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INTERPRETAÇÃO TEOLOGICA É quando considera os fins aos quais a norma se dirige (telos = fim ) Nem sempre é fácil identificar a finalidade de uma norma, mas, uma vez que ela seja determinada, constrói-se parâmetro, no qual a interpretação deve se enquadrar. - Exemplo: Código de defesa do consumidor. A lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, em seu artigo 5º, estabelece que: ”na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e as exigência do bem comum”. A fixação do sentido de “justiça”, “em comum” “fim social” depende da apreciação valorativa do fim da norma jurídica e do meio social a que ela se dirige. - Exemplo: cobrança de débitos do consumidor inadimplente. Dispõe o artigo 42 do CDC: “na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça”. Pergunta-se: como fazer cobrança do devedor sem submetê-lo a constrangimento? Qualquer ação do cobrador constrange? O Ato de cobrar constitui exercício regular de um direito credor, garantido pelo código civil: at.188 ‘ não constituem ato ilícito: ‘ Os praticados em legitima defesa ou no exercício regular do direito; No entanto, a figura do ridículo e do constrangimento permanece, pois ser cobrado é constrangedor. Art.71: utilizar, na cobrança de dividas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou laser: Pena de detenção de três meses a 1 ano e multa. Ou seja, a existência do constrangimento e do ridículo é aceita pela CDC. O que não se permite é que haja abuso do direito. Assim, havendo “justificativa” regular e legal, não há problemas em constranger o consumidor. INTERPRETAÇÃO HISTORICA: Considerando dos dados e circunstâncias históricas que rodearam o aparecimento da lei: Circunstancias (econômicas, sociais, politicas) em que a lei foi elaborada – occasio legis – 9º/1 CC. História do instituto ou do regime jurídico, procedentes normativos. Fontes da lei (doutrina, direitos estrangeiros) Trabalhos preparatórios (perspectiva objectivista – como elementos auxiliares da interpretação e não como elementos meio de apuramento da mens legislatoris). A interpretação nunca é definitiva – referencia a totalidade do ordenamento onde a norma se insere e às valorações que estão subjacentes a este (intervenção da lei em situações da vida variadas e em permanentemente mutação). INTERPRETAÇÃO SISTEMATICA: Sistemático – unidade do sistema jurídico: Relação com outras normas que regulam a mesma matéria (contexto ou relação de conexão); Consideração de disposições legais que regulam problemas paralelos ou institutos afins (lugares paralelos ou relação de analogia). Relação com os princípios gerais do sistema jurídico – ex: interpretação conforme com a constituição (lugar sistemático ou relação de subordinação) – limite da interpretação. Cf. preâmbulos, títulos de secções e capítulos e epigrafes dos artigos. Teoria da Interpretação Jurídica - INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA, RESTRITIVA E ESTRITAHERMENÊUTICA JURÍDICA QUANTO A SEUS EFEITOS OU RESULTADOS DA HERMENÊUTICA JURÍDICA: INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: O intérprete conclui que o alcance da norma é mais amplo do que indicam os seus termos. A interpretação, nesse caso, conclui que, aparentemente, o legislador escreveu menos do que queria dizer, e o intérprete entende que há condições de ampliar o âmbito de incidência da norma, para poder aplicá-la a situações não previstas expressamente, embora encontrem-se nela incluidas de forma lógica. Um erro legislativo comum é a lei exprimir como caso singular (espécie) uma situação que deve ser entendida de forma mais ampla (gênero), ou classificar uma situação como espécie que, na verdade, é gênero. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA: O intérprete restringe o sentido da norma ou limita sua aplicação, entendendo que o legislador disse mais do que realmente pretendia dizer. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Lei de Execução Penal O art. 199 O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal. Código de Processo Penal Art. 284 Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso. Art. 292 Se houver... Resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderá usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência... Supremo Tribunal Federal – STF - Súmula vinculante n. 11, de 13.08.08 "Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado". INTERPRETAÇÃO ESTRITA OU DECLARATIVA OU AINDA ESPECIFICADORA: O intérprete limita-se a declarar ou especificar o pensamento expresso na norma jurídica. Não a estende ou a restringe. Para esse efeito, o intérprete conclui que a lei expressou a medida exata de seu espírito. Corresponde à interpretação também denominada de "estrita" e é comumente aplicada a leis penais ou normas que impliquem penalidades ou multas.
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