
interpretação dela realizada pelos juízes harmonizando o
disposto no texto e o seu sentido.
• Praeter legem: É utilizável quando a lei for omissa para
preencher a lacuna existente.
JURISPRUDÊNCIA
• Em sentido amplo é a coletânea de decisões proferidas pelos juízes
ou tribunais sobre uma determinada matéria jurídica. Inclui
jurisprudência uniforme e jurisprudência contraditória.
• Em sentido estrito, a jurisprudência é o conjunto de decisões
uniformes prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário sobre uma
determinada questão jurídica.
Jurisprudência e a criação do direito
• Quanto ao Direito anglo-saxão não há a menor dúvida. Ocorre que
nos ordenamentos filiados à tradição romano-germânica há
controvérsia, pois há quem reconheça o seu papel formador do
Direito e quem o rejeite.
• Controvérsia:
• Primeira corrente: Os que admitem alegam que as transformações sociais
exigem um pronunciamento judicial sobre assuntos que eventualmente não
se encontram na lei.
• Segunda corrente: Os que negam sustentam que o juiz é um mero intérprete
da lei. Em verdade, ao dar certa conotação a um artigo de lei interpretando-o
restritiva ou extensivamente, está apenas aplicando o Direito positivado
Exemplos de jurisprudência 
transformada em lei
•Pensão alimentícia, que era devida apenas após o
trânsito em julgado e atualmente é devida desde a
citação (alimentos provisórios).
•Os direitos do(a) companheiro(a), já reconhecidos
pela jurisprudência com base na sociedade de fato,
agora estão contemplados em lei.
Súmula vinculante
• Inovações introduzida pela Emenda Constitucional- EC n.º
45/04
• O objetivo declarado da norma é o de evitar a divergência de
entendimentos entre órgãos judiciários ou entre estes e a
Administração Pública, sempre que estiver em causa matéria
de caráter constitucional já decidida e cristalizada em súmula
do Supremo Tribunal.
CF, art. 103-A, instituído pela EC 45/04
• "Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir
de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal,
bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma
estabelecida em lei" (CF, art. 103-A, instituído pela EC 45/04).
Jurisprudência x Precedentes Judiciais
• Jurisprudência: decisões dos Tribunais
• Precedentes: decisões de juízes de primeiro grau.
DOUTRINA JURÍDICA
• A doutrina é uma das fontes subsidiárias do Direito. E é uma forma
expositiva e esclarecedora do direito feita pelo jurista, a quem cabe o
estudo aprofundado do Direito.
Procedimentos de integração
• A analogia é a utilização de certo dispositivo legal adequado para
certa situação, para regular outra semelhante. Implica, em uma
semelhança entre a hipótese tomada como padrão existente na lei e
aquela a ser resolvida, sem norma disciplinadora a respeito.
Espécies de analogia
• Analogia legis: Extraída da própria lei, quando a norma é colhida de
outra disposição legislativa, ou de um complexo de disposições
legislativa.
• Analogia juris: Extraída filosoficamente dos princípios gerais que
disciplinam determinado instituto jurídico.
Analogia x Interpretação extensiva
• Interpretação extensiva: o caso é diretamente previsto pela lei, mas
com insuficiência verbal ou impropriedade de linguagem, já que a
interpretação da lei revela um alcance maior da mesma. Há apenas
insuficiência verbal.
• Analogia: Há propriamente lacuna da lei.
Princípios gerais do Direito
• É possível dizer que os princípios gerais de direito são aqueles que
decorrem dos próprios fundamentos do ordenamento positivo. A
rigor, não precisam mostrar de forma expressa, ainda que sejam
pressupostos lógicos de um determinado ordenamento jurídico.
• Exemplos:
• Equidade
• Pacta sunt servanda— Os pactos são para serem observados.
• Ninguém pode se valer da sua própria torpeza.
Equidade
• A equidade é o princípio pelo qual o direito se adapta a realidade da
vida sociojurídica, conformando-se com a ética e a boa-razão,
salvando as lacunas do Direito para melhorá-lo e enobrecê-lo, tal
como demonstram os pretores da Roma antiga.
Direito Comparado
• Ao confrontar ordenamentos jurídicos vigentes em diversos povos, o
Direito Comparado tem por finalidade apontar semelhanças e
diferenças, buscando preparar resumos conceituais e aprontar o
caminho para uma possível unificação de certos setores do Direito.
Situação Problema
Josecleison tem contrato de aluguel comercial com
Marielva de 36 meses. Estão com 24 meses e
Josecleison sempre pagou em dias. Ocorre que a
pandemia mexeu com os contratos e o deixou em
situação financeira difícil. Após dois meses de atraso,
Marielva entra judicialmente com uma ação de
cobrança, baseado no contrato firmado entre os dois.
O Juiz concede uma liminar, na contestação de
Josecleison, baseado nos eventos da pandemia,
suspendendo as cobranças por seis meses.
Reflita:
Perguntas
norteadoras:
Por que o juiz deve
interpretar a norma
antes de aplica-la ao caso
concreto?
Atividade verificadora da
aprendizagem:
Um método de
interpretação deve ser
privilegiado em
detrimento de outro?
Justifique sua resposta.
Estudo de caso: 
Estudo de caso: João Eleutério possui uma empresa que
trabalha com a manutenção de dados corporativos via rede
de dados. Ele está muito preocupado pois a legislação
brasileira no que diz respeito a direito cibernético não é
detalhada. Por exemplo, no que diz respeito a operações
entre empresas quando de encampação, o que acontece com
os dados armazenados? Nesse caso, a luz dos métodos de
interpretação do direito, como podem ser solucionados
eventuais problemas judicializados na área de João?
Leitura Específica
• Ao final do módulo, amplie seus estudos a leitura do Texto: ALDRIGUI,
Amanda Granero. A Lei Geral de Proteção de Dados e os impactos nas
relações empresariais . Disponivel em:
https://www.irib.org.br/noticias/detalhes/artigo-undefinedmigalhas-a-lei-
geral-de-protecao-de-dados-e-os-impactos-nas-relacoes-
empresariaisundefined-por-amanda-granero-aldrigui. Acesso em:
21/01/2021
• MARINHO, Jose Domingos da Silva. As chamadas Lacunas do direito.
Disponivel em: http://www.revistajustitia.com.br/revistas/a5cb9z.pdf .
Acesso em: 20/01/2021 Veja o que diz a jurisprudência: EDcl no AgInt nos
EDcl na RECLAMAÇÃO Nº 39288 - RS (2019/0337739-0)
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201
903377390&d t_publicacao=17/11/2020
Aprenda +
• ZEGEr, Ivone. Legislação brasileira tem lacunas em caso de família
multiparental. Disponivel em: https://www.conjur.com.br/2014-set-
13/ivone-zeger-lei-lacunasfamilia-multiparental Acesso em: Acesso
em 21/01/2021
Atividade Autônoma Aura Olá, seja
Bem--
vindo! Sabemos que você quer aprender mais, por isso, 
selecionamos duas questões que revisitam o tema/tópic
o ministrado nesta aula. Você deve resolvê-las, 
completando, assim, sua jornada de aprendizagem do di
a. Acesse o
Plano de Aula da disciplina e encontre--
as no campo Aprenda +.
1) Sobre a Interpretação do direito, a chamada Hermenêutica jurídica diz-se que é uma ciência metodológica 
porque traz os critérios de um sistema interpretativo cujos elementos são baseados na observação, 
identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de eventos e fatos, cujas interpretações são 
formuladas metódica e racionalmente para a melhor compreensão dos textos normativos. Assim, assinale a 
alternativa correta:
a) A ciência jurídica necessita da hermenêutica como método de sistematização como ciência e aplicação de 
princípios.
b) A partirdo caso concreto a interpretação do direito é uma atividade pratica que tem como objetivo revelar o 
conteúdo, o significado e o alcance de uma norma.
c) A interpretação do direito tem por objeto unicamente a lei, sua principal fonte.
d) A interpretação jurídica não pode ser considerada ciência, pois lhe falta método.
e) A Literalidade da norma afasta a necessidade de sua interpretação.
02)A teoria do escalonamento normativo ou da pirâmide hierárquica de Hans Kelsen, que tem a Constituição como
norma suprema e de maior grau hierárquico dentro do ordenamento jurídico, foi adotada pelo Brasil em termos de
hierarquia das normas jurídicas. É este considerado o fundamento de validade para todas as demais normas
componentes do sistema normativo.
Assim, assinale a alternativa CORRETA:
a) Uma lei Federal deve retirar o seu fundamento de validade diretamente da Constituição. É isso que torna o sistema
passivo de controle de constitucionalidade
b) Há hierarquia apenas entre as normas emanadas da União, em respeito ao princípio de federalismo
c) Os tratados entram no ordenamento jurídico com status de norma constitucional
d) Existem normas diferenciadas da interpretação jurídica geral, especifica da Constituição
b) Há hierarquia apenas entre as normas emanadas da União, em respeito ao princípio de federalismo
c) Os tratados entram no ordenamento jurídico com status de norma constitucional
d) Existem normas diferenciadas da interpretação jurídica geral, especifica da Constituição
e) Os atos normativos primários por essa condição, não devem retirar seu fundamento do teto constitucional

Continue navegando