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Ernane Rosa Martins Organizador ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 1ª Edição 2020 Copyright© 2020 por Editora Científica Digital Copyright da Edição © 2020 Editora Científica Digital Copyright do Texto © 2020 Os Autores EDITORA CIENTÍFICA DIGITAL Guarujá - São Paulo - Brasil www.editoracientifica.org - contato@editoracientifica.org O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitido o download e compartilhamento desde que os créditos sejam atribuídos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de Atribuição Creative Commons. Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). CORPO EDITORIAL Editor Chefe Reinaldo Cardoso Editor Executivo João Batista Quintela Editor Científico Prof. Dr. Robson José de Oliveira Assistentes Editoriais Elielson Ramos Jr. Érica Braga Freire Erick Braga Freire Bianca Moreira Sandra Cardoso Arte e Diagramação Andrewick França Bruno Gogolla Bibliotecário Maurício Amormino Júnior - CRB6/2422 Jurídico Dr. Alandelon Cardoso Lima - OAB/SP-307852 CONSELHO EDITORIAL Prof. Dr. Robson José de Oliveira - Universidade Federal do Piauí Prof. Dr. Carlos Alberto Martins Cordeiro - Universidade Federal do Pará Prof. Me. Ernane Rosa Martins - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás Prof. Dr. Rossano Sartori Dal Molin - FSG Centro Universitário Prof. Dr. Carlos Alexandre Oelke - Universidade Federal do Pampa Prof. Me. Domingos Bombo Damião - Universidade Agostinho Neto, Angola Prof. Dr. Edilson Coelho Sampaio - Universidade da Amazônia Prof. Dr. Elson Ferreira Costa - Universidade do Estado Do Pará Prof. Me. Reinaldo Eduardo da Silva Sale - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará Prof. Me. Patrício Francisco da Silva - Faculdade Pitágoras de Imperatriz Prof. Me. Hudson Wallença Oliveira e Sousa - Instituto Nordeste de Educação Superior e Pós-Graduação Profª. Ma. Auristela Correa Castro - Universidade Federal do Oeste do Pará Profª. Drª. Dalízia Amaral Cruz - Universidade Federal do Pará Profª. Ma. Susana Martins Jorge - Ferreira - Universidade de Évora, Portugal Prof. Dr. Fabricio Gomes Gonçalves - Universidade Federal do Espírito Santo Prof. Me. Erival Gonçalves Prata - Universidade Federal do Pará Prof. Me. Gevair Campos - Faculdade CNEC Unaí Prof. Esp. Flávio Aparecido de Almeida - Faculdade Unida de Vitória Prof. Me. Mauro Vinicius Dutra Girão - Centro Universitário Inta Prof. Esp. Clóvis Luciano Giacomet - Universidade Federal do Amapá Profª. Drª. Giovanna Faria de Moraes - Universidade Federal de Uberlândia Profª. Drª. Jocasta Lerner - Universidade Estadual do Centro-Oeste Prof. Dr. André Cutrim Carvalho - Universidade Federal do Pará Profª. Drª. Gardene Paiva Magalhães - Centro Universitário UNINOVAFAPI Prof. Esp. Dennis Soares Leite - Universidade de São Paulo Profª. Drª. Silvani Verruck - Universidade Federal de Santa Catarina Prof. Me. Osvaldo Contador Junior - Faculdade de Tecnologia de Jahu Profª. Drª. Claudia Maria Rinhel Silva - Universidade Paulista Profª. Drª. Silvana Lima Vieira - Universidade do Estado da Bahia Profª. Drª. Cristina Berger Fadel - Universidade Estadual de Ponta Grossa Profª. Ma. Graciete Barros Silva - Universidade Estadual de Roraima Prof. Dr. Carlos Roberto de Lima - Universidade Federal de Campina Grande Prof. Dr. Cristiano Souza Marins - Universidade Federal Fluminense Prof. Dr. Júlio Ribeiro - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Prof. Me. Silvio Almeida Junior - Universidade de Franca SUMÁRIO CAPÍTULO 01 ...........................................................................................................................................11 A INFLUÊNCIA DA GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO ÂMBITO MILITAR: UMA APLICAÇÃO DA TEORIA DO ENFOQUE META ANALÍTICO CONSOLIDADO Estevam Galvão Albuquerque; Salém Miranda Alves; Lucas dos Santos Althoff; Ari Melo Mariano CAPÍTULO 02 .......................................................................................................................................... 24 APLICAÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO ABC EM UM LABORATÓRIO DE ANÁLISE CLÍNICA Lucineia Lopes Bahia Ribeiro; Ernani Mendes Botelho; Alberto Borges Matias CAPÍTULO 03 .......................................................................................................................................... 37 CÁLCULO DO TEMPO PADRÃO PARA DETERMINAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO SISTEMA, CAPACIDADE E PRODUTIVIDADE EM UMA EMPRESA DE CONFECÇÃO DE CAMISAS PERSONALIZADAS Mariana Toledo Martins; Maria Clara Batista Santos; Enock Cândido Vieira Soares; Antônio Carlos Monteiro dos Santos Neto; Pedro Filipe da Conceição Pereira CAPÍTULO 04 .......................................................................................................................................... 48 CENÁRIO ECONÔMICO E INTERMODALIDADE DO TRANSPORTE NA EXPORTAÇÃO DA MANGA BRASILEIRA Giovanna Sobreiro Nascimento Sousa; Márcia Gabrielle Azevedo Britto; Mariana Ramos de Miranda ; Célia de Lima Pizolato; Wanny Arantes Bongiovanni Di Giorgi CAPÍTULO 05 .......................................................................................................................................... 59 COMO A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PODE AUXILIAR UMA EMPRESA DE GRANDE PORTE A GERENCIAR SEU ESTOQUE Gustavo Santos de Sousa; Leandro Clemente do Nascimento; Antônio Lobosco CAPÍTULO 06 .......................................................................................................................................... 70 CURSO TÉCNICO, TECNÓLOGO E BACHARELADO EM LOGÍSTICA: COMPARAÇÃO DA CONCEPÇÃO, EVOLUÇÃO, CONTEÚDO E TENDÊNCIAS MERCADOLÓGICAS Osvaldo Contador Júnior; Orlando Fontes Lima Júnior CAPÍTULO 07 .......................................................................................................................................... 86 DESENVOLVIMENTO LOCAL UMA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DO AEROPORTO INTERNACIONAL COM O PARQUE TECNOLÓGICO EM GUARULHOS Layla Crist Lima; Devanildo Damião CAPÍTULO 08 .......................................................................................................................................... 99 SUMÁRIO EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EMPRESAS DE SANEAMENTO: ESTUDO DE CASO DA COMPANHIA DE SANEAMENTO DE GOIÁS S/A - SANEAGO Eduardo José Frauche Velloso; Fernando Nunes Belchior; José Luis Domingos; Danilo Augusto Santada de Souza; Adriano Ferreira de Faria CAPÍTULO 09 .........................................................................................................................................117 ESTUDO DA MELHORIA DE TRÁFEGO EM CICLOVIA DE UM PARQUE MUNICIPAL DA CIDADE DE SÃO PAULO Eric Lopes de Brito; Eric Thiago Lopes de Souza; Gabriel de Souza Silva; Regiane de Fatima Bigaran Malta CAPÍTULO 10 ........................................................................................................................................ 129 A LEI DE SARBANES-OXLEY COMO NOVA MOTIVAÇÃO PARA MAPEAMENTO DE PROCESSOS NAS ORGANIZAÇÕES Raquel Valente de Oliveira Goncalves CAPÍTULO 11 ........................................................................................................................................ 141 EVIDÊNCIAS E DADOS OBSERVADOS NOS ÚLTIMOS 10 ANOS SOBRE ESTUDO ORIGINAL PUBLICADO EM 2006: "A LEI DE SARBANES-OXLEY COMO NOVA MOTIVAÇÃO PARA MAPEAMENTO DE PROCESSOS NAS ORGANIZAÇÕES" Raquel Valente de Oliveira Goncalves CAPÍTULO 12 ........................................................................................................................................ 148 GARGALOS FERROVIÁRIOS: A LOGÍSTICA NO ESCOAMENTO DA SAFRA AGRÍCOLA PARA O PORTO DE SANTOS Rafael Gomes; Lucas Santos Ribeiro da Silva CAPÍTULO 13 ........................................................................................................................................168 IMPLANTAÇÃO DA GREEN SUPPLY CHAIN MANAGEMENT NO BRASIL: TEORIA X PRÁTICA Ana Cristina Nobusa; Daniela Kathleen Cardoso; Rafael F. Fernandes; Raquel Paes CAPÍTULO 14 ........................................................................................................................................ 186 IMPORTÂNCIA DA CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL NO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO Regiane de Fatima Bigaran Malta; Thiago Bergoci CAPÍTULO 15 ........................................................................................................................................ 195 INEFICIÊNCIA DO CADASTRO INCOMPLETO DE CLIENTES EM UMA EMPRESA OPERADORA LOGÍSTICA DE GUARULHOS - SP: UM ESTUDO DE CASO SUMÁRIO Lucas de Freitas Gomes; Lyana Mayumi Tanji; Marciano Silva Souza; Regiane de Fátima Bigaran Malta; Thiago Ioth CAPÍTULO 16 ........................................................................................................................................ 207 LEARNING ORGANIZATION: RECONHECIMENTO DO APRENDIZADO E DA INOVAÇÃO COM FOCO EM RESILIÊNCIA Guilherme Vidor Franciscon; João Vitor Meneguello Nader CAPÍTULO 17 ........................................................................................................................................ 217 LOGÍSTICA REVERSA DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE APLICAÇÕES COM FOCO EM EMPRESAS PRIVADAS Flávio de Moura Pereira; Jucelio Pereira Lopes; Vitor Ferreira Macedo; Rosana Del Picchia Nogueira; Mauro Campello CAPÍTULO 18 ........................................................................................................................................ 230 MELHORIAS EM UMA LINHA DE INJEÇÃO DE BORRACHA E MONTAGEM DE KIT’S ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN Diogo Marcelino Campos Teixeira; Samuel Vinicius Bonato; Luis Alberto Kalata Junior; Flávia Regina Czarneski Czarneski CAPÍTULO 19 ........................................................................................................................................ 247 MENSURAÇÃO DOS CUSTOS DA QUALIDADE - FALHA INTERNA Angela Maria Ribeiro; Carlos Alberto Chaves; Dawilmar Guimaraes de Araujo; Alvaro Azevedo Cardoso CAPÍTULO 20 ........................................................................................................................................ 257 MODELAGEM E DESIGN DA CADEIA PRODUTIVA DA PISCICULTURA DE TILÁPIA: UMA ABORDAGEM DE PROGRAMAÇÃO MULTIOBJETIVOS Manoel João Ramos; Rui Manuel de Sousa Fragoso; Aldi Feiden CAPÍTULO 21 ........................................................................................................................................ 280 MODELO ANALÍTICO X MODELO POR SIMULAÇÃO: COMPARATIVO ENTRE FILAS M/M/1 E M/M/2 Ernane Rosa Martins CAPÍTULO 22 ........................................................................................................................................ 300 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO: DASHBOARD PARA APOIO A TOMADA DE DECISÃO RELACIONADA A ESCOLHA DE FROTA: ESTUDO DE CASO Milton Francisco de Brito; Paloma Felizardo Ribeiro Tavares; Regiane de Fátima Bigaran Malta; Robson Hernani Mendonça SUMÁRIO CAPÍTULO 23 ........................................................................................................................................ 312 MÉTODO DE AUTOCONTROLE PARA O PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE BOBINAS PARA TRANSFORMADORES - UM ESTUDO DE CASO Samuel Vinicius Bonato; Diogo Marcelino Campos Teixeira; Thyele Porlez Bonato; Eliezer da Silva Oliveira CAPÍTULO 24 ........................................................................................................................................ 326 PRODUÇÃO DO CAPIM ZURI SOB TENSÕES DE ÁGUA EM LATOSSOLO DO CERRADO Laura Cristina Rezende das Neves; Marcio Koetz; José Roberto Souza Oliveira; Luiz Fernando Miranda; Maiza Longo Mussato CAPÍTULO 25 ........................................................................................................................................ 337 PROPOSTA DE GERENCIAMENTO VISUAL E METODOLOGIA DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS QRQC APLICADAS NA LOGÍSTICA: ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA Eduardo Villalba; Alexandre Tadeu Simon; Renan Stenico de Campos CAPÍTULO 26 ........................................................................................................................................ 351 PROPOSTA DE REVITALIZAÇÃO DE MELHORIAS A CICLOVIAS DA CIDADE TIRADENTES Patrícia Damasceno Arce; Iris Fontes Dantas; Heloísa Gualberto Luiz; Mábily Martins de Lima; Regiane de Fátima Bigaran Malta CAPÍTULO 27 ........................................................................................................................................ 361 REDUÇÃO DE DESPERDÍCIOS ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS LEAN: UM ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA METALÚRGICA Samuel Vinícius Bonato; Diogo Marcelino Campos Teixeira; Francismar Araújo; Alisson de Moraes Bastos; Luiz Carlos de Quadros CAPÍTULO 28 ........................................................................................................................................ 375 RISCOS E AVARIAS NO MANUSEIO DE PRODUTOS PERIGOSOS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA COM FOCO EM SEGMENTO QUÍMICO Katia Correia de Lima Pereira; Thalia Alves Leite; Vanderlei Tallach ; Marcio Lima da Costa; Regiane de Fátima Bigaran Malta CAPÍTULO 29 ........................................................................................................................................ 387 SIMULAÇÃO DA ECOEFICIÊNCIA DE UM LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA DE UM CURSO DE ENSINO SUPERIOR Natalia Bledoff Teixeira ; Stella Jacyszyn Bachega CAPÍTULO 30 ........................................................................................................................................ 397 SUMÁRIO SMART CITIES: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE ILHABELA - SP Verônica Abreu Costa Lima de Abreu; Silas S. dos Santos Coelho Junior ; Daniel Roberto Jung CAPÍTULO 31 ........................................................................................................................................ 409 TRÂMITES E DIVERGÊNCIAS COMERCIAIS E CULTURAIS NA EXPORTAÇÃO DE FRANGO HALAL ENTRE BRASIL - ARÁBIA Beatriz Parras Mourão; Ian Gabriel Scardino; Regiane de Fatima Bigaran Malta CAPÍTULO 32 ........................................................................................................................................ 419 TRANSPORTE DE CARGA VIVA DE BOVINOS NA EXPORTAÇÃO: UMA ANALISE DE SUA DINÂMICA Alexia Lucia da Silva; Douglas Roberto da Silva; Ligia Duarte Guerra; Regiane de Fatima Bigaran Malta CAPÍTULO 33 ........................................................................................................................................ 431 UMA METODOLOGIA DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS PARA PROJETOS DE ENGENHARIA OFF-SHORE Julio Cesar da Silva Manhães; Rogério Atem de Carvalho CAPÍTULO 34 ........................................................................................................................................ 443 UTILIZAÇÃO DA SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO NA GESTÃO DE ESTOQUES Ernane Rosa Martins SOBRE O ORGANIZADOR ................................................................................................................... 458 “ 01 A influência da gestão da tecnologia da informação no âmbito militar: uma aplicação da teoria do enfoque meta analítico consolidado 10.37885/200800837 Estevam Galvão Albuquerque UNB Salém Miranda Alves UNB Lucas dos Santos Althoff UNB Ari Melo Mariano UNB Palavras-chave: Systems; Model; Networks; Military; Optimization. RESUMO A Instituição Militar é uma das organizações mais importantes dentro de um país, frente ao principal objetivo que lhe é atribuído, assegurar a integridade do território nacional. Além disso, ainda são designadas à Instituição Militar, diversas tarefas que não estão relacionadas diretamente à soberania nacional, entretanto, existeuma causa em comum que une todas as obrigações, todas são caracterizadas por racionalidade e eficiência e estão intrinsicamente relacionadas com hierarquia e disciplina. Dito isso, baseado no estudos realizados, observou-se que a Gestão da Tecnologia da Informação possui inúmeras aplicações, desde segurança até automatização de processos utilizando inteligência artificial, e que os benéficios do investimento na Gestão da Tecnologia da Informação agregam e destacam justamente a causa em comum aos processos da Instituição Militar. Dessa forma, o estudo a seguir teve como objetivo explicitar como a Gestão da Tecnologia da Informação impacta positivamente o meio militar. Para isto, utilizou-se uma revisão bibliométrica utilizando a Teoria do Enfoque Meta Analítico Consolidado (TEMAC) por essa conseguir mensurar a relevância de periódicos com ótima eficácia de tempo e custo. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 13 INTRODUÇÃO Levando em consideração que o avanço tecnológico nos últimos anos tem ditado o rumo das grandes organizações, entender o quanto e como a gestão desse aspecto influência no domínio mi- litar, revela-se muito pertinente. No decorrer da história do Brasil, as Instituições Militares Brasileiras foram, por diversas vezes, designadas a tarefas distintas daquela cuja é a principal de uma Força Armada, isto é, assegurar a integridade do território nacional (MINISTERIO DA DEFESA, 2017). Através dos objetivos estratégicos, é perceptível que as Forças Armadas buscam conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem comum. Como integrante da esfera pública, as Forças Armadas trabalham sob os fundamentos da economicidade, ou seja, as ações estão pautadas na eficiência, eficácia, efetividade e menores custos. Nesse sentido, a Gestão da Tecnologia da Informação é um elemento crítico para a organização militar garantir seus fundamentos e princípios. O termo “Tecnologia da Informação” (TI) serve para designar o conjunto de recursos tecnoló- gicos e computacionais para geração e uso da informação. A TI está fundamentada nos seguintes componentes (Rezende, 2000): hardware e seus dispositivos e periféricos, software e seus recursos, sistemas de telecomunicações e gestão de dados e informações. Dito isso, melhorar processos internos, reduzir custos e melhorar a quantidade e disponibilidade das informações importantes internamente e externamente à organização são algumas das vantagens da Gestão da TI em uma organização (Beal, 2001). Desse modo, é perceptível que, na conjuntura dos dias atuais, a necessidade de operar em um ambiente dinâmico faz com que as organizações foquem seus esforços em adquirir excelência operacional, demandando uma excelente modelagem no que diz respeito à engenharia de requi- sitos, aliada a disponibilidade de sistemas de informação integrados, além de outras tecnologias (FERREIRA, 2019). É nesse contexto, onde a eficiência e racionalidade são características predominantes e dese- jadas, que a Gestão da TI se revela imprescindível e extremamente relacionável ao âmbito militar. Portanto, este trabalho conduzirá uma investigação na literatura científica afim de propor modelos de gestão atualizados. No tópico 2 detalhamos a metodologia aplicada, em seguida, no tópico 3 apresentamos e analisamos os resultados que levaram às conclusões apresentadas no tópico 4. METODOLOGIA Esta pesquisa é uma revisão bibliométrica do tipo exploratória. Para este estudo se utilizou a Teoria do Enfoque Meta Analítico Consolidado de Mariano e Rocha (2017). Segundo Mariano e Ro- cha (2017), a técnica se trata de um modelo de revisão sistemática em três passos: (a) preparação da pesquisa, (b) apresentação e (c) inter-relação dos dados e detalhamento, modelo integrador e Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo14 validação por evidências. Dessa forma, a técnica visa facilitar a avaliação de informações bibliográ- ficas da produção científicas, A análise do TEMAC é desenhada em etapas claras e possui o respaldo de leis da bibliometria, como a Lei de Brandford, que mensura a relevância de um periódico em uma determinada área de conhecimento, a Lei do elitismo e Lei do 80/20, que apresentam as maiores representatividades (elite) de um determinado tema, Lei de Lokta, que justifica que uma larga proporção da literatura científica é produzida por um pequeno número de autores, e a Lei da Obsolescência da literatura, que estima o declínio dos registros em determinada área de conhecimento. Adicionalmente, foi integrado toda a parte tecnológica por meio de programas 100% gratuitos, fazendo com que o pesquisador possa ter livre acesso aos instrumentos necessários para suas análises. Foi realizada uma busca com as palavras: technological management, army e military no dia 23/04/2019, refinando o resultado para categorias do Web of Science: computer science information systems, engineering multidisciplinar, engineering industrial, operations research management Scien- ce, computer science artificial intelligence, computer science interdisciplinary applications, computer science theory methods, automation control systems, management, computer science software en- gineering, computer science hardware architecture e engineering manufacturing no espaço temporal de 5 anos (2015-2019). Obteve-se como resultado 507 artigos sobre o tema. Para confecção dos mapas de calor foi utilizado o software VOSviewer versão 1.6.10. Esses mapas usam cores mais quentes – pode-se observar em Figura 1 – e fontes em negrito para enfatizar autores/conceitos que são usados com frequência, enquanto as palavras que são usadas apenas esporadicamente são mostradas em cores mais frias e fontes menores (ZUPIC; CATER, 2015). Figura 1. Gradiente de cores do mapa de calor Fonte: Autoria própria (2019) RESULTADOS E ANÁLISES Preparação da pesquisa e interrelação dos dados Entre as revistas que mais publicaram sobre este tema estão: Journal of Defense Modeling and Simulation Applications Methodology Technology JDMS com 42 publicações e 54 citações, Defence Technology com 16 publicações e 96 citações, Military Operations Research com 15 publicações e 1 citação. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 15 É interessante ressaltar que as revistas que mais publicaram sobre o tema representam 151 (12,8%) de um total de 1176 citações da base de dados pesquisadas. Isso permite compreender que esse assunto, na base consultada, é de pouca importância, por ser um tema específico do meio militar, para o mercado devido a quantidade de pesquisas representativas no meio acadêmico e na indústria. Para quantificar os meios de divulgação dos trabalhos científicos, a ciência estipulou parâme- tros, chamado de Fator de Impacto (FI). Apesar da existência de críticas sobre o fator de impacto quanto indicador de qualidade, atualmente é o mais aceito e utilizado (MARIANO e ROCHA, 2017). Para a comunidade acadêmica ter conhecimento sobre as revistas mais relevantes da área é um critério seleção consolidado. A Tabela 1 apresenta algumas das principais revistas de acordo com seu fator de impacto. Pode-se perceber que houve a publicação de 193 revistas, a partir da consulta do fator de im- pacto no Journal Citation Report, das revistas que mais publicaram sobre o tema gestão tecnológica no meio militar, obteve-se o seguinte resultado (Tabela 1). Tabela 1. Revistas que mais publicaram e seus respectivos fatores de impacto Ranking Revistas Fator de Impacto Quantidade de artigos 1 º European Journal of Operational Research 2,437 13 2 º International Journal of Advanced Computer Science and Applica- tions 1.324 12 3 º Journal of the Operational Resear-ch Society 1,002 11 4 º International Journal of Advanced Manufacturing Technology 0,994 13 5º Interfaces 0,637 10 6º Defence Technology 0.63316 7º International Journal of Computer Science and 0.553 13 8º Journal of Defense Modeling and Simulation-Applications Methodo- logy Technology-JDMS 0,208 42 9º International Journal of Security and Its Applications 0,147 12 10º Military Operations Research 0,119 15 Fonte: Autoria própria (2019) Em relação ao avanço do tema, pode observar-se que a Figura 2 (a) mostra o quantitativo de publicações; e (b) apresenta a evolução do quantitativo de citações desde 2015, considerando a base da Web of Science. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo16 Figura 2. Evolução bibliométrica da área da pesquisa nos últimos 10 anos A) número de publicações B) número Fonte: Base Web of Science (2019) As citações e os registros desta base mostraram-se constante nos últimos anos, como esta análise está considerando apenas os registros encontrados até 23/04/2019, por este motivo o ano de 2019 obteve-se uma quantidade pequena de artigos. É possível ver que o interesse dos pesqui- sadores nesse assunto de gestão tecnológica no meio militar é constante no decorrer dos anos e o ano de 2016 houve um elevado número de publicações, comparado com os outros anos. Os países que mais estudam o tema de technological management, army e military são Estados Unidos, República Popular da China e Índia (Tabela 2), esses 3 países apresentam mais de 50% das publicações deste tema. A análise dos dados mostra que 64 países ao todo contribuem com a pesquisa desse tema, usando a base de Web of Science. O Brasil aparece com uma contribuição de 2 artigos (42º colocação). Tabela 2. Países e suas publicações para uma quantidade absoluta de 507 resultados Ranking Países Publicações % 1º Estados Unidos 160 31,558 2º República Popular da China 67 13,215 3º Índia 46 9,073 4º Turquia 28 5,523 5º Coreia do Sul 24 4,734 6º Inglaterra 20 3.945 7º Canadá 17 3,353 9º Arábia Saudita 16 3,156 10º Austrália, Franca, Irã e Polônia 12 2,367 42º Brasil 2 0,394 Fonte: Adaptado da base Web of Science (2019) Usou-se a ferramenta TagCrowd para explorar os conteúdos estudados através da análise das palavras-chaves e com esse método pode-se identificar as principais linhas de pesquisa do tema. A Figura 3 apresenta o word cloud criado pela ferramenta acima citada, foi realizada a análise de Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 17 conteúdo utilizando as palavras-chave dos 507 artigos da base Web of Science. Figura 3. Word cloud com as palavras-chave de todos os artigos Fonte: TagCrowd (2019) É possível notar que as palavras-chaves com maior destaque são: systems, model, networks, military e optimization; a palavra systems demonstra que os artigos estão focando em estudos sobre desenvolvimento de sistemas, a presença da palavra model indica que os artigos buscam modelos para a criação de softwares e sistemas, networks revela que as linhas de pesquisas estão em estudos sobre tecnologia em redes e sistema de informação, military realçou que os artigos selecionados estão dentro do conteúdo proposto e por fim a palavra optimization aponta estudos relacionados com pesquisa operacional e simulação. Em resumo, o desenvolvimento de novos modelos envolvendo tecnologia em redes ou sistemas de otimização no universo militar. E por fim para estudar as principais contribuições dos autores mais citados para o tema, foi elaborado o seguinte quadro: Quadro 1. Investigação das relações Título Autor(es) Resumo e principais conclusões Ano/Citações A secure temporal-credential- based mutual authentication and key agreement scheme with pseudo identity for wireless sensor networks He, DB; Kumar, N; Chilamkurti, N. Este artigo propõe um novo esquema de autenticação mútua e acordo de chave (Mutual Authentication and Key Agreement - MAAKA) baseado em credenciais temporais para as redes de sensores sem fio (Wireless Sensor Ne- twork - WSNs). Conclui, que o esquema MAAKA proposto é mais adequado para fornecer segurança para vários aplicativos em WSNs. 2015/110 Systems of Systems Engineering: Basic Concepts, Model-Based Techniques, and Research Directions Nielsen, CB; Larsen, PG; Fitzgerald, J; Woodcock, J; Peleska, J. Este artigo enfoca o papel das técnicas baseadas em modelos no campo de engenharia do Sistema de Sistemas (System of System - SoS). Conclui, que as dimensões identificadas das características do SoS são usadas para identificar desafios de pesquisa e futuras áreas de pesqui- sa de engenharia de SoS baseada em modelo. 2015/49 Cloudlet-based Efficient Data Collection in Wireless Body Area Networks Quwaider, M; Jararweh, Y. Este artigo apresenta um novo e eficiente sistema de coleta de dados baseado em cloudlet em Redes de área de corpo sem fio (Wireless Body Area Networks - WBANs). O objetivo é ter uma grande escala de dados monitorados de WBANs disponíveis no usuário final ou no provedor de serviços de maneira confiável. 2015/40 Fonte: autores (2019) Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo18 Enfoque, modelo integrador e discussão por evidências Após a coleta dos dados nas bases Web of Science™, foi realizado um estudo e a visualização dos mesmos através do software VOSviewer pelos seus respectivos mapas de calor, e em seguida sua análise e detalhamento. Para a primeira análise foi utilizado o método do Co-citation com os dados adquiridos do Web of Science dos últimos 5 anos e importados pelo software VOSviewer (Figura 4). Figura 4. Mapa de densidade de Bibliographic Coupling Fonte: VOSviewer 1.6.10 (2019). Neste mapa pode-se encontrar 3 clusters vermelhos e 1 cluster alaranjado, as manchas em vermelho representam autores que foram citados em conjunto. Um desses clusters é I.F.Akyildiz, et al., (2002), outro do estudo de J.N. Al-Karaki e A.E. Kamal (2004), e uma mancha do artigo de W.B. Heinzelman, A.P. Chandrakasan e H. Balakrishnan (2002), e o único cluster alaranjada de outro trabalho de I.F. Akyildiz, et al., (2002), isto revela uma relação forte dos estudos deles, estes autores pesquisam sobre rede de sensores e comunicação sem fio e nós microsensores. Após o estudo do Co-citation, foi realizada uma análise do bibliographic coupling com os dados adquiridos dos últimos 3 anos (2017-2019) na base Web of Science e importados para o software VOSviewer para elaboração de seu respectivo mapa de calor (Figura 5). Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 19 Figura 5. Mapa de densidade de Bibliographic Coupling Fonte: VOSviewer 1.6.10 (2019) Pode-se analisar que há um cluster avermelhado e 5 clusters alaranjados, os 6 clusters não estão próximos, isso indica que não há proximidades entre os temas discutidos. O único cluster vermelho com Wu (2017), aborda sobre as redes de sensores sem fio (Wireless Sensor Networks - WSNs) para Internet das coisas (Internet of Things - IoT) que podem ser implantadas em forças armadas, um novo esquema de autenticação para WSNs baseados em vários gateways demons- trando a segurança do esquema proposto usando o Proverif, bem como avaliando o bom desem- penho do esquema usando a simulação do NS-2. O cluster alaranjado Feng (2017), este estudo analisa o processo de tomada de decisão sobre o método de manutenção baseada em condições (Condition-Based Maintenance - CBM) das frotas militares, um estudo de caso sobre uma frota que compreende 20 aeronaves é conduzido, com os resultados do estudo foi comprovado que a abordagem de jogo híbrido heurístico (Heuristic Hybrid Game - HHG) gera eficientes resultados que atendem ao requisito de cronograma orientado ao risco da missão. Tem-se o cluster alaranjado Abbas (2017), que explora o tema sobre usinagem de aço de alta resistência, usando o modelo de rede neural artificial que foi posteriormente usado para determinar as condições ótimas de corte e diz que é possível integrar os algoritmos de otimização sugeridos na manufatura assistidapor com- putador usando o Matlab. Pode-se analisar o cluster alaranjado Dolicanin (2018), que ajustaram um algoritmo de otimização de tempestade cerebral de inteligência de enxame recente para encontrar o caminho ideal do veículo aéreo de combate não tripulado, considerando o consumo de combustível e o grau de segurança e com base nos resultados da simulação, pode-se concluir que a proposta apresenta melhor desempenho em quase todos os casos. Tem-se ainda o cluster alaranjado Wu (2017a), este estudo propõe o algoritmo melhorado para o algoritmo de agrupamento de hierarquia Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo20 de clusters adaptativos de baixa energia (Low Energy Adaptive Clustering Hierarchy - LEACH), e os resultados da simulação dos autores mostram que o algoritmo aprimorado pode reduzir o consumo de energia das redes e prolonga o ciclo de vida. E o último cluster alaranjado Wu (2018), este artigo propõe um protocolo de criptografia pesquisável eficiente e seguro usando a função de permutação de alçapão (Trapdoor Permutation Function - TPF), e provou que o protocolo que eles fizeram atinge a resiliência dos ataques de adivinhação de palavras-chave (Keyword Guessing Attacks - KGA), a privacidade avançada e a resiliência de ataques por injeção de arquivos. A partir dos principais artigos levantados organizou-se no quadro 2 uma categorização baseada na estrutura de benefícios oferecido pelo desenvolvimento da gestão de tecnologia da informação, ilustrada na figura 6. Quadro 2. Relação dos principais trabalhos levantados e as perspectivas de TI associadas TI Benefícios da gestão tecnológica Autor/Ano Hardware Eficiência • Feng, Q. et al. / 2017; • Quwaider, M; Jararweh, Y. / 2015; • Wu, L. et al. / 2018. Software Segurança • Dolicanin, E. et al. / 2018; • He, DB; Kumar, N; Chilamkurti, N. / 2015; • Quwaider, M; Jararweh, Y. / 2015; • Wu, F. et al. / 2017; • Wu, L. et al. / 2018. Sistemas Desempenho • Dolicanin, E. et al. / 2018; • Nielsen, C. et al. / 2015; • Wu, F. et al. / 2017. Gestão de dados Redução de custos • AbbaS, A. et al. / 2017; • Dolicanin, E. et al. / 2018; • Feng, Q. et al. / 2017; • Wu, C. / 2017; • Wu, W.; Xiong, N. / 2017. Figura 6. Relação entre a Gestão da TI e Instituições Militares. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 21 CONCLUSÕES O presente estudo procurou explicitar como a Gestão da Tecnologia da Informação influencia positivamente as Forças Armadas e o que diz respeito ao âmbito militar como um todo. A Figura 6 ilustra a relação entre a Instituição Militar (IM) e a Gestão da TI. Visualmente, é perceptível tanto as exigências da IM à Gestão da TI, quanto a composição da TI (Rezende, 2000) e os benefícios que a Gestão da TI (Beal, 2001) fornece à IM, respeitando essas exigências. No que diz respeito as principais abordagens encontradas, obtidas a partir da aplicação da Teoria do Enfoque Meta Analítico Consolidado, são distintas em seus contextos específicos, desde modelos de redes neurais artificiais para determinar condições ótimas de corte, Abbas (2017), até o algoritmo melhorado para o agrupamento de hierarquia de clusters adaptativos de baixa energia, Wu (2017a), o que revela a gama de possibilidades da aplicação e investimento em TI e sua ges- tão, atentando-se, especialmente, à questão da cibersegurança no meio militar, – um protocolo de criptografia pesquisável eficiente e seguro usando a função de permutação de alçapão (Trapdoor Permutation Function - TPF), Wu (2018) – afinal, os principais órgãos responsáveis pela implemen- tação da Política de Defesa Cibernética no Brasil são as Instituições Militares (BEZERRA, 2018). Nesse contexto, é pertinente afirmar que as questões relativas à segurança cibernética são cada vez mais como uma função estratégica dos governos deeconomias desenvolvidas. É preciso criar estratégias para proteção das infraestruturas críticas, segurança da informação e comunicação, entre outras (Mendes, 2018). Dessa forma, quando observa-se as principais abordagens encontradas sob uma ótica geral de aumentar o desempenho e tornar mais eficiente e seguro, percebe-se que mesmo em seus con- textos distintos, de maneira geral, estão intimamente relacionadas. E, são essas, características que concordam com as razões da disseminação do uso da TI e sua gestão (Beal, 2001). Nesse sentido, é possível concluir o quão abrangente é a aplicação da Gestão da Tecnologia da Informação e como os benefícios do seu investimento e os valores desejados e encontrados no universo militar estão correlacionados, tanto no âmbito operacional, quanto no âmbito administrati- vo, buscando sempre reduzir custos, melhorar a disseminação da informação e agregar valor aos serviços e produtos ofertados pela organização. REFERÊNCIAS ABBAS, A. et al. Minimization of turning time for high-strength steel with a given surface roughness using the Edgeworth–Pareto optimization method. The International Journal of Advanced Manu- facturing Technology, v. 93, n. 5-8, p. 2375-2392, 2017. AKYILDIZ, I. et al. Wireless sensor networks: a survey. Computer Networks, v. 38, n. 4, p. 393- 422, 2002. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo22 AKYILDIZ, I. et al. A survey on sensor networks. IEEE Communications Magazine, v. 40, n. 8, p. 102-114, 2002. AL-KARAKI, J.; KAMAL, A. 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RESUMO Este artigo analisa a aplicabilidade do Sistema ABC (Activity-Based Costing/Sistema de Custeio Baseado em Atividades) no setor de Análise Clínica de um hospital universitário. A viabilidade deste sistema em organizações industriais e a carência de um sistema que apoiasse o processo de gerenciamento em organizações hospitalares despertaram, na área acadêmica, o desenvolvimento de trabalhos científicos que objetivam discutir a viabilidade da aplicação deste sistema também em organizações hospitalares. Para atingir este objetivo foi aplicado um estudo empírico com emprego da estratégia de estudo de caso no Hospital Universitário Clemente de Faria no Laboratório de Análise Clínica. O resultado revelou que o Sistema ABC é plenamente aplicável ao hospital objeto de estudo. Estima-se que o ABC possa ser aplicado em qualquer tipo de organização hospitalar, seja esta pública, privada ou filantrópica, devendo-se apenas realizar algumas adaptações conforme as características de cada organização. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo26 INTRODUÇÃO A caracterização dos elementos que compõem os custos de um produto ou serviço deve ser percebida pelas organizações como um importante instrumento de informação gerencial para os seus diversos níveis de planejamento, controle e tomada de decisão. Dentre as informações que os custos podem fornecer, destacam-se: as que auxiliam no controle das operações e das despesas; as associadas ao processo de decisão - por exemplo, se é mais vantajoso continuar produzindo de- terminado produto ou terceirizar a produção, e as que subsidiam as medidas de caráter operacional, como a definição da política de preços. O avanço tecnológico - substituição das máquinas obsoletas por modernas - e a abertura cres- cente do mercado fizeram com que novos elementos fossem incorporados aos custos, afetando a sua apuração e tornando-a mais complexa. A literatura aponta várias metodologias de apuração de custos, sendo mais comumente adotadas aquelas que consideram o custeio por absorção, o custeio variável e o custeio por atividades, também conhecido como ABC. A metodologia de apuração de custos ABC (Custeio Baseado em Atividades) vem despertando a atenção de profissionais dos Estados Unidos e Europa. Os princípios básicos do ABC foram inicial- mente aplicados, em caráter experimental, na General Eletric (NAKAGAWA, 1994). Essa metodologia visa demonstrar que as operações de uma organização podem ser subdivididas em atividades, tais como recepção, requisição de materiais, faturamento e cobrança. SISTEMA DE CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES As distorções detectadas nos sistemas tradicionais de custeio, principalmente nos mais utiliza- dos - custeio por absorção e custeio direto -, contribuíram para o surgimento de um novo sistema de custeio, originalmente denominado de Activity-Based Costing - Custeio Baseado em Atividade - ABC. O questionamento feito pelo pessoal da Caterpillar, quanto à distorção causada pelo rateio dos custos indiretos com base na mão de obra, deve-se a uma reversão entre os custos diretos principalmente mão de obra e os custos indiretos, conforme apontam Miller e Vollman (1995). Esta inversão deve-se principalmente à introdução tecnológica. Um dos primeiros questionamentos quanto à eficácia dos sistemas de custeio, segundo Jo- nes (1991), foi feito em 1940 pelo pessoal da Caterpillar (uma indústria de veículos pesados), que questionava a forma de rateio dos seus custos indiretos baseado principalmente na mão de obra. A partir destes questionamentos, verificou-se a necessidade de desenvolver um novo sistema de custeio, surgindo então o que eles denominaram de MBU (Machine Burden Unit). Nakagawa (1994) menciona que, para alguns autores, aspectos das técnicas do ABC já eram conhe- cidos por volta de 1800 e início de 1900. Já para outros autores como Latshaw e Cortese-Danile (2002), o início do uso dessa técnica se deu na década de 60 pela General Eletric (GE), nos Estados Unidos. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 27 Segundo Catelli e Guerreiro (1995), posteriormente o ABC foi codificado pelo professor Robim Cooper, na década de 70 e, a partir dos anos 80, começou a ser mais amplamente desenvolvido por intermédio de empresas de consultoria. No Brasil, as pesquisas sobre este novo sistema tiveram seu início em 1989, no departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, com o Prof. Nakagawa. Definição e características do ABC Segundo Player et al. (1997, p. 3), o sistema ABC: “[...] é uma metodologia que mensura o custo e o desempenho de atividades, recursos e objeto de custo. Os recursos são destinados às atividades que, por sua vez, são atribuídas aos objetos de custo, com base em seu uso.” Com base nessa definição, pode-se dizer que uma das principais características do sistema ABC é fazer a identificação das atividades desenvolvidas dentro de uma organização e, em uma segunda etapa, identificar o consumo dessas atividades pelos produtos produzidos ou serviços prestados. Evolução do sistema ABC Foi publicada, por Mencione e Bell (1995), uma proposta sobre a evolução do sistema ABC, que apresenta uma classificação desse sistema em quatro gerações. A primeira geração A primeira geração do sistema ABC é uma evolução dos sistemas tradicionais de custos que se referem à metodologia de tratamentos dos custos indiretos, cujos objetivos, segundo Rebull (2002), seriam: identificar os custos incorridos no período; calcular os custos das atividades que se realizam dentro da empresa e determinar os custos dos produtos e dos serviços fabricados ou prestados respectivamente. Graficamente, esta primeira geração pode ser assim apresentada na Figura 1: Figura 1. Primeira geração do ABC Fonte: Mencione e Bell (1995) Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo28 Nesta primeira geração, o sistema estava voltado para um melhor uso dos recursos da orga- nização e não por processo, já que não considerava as atividades dependentes umas das outras (MENCIONE; BELL, 1995). Segunda geração do ABC A segunda geração do sistema ABC consistiu em uma aplicação significativa da primeira geração, fazendo um enfoque no processo, já que as organizações necessitam de informações de custos tanto do processo como do produto ou serviço. O processo que é a ênfase dessa segunda geração do sistema ABC inclui segundo Mencione e Bell (1995): produção, distribuição, venda, administração e outras funções da organização. Com essa evolução do ABC surgiu um novo conceito estratégico, passando a enfatizar a gestão de custo baseada em atividade ou Activity-Based Management (ABM), o que significaque a determinação do custo baseado em atividade não é tão importante, mas sim a gestão destas ativi- dades (REBULL, 2002). O ABM (Activity Based Management) visa duas metas, ambas comuns a qualquer companhia. A primeira é oferecer produtos/serviços com qualidade e preço. A segunda é aumentar a lucratividade da empresa. Estas duas metas são possíveis de serem alcançadas com a aplicação do gerencia- mento das atividades (TURNEY, 1992). A Figura 2 detalha esta geração do ABC: Figura 2. Segunda geração do ABC Fonte: Mecione e Bell (1995), p. 23 Terceira geração Esta terceira geração do ABC considera, dentro do ambiente do sistema, tanto as atividades internas como as externas; ou seja, leva em conta a empresa e suas relações com outras áreas dentro e fora da organização. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 29 Graficamente, esta geração estuda as atividades desenvolvidas na organização para descobrir de que forma podem ser aproveitadas para obter ganho de vantagem competitiva. De forma resumida, na primeira geração, a organização se concentra na determinação dos custos dos produtos/serviços baseados nas atividades; na segunda geração enfatiza o custo do processo; na terceira, enfatiza o cálculo do custo da cadeia de valor, conforme Figura 3. Figura 3. Terceira geração do ABC Fonte: Mecione e Bell (1995) Quarta geração Há uma possível quarta geração do sistema ABC, a qual daria uma ênfase na determinação dos custos dos produtos, na análise das atividades para uma melhora contínua e no estudo da or- ganização desde o enfoque da cadeia de valor. Esta geração deveria representar uma aproximação mais orientada para um nível macro e micro, ampliando o sistema na relação existente entre uni- dades separadas dentro da cadeia de valor, mas esta quarta geração ainda não está bem definida (REBULL, 2002). Etapas do desenvolvimento do sistema ABC Conforme Nakagawa (1994), para o desenho do sistema de custeio ABC é sugerido que se siga as seguintes etapas: a) Verificar no setor financeiro os itens que estão sendo classificados como custos indiretos e seus respectivos valores; b) Segregar os custos entre aqueles que são consumidos pelas atividades destinadas à pro- dução ou prestação de serviços daqueles destinados ao atendimento de clientes; c) Separar os departamentos das áreas de suporte como, por exemplo, em uma organização Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo30 hospitalar, onde se tem: departamento de atividades-fins; departamento de atividades inter- mediárias e departamento de atividades gerais; d) Separar os custos dos departamentos transformando-os em centros de custos; e) Identificar os centros de atividades que comporão a base do desenho do sistema ABC; f) Identificar os direcionadores de custos relativos ao consumo de recursos pelas atividades; g) Identificar os direcionadores de custos relativos à apropriação dos custos das atividades aos produtos ou serviços prestados; h) Identificar os níveis das atividades; i) Escolher o número de direcionadores de custos. De uma forma mais didática, Brimson (1996) recomenda as seguintes etapas: a) Etapa 1 - Seleção das bases de custos Esta etapa será desenvolvida seguindo os passos: • Determinar o tipo de custos; • Determinar o horizonte de tempo de custo; • Classificar as atividades em relação ao ciclo de vida. b) Etapa 2 - Rastreamento dos recursos esta etapa seguirá os passos abaixo: • Determinar a fonte de dados; • Agrupar os custos contabilizados no razão geral; • Estabelecer uma relação causal; • Rastrear os custos relacionados ao pessoal; • Rastrear todos os demais custos às atividades. c) Etapa 3 - Determinação da medida de desempenho da atividade É nesta etapa que surgirão os seguintes questionamentos em relação às atividades: quanto custa? Quanto tempo consome? Qual é o desempenho? E qual é a flexibilidade da atividade na resposta a mudanças no ambiente de produção? Para cada resposta tem-se uma visão diferente da atividade. d) Etapa 4 - Seleção da medida de atividade. Esta etapa segue os passos: • Determinar a medida da atividade; • Reunir estatísticas sobre produção/transação; • Validar a razoabilidade da medida de atividade. e) Etapa 5 - Alocação das atividades secundárias As atividades primárias contribuem diretamente para a missão da unidade organizacional. São utilizadas fora da empresa ou internamente por outra unidade. As atividades secundárias apoiam as primárias, portanto elas são alocadas junto às atividades primárias em lugar das despesas gerais da empresa. f) Etapa 6 - Cálculo do Custo por atividade Uma vez que uma empresa tenha rastreado o custo associado à atividade, selecionado uma Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 31 medida de produção e determinado o volume da medida de atividade, pode-se completar o processo de custeio por atividade. METODOLOGIA DE PESQUISA A pesquisa empírica foi realizada no Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF). O re- ferido hospital é um órgão pertencente a Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. O setor escolhido para a aplicação do estudo de caso foi o Laboratório de Análise Clínica, que é um setor que presta serviços internos e externos. A escolha do referido setor deve-se ao fato deste apresentar uma quantidade variada de exames laboratoriais, o que justifica a aplicabilidade do sistema de custeio ABC. Optou-se pelo estudo de casos por permitir: uma análise detalhada do setor em estudo; a aná- lise dos dados qualitativos; a utilização das diversas técnicas de coleta de dados e a triangulação dos dados coletados (YIN, 2001). Este estudo de caso caracteriza-se como do tipo descritivo, por contemplar a análise da aplicação do sistema ABC e a análise dos custos hospitalares. ANÁLISE DA APLICABILIDADE DO SISTEMA ABC NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS Descrição do setor O setor de Laboratório de Análises Clínicas do HUCF realiza exames internos e externos. O processo de realização dos exames de análise clínica compreende as seguintes etapas: marcar exame; coletar material; analisar a amostra; digitar e conferir resultado; entregar resultado. • Marcar Exame: os pacientes externos irão à recepção do laboratório de análises clínicas mar- car o exame. A marcação do exame de paciente interno é realizada pelo secretário do posto de enfermagem da clínica solicitante. • Coletar Material: os pacientes externos irão se dirigir à recepção do laboratório de análises clínicas na data estabelecida, onde, depois de confirmada a data pelo recepcionista, será encaminhada para a sala de coleta de material. A coleta de material de paciente interno será realizada na própria clínica. • Analisar Amostra: após a coleta do material, este será enviado para o setor técnico, que pode ser: hematologia; bioquímica; imunologia; parasitologia; urinálise e microbiologia; • Interpretar e digitar resultado: os resultados dos exames serão digitados. • Entrega de Resultado: os pacientes externos deverão, na data estipulada, apanhar o resultado dos exames na recepção do laboratório de análises clínicas. Os resultados dos exames dos pa- cientes internos serão apanhados pelas secretarias dos postos de enfermagem das enfermarias. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo32 Identificação dos recursos Através de pesquisa documental e entrevistas realizadas com os funcionários do laboratório de análises clínicas foram identificados os recursos financeiros necessários para a realização dos diversos exames. Estes recursos correspondem ao pagamento de pessoal, material de escritório, material de laboratório, serviços de terceiros, energia elétrica, água e esgoto e telefonia. Identificação dos direcionadores de recursos Os direcionadores de recursos utilizados no laboratório de análises clínicas foram: tempo em minutos, estimativa gerencial, KWh, litros, número defuncionários. Alocação dos recursos às atividades Os custos de cada atividade, como o custo de recepcionar paciente R$4.974,20, referem-se aos salários de funcionários, material de escritório, serviço de terceiros, dentre outros. Recepcionar paciente A recepção atenderá tanto o paciente interno como o externo. Esta atividade compreende as seguintes tarefas: atender ao público; marcar exame; entregar resultado de exame; prestar infor- mações sobre os procedimentos para a realização dos exames. Os exames de pacientes externos serão marcados pelo paciente e os internos serão marcados pelo secretário do posto de enfermagem da clínica solicitante. Os resultados dos exames externos serão entregues aos pacientes e os internos serão entre- gues nas clínicas solicitantes. O custo desta atividade é de R$4.974,20. Coletar material A coleta do material será realizada na data estipulada pelo laboratório para os pacientes ex- ternos. A coleta de material de paciente interno será realizada na própria clínica solicitante. Esta atividade abrange as seguintes tarefas: colocar o garrote; colher o sangue com uma seringa; colocar no recipiente, identificando o paciente. O custo desta atividade é de R$3.775,52. Analisar amostra O material coletado será analisado conforme o tipo de exame nas seguintes áreas: hematologia; bioquímica; imunologia; parasitologia; urinálise e microbiologia. O custo desta atividade por grupo de Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 33 exame é o seguinte: hematologia R$11.751,64; urinálise R$5.112,43; fezes R$923,57; imunosorologia R$896,84; liquor R$1.298,15; bacteriologia R$4.484,61, bioquímica do sangue R$19.029,47; rotina de líquido ascítico R$809,05; rotina de líquido pleural R$63,16 e rotina de líquido sinovial R$44,71. Interpretar e digitar resultado Após a análise dos exames, estes serão interpretados e digitados os seus resultados. O custo desta atividade será de R$8.743,02 Gerenciar setor O custo do gerenciamento do setor é de R$1.153,30 Identificação do objeto de custos Os serviços prestados no setor do Laboratório de Análise Clínica são os exames laboratoriais internos e externos. Os exames realizados foram divididos em dez grupos: hematologia, urinálise, fezes, imunosorologia, liquor, bacteriologia, bioquímica do sangue, rotina de líquido ascítico, rotina de líquido pleural e rotina de líquido sinovial. Estes exames compõem o grupo que representa o objeto de custo do setor. Alocação dos custos das atividades ao objeto de custos A alocação dos custos das atividades ao objeto de custo segue o procedimento: os custos das atividades de marcar exame, coletar material, interpretar e digitar resultado, e gerenciar setor foram direcionados aos objetos de custos utilizando o direcionador número de exames. O custo da atividade de analisar teve uma alocação direta pelo grupo de exames, conforme Tabela 1. Tabela 1. Alocação dos custos das atividades ao objeto de custos Atividades Direcionador Valor total da atividade Custo unitário por filme Marcar exame 10.618 exames 4.974,20 0,47 Coletar material 10.618 exames 3.775,52 0,35 Interpretar e digitar resultado 10.618 exames 8.743,02 0,82 Gerenciar setor 10.618 exames 1.153,30 0,11 Alocação do Material de laboratório utilizado nos exames Material de Laboratório Valor do Material Nº de Exames Valor Unitário do Material Valor Unitário das Atividades Custo Total Unitá- rio do Exame Grupo de Exames Hematologia 11.751,64 3.287 3,58 1,75 5,33 Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo34 Urinálise 5.112,43 958 5,34 1,75 7,09 Fezes 923,57 372 2,48 1,75 4,23 Imunosorologia 896,84 269 3,33 1,75 5,08 Liquor 1.298,15 329 3,95 1,75 5,70 Bacteriologia 4.484,61 253 17,73 1,75 19,48 Bioquímica do Sangue 19.029,47 4.858 4,05 1,75 5,67 Rotina de líquido ascítico 809,05 268 3,02 1,75 4,77 Rotina de líquido pleural 63,16 13 4,90 1,75 6,61 Rotina de líquido sinovial 44,71 11 4,10 1,75 5,81 Distribuição do custo do setor para os diversos setores do hospital A alocação dos serviços de radiologia para as clínicas e o PA está exposta na Tabela 2. Tabela 2 – Distribuição dos custos do laboratório de análise clínica para as clínicas CMA CMB Psiquiatria Ginecologia TBC Pediatria CC UTI Maternidade Externo Hematologia 1.961,44 751,53 378,43 53,30 186,55 943,41 42,64 564,98 95,94 13.868,68 Urinálise 609,74 269,42 134,71 70,90 70,90 340,32 63,81 205,61 28,36 4.984,27 Fezes 160,74 71,91 33,84 16,92 16,92 88,83 12,69 54,99 8,46 1.336,35 Imunosorologia 96,52 40,64 20,32 5,08 10,16 55,88 5,08 30,48 5,08 802,64 Liquor 165,30 74,10 46,20 11,40 17,10 91,20 - 22,80 5,70 1.390,80 Bacteriologia 370,12 155,84 77,92 - 38,96 214,28 38,96 116,88 19,48 3.077,84 Bioquímica do Sangue 2.494,00 1.107,80 556,80 23,20 278,40 1.386,20 5,80 829,40 127,60 20.909,00 Rotina de líquido ascitico 62,01 28,62 14,31 9,54 4,77 33,39 9,54 19,08 4,77 515,16 Rotina de líquido ascitico 13,22 6,61 - 13,22 - 6,61 - 6,61 - 79,32 Rotina de Líquido Sinovial 5,81 5,81 - - - 5,81 - - - 63,92 5.938,90 5.512,28 1.262,53 203,56 623,76 3.165,93 178,52 1.850,83 295,39 47.027,96 Informações necessárias para o calcular o custo do setor Quantidade de exames realizados por mês É necessário conhecer a quantidade de exames que são realizados mensalmente, internos e externos. Os exames internos deverão ser identificados na clínica onde o paciente está internado. Material de consumo utilizado no setor Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 35 É necessário obter informação sobre o material utilizado no setor, como material de escritório (caneta, folha de papel A4), material utilizado na manutenção do equipamento. Material de laboratório Faz-se necessário obter a informação dos materiais de laboratório utilizados na realização dos exames. Cada tipo de exame requer determinados materiais. CONCLUSÕES Dentre as informações proporcionadas pelo modelo desenvolvido podem-se destacar: (a) os dados das atividades desenvolvidas nas clínicas proporcionam subsídio para o desenvolvimento dos protocolos clínicos; (b) com base nos custos dos serviços prestados no hospital é possível verificar se é viável executar o serviço ou terceirizar; (c) é possível reduzir os estoques de medicamentos e materiais médico-hospitalares, porque se tem a informação de quanto se gasta em média em um determinado procedimento. Este modelo, que é baseado na concepção do sistema ABC, apresenta, como os outros sis- temas de custeio, limitação à sua implementação. A principal limitação refere-se ao alto custo de implantação do sistema, principalmente com relação a softwares avançados. Essas dificuldades podem ser minimizadas utilizando apenas as ferramentas do Word, Excel, e software próprio, o que reduz consideravelmente o custo de implantação. Nas organizações hospitalares há um número considerável de atividades. A solução encontrada no desenvolvimento deste modelo neste trabalho foi aplicar o gráfico de Pareto de 80/20, ou seja, 20% das atividades consomem 80% do custo de um determinado setor. Entende-se que o modelo aqui proposto pode ser aplicado a qualquer tipo de organização hospitalar, seja esta pública, privada ou filantrópica, sendo necessário, para tanto, realizar algumas adaptações conforme as características de cada organização. REFERÊNCIAS BRIMSON, James B. Contabilidade por atividade: uma abordagem de custeio baseado em ativi- dade. São Paulo: Atlas, 1996. CATELLI, Armando; GUERREIRO, Reinaldo. Uma análise crítica do sistema “ABC – Activity-Based Costing”. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, n. 91, jan-fev. 1995. JONES, Lou F. Product costing at caterpillar. Management Accounting. Montvale, v. 72, n. 8, p. 34-42, feb. 1991. MENCIONE, Charles D.; BELL, Alice T. Are weready fourth-generation ABC?. Management Ac- counting. Montvale, v. 76, n. 7, p. 22-26, jan. 1995.. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo36 MILLER, Jeffrey G.; VOLMANN, Thomas E. The hidden factory. Harvard Business Review. Boston, v. 63, n. 5, p. 142-150, 1995. NAKAGAWA, Masayuki. ABC Custeio Baseado em Atividade. São Paulo: Atlas, 1994.. PLAYER, Steve. Et al. AMB: lições do campo de batalha. São Paulo: Makron Books, 1997. REBULL, M. Victoria Sánchez. La propuesta ABC (Activity Based Costing) aplicada al sector ho- telero. Réus, 2002. Tesis Doctoral – Universitat Rovira I Virgili Department de Gestió d’Empreses. TURNEY, Peter B. B. Activity-Based Management – ABM puts ABC information to work. Manage- ment Accounting. Montvale, v. 73, n. 7, p. 20-25, jan. 1992. YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. São Paulo: Bookman, 2001. “ 03 Cálculo do tempo padrão para determinação da utilização do sistema, capacidade e produtividade em uma empresa de confecção de camisas personalizadas 10.37885/200801040 Mariana Toledo Martins UFPI Maria Clara Batista Santos UFPI Enock Cândido Vieira Soares UFPI Antônio Carlos Monteiro dos Santos Neto UFPI Pedro Filipe da Conceição Pereira UTFPR Palavras-chave: Tempo padrão; Produtividade; Capacidade. RESUMO A presente pesquisa foi realizada em uma microempresa do ramo de confecção e personalização de camisas e teve como objeto de estudo o cálculo do tempo padrão de operação para a determinação da utilização do sistema, capacidade projetada, produtividade real e produtividade teórica. Para concretização do objetivo foi adotada uma pesquisa de natureza aplicada baseada em técnicas quantitativas a fim de conhecer mais as medidas de produção da empresa. No processo de confecção de uma camisa as operações analisadas do estudo foram a de dobrar o tecido, riscá-lo, cortá-lo e estampar a arte no mesmo, sendo realizadas cronometragens como auxílio de um cronômetro centesimal para posterior estudo de tempos. Os resultados desse estudo propiciaram o auxílio tanto no processo de tomada de decisão como no processo do planejamento estratégico e produtivo da empresa. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 39 INTRODUÇÃO O Setor têxtil e de confecção brasileiro tem destaque no cenário mundial sendo o segundo maior empregador da indústria de transformação, perdendo apenas para alimentos e bebidas (juntos), e, o quarto na produção de malhas no mundo. Autossuficiente na produção de algodão, o Brasil produz 9,4 bilhões de peças confeccionadas ao ano (destas, cerca de 5,3 bilhões em peças de vestuário), sendo referência mundial em beachwear, jeanswear e homewear (ABIT, 2018). O mundo está sofrendo rápidas transformações, e para sobrevivência global, as empresas necessitam planejar e organizar bem as suas estruturas. Reduzir o tempo ocioso de algumas ati- vidades e constantemente melhorar o método para sua execução são características diferenciais positivas de uma organização. Nesse contexto, a busca pela competitividade e produtividade, em qualquer que seja a atividade, trata-se do princípio fundamental das empresas (VIEIRA et al., 2015). A execução de um trabalho manual pressupõe encontrar o meio mais econômico de execução da tarefa, assim como o quanto que deve ser trabalhado em um dado período de tempo. Segundo Barnes (2001), através de uma análise metódica, estabelece-se tempos padrão para a realização de uma dada tarefa, medindo a quantidade de trabalho com base num determinado método. Ao ser utilizado corretamente, agrega-se aumento da eficiência do processo produtivo, permitindo maiores remunerações do trabalho, preços mais baixos no consumidor e maiores margens de lucro. Tendo em vista esses preceitos, escolheu-se para a realização da presente pesquisa a micro- empresa The Sublimimos, localizada na zona sul da cidade de Teresina, capital piauiense. Atuante no segmento de personalização e confecção de camisas por meio do processo de sublimação, a organização tem como proposta oferecer ao seu público produtos diversificados e de qualidade assegurada. Este trabalho tem como objetivo geral calcular o tempo padrão do processo de produção de uma camisa desde a sua modelagem e corte até sua estampagem. Os objetivos específicos se alinham ao geral e são: medir os tempos do processo de corte, costura e estampagem, calcular o tempo padrão, calcular a produtividade e por fim determinar a capacidade do processo. O estudo se justifica pelo simples fato da sua relevância tendo em vista o tempo padrão ser capaz de determinar um tempo de produção, o qual é útil na determinação de parâmetros relativos à produtividade e consequentemente da qualidade do produto final, sendo assim um mecanismo de obtenção de diferencial competitivo no mercado. A escolha do foco em camisa personalizada se dá ao fato de que esse bem é responsável por conferir maior receita para a microempresa e o mesmo é na maior parte produzida por ela terceirizando apenas o serviço de costura. Assim, os cálculos que determinam a sua capacidade e produtividade se fazem essenciais para conhecer bem como ter controle do processo, propiciando mais qualidade no produto final e maior eficiência em seu planejamento. Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo40 REFERENCIAL TEÓRICO Estudo de tempos e movimentos Conforme Martins e Laugeni (2006), pelo estudo de tempos, pode-se estabelecer padrões para os sistemas produtivos de modo a facilitar o planejamento do processo, uma vez que os recursos disponíveis são usados com eficácia, atentando para o tempo necessário para a execução de cada tarefa. Para ter uma visão detalhada da produção é necessário registrar cada estágio do processo, uma vez que se torna mais claro o seu funcionamento, bem como a identificação de problemas (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009). Para Barnes (1977), o estudo de tempos e movimentos é uma junção dos princípios desenvolvidos por Frederich conforme abordado em Taylor (1967), com a sistematização dos movimentos executados pelos trabalhadores ao realizar uma determinada tarefa, sendo essa o resultado do estudo de Frank Gilbreth. Barnes (1977) diz que esse estudo sistemático do trabalho possibilita a determinação do tempo despendido pelo trabalhador para a realização das tarefas com o intuito de padronizar a realização das mesmas. Cálculo do tempo A cronometragem do tempo gasto para a execução de uma tarefa permite a avaliação individual do trabalhador e assim verificar a eficiência do mesmo (VELOSO et al., 2012). Para Barnes (1977) há uma representatividade maior dos resultados quando se cronometra um número grande de ciclos, uma vez que com uma amostra maior se pode obter maior confiabilidade. Peinado e Graeml (2007) apresentam a equação 1, onde é possível determinar o número de ciclos a serem cronometrados. Para melhor entendimento, n refere-se ao número de ciclos a serem cronometrados, z con- cerne ao coeficiente da distribuição normal para uma probabilidade determinada, R é a amplitude da amostra, Er é o erro relativo da medida, d é o coeficiente em face do número de cronometragens feitas preliminarmente e x é a média da amostra. Tempo normal de trabalho Entende-se por tempo normal (TN) como o tempo que o operador gasta para executar a ope- ração normalmente, uma vez que considera as limitações e habilidades do mesmo, já que existem fatores que influenciam na velocidade com que a tarefa é executada. Para Barnes (1977) esse tempo, por sua vez, é o tempo dispendido para a realização de uma operação onde o trabalhador trabalha Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 41 em ritmo normal sem levar em conta a tolerância. Logo, para a realização do cálculo do tempo normal de trabalho, deve-se usar a equação 2. Pela equação acima, TN refere-se ao tempo normal fator de ritmo, TC diz respeito ao tempocronometrado ou tempo médio (TM) e RT é a ritmo do operador. Fator de tolerância No cálculo do tempo, faz-se necessário haver tolerâncias. Essas, por sua vez, são entendidas como os tempos acrescentados ao tempo normal de uma operação, com fim compensatório para as pausas do trabalhador devido à fadiga e às necessidades pessoais. Martins e Laugeni (2006) apresentam que a fadiga é dependente das condições do trabalho e para um regime de trabalho de oito horas, é aceitável uma tolerância de 10 a 25 minutos por turno. Pode-se calcular o Fator de Tolerância (FT) através da equação 3. Onde T, refere-se à tolerância de tempo acrescida ao tempo normal, e TD diz respeito ao tempo da jornada de trabalho de oito horas. Fluxograma É uma técnica que descreve através de símbolos específicos, cada etapa de um processo. Dentre as vantagens na utilização do fluxograma, segundo Mello (2008) estão: Permite verificar como se conectam e relacionam os componentes de um sistema, mecanizado ou não, facilitando a análise de sua eficácia; Facilita a localização das deficiências, pela fácil visualização dos passos, transportes, operações e formulários; Propicia o entendimento de qualquer alteração que se proponha nos sistemas existentes pela clara visualização das modificações introduzidas. Lucas et al (2015), aponta o fluxograma como, graficamente, o coração do mapeamento de processos, frequentemente utilizado para fins de processamento de informações. A simbologia do fluxograma foi proposta pelo casal Gilbreth, em 1921. Inicialmente foram propostos 40 símbolos. Em 1947 a American Society of Mechanical Engineers (ASME) definiu cinco símbolos para o diagrama de fluxo de processo (RIBEI- RO, FERNANDES E ALMEIDA, 2010). A baixo a Figura 1 para representação: Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo42 Figura 1. Simbologia do Fluxograma Fonte: RIBEIRO, FERNANDES E ALMEIDA, 2010. Determinação da capacidade produtiva Segundo Slack (1996), a capacidade produtiva de uma organização constitui o potencial produtivo que ela dispõe, representando o volume ideal de produtos ou serviços que ela pode realizar com um nível adequado de atividades que permitam o máximo de lucratividade e o mínimo de custos. A partir da obtenção do tempo padrão (TP), pode-se calcular a capacidade produtiva (CP), através da fórmula: CP = HORAS DE TRABALHO/ TP Vale ressaltar que a CP calculada é para um operador, logo, multiplica-se pela quantidade de funcionários responsáveis pelo processo. Layout De acordo com Chiavenato (2005) o layout, ou ainda arranjo físico, de uma empresa ou de apenas um departamento, nada mais é do que a distribuição física de máquinas e equipamentos dentro da organização onde, através de cálculos e definições estabelecidas de acordo com o produto a ser fabricado, se organiza os mesmos para que o trabalho possa ser desenvolvido da melhor forma possível e com o menor desperdício de tempo (CHIAVENATO, 2005, p. 86). Com o layout fizemos um projeto de reestruturação do arranjo físico, tendo em vista que não se tinha um local fixo de produção, gerando desperdícios, e com isso utilizamos como forma de melhoria no processo produtivo e até no controle de estoque. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia, de acordo com Gil (1999), é a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa. A natureza do presente artigo é um estudo de caso, visto que o trabalho se caracteriza Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 43 como sendo um estudo em profundidade, baseado em uma análise intensiva empreendida em uma única organização (BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE, 1991). Os dados colhidos foram do tipo qualitativo e quantitativo. Quanto aos procedimentos técnicos, foi realizado levantamento bibliográfico, exploratória e descritivo. Foi utilizada, como base de dados, a leitura de artigos e livros relacionados ao tema exposto no trabalho. Quanto aos objetivos, a pesquisa tem caráter avaliativo visando averiguar a eficiência de uma prática numa determinada localidade (PRODANOV, DE FREITAS, 2013). Como já dito, o trabalho constitui-se um estudo de caso realizado através de visitas à empresa estudada, em que o processo de estudo analisado foi a personalização e confecção de camisas. A facilidade no contato foi um fator importante para que a pesquisa fosse realizada e assim fossem cronometrados tempos do processo. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Os resultados do presente artigo foram pautados na cronometragem e análise de dados das operações de dobrar, riscar o tecido, cortar e estampar a arte nas camisas personalizadas da em- presa The Sublimimos com o intuito de calcular o tempo padrão para a confecção de cada item e posterior determinação do percentual de utilização do sistema e capacidade projetada, assim como as produtividades (teórica e real). A medição foi realizada com o auxílio de um cronômetro centesimal. Alguns cuidados como: a peça já estar em processo durante um razoável período de tempo e não interrupção do cronoanalista durante suas observações foram adotadas para a garantia da fidelidade das cronometragens, bem como descrito por Barnes(1968). A princípio foram realizadas quatro cronometragens para posterior determinação do número de medições necessárias. Os valores encontrados foram de 938, 876, 870, 861 segundos. Levando-se em consideração a eliminação de uma das cronometragens devido ao valor des- toante das demais e considerando o percentual de confiabilidade dos dados de 95%, temos descrito abaixo o cálculo para determinar o número de medições. Resultando assim em 0,2, portanto, uma única cronometragem seria necessária. A tabela 1 abaixo descreve a divisão dos processos e seus respectivos tempos cronometrados: Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo44 Tabela 1. Processo x tempo cronometrado Fonte: Autoria própria Para maior entendimento e análise do processo foi elaborado o fluxograma contendo o tempo de cada processo, na figura 2 abaixo representado. Figura 2. Fluxograma do processo produtivo Fonte: Autoria própria Logo após, para maior clareza na visualização e estudo do processo produtivo foi efetuado um fluxograma vertical, exibido na figura 3. Figura 3. Fluxograma vertical do processo produtivo como um todo Fonte: Autoria própria Deste modo, o tempo cronometrado foi de 870 segundos. Para o cálculo do tempo normal foi adotado ritmo subjetivo do operador como 100%, pois o mesmo é o funcionário especificamente treinado para realizar a tarefa e se encontrava em perfeito estado para o trabalho, em um dia normal Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo 45 e de produção normal, assim constata-se que: Tempo Normal = Tempo cronometrado Para calcular o fator de tolerância admitiu-se 30 minutos como tempo de ociosidade (pausas do ofício) e um tempo de trabalho diário de 8h por dia (480 minutos). A partir disso, obteve- se um fator de tolerância igual a: Tendo o fator de tolerância, cujo valor é de 1,0667, é possível calcular o tempo padrão. Sendo este: TP= 870 x 1,0667= 928 segundos Depois de determinado o tempo padrão, calculou-se a capacidade projetada dividindo-se o tempo disponível por dia (de oito horas ou 28800 segundo) pelo tempo padrão: Observou-se a produção real no dia da coleta de dados, que foi de 40 camisas (dobradas, risca- das, cortadas e estampadas). Por meio disso foi possível calcular a utilização do sistema, que foi de: Tomando como base a média de 45 camisas produzidos por dia ditas como entradas no pro- cesso de confecção, a produtividade real foi de: Por fim, a produtividade teórica esperada pelo cálculo do tempo padrão de produção foi de: CONSIDERAÇÕES FINAIS O artigo contou a priori com uma revisão de literatura dos principais autores na área do estudo Engenharia de Produção: Tecnologia e Inovação no Setor Produtivo46 de tempos e métodos para a concretização
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