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CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br AULA DEMONSTRATIVA (AFRFB, ICMS/SP e ICMS/RJ) Bem-vindos à aula demonstrativa do nosso Novo Curso de Direito Tributário para Concursos. Como recentemente passou a dizer uma professora amiga minha, o mundo do direito tributário é “felomenal”. De início, vamos para a introdução de praxe. Meu nome é EDVALDO NILO, sou Procurador do Distrito Federal, professor de Direito Tributário e Financeiro, tendo sido aprovado em diversos concursos e seleções públicas, a saber: Procurador do Distrito Federal (ESAF), Procurador do Município de Recife (FCC), Ministério Público de Contas do Mato Grosso (FMP/RS), Procurador do Município de Belo Horizonte (FUNDEP/UFMG), Técnico de Nível Superior do Ministério da Saúde (CESPE/UNB); Técnico de Nível Superior do Ministério das Comunicações (CESPE/UNB); Técnico de Nível Superior do Ministério do Turismo (ESAF); Professor Substituto de Ética Geral e Profissional da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Professor de Direito Tributário do Centro Universitário da Bahia (CUB/FIB) e Mestrado Acadêmico em Direito Constitucional do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Possuo também três pós-graduações e um curso de extensão na área do Direito: Especialização em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET); Especialização em Direito Tributário pela Universidade Federal da Bahia (UFBA); Especialização em Planejamento Tributário pela Faculdade de Tecnologia Empresarial (FTE); Curso de Extensão Universitária em Prática Processual Tributária pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Hoje sou Mestrando em Direito Constitucional pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e, no ano de 2004, fui pesquisador da área de Direito Constitucional da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia. Para concluir esta apresentação, posso dizer ainda que consegui vencer três prêmios jurídicos, quais sejam: Prêmio Luiz Tarquínio da Fundação Orlando Gomes no ano de 2002; Prêmio Ministro Carlos CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 2 www.pontodosconcursos.com.br Coqueijo Costa da AMATRA (Associação de Magistrados Trabalhistas), EMATRA (Escola de Magistrados Trabalhistas) e ABAT (Associação Bahiana dos Advogados Trabalhistas) no ano de 2003 e Prêmio Luís Eduardo Magalhães da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia no ano de 2004. Por sua vez, no que diz respeito à apresentação do nosso curso de Direito Tributário para concursos, especialmente para os cargos de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil, vamos trabalhar com base no programa completo da disciplina. Por que eu digo completo? Primeiro, porque abrange todo o Edital ESAF nº 70, de 21 de outubro de 2005, publicado no DOU de 24/10/2005, Seção 3, que foi o último edital para o concurso de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Segundo, porque este edital, sem sombra de dúvidas, é o mais extenso de todos os concursos públicos realizados no Brasil na nossa matéria de direito tributário. Terceiro, porque procurei fazer e continuarei fazendo diariamente todas as adaptações necessárias para adequar o referido edital com as modificações legislativas, jurisprudenciais e doutrinárias realizadas do período de outubro de 2005 até o último dia de aula. Assim, o público a que esse curso se destina é principalmente de alunos que estão se preparando para a prova de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil da Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil. Entretanto, também servirá para aqueles estudantes que querem se atualizar com a jurisprudência, legislação e doutrina atual e para os concursandos dos mais variados concursos públicos do Brasil, especialmente a Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo (Agente Fiscal de Renda), a Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro (Agente Fiscal de Renda) e demais certames na área fiscal. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 3 www.pontodosconcursos.com.br Por sua vez, todos aqueles que estejam se preparando para os concursos da Polícia Federal, Procurador do Banco Central, Procurador da Fazenda Nacional, Advocacia Geral da União, Procurador Federal, Magistratura Federal e Estadual, Ministério Público Federal e Estadual, dentre outras importantes seleções, também podem com tranquilidade se matricular, uma vez que terão um excelente material de direito tributário para estudar. O curso será iniciado com a “Aula 1” no dia 27 de maio de 2009 e a “Aula 14” será postada no dia 26 de agosto de 2009. Logo, o nosso curso ocorrerá semanalmente e as aulas serão realizadas às quartas. A seguir, a sequência e os tópicos que serão estudados: Aula 0 – Conceito e Classificações dos tributos; Aula 1 - Tributos de Competência da União. 1.1. Imposto sobre a Importação (II). 1.2. Imposto sobre a Exportação (IE). 1.3. Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). 1.4 Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR). 1.5. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). 1.6. Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 1.7 Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF). 1.8 Impostos inominados ou residuais. 1.9 Impostos Extraordinários de Guerra (IEG) (27/05); Aula 2 - 2. Contribuições Sociais. 2.1. Contribuição para o PIS/PASEP. 2.2. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS. 2.3. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL. 2.4. Contribuições sociais destinadas a Previdência Social. 2.5. Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE 2.6. Contribuição de Iluminação Pública (CIP ou COSIP) 2.7 Outras Contribuições especiais relevantes (03/06). Aula 3 – 3. Introdução. 3.1 Competência Tributária. 3.2 Limitações Constitucionais do Poder de Tributar. 3.2.1 Imunidades. 3.2.2. Princípios Constitucionais Tributários (10/06). Aula 4 - 4. Legislação Tributária. 4.1. Constituição 4.2. Emendas à Constituição. 4.3. Leis Complementares. 4.4. Leis Ordinárias. 4.5. Leis Delegadas. 4.6. Medidas Provisórias. 4.7. Tratados Internacionais. 4.8. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 4 www.pontodosconcursos.com.br Decretos. 4.9. Resoluções 4.10. Decretos Legislativos. 4.11. Convênios 4.12. Normas Complementares (17/06). Aula 5 – 5. Introdução. 5.1 Vigência da Legislação Tributária. 5.2 Aplicação da Legislação Tributária. 5.3 Interpretação e Integração da Legislação Tributária (24/06). Aula 6 – 6. Introdução 6.1 Obrigação Tributária Principal e Acessória. 14. Fato Gerador da Obrigação Tributária (01/07). Aula 7 – 7. Introdução 7.1 Sujeição Ativa e Passiva. 7.2 Solidariedade. 7.3 Capacidade Tributária. 7.4 Domicílio Tributário (08/07). Aula 8 - 8. Responsabilidade Tributária. Conceito. 8.1. Responsabilidade dos Sucessores. 8.2. Responsabilidade de Terceiros. 8.3. Responsabilidade por Infrações (15/07). Aula 9 - 9. Crédito Tributário. Conceito. 9.1. Constituição do Crédito Tributário. 9.2 Lançamento. Modalidades de Lançamento. 9.2.1 Hipóteses de alteração do lançamento (22/07). Aula 10 - 10. Introdução. 10.1 Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário. Modalidades. 10.2 Extinção do Crédito Tributário. Modalidades. 10.2.1 Pagamento Indevido (29/07). Aula 11 - 11. Introdução. 11.1 Exclusão do Crédito Tributário. Modalidades. 11.2 Garantias e Privilégios do Crédito Tributário (05/08). Aula 12 - 12. Administração Tributária. 12.1. Fiscalização. 12.2. DívidaAtiva. 12.3. Certidões Negativas (12/08). Aula 13 - 13. Introdução. 13.1 Tributos de Competência dos Estados. 13.2 Tributos de Competência dos Municípios (19/08). Aula 14 – Simples Nacional (26/08). Pois bem. O curso está totalmente atualizado, incluindo importantes e novas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em matéria tributária, recentes questões de concursos públicos, bem como um resumo dos pontos mais cobrados no final de cada aula. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 5 www.pontodosconcursos.com.br Aliás, cada aula conterá uma grande bateria de exercícios com gabarito comentado, sobretudo das grandes bancas examinadoras, tais como Escola de Administração Fazendária (ESAF), Fundação Carlos Chagas (FCC), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (CESPE/UNB). Por outro lado, todos os dispositivos da Constituição Federal de 1988 (CF/88) e do Código Tributário Nacional (CTN) serão citados nos pertinentes assuntos trabalhados, visando sempre facilitar a vida do aluno. Teremos também um fórum onde serão respondidas todas as dúvidas a respeito do conteúdo ministrado. Com efeito, as aulas serão apresentadas com conteúdo de um curso presencial, com certo tom de pessoalidade. Logo, o tratamento será no sentido de possibilitar uma maior aproximação entre professor e aluno, sempre buscando dar enfoque ao entendimento prevalecente nas bancas examinadoras dos concursos públicos. Destaca-se que não é necessário qualquer conhecimento anterior acerca do direito tributário, sendo que a premissa fundamental de todos os nossos cursos aqui no Ponto é ensinada pelo professor Vicente Paulo: “é melhor pecar pelo exagero, sendo repetitivo, do que presumir conhecimento por parte dos alunos; com isso, aqueles que sabem muito estarão revisando o conteúdo, e aqueles que sabem pouco não terão dificuldade na assimilação do assunto novo”. Portanto, pretendo ser direto e claro na explicação. Mas é evidente que não vamos abordar os assuntos de forma superficial, uma vez que o nosso objetivo é instigante e desafiador: quero que você consiga obter conhecimentos acerca dos assuntos para acertar com segurança às questões objetivas e até mesmo subjetivas de direito tributário. Ao fim de cada aula, será apresentado um tópico com a finalidade de resumir o conteúdo mais relevante para uma futura revisão ou para uma olhada em véspera de prova. Também será apresentada a lista com os exercícios comentados na respectiva aula ou novos exercícios para fixação, com gabaritos igualmente comentados. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 6 www.pontodosconcursos.com.br Então, vamos juntos iniciar a jornada rumo à aprovação. Boa sorte, bons estudos e que Deus abençoe a todos. A seguir, uma pequena demonstração do nosso curso. Conceito e Classificações dos tributos 1. Introdução Inicialmente, cabe destacar que o Direito Tributário admite diversas classificações, de acordo com as ideologias ou as correntes de pensamentos existentes. Mas o sentido da classificação deve ser sempre facilitar o estudo das espécies tributárias, mediante o aspecto preponderante a ela conferido por certas doutrinas ou pela própria jurisprudência (decisões reiteradas dos Tribunais Superiores). Deste modo, ao se classificar alguma coisa, pretende-se compartimentar e sistematizar o conhecimento, de maneira a tornar mais fácil a sua compreensão e, para fins pedagógicos, a sua memorização e praticidade. Aqui, vamos tratar de todas as classificações dos tributos que são cobradas em concursos públicos, a saber: (I) Classificação das espécies tributárias, em que prepondera o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que são cinco espécies tributárias, que são os impostos, as taxas, a contribuições de melhoria, o empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou gerais; (II) Classificação quanto à hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) do tributo, que pode se dividir em tributo vinculado e tributo não-vinculado; (III) Classificação quanto ao destino da arrecadação, separando CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 7 www.pontodosconcursos.com.br os tributos de arrecadação vinculada dos tributos de arrecadação não- vinculada; (IV) Classificação quanto à base econômica de incidência, que pode separar os impostos em impostos sobre o comércio exterior, impostos sobre o patrimônio ou a renda, impostos sobre a produção ou a circulação e impostos especiais. (V) Classificação quanto à forma de percepção, apartando os tributos em diretos e indiretos; (VI) Classificação quanto ao objeto de incidência, distinguindo os tributos em reais e pessoais; (VII) Classificação quanto ao objetivo ou função dos tributos, que pode ser fiscal, extrafiscal e parafiscal; (VIII) Classificação quanto à alíquota do tributo ou forma de quantificação, que divide os tributos em fixos, proporcionais, progressivos e regressivos. (IX) Classificação simples da receita pública, com base na diferença entre receitas originárias e receitas derivadas. Todavia, antes do estudo das classificações no direito tributário, vamos iniciar a aula demonstrativa com um importante tema para concursos, que é conceito de tributo. 1.1 Conceito de Tributo Para o conceito de tributo, poderíamos examinar diversas definições doutrinárias, mas para fins de concurso é muito mais produtivo adotar o art. 3º, do Código Tributário Nacional (CTN), a saber: Tributo é toda (i) prestação pecuniária compulsória, (ii) em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que (iii) não constitua sanção de ato ilícito, (iv) instituída em lei e (v) cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 8 www.pontodosconcursos.com.br Assim, passemos a analisar os elementos integrantes do conceito legal de tributo: (i) Prestação pecuniária compulsória – Prestação significa o objeto principal de uma relação entre credor e devedor, sendo aquilo que o credor deve fazer ou deixar de fazer em favor do devedor. Já pecúnia representa “dinheiro”, isto é, a prestação deve ser realizada em dinheiro. Portanto, não pode ser considerado tributo às chamadas prestações in labore (ex. serviço militar obrigatório) ou exigências in natura (oferecimento bens materiais que não sejam dinheiro como cestas básicas). É também prestação compulsória, ocorrendo independentemente da vontade do devedor, sendo a prestação que deve ser satisfeita pelo comportamento obrigatório do devedor (sujeito passivo) de levar dinheiro ao credor (sujeito ativo). Por exemplo, o aluguel de imóvel público não é tributo, em virtude de ser o aluguel firmado por ato de livre vontade do locatário com a Administração Pública, derivando de um contrato entre as partes. Sendo assim, o STF decidiu recentemente (informativo 543) que os encargos de capacidade emergencial (“seguro-apagão”), previstos na Lei 10.438/2002, possuem natureza jurídica de preço público e não de tributo, uma vez que tais encargos, embora tivessem o caráter de prestações pecuniárias correspondentes à utilização de um serviço público — e, nesse sentido, aproximar-se-iam do conceito de taxas —, na verdade, configurariam tarifas ou preços públicos, em virtude do caráter facultativo da fruição do bem que remuneravam. Neste sentido, o “seguro-apagão” não se enquadra na definição de tributo contida no art. 3º do CTN, uma vez que não possui o requisito de compulsoriedade. A obrigação de pagar o “seguro-apagão”estava diretamente ligada à hipótese de tratar-se, ou não, o obrigado de consumidor de energia elétrica provinda daquele sistema. Assim, o “seguro-apagão” não seria de pagamento compulsório, requisito típico das espécies tributárias, não estando sujeitos, por essa razão, aos princípios e regras constitucionais tributárias, pois os consumidores poderiam se valer de outros meios para a CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 9 www.pontodosconcursos.com.br aquisição de energia elétrica que não a proveniente do Sistema Interligado Nacional. Aqui, já chamamos atenção para três enunciados de concurso: 1. “A prestação do tributo não é obrigatória” (ESAF/GESTOR MG/2005). 2. “Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário” (ESAF/MPC/TCE/GO/2007). 3. “A prestação de serviço militar é compulsória e não constitui sanção a ato ilícito, porém não tem a natureza de tributo porque não é prestação pecuniária” (ESAF/TRF/2000). O primeiro enunciado é falso, porque tributo é prestação pecuniária compulsória (obrigatória). No que se refere ao segundo, possui dois erros, uma vez não se admite no sistema tributário nacional o tributo in labore e a contribuição de melhoria (trataremos dela ainda nesta aula), apesar de ser uma espécie de tributo, é decorrente da valorização imobiliária de uma obra realizada pelo Estado (atividade estatal) e não pelo próprio contribuinte. O terceiro é verdadeiro, pois o serviço militar obrigatório é uma prestação in labore, decorrente do trabalho da pessoa e não uma prestação pecuniária. Nesse rumo, também não pode ter natureza de tributo a prestação de serviço eleitoral, o trabalho desempenhado pelos jurados, a desapropriação ou a requisição administrativa, uma vez que não são prestações pecuniárias. (ii) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir – Alguns autores criticam este enunciado afirmando que é um pleonasmo do art. 3°, do CTN, que só faz repetir o caráter pecuniário do tributo. Entretanto, a assertiva possui alguma serventia quando afirma que pode ser pago em algo que represente um valor em dinheiro (ou cujo valor nela se possa exprimir). Assim, conforme a interpretação de tal CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 10 www.pontodosconcursos.com.br dispositivo, o tributo pode ser pago com títulos da dívida pública. Como exemplo, o pagamento do imposto territorial rural (ITR) com títulos da dívida agrária (TDA). Anota-se que o art. 162, do CTN, possibilita que o pagamento do tributo seja efetuado com cheque ou vale postal e, nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. Por sua vez, o art. 156, XI, do CTN, com redação estabelecida pela Lei Complementar n. 104/2001, permite o pagamento de tributo mediante a entrega de bens imóveis, quando estabelece a “dação em pagamento em bens imóveis” como causa extintiva do crédito tributário, sendo compatível com a locução “ou cujo valor nela se possa exprimir” do art. 3º, do CTN. É importante dizer que o Supremo Tribunal Federal (STF) não permite que lei estadual possibilite o pagamento de débitos tributários com dação em pagamento de bens materiais destinados a atender a programas do Estado, mas apenas a dação em pagamento de bens imóveis. A respeito do tema, destaca-se a recente questão: “A Lei Complementar n. 104/2001, ao permitir a dação em pagamento de bens imóveis, como forma de extinção do crédito tributário, promoveu a derrogação do art. 3º do CTN, que confere ao tributo uma prestação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir” (ESAF/AFTM/Natal/2008). Derrogação denota revogação parcial ou perda parcial de vigência de determinada norma, quando uma norma revogadora revoga apenas parte de outra norma. Na correta lição de TERCIO SAMPAIO FERRAZ JUNIOR revogar significa “retirar a validade por meio de outra norma. A norma revogada não vale mais, não faz mais parte do sistema. Não fazendo mais parte, deixa de ser vigente. Revogar é, pois, fazer cessar interrompendo, definitivamente, o curso de sua vigência”. E vigência é o tempo de validade da norma, sendo o período em que norma entra em vigor até a ocasião em que é revogada. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 11 www.pontodosconcursos.com.br Na hipótese questionada no concurso da ESAF, afirma-se que a Lei Complementar n. 104/2001 derrogou o art. 3º, do CTN, o que não aconteceu, uma vez que a dação em pagamento de bens imóveis é compatível com o art. 3º, do CTN, sobretudo com o enunciado “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”. Não há derrogação, pois não existe incompatibilidade entre o tema regulado (dação em pagamento de bens imóveis, como forma de extinção do crédito tributário) e o dispositivo do art. 3°, do CTN. Portanto, a questão é falsa. Neste ponto, ainda cabe destacar que o valor do tributo pode ser expresso em indexadores (exs.: UFIR, UPF e UFM), que são convertidos em moeda corrente na data do pagamento da obrigação tributária. Com esta autorização, por exemplo, pode-se dizer que o contribuinte deve 100 UPF no Estado do Rio Grande do Sul (RS). (iii) Não constitua sanção de ato ilícito – A obrigação tributária deve decorrer de um fato lícito previsto em lei, ou seja, a interpretação adequada é no sentido de que deve ser lícita a situação genérica e abstrata disposta na norma. Por exemplo, o art. 43, do CTN, dispõe que faz surgir à obrigação de pagar o imposto de renda (IR) quando determinada pessoa adquire disponibilidade econômica de renda. Assim, a renda auferida pela pessoa é fato gerador do IR e, por conseguinte, uma pessoa que adquire renda derivada do exercício do jogo do bicho (atividade ilícita) deve pagar o tributo, uma vez que o fato previsto em lei é a aquisição de renda e não o exercício do jogo do bicho. Entendam a situação com a seguinte questão: “Tendo em vista que o tributo não pode constituir uma sanção de ato ilícito, não se faz possível a incidência de tributos sobre atividades criminosas, pois assim agindo o Estado estaria obtendo recursos de uma atividade por ele proibida” (ESAF/AFTM/Natal/2008). É falsa ou verdadeira? CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 12 www.pontodosconcursos.com.br É falsa, pois o que importa é que a atividade criminosa não esteja prevista em lei como fato gerador de determinado tributo. Decerto, a atividade criminosa (atividade ilícita) pode gerar a obrigação de pagar tributo, porque a forma como os fatos são praticados pelo contribuinte não importa para incidência tributária, desde que o tributo não constitua sanção de ato ilícito. Neste sentido, o STF entende que a tributação sobre o trafico ilícito de entorpecentes é legal, adotando-se a aplicação do princípio da igualdade tributária e do princípio do pecunia non olet (o dinheiro não tem cheiro). Olhem a seguinte decisão do STF: "Sonegação fiscal de lucro advindo de atividade criminosa: pecunia non olet (dinheiro não tem cheiro). Drogas: tráfico de drogas, envolvendo sociedades comerciais organizadas, com lucros vultosos subtraídos à contabilização regular das empresas e subtraídos à declaração de rendimentos - caracterização, em tese, de crime de sonegação fiscal. Irrelevância da origem ilícita, mesmo quando criminal, da renda subtraída à tributação. A exoneração tributária (significa aqui não pagamento do tributo) dos resultados econômicos de fato criminoso - antes de ser corolário do princípio da moralidade - constitui violação do princípio da isonomiafiscal, de manifesta inspiração ética". Por outro lado, o tributo não se confunde com a multa, que é sanção de ato ilícito. A multa, apesar de ser uma prestação pecuniária compulsória, é cobrada em virtude de o indivíduo ter praticado um ato ilícito, possuindo nítido caráter de sanção (punição). Como exemplo, podemos citar que a multa decorrente do atraso no pagamento do imposto sobre produtos industrializados (IPI) não é tributo, pois é sanção de ato ilícito. Preste atenção: qualquer multa não é tributo. Ou seja, multa por infração tributária, multa por infração penal ou multa por infração de trânsito não é tributo. O CTN dispõe que em face do descumprimento de uma obrigação tributária principal (ex.: pagar o tributo) ou acessória (exs.: CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 13 www.pontodosconcursos.com.br declaração de rendimentos ou emissão de notas fiscais), ocorrer-se-á a aplicação de penalidade pecuniária. Mas isso não quer dizer que a multa é uma espécie de tributo, uma vez que a multa deve ser considerada somente uma penalidade pecuniária decorrente do descumprimento da obrigação tributária principal ou acessória. Destaca-se ainda que qualquer reparação ou indenização decorrente de um ato ilícito previsto em lei não é tributo. Deste modo, a pessoa que, por ação ou omissão voluntária, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, não deve pagar tributo ao Estado, mas sim indenizar o outro pelos danos sofridos. Com isso, responda as seguintes questões de concurso: 1. “As multas são espécies de tributos cujo fato gerador é a infração de uma norma jurídica” (TJDFT/2000). 2. “A multa pode ser considerada espécie do gênero tributo, já que está abrangida, pelo Código Tributário Nacional, no conceito de obrigação tributária principal” (ESAF/TTN/1998). 3. “Em matéria de direito tributário, podemos afirmar que o tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não se constituiu em sanção de ato ilícito, da mesma forma que as multas e os preços públicos” (Procurador/BACEN/2001). 4. “Tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra” (ESAF/AFPS/2002). 5. “O tributo se caracteriza também pelo fato de não resultar da aplicação de uma sanção por um ato ilícito” (ESAF/GESTOR MG/2005). Conseguiu responder? Então, vamos lá. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 14 www.pontodosconcursos.com.br As três primeiras questões são falsas, porque a multa não é espécie de tributo. No que concerne ao terceiro enunciado, ressalta-se que o preço público (também chamado de tarifa pelo STF) não é tributo. Estudaremos o preço público ainda nesta aula, mas já adiantamos que exemplos de preços públicos são as passagens de ônibus, as contas de água, as contas de luz, entre outros. A respeito da quarta questão, é falsa também, pois o ato ilícito que requeira reparação em virtude de guerra não é tributo e, portanto, a ressalva está incorreta. Já a quinta questão é verdadeira, porque uma das características do tributo é de não ser uma sanção de ato ilícito. (iv) Instituída em lei – É aspecto fundamental da definição de tributo, pois todo tributo deve ser instituído por meio de lei. Esta deve ser entendida como lei complementar ou lei ordinária, ou até mesmo medida provisória, que tem força de lei ordinária. O tributo é uma obrigação denominada de ex lege, significando que seu surgimento depende de lei. Logo, não se esqueça que um tributo não deve ser instituído, em hipótese alguma, por normas jurídicas infralegais, como decretos, portarias, atos administrativos, sentenças judiciais, convênios, costumes, decisões de órgãos administrativos singulares ou colegiados sobre matéria tributária, dentre outras. Este entendimento é fundamentado constitucionalmente com base no Estado Democrático de Direito, previsto no art. 1º, parágrafo único, da CF/88, dispondo que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Assim, deve-se entender que a lei que institui o tributo é uma manifestação legítima do poder do povo, uma vez que para criação do tributo existiu prévia autorização dos representantes eleitos pelo povo, que são os parlamentares. Com efeito, questão de concurso interessante acerca do tema que confundiu alguns candidatos foi a que se segue: CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 15 www.pontodosconcursos.com.br “No vigente regime político brasileiro, é correto afirmar ao menos do ponto de vista teórico, que os cidadãos suportam tão- somente os tributos que aceitaram pagar” (CESPE/INSS/1997). É verdadeira esta assertiva, por força do princípio do Estado Democrático de Direito. Em geral, a lei apta a instituir um tributo é a lei ordinária. No caso de tributo federal, o Congresso Nacional. Na hipótese de tributo estadual, a Assembléia Legislativa. No caso de tributo municipal, a Câmara de Vereadores. Todavia, existem tributos federais (União) que, se forem instituídos, devem ser por meio de lei complementar, que são: imposto sobre grandes fortunas (art. 153, inc. VII, da CF/88), empréstimos compulsórios (art. 148, caput, da CF/88), impostos residuais da União (art. 154, inc. I, da CF/88) e contribuições sociais novas ou residuais (art. 195, §4°, da CF/88). Nestes casos, a medida provisória que tem força de lei ordinária não pode atuar para instituir tais tributos. Além disso, destaca-se que existem tributos que poderão ter suas alíquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivo federal (União), a saber: imposto de importação (II); imposto de exportação (IE); imposto sobre produtos industrializados (IPI); imposto sobre operações financeiras (IOF). É o que dispõe o art. 153, §1º, da CF/88. A relação desta flexibilidade está no fato de que esses tributos têm caráter extrafiscal, ou seja, são tributos reguladores da economia ou do mercado do País. Como exemplo, o Presidente da República (Chefe do Poder Executivo federal) quer intervir no comércio exterior, incentivando as exportações e, por conseguinte, diminui a alíquota do imposto de exportação (II) ou quer desestimular a produção de determinado produto industrial e aumenta a alíquota do IPI deste produto. Ao contrário, o caráter fiscal dos tributos é o poder de invadir o patrimônio do particular com finalidade eminentemente arrecadatória. Quanto a CIDE – Combustíveis 1 (art. 177, §4°, inc. I, alínea “b”) 1 Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - Petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 16 www.pontodosconcursos.com.br e o ICMS – Combustíveis e Lubrificantes (art. 155. §4°, inc. IV, da CF/88), as alíquotas poderão somente ser reduzidas e restabelecidas, ou seja, o Poder Executivo reduz a alíquota e, uma vez reduzida, pode restabelecê-la, tendo, como teto, a alíquota, prevista anteriormente em lei. Este tema será minuciosamente trabalhado na aula 3. Posto isso, podemos responder os seguintes questionamentos: 1. “Não é preciso lei para exigir um tributo” (ESAF/GESTOR MG/2005). 2. “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória instituída em lei. Todavia, não há restrição para que o Município majore alíquotas de tributos, sob sua competência, por meio de decreto” (ESAF/AFTM/Natal/2008).3. “Os empréstimos compulsórios deverão ser instituídos, sempre, por meio de lei complementar” (CESPE/TCU/2006). 4. “A instituição de empréstimos compulsórios requer lei complementar da União, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme competência que a Constituição confere a cada um desses entes da Federação” (ESAF/AFPS/2002). 5. “O empréstimo compulsório não poderá, sem exceção, ser instituído por estado federado ou por município” (CESPE/DPF/1997). 6. “O empréstimo compulsório é considerado tributo, pelo regime jurídico a que está submetido” (ESAF/TTN/1997). 7. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) Segundo a Constituição Federal, os tributos que devem ser instituídos mediante lei complementar e nos termos de lei complementar são, respectivamente: (A) o imposto extraordinário em caso de guerra e a contribuição de interesse das categorias profissionais ou econômica. (B) o empréstimo compulsório e o imposto sobre grandes fortunas. (C) as contribuições sociais e as contribuições de melhoria. (D) a contribuição de intervenção no domínio econômico e as contribuições sociais. (E) a contribuição de melhoria e o empréstimo compulsório. O primeiro é falso, pois o tributo deve ser instituído em lei. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 17 www.pontodosconcursos.com.br O segundo também é falso, porque o Município não tem competência para aumentar alíquotas de tributos municipais por meio de decreto. As únicas exceções já citadas são de competência da União (alíquotas do II, IE, IPI, IOF e CIDE – Combustíveis). No caso do ICMS – Combustíveis e Lubrificantes, a exceção se refere à incidência monofásica do imposto, e as alíquotas são definidas nacionalmente por convênios dos Executivos Estaduais, ou seja, por ato de deliberação do Poder Executivo dos Estados e do Distrito Federal. As próximas quatro questões se referem ao empréstimo compulsório, que é espécie de tributo. Deste modo, o sexto questionamento já é respondido como verdadeiro. O terceiro também é verdadeiro, porque a CF/88 exige, sem exceção, lei complementar federal para instituir o empréstimo compulsório. O quarto é falso, uma vez que o empréstimo compulsório apenas pode ser instituído por lei complementar federal, ou seja, apenas a União tem competência para criar o empréstimo compulsório. Assim sendo, por conseguinte, o quinto questionamento é verdadeiro, porque a CF/88 não confere competência a qualquer estado federado ou município para instituir tal gravame tributário. A resposta certa da sétima questão é a letra “b”, uma vez que o empréstimo compulsório deve ser instituído mediante lei complementar (art. 148, caput, da CF/88) e o imposto sobre grandes fortunas deve ser criado nos termos de lei complementar (art. 154, inc. I, da CF/88). É bom já deixar claro que este assunto das fontes do direito tributário será tratado detalhadamente na aula 4 do nosso curso. Responda também a seguinte questão: (ESAF/AFRF/2005) Ainda que atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, é vedado ao Poder Executivo alterar as alíquotas do imposto sobre: a) importação de produtos estrangeiros (II). b) exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE). c) propriedade territorial rural (ITR). d) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 18 www.pontodosconcursos.com.br títulos ou valores mobiliários (IOF). e) produtos industrializados (IPI). Vedado significa proibido. A resposta é a letra “c”, como visto anteriormente, haja vista que o ITR não pode ter suas alíquotas modificadas pelo Poder Executivo, enquanto o II, o IE, o IOF e o IPI podem, conforme estabelecido no art. 153, §1º, da CF/88. Outras questões semelhantes: 1. (ESAF/Analista/CE/2006) O princípio constitucional da legalidade preceitua que a instituição ou a majoração de tributos deverá ser estabelecida por lei. Com relação à majoração de alíquotas, porém, a própria Constituição Federal prevê que alguns tributos poderão tê-la por meio de decreto presidencial. Entre estes, não se inclui: a) Imposto de Importação (II). b) Imposto Territorial Rural (ITR). c) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). d) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Sobre Combustíveis (CIDE – Combustíveis). e) Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). 2. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) Nenhum imposto pode ser exigido sem que lei o estabeleça, salvo o II (Imposto sobre Importação), o IE (Imposto sobre Exportação), o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o CIDE combustíveis, o IPTU e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que podem ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo. A resposta da primeira questão é novamente o ITR (letra “b”). A segunda é falsa, uma vez que o imposto de importação (II); imposto de exportação (IE), imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações financeiras (IOF) e a CIDE combustíveis podem ter suas alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo, de acordo com os arts. 153, §1° e 177, §4°, inc. I, alínea “b”, da CF/88, mas no caso do IPTU não existe autorização constitucional. (v) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada – Isto significa que a cobrança do tributo ocorre por meio de atividade administrativa vinculada, ou seja, sem margem de discrição do servidor público. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 19 www.pontodosconcursos.com.br Deste modo, o servidor público não tem certa liberdade de escolha para atuar, ou seja, não pode avaliar se é oportuno ou conveniente cobrar o tributo. Portanto, não pode ponderar ou sopesar a situação no caso concreto Com efeito, a atuação do auditor ou do procurador jurídico de determinado ente federado não é discricionária ao cobrar o tributo, devendo seguir fielmente o previsto na lei, não restando espaço de decisão em consequência mesmo do princípio da legalidade, sendo a atividade administrativa de cobrança do tributo plenamente vinculada. Por outro lado, o concursando (você mesmo!!!) não pode confundir a questão de o tributo ser “cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” com a classificação de tributos vinculados e tributos não vinculados, bem como com a classificação quanto ao destino da arrecadação, que pode também ser vinculada ou não vinculada, que será trabalhada ainda nesta aula demonstrativa. Por sua vez, cumpre dizer, de logo, que tributo é receita pública que pode ser destinada ao ente tributante (União, Estado, Distrito Federal, Município) ou a terceiros, desde que exerçam atividade de interesse público, como é o caso dos sindicatos que podem cobrar a contribuição sindical obrigatória (espécie de tributo). Nesse rumo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) compreende que a contribuição para o FGTS não tem natureza tributária, sendo a arrecadação depositada em conta no nome do empregado, podendo ser sacado o saldo da conta em hipótese de despedida sem justa causa e outras situações estabelecidas na Lei 8.036/90 (Lei do FGTS), caracterizando-se como vantagem de natureza jurídica trabalhista, que não é sujeita ao prazo de prescrição estabelecido no Código Tributário Nacional (CTN). O STJ possui a súmula 353 a respeito do tema: “As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS”. Acho que vocês já podem responder os exercícios a seguir: 1. “Na atividade de cobrança do tributo a autoridade administrativa pode, em determinadas circunstâncias, deixar de aplicar a lei” (ESAF/GESTOR MG/2005). CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 20 www.pontodosconcursos.com.br2. “Tributo é prestação pecuniária compulsória, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa discricionária”. 3. “Tributo é um gravame cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte” (ESAF/AFPS/2002). 4. “As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS”. 5. “Consoante entendimento do STF, os emolumentos judiciais são tributos da espécie taxa” (CESPE/DPF/2002). 6. “Os impostos são chamados de tributos “não vinculados” porque sua cobrança independe de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte” (ESAF/PFN/1998). 7. A cobrança de impostos decorre de uma atividade administrativa não-vinculada, haja vista os recursos poderem ser utilizados com quaisquer despesas previstas no orçamento (ESAF/AFTM/Natal/2008). 8. “No atual direito constitucional tributário positivo brasileiro, o empréstimo compulsório tem o produto da sua arrecadação vinculado à despesa que fundamentou a sua instituição” (CESPE/DPF/1997). 9. “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” (ESAF/AFPS/2002). 10. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição (ESAF/IRB/2006). As duas primeiras questões estão erradas, porque o tributo é cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada e não discricionária, portanto, não há conveniência ou oportunidade na cobrança do tributo e não pode a autoridade administrativa deixar de aplicar a lei. O terceiro enunciado é incorreto também, pois coloca a definição legal de imposto (espécie) como se fosse de tributo (gênero). O art. 16, do CTN, dispõe: “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 21 www.pontodosconcursos.com.br uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Portanto, a sexta questão é verdadeira, já que os impostos são tributos “não vinculados”, porque são tributos devidos independentemente de uma prestação estatal em favor do contribuinte. A quarta questão é verdadeira, sendo cópia literal da súmula 353 do STJ: “As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS”. A quinta questão é verdadeira, haja vista que os emolumentos judiciais (também denominados de custas judiciais) são tributos da espécie taxa, de acordo com a jurisprudência do STF. No que se refere à sétima, verifica-se que está incorreta, pois a cobrança de impostos decorre de uma atividade administrativa plenamente vinculada. O oitavo enunciado é correto, pois o empréstimo compulsório é um tributo de arrecadação vinculada, sendo que o produto da sua arrecadação é vinculado à despesa que fundamentou a sua instituição. A nona questão é verdadeira. É a cópia literal do conceito de tributo disposto no art. 3º, do CTN. Já a décima questão é capciosa, uma vez que a ESAF utiliza o termo preferencialmente e não obrigatoriamente. Já estudamos o art. 148, parágrafo único, da CF/88 (você lembra!!!). Este dispõe que a aplicação dos recursos provenientes do empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Neste caso, a CF/88 não estabelece preferência ou facultatividade, mas sim obrigatoriedade. Responda também a próxima questão: (ESAF/MDIC/2002) O tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se: a) taxa. b) contribuição de melhoria. c) imposto. d) empréstimo compulsório. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 22 www.pontodosconcursos.com.br e) preço público. A letra “c” é a correta, conforme já examinamos no art. 16, do CTN: “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Neste contexto, concluímos o conceito de tributo e passamos a estudar a classificação das espécies tributárias. 1.2 Classificação das espécies tributárias A Constituição Federal de 1988 (CF/88), no seu art. 145, estabeleceu a competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituir os impostos, as taxas e a contribuição de melhoria. Já o Código Tributário Nacional (CTN), no seu art. 5º, dispõe que os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. Com base na interpretação destes dispositivos (art. 145 da CF/88 e art. 5º do CTN) alguns renomados autores crêem que só existem três espécies tributárias no sistema jurídico nacional, de forma que o empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou parafiscais se apresentariam como subespécies tributárias, sendo esta a denominada classificação tricotômica ou tripartide das espécies tributárias. Portanto, para esta doutrina, o empréstimo compulsório e as contribuições especiais são tributos, mas possuem natureza jurídica de taxas ou de impostos, dependendo da análise do fato gerador em cada caso concreto. Todavia, a doutrina dominante e o STF entendem que são cinco espécies tributárias, a saber: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou parafiscais. É a chamada classificação quinquipartite ou pentapartide das espécies tributárias. A seguinte decisão do STF é altamente didática a respeito do tema: CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 23 www.pontodosconcursos.com.br “As diversas espécies tributárias, determinadas pela hipótese de incidência ou pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são as seguintes: a) os impostos (CF, art. 145, I, arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as contribuições, que podem ser assim classificadas: c.l) de melhoria (CF, art. 145, III); c.2) parafiscais (CF, art. 149), que são: c.2.1) sociais, c.2.1.1) de seguridade social (CF, art. 195, I, II, III), c.2.1.2) outras de seguridade social (CF, art. 195, §4º), c.2.1.3) sociais gerais (salário educação, CF, art. 212, § 5º, contribuições para o SESI, SENAI, SENAC, CF, art. 240); c.3) especiais: c.3.1.) de intervenção no domínio econômico (CF, art. 149) e c.3.2) corporativas (CF, art. 149). Constituem, ainda, espécie tributária, d) os empréstimos compulsórios (CF, art. 148).” Ressalta-se que duas novas Emendas Constitucionais (EC) criaram três novas subespécies de tributos, quais sejam: (a) o art. 149-A, com redação determinada pela EC n. 39/2002, autorizou apenas o Distrito Federal e os Municípios a instituírem a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP), sendo facultada (não é obrigatório) a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica; (b) o art. 149, § 1º, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituição da contribuição previdenciária, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União; (c) o art. 195, IV, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou a cobrança pela União de contribuição de seguridade social sobre o importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei infraconstitucional a ele equiparar. Com efeito, Marcelo Alexandrino bem resume este tema para CURSO ON-LINE- DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 24 www.pontodosconcursos.com.br fins de concurso público: “qualquer questão de concurso que pergunte quais são as espécies tributárias, nos termos do CTN, deve ter como resposta: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Se for, diferentemente, uma questão referindo-se ao entendimento do STF, ou simplesmente perguntar as espécies que integram o Sistema Tributário Nacional (STN), a resposta é: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições. Observação: as contribuições do art. 149 da Constituição às vezes são chamadas contribuições especiais ou contribuições parafiscais. Existem, ainda, alguns autores que chamam de contribuições sociais todas as contribuições, exceto as de melhoria. Vocês podem encontrar qualquer desses termos em concursos”. Nesse rumo, podemos visualizar o seguinte quadro geral das espécies tributárias de competência da União estabelecidas pela CF/88: (i) Impostos (art. 153, incisos I a VII, art. 154, I e II): a) imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) – art. 153, I; b) imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) – art. 153, II; c) imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) – art. 153, III; d) imposto sobre produtos industrializados (IPI) – art. 153, IV; e) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) – art. 153, V; f) imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) – art. 153, VI; g) imposto sobre grandes fortunas (IGF) – art. 153, VII; h) impostos residuais – art. 154, I; i) impostos extraordinários de guerra (IEG) – art. 154, II; (ii) Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; (iii) Contribuições de Melhoria (art. 145, III. da CF/88); (iv) Empréstimos Compulsórios (art. 148): a) empréstimo por calamidade ou guerra externa (art. 148, I); b) empréstimo por investimento público urgente e de relevância nacional (art. 148, II); CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 25 www.pontodosconcursos.com.br (v) Contribuições especiais ou parafiscais: a) contribuições de seguridade social (art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 90); b) contribuições sociais (art. 212, § 5º e art. 240); c) contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de corporativas (art. 149); d) contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) – art. 149 e art. 177, § 4º. Destaca-se também que competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147, da CF/88). Ao Distrito Federal competem os impostos estaduais e municipais (arts. 147, 155 e 156, da CF/88). Neste contexto, as espécies tributárias de competência dos Estados e do Distrito Federal fixadas pela CF/88 são as seguintes: (i) Impostos (CF, art. 155): a) impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) – art. 155, I; b) impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) – art. 155, II; c) imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) – art. 155, III; (ii) Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; (iii) Contribuições de Melhoria (art. 145, III. da CF/88); (iv) Contribuição previdenciária (art. 149, §1º). No que concerne aos Municípios e ao Distrito Federal, a CF/88 dispõe: (i) Impostos (CF, art. 156): a) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) art. 156, I; CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 26 www.pontodosconcursos.com.br b) impostos sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) – art. 156, II; c) imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), não compreendidos no ICMS, definidos em lei complementar – art. 156, III; (ii) Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; (iii) Contribuições de Melhoria (art. 145, III. da CF/88); (iv) Contribuições: a) contribuição previdenciária (art. 149, §1º); b) contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP) - art. 149-A. Com base nos ensinamentos acima, você pode responder os seguintes questionamentos de concurso público: 1. “São espécies tributárias previstas na Constituição Federal: imposto, taxa, empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição social, contribuição de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas e compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas” (ESAF/PROCURADOR DE FORTALEZA 2002). 2. “Com referência a tributo e suas espécies, é correto afirmar que o empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição de intervenção no domínio econômico e compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas são espécies tributárias” (ESAF/AFPS/2002). 3. “Com referência a tributo e suas espécies, é correto afirmar que são espécies tributárias, entre outras, imposto, taxa, contribuição em favor de categoria profissional, preço público e contribuição de intervenção no domínio econômico” (ESAF/AFPS/2002). 4. “Imposto, taxa, preço público e contribuição de interesse de categorias profissionais são espécies tributárias” (ESAF/AFTM- FORTALEZA 2003). 5. “Empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição de intervenção no domínio econômico e contribuição para a CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 27 www.pontodosconcursos.com.br seguridade social são espécies tributárias” (ESAF/AFTM- FORTALEZA 2003). 6. “Contribuição de interesse de categorias econômicas, taxa, imposto e encargo de reparação de guerra são espécies tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003). 7. “Em relação ao tema competência tributária, é correto afirmar que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm competência para instituir impostos, taxas, contribuição de melhoria e contribuição de intervenção no domínio econômico, que a Constituição lhes reserva” (ESAF/AFPS/2002). 8. “Cabe aos Estados e ao Distrito Federal instituir e cobrar adicional de até cinco por cento do que for pago à União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas nos respectivos territórios, a título de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, incidente sobre lucros, ganhos e rendimentos de capital” (ESAF/AFTE/RN 2005). 9. “O imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos é instituído e cobrado pelos Municípios” (ESAF/AFTE/RN 2005). 10. “É permitido à União, aos Estados e ao Distrito Federal instituir, nos respectivos âmbitos de atuação, contribuições de intervenção no domínio econômico” (ESAF/AFTE/RN 2005). 11. (ESAF/AFTE/MS 2001) A instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, inclui-se na competência impositiva a) dos Estados e do Distrito Federal. b) da União. c) da União, dos Estados e do Distrito Federal. d) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. e) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 12. “Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais” (ESAF/AUDITOR/TCE/GO 2007). 13.“Compete tanto à União quanto aos Estados, DF e Municípios a instituição de taxas em razão do exercício do poder de polícia” (ESAF/AFTE/MS 2001). 14. “Somente a União e os Estados podem instituir contribuições de CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 28 www.pontodosconcursos.com.br melhoria” (ESAF/AFTE/MS 2001). 15. “As contribuições especiais, com fins econômicos ou sociais, são privativas dos Estados e DF” (ESAF/AFTE/MS 2001). 16. “Compete à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas” (ESAF/AFRRF 2002). 17. “Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão reter a contribuição federal, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício desses, de sistemas de previdência social” (ESAF/AFRRF 2002). 18. “Podem os Estados cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, com alíquota inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União” (ESAF/AFRFB/2005). 19. “Podem os Municípios instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, cobrando-a na fatura de consumo de energia elétrica?” (ESAF/AFRFB/2005). 20. “Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para custeio do serviço de iluminação pública, sendo facultada a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica” (ESAF/AUDITOR/TCE/GO/2007). 21. “É permitido ao Distrito Federal e aos Municípios instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública” (ESAF/AFTE/RN/2005). 22. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) É da competência dos Estados a instituição do imposto sobre a) a propriedade territorial urbana. b) a propriedade territorial rural. c) a transmissão inter vivos de bens imóveis. d) a transmissão causa mortis e a doação, de quaisquer bens ou direitos. e) serviços de qualquer natureza. 23. (ESAF/AFTE/MS 2001) É da competência dos Estados o seguinte imposto: a) sobre a propriedade de veículos automotores. b) sobre a importação de produtos estrangeiros. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 29 www.pontodosconcursos.com.br c) sobre serviços de qualquer natureza. d) sobre a propriedade territorial urbana. e) sobre produtos industrializados. 24. (ESAF/AFTE/PA/2002) A Constituição Federal atribui aos Estados a competência para a instituição de: a) taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. b) contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas, contribuições de melhoria e taxas. c) contribuições previdenciárias relativas à seguridade social, contribuições de melhoria e taxas. d) pedágios, empréstimos compulsórios e imposto sobre a propriedade de veículos automotores. e) contribuições de intervenção no domínio econômico, pedágios e imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos. 25. O Distrito Federal pode instituir os impostos estaduais, municipais, taxas e contribuição de melhoria (ESAF/PFN/2006). 26. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2007). O art. 5º do Código Tributário Nacional determina que os tributos se dividem em: (A) impostos, taxas e contribuições de melhoria. (B) impostos, taxas, contribuições sociais e contribuições de melhoria. (C) impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. (D) impostos, taxas, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. (E) impostos, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. As quatro primeiras questões e a sexta questão estão erradas, porque não são espécies tributárias o preço público, o encargo de reparação de guerra e a compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas. Este último tem natureza jurídica de preço público. O quinto enunciado está correto. O sétimo, o oitavo, o nono, o décimo (10) e o décimo quinto (15) estão incorretos, uma vez que não é permitido aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios competência para instituir a contribuição de intervenção no domínio econômico. Também não cabe aos Estados e ao Distrito Federal instituir adicional de imposto de renda e aos Municípios o CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 30 www.pontodosconcursos.com.br imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos (competências extintas com a Emenda Constitucional nº 3/1993). A décima primeira (11) questão é a letra “b”. A décima segunda (12) e a décima terceira (13) são verdadeiras. A décima quarta (14) questão é falsa, porque o Distrito Federal e os Municípios também podem instituir contribuições de melhoria. A décima sexta (16), a décima nona (19), a vigésima (20), a vigésima primeira (21) e a vigésima quinta (25) são corretas. A décima sétima (17) é errada, pois os Estados, os Municípios e o DF possuem competência para a instituição de contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que dispõe o art. 40 da CF/88, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União (art. 149, §1º, da CF/88). Assim, é certo falar que, salvo a contribuição previdenciária, as contribuições sociais são de competência da União. Portanto, a CF/88 autoriza a União à criação das contribuições sociais, da CIDE e das contribuições corporativas (de interesses de categorias profissionais ou econômicas), conforme o art. 149, da CF/88. Com base nestes argumentos, a questão é errada, eis que o termo federal não é pertinente ao art. 149, §1°, da CF/88. A décima oitava (18) é falsa, porque os Estados podem cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União. A vigésima segunda (22) tem como alternativa correta a letra “d”, a vigésima terceira (23) a letra “a” e a vigésima quarta (24) a “c”. A vigésima sexta (26) é letra “a” (tome cuidado!!!), porque o art. 5º do CTN determina que os tributos se dividem em impostos, taxas e contribuições de melhoria. Aqui o examinador cobra, nos termos do CTN, a literalidade do dispositivo. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 31 www.pontodosconcursos.com.br Noutro ponto, é importantíssimo o conhecimento pelo candidato a concurso público do art. 4º, CTN, estabelecendo que a natureza jurídica específica do tributo deve ser verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação. Fato gerador (in abstrato) significa a hipótese prevista em lei, cuja ocorrência faz surgir à obrigação tributária, por isso também é denominado de hipótese de incidência. Por exemplo, o fato gerador do imposto sobre renda (IR) é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza, previsto no art. 43, incisos I e II, do CTN. De tal modo, com fundamento apenas no art. 4º, do CTN, você já responde diversas questões, a saber: 1. “A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: (a) a denominação e demais características formais adotadas pela lei; (b) a destinação legal do produto da sua arrecadação” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003). 2. “O que determina a natureza jurídicade um tributo é o fato gerador da respectiva obrigação, independentemente de sua denominação e da destinação legal do produto de sua arrecadação” (ESAF/AFTM-NATAL/2008). 3. “Para conhecimento da natureza específica das diversas espécies tributárias previstas no Sistema Tributário Nacional, é essencial o exame do fato gerador da respectiva obrigação, tendo em vista que, à luz do Código Tributário Nacional, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação” (ESAF/PROCURADOR DE FORTALEZA/2002). 4. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação (ESAF/IRB/2004). 5. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) O fato gerador da CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 32 www.pontodosconcursos.com.br obrigação tributária é determinante para o estabelecimento da natureza jurídica do(da) a) crédito tributário. b) lançamento. c) sujeito passivo. d) tributo. e) dívida ativa. 6. (ESAF/AFTE/MS/2001) A natureza jurídica dos tributos é determinada pela(o) a) denominação adotada pela lei. b) compulsoriedade que lhe é inerente. c) fato gerador da respectiva obrigação. d) destinação legal do montante arrecadado. e) adoção estrita do princípio da legalidade. 7. (ESAF/AFTM/Recife/2003) Nos termos do Código Tributário Nacional, a natureza jurídica específica do tributo é determinada: a) pelos dispositivos da Constituição Federal que disciplinam as espécies tributárias neles previstas. b) pela denominação e demais características formais do tributo, estabelecidas na lei que o institui. c) pela base de cálculo e a alíquota do tributo, fixadas em lei. d) pelo fato gerador da respectiva obrigação. e) pela destinação constitucionalmente conferida ao produto da arrecadação do tributo. 8. (ESAF/GESTOR/MG 2005) A natureza jurídica dos tributos é determinada: a) pela denominação legal. b) pelo critério quantitativo da norma que o criou. c) pela finalidade de sua arrecadação. d) pelo fato gerador. e) pela previsão ou não de obrigações acessórias. 9. A denominação e as demais características formais adotadas pela lei são relevantes para qualificar natureza jurídica específica do tributo (ESAF/IRB/2004). As quatro primeiras questões são verdadeiras. A quinta, a letra correta é a “d”. A sexta é a “c”, a sétima e oitava são “d”. A nona questão é falsa. Todas estas questões cobraram o aprendizado literal do art. 4º, do CTN. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 33 www.pontodosconcursos.com.br Deve-se salientar também, por sua vez, que a ESAF pode aprofundar um pouco mais o tema da classificação das espécies tributárias e cobrar o conhecimento da relevância da base de cálculo para identificação da natureza jurídica do tributo. Assim sendo, o grande valor da base de cálculo para identificação da natureza jurídica do tributo tem fundamento jurídico na CF/88, quando dispõe que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos (art. 145, §1º) e que a União poderá instituir mediante lei complementar, impostos residuais, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (art. 154, I). Com efeito, neste momento do estudo, deve-se afirmar com tranquilidade que numa interpretação conforme a CF/88, a identificação da natureza jurídica do tributo pode ser realizada pelo binômio: hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) e base de cálculo. A hipótese de incidência é também chamada de fato gerador in abstrato, porque prevista abstratamente na lei. A base de cálculo (também nomeada de base imponível) serve igualmente para quantificar a grandeza financeira do fato gerador do tributo, sendo a grandeza numérica estabelecida pela lei que permite quantificar o valor do tributo a ser recolhido. Neste sendo, afirma-se que a base de cálculo é o elemento mensurador do fato gerador do tributo. Sendo assim, segundo ensinamentos da doutrina, a base de cálculo possui três funções fundamentais: (a) função mensuradora, pois quantifica o fato gerador do tributo (“mede as proporções reais do fato”); (b) função objetiva, porque compõe a determinação da dívida tributária; (c) função comparativa, eis que posto em comparação com o fato gerador, é capaz de identificar a natureza jurídica do tributo. São exemplos de base de cálculo: o valor da renda auferida, no caso de imposto sobre a renda de pessoas físicas (IRPF); o valor venal do imóvel, no caso do imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU); o valor venal do veículo automotor, na hipótese do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA); o valor do serviço prestado, no imposto sobre serviços (ISS) etc. De acordo com a interpretação da CF/88, a fixação da base de CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 34 www.pontodosconcursos.com.br cálculo deve sempre ser estabelecida por meio de lei, sem qualquer tipo de exceção. Portanto, não tem mais validade jurídica no que tange a fixação da base de cálculo a ressalva estabelecida pelo art. 97, IV, do CTN: “Somente a lei pode estabelecer: IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65”; Agora você já pode responder as seguintes questões: 1. “O conhecimento da hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) e da base de cálculo nos coloca em condições de identificar a estrutura e a natureza de um determinado tributo” (ICMS/MG/1995). 2. “O Código Tributário Nacional, ao indicar, em seu art. 4º, que a ‘natureza jurídica específica do tributo é verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação’, revela certa omissão, desconsiderando a importância da base de cálculo para a identificação da figura tributária” (ICMS/MG/1995). 3. “A natureza jurídica específica de um tributo é dada pelo cotejo entre o seu fato gerador e a sua base de cálculo” (PROCURADOR DO ESTADO/RN/2002). 4. (ESAF/TTN/1997) A natureza jurídica específica do tributo é determinada a) pela denominação que lhe dá a lei. b) pelas características formais adotadas pela lei. c) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. d) pela competência da pessoa jurídica de direito público que o instituir. e) pelo fato gerador e base de cálculo da respectiva obrigação. 5. Com relação à fixação das bases de cálculo dos tributos é correto afirmar-se que devem sempre ser estabelecidas por meio de lei (ESAF/AFTM/TERESINA/2002). 6. Com relação à fixação das bases de cálculo dos tributos é correto afirmar-se que só podem ser modificadas por lei complementar ou emenda constitucional (ESAF/AFTM/TERESINA/2002). As três primeiras questões são verdadeiras. A quarta questão é a letra “e”. A quinta é verdadeira e a sexta é falsa, pois à fixação das bases de CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 35 www.pontodosconcursos.com.br cálculo dos tributos podem ser modificadas por lei ordinária e não só por lei complementar ou emenda constitucional. Neste ponto, deve-se dizer ainda, por fim, que algumas questões de concursos dificultam o tema um pouco mais e exigem do candidato o conhecimento do posicionamento de parte da doutrina, de que o critério do fato gerador (art. 4°, caput, do CTN) é insuficiente para a identificação da natureza jurídica das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios estabelecidos pela CF/88. Por exemplo, a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) tem, em princípio, o mesmo fato gerador do impostode renda das pessoas jurídicas (IRPJ), que é o lucro auferido, podendo-se perceber com facilidade que o fato gerador não é suficiente para identificar a natureza jurídica da CSLL. Em relação às contribuições especiais e aos empréstimos compulsórios, destaca-se também que a doutrina citada compreende que a destinação do produto da arrecadação é relevante para identificar a natureza jurídica destas espécies tributárias, uma vez que nestes dois tributos a CF/88 afetou a arrecadação a determinados fins. Como afirma Misabel Derzi: “A Constituição de 1988, pela primeira vez, cria tributos finalisticamente afetados, que são as contribuições e os empréstimos compulsórios, dando à destinação que lhes é própria relevância, não apenas do ponto de vista do Direito Financeiro ou Administrativo, mas, igualmente, do Direito Constitucional (Tributário)”. Para fins de simplificação deste ponto entenda o seguinte: (a) A destinação legal do produto da arrecadação (art. 4°, inc. II, do CTN) é irrelevante para qualificar o tributo como espécie de imposto, taxa ou contribuição de melhoria, bastando-se, aqui, o fato gerador (hipótese de incidência) e a base de cálculo; (b) O fato gerador da obrigação tributária (art. 4°, caput, do CTN) não é critério suficiente para identificar a natureza jurídica das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 36 www.pontodosconcursos.com.br (c) Parte da doutrina entende acertadamente que a CF/88 estabeleceu a relevância da destinação legal do produto da arrecadação (vinculação da receita) para identificação das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios, não se aplicando, neste caso, a regra do art. 4°, inc. II, do CTN. Portanto, sempre preste bastante atenção no enunciado da questão, podendo-se resumir em três hipóteses as respostas corretas: (a) entendimento literal do art. 4°, inc. I e II, do CTN; (b) compreensão do mesmo art. 4°, inc. I e II, do CTN, acrescentando a importância da base de cálculo; (c) entendimento à luz do que dispõe a CF/88. Mãos à obra: 1. As espécies tributárias se distinguem, originariamente, a partir do seu fato gerador. Todavia, com o advento das contribuições de mesmo fato gerador do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, o texto constitucional inaugurou novo critério de distinção, de natureza específica para os impostos e as contribuições sociais (CESPE/Auditor TCU/2007). 2. Consoante o CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes, para qualificá-la, tanto a denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos, o que torna inaplicável a citada regra do CTN (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF5/2006). 3. (OAB/SP – 119°) A destinação do produto da arrecadação, à luz da Carta Magna de 1988, é (A) irrelevante. (B) relevante para todos os tributos. (C) relevante, em se tratando de empréstimo compulsório e contribuições especiais. (D) relevante, em se tratando de impostos, taxas e contribuição de melhoria. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 37 www.pontodosconcursos.com.br 4. (OAB/SP – 131°) O Código Tributário Nacional – CTN – estabelece que a natureza jurídica específica do tributo é determinada (A) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. (B) pela denominação e demais características formais adotadas pela lei. (C) pelo fato gerador da respectiva obrigação. (D) pelo órgão fiscalizador. 5. (CESPE/UNB/OAB/2007) Na história da legislação tributária brasileira, freqüentemente ocorreu de entes da Federação criarem verdadeiros impostos, dando-lhes, entretanto, o nome de taxa. Isso ocorria para se evitar que fosse declarada inconstitucional a lei instituidora, por falta de competência tributária. Considerando essa afirmação, assinale a opção correta, relativamente à natureza jurídica do tributo. (A) Não procede a preocupação do ente federado, pois um tributo será considerado taxa desde que seja criado com esta denominação. (B) Para a definição da natureza jurídica, é relevante levar-se em consideração a destinação do produto da arrecadação. (C) Todas as características formais do tributo estabelecidas na lei de criação devem ser consideradas na definição da espécie tributária. (D) O fato gerador é critério de exame da natureza jurídica específica do tributo. A primeira e a segunda questão são verdadeiras. A terceira questão é letra “c”. A quarta é letra “c”, pois cobra o entendimento literal do art. 4°, do CTN. A quinta questão é bastante interessante, sendo a letra “d”. Verifique que esta só trata de impostos e taxas, portanto deve-se aplicar o art. 4°, do CTN, sendo o fato gerador o critério de exame da natureza jurídica específica do tributo. Vamos estudar agora, de forma geral, dos impostos, taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios, sendo assuntos importantíssimos para a sua prova. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 38 www.pontodosconcursos.com.br Os impostos serão estudados detalhadamente na próxima aula e as contribuições especiais da União na aula 2. Então, vamos lá. 1.2.1 Imposto Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (art. 16, do CTN). Isto é, imposto é um tributo não-vinculado a uma atividade estatal na classificação quanto à hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) do tributo, sendo que a lei instituidora do imposto deve levar em consideração fatos e situações vinculadas ao contribuinte, estranhos a qualquer atuação do Estado direcionado especificadamente ao próprio contribuinte. Por exemplo, o fato de o contribuinte auferir renda (fato gerador do imposto sobre a renda - IR) ou a situação fática de ser proprietário de um bem imóvel localizado na zona rural (fato gerador do imposto sobre propriedade territorial rural - ITR) confere o dever jurídico do contribuinte de pagar o respectivo imposto, independentemente de o Estado exercer qualquer atividade relacionada ao contribuinte que paga o imposto, tais como construir estradas, hospitais, escolas, pavimentar as ruas etc. O imposto é um tributo que não possui referibilidade, pois sua cobrança não tem juridicamente relação com qualquer atividade referida ao contribuinte. Como bem disserta Ricardo Alexandre sobre os impostos: “justamente pelo fato de ser um tributo não-vinculado a qualquer atividade, deixa de ser argumento juridicamente relevante afirmar que ‘não se deve pagar IPTU, caso as avenidas da cidade estejam esburacadas’”. Alguns autores também afirmam que o imposto é um tributo sem causa ou tributo não-contraprestacional, exatamente porque o Estado não se encontra no dever jurídico de oferecer qualquer vantagem ou benefício a quem paga. Noutro giro, é essencial dizer que o fato gerador do imposto não pode ser um fato ou situação qualquer, mas sim um fato ou situação que CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 39 www.pontodosconcursos.com.br revele natureza econômica, pois a CF/88 exige que, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte (art. 145, §1º). Isto significa que o fato gerador de determinado imposto deve representar algum signo presuntivo
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