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ANOTAÇÕES Terapia Cognitivo Comportamental e Psicologia Cognitiva

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Terapia Cognitivo Comportamental e Psicologia Cognitiva
Introdução ao modelo cognitivo
I. Aaron Beck
● Década de 1960: Professor assistente da Universidade da Pensilvânia;
● Beck era psicanalista e queria que a psicanálise fosse reconhecida na comunidade
científica - Revolução no campo da saúde mental;
● Entre as décadas de 1960 e 1970: Beck passou a realizar uma série de experimentos
para comprovar a validação da psicanálise;
● Resulta: Beck encontrou outras explicações para a depressão;
● Beck identificou pensamentos e crenças constituídas de maneira negativa e
distorcida como característica primária da depressão = Passou a desenvolver um
tratamento de curta duração;
Observações clínicas de Beck:
➔ Transtorno de pensamento no núcleo dos pacientes deprimidos que se refletia na
forma como eles interpretavam determinadas situações - identificar essas
interpretações e propor alternativas = Redução dos sintomas;
➔ 1980: status da psicoterapia com achados empíricos consistentes.
★ Judith Beck: filha de Aaron Beck, psicóloga americana e deu continuidade aos
estudos do seu pai;
★ Escreveu o livro: Terapia Cognitivo-Comportamental: Teoria e prática (2014).
II. Modelo Cognitivo
O pensamento disfuncional influencia o humor é comum a todos os transtornos
psicológicos.
TCC: Os pacientes aprendem a identificar os pensamentos disfuncionais para responder de
forma mais funcional.
Modelo Cognitivo
➔ Aaron Beck queria testar um conceito de psicanálise de que a depressão é resultante
de hostilidade voltada contra si mesmo;
➔ Ele investigou sonhos de pacientes deprimidos;
➔ Descobriu que esses sonhos continham situações como fracasso, privação e perda;
➔ Tais sonhos eram similares aos pensamentos dos pacientes de quando estavam
acordados.
➔ Aaron beck identificou dois tipos de pensamentos:
1. Livre associação;
2. Pensamentos rápidos de qualificações sobre si mesmos.
➔ O autor percebeu que os pensamentos automáticos eram negativos;
➔ Beck começou a ajudar os pacientes a identificar, avaliar e responder ao seu
pensamento irrealista e desadaptativo.
Crença central: são definidas como esquemas mais centrais que as pessoas constroem a
respeito do seu eu, mundo e futuro (tríade cognitiva);
Crenças intermediárias: influencia a maneira pela qual o indivíduo irá interpretar
determinada situação.
III. Depressão
➔ Segundo o DSM 5, os transtornos depressivos são caracterizados com humor triste,
vazio ou irritável, acompanhado de alterações somáticas e cognitivas que afetam a
capacidade de funcionamento do indivíduo;
➔ Transtorno Depressivo Maior (TDM): representa a condição clássica desse grupo
de transtornos.
Depressão
★ Humor deprimido;
★ Perda de interesse ou prazer;
★ Perda ou ganho significativo de peso;
★ Insônia;
★ Agitação ou retardo psicomotor;
★ Fadiga;
★ Sentimento de culpa;
★ Dificuldade para concentrar;
★ Pensamentos recorrentes de morte.
➔ Os sintomas causam um sofrimento indescritível e dificuldades no relacionamento
social, profissional, entre outros.
➔ Podem ser divididas em: leve, moderada, grave, com características psicóticas, em
remissão parcial, em remissão completa.
➔ Muito comum transtornos depressivos com transtornos ansiosos.
➔ Tratamento: foco na resolução de problemas, ativação comportamental,
identificando, avaliando e respondendo ao seu pensamento depressivo (tríade
cognitiva).
IV. Eficácia e eficiência da TCC
➔ Plataformas de pesquisa verificamos mais de 500 estudos sobre a eficácia da TCC
para diferentes transtornos psiquiátricos;
➔ Com o tratamento na abordagem cognitiva comportamental é possível verificar
alterações biológicas;
➔ TCC é tão efetiva quanto um antidepressivo comum.
Estudo realizado por Reyes e Fermann (2017):
● O processo terapêutico propiciou a redução dos sintomas ansiosos, bem como os
sintomas depressivos.
● Intervenções realizadas em grupo (06 pessoas): diminuição da preocupação que se
apresentava excessiva nos casos de ansiedade e diminuição dos pensamentos diante
das incertezas da vida;
● Após a finalização dos grupos terapêuticos: os pacientes melhoram por um período de
02 anos.
● A TCC se mostra eficaz para o tratamento de pessoas idosas que portam sintomas
ansiosos e depressivos;
● As pessoas diagnosticadas com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e
Transtorno Depressivo Maior (TDM) que realizaram tratamento com a abordagem
cognitivo comportamental diminuíram drasticamente o uso de medicamentos;
● A terapia online é tão eficaz quanto a terapia presencial.
Os 10 princípios da Terapia Cognitiva Comportamental
I. Vínculo Terapêutico
Para o fortalecimento do vínculo terapêutico é importante salientar os 10 princípios da
Terapia Cognitiva Comportamental:
1. A TCC está baseada em uma formulação em desenvolvimento contínuo dos
problemas dos pacientes e em uma conceituação individual em termos cognitivos:
conceituação cognitiva (módulo 4);
2. A TCC requer uma aliança terapêutica sólida: afeto, empatia, interesse genuíno,
competência, assinalar sucessos, feedback ao final de cada sessão;
3. A TCC enfatiza a colaboração e a participação ativa: encorajar o paciente a encarar a
terapia como um trabalho em equipe;
4. A TCC é orientada para os objetivos e focada nos problemas;
5. A TCC enfatiza o presente;
6. A TCC é educativa, tem como objetivo ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta
e enfatiza a prevenção de recaída;
7. A TCC visa a ser limitada no tempo: o terapeuta ajuda no alívio dos sintomas e a
resolver os problemas mais urgentes, bem como construir habilidades para evitar
recaídas;
8. As sessões de TCC são estruturadas: seguir uma estrutura maximiza a eficiência e a
eficácia do processo terapêutico;
9. A TCC ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e
crenças disfuncionais através do questionamento socrático;
10. A TCC usa uma variedade de técnicas para mudar o pensamento, o humor e o
comportamento. Por exemplo: técnicas comportamentais e de solução de problemas
para casos depressivos.
Vínculo terapêutico
1º - Demonstrando boas habilidades terapêuticas:
➔ Afirmações empáticas, escolha das palavras, tom de voz, expressões faciais e
linguagem corporal;
➔ Transmitir mensagens como “eu me importo com você e o valorizo”, “eu quero
entender o que está passando e ajuda-lo”, “eu já ajudei outros pacientes parecidos com
você”.
2º - Compartilhando a conceituação e o plano de tratamento;
3º - Tomando decisões colaborativamente:
➔ Estimular a participação do paciente nas sessões. Terapeuta e paciente devem agir
como equipe.
4º - Buscando feedback:
➔ Alerta às reações emocionais do paciente, observando suas expressões faciais,
linguagem corporal, palavras utilizadas e tom de voz;
➔ Feedback: O que você achou da sessão?
5º - Variando o seu estilo;
6º - Ajudando o paciente a aliviar a angústia.
II. Imaginário
● Os pensamentos podem ser relatados através de frases ou imagens;
● O paciente ao descrever o seu pensamento, o terapeuta pode indagar se ele vem em
forma de figura mental, fantasia, imaginação ou lembrança;
● É importante psicoeducar o paciente em relação às imagens para possibilitar a redução
da ansiedade.
● Pode-se utilizar algumas estratégias:
1. Seguir as imagens até a conclusão;
2. Avançar no tempo;
3. Enfrentar o imaginário;
4. Mudar a imagem;
5. Teste de realidade da imagem;
6. Repetir a imagem;
7. Substituir as imagens.
III. Estruturação das sessões
★ O terapeuta deve planejar as sessões antes mesmo que o paciente entre no consultório;
★ Examinar o quadro do paciente, quais os objetivos do tratamento, as suas anotações e
os exercícios de cada solicitados com o propósito de melhorar o humor do paciente e
que ele possa agir de maneira mais funcional ao longo da semana;
★ Para a estruturação das sessões é preciso ficar atento à:
➔ Influência dos sintomas no paciente;
➔ A conceituação cognitiva do caso;
➔ O vínculo terapêutico;
➔ O estágio do tratamento e os problemas quese colocam em pauta.
★ Durante a sessão:
➔ Reforce o modelo cognitivo;
➔ Ajude o seu paciente a avaliar e responder seus pensamentos automáticos;
➔ Ajude a resolver os problemas de maneira mais funcional.
★ Exercício de casa;
★ Ajuda o paciente a pensar sobre o problema e colocar em prática ao longo da semana;
★ Solicite feedback: quais os pontos que você achou mais interessante ao longo da
sessão?
IV. Ética no atendimento clínico
O psicólogo deve dominar os conceitos básicos de abordagem cognitivo comportamental com
o propósito de “prestar serviços psicológicos de qualidade”, “utilizando princípios,
conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e
na legislação profissional” (CFP, 2005, p. 8)
★ É fundamental manter o sigilo profissional dos atendimentos clínicos;
★ É importante zelar pelas técnicas aprendidas para que sejam, única e exclusivamente,
aplicadas pelo psicólogo.
Ética no atendimento on-line: Resolução CFP nº 011/2018
➢ A terapia on-line tem os mesmo resultados que a terapia presencial;
➢ Casos que não são indicados para o atendimento on-line:
➔ Atendimento de pessoas e grupos em situação de urgência e emergência;
➔ Atendimento de pessoas em situação de violação de direitos e violência;
➔ Atendimento de pessoas em situação de emergência e desastres.
➢ É obrigatório cadastro no e-Psi;
➢ Atente-se para o sigilo das informações com conexão segura, senha nos
computadores, tablets ou celulares;
➢ Faça um contrato terapêutico.
As sessões terapêuticas
I. Identificação dos pensamentos
Quais são as características dos pensamentos automáticos?
1. Os pensamentos automáticos são comuns a todos os seres humanos;
2. É preciso um treinamento para trazer os pensamentos à consciência;
3. Os pensamentos automáticos são influenciados por crenças;
4. Os pensamentos automáticos são breves;
5. Eles desencadeiam reações - O paciente tem mais consciência das suas emoções!
Exemplo:
“Eu nunca vou entender essa disciplina” - Identifica e avalia seus pensamentos e desenvolve
uma resposta adaptativa
“Não é necessariamente verdade que eu nunca vou entender. Estou tendo dificuldades, mas se
eu retomar o estudo pode ser que eu entenda mais”.
★ A avaliação da validade e/ou utilidade dos pensamentos automáticos e a resposta
adaptativa a eles, em geral, produzem uma mudança positiva no afeto.
★ É aconselhável que se explique os pensamentos automáticos usando os próprios
exemplos do paciente.
★ Como evocar os pensamentos automáticos? - “O que está passando pela sua cabeça?”
Atente-se:
Os pensamentos automáticos surgem espontaneamente e não estão baseados na reflexão -
Treinamento da Identificação desses pensamentos possibilitam que a pessoa se torne mais
ciente do seu pensar - as pessoas acham que os pensamentos automáticos são verdadeiros,
sem reflexão ou avaliação.
II. Exercícios de casa
➔ Exercícios de casa: servem para ampliar as oportunidades de mudança cognitiva e
comportamental durante a semana do paciente;
➔ Já na 1ª sessão é possível propor um exercício de casa;
➔ Oportunidade para se educar, coletar mais dados, testar pensamentos e crenças,
modificar pensamentos, utilizar ferramentas cognitivas e comportamentais e
experimentar novos comportamentos;
➔ Exercícios de casa: ajuda a maximizar o que se aprendeu na terapia e aumenta a
autoeficácia do paciente:
O terapeuta deve se atentar a:
1. Adequar os exercícios ao indivíduo;
2. Apresentar uma justificativa sólida;
3. Identificar obstáculos potenciais;
4. Modificar crenças pertinentes.
Quais os fatores que o terapeuta deve se atentar para prescrever os exercícios de casa?
1. Ativação comportamental: ajuda o paciente deprimido a retomar suas atividades
normais;
2. Monitoramento dos pensamentos automáticos: incentivar o paciente a se perguntar o
que está passando pela cabeça no momento e registrar os pensamentos;
3. Avaliação e resposta aos pensamentos automáticos: ajudar o paciente a modificar seus
pensamentos automáticos;
4. Solução de problemas: ajudar a encontrar solução para seus problemas;
5. Habilidades comportamentais: ajudar o paciente a aprender novas habilidades,
praticando os exercícios de casa (relaxamento, manejo do tempo, entre outros);
6. Experimentos comportamentais: ajudar o paciente a testar a validade dos pensamentos
automáticos - “Eu vou me sentir melhor se eu ficar na cama?”;
7. Biblioterapia: anotar no caderno o processo terapêutico;
8. Preparação para a próxima sessão: o paciente deve falar na sessão aquilo que se sentir
mais confortável.
Como obter sucesso nos exercícios de casa?
1. Adequar o exercício ao paciente (ler o capítulo de um livro, assistir a um vídeo,
realizar tarefas e propostas);
2. Apresentar uma justificativa racional;
3. Definir o exercício colaborativamente;
4. Fazer o exercício uma proposição sem riscos (se o paciente não conseguir fazer está
tudo bem);
5. Conversar sobre o exercício durante a sessão;
6. Lembrar de fazer o exercício.
III. Questionamento socrático
Qual a função do terapeuta de abordagem cognitiva e comportamental?
Ajudar o paciente a responder às suas ideias disfuncionais: pensamentos automáticos e
crenças.
Como ajudar o paciente a evocar os pensamentos automáticos?
No momento em que o paciente estiver relatando uma situação angustiante, emoção ou
comportamento, o terapeuta pode perguntar o que está passando pela sua cabeça agora?
Uma das formas de identificar os pensamentos automáticos é através do questionamento
socrático e da descoberta guiada.
Descoberta guiada: encarar suas cognições como ideias não necessariamente como verdade.
Questionamento socrático:
➔ Quais evidências que comprovam que seu pensamento é verdadeira? Não verdadeiro?
➔ Há uma explicação alternativa?
➔ Qual é a pior coisa que poderia acontecer? Você poderia superar isso? Qual é a melhor
coisa que poderia acontecer? Qual o resultado mais realista?
➔ Qual o efeito de acreditar nisso? Qual poderia ser o efeito de mudar o seu
pensamento?
➔ Você poderia fazer algo com relação a isso?
➔ Se um amigo estivesse na mesma situação e tivesse esse pensamento, o que você diria
a ele?
Após realizar as perguntas, o paciente identifica o pensamento (descoberta guiada) e faz um
cartão de enfrentamento.
IV. Mudança cognitiva
➢ Identificar os pensamentos através da descoberta guiada, do questionamento socrático
e do cartão de enfrentamento e do aspecto fundamental para iniciar o processo de
mudança cognitiva.
➢ Pacientes deprimidos tendem a focar os pensamentos nos aspectos negativos. Eles
constroem um senso distorcido da realidade.
➢ Saber que o paciente pode enfrentar seus próprios pensamentos propicia uma
mudança cognitiva.
➢ Além disso, ressaltar os pontos fortes do paciente (todas as pessoas possuem pontos
fortes) é um aspecto primordial para uma sessão terapêutica.
➢ Oriente as sessões em relação aos aspectos positivos.
➢ Os exercícios de casa devem proporcionar um senso de prazer e realização.
➢ Ajuda o paciente a ter uma semana melhor: avaliando e respondendo aos pensamentos
automáticos, pensando em soluções para seus problemas, ensinando novas
habilidades.
Conceituação cognitiva
I. Como realizar a conceituação cognitiva?
A conceituação cognitiva é o início da formulação do caso. O terapeuta deve se perguntar
(BECK, 2014, p.54):
1. Qual é o diagnóstico do paciente?
2. Quais são os seus problemas atuais? Como os problemas se desenvolvem e são
mantidos?
3. Que pensamentos disfuncionais e crenças estão associadas a esses pensamentos?
Quais reações?
Logo, o terapeuta formula hipóteses de como o paciente desenvolveu o transtorno (BECK,
2014, p.54):
1. Como o paciente vê a si mesmo, os outros, seu mundo pessoal e o futuro? (Tríade
cognitiva)
2. Quais são as crenças e os pensamentos automáticos do paciente?
3. Como o paciente está enfrentando as suas cognições disfuncionais?
4. Quais os traumas que contribuíram para o desenvolvimento dos problemas
psicológicos atuaisou interferem na resolução dos problemas?
5. Quais as experiências do paciente? Qual o significado na vida do paciente tais
experiências?
6. O que o paciente desenvolveu para enfrentar essas dificuldades? (Estratégias)
➔ A conceituação cognitiva é extremamente importante para construir um mapa do
tratamento, uma vez que ajuda a planejar uma terapia mais eficiente e efetiva.
➔ Não é a situação em si que determina o que a pessoa sente, mas como ela interpreta
uma situação - essa questão tem a ver com as crenças.
➔ Logo, você pode visualizar um quadro de conceituação cognitiva.
II. Crenças
O que são crenças?
Durante a infância desenvolvemos ideias sobre nós mesmos, sobre as pessoas e o mundo
(tríade cognitiva)
Crenças centrais ou nucleares:
➔ São compreensões duradouras e profundas que não são articuladas nem para si
mesmo;
➔ São verdades absolutas;
➔ São globais, rígidas e supergeneralizadas;
➔ “Sou um nada”;
➔ Quando a crença é ativada, a pessoa interpreta as situações por meio das lentes das
suas próprias crenças;
➔ Crenças intermediárias: são atitudes, regras e pressupostos:
Atitude: “É terrível falhar”
Regra: Desistir se um desafio parece muito grande
Pressupostos: Se eu tentar fazer alguma coisa difícil, vou falhar. Se eu evitar fazer,
ficarei bem.
Crenças:
➔ As crenças influenciam na visão da situação (pensa, sente e comporta);
➔ Crenças surgem no contexto familiar, social e na percepção de si;
➔ As crenças disfuncionais podem ser desaprendidas e novas crenças baseadas na
realidade e mais funcionais podem ser desenvolvidas e fortalecidas;
➔ Modificar as crenças nucleares para que o paciente se sinta bem e se comporte de
maneira mais adaptativa;
➔ A modificação das crenças diminui a probabilidade de recaída.
III. Pensamentos e comportamentos
Para investigar os comportamentos e os pensamentos automáticos é necessário escutar do
paciente quais são as situações problemáticas vivenciadas por ele construir o modelo
cognitivo:
1. Quais são os eventos problemáticos?
2. Quais são os fluxos de pensamentos?
3. Quais lembranças?
4. Quais imagens?
5. Quais emoções?
6. Quais experiências fisiológicas ou mentais?
Também é necessário que o terapeuta pergunte para si mesmo se possui as seguintes respostas
do seu paciente:
1. Como o paciente chegou a vivenciar determinados eventos ou situações?
2. Quais são as vulnerabilidade do paciente?
3. Quais são os traumas do paciente?
4. Quais são os pensamentos automáticos e de que crenças se originam?
➢ Importante: Pratique empatia;
➢ Conceituação: começa no primeiro contato e vai se aprimorando nos contatos
posteriores;
➢ Hipótese: confirma, rejeita ou modifica as suas hipóteses à medida que o paciente
apresenta novos dados;
➢ A conceituação é variável.
IV. A sessão de avaliação
➔ Ajuda no diagnóstico do caso clínico;
➔ Ajuda na formulação do caso e cria uma conceituação cognitiva inicial do paciente;
➔ Ajuda a definir se você é o terapeuta mais indicado para conduzir o caso;
➔ Ajuda a definir se o caso clínico necessita de acompanhamento de outros profissionais
(médicos, nutricionistas, etc);
➔ Inicia o fortalecimento da aliança terapêutico;
➔ Familiariza o paciente com a terapia;
➔ Identifica os problemas importantes e define os objetivos amplos;
➔ Colete o maior número de informações do caso;
➔ Solicite os relatórios de encaminhamento;
➔ Faça uma anamnese detalhada do seu paciente;
➔ Observe o grau de risco de suícidio;
➔ Solicite para que ele fale do seu dia a dia e fique atento às variações de humor e como
interage com a família, amigos e pessoas no trabalho;
➔ Investigue o que está fazendo e o que não está fazendo;
➔ Você pode perguntar se o paciente gostaria de convidar o familiar para participar da
sessão;
➔ Relate as suas impressões. Sugiro não se ater a diagnósticos;
➔ Defina os objetivos e o relato do plano de tratamento;
➔ Deixe claro como funciona o tratamento, periodicidade, horário, etc.
As técnicas cognitivas
I. O que é psicoeducação?
➔ Psicoeducação é uma técnica utilizada pela TCC;
➔ Possui como propósito orientar o paciente - tratando nas sessões terapêuticas as
consequências de um comportamento e sentimento através da identificação, avaliação
e modificação dos pensamentos automáticos e crenças (centrais ou intermediárias);
➔ 1970: a psicoeducação começou a ser utilizada juntamente com os medicamentos para
orientar os pacientes sobre doenças, sintomas e efeitos colaterais, propiciando uma
melhor qualidade de vida para as pessoas.
“(...) a psicoeducação é uma forma de aprendizagem que, segundo Beck, é capaz de
proporcionar o indivíduo a desenvolver pensamentos, ideias e reflexões sobre as pessoas,
sobre o mundo e como comportar-se diante de algumas situações de atividades que podem
colaborar justamente na reflexão e obtenção de valores, tanto nas intervenções individuais
como nas coletivas” (Nogueira et al, 2017, p.111).
Nos exercícios de casa, o terapeuta pode psicoeducar através de informações, livros, artigos e
filmes que possam ajudar o paciente no processo de aprendizagem.
Psicoeducação contribui para que o paciente possa:
1) Enfrentar estigmas;
2) Aderir a medicamentos;
3) Promover hábitos saudáveis;
4) Controlar o uso de substâncias químicas ou entorpecentes;
II. A distinção entre técnicas cognitivas e comportamentais
Técnicas cognitivas Técnicas comportamentais
Aaron Beck Albert Ellis
Identificar os pensamentos e crenças e
responder de maneira mais adaptativa.
Tarefas a serem realizadas, controle de
estímulos, Gestalt-terapia e psicodrama.
Auto-observação Debate com o paciente para destruir crenças
disfuncionais.
Pacientes depressivos Pacientes neuróticos
Concepção de pensamentos mais
adaptativos com a realidade
Concepção mais adaptativa da realidade
através do controle das emoções.
Técnicas cognitivas
1. Psicoeducação;
2. Registro das situações, dos pensamentos automáticos e das respostas (fisiológicas,
emocionais e comportamentais);
3. Questionário socrático;
4. Resolução de problemas e treinamento das habilidades;
5. Troca de papéis.
Técnicas comportamentais
1. Inundação: pessoa com fobia exposta à situação.
2. Reforçamento seletivo: reforço do comportamento por recompensas.
3. Ensaio comportamental: o indivíduo representa a situação na sessão para treinar e
fazer fora da terapia.
4. Treinamento de relaxamento: relaxar os músculos e realizar exercícios de respiração.
5. Reforço positivo: reforça através de uma recompensa positiva um determinado tipo de
comportamento.
6. Reforço negativo: reforça através de uma punição um determinado tipo de
comportamento.
III. Avaliação psicológica
➔ É um conjunto de procedimentos aplicados no indivíduo com o objetivo de obter
informações sobre a condução do caso clínico;
➔ Não se esqueça: é um CONJUNTO - apenas UM procedimento pode propiciar a
construção de inferências descontextualizadas.
“[...] um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupo de pessoas que, de
acordo com cada área de conhecimento, requer metodologias específicas. Ela é dinâmica e
constitui-se em fonte de informações de caráter explicativo sobre os fenômenos psicológicos,
com a finalidade de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de atuação do psicólogo,
dentre eles, saúde, educação, trabalho e outros setores em que ela se fizer necessária. Trata-se
de um estudo que requer um planejamento prévio e cuidadoso, de acordo com a demanda e os
fins para os quais a avaliação se destina” (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA,
2013).
Primeiras décadas do século XX - França - Alfred Binet e Theodore Simon divulgaram a
versão originária da Escala Binet-Simon de Inteligência para verificar o retardo mental (nome
dado na época).
I Guerra Mundial: testagem psicológica para escolher os soldados mais aptos para o combate.
II Guerra Mundial: testagem psicológica para avaliar os traços de personalidade, o
desempenho do indivíduo no mercado de trabalho e caráter.
● Passos para a avaliaçãopsicológica:
1. Qual o propósito da avaliação psicológica?
2. Coleta de dados: entrevistas individuais ou em grupos, dinâmicas, observações
através da linguagem verbal e não-verbal.
3. Agrega as informações para planejar as sessões terapêuticas.
➔ Testes psicológicos: os profissionais devem se capacitar e qualificar para aplicar e
analisar os instrumentos psicológicos para identificar a capacidade de inteligência,
memória, atenção, emoção, etc (CFP, 201, p.15)
➔ Conhecimentos necessários sobre a psicopatologia são de fundamental importância
para indicar um diagnóstico.
➔ Os testes devem ter um parecer favorável pelo Conselho Federal de Psicologia.
➔ Não se esqueçam do sigilo profissional os registros devem ser arquivados em locais
seguros. Os laudos e pareceres devem ser encaminhados apenas aqueles que
necessitam da informação.
IV. Diagnóstico
DSM V: é um guia utilizado para a prática psicoterapeuta e área da saúde mental.
➔ Investiga os sintomas e estabelece uma comunicação ou linguagem entre os
profissionais de saúde em relação aos diagnósticos clínicos.
➔ Diagnóstico: orienta tratamento, possibilidade de planejar os serviços na área de saúde
mental e documenta as taxas de mortalidade e morbidade utilizadas nas políticas
públicas.
➔ DSM V: Organiza os sintomas para elaborar o diagnóstico, bem como os fatores de
risco e as diversas expressões dos chamados transtornos.
➔ Abrange sintomas, comportamentos, funções cognitivas, traços de personalidade,
sinais físicos e combinação de síndromes.
➔ Vamos falar sobre a rotulação?
Recursos terapêuticos
I. Como os pensamentos afetam os sentimentos?
➔ Ao atender seu paciente, ele irá relatar os pensamentos que representam a visão que
construiu de si, dos outros e do mundo.
➔ O paciente relata ao terapeuta: “Eu penso todos os dias que sou o pior aluno da
faculdade”.
➔ O terapeuta indaga: Além desse pensamento, o que mais passa pela sua cabeça?
➔ O paciente responde: “Estou me sentindo fracassado e triste!”
➔ O terapeuta intervém: “Fracasso e tristeza são sentimentos. Vamos falar sobre a
distinção entre pensamentos dos sentimentos?”
Marshall Rosenberg:
★ Sentimento: Observe seus sentimentos
Sinto triste.
★ Necessidade: Por trás de cada sentimento, há uma necessidade.
Porque preciso tirar notas boas.
★ Pedido: Faça um pedido específico.
Posso me esforçar mais?
LISTA DE SENTIMENTOS
Saudade Inveja Prazer
Coragem Ódio Autoconfiança
Preocupação Ciúmes Desprezo
Confuso Ressentimento Dó
Desconfiança Esperança Dúvida
Ansiedade Rejeição Frustração
Decepção Amizade Egoísmo
Orgulho Felicidade Aceitação
Solidão Bondade Otimismo
Culpa Compaixão Melancolia
Tranquilidade Pânico Mágoa
Vergonha Irritação Prazer
Gratidão Aflição Remorso
Arrependimento Autopiedade Pessimismo
Rancor Carinho Perdão
Vazio Curiosidade Paz
Apatia Amargura
LISTA DE NECESSIDADES HUMANAS
ESTABILIDADE AMABILIDADE MUTUALIDADE INTEGRIDADE ALEGRIA
SEGURANÇA COMPREENSÃO IGUALDADE HARMONIA BEM-ESTAR
SEGURANÇA
FÍSICA
APRECIAÇÃO PERTENCIMENT
O
JUSTIÇA CELEBRAÇÃO
PROTEÇÃO COMPAIXÃO COMUNIDADE CLAREZA AMOR
SUSTENTABILID
ADE
EMPATIA INTERDEPENDÊ
NCIA
ORDEM HUMOR
ABRIGO RESPEITO INTEGRAÇÃO BELEZA PAZ
SAÚDE CONFIANÇA CONTRIBUIÇÃO FACILIDADE SERENIDADE
ESPAÇO CONSIDERAÇÃO PARTICIPAÇÃO APOIO
TOQUE ACEITAÇÃO AUTENTICIDAD
E
PRESENÇA INCLUSÃO INDEPENDÊNCI
A
NUTRIÇÃO IMPROVISAR
AUTONOMIA ÁGUA CRIATIVIDADE
SENTIDO DIVERSIDADE EXPRESSÃO ALIMENTO INICIATIVA
OBJETIVO EXPRESSÃO
SEXUAL
ESCOLHA DESCANSO INSPIRAÇÃO
ENLUTAR EXPRESSÃO
ESPIRITUAL
LIBERDADE MOVIMENTO
FÍSICO
APRENDER
Pensamentos
Em penso que…
Sentimentos
Portanto, sinto-me…
Jamais serei feliz novamente Desesperançado
A vida não vale nada Suicida
Ele me deixou porque sou pouco atraente Desesperançado
Estou enlouquecendo Assustado, em pânico
Ele está aproveitando de mim Zangada, vingativa, na defensiva
Ninguém se importa comigo Solitária, rejeitada
Não serei capaz de cuidar de mim mesma Ansiosa, impotente, dependente
Resolvi problemas antes e posso resolvê-los
novamente
Esperançosa, cheia de energia
Não preciso ser perfeita Aliviada, menos pressionada
Devo dar a mim mesma o crédito por tentar Orgulhosa, feliz
II. A seta descendente
★ A seta descendente é utilizada para identificar as crenças;
★ Através de um pensamento automática, o terapeuta estimula o paciente a aprofundar
nas suas emoções e a explorar os pensamentos;
★ As crenças podem ser desaprendidas para construir novas crenças;
III. O terapeuta e sua cognição
Não se esqueça que o terapeuta também é afetado pelas suas próprias cognições - fato que
pode impossibilitar a conduzir as sessões de maneira adequada.
Pensamentos automáticos do terapeuta:
➔ Eu não sei estruturar a sessão;
➔ Meu paciente não vai gostar da estrutura;
➔ Ele não consegue se expressar de maneira sucinta;
➔ Ele vai ficar bravo se eu for muito diretivo;
➔ Eu não devo interrompê-lo;
➔ Ele não vai fazer os exercícios de casa;
➔ Ela vai se sentir invalidada se eu avaliar seu pensamento.
IV. A importância da supervisão
➔ Terapeutas recém formados buscam supervisão para entender melhor o caso clínico,
assim como as etapas de intervenção;
➔ Além disso, a supervisão serve para que o terapeuta possa identificar as suas próprias
cognições que impedem de intervir no caso de maneira adequada;
➔ Algumas sutilezas de “ser terapeuta” só podem ser percebidas e aprendidas em uma
terapia pessoal. Não há estudo teórico, supervisão, cursos, seminários que substituam
esse espaço. Ainda que em alguns destes eventos haja simulações de atendimento ou
dramatização de sessões (GOUVEIA, 2019).
Ativação comportamental
I. Ansiedade
★ A ansiedade é caracterizada pelo medo excessivo e por dificuldades
comportamentais;
★ O medo é configurado como uma resposta emocional frente à uma ameaça
iminente, ou seja, se manifesta através da luta ou fuga;
★ Já, a ansiedade, possui uma relação intrínseca com a antecipação de uma ameaça no
futuro, podendo ocasionar tensão muscular e esquiva de determinadas situações;
★ Os estudos ressaltam que a ansiedade se manifesta com maior probabilidade nos
indivíduos do sexo feminino.
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social)
Características como ansiedade e esquiva de situações que o indivíduo possa ser avaliado
negativamente. Ele se sente embaraçado e possui medo de ser humilhado ou rejeitado.
Transtorno do Pânico
Características como apreensão ou preocupação de sofrer ataques de pânico por não se
adaptar a um ambiente. Possui um medo intenso, acompanhado de sintomas físicos.
Agorafobia
Características como apreensão e ansiedade ao utilizar um transporte público, frequentar
lugares abertos ou fechados, ficar no meio da multidão ou ficar sozinho. Isto é, situações
que induzem medo ou ansiedade que são evitadas ou requerem a presença de uma pessoa.
Ansiedade Generalizada
Características como ansiedade e preocupação persistente e excessivas acerca de várias
áreas da vida. Inquietação ou sensação de “nervos à flor da pele”, dificuldade para
concentrar, cansaço, irritabilidade e perturbações do sono.
Ansiedade de Separação
Medo ou ansiedade quanto à separação de figuras de apego - medo de ser impedido de estar
com essas pessoas.
Mutismo seletivo
Fracasso ao falar em situações em que existe uma expectativa para tal, acarretando
consequências em termos de conquistas acadêmicas e profissionais.
II. Falta de prazer
★ Programe atividades que preveem os pensamentos que podem interferir no sentimento
de prazer;
★ Programe momentos de relaxamento e respiração;
★ Classifique o sentimento de prazer após as atividades e veja se melhor o humor.
Perguntas que podem guiar a discussão:
➔ Quais atividades o paciente está se privando?
➔ Quais atividades o paciente sente mais prazer?
➔ O paciente está sendo rigoroso consigo mesmo?
➔ O paciente está evitando atividades desafiadoras?
➔ Quais atividades estão mais deficientes?
❖ Planejar melhor o tempo;
❖ Incentivar o comprometimento;
❖ Verificaro que pode impedir as mudanças;
❖ Dar crédito a si mesma.
III. Planilha de atividades
Vamos elaborar uma planilha de atividades?
➔ Descreva a situação, os pensamentos, sentimentos e comportamentos;
➔ Identifique as dificuldades encontradas.
Diário cognitivo
➢ Nesse caso, a aliança terapêutica serve para incentivar e motivar o paciente a enfrentar
as dificuldades;
➢ Diante disso, reorganize a planilha de atividades;
➢ Questione o diário cognitivo para que o paciente possa identificar os pensamentos
automáticos.
IV. Mindfuness
★ Mindfuness significa atenção plena;
★ Possui como objetivo incentivar o paciente a se concentrar no momento atual
(presente), de maneira intencional (escolha por estar atento) e sem julgamento (aceitar
sentimentos, pensamentos e sensações sem caracterizá-los como negativos ou
positivos).
★ Jon Kabat-Zinn: “piloto automático” - Grandes cidades propiciam um estilo de vida
rígido e limitado, fato que impossibilita de sentir os sentimentos que perpassam a
experiência de vida.
★ Jon Kabat-Zinn ressalta que suprimir, esquivar dos sentimentos, pensamentos e
sensações promovem ruminação mental.
★ Mindfuness: utilizado para prevenção à recaída da depressão - identificar os
sentimentos e pensamentos depressogênicos, sentir e soltar, sem caracterizá-los como
negativos ou positivos, mas sim, como experiência humana.
Teoria comportamental
I. Skinner
➔ O primeiro estudo que influenciou significamente a psicologia foi desenvolvido por
Ivan Pavlov;
➔ Pavlov nasceu na Rússia em 1849;
➔ Ele teceu o conceito de condicionamento clássico;
➔ Por condicionamento clássico, entende-se o processo de aprendizagem ocasionado por
um estímulo do ambiente e a resposta comportamental;
➔ Pavlov realizou o seguinte experimento: O cachorro recebia comida com um estímulo
auditivo. Após o condicionamento, ao ouvir apenas o som, o cachorro produzia
secreções gástricas (salivação);
➔ Pavlov chamou essa descoberta de “secreções psíquicas”;
➔ Ele procurou compreender o funcionamento do cérebro, através da produção de
estímulos em animais e humanos e seus respectivos reflexos;
➔ Pavlov influenciou os estudos do psicólogo americano John Watson que cunhou o
termo behaviorismo ou comportamentalismo;
➔ O comportamentalismo abrange pensamentos, emoções e instintos nos seres humanos;
➔ Skinner foi considerado um dos estudiosos que mais impactou as concepções acerca
da modificação do comportamento;
➔ Ele nasceu nos USA e se tornou psicólogo behaviorista, desenvolvendo o conceito
conhecido por condicionamento operante;
➔ Skinner sustentou a sua teoria através do estímulo/resposta a partir do reforço positivo
ou negativo com uma perspectiva de aprendizagem - surge a terapia comportamental.
II. Terapia Comportamental
A terapia comportamental possui três enfoques:
1. Aplicar os conceitos de aprendizagem através do estímulo do ambiente e da resposta
comportamental;
2. Modificar o comportamento diante de um estímulo do ambiente através do reforço
(negativo ou positivo);
3. Modificar o comportamento cognitivo.
Terapia do comportamento: identifica os comportamentos disfuncionais, desvelando o
significado desses comportamentos na vida do paciente.
Por exemplo: isolar-se dos amigos.
Qual o significado desse comportamento para o paciente?
Deve-se levar em consideração o sistema de valores construído pelo paciente, o ambiente
físico e social do qual o paciente desenvolve determinados comportamentos.
Para o terapeuta comportamental, as queixas apresentadas nas primeiras sessões diz respeito
àquilo que o paciente deseja eliminar, o que causa problema ou incômodo.
Já as demandas se referem àquilo que o paciente deseja adquirir de positivo.
O terapeuta comportamental deve centrar-se em dois aspectos primordiais:
1. Focar no problema do paciente;
2. Focar na construção de soluções desses problemas.
Terapia comportamental: oferece uma série de ferramentas para que o paciente possa
manusear os comportamentos nos momentos que sentir necessidade em sua vida cotidiana.
III. Análise e solução de problemas
★ Solicite ao seu paciente que liste os problemas de comportamento vivenciado por ele;
★ Enumere esses problemas de acordo com a relevância;
★ Trate um a um de acordo com o tempo que o paciente necessitar.
Formulário: para preencher os problemas relatados pelo paciente.
➔ Quais são as oportunidades que você vivenciaria se resolvesse o problema?
➔ Quais os desafios?
➔ Quais as soluções viáveis?
A partir das soluções encontradas, descreva as vantagens e desvantagens da solução desse
problema.
IV. Humor do paciente
➔ Muitas vezes, o paciente sente dificuldades em preencher formulários, realizar os
exercícios propostos e dificuldade para narrar como foi a semana;
➔ Esta situação possui uma relação intrínseca com o seu humor;
➔ Acolha seu paciente e indague sobre as suas dificuldades;
➔ Proponha fazer atividades de maneira colaborativa, procurando desvelar o significado
desse humor para o paciente;
➔ Observe: a oscilação de humor pode ser um traço de personalidade ou um transtorno
de personalidade;
➔ Esse é um momento crucial para indagar os pensamentos automáticos;
➔ Não se esqueça de sempre acolher e responder o seu paciente de forma empática.

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