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Michele Dias – T5 NEUROANATOMIA - BBPM IV Diencéfalo - Ângelo Machado O diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro (também chamado de prosencéfalo). O cérebro é a porção mais desenvolvida e mais importante do encéfalo, ocupando cerca de 80% da cavidade craniana. Os dois componentes que o formam são: diencéfalo e telencéfalo, embora estejam intimamente unidos apresentam características próprias e são usualmente estudados em separado. O telencéfalo se desenvolve enormemente em sentido lateral e posterior para constituir os hemisférios cerebrais (figura abaixo). Deste modo, encobre quase completamente o diencéfalo, que permanece em situação ímpar e mediana, podendo ser visto apenas na face inferior do cérebro. O diencéfalo compreende as seguintes partes: tálamo, hipotálamo. epitálamo e subtálamo, todas em relação com o III ventrículo. É, pois, conveniente que o estudo de cada uma destas partes seja precedido de uma descrição do II ventrículo. III VENTRÍCULO A cavidade do diencéfalo é uma estreita fenda ímpar e mediana denominada III ventrículo, que se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral, e com os ventrículos laterais pelos respectivos forames interventriculares (ou de Monro). As Figuras 5.2 e 7.2 dão uma ideia da situação e da forma deste ventrículo. Quando o cérebro é seccionado no plano sagital mediano, as paredes laterais do III ventrículo são expostas amplamente (Figura 7.1). Verifica-se, então, a existência de uma depressão, o sulco hipotalâmico, que se estende do aqueduto cerebral até o forame interventricular. As porções da parede situadas acima deste sulco pertencem ao tálamo, e as situadas abaixo, ao hipotálamo. Unindo os dois tálamos e, por conseguinte, atravessando em ponte a cavidade ventricular, observa-se frequentemente uma trave de substância cinzenta, a aderência intertalâmica, que aparece seccionada na Figura 7.1, e pode estar ausente em 30% dos indivíduos. Michele Dias – T5 NEUROANATOMIA - BBPM IV No assoalho do III ventrículo, dispõem-se, de diante para trás, as seguintes formações (Figura 23.1): quiasma óptico, infundíbulo, túber cinéreo e corpos mamilares. pertencentes ao hipotálamo. A parede posterior do ventrículo, muito pequena, é formada pelo epitálamo, que se localiza acima do sulco hipotalâmico. Saindo de cada lado do epitálamo e percorrendo a parte mais alta das paredes laterais do ventrículo, há um feixe de fibras nervosas, as estrias medulares do tálamo, onde se insere a tela corioide. que forma o teto do III ventrículo (Figura 5.2). A partir da tela corioide, invaginam-se na luz ventricular os plexos corioides do III ventrículo (Figura 7 .1). que se dispõem em duas linhas paralelas e são contínuos, através dos respectivos forames interventriculares com os plexos corioides dos ventriculos laterais. A parede anterior do III ventrículo é formada pela lâmina terminal, uma fina lâmina de tecido nervoso que une os dois hemisférios e se dispõe entre o quiasma óptico e a comissura anterior (Figura 7 .1). A comíssura anterior, a lâmina terminal e as partes adjacentes das paredes laterais do III ventrículo pertencem ao telencéfalo, pois derivam da parte central não evaginada da vesícula telencefálica do embrião. Tálamo Os tálamos são duas massas volumosas de substância cinzenta, de forma ovoide, dispostas uma de cada lado na porção laterodorsal do diencéfalo. A extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma eminência, o tubérculo anterior do tálamo (Figura 5.2), que participa na delimitação do forame interventricular. A extremidade posterior. consideravelmente maior que a anterior, apresenta uma grande eminência, o pulvinar, que se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial (Figura 5.2). O corpo geniculado medial faz parte da via auditiva; o lateral, da via óptica, e ambos são considerados por alguns autores como constituindo uma divisão do diencéfalo denominada metatálamo. A porção lateral da face superior do tálamo faz parte do assoalho do ventrículo lateral, sendo, por conseguinte, revestido de epitélio ependimário; a face Michele Dias – T5 NEUROANATOMIA - BBPM IV medial do tálamo forma a maíor parte das paredes laterais do III ventrículo. A face lateral do tálamo é separada do telencéfalo pela cápsula interna, compacto feixe de fibras que liga o córtex cerebral a centros nervosos subcorticais e só pode ser vista em secções (Figura 32.5) ou dissecações (Figura 30. 1) do cérebro. A face inferior do tálamo continua com o hipotálamo e o subtálarno. O tálamo é uma área muito importante do cérebro, relacionada sobretudo com a sensibilidade. Hipotálamo O hipotálamo é uma área relativamente pequena do diencéfalo, situada abaixo do tálamo, com importantes funções, relacionadas sobretudo com o controle da atividade visceral. O hipotálamo compreende estruturas situadas nas paredes laterais do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, além das seguintes formações do assoalho do III ventrículo, visíveis na base do cérebro (Figura 7.8): a) corpos mamilares - são duas eminências arredondadas, de substância cinzenta, evidentes na parte anterior da fossa interpeduncular; b) quiasma óptico - localiza-se na parte anterior do assoalho do III ventrículo. Recebe as fibras dos nervos ópticos, que aí cruzam em parte e continuam nos tratos ópticos que se dirigem aos corpos geniculados laterais. c) túber cinéreo é uma área ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrás do quiasma e dos tratos ópticos. entre estes e os corpos mamilares. No túber cinéreo prende- se a hipófise, por meio do infundíbulo; d) infundíbulo - é uma formação nervosa em fonna de funil que se prende ao túber cinéreo. A extremidade superior do infundíbulo dilata-se para constituir a eminência mediana do túber cinéreo, enquanto sua extremidade Michele Dias – T5 NEUROANATOMIA - BBPM IV inferior continua com o processo infundibular, ou lobo nervoso da neuro-hipófise. Em geral, quando os encéfalos são retirados do crânio, o infundibulo se rompe, permanecendo com a hipófise na cela túrcica da base do crânio. O hipotálamo é uma das áreas mais importantes do cérebro, regula o sistema nervoso autônomo e as glândulas endócrinas e é o principal responsável pela constância do meio interno (homeostase). Epitálamo O epitálamo limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico, já na transição com o mesencéfalo. Seu elemento mais evidente é a glândula pineal ou epffise, glândula endócrina ímpar e mediana de forma pirifonne, que repousa sobre o teto mesencefálico. A base do corpo pineal prende-se anteriormente a dois feixes transversais de fibras que cruzam o plano mediano, a comissura posterior e a comissura das habênulas. Michele Dias – T5 NEUROANATOMIA - BBPM IV A comissura posterior situa-se no ponto em que o aqueduto cerebral se liga ao III ventrículo e é considerada como limite entre o mesencéfalo e diencéfalo. A comissura das habênulas interpõe-se entre duas pequenas eminências triangulares, os trígonos da habênula, situados entre a glândula pineal e o tálamo, continua anteriormente, de cada lado, com as estrias medulares do tálamo. A tela corioide do III ventrículo insere-se lateralmente nas estrias medulares do tálamo e posteriormente na comissura das habênulas fechando, assim, o teto do III ventrículo. Subtálamo O subtálamo compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do mesencéfalo. É de difícil visualização nas peças de rotina, pois não se relaciona com as paredes do III ventrículo, podendo mais facilmente ser observado em cortes frontais do cérebro. Verifica-se, então, que ele se localiza abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo. O subtálamo tem função motora.
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