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Carla Bertelli – 3° Período Anemias • Diagnóstico: através de um hemograma • Avalia-se a contagem e os índices eritrocitários • Avalia-se também % de reticulócitos • Principais componentes avaliados: massa de hemácias, volume do plasma, hematócrito (pode ser enganoso) • Índices Eritrocitários: VCM (Avalia tamanho Microcítica, Macrocítica, Normocítica) • CHCM (avalia cor hipocrômica ou normocrônica) • HCM (sem muita relevância) • Esfregaço de sangue – avalia formato, cor e presença de células anormais/imaturas • Aspirado de Medula óssea (imunofenotipagem, citogenética e mielograma) • Anemia Falciforme – Normocítica e Normocrônica • Anemia Ferropriva - Microcítica e Hipocrômica • Anemia Megaloblástica – Macrocítica e normocrônica • Anemia – número baixo de hemácias ou hemoglobina (ou ambos) • Diminui o transporte de O2 • Pode ser causado por hemorragia, hemólise ou deficiência na produção • Não é uma doença, indica um processo patológico • Suas manifestações se dão por conta da incapacidade de transporte de O2 • Sinais e sintomas como fadiga, fraqueza dispneia e angina • Hipóxia do tecido encefálico resulta em cefaleia, fraqueza e problema de visão • Ocorre aumento do DC para tentar compensar a hipóxia • Em longo tempo pode gerar ICC • Anemia por Perda de Sangue: Interno ou Externo • Perda rápida pode gerar choque e colapso • Perdas crônicas não afeta o volume sanguíneo, mas resulta em anemia ferropriva. • Anemia normocítica e normocrônica • Sangramento gastrointestinal e distúrbios menstruais são comuns • Anemia Hemolítica – Destruição prematura das hemácias • Normocítica e Normocrônica • Aumento de reticulócitos – hiperatividade da medula • Hemólise Intravascular e Extravascular • Extravascular é mais comum – ocorre quando as hemácias perdem a capacidade de deformação, o que dificulta sua passagem pelos sinusoides • Anemia e Icterícia • Causa intrínseca (defeitos na membrana das hemácias) ou extrínseca (devido a fatores externos, RX, quimioterapia) • Anemias Hemolíticas Hereditárias – Falciforme, talassemia e esferocitose • Esferocitose – Autossômica dominante • Doença hereditária mais comum da membrana das hemácias • Assume forma esférica devidos alterações de proteínas da sua membrana • Anemia Falciforme – Doença hereditária Autossômica recessiva • Produção de uma hemoglobina anormal (HbS) • Estado crônico de anemia hemolítica, dor e falência de órgãos Carla Bertelli – 3° Período • Pode se manifestar como um traço em heterozigotos (mas não causa afoiçamento de todas as hemácias) • A HbS ocorre por conta da substituição da valina por ácido glutâmico • O afoiçamento ocorre quando a hemácia é desoxigenada ou em baixa tensão de O2 • Podem retornar a sua forma normal quando são oxigenadas pelo pulmão – mas essa repetição as deixa com aspecto falciforme permanentemente • Suas consequências envolvem a anemia hemolítica crônica e a oclusão dos vasos sanguíneos • Essa oclusão ocorre por um processo de adesividade com vários fatores e células associadas que se aderem ao endotélio (microtrombos) • Ocorre hiperbilirrubinemia, icterícia, formação de cálculos biliares e oclusão vascular • Talassemias – defeito na síntese da hemoglobina • Redução na síntese das cadeias – alfa ou beta • Incompatível com a vida quando atinge as 2 • Anemia por Deficiência na Produção de Hemácias ou Anemias Carenciais • Diminuição da produção de hemácias da medula • Deficiência de nutrientes para síntese de hemoglobina (ferro) ou DNA (B12 e ácido fólico) • Anemia Ferropriva – Deficiência alimentar, perda de ferro ou aumento da demanda. • Microcítica e Hipocrômica • Anemia Megaloblástica – B12 ou ácido fólico • Comprometem a síntese de DNA • Macrocítica e Normocrônica • B12 – Vitamina essencial para síntese de DNA e maturação nuclear • Falta de B12 pode predispor a decomposição da mielina e produzir complicações neurológicas • É absorvida por um processo especial se ligando a um fator intrínseco no intestino • Anemia Perniciosa – forma específica de anemia por falta de B12 causada por incapacidade de produzir o fator intrínseco (provavelmente autoimune) • Causada principalmente por falta de absorção no intestino • Icterícia e alterações neurológicas • Anemia Por deficiência de ácido fólico – mesmas manifestações da deficiência de B12 (menos as neurológicas) • Causada por problema na absorção ou distúrbios intestinais • Anemia Aplásica – Redução de 3 linhas hematopoiéticas (hemácias, leucócitos e plaquetas) • Falha da medula em substituir hemácias senescentes • Anemia por Doença Crônica – complicação derivada de infecções crônicas, inflamação e câncer • Inibição da hematopoiese por citocinas inflamatórias • Tratamento das Anemias Carenciais: • Reposição de ferro – oral ou parenteral • Sulfato ferroso, hidróxido de ferro III, Ferro Quelato Glicinato e Ferrocarbonila • Reposição de B12 – Oral ou Parenteral • Hidroxicobalamina – resposta rápida • Reposição de Ácido Fólico Carla Bertelli – 3° Período Malária • Doença Febril Infecciosa aguda • Causada por 5 protozoários chamados de Plasmodium: P. Falciparum, Ovale, Vivax, Malarie e Knowlese • Vivax e Ovale – podem ser hipnozoítos (forma latente) • P. Falciparum – Atinge hemácias jovens e velhas • P. Ovale – Reticulócitos • P. Malarie – Hemácias Velhas • Vivax – Hemácias Jovens • Transmissão a partir da fêmea do mosquito prego – Anopheles • Raramente transmitida por transfusão sanguínea, uso de seringas contaminadas • Ocorre a inoculação de esporozoítos • Migram para os hepatócitos, infectam eles e formam esquizontes • Esquizontes se rompem liberam merozoítos • Merozoítos invadem as hemácias – ciclo eritrocítico • Primeiro as hemácias se tornam trofozoítos • Depois amadurecem em Esquizontes que se rompe e libera mais merozoítos • O trofozoíto imaturo pode dar origem aos gametócitos – que quando ingeridos pelo mosquito infecta eles e começa o ciclo esporogônico dentro do mosquito • Cada forma de Plasmodium tem uma aparência diferente enquanto está na forma de trofozoíto – possível distinguir por esfregaço • Tríade Clássica – Cefaleia, febre e calafrio • Sintomas gerais: mal-estar, dor muscular, sudorese, náusea e tontura • Forma clínica não complicada, grave e complicada • Exames Laboratoriais – anemia grave, hipoglicemia, acidose metabólica, insuficiência renal • As manifestações clínicas e sintomas ocorrem devido a multiplicação do plasmódio nas hemácias e sua liberação • Febre Terçã – 48h = Falciparum, Vivax e Ovale • Febre Quartã – 72h = Malariae e Knowlese • A liberação dos eritrócitos e seus produtos ativa o sistema imune • A ativação dos mecanismos de defesa leva: hiperplasia de fagócitos mononucleares, produzindo esplenomegalia maciça e hepatomegalia ocasional • Defesa contra formas hepáticas- Ação citotóxica dos linfócitos TCD8 e INF-y. Macrófagos e células dendríticas são estimuladas a produzirem citocinas – ativam TCD4 • Produzem cada vez mais citocinas e radicais livres, que aumentam a capacidade de destruir os patógenos fagocitados • Linfócito T – produzem uma grande quantidade de citocinas • Linfócito B – Produzem anticorpos • Malária Falcípara Fatal – geralmente atinge o cérebro e ocorre devido a propriedade de adesividade das hemácias infectadas nas vênulas pós-capilares, obstruindo o fluxo • Diagnóstico – Microscopia, Teste Imunocromatográfico e técnicas moleculares (PCR) • Fígado – Hiperparasitimos e acúmulo de eritrócitos infectados nos sinusoides • Fagocitose dos parasitas e liberação de hemozoína • Hipertrofia e Hiperplasia das células de Kupferr • Hepatomegaliae coloração escura • Baço – Principal órgão de retirada dos eritrócitos infectados e parasitas • Local privilegiando da resposta imune • Congestão e coloração escura • Alterações Hematológicas – Anemia hemolítica • Eritropoiese comprometida • Pode causar deficiência de ferro • Adesina que fixa os eritrócitos infectados no endotélio vênula e capilar Carla Bertelli – 3° Período Dengue • Arbovirose causada pelo vírus do gênero flavivírus • Transmitido pelo Aedes Aegypiti ou Albopictus • Possui 4 sorotipos – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 – todos podem causar a forma clássica e a grave (2>3>4.>1) • Vírus envelopado • Ciclo de transmissão ocorre quando a fêmea do Aedes ingere o vírus encontrado no sangue de uma pessoa infectada durante a fase aguda/viremia (um dia antes do início da febre) • Apresenta uma bicamada lipídica derivada da membrana do reticulócito endoplasmático da célula hospedeira que contém 2 antígenos principais: Glicoproteína e a Proteína M • Proteína NS1 – alvo importante da imunidade humoral, leva a produção de anticorpos que apresentam reação cruzada com as plaquetas e causa lise • NS1 sozinho também se liga as plaquetas e induz sua agregação e lise • Quando o vírus é inoculado no hospedeiro ele atinge primeiramente: linfonodos locais, células musculares estriadas e lisas e fibroblastos. • Atingem monócitos, musculatura esquelética e linfonodos. • Invade e começa a se multiplicar – causa viremia • Incubação – 3 a 14 dias • Se inicia com quadro de cefaleia intensa, dor retro-orbital, mialgias, artralgias, náuseas, vômitos e rash cutâneo. • Linfadenomegalia, faringite, hiperemia conjuntival • Achados laboratoriais incluem leucopenia, plaquetopenia e elevação das aminotransferases hepáticas. • Existem 2 tipos de resposta imune a dengue • A primeira previne a infecção e leva a recuperação • A segunda se relaciona com a imunopatologia da dengue hemorrágica. • Para prevenção e cura das infecções por dengue, tem grande importância a resposta humoral. • Os anticorpos, ligam-se aos epítopos da proteína E e promovem a lise viral ou bloqueio dos receptores com consequente neutralização viral • O aparecimento de citocinas pela estimulação de monócitos e linfócitos produzem citocinas que causarão efeitos pró-inflamatórios. • Na fase sintomática da doença, devido a liberação de citocinas, se afeta principalmente a parede vascular • Aumento da permeabilidade vascular – perca de plasma e hemorragias • Anticorpos IgM começam ser produzidos pelo 5/6 dia – neutralizam os vírus e baixa viremia • IgG surgem após 7/10 dias e persistem por toda a vida – imunidade ao sorotipo infectante • Em uma infecção secundária ocorre precocemente elevação de IgG. • A patogenia pode variar desde assintomática até causar doenças graves. • Vírus – hipótese de que alguns são mais virulentos que outros • Infecção Secundária – Teoria de Halsted – fala que a ligação do anticorpo existente acaba facilitando, por opsonização, a entrada do vírus na célula – maior viremia • Teoria da Exacerbação Mediada por Anticorpos – anticorpos de uma infecção prévia não neutralizam sorotipos diferentes – formam um complexo antígeno-anticorpo que são reconhecidos e internalizados por fagócitos, facilitando a penetração do vírus e aumentando a carga viral e a resposta do sistema imune • Ocorre liberação de citocinas cono TNF-a, IL-1, IL-2, IL-6 e fator ativador de plaquetas. • Liberação de TCD8, TCD4, mastócitos e linfócitos. B • Todos os mecanismos aumentam a permeabilidade vascular • Causa disfunção endotelial e consumo dos fatores de coagulação • Risco de dengue hemorrágica diminui com o aumento da idade • Acomete mais crianças nutridas • Formas: Dengue clássica, com sinais de alarma e dengue hemorrágica. Carla Bertelli – 3° Período • Dengue Clássica – Febre alta, cefaleia, dor retrorbitária, prostração, mialgia, artralgia, anorexia, náuseas, vômitos, enxatema, prurido. • Manifestações hemorrágicas são menores e menos comuns na dengue hemorrágica. • Leucopenia, plaquetopenia e elevação das aminotransferases hepáticas • Febre Hemorrágica – forma mais grave da doença • Quando não tratado pode evoluir para choque circulatório • Critérios que classificam a dengue hemorrágica: • Trombocitopenia • Tendencias hemorrágicas • Extravasamento de plasma • Fatores relacionados a Febre Hemorrágica: • Viremia acentuada • Amplificação da cascata de citocinas • Ativação do complemento • Disfunção endotelial • Destruição plaquetária • Consumo dos fatores de coagulação • Sinais de Alarme • Dor abdominal intensa e contínua • Vômitos persistentes • Hipotensão postural e arterial • Hepatomegalia dolorosa • Hemorragias importantes • Extremidades frias e cianose • Pulso fino e rápido • A plaquetopenia ocorre devido a infecção dos megacariócitos pelo vírus e coagulação disseminada • Bloqueio da trombopoese medular que ocorre por conta da diminuição na síntese de trombopoetina • Diagnóstico – Testes sorológicos (IgM e IgG) • Testes Imunocromatográficos – São testes rápidos de triagem • PCR • Tratamento • Não existe tratamento específico – indicado repouso e hidratação • Apenas pode usar paracetamol e dipirona • Não pode utilizar AINEs, por conta da sua ação em inibir a COX porque inibem a produção de prostaglandinas e diminuem a resposta inflamatória. • No entanto, a COX é associada também a adesão plaquetária na hemostasia primária, e se estiver inibida não vai realizar isso Hemofilia • Relembrar a cascata de coagulação – Hemostasia Primária e Secundária • Secundária – Cascata de Coagulação • Dividida em via intrínseca, extrínseca e comum • Via intrínseca – avalia TTPA • Via extrínseca – avalia TP • Hemofilia é uma doença recessiva ligada ao cromossomo X • Mais comum em homens • Doença hemorrágica hereditária decorrente da deficiência da quantidade, qualidade ou mutações nos genes dos fatores VIII e IX • 30% dos casos não tem histórico familiar • Mulher é portadora, mas não expressa hemofilia • 90% das pessoas produz quantidades insuficientes de fator • 10% produzem de forma defeituosa • Hemofilia A – acomete o fator VIII. Pode ser dividida em leve, moderada e grave. • Hemofilia B – acomete o fator IX. • Impossível diferenciar uma da outra, apenas laboratorialmente • 15% tem fator IX mas não funcionante Carla Bertelli – 3° Período • Tratamento feito por infusão de fatores recombinantes • Hemofilia A mais comum que B • Hemofilia Adquirida – Raras e resultante de anticorpos que se associam a doenças autoimunes • Manifestações clínicas: • Sangramento acomete mais tecidos moles, sistema digestório, articulação do quadril, joelho, cotovelo e tornozelo • Hemorragia Articular Espontânea – manifesta-se principalmente quando a criança começa a andar • Uma articulação específica é suscetível a hemorragias repetidas • O sangramento provoca inflamação sinovial (inflamação na membrana sinovial que reveste a articulação) • Sem tratamento causa fibrose articular e contraturas • É frequente que ocorram hemorragias espontâneas em tecidos que estejam sujeitos a esse estresse mecânico, particularmente articulações, onde os sangramentos são recorrentes = Hemartrose • Causa deformidades progressivas que podem ser incapacitantes Leucemias • Leucocitose – Aumento no número de leucócitos no sangue (geralmente por uma variedade de condições inflamatórias) • Podem ser reacionais ou neoplásicos • Nas leucemias ocorre um aumento de células jovens no sangue – chamado de desvio a esquerda • Desvio a esquerda pode ser escalonada e não escalonada (no caso da leucemia) • São neoplasias marcadas pelaproliferação descontrolada das células hematopoiéticas • Medula óssea é substituída por células neoplásicas • Grande presença de blastos no sangue – perdem sua capacidade natural de maturação • Sofrem mutações genéticas • Bloqueio da apoptose e proliferação massiva • Acúmulo de leucócitos malignos na medula óssea e sangue. • Causam sintomas como: insuficiência da medula óssea (anemias, neutropenia, trombocitopenia), infiltração de órgãos • Aguda ou Crônica, Linfoide ou Mieloide • Transformação maligna ocorre em células tronco da hematopoese ou em progenitores primitivos • Dano genético – envolve vários processos bioquímicos básicos • Aumento da velocidade de produção dessas células • Diminuição da apoptose • Bloqueio da diferenciação celular • Acumulo de células hematopoiéticas primitivas, chamadas de células blásticas • Aspecto dominante da leucemia aguda = Insuficiência da medula óssea – causada pelo acumulo de blastos • Diagnóstico • Definida pela presença de mais de 20% de blastos na medula óssea • Aspirado de Medula: citologia, citometria e imunofenotipagem • Microscopia (morfologia) • Análise citogenética e molecular são essenciais, e feita em células da medula óssea • Leucemia Mieloide Aguda • Forma mais comum em adultos, aumenta com a idade • Quadro de insuficiência hematopoiética global • Infecções frequentes • Anemia e trombocitopenia • Tendencia a sangramento devido a trombocitopenia e coagulação intravascular • Podem infiltrar em vários tecidos – hipertrofiada gengiva, pele e SNC. Carla Bertelli – 3° Período • Exames Laboratoriais: anemia normocítica e normocrônica • Trombocitopenia • Leucocitose e número variável de blastos • Medula óssea hipercelular por infiltração de blastos leucêmicos • Leucemia Mieloide Crônica • Progressão mais lenta • Distúrbio clonal de uma célula tronco pluripotente. • Pode ocorrer em qualquer idade, prevalência em adultos • Diagnóstico é confirmado pelo cromossomo Filadélfia (translocação entre os cromossomos 9 e 22) • Caso é notado incidentalmente durante exames de rotina • Sintomas relacionados a hipermetabolismo • Esplenomegalia • Sintomas de anemia • Equimoses, epistaxe, menorragia e hemorragia • Insuficiência renal • Achados Laboratoriais: • Leucocitose • Aumento de basófilos • Plaquetas aumentadas, normal ou diminuídas • Medula óssea hipercelular • Ácido úrico aumentado • Leucemia Linfoblastica Aguda • Acumulo de linfoblastos na medula óssea • Mais comum na infância, entre 3 e 7 anos • Predominam casos de linhagem B em ambos os sexos • Predominam linhagem T no sexo masculino • Uma proporção de casos de primeira infância se inicia com alterações genéticas in útero. • A anormalidade pode ter surgido espontaneamente • Exposição ambiental durante a gestação seja importante para o primeiro evento • Em casos de gêmeos, um pode nascer e já apresentar a doença e o outro não • O gêmeo sem a doença pode levar um segundo golpe genético ainda não está claro, mas pode ocorrer devido uma resposta anormal do sistema imune • Manifestações Clínicas: • Insuficiência da Medula óssea – anemia, neutropenia, trombocitopenia • Infiltração de órgãos – causa dor óssea, linfonodopatia, esplenomegalia, hepatomegalia. • Achados laboratoriais: • Anemia normocítica e normocrônica • Trombocitopenia • Contagem de leucócitos pode estar diminuída, normal ou aumentada • Medula óssea hipercelular • Anemia Linfoide Crônica • Pico de incidência entre 60 e 80 anos. • Etiologia desconhecida, mas há variações geográficas de incidência • Mais comum apresentar ela quando se tem um familiar com a doença • Manifestações Clínicas: • Anemia • Trombocitopenia • Esplenomegalia e hepatomegalia Infecções Bacterianas de Pele • Erisipela – infecção aguda da derme, com importante acometimento linfático • Membros inferiores de pacientes de 3° idade, quando a circulação venosa e linfática está debilitada • Pode ocorrer em qualquer idade de local da pele • Natureza predominante Streptococcus Grupo A • Há eventos de Staphylococcus (mais comum em casos secundários ou celulite) • Inicio ocorre após perda de barreira cutânea • Fatores de risco: • Tinea pedis • Insuficiência venosa Carla Bertelli – 3° Período • Diabetes • Tromboflebite • Trauma • Desnutrição • Clínica: período de incubação de poucos dias • Eritema vivo e intenso edema doloroso • Bordas bem delimitadas que avançam rapidamente • Podem surgir bolhas em processos intensos • Necrose e ulcerações • No Brasil acomete mais os MMII em função do intertrigo interpododáctilo • EUA e Europa a erisipela é mais comum na fase devido dermatite seborreica por conta do frio • Acompanha linfangite e linfadenopatia • Fenômenos gerais de febre, mal-estar, calafrio. • Tem uma grande capacidade de recorrência – após cada uma ocorre a formação de um edema duro (linfedema) que leva a elefantíase • Elefantíase favorece novos surtos • Quando o processo é exuberante, a pele se torna verrucosa e de aspecto musgoso • Complicações – nefrite e septicemia • Mortalidade é rara, mais comum em crianças ou quando acomete a face • Fatores de risco: • Feridas na pele, feridas e infecções nos pés, inflamação da pele, defesas diminuídas, obesidade, varizes, ICC • Manifestações Clínicas: • Área eritematosa com rápida disseminação para periferia • Bordas bem delimitadas – projeções pseudópodes • Dor local, adenomegalia, febre com calafrios • Complicações: casos não tratados podem evoluir para os abcessos, ulcerações superficiais ou profundas e trombose das veias • Linfedema – pode ocorrer como sequela especialmente quando há erisipela • Celulite • Mesmo processo da erisipela, só acontece que acomete também a hipoderme • Embora predominantemente estreptocócica, inclui ainda mais staphyloccocus, H.. influenzae., pneumococos e pseudomonas • Clínica: • Semelhante a erisipela: • Eritemas menos vivos e de bordas mal limitadas. • Celulite hemorrágica é rara, acomete mais diabéticos e imunodepirmidos • Se caracteriza como uma área hemorrágica dérmica e bolhas • Em crianças menores de 3 anos o causador mais comum é o Hemophilus Influenza tipo B • Manifestações Clínicas: • Edema • Eritema com aumento local da temperatura • Ocorre em torno de lesões ulcerativas de pele • Há condições que facilitam o aparecimento e cronicidade do quadro • Separação nítida entre erisipela e celulite • Impetigo • Infecções piogênicas primárias da pele, contagiosa • Produzida por estafilococos e estreptococos • Ocorre preferencialmente na face e membros superiores • Há disseminação por autoinoculação • Impetiginização – Quando o impetigo complica uma dermatose preexistente (eczema) – geralmente é de natureza estafilocócica • Mais frequente em crianças e no calor • Bolhoso e Não Bolhoso • Não Bolhoso: • Países Industrializados: S. Aureus • Países em Desenvolvimento: S. Pyogenes • Localização Preferencial: em torno do nariz e boca, extremidades • Ocorre no local de pequenos traumatismos • Inicialmente ocorre uma mácula eritematosa que evolui para uma bolha/vesícula • Tem uma crosta espessa eamarelada • Sintomas gerais ausentes • Podem acompanhar linfadenite satélite Carla Bertelli – 3° Período • Impetigo Bolhoso • Origem exclusivamente Staphylococcus • Ocorre mais em neonatos e crianças • Formação de vesículas que rapidamente se transformam em bolhas grandes • Pustulização • Crostas são finas e acastanhadas • As localizações preferenciais são a face, períneo, nádega e extremidades. • Foliculites – Atingem o folículo pilossebáceo • Estafilococcicas que atingem o folículo pilossebáceo • Classificados em superficiale profundo • Superficial: Foliculite Ostial • Pequenas pústulas superficiais • Atingem qualquer área do corpo • Podem ser extremamente puriginosas • Depilação com lâmina favorece • Foliculites Profundas • Foliculite Decalvante: pústulas, provocam a depilação definitiva do pelo acometido • Evolução crônica • Se estende centrifugamente • Atinge couro cabeludo, barba e membros inferiores • Maior incidência em homens • Foliculite Queloidiana: localização típica na nuca • Pústulas que levam a formação de fístulas e fibrose de aspecto queloidiano • Foliculite da Barba ou Sicose: Pústulas isolada ou confluentes • É uma foliculite decalvante da barba • Foliculite Necrótica : lesões foliculares superficiais • Com necrose que deixa cicatrização varioliforme • Foliculite Perfurante: localizada no nariz • Comprometimento de uma vibrissa que perfura a pele e leva uma inflamação • Hordéolo/Terçol – Infecção dos folículos ciliares e glândulas de Meubomius • Dermatite Atópica • É uma alergia cutânea caracterizada por eczema atópico (coceira com manchas vermelhas) • Doença genética, crônica • Apresenta pele seca e erupções que coçam • Surge nas dobras dos braços e na parte de trás dos joelhos • Não é contagiosa • Pode ser acompanhada de renite ou asma • Casa desconhecida – mas pode estar relacionada aos genes, muitas vezes é hereditária • Genética, disfunção na barreira epidérmica, mecanismos imunológicos e gatilhos ambientais contribuem para desenvolver ela • Genes envolvidos: os que codificam proteínas epidérmicas e imunológicas • Fatores de risco: • Alergias a polen, contato com materiais ásperos • Exposição a irritantes ambientais • Frio intenso/baixa umidade do ar • Infecções • Estresse emocional • Manifestações Clínicas: • Prurido e Escarificação • Evolução marcada por exacerbações e remissões • Liquenificação da pele • Pele muito seca, com prurido • Eczema pode provocar comichão intensa • Geralmente é redicivante • Complicações: • Morte • Eritrodermia • Infecções fúngicas simples de pele Hanseníase/Lepra • Infecção crônica causado pelo bacilo álcool-ácido resistente Mycobacterium leprae. • Infecta principalmente as células de Schawnn, pele, mucosas do trato respiratório superior • Tem cura, mas pode deixar sequelas • Ocorre em países em desenvolvimento ou superpopulações Carla Bertelli – 3° Período • Evolução lenta, se manifesta por lesões dermatoneurológicas na pele e nervos periféricos – olhos, mãos e pés. • Comprometimento dos nervos periféricos é a principal característica da doença • Transmitido por aerossóis nasais, a partir do trato superior do sistema respiratório • Parasita intracelular obrigatório que tem afinidade por células cutâneas e nervos periféricos • Alta infectividades e baixa patogenicidades – infecta muitas pessoas, mas poucas adoecem • Dividido em pessoas infectadas que são Paucibacilar ou Multibacilar • Paucibacilar – Abrigam um pequeno número de bacilos no organismo, insuficiente para infectar outras pessoas, podem se curar espontaneamente • Multibacilar – O microrganismo se multiplica no organismo e pode infectar outras pessoas. • O período de incubação habitual (tempo entre a aquisição da doença e da manifestação dos sintomas) varia de 6 meses a 10 anos. • Têm preferencia em se multiplicar em áreas mais frias do corpo • Paucibacilar - < lesões na pele, sem detecção da bactéria na amostra • Multibacilar > 6 lesões de pele e detecção da bactéria na amostra • Classificação de Madri: Hanseníase Indeterminada, tuberculoide, dimorfa e virchowiana • Indeterminada – Estágio inicial da doença, até 5 manchas, sem comprometimento neural -> pode evoluir para tuberculoide ou virchowiana • Tuberculoide – Até 5 lesões bem definidas, com um nervo comprometido. Paciente tem uma forte resposta celular que limita a doença algumas lesões de pele, tornando mais leve e menos contagiosa • Boderline ou Dimorfa – Manchas e placas acimas de 5 lesões, bordas bem definidas, com comprometimento de 2 ou mais nervos • Virchowiana ou Lepromatosa – Forma mais disseminada e contagiosa da doença, apresenta infecção mais grave e sistêmica. • Os pacientes são deficientes em imunidade mediada por células a M. leprae. • Manifestações Clínicas: • Varia de acordo com a genética de cada pessoa, os sintomas são múltiplos • Multibacilares – pode ter manifestações sistêmicas • Manchas claras, vermelhas ou escurar, com alteração na sensibilidade local associada a perda de pelos e ausência da transpiração • Quando o nervo de uma área é afetado ocorre dormência, perda de tônus muscular, retrações dos dedos • Podem aparecer caroços e inchaços nas partes mais frias do corpo • Áreas da pele com manchas pálidas (hipocrômicas) ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor, tato e à dor; • Madarose (perda de cílios ou da sobrancelha) • Pápulas, tubérculos, nódulos, edema, febre e artralgia (dor articular); • Fisiopatologia • O M. leprae é capturado por macrófagos e se dissemina pelo sangue • Se replica primariamente em tecidos frios – extremidades • Não secreta toxinas, sua virulência é baseada nas propriedades da sua parede celular • Causa 2 padrões da doença: tuberculoide e virchowiana/lepromatoso. • A resposta dos linfócitos T auxiliares determina se um individuo tem uma ou outra infecção • Tuberculoide – Lesões de pele secas e descamativas, sem sensibilidade. Tem envolvimento assimétrico dos grandes nervos periféricos. • Possuem resposta Th1 associada a uma produção de IL-2 e IFN-y. • O INF-y funciona na mobilização de uma resposta efetiva dos macrófagos do hospedeiro, e por isso a carga microbiana é baixa. • Virchowiana – inclui nódulos e espessamento assimétrico da pele. Danificam o Sistema Nervoso periférico. Carla Bertelli – 3° Período • Fraca resposta Th1 e aumento relativo de Th2 • Uma fraca imunidade mediada por células e uma inabilidade em controlar a bactéria • Devido a imunidade humoral anticorpos são produzidos contra os antígenos do M. leprae • Esses anticorpos não são protetores • Podem formar complexos imunes com antígenos livres que podem levar ao eritema nodoso, vasculite e glomerulonefrite. • Lepra Tuberculoide • Se inicia com lesões de pele planas, localizadas, avermelhadas que aumentam e desenvolver formas irregulares com margens hiperpigmentadas e endurecidas • Envolvimento neural é mais presente nesse tipo de lepra • Ocorre reações inflamatórios nos nervos, que dai são destruídos • Essa degeneração nervosa causa anestesia e atrofia muscular • Nervo Facial – pode levar a paralisa das pálpebras com ceratite e ulcerações das córneas • Microscopicamente – todos os locais envolvidos tem lesões granulomatosas (iguais as da tuberculose) • Devido a forte defesa celular do hospedeiro os bacilos quase não são encontrados • Presença de granulomas e ausência das bactérias refletem uma forte imunidade das células T • Lepra Lepromatosa – envolve a pele, nervos periféricos, câmara anterior dos olhos, vias aéreas superiores, testículos, mãos e pés • Órgãos vitais e SNC são raramente afetados devido a alta temperatura • Lesões contem grandes agregados de macrófagos ricos em lipídeos (células da lepra) cheios de bacilos da lepra • Lesões maculares, papulares ou nodulares se formam na face, orelhas, punho e cotovelos • Lesões são hipoestésicas ou anestésicas • Os nervos periféricos, ulnares e peroneal, são simetricamente invadidos (são nervos mais próximos a pele) com inflamação mínima • A perda de sensação e as mudanças tróficas nas mãos e pés seguem as lesões nervosas. • Os linfonodos contêm agregados de macrófagos espumosos repleto de bacilos nas áreas paracorticaise centros germinativos reativos. • Lesões Neurais • Tropismo especial por nervos periféricos • Presente em todas as manifestações da Hanseníase • As lesões podem ser somente ramusculares, ou além dos filetes nervoso, podem ser lesados também os nervos superficiais e troncos nervosos mais profundos. • Comprometimento ramuscular – alterações sensitivas • Sensibilidade térmica > dolorosa > tátil • Após a lesão dos ramusculos nervosos, a doença progride afetando nervos secundários e depois os troncos neurais periféricos. • Lesões nos troncos determinam alterações sensitivas, motoras e autonômicas • Lesões motoras levam a parestesia ou paralisias com fraqueza muscular • Alterações simpáticas são distúrbios vasculares e na sudorese • Cabeça – acometimento do nervo trigêmeo • Nervos mistos, ulnar e mediano (radial é raro) • Fibular e tibial posterior • Na tuberculoide a lesão neural é mais precoce, intensa, agressiva e assimétrica • Os granulomas destroem a fibra nervosa e pode ocorrer necrose caseosa no interior dos nervos afetados – abcesso nervoso • Virchowiano – lesões extensas, simétricas e pouco intensas. • Dimorfos – o comprometimento neurológico, em geral, é extenso e intenso, já que eles possuem algum grau de imunidade celular Carla Bertelli – 3° Período Lesões de pele Hanseníase Indeterminada – primeira manifestação da doença, caracteriza-se pelo aparecimento de máculas ou áreas circunscritas com distúrbios da sensibilidade, sudorese e vasomotores. Podem apresentar alopecia total ou parcial. As máculas podem ser hipocrômicas ou eritêmatohipocrômicas com eritema marginal ou difuso. Assim, se o número dessas lesões for pequeno e as alterações sensitivas bem acentuadas, é bem possível que o portador tenha resistência à doença e cure-se espontaneamente ou o quadro evolua para a forma tuberculoide. Se, ao contrário, ele apresentar muitas lesões maculosas de limites pouco precisos, nas quais os distúrbios de sensibilidade não são muito intensos, a sua resistência provavelmente é baixa ou nula e o caso, se não tratado, evoluirá para as formas dimorfa ou virchowiana Hanseníase Tuberculoide - Caracteriza-se por placas bem delimitadas, cor róseo-eritematosa, ou eritêmato-acastanhada, contornos regulares ou irregulares formando lesões circulares, anulares, circinadas ou geográfica. O comprometimento neural é intenso, precoce e assimétrico. Às vezes, existem espessamentos neurais cutâneo-superficiais. Hanseníase Lepromatosa/Virchowiana - Apresenta polimorfismo muito grande de lesões. Inicialmente, são manchas muito discretas, hipocrômicas, eritêmato-hipocrômicas, múltiplas e de limites imprecisos, com distribuição mais ou menos simétrica, às vezes observáveis somente em diferentes incidências de luz. Insidiosa e progressivamente, as manchas tornam- - se eritematosas, eritematopigmentadas, vinhosas, eritematocúpricas, ferruginosas e espessadas. Após tempo variável, podem surgir lesões sólidas – papulosas, papulonodulares, nodulares, placas isoladas, agrupadas e/ou confluentes, simetricamente distribuídas, em geral, poupando regiões axilares, inguinais, perineais e coluna vertebral
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