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Aula 3_DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES DE ÁGUA

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DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES DE ÁGUA 
 
 
Dimensionar tubulações de água fria de forma que elas proporcionem aos 
equipamentos hidráulicos e sanitários pressão de utilização adequada é 
imprescindível. 
Caso isso não seja feito, alguns problemas como chuveiros e pias com pouca 
pressão, equipamentos que apresentam uma queda grande de pressão ao 
utilizá-los em conjunto, ruídos e barulhos incômodos e excessivamente altos, 
além de infiltrações e vazamentos podem vir a ocorrer. 
 
Apresenta-se a seguir uma sequência prática 
para o dimensionamento da tubulação: 
1º: Determinar trechos 
Utilizando um exemplo típico de um banheiro social iremos fazer o passo a 
passo para a determinação do dimensionamento. 
 
https://neoipsum.com.br/como-solucionar-problemas-de-pressao-em-instalacoes/
 
2º: Somar pesos de cada trecho 
Somar os valores dos pesos de cada peça. Os pesos são valores tabelados 
que auxiliam a dimensionar alguns itens como a vazão e o diâmetro do tubo. 
Atenção, pois os pesos são acumulativos, o ideal é começar pelo último trecho 
e seguir até o início. De acordo com a NBR 5626 os pesos relativos de cada 
aparelho são os seguintes: 
 
 
3ºEstimar vazão 
A vazão é determinada por fórmula, basta saber a soma dos pesos dos 
aparelhos no trecho. 
 
Q – VAZÃO (L/s) 
P – PESO DOS APARELHOS 
 
https://ecivilufes.files.wordpress.com/2013/06/nbr-05626-1998-instalac3a7c3a3o-predial-de-c3a1gua-fria.pdf
 
 
4º Passo: Determinar o diâmetro mínimo e diâmetro usado 
O diâmetro mínimo é calculado através do uso do ábaco. O ábaco é uma tabela 
que relaciona a soma dos pesos de cada trecho e o diâmetro mínimo a ser 
utilizado. 
No ábaco os números em destaque são o resultado da soma dos pesos, ao 
lado estão os diâmetros mínimos a serem adotados em milímetros. 
Cada faixa de valores da soma dos pesos corresponde a adoção de um 
diâmetro especifico da tubulação. 
Em um exemplo prático, se a soma dos pesos resulta em um valor de 2, o 
diâmetro mínimo é o de 25 mm. 
Se a soma dos pesos resultar em um valor de 8, o diâmetro mínimo adotado é 
o de 32 mm e assim por diante. 
 
 
5º: Verificar velocidade nos trechos 
A velocidade de escoamento em cada trecho deve obedecer a duas 
inequações, que são: 
É importante atender as duas inequações. A equação para o cálculo da 
velocidade é: 
 
D – DIÂMETRO ADOTADO (mm) 
V – VELOCIDADE (m/s) 
Q – VAZÃO (l/s) 
Caso a velocidade não atenda as duas inequações, escolher uma tubulação 
de maior diâmetro (A velocidade dá água é inversamente proporcional ao 
diâmetro da tubulação). 
 
 
6º: Determinar perdas de carga 
6.1. Perda de carga unitária 
A perda de carga unitária representa a perda de pressão a cada metro da 
tubulação. Ela pode ser calculando usando a seguinte equação: 
 
J – Perda de carga unitária (Kpa/m) 
Q – Vazão (l/s) 
D – Diâmetro (mm) 
6.1. Perda de carga total 
A perda de carga total refere-se a soma das perdas de cargas e é representada 
pela seguinte equação: 
 
Onde: 
ΔH é a perda de carga total (Kpa); 
Lr é o comprimento real das tubulações (m); 
La é o comprimento equivalente dos acessórios (m). 
O comprimento equivalente (La) são valores dados a conexões das tubulações 
para auxiliar e facilitar no momento do cálculo, a ideia básica é que cada 
conexão proporciona uma perda de carga igual a um comprimento de 
tubulação. 
Esses comprimentos são dados por tabela e de forma simplificada são valores 
em metros correspondentes a cada tipo de conexão. 
Para se obter o valor do comprimento equivalente das conexões de cada trecho 
basta somar os valores correspondente a cada conexão de acordo com o 
diâmetro usado no trecho. A tabela a seguir foi retirada da NBR 5626 e 
relaciona esses valores. 
 
 
7º: Determinar as pressões 
A NBR 5626 delimita as pressões máximas e mínimas de utilização, a pressão 
máxima admitida nas tubulações é de 400 Kpa. Já a pressão mínima depende 
do tipo de elemento de cada trecho, de forma geral temos: 
• Bacia sanitária com válvula ≥ 15 Kpa 
• Bacia sanitária com caixa acoplada ≥ 5Kpa 
• Outros pontos de utilização ≥ 10 Kpa 
• Tubulações ≥ 5 Kpa 
Sabendo disso, a pressão de cada trecho deve ser calculada a partir da 
seguinte equação: 
 
Onde: 
P(x) – É a pressão disponível no trecho que está sendo dimensionado. 
P(x-1) – É a pressão disponível no trecho anterior (Assim como na soma dos 
pesos, a pressão disponível também depende da pressão dos trechos 
anteriores, caso o trecho venha direto do reservatório assume-se essa parte da 
expressão como igual a zero.) 
Cota – A cota, também chamada de desnível geométrico, é simplesmente a 
diferença de “altura” do início e do fim do trecho. 
Se a tubulação “desce”, ou seja, se o desnível é a favor da gravidade, atribui-
se um valor positivo igual ao valor do desnível em metros. 
Se a tubulação “sobe”, ou seja, se o desnível é contra a gravidade, atribui-se 
um valor negativo igual o valor do desnível em metros. 
ΔH – Perda de carga total (Tratada no tópico anterior) 
Velocidade de escoamento da água, pressões máximas e mínimas e diâmetro 
adotado. Se todos esses pontos estiverem dentro dos valores estipulados por 
norma, acaba aí o dimensionamento. 
Caso algum desses pontos apresentem problemas o dimensionamento deve 
ser revisto.

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