Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dia 1 Constituição Federal: art. 1-4 LINDB Código de Processo Civil: art. 1° - 15 Código Penal: art. 1° - 12 Código de Processo Penal: art. 1° - 3-F Controle de Leitura Constituição Federãl CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO SOCIOLÓGICA Lassalle Soma dos fatores reais de poder. “Mera folha de papel” Para Lassale, coexistem em um Estado duas Constituições: uma real, efetiva, correspondente à soma dos fatores reais de poder que regem este país; e outra, escrita, que consistiria apenas numa “folha de papel”. POLÍTICA Schimtt Decisão política fundamental. Diferenciava Constituição de lei constitucional. Constituição: decisão política fundamental. Lei constitucional: pode ou não representar a Constituição, não dizendo respeito à decisão política fundamental. A Constituição seria fruto da vontade do povo, titular do poder constituinte ; por isso mesmo é que essa teoria é considerada DECISIONISTA ou VOLUNTARISTA. JURÍDICA Kelsen Norma hipotética fundamental. Sentido lógico-jurídico: fundamento transcendental de sua validade. Norma hipotética fundamental. Sentido jurídico-positivo: serve de fundamento para as demais normas. A Constituição é o pressuposto de validade de todas as leis CULTURALISTA Michele Ainis Fato cultural, tomando por base os direitos fundamentais pertinentes à cultura ABERTA Peter Haberle Pode ser interpretada por qualquer do povo, não só pelos juristas PLURALISTA Gustavo Zagrebelsky Princípios universais FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO Konrad Hesse Resposta à concepção sociológica de Lassale. A constituição escrita, por ter um elemento normativo, pode ordenar e conformar a realidade política e social, ou seja, é o resultado da realidade, mas também interage com esta, modificando-a, estando aí situada a força normativa da Constituição. ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES ORGÂNICO Estrutura do estado LIMITATIVOS Direitos fundamentais – limitam atuação estatal SÓCIOIDEOLÓGICO Equilíbrio entre ideias liberais e sociais ao longo da CF. DE ESTABILIZAÇÃO Asseguram solução de conflitos institucionais e protegem a integridade da Constituição e do Estado FORMAIS DE APLICABILIDADE Interpretação e aplicação da Constituição CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES QUANTO AO CONTEÚDO Constituição material: possui apenas conteúdo constitucional. Constituição formal: além de possuir matéria constitucional, possui outros assuntos. Não im- porta o seu conteúdo, mas a for- ma por meio da qual foi aprovada. QUANTO À FORMA Constituição escrita: é um docu- mento formal, solene. OBS: Todas as Constituições brasi- leiras foram escritas. Constituição não-escrita (costu- meira, consuetudinária ou his- tórica): fruto dos costumes da so- ciedade. QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO Constituição dogmática: fruto de um trabalho legislativo específico. Reflete os dogmas de um mo- mento específico da história. OBS: Todas as Constituições brasi- leiras foram dogmáticas. Constituição histórica: fruto de uma lenta evolução histórica. QUANTO À ORIGEM Constituição promulgada (de- mocrática ou popular): feita pe- los representantes do povo. Brasil: CF-1891, CF-1934, CF-1946 e CF-1988. Constituição outorgada (ou car- ta constitucional): impostas ao povo pelo governante. Brasil: CF-1824 (Dom Pedro I), CF- 1937 (Getúlio Vargas), CF-1967 (regime militar). Dia 1 - 1 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 Constituição cesarista (plebisci- tária ou bonapartista): feita pelo governante e submetida a apreci- ação do povo mediante referendo. Constituição pactuada (contra- tual ou dualista): fruto do acordo entre duas forças políticas de um país. Ex: Constituição Francesa de 1791. QUANTO À EXTENSÃO Constituição sintética (breve, sumária, sucinta, resumida, con- cisa): trata apenas dos temas prin- cipais. Ex: Constituição dos EUA. Constituição analítica (longa, volumosa, inchada, ampla, ex- tensa, prolixa, desenvolvida, lar- ga): entra em detalhes de certas instituições. Ex: CF-1988. QUANTO À IDEOLOGIA Constituição ortodoxa (ou mo- nista): fixa uma única ideologia estatal. Ex: Constituição chinesa, Consti- tuição da ex-URSS. Constituição eclética (ou com- promissória): permite a combina- ção de ideologias diversas. QUANTO À FUNÇÃO J.J.CANOTILHO Constituição garantia (negativa ou abstencionista): limita-se a fi- xar os direitos e garantias funda- mentais. É uma carta declaratória de direitos. Constituição dirigente (ou pro- gramática): além de prever os di- reitos e garantias fundamentais, fixa metas estatais. Ex: art. 196, CF; art. 205, CF; art. 7º, CF; art. 4º, pa- rágrafo único, CF. QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO Constituição unitária (codifica- da, reduzida ou orgânica): for- mada por um único documento. Constituição variada (legal, inorgânica ou esparsa): formada por mais de um documento. Art. 5º, § 3º, CF: Os tratados e con- venções internacionais sobre di- reitos humanos que forem apro- vados, em cada Casa do Congres- so Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos mem- bros, serão equivalentes às emen- das constitucionais. ATENÇÃO: A CF/88 nasce como uma Constituição unitária, mas vem passando por um processo de descodificação. QUANTO AO SISTEMA Constituição principiológica: possui mais princípios do que re- gras. Paulo Bonavides entende que é o caso da CF/1988. Constituição preceitual: possui mais regras do que princípios. QUANTO À ESSÊNCIA CRITÉRIO ONTOLÓGICO KARL LOEWENSTEIN http://www.ambito-juridico.- com.br/site/index.php? n_link=revista_artigos_leitura&a rtigo_id=7593 Constituição semântica: é a Constituição cujas normas foram elaboradas para a legitimação de práticas autoritárias de poder; ge- ralmente decorrem da usurpação do Poder Constituinte do povo. Ex: CF-1937, CF-1967. Constituição nominal (ou nomi- nalista): quando não há uma con- cordância, absoluta, entre as nor- mas constitucionais e as exigên- cias do processo político, estas não se adaptando àquelas, isto é, se a dinâmica do processo político não se adaptar às normas da Constituição, esta será nominal. É Constituição sem valor jurídico cu- jas normas, na maior parte, são ineficazes. Constituição normativa: são aquelas, que possuem valor jurídi- co, cujas normas dominam o pro- cesso político, logrando submetê- lo à observação e adaptação de seus termos; é aquela, na qual, há uma adequação entre o texto e a realidade social, o seu texto traduz os anseios de justiça dos cidadãos, sendo condutor dos processos de poder. ATENÇÃO: Pedro Lenza afirma que a Constituição brasileira está caminhando da Constituição no- minal para a normativa. Contudo, a posição majoritária é de que a constituição brasileira é norma- tiva. QUANTO À ORIGEM DE SUA DECRETAÇÃO JORGE MIRANDA Constituição heterônoma (ou heteroconstituição): feita em um país para vigorar em outro país. Constituição autônoma (homo- constituição ou autoconstitui- ção): feita em um país para nele vigorar. É a regra geral. Ex: Constituição brasileira. CLASSIFICAÇÃO DE RAUL MACHADO HORTA Constituição expansiva: além de ampliar temas já tratados, trata de novos temas. Ex: CF-1988. Dia 1 - 2 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 Constituição plástica: permite sua ampliação por meio de leis in- fraconstitucionais (segundo a lei, nos termos da lei, etc.). Ex: CF-1988. QUANTO À ATIVIDADE LEGISLATIVA Constituição-lei: a constituição é tratada como uma lei qualquer. Dá ampla liberdade ao legislador ordinário. Constituição-fundamento (cons- tituição total ou ubiquidade constitucional): a constituição tenta disciplinar detalhes da vida social. Dá uma pequena liberdade ao legislador ordinário. Constituição-moldura (Canoti- lho: Constituição-quadro): como a moldura de um quadro, a cons- tituição fixa os limites de atuação do legislador ordinário. CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA É a constituição cujo simbolismoé maior que seus efeitos práti- cos. Para Marcelo Neves, a CF/88 é simbólica por ter um elevado número de normas programáticas e dispositivos de alto grau de abs- tração. Marcelo Neves afirma que a cons- titucionalização simbólica tem como objetivos confirmar deter- minados valores sociais, dese- jando-se apenas uma vitória legis- lativa e fortalecer a confiança do cidadão no governo ou no Estado, por meio da legislação álibi, por meio da qual se esvaziam pres- sões políticas e apresentam o Es- tado como sensível a expectativas dos cidadãos, porém sem efetivi- dade. Por fim, teria como terceiro objetivo adiar a solução de con- flitos sociais, por meio de com- promissos dilatórios, poster- gando-se a verdadeira decisão para o futuro. QUANTO AO CONTEÚDO IDEOLÓGICO ANDRÉ RAMOS TAVARES Constituição liberal: possui ape- nas direitos individuais ou de 1a dimensão (ex: vida, liberdade, pro- priedade). O Estado tem o dever principal de não fazer. Ex: CF-1824, CF-1891. Constituição social: além de di- reitos individuais, prevê direitos sociais ou de 2a dimensão (ex: saúde, educação, moradia, alimen- tação). O Estado tem o dever prin- cipal de fazer. Ex: CF-1934, CF-1946, CF-1967, CF-1988. SEGUNDO JORGE MIRANDA Constituição provisória (ou pré- constituição): possui duração re- duzida, até que seja elaborada a constituição definitiva. Constituição definitiva: possui prazo indeterminado de duração. Ex: CF-1988. CONSTITUIÇÃO BALANÇO OU REGISTRO Periodicamente elabora-se uma constituição, fazendo uma análise do avanço social ocorrido nos anos anteriores. CONSTITUIÇÃO EM BRANCO Não prevê regras e limites para o exercício do poder constituinte derivado reformador. QUANTO À RIGIDEZ OU ESTABILIDADE Constituição imutável (perma- nente, granítica ou intocável): não pode ser alterada, preten- dendo-se eterna e fundando-se na crença de que não haveria ór- gão competente para proceder à sua reforma. Pode estar relaciona- da a fundamentos religiosos. Ex: a CF-1824 foi imutável nos pri- meiros 4 anos (limitação tempo- ral). Constituição rígida: possui um processo de alteração mais rigo- roso que o destinado às outras leis. Ex: CF-1988. Constituição flexível: possui o mesmo processo de alteração que o destinado às outras leis. Os paí- ses de constituição flexível não possuem o controle de constituci- onalidade. Constituição transitoriamente flexível: é a Constituição flexível por algum período, findo o qual se torna uma Constituição rígida. Constituição semirrígida (ou se- miflexível): parte dela é rígida e parte é flexível. Constituição fixa (ou silenciosa): é aquela que nada prevê sobre sua mudança formal, sendo alte- rável somente pelo próprio poder originário. Constituição super-rígida: é a Constituição rígida que possui um núcleo imutável. Dia 1 - 3 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 CONSTITUIÇÃO DÚCTIL (CONSTITUIÇÃO SUAVE) Idealizada pelo jurista italiano Gustavo Zagrebelsky (constituzi- one mite). É aquela que não define ou impõe uma forma de vida, mas assegura condições possíveis para o exercício dos mais varia- dos projetos de vida. Reflete o pluralismo ideológico, moral, po- lítico e econômico existente na sociedade. CONSTITUIÇÃO UNITEXTUAL OU ORGÂNICA Rechaça a ideia de existência de um bloco de constitucionalidade, visto que a Constituição seria dis- posta em uma estrutura docu- mental única. CONSTITUIÇÃO SUBCONSTITUCIONAL Constituição subconstitucional admite a constitucionalização de temas excessivos e o alça- mento de detalhes e interesses momentâneos ao patamar cons- titucional. Para Uadi Lammêgo Bulos, citan- do Hild Krüger, as constituições só devem trazer aquilo que inte- ressa à sociedade como um todo, sem detalhamentos inú- teis. Esse excesso de temas forma as constituições substitucionais, que são normas que, mesmo elevadas formalmente ao pata- mar constitucional, não o são, porque encontram-se limitadas nos seus objetivos. CONSTITUIÇÃO PROCESSUAL, INSTRUMENTAL OU FORMAL É um "instrumento de governo definidor de competências, re- gulador de processos e estabe- lecedor de limites à acção políti- ca" (Canotilho). Seu objetivo é definir competências, para limi- tar a ação dos Poderes Públicos, além de representar apenas um instrumento pelo qual se elimi- nam conflitos sociais. CONSTITUIÇÃO CHAPA BRANCA http://bibliotecadigital.fgv.br/ dspace/bitstream/handle/ 10438/10959/Resiliencia_consti- tucional.pdf?sequence=3&isAl- lowed=y O intuito principal da Constituição é tutelar interesses e até mesmo privilégios tradicionalmente re- conhecidos aos integrantes e di- rigentes do setor público. A Constituição é fundamental- mente um conjunto normativo “destinado a assegurar posições de poder a corporações e orga- nismos estatais ou paraestatais. É a visão da Constituição “chapa- branca”, no sentido de uma “Lei Maior da organização administra- tiva”. Apesar da retórica relaciona- da aos direitos fundamentais e das normas liberais e sociais, o núcleo duro do texto preserva interesses corporativos do setor público e estabelece formas de distribuição e de apropriação dos recursos públicos entre vá- rios grupos. Leitura socialmente pessimista da Constituição que insiste na conti- nuidade da visão estatalista- patrimonialista da Constituição e na centralidade do Poder Exe- cutivo em detrimento tanto da promessa democrática como da tutela judicial dos direitos indi- viduais. CONSTITUIÇÃO UBÍQUA http://bibliotecadigital.fgv.br/ dspace/bitstream/handle/ 10438/10959/Resiliencia_consti- tucional.pdf?sequence=3&isAl- lowed=y Onipresença das normas e valores constitucionais no ordenamento jurídico. Parte-se da constatação de que os conflitos forenses e a doutrina ju- rídica foram impregnados pelo di- reito constitucional. A referência a normas e valores constitucionais é um elemento onipresente no di- reito brasileiro pós-1988. Essa “panconstitucionalização” deve-se ao caráter detalhista da Constitui- ção, que incorporou uma infinida- de de valores substanciais, princí- pios abstratos e normas concretas em seu programa normativo. CONSTITUIÇÃO LIBERAL-PATRIMONIA- LISTA http://bibliotecadigital.fgv.br/ dspace/bitstream/handle/ 10438/10959/Resiliencia_consti- tucional.pdf?sequence=3&isAl- lowed=y Objetiva preponderantemente garantir os direitos individuais, preservando fortes garantias ao direito de propriedade e procu- rando limitar a intervenção estatal na economia. CONSTITUIÇÃO PRINCIPIOLÓGICA E JUDICIALISTA http://bibliotecadigital.fgv.br/ dspace/bitstream/handle/ 10438/10959/Resiliencia_consti- tucional.pdf?sequence=3&isAl- lowed=y Leitura da Constituição de 1988 com base nas seguintes caracte- rísticas: 1) importância crucial dos direi- tos fundamentais, incluindo os sociais, sendo a Constituição de 1988 um texto denso exigente, li- mitando a liberdade do legislador e impondo sua implementação; 2) centralidade dos princípios constitucionais que se multipli- cam e adquirem relevância prática e aplicabilidade imediata, desde Dia 1 - 4 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 que sejam adotados métodos de interpretação abertos, evolutivos e desvinculados da textualidade das regras, em particular a pondera- ção de princípios e/ou valores; 3) importância do Poder Judiciá- rio que se torna protagonista da Constituição de 1988, em razão da ampliação e da intensificação do controle de constitucionalida- de e da incumbência de imple- mentar o projeto constitucional mediante aplicação de métodos “abertos” de interpretação. CONSTITUIÇÃO ORAL É “aquela em que o chefe supre- mo de um povo reclama, de viva voz, o conjunto de normas que deverão reger a vida em comuni- dade” (BULOS, 2014, p. 108). CONSTITUIÇÃO INSTRUMENTALPara Uadi Lammêgo Bulos, “é aquela em que suas normas equi- valem a leis processuais. Seu obje- tivo é definir competências, para limitar a ação dos Poderes Públi- cos” (BULOS, 2014, p. 108). TRANSCONSTITUCIO- NALISMO é fenômeno pelo qual diversas or- dens jurídicas de um mesmo Esta- do, ou de Estados diferentes, se entrelaçam para resolver proble- mas constitucionais” (BULOS, 2014, p. 90). CONSTITUIÇÃO.COM “crowdsourcing” “É aquela cujo projeto conta a opinião maciça dos usuários da internet, que, por meio de sites de relacionamentos, externam seu pensamento a respeito dos temas a serem constitucionalizados. Foi a Islândia que, pioneiramente, no ano de 2011, fez uma ‘consti- tuição.com’ (crowdsourcing)” (BU- LOS, 2014, p. 112). MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL JURÍDICO/ HERMENÊUTICO CLÁSSICO Ernerst Fosthoff Identidade entre Constituição e Leis. Utiliza critérios de Savigny TÓPICO PROBLEMÁTICO Theodor Viehweg Problema-norma. Estudo da norma através de um problema HERMENÊUTICO CONCRETIZADOR Konrad Hesse Norma-problema. Parte-se de pré-compreensões para se chegar ao sentido da norma. Interpretação concretizadora. Constituição tem força para compreender e alterar a realidade. NORMATIVO ESTRUTURANTE Frederic Muller Parte-se do direito positivo para se chegar à norma. Colhe elementos da realidade social para se chegar à norma CIENTÍFICO ESPIRITUAL Ruldof Smend Não utiliza-se apenas valores consagrados na Constituição, mas também valores extra- constitucionais, como a realidade social e cultura do povo. Interpretação sistêmica. CONCRETISTA DA CONSTITUIÇÃO ABERTA Peter Haberle Interpretação por todo o povo, não apenas pelos juristas COMPARAÇÃO Peter Haberle Comparar com as diversas Constituições. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO Toda interpretação constitucional se assenta no pressuposto da superioridade jurídica da Constituição sobre os demais atos normativos no âmbito do Estado. Assim, em razão da supremacia constitucional, nenhum ato jurídico ou manifestação de vontade pode subsistir validamente se for incompatível com a Lei Fundamental. Em razão da superlegalidade formal (Constituição como fonte primária da produção normativa, identificando competências e procedimentos para a elaboração dos atos normativos inferiores) e material da Constituição (subordina o conteúdo de toda a atividade normativa estatal à conformidade com os princípios e regras da Constituição), surge o controle de constitucionalidade ( judicial review ) , que nada mais é do que uma técnica de atuação da supremacia da Constituição. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALID ADE DAS LEIS E DOS ATOS DO PODER PÚBLICO a) Não sendo evidente a inconstitucionalidade, havendo dúvida ou a possibilidade de razoavelmente se considerar a norma como válida, deve o órgão competente abster-se da declaração de inconstitucionalidade. b) Havendo alguma interpretação Dia 1 - 5 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 possível que permita afirmar-se a compatibilidade da norma com a Constituição, em meio a outras que carreavam para ela um juízo de invalidade, deve o intérprete optar pela interpretação legitimadora, mantendo o preceito em vigor. O princípio da presunção de constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público (presunção juris tantum ) é uma decorrência do princípio geral da separação dos Poderes e funciona como fator de autolimitação da atividade do Judiciário que, em reverência à atuação dos demais Poderes, somente deve invalidar os atos diante de casos de inconstitucionalidade flagrante e incontestável. PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas (que possuem mais de uma interpretação), deve-se preferir a exegese que mais se aproxime da Constituição (ainda que não seja a que mais obviamente decorra de seu texto) e, portanto, que não seja contrária ao texto constitucional. PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO A Constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade, como um todo, e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas. As normas deverão ser vistas como preceitos integrados (interpretação sistêmica) em um sistema unitário de regras e princípios. PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR OU DA EFICÁCIA INTEGRADORA Na resolução dos problemas jurídico-constitucionais deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política, ou seja, as normas constitucionais devem ser interpretadas com o objetivo de integrar política e socialmente o povo de um Estado Nacional PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDA DE OU RAZOABILIDADE Consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive de âmbito constitucional; e, ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo o ordenamento jurídico. Tal princípio exige a tomada de decisões racionais, não abusivas, e que respeitem os núcleos essenciais de todos os direitos fundamentais. Como parâmetro, é possível destacar a necessidade de preenchimento de 3 importantes elementos: a) Necessidade/exigibilidade: a adoção da medida que possa restringir direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e não se puder substituí-la por outra menos gravosa. b)Adequação/pertinência/ idoneidade: o meio escolhido deve atingir o objetivo perquirido. c) Proporcionalidade em sentido estrito: sendo a medida necessária e adequada, deve-se investigar se o ato praticado, em termos de realização do objetivo pretendido, supera a restrição a outros valores constitucionalizados. Podemos falar em máxima efetividade e mínima restrição. PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE Também chamado de princípio da eficiência ou da interpretação efetiva. Deve ser entendido no sentido de a norma constitucional ter a mais ampla efetividade social. PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA Os aplicadores da Constituição, entre as interpretações possíveis, devem adotar aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade e permanência das normas constitucionais, conferindo-lhes sentido prático e concretizador, em clara relação com o princípio da máxima efetividade ou eficiência. PRINCÍPIO DA JUSTEZA OU DA CONFORMIDADE (EXATIDÃO OU CORREÇÃO) FUNCIONAL O STF, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força normativa da Constituição, não podendo alterar a repartição d e funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário, como é o caso da separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de Direito. O seu intérprete final não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido. Dia 1 - 6 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO Partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios. PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem- bleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Demo- crático,destinado a assegurar o exercício dos direitos soci- ais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores su- premos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem pre- conceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a se- guinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRA- SIL. O preâmbulo da CR/88 NÃO PODE, por si só, servir de pa- râmetro de controle da constitucionalidade de uma nor- ma. O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, dessa for- ma, norteia a interpretação do texto constitucional. Em termos estritamente formais, o Preâmbulo constitui-se em uma espécie de introdução ao texto constitucional, um resumo dos direitos que permearão a textualização a seguir, apresentando o processo que resultou na elaboração da Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação. O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior e garante a instalação e asseguramento jurídico dos di- reitos listados em seguida e até então não dotados de for- ça normativa constitucional suficiente para serem respeita- dos, sendo eles o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça. Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâmbulo se configura como um elemento que serve de manifesto à continuidade de todo o ordenamento jurídico ao conec- tar os valores do passado - a situação de início que moti- vou a colocação em marcha do processo legislativo - com o futuro - a exposição dos fins a alcançar -, descrição da situa- ção que se aspira a chegar. A invocação à proteção de Deus NÃO TEM força normati- va, NÃO sendo norma de reprodução obrigatória na Constituição Estadual. A invocação a Deus, presente no preâmbulo da CF/88, reflete um sentimento religioso. Isso não faz, contudo, que o Bra- sil deixe de ser um Estado laico. O preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, não contém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor interpretativo das normas constitucio- nais, não servindo como parâmetro para o controle de cons- titucionalidade (STF). N ão tem força normativa , embora provenha do mesmo poder constituinte originário que elaborou toda a constituição É destituído de qualquer cogência (MS 24.645 MC/DF); NÃO INTEGRA o bloco de constitucionalidade; Não cria direitos nem estabelece deveres; Seus princípios não prevalecem diante do texto expresso da constituição; NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO TESE DA IRRELEVÂNCIA JURÍDICA O preâmbulo situa-se no DOMÍNIO DA POLÍTICA, sem relevância jurídica (STF). ATENÇÃO: apesar de o preâmbulo não possuir força normativa, ele traz as intenções, o sentido, a origem, as justificativas, os objetivos, os valores e os ideais de uma Constituição, servindo de vetor interpretativo. Trata-se, assim, de um referencial interpretativo- valorativo da Constituição. TESE DA PLENA EFICÁCIA O preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais, sendo, porém, apresentado de forma não articulada. TESE DA RELEVÂNCIA JURÍDICA INDIRETA Ponto intermediário entre as duas, já que, muito embora participe "das características jurídicas da Constituição'', não deve ser confundido com o articulado TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais PRINCÍPIOS REGRAS Normas mais amplas, abstratas, genéricas. Normas mais específicas, delimitadas, determinadas. Alexy: princípios são MANDAMENTOS DE OTIMIZAÇÃO, que devem ser cumpridos na maior intensidade possível. Dworkin: princípios são mandamentos normativos aplicados na DIMENSÃO DE PESO ou DE IMPORTÂNCIA. Alexy: são MANDADOS DE DEFINIÇÃO. Devem ser cumpridas integralmente (all or nothing). Dia 1 - 7 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 Em caso de colisão, resolve-se pela PONDERAÇÃO. Em caso de colisão, resolve- se pela DIMENSÃO DE VALIDADE. Ex: dignidade da pessoa humana. Ex: eleição para Presidente da República. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fede- ral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como FUNDAMENTOS (SO-CI-DI-VA-PLU): I - a SOberania; II - a CIdadania III - a DIgnidade da pessoa humana; IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o PLUralismo político. Parágrafo único. TODO O PODER EMANA DO POVO, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES – art. 1°, CF PRINCÍPIO REPUBLICANO “A República” PRINCÍPIO FEDERATIVO “Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal” PRINCÍPIO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO “constitui-se em Estado De- mocrático de Direito” Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da República Federativa do Brasil (regra do verbo): I - CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária; II - GARANTIR o desenvolvimento nacional; III - ERRADICAR a pobreza e a marginalização e REDUZIR as desigualdades sociais e regionais; IV - PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de ori- gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela- ções internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da huma- nidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in- tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade la- tino-americana de nações. Deçreto-Lei n 4.657º Lei de Introdução ãs Normãs do Direito Brãsileiro Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada - PRINCÍPIO DA VIGÊNCIA SINCRÔNICA § 1o § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de ofici- almente publicada. ENTRADA EM VIGOR BRASIL ESTADO ESTRANGEIRO 45 dias, salvo disposição em contrário 3 meses § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publi- cação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova pu- blicação. § 4o As correções a texto de lei já em vigor CONSIDERAM- SE LEI NOVA. LC 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão. § 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclu- são da data da publicação e do último dia do prazo, en- trando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. § 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão Dia 1 - 8 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’ Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue [PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA] § 1o A lei posteriorrevoga a anterior quando expressa- mente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou espe- ciais a par das já existentes, NÃO REVOGA NEM MODIFICA a lei anterior. REVOGAÇÃO TOTAL Ab-rogação REVOGAÇÃO PARCIAL Derrogação REVOGAÇÃO EXPRESSA OU POR VIA DIRETA A lei nova taxativamente de- clara revogada a lei anterior ou aponta os dispositivos que pretende retirar REVOGAÇÃO TÁCITA OU POR VIA OBLÍQUA A lei posterior é incompatível com a anterior, não havendo previsão expressa no texto a respeito da sua revogação Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada NÃO SE RESTAURA por ter a lei revogadora perdido a vigência. (REPRISTINAÇÃO) REPRISTINAÇÃO EFEITO REPRISTINATÓRIO/ REPRISTINAÇÃO OBLÍQUA OU INDIRETA É um fenômeno legislativo no qual há a entrada novamen- te em vigor de uma norma efetivamente revogada, pela revogação da norma que a revogou. A repristinação deve ser ex- pressa dada a dicção do arti- go 2º, § 3º da LICC É a reentrada em vigor de norma aparentemente revo- gada, ocorrendo quando uma norma que a revogou é de- clarada inconstitucional. STF: “A declaração de in- constitucionalidade em tese encerra um juízo de exclu- são, que, fundado numa competência de rejeição de- ferida ao STF, consiste em re- mover do ordenamento posi- tivo a manifestação estatal inválida e desconforme ao modelo plasmado na Carta Política, com todas as conse- quências daí decorrentes, in- clusive a plena restauração de eficácia das leis e das normas afetadas pelo ato declarado inconstitucional” *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece [PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA NORMA] CORRENTES DOUTRINÁRIAS QUE PROCURAM JUSTIFI- CAR O CONTEÚDO DA NORMA TEORIA DA FICÇÃO LEGAL A obrigatoriedade foi instituída pelo ordenamento para a segu- rança jurídica TEORIA DA PRESUNÇÃO ABSOLUTA Haveria uma dedução iure et de iure de que todos conhecem as leis TEORIA DA NECESSIDADE SOCIAL Amparada, segundo Maria Hele- na Diniz, na premissa “de que as normas devem ser conhecidas para que melhor sejam observa- das”, a gerar o princípio da vi- gência sincrônica da lei Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeita- dos o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julga- da. § 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já consumado se- gundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condi- ção pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a decisão ju- dicial de que já não caiba recurso. Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determi- na as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família Estatuto pessoal: Pressupõe compatibilidade interna, Dia 1 - 9 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 chamada de filtragem constitucional. Somente é possível aplicar a lei do domicílio se houver compatibilidade com o ordenamento interno. § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às for- malidades da celebração. § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares DO PAÍS DE AMBOS os nubentes. § 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do 1° domicílio conjugal. § 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do 1° domicílio conjugal. § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta ado- ção ao competente registro. § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estran- geiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do in- teressado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. Com a Emenda Constitucional 66, de 13 de julho de 2010, que instituiu o divórcio direto, a homologação de sentença estrangeira de divórcio para alcançar eficácia plena e imediata não mais depende de decurso de prazo, seja de um ou três anos, bastando a observância das condições gerais estabelecidas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no Regimento Interno do STJ.(SEC 4.445/EX, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, CORTE ESPECIAL, julgado em 06/05/2015, DJe 17/06/2015) *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da famí- lia estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. Art. 8O [LEX SITUA] Para qualificar os bens e regular as rela- ções a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admiti- das as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requi- sitos extrínsecos do ato. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. Art. 9, LINDB Art. 435, CC Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constitu- írem Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. norma de direito internacional privado norma de direito interno aplicado a contratos em que as partes estão em Estados diferentes aplicada às partes residentes no Brasil. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Art. 10. A SUCESSÃO POR MORTE OU POR AUSÊNCIA obe- dece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o de- saparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sem- pre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. Na forma do art. 10, §1º, da LINDB e art. 5º, XXXI, da CF88,aplicar-se-á nesse processo a norma mais benéfica, entre a brasileira e a do domicílio do de cujus, ao cônjuge ou filhos brasileiros, ou daqueles que os representem. A doutrina vem denominando esta situação de Princípio do Prélèvement. (FIGUEIREDO, Luciano e FIGUEIREDO, Roberto. Direito Civil. 6ª ed. Bahia: Juspodivm, 2016, p. 77). *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br § 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DA PESSOA Começo e fim da personalidade Nome Capacidade Dia 1 - 10 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 Direitos de família Penhor LEI DO PAÍS DA SITUAÇÃO DOS BENS Qualificar os bens e regular as relações a eles concer- nentes LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DO PROPRIETÁRIO Bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a trans- porte para outros lugares LEI DO PAÍS EM QUE SE CONSTITUÍREM Qualificar e reger as obriga- ções LEI DO PAÍS EM QUE DOMICILIADO O DEFUNTO OU O DESAPARECIDO Sucessão por morte ou por ausência Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coleti- vo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Es- tado em que se constituírem. § 1o Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos apro- vados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. § 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação. § 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a proprieda- de dos prédios necessários à sede dos representantes di- plomáticos ou dos agentes consulares. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhe- cer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. § 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira compe- tente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligên- cias. Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros pro- vas que a lei brasileira desconheça. Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente veri- ficado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada pelo STJ. Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. A lei ou tratado internacional poderá facilitar ou dispensar a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur. Ex: a sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo STJ (§ 5º do art. 961 do CPC/2015). *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br REQUISITOS PARA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA LINDB CPC/15 a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido as partes cita- das ou haver-se legalmente verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalida- des necessárias para a execu- ção no lugar em que foi pro- ferida; d) estar traduzida por intér- prete autorizado; e) ter sido homologada pelo STJ. I - ser proferida por autoridade competente; II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia; III - ser eficaz no país em que foi proferida; IV - não ofender a coisa julgada brasileira; V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado; VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública. Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se hou- ver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. A TEORIA DO REENVIO, também conhecida como TEORIA DO RETORNO ou DA DEVOLUÇÃO é uma forma de inter- pretação de normas do Direito Internacional Privado, de forma que haja substituição da lei nacional pela lei es- trangeira, de modo pelo qual seja desprezado o elemento de conexão da ordenação nacional, dando preferência ao Dia 1 - 11 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 apontado pelo ordenamento jurídico alienígena. Esse instituto é utilizado sempre que ocorrer problemas nas interpretações de ordem internacional, servindo como meio importante de resolução de conflitos, e sem- pre que for necessário que o juiz aplique direito estrangeiro. O reenvio é uma interpretação que desconsidera a norma material da regra de conexão e aplica o direito internacional privado estrangeiro para chegar à nova norma material, ge- ralmente de âmbito nacional. O reenvio pode ser dividido em 3 graus: 1° grau: consiste em dois países, onde o primeiro remete uma legislação ao segundo país, que por sua vez reenvia ao primeiro; 2° grau: compõe-se por três países, onde o primeiro envia sua legislação ao segundo que a reenvia ao terceiro; 3° grau: formado por quatro países, no qual o primeiro re- mete a legislação ao segundo, que por sua vez encaminha ao terceiro e finalmente reenvia ao quarto. Nesse sentido, o artigo 16 da LINDB proíbe o juiz nacional de aplicar o reenvio, cabendo apenas a aplicação do Direito Internacional Privado brasileiro para determinar o direito material cabível, ficando a cargo de estrangeiro, se houver, a aplicação do reenvio. *http://sabendoodireito.blogspot.com/2013/12/reenvio-artigo-16.html?m=1 Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autori- dades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o re- gistro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. § 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, de- vendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônju- ge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adota- do quando se deu o casamento § 2o É INDISPENSÁVEL a assistência de advogado, devida- mente constituído, que se dará mediante a subscrição de peti- ção, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazen- do necessário que a assinatura do advogado conste da escri- tura pública. Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais.Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos ti- ver sido recusada pelas autoridades consulares, com funda- mento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 dias contados da data da publicação desta lei. Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controla- dora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administra- tivas. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste arti- go deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equâ- nime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em fun- ção das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos. Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu car- go, sem prejuízo dos direitos dos administrados. § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, se- rão consideradas as circunstâncias práticas que houverem im- posto, limitado ou condicionado a ação do agente. § 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a nature- za e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente. § 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e rela- tivas ao mesmo fato. Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo pro- porcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interes- ses gerais. Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver com- Dia 1 - 12 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 pletado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plena- mente constituídas. Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as inter- pretações e especificações contidas em atos públicos de cará- ter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majo- ritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, inclu- sive no caso de expedição de licença, a autoridade adminis- trativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só pro- duzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. § 1º O compromisso referido no caput deste artigo: I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, efici- ente e compatível com os interesses gerais; III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos re- sultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. § 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor. § 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser ce- lebrado compromisso processual entre os envolvidos. Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos nor- mativos por autoridade administrativa, salvo os de mera or- ganização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão § 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver. Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumen- tar a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respos- tas a consultas. Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou en- tidade a que se destinam, até ulterior revisão. Codigo de Proçesso Civil PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DEVIDO PROCESSO LEGAL Art. 5º, LIV. Assegura que ninguém perca os seus bens ou a sua liberdade sem que sejam respeitadas a lei e as ga- rantias processuais inerentes ao processo. Pode ser substancial ou processual. ACESSO À JUSTIÇA Art. 5º, XXXV. A lei não pode excluir da aprecia- ção do Judiciário nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito. E o Judiciário deve responder a todos os requerimentos a ele dirigidos (ação em sentido amplo). CONTRADITÓRIO Art. 5º, LV. Deve-se dar ciência aos participan- tes do processo de tudo o que nele ocorre, dando-lhes oportunidade de se manifestar e de se opor aos requerimentos do adversário DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO Art. 5º, LXXVIII. Princípio dirigido ao legislador e ao juiz. Ao legislador, a fim de que, na edição de leis processuais, cuide para que o processo chegue ao fim almejado no menor tempo possível e com a maior economia de esfor- ços e gastos. Ao juiz, a fim de que conduza o processo com toda a presteza possível. ISONOMIA Art. 5º, caput e inc. I. Também dirigida ao legislador e ao juiz, exige que a lei e o Judiciário tratem igualmente os iguais e desi- gualmente os desiguais na medida da sua desigualdade (isonomia real). IMPARCIALIDADE DO JUIZ Art. 5º, LIII e XXXVII. Para toda causa há um juiz natural, apurado de acordo com regras pre- viamente existentes no ordena- mento jurídico. Em razão disso, é vedada a criação de juízos ou tribu- nais de exceção. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO Não tem previsão expressa. Conquanto não previsto, decorre Dia 1 - 13 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 implicitamente da adoção, pela CF, de um sistema de juízos e tribunais que julgam recursos contra deci- sões inferiores. No entanto, nada impede que, em algumas circuns- tâncias, não exista o duplo grau. PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS Art. 5º, LX, que atribui à lei a regu- lamentação dos casos de sigilo (art. 189 do CPC). Os atos processuais são públicos, o que é necessário para assegurar a transparência da atividade jurisdici- onal. A Constituição atribui à lei a regulamentação dos casos de sigilo, quando a defesa da intimida- de ou o interesse público ou social o exigirem. Tal regulamentação foi feita no art. 189 do CPC MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES Art. 93, IX. Tambémpara que haja transparên- cia da atividade judiciária, há ne- cessidade de que todas as decisões dos juízos e tribunais sejam moti- vadas, para que os litigantes, os ór- gãos superiores e a sociedade pos- sam conhecer a justificação para cada uma das decisões. PRINCÍPIOS INFRACONSTITUCIONAIS DO PROCESSO CIVIL DISPOSITIVO Não há dispositivo específico. Nos processos que versam sobre interesses disponíveis, as partes po- dem transigir, o autor pode renun- ciar ao direito e o réu pode reco- nhecer o pedido. Cumpre ao inte- ressado ajuizar a demanda e definir os limites objetivos e subjetivos da lide. Mas, no que concerne à con- dução do processo e à produção de provas, vigora o princípio inqui- sitivo, por força do art. 370 do CPC, sendo supletivas as regras do ônus da prova. IMEDIAÇÃO Art. 456 do CPC. Derivado da oralidade, determina que o juiz colha diretamente a pro- va, sem intermediários IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ Não há dispositivo específico no CPC, mas prevalece a regra do art. 132 do CPC de 1973. O juiz que colheu prova oral em audiência fica vinculado ao julga- mento do processo, desvinculando- se apenas nas hipóteses do art. 132 do CPC de 1973. CONCENTRAÇÃO Art. 365 do CPC. A audiência de instrução e julga- mento é una e contínua. Caso não seja possível concluí-la no mesmo dia, o juiz designará outra data em continuação IRRECORRIBILIDADE, EM SEPARADO DAS INTERLOCUTÓRIAS Art. 1.009, § 1º, do CPC. Em regra, contra as decisões inter- locutórias, o recurso cabível – o agravo – não suspenderá o proces- so PERSUASÃO RACIONAL Art. 371 do CPC. Cabe ao juiz apreciar livremente as provas, devendo indicar, na senten- ça, os motivos de sua decisão, que devem estar amparados nos ele- mentos constantes dos autos. BOA-FÉ Art. 5º do CPC. Todos aqueles que participam do processo devem comportar-se de acordo com a boa-fé. COOPERAÇÃO Art. 6º do CPC. Exige que as partes cooperem para que o processo alcance bom resul- tado, em tempo razoável. Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil / Pedro Lenza ; Marcus Vinicius Rios Gonçalves. – Esquematizado® – 11. ed. – São Paulo : Saraiva Edu- cação, 2020 PARTE GERAL LIVRO I DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS TÍTULO ÚNICO DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS CAPÍTULO I DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpre- tado conforme os valores e as normas fundamentais esta- belecidos na Constituição da República Federativa do Bra- sil, observando-se as disposições deste Código. FPPC369. (arts. 1º a 12) O rol de normas fundamentais pre- visto no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC não é exaustivo FPPC370. (arts. 1º a 12) Norma processual fundamental pode ser regra ou princípio Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desen- volve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. [PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO + PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL] Dia 1 - 14 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. [PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JU- RISDIÇÃO] § 1o É PERMITIDA A ARBITRAGEM, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contra- tos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua edição. FPPC371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução con- sensual de conflitos devem ser estimulados também nas instâncias recursais FPPC485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art. 513) É cabível conciliação ou mediação no processo de execu- ção, no cumprimento de sentença e na liquidação de sentença, em que será admissível a apresentação de plano de cumprimento da prestação. FPPC573. (arts.3º,§§2ºe3º;334) As Fazendas Públicas devem dar publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advo- cacia Pública estão autorizados a aceitar autocomposição. FPPC618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35 e 47 da Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º, art. 4º, ca- put e §1º, e art. 16, caput, da Lei nº 13.140/2015). A concilia- ção e a mediação são compatíveis com o processo de re- cuperação judicial. ESPÉCIES DE AUTOCOMPOSIÇÃO TRANSAÇÃO ocorre por meio de transações bilaterais, ou seja, ambos renunciam a parcela de seus interesses, buscando a realização de um acordo. Pode ocorrer judicial ou extrajudicialmente. RENÚNCIA o autor abdica/renuncia integralmente de sua pretensão SUBMISSÃO o réu reconhece a procedência do pleito autoral. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. [PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO] Princípios da primazia da solução integral de mérito, executi- vidade dos provimentos jurisdicionais e duração razoável do processo. FPPC372. (art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em todos os tipos de procedimento, inclusive em incidentes processuais e na instância recursal, impondo ao órgão ju- risdicional viabilizar o saneamento de vícios para exami- nar o mérito, sempre que seja possível a sua correção. FPPC373. (arts. 4º e 6º) As partes devem cooperar entre si; devem atuar com ética e lealdade, agindo de modo a evi- tar a ocorrência de vícios que extingam o processo sem re- solução do mérito e cumprindo com deveres mútuos de es- clarecimento e transparência. FPPC574. (arts.4º; 8º) A identificação de vício processual após a entrada em vigor do CPC de 2015 gera para o juiz o dever de oportunizar a regularização do vício, ainda que ele seja anterior. FPPC666 (arts. 4º, 139, X, 317, 488 e 932, parágrafo único; art. 5º, §3º, Lei 7.347/1985 e art. 9º da Lei de Ação Popular) O processo coletivo não deve ser extinto por falta de legiti- midade quando um legitimado adequado assumir o polo ativo ou passivo da demanda Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. FPPC374. (art. 5º) O art. 5º prevê a boa-fé objetiva FPPC375. (art. 5º) O órgão jurisdicional também deve comportar-se de acordo com a boa-fé objetiva. FPPC376. (art. 5º) A vedação do comportamento contraditó- rio aplica-se ao órgão jurisdicional. FPPC377. (art. 5º) A boa-fé objetiva impede que o julgador profira, sem motivar a alteração, decisões diferentes so- bre uma mesma questão de direito aplicável às situações de fato análogas, ainda que em processos distintos. FPPC378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e 489, §3º) A boa fé proces- sual orienta a interpretação da postulação e da sentença, permite a reprimenda do abuso de direito processual e das condutas dolosas de todos os sujeitos processuais e veda seus comportamentos contraditórios. JDPC1 A verificação da violação à boa-fé objetiva dispen- sa a comprovação do animus do sujeito processual. JDPC2 As disposições do Código de Processo Civil aplicam- se supletiva e subsidiariamente às Leis n. 9.099/1995, 10.259/2001 e 12.153/2009, desde que não sejam incompatí- veis com as regras e princípios dessas Leis. COROLÁRIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA SUPRESSIO (VERWIRKUNG) Supressão a um direito pelo seu não exercício. No campo processual, verifica- se na perda de um poder processual pelo seu não exercício. A chamada “nulidade de algibeira (ou de bolso) se configura quando a parte, embora tenha o direito de alegar nuli- dade mantém-se inerte durante longo período, deixando para realizar a ale- gação no momento que melhor lhe convier, não é admitida, por violar a Dia 1 - 15 AMILCARBARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 boa-fé processual. Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulida- des que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento. SURRECTIO Surgimento de um direito em razão da supressão causada pelo comportamento da parte contrária. Note-se que surrectio e supressio são dois lados da mesma mo- eda. EXCEPCIO DOLI Defesa da parte contra ações dolosas da parte contrária, sendo a boa-fé nes- se caso utilizada como defesa. No pro- cesso vem sendo entendida como a ex- ceção que a parte tem para paralisar o comportamento de quem age dolosa- mente contra si. VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM Proíbe a adoção de comportamento contraditório (contrariando comporta- mento anterior), violando os deveres de confiança e lealdade (a legítima con- fiança de outrem na conservação objeti- va da conduta anterior). Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. Enunciado FPPC 376. (Art. 5º): A vedação do comportamento contraditório aplica-se ao órgão jurisdicional. TU QUOQUE Como decorrência do princípio da boa-fé processual objetiva não pode a parte criar dolosamente situações que vici- em o processo para, depois, alegar nu- lidade, tirando proveito da situação. Assim, veda-se o comportamento não esperado, adotado em situação de abuso. Art. 276. Quando a lei prescrever deter- minada forma sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. Aquele que despreza a norma não pode dela se aproveitar. *Informações retiradas do site https://blog.ebeji.com.br/funcoes-reativas-ou- aspectos-parcelares-da-boa-fe-objetiva-na-jurisprudencia-do-stj/ Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de méri- to justa e efetiva. FPPC6. (arts. 5º, 6º e 190) O negócio jurídico processual não pode afastar os deveres inerentes à boa-fé e à coo- peração. FPPC619. (arts.6º, 138, 982, II, 983, §1º) O processo coletivo deverá respeitar as técnicas de ampliação do contraditó- rio, como a realização de audiências públicas, a participa- ção de amicus curiae e outros meios de participação FPPC667 (arts. 6º, 8º e 18; art. 6º, § 3º, da Lei n.º 4.717/1965) Admite-se a migração de polos nas ações coletivas, desde que compatível com o procedimento. DEVERES DE COOPERAÇÃO DO JUIZ “PECA” PREVENÇÃO: O juiz deve advertir as partes sobre os riscos e deficiências das manifestações e estratégias por elas adotadas, conclamando-as a corri- gir os defeitos sempre que possível. ESCLARECIMENTO: Cumpre ao juiz esclarecer-se quanto às manifesta- ções das partes: questioná-las quanto a obscuridades em suas petições; pedir que esclareçam ou especifiquem re- querimentos feitos em termos mais genéricos e assim por diante. CONSULTA (DIÁLOGO): Impõe-se re- conhecer o contraditório não apenas como garantia de embate entre as par- tes, mas também como dever de de- bate do juiz com as partes AUXÍLIO (ADEQUAÇÃO): o juiz deve ajudar as partes, eliminando obstá- culos que lhes dificultem ou impe- çam o exercício das faculdades pro- cessuais. Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de san- ções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. FPPC107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofí- cio, dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova documental produzida. FPPC235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei 12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do mandado de segurança os arts. 7º, 9º e 10 do CPC. FPPC379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção do processo pelo juiz deve observar a paridade de armas das partes. Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a pu- blicidade e a eficiência. Dia 1 - 16 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 FPPC380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão “ordenamento ju- rídico”, empregada pelo Código de Processo Civil, contem- pla os precedentes vinculantes FPPC620. (arts.8º, 11, 554, §3º) O ajuizamento e o julgamen- to de ações coletivas serão objeto da mais ampla e específi- ca divulgação e publicidade. Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II (as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julga- mento de casos repetitivos ou em súmula vinculante) e III (pe- dido reipersecutório fundado em prova documental ade- quada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa); III - à decisão prevista no art. 701 (sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa). Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdi- ção, com base em fundamento a respeito do qual não se te- nha dado às partes oportunidade de se manifestar , ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício [PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO SUBSTANCIAL - objetiva evitar decisões surpresas] Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciá- rio serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advoga- dos, de defensores públicos ou do Ministério Público. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, PREFERENCIAL- MENTE, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar per- manentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. § 2o Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de IRDR; IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V - o julgamento de embargos de declaração; VI - o julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo CNJ; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que te- nham competência penal; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhe- cida por decisão fundamentada. § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte NÃO ALTERA a or- dem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo re- tornará à mesma posição em que anteriormente se encon- trava na lista. § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou decomple- mentação da instrução; II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II (publicado o acórdão paradigma o órgão que proferiu o acórdão recorri- do, na origem, reexaminará o processo de competência origi- nária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julga- do, se o acórdão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior). FPPC382. (art. 12) No juízo onde houver cumulação de com- petência de processos dos juizados especiais com outros procedimentos diversos, o juiz poderá organizar duas listas cronológicas autônomas, uma para os processos dos juiza- dos especiais e outra para os demais processos. FPPC486. (art. 12; art. 489) A inobservância da ordem cro- nológica dos julgamentos NÃO IMPLICA, POR SI, A INVA- LIDADE DO ATO DECISÓRIO CAPÍTULO II DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Bra- sil seja parte. Art. 14. A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e será apli- cável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consoli- dadas sob a vigência da norma revogada Dia 1 - 17 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS: cada ato deve ser considerado isoladamente, devendo ser regido pela lei em vigor no momento de sua prática. Pelo SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSU- AIS, não é possível a lei nova retroagir para alcançar ato já praticado ou efeito dele decorrente; a lei nova só al- cança os próximos atos a serem praticados no processo. Fundamentos constitucionais para tal sistema: (i) princípio da segurança jurídica e a (ii) regra da irretroatividade das leis. STJ, REsp 1.404.79/SP: Ocorre que, por mais que a lei proces- sual seja aplicada imediatamente aos processos pendentes, deve-se ter conhecimento que o processo é constituído por inúmeros atos. Tal entendimento nos leva à chamada “Teo- ria dos Atos Processuais Isolados”, em que cada ato deve ser considerado separadamente dos demais para o fim de se determinar qual a lei que o rege, recaindo sobre ele a pre- clusão consumativa, ou seja, a lei que rege o ato processual é aquela em vigor no momento em que ele é praticado. Se- ria a aplicação do Princípio tempus regit actum. Com base neste princípio, temos que a lei processual atinge o processo no estágio em que ele se encontra, onde a incidência da lei nova não gera prejuízo algum às parte, respeitando-se a efi- cácia do ato processual já praticado. Dessa forma, a publica- ção e entrada em vigor de nova lei só atingem os atos ainda por praticar, no caso, os processos futuros, não sendo possí- vel falar em retroatividade da nova norma, visto que os atos anteriores de processos em curso não serão atingidos. Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos elei- torais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. JDPC3 As disposições do Código de Processo Civil aplicam- se supletiva e subsidiariamente ao Código de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei. Codigo Penãl CONCEITO DE DIREITO PENAL ASPECTO FORMAL/ ESTÁTICO Direito Penal é o conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como infrações penais, define os seus agentes e fixa sanções a serem-lhes aplicadas. ASPECTO MATERIAL O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e progresso da sociedade. ASPECTO SOCIOLÓGICO / DINÂMICO O Direito Penal é mais um instrumento de controle social, visando assegurar a necessária disciplina para a harmônica convivência dos membros da sociedade. Aprofundando o enfoque sociológico - A manutenção da paz social demanda a existência de normas destinadas a estabelecer diretrizes. - Quando violadas as regras de conduta, surge para o Estado o dever de aplicar sanções (civis ou penais). - Nessa tarefa de controle social atuam vários ramos do direito, como o Direito Civil, Direito Administrativo, etc. O Direito Penal é apenas um dos ramos do controle social. - Quando a conduta atenta contra bens jurídicos especialmente tutelados, merece reação mais severa por parte do Estado, valendo-se do Direito Penal. IMPORTANTE O que diferencia a norma penal das demais é a espécie de consequência jurídica, ou seja, pena privativa de liberdade (PPL) - O Direito Penal é norteado pelo princípio da intervenção mínima, só atuando quando os outros ramos do direito falham. DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA (CIÊNCIA PENAL) POLÍTICA CRIMINAL (CIÊNCIA POLÍTICA) Analisa os fatos humanos indese- jados, define quais devem ser rotula- dos como crime ou contravenção, anunciando as pe- nas. Ciência empírica que estuda o cri- me, o criminoso, a vítima e o com- portamento da sociedade. Trabalha as estraté- gias e os meios de controle social da criminalidade. Ocupa-se do crime enquanto NOR- MA. Ocupa-se do cri- me enquanto FATO social. Ocupa-se do crime enquanto VALOR. ex.: define como crime lesão no am- biente doméstico e familiar. ex.: quais fatores contribuem para a violência domésti- ca e familiar ex.: estuda como di- minuir a violência doméstica e familiar. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL Princípios relacionados com a MISSÃO FUNDAMENTAL DO DIREITO PENAL Princípio da EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS O direito penal deve servir apenas para proteger bens jurídicos relevantes, indis- pensáveis ao convívio da sociedade. Decorrência do princípio da ofensivi- dade. Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA O Direito Penal só deve ser aplicado Dia 1 - 18 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56 quando estritamente necessário, de modo que sua intervenção fica condicio- nada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter subsidiário), ob- servando somente os casos de relevan- te lesão ou perigo de lesão ao bem ju- rídico tutelado (caráter fragmentário). a) PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDA- DE (ou caráter fragmentário do Direito Penal): estabelece que nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que atentam contra valores fundamentais para a manutenção e o progresso do ser humano e da socie- dade. Em razão de seu caráter fragmen- tário, o Direito Penal é a última etapa de proteção do bem jurídico. Deve ser utili- zado no plano abstrato, para o fim de permitir a criação de tipos penais somen- te quando os demais ramos do Direito ti- verem falhado na tarefa de proteção de um bem jurídico. Refere-se, assim, à ativi- dade legislativa. FRAGMENTARIEDADE ÀS AVESSAS: si- tuações em que um comportamento inicialmente típico deixa de interessar ao Direito Penal, sem prejuízo da sua tutela pelos demais ramos do Direito. IMPORTANTE O princípio da insignifi- cância é desdobramento lógico da frag- mentariedade. b) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE: a atuação do Direito Penal é cabível unica- mente quando os outros ramos do Di- reito e os demais meios estatais de controle social tiverem se revelado im- potentes para o controle da ordem pú- blica. Assim, o Direito Penal funciona como um executor de reserva ( ultima ratio ) , entrando em cena somente quan- do outros meios estatais de proteção mais brandos, e, portanto, menos invasi- vos da liberdade individual não forem suficientes para a proteção do bem ju- rídico tutelado. Projeta-se no plano con- creto, isto é, em sua atuação prática o Direito Penal somente se legitima quan- do os demais meios disponíveis já tive- rem sido empregados, sem sucesso, para proteção do bem jurídico. Guarda rela- ção, portanto, com a tarefa de aplicação da lei penal. Princípios relacionados com o FATO DO AGENTE Princípio da EXTERIORIZAÇÃO
Compartilhar