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EXTENSIVO DEFENSORIA PÚBLICA ESTADUAL - 6A ED (2021)

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Dia 1
Constituição Federal: art. 1-4
LINDB 
Código de Processo Civil: art. 1° - 15
Código Penal: art. 1° - 12
Código de Processo Penal: art. 1° - 3-F
Controle de Leitura
Constituição Federãl
CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO
SOCIOLÓGICA
Lassalle
Soma dos fatores reais de poder.
“Mera folha de papel”
Para Lassale, coexistem em um Estado
duas Constituições: uma real, efetiva,
correspondente à soma dos fatores
reais de poder que regem este país; e
outra, escrita, que consistiria apenas
numa “folha de papel”.
POLÍTICA
Schimtt
Decisão política fundamental.
Diferenciava Constituição de lei
constitucional.
Constituição: decisão política
fundamental.
Lei constitucional: pode ou não
representar a Constituição, não
dizendo respeito à decisão política
fundamental.
A Constituição seria fruto da vontade
do povo, titular do poder
constituinte ; por isso mesmo é que
essa teoria é considerada
DECISIONISTA ou VOLUNTARISTA.
JURÍDICA
Kelsen
Norma hipotética fundamental.
Sentido lógico-jurídico: fundamento
transcendental de sua validade.
Norma hipotética fundamental.
Sentido jurídico-positivo: serve de
fundamento para as demais normas.
A Constituição é o pressuposto de
validade de todas as leis 
CULTURALISTA
Michele Ainis
Fato cultural, tomando por base os
direitos fundamentais pertinentes à
cultura
ABERTA
Peter Haberle
Pode ser interpretada por qualquer
do povo, não só pelos juristas
PLURALISTA
Gustavo Zagrebelsky
Princípios universais
FORÇA NORMATIVA 
DA CONSTITUIÇÃO
Konrad Hesse
Resposta à concepção sociológica de
Lassale.
A constituição escrita, por ter um
elemento normativo, pode ordenar e
conformar a realidade política e
social, ou seja, é o resultado da
realidade, mas também interage com
esta, modificando-a, estando aí
situada a força normativa da
Constituição.
ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES
ORGÂNICO Estrutura do estado
LIMITATIVOS
Direitos fundamentais – limitam
atuação estatal
SÓCIOIDEOLÓGICO
Equilíbrio entre ideias liberais e sociais
ao longo da CF.
DE ESTABILIZAÇÃO
Asseguram solução de conflitos
institucionais e protegem a integridade
da Constituição e do Estado
FORMAIS DE
APLICABILIDADE
Interpretação e aplicação da
Constituição
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
QUANTO AO 
CONTEÚDO
Constituição material: possui
apenas conteúdo constitucional.
Constituição formal: além de
possuir matéria constitucional,
possui outros assuntos. Não im-
porta o seu conteúdo, mas a for-
ma por meio da qual foi aprovada.
QUANTO À FORMA
Constituição escrita: é um docu-
mento formal, solene. 
OBS: Todas as Constituições brasi-
leiras foram escritas.
Constituição não-escrita (costu-
meira, consuetudinária ou his-
tórica): fruto dos costumes da so-
ciedade.
QUANTO AO MODO DE
ELABORAÇÃO
Constituição dogmática: fruto de
um trabalho legislativo específico.
Reflete os dogmas de um mo-
mento específico da história. 
OBS: Todas as Constituições brasi-
leiras foram dogmáticas.
Constituição histórica: fruto de
uma lenta evolução histórica.
 QUANTO À ORIGEM
Constituição promulgada (de-
mocrática ou popular): feita pe-
los representantes do povo. 
Brasil: CF-1891, CF-1934, CF-1946
e CF-1988.
Constituição outorgada (ou car-
ta constitucional): impostas ao
povo pelo governante. 
Brasil: CF-1824 (Dom Pedro I), CF-
1937 (Getúlio Vargas), CF-1967
(regime militar).
Dia 1 - 1
 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
Constituição cesarista (plebisci-
tária ou bonapartista): feita pelo
governante e submetida a apreci-
ação do povo mediante referendo.
Constituição pactuada (contra-
tual ou dualista): fruto do acordo
entre duas forças políticas de um
país.
Ex: Constituição Francesa de 1791.
QUANTO À
EXTENSÃO
Constituição sintética (breve,
sumária, sucinta, resumida, con-
cisa): trata apenas dos temas prin-
cipais. Ex: Constituição dos EUA.
Constituição analítica (longa,
volumosa, inchada, ampla, ex-
tensa, prolixa, desenvolvida, lar-
ga): entra em detalhes de certas
instituições. Ex: CF-1988.
QUANTO À 
IDEOLOGIA
Constituição ortodoxa (ou mo-
nista): fixa uma única ideologia
estatal.
Ex: Constituição chinesa, Consti-
tuição da ex-URSS.
Constituição eclética (ou com-
promissória): permite a combina-
ção de ideologias diversas.
QUANTO À FUNÇÃO
J.J.CANOTILHO
Constituição garantia (negativa
ou abstencionista): limita-se a fi-
xar os direitos e garantias funda-
mentais. É uma carta declaratória
de direitos.
Constituição dirigente (ou pro-
gramática): além de prever os di-
reitos e garantias fundamentais,
fixa metas estatais. Ex: art. 196, CF;
art. 205, CF; art. 7º, CF; art. 4º, pa-
rágrafo único, CF.
QUANTO À 
SISTEMATIZAÇÃO
Constituição unitária (codifica-
da, reduzida ou orgânica): for-
mada por um único documento.
Constituição variada (legal,
inorgânica ou esparsa): formada
por mais de um documento.
Art. 5º, § 3º, CF: Os tratados e con-
venções internacionais sobre di-
reitos humanos que forem apro-
vados, em cada Casa do Congres-
so Nacional, em 2 turnos, por 3/5
dos votos dos respectivos mem-
bros, serão equivalentes às emen-
das constitucionais.
ATENÇÃO: A CF/88 nasce como
uma Constituição unitária, mas
vem passando por um processo
de descodificação.
QUANTO AO 
SISTEMA
Constituição principiológica:
possui mais princípios do que re-
gras.
Paulo Bonavides entende que é o
caso da CF/1988.
Constituição preceitual: possui
mais regras do que princípios.
QUANTO À ESSÊNCIA
CRITÉRIO 
ONTOLÓGICO
KARL
 LOEWENSTEIN
http://www.ambito-juridico.-
com.br/site/index.php?
n_link=revista_artigos_leitura&a
rtigo_id=7593 
Constituição semântica: é a
Constituição cujas normas foram
elaboradas para a legitimação de
práticas autoritárias de poder; ge-
ralmente decorrem da usurpação
do Poder Constituinte do povo. Ex:
CF-1937, CF-1967.
Constituição nominal (ou nomi-
nalista): quando não há uma con-
cordância, absoluta, entre as nor-
mas constitucionais e as exigên-
cias do processo político, estas
não se adaptando àquelas, isto é,
se a dinâmica do processo político
não se adaptar às normas da
Constituição, esta será nominal. É
Constituição sem valor jurídico cu-
jas normas, na maior parte, são
ineficazes.
Constituição normativa: são
aquelas, que possuem valor jurídi-
co, cujas normas dominam o pro-
cesso político, logrando submetê-
lo à observação e adaptação de
seus termos; é aquela, na qual, há
uma adequação entre o texto e a
realidade social, o seu texto traduz
os anseios de justiça dos cidadãos,
sendo condutor dos processos de
poder. 
ATENÇÃO: Pedro Lenza afirma
que a Constituição brasileira está
caminhando da Constituição no-
minal para a normativa. Contudo,
a posição majoritária é de que a
constituição brasileira é norma-
tiva.
QUANTO À ORIGEM DE
SUA DECRETAÇÃO
JORGE MIRANDA
Constituição heterônoma (ou
heteroconstituição): feita em um
país para vigorar em outro país.
Constituição autônoma (homo-
constituição ou autoconstitui-
ção): feita em um país para nele
vigorar. É a regra geral.
Ex: Constituição brasileira.
CLASSIFICAÇÃO DE
RAUL MACHADO
 HORTA
Constituição expansiva: além de
ampliar temas já tratados, trata de
novos temas.
Ex: CF-1988.
Dia 1 - 2
 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
Constituição plástica: permite
sua ampliação por meio de leis in-
fraconstitucionais (segundo a lei,
nos termos da lei, etc.).
Ex: CF-1988.
QUANTO À 
ATIVIDADE 
LEGISLATIVA
Constituição-lei: a constituição é
tratada como uma lei qualquer.
Dá ampla liberdade ao legislador
ordinário.
Constituição-fundamento (cons-
tituição total ou ubiquidade
constitucional): a constituição
tenta disciplinar detalhes da vida
social. Dá uma pequena liberdade
ao legislador ordinário.
Constituição-moldura (Canoti-
lho: Constituição-quadro): como
a moldura de um quadro, a cons-
tituição fixa os limites de atuação
do legislador ordinário.
CONSTITUIÇÃO 
SIMBÓLICA
É a constituição cujo simbolismoé maior que seus efeitos práti-
cos. Para Marcelo Neves, a CF/88
é simbólica por ter um elevado
número de normas programáticas
e dispositivos de alto grau de abs-
tração. 
Marcelo Neves afirma que a cons-
titucionalização simbólica tem
como objetivos confirmar deter-
minados valores sociais, dese-
jando-se apenas uma vitória legis-
lativa e fortalecer a confiança do
cidadão no governo ou no Estado,
por meio da legislação álibi, por
meio da qual se esvaziam pres-
sões políticas e apresentam o Es-
tado como sensível a expectativas
dos cidadãos, porém sem efetivi-
dade. Por fim, teria como terceiro
objetivo adiar a solução de con-
flitos sociais, por meio de com-
promissos dilatórios, poster-
gando-se a verdadeira decisão
para o futuro.
QUANTO AO
CONTEÚDO 
IDEOLÓGICO
ANDRÉ RAMOS 
TAVARES
Constituição liberal: possui ape-
nas direitos individuais ou de 1a
dimensão (ex: vida, liberdade, pro-
priedade). O Estado tem o dever
principal de não fazer.
Ex: CF-1824, CF-1891.
Constituição social: além de di-
reitos individuais, prevê direitos
sociais ou de 2a dimensão (ex:
saúde, educação, moradia, alimen-
tação). O Estado tem o dever prin-
cipal de fazer.
Ex: CF-1934, CF-1946, CF-1967,
CF-1988.
SEGUNDO 
JORGE MIRANDA
Constituição provisória (ou pré-
constituição): possui duração re-
duzida, até que seja elaborada a
constituição definitiva.
Constituição definitiva: possui
prazo indeterminado de duração.
Ex: CF-1988.
CONSTITUIÇÃO 
BALANÇO OU 
REGISTRO
Periodicamente elabora-se uma
constituição, fazendo uma análise
do avanço social ocorrido nos
anos anteriores.
CONSTITUIÇÃO EM
BRANCO
Não prevê regras e limites para
o exercício do poder constituinte
derivado reformador.
QUANTO À RIGIDEZ
OU ESTABILIDADE
Constituição imutável (perma-
nente, granítica ou intocável):
não pode ser alterada, preten-
dendo-se eterna e fundando-se
na crença de que não haveria ór-
gão competente para proceder à
sua reforma. Pode estar relaciona-
da a fundamentos religiosos.
Ex: a CF-1824 foi imutável nos pri-
meiros 4 anos (limitação tempo-
ral).
Constituição rígida: possui um
processo de alteração mais rigo-
roso que o destinado às outras
leis.
Ex: CF-1988.
Constituição flexível: possui o
mesmo processo de alteração que
o destinado às outras leis. Os paí-
ses de constituição flexível não
possuem o controle de constituci-
onalidade.
Constituição transitoriamente
flexível: é a Constituição flexível
por algum período, findo o qual
se torna uma Constituição rígida.
Constituição semirrígida (ou se-
miflexível): parte dela é rígida e
parte é flexível.
Constituição fixa (ou silenciosa):
é aquela que nada prevê sobre
sua mudança formal, sendo alte-
rável somente pelo próprio poder
originário.
Constituição super-rígida: é a
Constituição rígida que possui
um núcleo imutável.
Dia 1 - 3
 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
CONSTITUIÇÃO
 DÚCTIL 
(CONSTITUIÇÃO 
SUAVE)
Idealizada pelo jurista italiano
Gustavo Zagrebelsky (constituzi-
one mite).
É aquela que não define ou
impõe uma forma de vida, mas
assegura condições possíveis
para o exercício dos mais varia-
dos projetos de vida. Reflete o
pluralismo ideológico, moral, po-
lítico e econômico existente na
sociedade. 
CONSTITUIÇÃO 
UNITEXTUAL OU 
ORGÂNICA
Rechaça a ideia de existência de
um bloco de constitucionalidade,
visto que a Constituição seria dis-
posta em uma estrutura docu-
mental única.
CONSTITUIÇÃO 
SUBCONSTITUCIONAL 
Constituição subconstitucional
admite a constitucionalização
de temas excessivos e o alça-
mento de detalhes e interesses
momentâneos ao patamar cons-
titucional.
Para Uadi Lammêgo Bulos, citan-
do Hild Krüger, as constituições
só devem trazer aquilo que inte-
ressa à sociedade como um
todo, sem detalhamentos inú-
teis.  Esse excesso de temas forma
as constituições substitucionais,
que são normas que, mesmo
elevadas formalmente ao pata-
mar constitucional, não o são,
porque encontram-se limitadas
nos seus objetivos. 
 CONSTITUIÇÃO 
PROCESSUAL, 
INSTRUMENTAL OU
FORMAL 
É um "instrumento de governo
definidor de competências, re-
gulador de processos e estabe-
lecedor de limites à acção políti-
ca" (Canotilho). Seu objetivo é
definir competências, para limi-
tar a ação dos Poderes Públicos,
além de representar apenas um
instrumento pelo qual se elimi-
nam conflitos sociais. 
CONSTITUIÇÃO CHAPA
BRANCA
http://bibliotecadigital.fgv.br/
dspace/bitstream/handle/
10438/10959/Resiliencia_consti-
tucional.pdf?sequence=3&isAl-
lowed=y 
O intuito principal da Constituição
é tutelar interesses e até mesmo
privilégios tradicionalmente re-
conhecidos aos integrantes e di-
rigentes do setor público.
A Constituição é fundamental-
mente um conjunto normativo
“destinado a assegurar posições
de poder a corporações e orga-
nismos estatais ou paraestatais.
É a visão da Constituição “chapa-
branca”, no sentido de uma “Lei
Maior da organização administra-
tiva”. Apesar da retórica relaciona-
da aos direitos fundamentais e
das normas liberais e sociais, o
núcleo duro do texto preserva
interesses corporativos do setor
público e estabelece formas de 
distribuição e de apropriação
dos recursos públicos entre vá-
rios grupos. 
Leitura socialmente pessimista da
Constituição que insiste na conti-
nuidade da visão estatalista-
patrimonialista da Constituição
e na centralidade do Poder Exe-
cutivo em detrimento tanto da
promessa democrática como da
tutela judicial dos direitos indi-
viduais. 
CONSTITUIÇÃO
UBÍQUA
http://bibliotecadigital.fgv.br/
dspace/bitstream/handle/
10438/10959/Resiliencia_consti-
tucional.pdf?sequence=3&isAl-
lowed=y 
Onipresença das normas e valores
constitucionais no ordenamento
jurídico. 
Parte-se da constatação de que os
conflitos forenses e a doutrina ju-
rídica foram impregnados pelo di-
reito constitucional. A referência a
normas e valores constitucionais é
um elemento onipresente no di-
reito brasileiro pós-1988. Essa
“panconstitucionalização” deve-se
ao caráter detalhista da Constitui-
ção, que incorporou uma infinida-
de de valores substanciais, princí-
pios abstratos e normas concretas
em seu programa normativo. 
CONSTITUIÇÃO 
LIBERAL-PATRIMONIA-
LISTA
http://bibliotecadigital.fgv.br/
dspace/bitstream/handle/
10438/10959/Resiliencia_consti-
tucional.pdf?sequence=3&isAl-
lowed=y 
Objetiva preponderantemente
garantir os direitos individuais,
preservando fortes garantias ao
direito de propriedade e procu-
rando limitar a intervenção estatal
na economia. 
CONSTITUIÇÃO
 PRINCIPIOLÓGICA E
JUDICIALISTA 
http://bibliotecadigital.fgv.br/
dspace/bitstream/handle/
10438/10959/Resiliencia_consti-
tucional.pdf?sequence=3&isAl-
lowed=y 
Leitura da Constituição de 1988
com base nas seguintes caracte-
rísticas: 
1) importância crucial dos direi-
tos fundamentais, incluindo os
sociais, sendo a Constituição de
1988 um texto denso exigente, li-
mitando a liberdade do legislador
e impondo sua implementação;  
2) centralidade dos princípios
constitucionais que se multipli-
cam e adquirem relevância prática
e aplicabilidade imediata, desde
Dia 1 - 4
 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
que sejam adotados métodos de
interpretação abertos, evolutivos e
desvinculados da textualidade das
regras, em particular a pondera-
ção de princípios e/ou valores;
3) importância do Poder Judiciá-
rio que se torna protagonista da
Constituição de 1988, em razão
da ampliação e da intensificação
do controle de constitucionalida-
de e da incumbência de imple-
mentar o projeto constitucional
mediante aplicação de métodos
“abertos” de interpretação. 
CONSTITUIÇÃO ORAL
É “aquela em que o chefe supre-
mo de um povo reclama, de viva
voz, o conjunto de normas que
deverão reger a vida em comuni-
dade” (BULOS, 2014, p. 108). 
CONSTITUIÇÃO
 INSTRUMENTALPara Uadi Lammêgo Bulos, “é
aquela em que suas normas equi-
valem a leis processuais. Seu obje-
tivo é definir competências, para
limitar a ação dos Poderes Públi-
cos” (BULOS, 2014, p. 108). 
TRANSCONSTITUCIO-
NALISMO
é fenômeno pelo qual diversas or-
dens jurídicas de um mesmo Esta-
do, ou de Estados diferentes, se
entrelaçam para resolver proble-
mas constitucionais” (BULOS,
2014, p. 90). 
CONSTITUIÇÃO.COM
“crowdsourcing” 
“É aquela cujo projeto conta a
opinião maciça dos usuários da
internet, que, por meio de sites de
relacionamentos, externam seu
pensamento a respeito dos temas
a serem constitucionalizados. Foi a
Islândia que, pioneiramente, no
ano de 2011, fez uma ‘consti-
tuição.com’ (crowdsourcing)” (BU-
LOS, 2014, p. 112). 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
JURÍDICO/
HERMENÊUTICO
CLÁSSICO
Ernerst Fosthoff
Identidade entre Constituição e Leis.
Utiliza critérios de Savigny
TÓPICO
PROBLEMÁTICO
Theodor Viehweg
Problema-norma.
Estudo da norma através de um
problema
HERMENÊUTICO
CONCRETIZADOR
Konrad Hesse
Norma-problema.
Parte-se de pré-compreensões para
se chegar ao sentido da norma.
Interpretação concretizadora.
Constituição tem força para
compreender e alterar a realidade.
NORMATIVO
ESTRUTURANTE 
Frederic Muller
Parte-se do direito positivo para se
chegar à norma.
Colhe elementos da realidade
social para se chegar à norma
CIENTÍFICO
ESPIRITUAL
Ruldof Smend
Não utiliza-se apenas valores
consagrados na Constituição, mas
também valores extra-
constitucionais, como a realidade
social e cultura do povo.
Interpretação sistêmica.
CONCRETISTA DA
CONSTITUIÇÃO
ABERTA
Peter Haberle
Interpretação por todo o povo,
não apenas pelos juristas
COMPARAÇÃO
Peter Haberle
Comparar com as diversas
Constituições.
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
 PRINCÍPIO DA
SUPREMACIA DA
CONSTITUIÇÃO
Toda interpretação constitucional se
assenta no pressuposto da
superioridade jurídica da
Constituição sobre os demais atos
normativos no âmbito do Estado.
Assim, em razão da supremacia
constitucional, nenhum ato
jurídico ou manifestação de
vontade pode subsistir
validamente se for incompatível
com a Lei Fundamental. 
Em razão da superlegalidade formal
(Constituição como fonte primária
da produção normativa,
identificando competências e
procedimentos para a elaboração
dos atos normativos inferiores) e
material da Constituição (subordina
o conteúdo de toda a atividade
normativa estatal à conformidade
com os princípios e regras da
Constituição), surge o controle de
constitucionalidade ( judicial review ) ,
que nada mais é do que uma técnica
de atuação da supremacia da
Constituição.
PRINCÍPIO DA
PRESUNÇÃO DE
CONSTITUCIONALID
ADE DAS LEIS E DOS
ATOS DO PODER
PÚBLICO
a) Não sendo evidente a
inconstitucionalidade, havendo
dúvida ou a possibilidade de
razoavelmente se considerar a
norma como válida, deve o órgão
competente abster-se da
declaração de
inconstitucionalidade.
b) Havendo alguma interpretação
Dia 1 - 5
 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
possível que permita afirmar-se a
compatibilidade da norma com a
Constituição, em meio a outras que
carreavam para ela um juízo de
invalidade, deve o intérprete optar
pela interpretação legitimadora,
mantendo o preceito em vigor.
O princípio da presunção de
constitucionalidade das leis e dos
atos do Poder Público (presunção
juris tantum ) é uma decorrência do
princípio geral da separação dos
Poderes e funciona como fator de
autolimitação da atividade do
Judiciário que, em reverência à
atuação dos demais Poderes,
somente deve invalidar os atos
diante de casos de
inconstitucionalidade flagrante e
incontestável. 
PRINCÍPIO DA
INTERPRETAÇÃO
CONFORME A
CONSTITUIÇÃO
Diante de normas plurissignificativas
ou polissêmicas (que possuem mais
de uma interpretação), deve-se
preferir a exegese que mais se
aproxime da Constituição (ainda que
não seja a que mais obviamente
decorra de seu texto) e, portanto,
que não seja contrária ao texto
constitucional. 
PRINCÍPIO DA
UNIDADE DA
CONSTITUIÇÃO
A Constituição deve ser sempre
interpretada em sua globalidade,
como um todo, e, assim, as
aparentes antinomias deverão ser
afastadas.
As normas deverão ser vistas como
preceitos integrados (interpretação
sistêmica) em um sistema unitário de
regras e princípios.
PRINCÍPIO DO
EFEITO INTEGRADOR
OU DA EFICÁCIA
INTEGRADORA
Na resolução dos problemas
jurídico-constitucionais deve dar-se
primazia aos critérios ou pontos de
vista que favoreçam a integração 
política e social e o reforço da
unidade política, ou seja, as normas
constitucionais devem ser
interpretadas com o objetivo de
integrar política e socialmente o
povo de um Estado Nacional
 PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDA
DE OU
RAZOABILIDADE
Consubstancia uma pauta de
natureza axiológica que emana
diretamente das ideias de justiça,
equidade, bom senso, prudência,
moderação, justa medida, proibição
de excesso, direito justo e valores
afins; precede e condiciona a
positivação jurídica, inclusive de
âmbito constitucional; e, ainda,
enquanto princípio geral do direito,
serve de regra de interpretação para
todo o ordenamento jurídico.
Tal princípio exige a tomada de
decisões racionais, não abusivas, e
que respeitem os núcleos essenciais
de todos os direitos fundamentais.
Como parâmetro, é possível destacar
a necessidade de preenchimento de
3 importantes elementos:
a) Necessidade/exigibilidade: a
adoção da medida que possa
restringir direitos só se legitima se
indispensável para o caso concreto e
não se puder substituí-la por outra
menos gravosa.
b)Adequação/pertinência/
idoneidade: o meio escolhido deve
atingir o objetivo perquirido.
c) Proporcionalidade em sentido
estrito: sendo a medida necessária e
adequada, deve-se investigar se o
ato praticado, em termos de
realização do objetivo pretendido,
supera a restrição a outros valores
constitucionalizados. Podemos falar
em máxima efetividade e mínima
restrição.
PRINCÍPIO DA
MÁXIMA
EFETIVIDADE
Também chamado de princípio da
eficiência ou da interpretação
efetiva.
Deve ser entendido no sentido de a
norma constitucional ter a mais
ampla efetividade social. 
 PRINCÍPIO DA
FORÇA NORMATIVA
Os aplicadores da Constituição, entre
as interpretações possíveis, devem
adotar aquela que garanta maior
eficácia, aplicabilidade e
permanência das normas
constitucionais, conferindo-lhes
sentido prático e concretizador, em
clara relação com o princípio da
máxima efetividade ou eficiência.
PRINCÍPIO DA
JUSTEZA OU DA
CONFORMIDADE
(EXATIDÃO OU
CORREÇÃO)
FUNCIONAL
O STF, ao concretizar a norma
constitucional, será responsável por
estabelecer a força normativa da
Constituição, não podendo alterar a
repartição d e funções 
constitucionalmente estabelecidas
pelo constituinte originário, como
é o caso da separação de poderes,
no sentido de preservação do Estado
de Direito.
O seu intérprete final não pode
chegar a um resultado que
subverta ou perturbe o esquema
organizatório-funcional
constitucionalmente estabelecido.
Dia 1 - 6
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PRINCÍPIO DA
CONCORDÂNCIA
PRÁTICA OU
HARMONIZAÇÃO
Partindo da ideia de unidade da
Constituição, os bens jurídicos
constitucionalizados deverão
coexistir de forma harmônica na
hipótese de eventual conflito ou
concorrência entre eles, buscando, 
assim, evitar o sacrifício (total) de um
princípio em relação a outro em
choque. O fundamento da ideia de
concordância decorre da inexistência
de hierarquia entre os princípios.
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem-
bleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Demo-
crático,destinado a assegurar o exercício dos direitos soci-
ais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores su-
premos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem pre-
conceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na
ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a se-
guinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRA-
SIL.
O preâmbulo da CR/88 NÃO PODE, por si só, servir de pa-
râmetro de controle da constitucionalidade de uma nor-
ma.
O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos
filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, dessa for-
ma, norteia a interpretação do texto constitucional.
Em termos estritamente formais, o Preâmbulo constitui-se
em uma espécie de introdução ao texto constitucional,
um resumo dos direitos que permearão a textualização a
seguir, apresentando o processo que resultou na elaboração
da Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma
nação.
O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88
constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior
e garante a instalação e asseguramento jurídico dos di-
reitos listados em seguida e até então não dotados de for-
ça normativa constitucional suficiente para serem respeita-
dos, sendo eles o exercício dos direitos sociais e individuais,
a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a
igualdade e a justiça.
Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâmbulo se
configura como um elemento que serve de manifesto à
continuidade de todo o ordenamento jurídico ao conec-
tar os valores do passado - a situação de início que moti-
vou a colocação em marcha do processo legislativo - com o
futuro - a exposição dos fins a alcançar -, descrição da situa-
ção que se aspira a chegar.
A invocação à proteção de Deus NÃO TEM força normati-
va, NÃO sendo norma de reprodução obrigatória na
Constituição Estadual.
A invocação a Deus, presente no preâmbulo da CF/88, reflete
um sentimento religioso. Isso não faz, contudo, que o Bra-
sil deixe de ser um Estado laico.
O preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política
e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, não
contém relevância jurídica, não tem força normativa,
sendo mero vetor interpretativo das normas constitucio-
nais, não servindo como parâmetro para o controle de cons-
titucionalidade (STF).
N ão tem força normativa , embora provenha do mesmo
poder constituinte originário que elaborou toda a
constituição
É destituído de qualquer cogência (MS 24.645 MC/DF);
NÃO INTEGRA o bloco de constitucionalidade;
Não cria direitos nem estabelece deveres;
Seus princípios não prevalecem diante do texto expresso da
constituição;
NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO
TESE DA
IRRELEVÂNCIA
JURÍDICA
O preâmbulo situa-se no DOMÍNIO DA
POLÍTICA, sem relevância jurídica
(STF).
ATENÇÃO: apesar de o preâmbulo não
possuir força normativa, ele traz as
intenções, o sentido, a origem, as
justificativas, os objetivos, os valores e os
ideais de uma Constituição, servindo de
vetor interpretativo. Trata-se, assim, de
um referencial interpretativo-
valorativo da Constituição.
TESE DA PLENA
EFICÁCIA
O preâmbulo tem a mesma eficácia
jurídica das normas constitucionais,
sendo, porém, apresentado de forma
não articulada.
TESE DA
RELEVÂNCIA
JURÍDICA
INDIRETA
Ponto intermediário entre as duas, já
que, muito embora participe "das
características jurídicas da Constituição'',
não deve ser confundido com o
articulado
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais 
PRINCÍPIOS REGRAS
Normas mais amplas,
abstratas, genéricas.
Normas mais específicas,
delimitadas, determinadas.
Alexy: princípios são
MANDAMENTOS DE
OTIMIZAÇÃO, que devem ser
cumpridos na maior
intensidade possível.
Dworkin: princípios são
mandamentos normativos
aplicados na DIMENSÃO DE
PESO ou DE IMPORTÂNCIA. 
Alexy: são MANDADOS DE
DEFINIÇÃO.
Devem ser cumpridas
integralmente (all or
nothing).
Dia 1 - 7
 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
Em caso de colisão, resolve-se
pela PONDERAÇÃO. 
Em caso de colisão, resolve-
se pela DIMENSÃO DE
VALIDADE.
Ex: dignidade da pessoa
humana.
Ex: eleição para Presidente da
República.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fede-
ral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como FUNDAMENTOS (SO-CI-DI-VA-PLU):
I - a SOberania;
II - a CIdadania
III - a DIgnidade da pessoa humana;
IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o PLUralismo político.
Parágrafo único. TODO O PODER EMANA DO POVO, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES – art. 1°, CF
PRINCÍPIO REPUBLICANO “A República”
PRINCÍPIO FEDERATIVO
“Federativa do Brasil, formada
pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do
Distrito Federal”
PRINCÍPIO DO ESTADO 
DEMOCRÁTICO DE DIREITO
“constitui-se em Estado De-
mocrático de Direito”
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da República
Federativa do Brasil (regra do verbo):
I - CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária;
II - GARANTIR o desenvolvimento nacional;
III - ERRADICAR a pobreza e a marginalização e REDUZIR
as desigualdades sociais e regionais;
IV - PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de ori-
gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação. 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
ções internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da huma-
nidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in-
tegração econômica, política, social e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação de uma comunidade la-
tino-americana de nações.
Deçreto-Lei n 4.657º
Lei de Introdução ãs Normãs do 
Direito Brãsileiro
Art. 1o  Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em
todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada -
PRINCÍPIO DA VIGÊNCIA SINCRÔNICA 
§ 1o § 1o  Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei
brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de ofici-
almente publicada. 
ENTRADA EM VIGOR
BRASIL ESTADO ESTRANGEIRO
45 dias, salvo disposição em
contrário
3 meses
§ 3o  Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publi-
cação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo
e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova pu-
blicação.
§ 4o  As correções a texto de lei já em vigor CONSIDERAM-
SE LEI NOVA.
LC 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma
expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que
dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula
"entra em vigor na data de sua publicação" para as leis
de pequena repercussão.
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis
que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclu-
são da data da publicação e do último dia do prazo, en-
trando em vigor no dia subsequente à sua consumação 
integral.
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão
Dia 1 - 8
 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o
número de) dias de sua publicação oficial’ 
Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei terá
vigor até que outra a modifique ou revogue [PRINCÍPIO
DA CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA]
§ 1o  A lei posteriorrevoga a anterior quando expressa-
mente o declare, quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior.
§ 2o  A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou espe-
ciais a par das já existentes, NÃO REVOGA NEM MODIFICA
a lei anterior.
REVOGAÇÃO TOTAL Ab-rogação
REVOGAÇÃO PARCIAL Derrogação
REVOGAÇÃO EXPRESSA OU
POR VIA DIRETA
A lei nova taxativamente de-
clara revogada a lei anterior
ou aponta os dispositivos
que pretende retirar
REVOGAÇÃO TÁCITA OU
POR VIA OBLÍQUA
A lei posterior é incompatível
com a anterior, não havendo
previsão expressa no texto a
respeito da sua revogação
Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. –
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020
§ 3o  Salvo disposição em contrário, a lei revogada NÃO SE
RESTAURA por ter a lei revogadora perdido a vigência.
(REPRISTINAÇÃO)
REPRISTINAÇÃO
EFEITO REPRISTINATÓRIO/ 
REPRISTINAÇÃO OBLÍQUA
OU INDIRETA
É um fenômeno legislativo no
qual há a entrada novamen-
te em vigor de uma norma
efetivamente revogada,
pela revogação da norma
que a revogou. 
A repristinação deve ser ex-
pressa dada a dicção do arti-
go 2º, § 3º da LICC 
É a reentrada em vigor de
norma aparentemente revo-
gada, ocorrendo quando uma
norma que a revogou é de-
clarada inconstitucional.
STF: “A declaração de in-
constitucionalidade em tese
encerra um juízo de exclu-
são, que, fundado numa
competência de rejeição de-
ferida ao STF, consiste em re-
mover do ordenamento posi-
tivo a manifestação estatal
inválida e desconforme ao
modelo plasmado na Carta
Política, com todas as conse-
quências daí decorrentes, in-
clusive a plena restauração
de eficácia das leis e das
normas afetadas pelo ato
declarado inconstitucional”
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Art. 3o  Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que
não a conhece [PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA
NORMA]
CORRENTES DOUTRINÁRIAS QUE PROCURAM JUSTIFI-
CAR O CONTEÚDO DA NORMA
TEORIA DA FICÇÃO
 LEGAL
A obrigatoriedade foi instituída
pelo ordenamento para a segu-
rança jurídica
TEORIA DA PRESUNÇÃO 
ABSOLUTA
Haveria uma dedução iure et de
iure de que todos conhecem as
leis
TEORIA DA 
NECESSIDADE SOCIAL
Amparada, segundo Maria Hele-
na Diniz, na premissa “de que as
normas devem ser conhecidas
para que melhor sejam observa-
das”, a gerar o princípio da vi-
gência sincrônica da lei
Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. –
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020
Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais
de direito.
Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a
que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeita-
dos o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julga-
da.
§ 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já consumado se-
gundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que o seu
titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles
cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condi-
ção pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.  
§ 3º Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a decisão ju-
dicial de que já não caiba recurso.
Art. 7o  A lei do país em que domiciliada a pessoa determi-
na as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o
nome, a capacidade e os direitos de família 
Estatuto pessoal: Pressupõe compatibilidade interna,
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 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
chamada de filtragem constitucional. Somente é possível
aplicar a lei do domicílio se houver compatibilidade com
o ordenamento interno.
§ 1o  Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a
lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às for-
malidades da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante
autoridades diplomáticas ou consulares DO PAÍS DE AMBOS
os nubentes.
§ 3o  Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de
invalidade do matrimônio a lei do 1° domicílio conjugal.
§ 4o  O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei
do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este
for diverso, a do 1° domicílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro,
pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer
ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se
apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial
de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta ado-
ção ao competente registro.
§ 6º  O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos
os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil
depois de 1 ano da data da sentença, salvo se houver sido
antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em
que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as
condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estran-
geiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu
regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do in-
teressado, decisões já proferidas em pedidos de homologação
de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de
que passem a produzir todos os efeitos legais. 
Com a Emenda Constitucional 66, de 13 de julho de 2010,
que instituiu o divórcio direto, a homologação de sentença
estrangeira de divórcio para alcançar eficácia plena e
imediata não mais depende de decurso de prazo, seja de um
ou três anos, bastando a observância das condições gerais
estabelecidas na Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro (LINDB) e no Regimento Interno do STJ.(SEC
4.445/EX, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, CORTE ESPECIAL,
julgado em 06/05/2015, DJe 17/06/2015)
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 7o  Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da famí-
lia estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados,
e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 8o  Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á
domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que
se encontre.
Art. 8O  [LEX SITUA] Para qualificar os bens e regular as rela-
ções a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que
estiverem situados.
§ 1o  Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o
proprietário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se
destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2o  O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a
pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
Art. 9o  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei
do país em que se constituírem.
§ 1o  Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e
dependendo de forma essencial, será esta observada, admiti-
das as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requi-
sitos extrínsecos do ato.
§ 2o  A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída
no lugar em que residir o proponente.
Art. 9, LINDB Art. 435, CC
Para qualificar e reger as
obrigações, aplicar-se-á a lei
do país em que se constitu-
írem
Reputar-se-á celebrado o
contrato no lugar em que
foi proposto. 
norma de direito
internacional privado 
norma de direito interno 
aplicado a contratos em que
as partes estão em Estados
diferentes 
 aplicada às partes residentes
no Brasil. 
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Art.  10.  A SUCESSÃO POR MORTE OU POR AUSÊNCIA obe-
dece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o de-
saparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos
bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País,
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge
ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sem-
pre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de
cujus. 
Na forma do art. 10, §1º, da LINDB e art. 5º, XXXI, da CF88,aplicar-se-á nesse processo a norma mais benéfica, entre a
brasileira e a do domicílio do de cujus, ao cônjuge ou filhos
brasileiros, ou daqueles que os representem. A doutrina vem
denominando esta situação de Princípio do Prélèvement.
(FIGUEIREDO, Luciano e FIGUEIREDO, Roberto. Direito Civil.
6ª ed. Bahia: Juspodivm, 2016, p. 77).
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 2o  A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a
capacidade para suceder.
LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO
DA PESSOA
Começo e fim da
personalidade
Nome
Capacidade
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 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
Direitos de família 
Penhor
LEI DO PAÍS DA SITUAÇÃO
DOS BENS
Qualificar os bens e regular
as relações a eles concer-
nentes
LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO
DO PROPRIETÁRIO
Bens móveis que ele trouxer
ou se destinarem a trans-
porte para outros lugares
LEI DO PAÍS EM QUE SE
CONSTITUÍREM
Qualificar e reger as obriga-
ções
LEI DO PAÍS EM QUE 
DOMICILIADO O DEFUNTO
OU O DESAPARECIDO
Sucessão por morte ou por
ausência
Art. 11.  As organizações destinadas a fins de interesse coleti-
vo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Es-
tado em que se constituírem.
§ 1o  Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais, agências ou
estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos apro-
vados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 2o  Os Governos estrangeiros, bem como as organizações
de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou
hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir
no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação.
§ 3o  Os Governos estrangeiros podem adquirir a proprieda-
de dos prédios necessários à sede dos representantes di-
plomáticos ou dos agentes consulares.  
Art. 12.  É competente a autoridade judiciária brasileira,
quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser
cumprida a obrigação.
§ 1o  Só à autoridade judiciária brasileira compete conhe-
cer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o
exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira,
as diligências deprecadas por autoridade estrangeira compe-
tente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligên-
cias.
Art.  13.  A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro
rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios
de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros pro-
vas que a lei brasileira desconheça.
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual,
estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a
vigência, se assim o juiz determinar.
Art. 14.  Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir
de quem a invoca prova do texto e da vigência.
Art. 15.  Será executada no Brasil a sentença proferida no
estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente veri-
ficado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo STJ. 
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no
Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a
concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo
disposição em sentido contrário de lei ou tratado.
A lei ou tratado internacional poderá facilitar ou dispensar a
homologação de sentença estrangeira ou a concessão do
exequatur. Ex: a sentença estrangeira de divórcio consensual
produz efeitos no Brasil, independentemente de
homologação pelo STJ (§ 5º do art. 961 do CPC/2015).
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
REQUISITOS PARA HOMOLOGAÇÃO 
DE DECISÃO ESTRANGEIRA
LINDB CPC/15
a) haver sido proferida por
juiz competente;
b) terem sido as partes cita-
das ou haver-se legalmente
verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e
estar revestida das formalida-
des necessárias para a execu-
ção no lugar em que foi pro-
ferida;
d) estar traduzida por intér-
prete autorizado;
e) ter sido homologada pelo
STJ. 
I - ser proferida por
autoridade competente; 
II - ser precedida de citação
regular, ainda que verificada
a revelia; 
III - ser eficaz no país em que
foi proferida;
IV - não ofender a coisa
julgada brasileira; 
V - estar acompanhada de
tradução oficial, salvo
disposição que a dispense
prevista em tratado; 
VI - não conter manifesta
ofensa à ordem pública.
Art. 16.  Quando, nos termos dos artigos precedentes, se hou-
ver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição
desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a
outra lei.
A TEORIA DO REENVIO, também conhecida como TEORIA
DO RETORNO ou DA DEVOLUÇÃO é uma forma de inter-
pretação de normas do Direito Internacional Privado, de
forma que haja substituição da lei nacional pela lei es-
trangeira, de modo pelo qual seja desprezado o elemento
de conexão da ordenação nacional, dando preferência ao
Dia 1 - 11
 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
apontado pelo ordenamento jurídico alienígena.
Esse instituto é utilizado sempre que ocorrer problemas
nas interpretações de ordem internacional, servindo
como meio importante de resolução de conflitos, e sem-
pre que for necessário que o juiz aplique direito estrangeiro.
O reenvio é uma interpretação que desconsidera a norma
material da regra de conexão e aplica o direito internacional
privado estrangeiro para chegar à nova norma material, ge-
ralmente de âmbito nacional.
O reenvio pode ser dividido em 3 graus:
1° grau: consiste em dois países, onde o primeiro remete
uma legislação ao segundo país, que por sua vez reenvia ao
primeiro;
2° grau: compõe-se por três países, onde o primeiro envia
sua legislação ao segundo que a reenvia ao terceiro; 
3° grau: formado por quatro países, no qual o primeiro re-
mete a legislação ao segundo, que por sua vez encaminha
ao terceiro e finalmente reenvia ao quarto.
Nesse sentido, o artigo 16 da LINDB proíbe o juiz nacional
de aplicar o reenvio, cabendo apenas a aplicação do Direito
Internacional Privado brasileiro para determinar o direito
material cabível, ficando a cargo de estrangeiro, se houver, a
aplicação do reenvio.
*http://sabendoodireito.blogspot.com/2013/12/reenvio-artigo-16.html?m=1 
Art. 17.  As leis, atos e sentenças de outro país, bem como
quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no
Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem
pública e os bons costumes.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autori-
dades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e
os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o re-
gistro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou
brasileira nascido no país da sede do Consulado.  
§ 1º  As autoridades consulares brasileiras também poderão
celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de
brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do
casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, de-
vendo constar da respectiva escritura pública as disposições
relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão
alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônju-
ge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adota-
do quando se deu o casamento
§ 2o  É INDISPENSÁVEL a assistência de advogado, devida-
mente constituído, que se dará mediante a subscrição de peti-
ção, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma
delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazen-
do necessário que a assinatura do advogado conste da escri-
tura pública.  
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo
anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do
Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que
satisfaçam todos os requisitos legais.Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos ti-
ver sido recusada pelas autoridades consulares, com funda-
mento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é
facultado renovar o pedido dentro em 90 dias contados da
data da publicação desta lei. 
Art. 20.  Nas esferas administrativa, controladora e judicial,
não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos
sem que sejam consideradas as consequências práticas da
decisão.
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a
adequação da medida imposta ou da invalidação de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive
em face das possíveis alternativas.
Art. 21.  A decisão que, nas esferas administrativa, controla-
dora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato,
ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de
modo expresso suas consequências jurídicas e administra-
tivas.
Parágrafo único.  A decisão a que se refere o caput deste arti-
go deverá, quando for o caso, indicar as condições para
que a regularização ocorra de modo proporcional e equâ-
nime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo
impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em fun-
ção das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
Art. 22.  Na interpretação de normas sobre gestão pública,
serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais
do gestor e as exigências das políticas públicas a seu car-
go, sem prejuízo dos direitos dos administrados.
§ 1º  Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade
de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, se-
rão consideradas as circunstâncias práticas que houverem im-
posto, limitado ou condicionado a ação do agente.
§ 2º  Na aplicação de sanções, serão consideradas a nature-
za e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
provierem para a administração pública, as circunstâncias
agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
§ 3º  As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta
na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e rela-
tivas ao mesmo fato.
Art. 23.  A decisão administrativa, controladora ou judicial
que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre
norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou
novo condicionamento de direito, deverá prever regime de
transição quando indispensável para que o novo dever ou
condicionamento de direito seja cumprido de modo pro-
porcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interes-
ses gerais.
Art. 24.  A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou
judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo
ou norma administrativa cuja produção já se houver com-
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 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
pletado levará em conta as orientações gerais da época,
sendo vedado que, com base em mudança posterior de
orientação geral, se declarem inválidas situações plena-
mente constituídas.
Parágrafo único.  Consideram-se orientações gerais as inter-
pretações e especificações contidas em atos públicos de cará-
ter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majo-
ritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada
e de amplo conhecimento público.
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou
situação contenciosa na aplicação do direito público, inclu-
sive no caso de expedição de licença, a autoridade adminis-
trativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o
caso, após realização de consulta pública, e presentes razões
de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os
interessados, observada a legislação aplicável, o qual só pro-
duzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
§ 1º  O compromisso referido no caput deste artigo:
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, efici-
ente e compatível com os interesses gerais;
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever
ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação
geral;
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o
prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em
caso de descumprimento.
Art. 27.  A decisão do processo, nas esferas administrativa,
controladora ou judicial, poderá impor compensação por
benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos re-
sultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
§ 1º  A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas
previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se
for o caso, seu valor.
§ 2º  Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser ce-
lebrado compromisso processual entre os envolvidos.
Art. 28.  O agente público responderá pessoalmente por
suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro
grosseiro.
Art. 29.  Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos nor-
mativos por autoridade administrativa, salvo os de mera or-
ganização interna, poderá ser precedida de consulta pública
para manifestação de interessados, preferencialmente por
meio eletrônico, a qual será considerada na decisão
§ 1º  A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará
o prazo e demais condições da consulta pública, observadas
as normas legais e regulamentares específicas, se houver.
Art. 30.  As autoridades públicas devem atuar para aumen-
tar a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive
por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respos-
tas a consultas.
Parágrafo único.  Os instrumentos previstos no caput deste
artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou en-
tidade a que se destinam, até ulterior revisão.
Codigo de Proçesso Civil
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 
NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
DEVIDO
PROCESSO LEGAL
Art. 5º, LIV.
Assegura que ninguém perca os
seus bens ou a sua liberdade sem
que sejam respeitadas a lei e as ga-
rantias processuais inerentes ao
processo. Pode ser substancial ou
processual.
ACESSO À
JUSTIÇA
Art. 5º, XXXV.
A lei não pode excluir da aprecia-
ção do Judiciário nenhuma lesão
ou ameaça de lesão a direito. E o
Judiciário deve responder a todos
os requerimentos a ele dirigidos
(ação em sentido amplo). 
CONTRADITÓRIO
Art. 5º, LV. 
Deve-se dar ciência aos participan-
tes do processo de tudo o que nele
ocorre, dando-lhes oportunidade
de se manifestar e de se opor aos
requerimentos do adversário
DURAÇÃO
RAZOÁVEL DO
PROCESSO
Art. 5º, LXXVIII.
Princípio dirigido ao legislador e ao
juiz. Ao legislador, a fim de que, na
edição de leis processuais, cuide
para que o processo chegue ao fim
almejado no menor tempo possível
e com a maior economia de esfor-
ços e gastos. Ao juiz, a fim de que
conduza o processo com toda a
presteza possível.
ISONOMIA
Art. 5º, caput e inc. I.
Também dirigida ao legislador e ao
juiz, exige que a lei e o Judiciário
tratem igualmente os iguais e desi-
gualmente os desiguais na medida
da sua desigualdade (isonomia
real).
IMPARCIALIDADE
DO JUIZ
Art. 5º, LIII e XXXVII.
Para toda causa há um juiz natural,
apurado de acordo com regras pre-
viamente existentes no ordena-
mento jurídico. Em razão disso, é
vedada a criação de juízos ou tribu-
nais de exceção.
DUPLO GRAU DE
JURISDIÇÃO
Não tem previsão expressa.
Conquanto não previsto, decorre
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 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
implicitamente da adoção, pela CF,
de um sistema de juízos e tribunais
que julgam recursos contra deci-
sões inferiores. No entanto, nada
impede que, em algumas circuns-
tâncias, não exista o duplo grau.
PUBLICIDADE
DOS ATOS
PROCESSUAIS
Art. 5º, LX, que atribui à lei a regu-
lamentação dos casos de sigilo (art.
189 do CPC).
Os atos processuais são públicos, o
que é necessário para assegurar a
transparência da atividade jurisdici-
onal. A Constituição atribui à lei a
regulamentação dos casos de
sigilo, quando a defesa da intimida-
de ou o interesse público ou social
o exigirem. Tal regulamentação foi
feita no art. 189 do CPC
MOTIVAÇÃO DAS
DECISÕES
Art. 93, IX.
Tambémpara que haja transparên-
cia da atividade judiciária, há ne-
cessidade de que todas as decisões
dos juízos e tribunais sejam moti-
vadas, para que os litigantes, os ór-
gãos superiores e a sociedade pos-
sam conhecer a justificação para
cada uma das decisões.
PRINCÍPIOS INFRACONSTITUCIONAIS
DO PROCESSO CIVIL
DISPOSITIVO
Não há dispositivo específico.
Nos processos que versam sobre
interesses disponíveis, as partes po-
dem transigir, o autor pode renun-
ciar ao direito e o réu pode reco-
nhecer o pedido. Cumpre ao inte-
ressado ajuizar a demanda e definir
os limites objetivos e subjetivos da
lide. Mas, no que concerne à con-
dução do processo e à produção
de provas, vigora o princípio inqui-
sitivo, por força do art. 370 do CPC,
sendo supletivas as regras do ônus
da prova.
IMEDIAÇÃO
Art. 456 do CPC.
Derivado da oralidade, determina
que o juiz colha diretamente a pro-
va, sem intermediários
IDENTIDADE FÍSICA
DO JUIZ
Não há dispositivo específico no
CPC, mas prevalece a regra do art.
132 do CPC de 1973.
O juiz que colheu prova oral em
audiência fica vinculado ao julga-
mento do processo, desvinculando-
se apenas nas hipóteses do art. 132
do CPC de 1973.
CONCENTRAÇÃO Art. 365 do CPC.
A audiência de instrução e julga-
mento é una e contínua. Caso não
seja possível concluí-la no mesmo
dia, o juiz designará outra data em
continuação
IRRECORRIBILIDADE,
EM SEPARADO DAS
INTERLOCUTÓRIAS
Art. 1.009, § 1º, do CPC.
Em regra, contra as decisões inter-
locutórias, o recurso cabível – o
agravo – não suspenderá o proces-
so
PERSUASÃO 
RACIONAL 
Art. 371 do CPC.
Cabe ao juiz apreciar livremente as
provas, devendo indicar, na senten-
ça, os motivos de sua decisão, que
devem estar amparados nos ele-
mentos constantes dos autos.
BOA-FÉ
Art. 5º do CPC.
Todos aqueles que participam do
processo devem comportar-se de
acordo com a boa-fé.
COOPERAÇÃO
Art. 6º do CPC.
Exige que as partes cooperem para
que o processo alcance bom resul-
tado, em tempo razoável.
Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil / Pedro Lenza ; Marcus
Vinicius Rios Gonçalves. – Esquematizado® – 11. ed. – São Paulo : Saraiva Edu-
cação, 2020
PARTE GERAL
LIVRO I
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
TÍTULO ÚNICO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS
NORMAS PROCESSUAIS
CAPÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpre-
tado conforme os valores e as normas fundamentais esta-
belecidos na Constituição da República Federativa do Bra-
sil, observando-se as disposições deste Código.
FPPC369. (arts. 1º a 12) O rol de normas fundamentais pre-
visto no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral
do CPC não é exaustivo
FPPC370. (arts. 1º a 12) Norma processual fundamental pode
ser regra ou princípio
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desen-
volve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
[PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO + PRINCÍPIO DO
IMPULSO OFICIAL]
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 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou
lesão a direito. [PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JU-
RISDIÇÃO]
§ 1o É PERMITIDA A ARBITRAGEM, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução
consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes,
advogados, defensores públicos e membros do Ministério
Público, inclusive no curso do processo judicial.
Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contra-
tos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados
antes da sua edição. 
FPPC371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução con-
sensual de conflitos devem ser estimulados também nas
instâncias recursais
FPPC485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art. 513) É
cabível conciliação ou mediação no processo de execu-
ção, no cumprimento de sentença e na liquidação de
sentença,  em  que  será  admissível  a  apresentação  de
plano  de  cumprimento  da prestação.
FPPC573. (arts.3º,§§2ºe3º;334) As Fazendas Públicas devem
dar publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advo-
cacia Pública estão autorizados a aceitar autocomposição.
FPPC618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35 e 47
da Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º, art. 4º, ca-
put e §1º, e art. 16, caput, da Lei nº 13.140/2015). A concilia-
ção e a mediação são compatíveis com o processo de re-
cuperação judicial.
ESPÉCIES DE AUTOCOMPOSIÇÃO
TRANSAÇÃO
ocorre por meio de transações bilaterais, ou
seja, ambos renunciam a parcela de seus
interesses, buscando a realização de um
acordo. Pode ocorrer judicial ou
extrajudicialmente. 
RENÚNCIA 
o autor abdica/renuncia integralmente de
sua pretensão 
SUBMISSÃO o réu reconhece a procedência do pleito
autoral. 
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a
solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
[PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO]
Princípios da primazia da solução integral de mérito, executi-
vidade dos provimentos jurisdicionais e duração razoável do
processo.
FPPC372. (art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as fases e
em todos os tipos de procedimento, inclusive em incidentes
processuais e na instância recursal, impondo ao órgão ju-
risdicional viabilizar o saneamento de vícios para exami-
nar o mérito, sempre que seja possível a sua correção.
FPPC373. (arts. 4º e 6º) As partes devem cooperar entre si;
devem atuar com ética e lealdade, agindo de modo a evi-
tar a ocorrência de vícios que extingam o processo sem re-
solução do mérito e cumprindo com deveres mútuos de es-
clarecimento e transparência.
FPPC574. (arts.4º; 8º) A identificação de vício processual
após a entrada em vigor do CPC de 2015 gera para o juiz
o dever de oportunizar a regularização do vício, ainda 
que ele seja anterior.
FPPC666 (arts. 4º, 139, X, 317, 488 e 932, parágrafo único;
art. 5º, §3º, Lei 7.347/1985 e art. 9º da Lei de Ação Popular) O
processo coletivo não deve ser extinto por falta de legiti-
midade quando um legitimado adequado assumir o polo
ativo ou passivo da demanda
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo
deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
FPPC374. (art. 5º) O art. 5º prevê a boa-fé objetiva
FPPC375. (art. 5º) O órgão jurisdicional também deve
comportar-se de acordo com a boa-fé objetiva.
FPPC376. (art. 5º) A vedação do comportamento contraditó-
rio aplica-se ao órgão jurisdicional.
FPPC377. (art. 5º) A boa-fé objetiva impede que o julgador
profira, sem motivar a alteração, decisões diferentes so-
bre uma mesma questão de direito aplicável às situações
de fato análogas, ainda que em processos distintos.
FPPC378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e 489, §3º) A boa fé proces-
sual orienta a interpretação da postulação e da sentença,
permite a reprimenda do abuso de direito processual e das
condutas dolosas de todos os sujeitos processuais e veda
seus comportamentos contraditórios.
JDPC1 A verificação da violação à boa-fé objetiva dispen-
sa a comprovação do animus do sujeito processual. 
JDPC2 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-
se supletiva e subsidiariamente às Leis n. 9.099/1995,
10.259/2001 e 12.153/2009, desde que não sejam incompatí-
veis com as regras e princípios dessas Leis. 
COROLÁRIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA
SUPRESSIO
(VERWIRKUNG)
Supressão a um direito pelo seu não
exercício. No campo processual, verifica-
se na perda de um poder processual
pelo seu não exercício. 
A chamada “nulidade de algibeira (ou
de bolso) se configura quando a parte,
embora tenha o direito de alegar nuli-
dade mantém-se inerte durante longo
período, deixando para realizar a ale-
gação no momento que melhor lhe
convier, não é admitida, por violar a
Dia 1 - 15
 AMILCARBARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
boa-fé processual. 
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser
alegada na primeira oportunidade em
que couber à parte falar nos autos, sob
pena de preclusão. Parágrafo único. Não
se aplica o disposto no caput às nulida-
des que o juiz deva decretar de ofício,
nem prevalece a preclusão provando a
parte legítimo impedimento.
SURRECTIO
Surgimento de um direito em razão da
supressão causada pelo comportamento
da parte contrária. Note-se que surrectio
e supressio são dois lados da mesma mo-
eda.
EXCEPCIO DOLI
Defesa da parte contra ações dolosas
da parte contrária, sendo a boa-fé nes-
se caso utilizada como defesa. No pro-
cesso vem sendo entendida como a ex-
ceção que a parte tem para paralisar o
comportamento de quem age dolosa-
mente contra si.
VENIRE CONTRA
FACTUM 
PROPRIUM
Proíbe a adoção de comportamento
contraditório (contrariando comporta-
mento anterior), violando os deveres
de confiança e lealdade (a legítima con-
fiança de outrem na conservação objeti-
va da conduta anterior).
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa
ou tacitamente a decisão não poderá
recorrer.
Enunciado FPPC 376. (Art. 5º): A vedação
do comportamento contraditório
aplica-se ao órgão jurisdicional.
TU QUOQUE
Como decorrência do princípio da boa-fé
processual objetiva não pode a parte
criar dolosamente situações que vici-
em o processo para, depois, alegar nu-
lidade, tirando proveito da situação.
Assim, veda-se o comportamento não
esperado, adotado em situação de
abuso. 
Art. 276. Quando a lei prescrever deter-
minada forma sob pena de nulidade, a
decretação desta não pode ser requerida
pela parte que lhe deu causa. 
Aquele que despreza a norma não
pode dela se aproveitar.
*Informações retiradas do site https://blog.ebeji.com.br/funcoes-reativas-ou-
aspectos-parcelares-da-boa-fe-objetiva-na-jurisprudencia-do-stj/
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si
para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de méri-
to justa e efetiva.
FPPC6. (arts. 5º, 6º e 190) O negócio jurídico processual
não pode afastar os deveres inerentes à boa-fé e à coo-
peração.
FPPC619. (arts.6º, 138, 982, II, 983, §1º) O processo coletivo
deverá respeitar as técnicas de ampliação do contraditó-
rio, como a realização de audiências públicas, a participa-
ção de amicus curiae e outros meios de participação
FPPC667 (arts. 6º, 8º e 18; art. 6º, § 3º, da Lei n.º 4.717/1965)
Admite-se a migração de polos nas ações coletivas, desde
que compatível com o procedimento.
DEVERES DE 
COOPERAÇÃO DO
JUIZ
“PECA”
PREVENÇÃO: O juiz deve advertir as
partes sobre os riscos e deficiências
das manifestações e estratégias por
elas adotadas, conclamando-as a corri-
gir os defeitos sempre que possível. 
ESCLARECIMENTO: Cumpre ao juiz
esclarecer-se quanto às manifesta-
ções das partes: questioná-las quanto
a obscuridades em suas petições; pedir
que esclareçam ou especifiquem re-
querimentos feitos em termos mais
genéricos e assim por diante. 
CONSULTA (DIÁLOGO): Impõe-se re-
conhecer o contraditório não apenas
como garantia de embate entre as par-
tes, mas também como dever de de-
bate do juiz com as partes 
AUXÍLIO (ADEQUAÇÃO): o juiz deve
ajudar as partes, eliminando obstá-
culos que lhes dificultem ou impe-
çam o exercício das faculdades pro-
cessuais. 
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em
relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos
meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de san-
ções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo
contraditório.
FPPC107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofí-
cio, dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova
documental produzida.
FPPC235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei
12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do mandado
de segurança os arts. 7º, 9º e 10 do CPC.
FPPC379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção do
processo pelo juiz deve observar a paridade de armas das
partes.
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos
fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e
promovendo a dignidade da pessoa humana e observando
a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a pu-
blicidade e a eficiência.
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 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
FPPC380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão “ordenamento ju-
rídico”, empregada pelo Código de Processo Civil, contem-
pla os precedentes vinculantes
FPPC620. (arts.8º, 11, 554, §3º) O ajuizamento e o julgamen-
to de ações coletivas serão objeto da mais ampla e específi-
ca divulgação e publicidade.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem
que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único.  O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311,
incisos II (as alegações de fato puderem ser comprovadas
apenas documentalmente e houver tese firmada em julga-
mento de casos repetitivos ou em súmula vinculante) e III (pe-
dido reipersecutório fundado em prova documental ade-
quada do contrato de depósito, caso em que será decretada
a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de
multa);
III - à decisão prevista no art. 701 (sendo evidente o direito do
autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento,
de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer
ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 dias para o
cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de
cinco por cento do valor atribuído à causa).
Art. 10.  O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdi-
ção, com base em fundamento a respeito do qual não se te-
nha dado às partes oportunidade de se manifestar , ainda
que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício
[PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO SUBSTANCIAL - objetiva
evitar decisões surpresas]
Art. 11.  Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciá-
rio serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade.
Parágrafo único.  Nos casos de segredo de justiça, pode ser
autorizada a presença somente das partes, de seus advoga-
dos, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Art. 12.  Os juízes e os tribunais atenderão, PREFERENCIAL-
MENTE, à ordem cronológica de conclusão para proferir
sentença ou acórdão.
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar per-
manentemente à disposição para consulta pública em cartório
e na rede mundial de computadores.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias
de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de
tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de IRDR;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo
CNJ;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que te-
nham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhe-
cida por decisão fundamentada.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem
cronológica das conclusões entre as preferências legais.
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o,
o requerimento formulado pela parte NÃO ALTERA a or-
dem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a
reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em
diligência.
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo re-
tornará à mesma posição em que anteriormente se encon-
trava na lista.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou,
conforme o caso, no § 3o, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando
houver necessidade de realização de diligência ou decomple-
mentação da instrução;
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II (publicado
o acórdão paradigma o órgão que proferiu o acórdão recorri-
do, na origem, reexaminará o processo de competência origi-
nária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julga-
do, se o acórdão recorrido contrariar a orientação do tribunal
superior).
FPPC382. (art. 12) No juízo onde houver cumulação de com-
petência de processos dos juizados especiais com outros
procedimentos diversos, o juiz poderá organizar duas listas
cronológicas autônomas, uma para os processos dos juiza-
dos especiais e outra para os demais processos.
FPPC486. (art. 12; art. 489) A inobservância da ordem cro-
nológica dos julgamentos NÃO IMPLICA, POR SI, A INVA-
LIDADE DO ATO DECISÓRIO
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
Art. 13.  A jurisdição civil será regida pelas normas processuais
brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em
tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Bra-
sil seja parte.
Art. 14.  A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e será apli-
cável imediatamente aos processos em curso, respeitados
os atos processuais praticados e as situações jurídicas consoli-
dadas sob a vigência da norma revogada 
Dia 1 - 17
 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS:
cada ato deve ser considerado isoladamente, devendo ser
regido pela lei em vigor no momento de sua prática. 
Pelo SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSU-
AIS, não é possível a lei nova retroagir para alcançar ato
já praticado ou efeito dele decorrente; a lei nova só al-
cança os próximos atos a serem praticados no processo.
Fundamentos constitucionais para tal sistema: (i) princípio
da segurança jurídica e a (ii) regra da irretroatividade das
leis.
STJ, REsp 1.404.79/SP: Ocorre que, por mais que a lei proces-
sual seja aplicada imediatamente aos processos pendentes,
deve-se ter conhecimento que o processo é constituído por
inúmeros atos. Tal entendimento nos leva à chamada “Teo-
ria dos Atos Processuais Isolados”, em que cada ato deve
ser considerado separadamente dos demais para o fim de se
determinar qual a lei que o rege, recaindo sobre ele a pre-
clusão consumativa, ou seja, a lei que rege o ato processual
é aquela em vigor no momento em que ele é praticado. Se-
ria a aplicação do Princípio tempus regit actum. Com base
neste princípio, temos que a lei processual atinge o processo
no estágio em que ele se encontra, onde a incidência da lei
nova não gera prejuízo algum às parte, respeitando-se a efi-
cácia do ato processual já praticado. Dessa forma, a publica-
ção e entrada em vigor de nova lei só atingem os atos ainda
por praticar, no caso, os processos futuros, não sendo possí-
vel falar em retroatividade da nova norma, visto que os atos
anteriores de processos em curso não serão atingidos.
Art. 15.  Na ausência de normas que regulem processos elei-
torais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste
Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
JDPC3 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-
se supletiva e subsidiariamente ao Código de Processo
Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei. 
Codigo Penãl
CONCEITO DE DIREITO PENAL
ASPECTO
FORMAL/
ESTÁTICO
Direito Penal é o conjunto de normas que
qualifica certos comportamentos humanos
como infrações penais, define os seus
agentes e fixa sanções a serem-lhes
aplicadas.
ASPECTO
MATERIAL
O Direito Penal refere-se a comportamentos
considerados altamente reprováveis ou
danosos ao organismo social, afetando
bens jurídicos indispensáveis à própria
conservação e progresso da sociedade.
ASPECTO
SOCIOLÓGICO
/
DINÂMICO
O Direito Penal é mais um instrumento de
controle social, visando assegurar a
necessária disciplina para a harmônica
convivência dos membros da sociedade.
Aprofundando o enfoque sociológico
- A manutenção da paz social demanda a
existência de normas destinadas a
estabelecer diretrizes.
- Quando violadas as regras de conduta,
surge para o Estado o dever de aplicar
sanções (civis ou penais).
- Nessa tarefa de controle social atuam
vários ramos do direito, como o Direito
Civil, Direito Administrativo, etc. O Direito
Penal é apenas um dos ramos do controle
social.
- Quando a conduta atenta contra bens
jurídicos especialmente tutelados, merece
reação mais severa por parte do Estado,
valendo-se do Direito Penal.
IMPORTANTE O que diferencia a norma
penal das demais é a espécie de
consequência jurídica, ou seja, pena
privativa de liberdade (PPL)
- O Direito Penal é norteado pelo princípio
da intervenção mínima, só atuando quando
os outros ramos do direito falham.
DIREITO PENAL CRIMINOLOGIA
(CIÊNCIA PENAL)
POLÍTICA 
CRIMINAL
(CIÊNCIA 
POLÍTICA)
Analisa os fatos
humanos indese-
jados, define quais
devem ser rotula-
dos como crime
ou contravenção,
anunciando as pe-
nas.
Ciência empírica
que estuda o cri-
me, o criminoso,
a vítima e o com-
portamento da
sociedade.
Trabalha as estraté-
gias e os meios de
controle social da
criminalidade.
Ocupa-se do crime
enquanto NOR-
MA.
Ocupa-se do cri-
me enquanto
FATO social.
Ocupa-se do crime
enquanto VALOR.
ex.: define como
crime lesão no am-
biente doméstico e
familiar.
ex.: quais fatores
contribuem para a
violência domésti-
ca e familiar
ex.: estuda como di-
minuir a violência
doméstica e familiar.
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
Princípios 
relacionados com
a MISSÃO 
FUNDAMENTAL
DO DIREITO
PENAL
Princípio da EXCLUSIVA PROTEÇÃO
DOS BENS JURÍDICOS
O direito penal deve servir apenas para
proteger bens jurídicos relevantes, indis-
pensáveis ao convívio da sociedade.
Decorrência do princípio da ofensivi-
dade.
Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA
O Direito Penal só deve ser aplicado
Dia 1 - 18
 AMILCAR BARRETO DE BARROS MOREIRA - 309.848.968-56
quando estritamente necessário, de
modo que sua intervenção fica condicio-
nada ao fracasso das demais esferas
de controle (caráter subsidiário), ob-
servando somente os casos de relevan-
te lesão ou perigo de lesão ao bem ju-
rídico tutelado (caráter fragmentário).
a) PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDA-
DE (ou caráter fragmentário do Direito
Penal): estabelece que nem todos os
ilícitos configuram infrações penais, mas
apenas os que atentam contra valores
fundamentais para a manutenção e o
progresso do ser humano e da socie-
dade. Em razão de seu caráter fragmen-
tário, o Direito Penal é a última etapa de
proteção do bem jurídico. Deve ser utili-
zado no plano abstrato, para o fim de
permitir a criação de tipos penais somen-
te quando os demais ramos do Direito ti-
verem falhado na tarefa de proteção de
um bem jurídico. Refere-se, assim, à ativi-
dade legislativa.
FRAGMENTARIEDADE ÀS AVESSAS: si-
tuações em que um comportamento
inicialmente típico deixa de interessar
ao Direito Penal, sem prejuízo da sua
tutela pelos demais ramos do Direito. 
IMPORTANTE O princípio da insignifi-
cância é desdobramento lógico da frag-
mentariedade.
b) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE: a
atuação do Direito Penal é cabível unica-
mente quando os outros ramos do Di-
reito e os demais meios estatais de
controle social tiverem se revelado im-
potentes para o controle da ordem pú-
blica. Assim, o Direito Penal funciona
como um executor de reserva ( ultima 
ratio ) , entrando em cena somente quan-
do outros meios estatais de proteção
mais brandos, e, portanto, menos invasi-
vos da liberdade individual não forem
suficientes para a proteção do bem ju-
rídico tutelado. Projeta-se no plano con-
creto, isto é, em sua atuação prática o
Direito Penal somente se legitima quan-
do os demais meios disponíveis já tive-
rem sido empregados, sem sucesso, para
proteção do bem jurídico. Guarda rela-
ção, portanto, com a tarefa de aplicação
da lei penal.
Princípios 
relacionados com
o FATO DO
AGENTE
Princípio da EXTERIORIZAÇÃO

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