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AVA fenomenologia

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Prévia do material em texto

Pergunta 1 0,3 em 0,3 pontos
No livro A Ideia da Fenomenologia (1907/1990), Husserl distingue a atitude
natural da atitude fenomenológica. Na atitude natural, afirma que “na
percepção, por exemplo, está obviamente diante dos nossos olhos uma coisa;
está aí no meio de outras coisas, vivas e mortas, animadas e inanimadas,
portanto no meio de um mundo que, em parte, como as coisas singulares, cai
sob a percepção... (p. 39)
(A Ideia da Fenomenologia. Trad.: Artur Morão. 1.ed. 1907. Lisboa: Edições 70,
1990.)
Sobre as atitudes natural e fenomenológica está correto afirmar:
I – A atitude natural é o modo como encontramos as coisas no mundo, existindo
por si mesmos.
II – Passa-se da atitude natural para a fenomenológica quando se reconhece a
necessidade de mensurar a realidade existente fora e independente do sujeito.
III – A atitude fenomenológica refere-se a um passo metodológico pelo qual a
consciência suspende a crença na realidade em si do mundo externo.
IV – Pela atitude fenomenológica, a consciência revela-se condição de aparição
do mundo, isto é, mundo revela-se fenômeno.
Estão corretas:
Resposta Selecionada: c.
I, III e IV, apenas.
Pergunta 2 0,3 em 0,3 pontos
Segundo a psicóloga fenomenológica Ida Cardinalli (2012), “Na obra Ser e
Tempo , o fio condutor do pensamento de Heidegger é o esclarecimento do
sentido do ser como tal”. (CARDINALLI, 2012, Daseinsanalyse e esquizofrenia.
São Paulo: Escuta, 2012, p. 53.)
Em relação às ideias de Heidegger acerca do existir humano como Dasein,
pode-se afirmar que:
I – O Da (aí) do Dasein (ser-aí) é a abertura essencial do existir humano, o que
significa dizer que ele é esse estar aberto para perceber, compreender, entender
e conhecer o que é encontrado no mundo;
II – A essência do Dasein é a própria existência;
III – O Dasein nunca é um objeto simplesmente presente;
IV – As características que constituem o Dasein podem ser consideradas como
categorias ou atributos porque a singularidade deve ser o ponto de partida para
o conhecimento dos modos de ser do humano.
Das afirmativas acima, estão corretas apenas:
Resposta Selecionada: d. I, II e III.
Pergunta 3 0,3 em 0,3 pontos
Heidegger indica a questão do ser como a mais importante de todas,
assumindo-a como sua tarefa. (DASTUR & CABESTAN, 2015). Para
investigar o ser, é preciso saber quem é que propõe a pergunta sobre o
sentido do ser. Assim, na obra, faz-se uma analítica existencial sobre o
Dasein. Sobre este termo está INCORRETO afirmar:
Resposta
Selecionad
a:
e.
O Dasein é ser-aí, ser-lançado, portanto, não
possui a liberdade de assumir o próprio ser
como seu, já que as possibilidades de ser ou
não ele mesmo, já lhe são dadas
independentemente de suas escolhas.
Pergunta 4 0,3 em 0,3 pontos
Segundo Feijoo (2011),
Para a fenomenologia de Husserl, o psiquismo não possui
nenhuma determinação prévia, nem mesmo um eu substancial.
A consciência é, para este filósofo, transcendente, nunca se
retém em si mesma, mas se vê projetada por seus próprios atos
para o campo dos objetos correlatos. (p. 31)
A concepção de “eu” de Husserl é de natureza filosófica, mas
pode, com muitos cuidados, ser transportada para o contexto
de prática do psicólogo. Seguindo tal concepção, está correto
afirmar que uma Psicologia fundamentada na Fenomenologia de
Husserl:
I – Concebe as experiências do paciente/cliente como
intencionais, isto é, que a motivação determina os significados
“experienciados”.
II – Busca no paciente/cliente os aspectos essenciais de sua
experiência, isto é, a consciência reduzida. A redução
fenomenológica possibilita a descrição direta, sem hipóteses,
da personalidade do paciente/cliente, pois esta (a
personalidade) é o aspecto imutável que permanece além da
multiplicidade de experiências.
III – Compreende que os relatos do paciente/cliente referentes
às coisas e aos outros ao seu redor revelam como ele os
experiência, pois a consciência é intencional.
IV – Assume o “eu” como um fluxo de vivências intencionais.
Estão corretos somente:
Resposta Selecionada: c.
III e IV.
Pergunta 5 0,3 em 0,3 pontos
A fenomenologia de Husserl alinha-se à concepção de Brentano da
consciência. Para eles, consciência é ato, não é um invólucro. E é
intencional, o que significa que é “preenchida” a cada vez por aquilo de
que é consciência. Sobre esta concepção de consciência como
intencionalidade desenvolvida por Husserl, pode-se afirmar que:
Resposta
Selecionada
:
a.
Os objetos numa consciência intencional são co
e a fenomenologia se caracteriza, pois, como o e
constituição do mundo na consciência.
Pergunta 6 0,3 em 0,3 pontos
Angela Bello, importante teórica da fenomenologia husserliana, enfatiza
a crítica desse método filosófico em relação ao positivismo. Diz ela:
A mentalidade positivista está ainda muito presente em nossos dias,
ainda que não a chamemos de positivista. (...) O que as ciências podem
responder diante da pergunta “o que é a verdade?”. Faz-se tentativas
para se aproximar dela, mas a verdade, do ponto de vista humano,
reside no sentido, não no fato. Até agora somente as ciências físicas
responderam o que é a natureza. No entanto, basta a ciência física para
resolver essa questão? Bastam as Ciências Humanas para dizer o que é
o ser humano? Não bastam. (Introdução à Fenomenologia, p.25)
Sobre essa crítica, são afirmações corretas todas, exceto: (assinale a
alternativa falsa)
Resposta
Selecionada
:
b.
Husserl é crítico ao Positivismo. O modelo
positivista lida com a realidade como existente
em si, dependente da relação com o sujeito
cognoscente.
Pergunta 7 0,3 em 0,3 pontos
O filósofo Stegmüller (1997) resume a concepção de
consciência da fenomenologia de Husserl da seguinte maneira:
[...] a consciência como o entrelaçamento das vivências
psíquicas empiricamente verificáveis numa unidade de fluxo de
vivência; como a percepção interna dessas próprias vivências e
como designação que resume todas as vivências intencionais.
(Stegmüller, 1997).
Sobre essa concepção de consciência, peculiar à
Fenomenologia, está correto afirmar:
I - A consciência não é uma substância (alma), mas uma
atividade constituída por atos (percepção, imaginação, volição,
paixão etc.) com os quais se visa a algo.
II - O traço essencial da consciência é a intencionalidade: toda
consciência é consciência de algo.
III - Consciência é sempre de algum objeto e os objetos só têm
sentido para uma consciência.
IV - A intencionalidade representa o fato de que sempre há um
interesse organizador da percepção, regulando o fenômeno de
figura e fundo.
Estão corretas apenas:
Resposta Selecionada: c.
I, II e III.
Pergunta 8 0,3 em 0,3 pontos
Através do método “ redução fenomenológica” Husserl aborda a
questão da consciência. Assinale a alternativa que corresponde
corretamente a estas noções de consciência e método para Husserl:
Resposta
Selecionada
:
e.
O mundo é em primeiro lugar o que aparece à
consciência. Na redução fenomenológica, o
objeto é percebido tal como a consciência vive
antes de toda elaboração conceitual.
Pergunta 9 0,3 em 0,3 pontos
Heidegger define como essência da existência o ser-Cuidado. Para a
analítica existencial heideggeriana, cuidado (Sorge) significa:
Resposta
Selecionada:
c.
Que o ser do Dasein se dá no lidar com as
coisas e no relacionar-se com os outros e
consigo mesmo.
Pergunta 10 0,3 em 0,3 pontos
O fenomenólogo André Dartigues (1992), comenta a respeito da
concepção de consciência de Husserl que ela contém muito mais que a
si própria. Para a fenomenologia, a consciência:
Resposta
Selecionada:
c.
Refere-se ao ato de consciência, que
sempre visa um objeto.
Pergunta 1 0,3 em 0,3 pontos
Wellington foi encaminhado ao psicólogo após atendimento no pronto-socorro
geral. Procurou o hospital com queixa de que seu coração estava muito
apertado, seu braço esquerdo formigando e certo de que estava prestes a ter
um ataque cardíaco. Os exames no hospital revelaram funcionamento cardíaco
normal e sugeriram que ele procurasse um psicólogo para lidar com “seu stress
”.
O psicólogoque o recebe é fenomenológico-existencial e entende sua queixa à
luz das ideias de L. Binswanger. Isso significa que ele:
I – Ouve o aperto no coração de Wellington como indicativo de uma modificação
no seu espaço afinado.
II – Reconhece que a queixa de Wellington não se refere ao corpo-organismo e,
sim, ao seu ser-no-mundo.
III – Entende que o coração é o símbolo para o afeto, de modo que seu “corpo
fala” que ele não está bem afetivamente.
Está correto somente o que se afirma em:
Resposta Selecionada: a.
I e II.
Pergunta 2 0,3 em 0,3 pontos
Muitas pessoas procuram psicoterapia em razão de decisões que precisam
tomar em suas vidas. As decisões articulam-se com o futuro, pois, decidir-se é
escolher um futuro possível e abdicar de todos os demais. Entretanto,
Heidegger descreve, em Ser e Tempo , que na maioria das vezes a existência
não se assume assim, entregando a responsabilidade de seu existir a “a gente”.
À luz desse contexto teórico-filosófico, analise as afirmativas:
I – A fenomenologia-existencial compreende a existência como indeterminada,
como poder-ser. Existir é tarefa.
II – Cotidianamente, existimos abrindo mão de nosso ser-aí, deixando de
perceber a singularidade das situações que vivenciamos e de nossa própria
existência.
III – Na relação psicoterapêutica fenomenológico-existencial, o terapeuta indica
para o paciente quais são e como deve tomar as decisões importantes de sua
vida.
Está correto apenas o que se afirma em:
Resposta Selecionada: d.
I e II.
Pergunta 3 0,3 em 0,3 pontos
O psiquiatra Van Den Berg é expoente da psiquiatria fenomenológica
existencial, conhecedor profundo da Daseinsanalyse de Binswanger. Leia a
seguir sua afirmação a respeito da atitude fenomenológica do psiquiatra:
“O paciente deprimido descreve um mundo que se tornou escuro e sinistro. As
flores perderam a cor, o sol perdeu o brilho, tudo parece sombrio e morto. Um
dos meus pacientes chegou ao ponto de comprar lâmpadas mais fortes, porque
a luz em seu quarto lhe parecia menos brilhante. Por outro lado, o paciente que
sofre de mania acha as coisas mais cheias de cor e de beleza, como jamais vira
antes. O paciente esquizofrênico enxerga, ouve e cheira indícios de um
desastre mundial.”
(VAN DEN BERG, J. O Paciente Psiquiátrico – Esboço de uma Psicopatologia
Fenomenológica . São Paulo: Ed. Psy2, 1994, p. 47)
Considere as afirmativas a seguir e indique as que descrevem corretamente a
leitura fenomenológica dos fenômenos psicopatológicos:
I – O paciente tem uma percepção equivocada e errônea: ele projetou nas
coisas de seu mundo, aspectos de sua doença.
II – Quando o paciente psiquiátrico conta como seu mundo lhe parece, está a
descrever, sem rodeios e sem enganos, o que ele mesmo é.
III – Com base na fenomenologia, de um ponto de vista psicoterapêutico,
achamos incorreto que se diga ao paciente que ele está se iludindo no que
concerne a observação das coisas no seu mundo. Mesmo que seu delírio seja
evidente, como por exemplo, “julgar-se Deus”, não devemos tentar
convencê-lo, pelo uso da lógica, do contrário.
IV – Mesmo com um quadro grave de delírio e alucinações, não podemos
considerar que o que o paciente fala e descreve sobre o seu mundo está errado.
Estão corretas somente:
Resposta Selecionada: e.
II, III e IV.
Pergunta 4 0,3 em 0,3 pontos
O pensar fenomenológico não considera o homem e os demais entes da
natureza da mesma maneira. Enquanto no homem seu ser está em suas
diversas possibilidades de se ser-no-mundo, os elementos da natureza e os
entes que não são humanos não têm possibilidade de virem-a-ser eles mesmos.
No contexto fenomenológico-existencial:
I - O homem é um tempo que se esgota, um intervalo entre o nascimento e a
morte, que se emprega, que se empenha, que se reserva, que se omite,
enquanto vive.
II - Ao homem, cabe desenvolver o conhecimento para garantir sua
sobrevivência por meio do controle da natureza;
II) Sendo a existência uma possibilidade, cada qual tem que transformar esta
possibilidade no seu acontecimento.
A partir da fenomenologia de Heidegger, estão corretas:
Resposta Selecionada: e.
Apenas I e III.
Pergunta 5 0,3 em 0,3 pontos
Segundo Critelli (2012, p. 52), “temos uma espécie de saber mudo de nós
mesmos. Um saber que nos segue inexoravelmente e que nos orienta
determinante em nosso existir. Por se elaborar e enunciar em surdina, não se
trata de uma história pessoal e inexistente e muito menos irrelevante.”
Considerando essa concepção de história pessoal e sua relação com a
psicologia, está correto afirmar:
I – Essa história é o solo que sustenta a biografia de cada um; através dela, o
existir de cada um encontra justificativa para suas ações.
II – Ao afirmar que a história se elabora e enuncia “em surdina”, Critelli (2012)
indica que ela é inacessível à existência.
III – A história pessoal se inicia antes que a existência se dê conta de si; as
histórias familiares e culturais também a elaboram.
Está correto apenas o que se afirma em:
Resposta Selecionada: e.
I e III.
Pergunta 6 0,3 em 0,3 pontos
Leia o trecho da notícia a seguir, retirada do canal de notícias R7
(http://noticias.r7.com/), sobre os desabamentos em Petrópolis (RJ), em 2011:
“Psicólogos dizem que vítimas da tragédia precisam reconstruir identidades
Perdas inesperadas de parentes e bens pessoais causam transtornos e traumas
(Monique Cardone, do R7, e Gabriela Pacheco, do R7, em Petrópolis, 2011)
“’Qualquer barulho lembra aquela noite’. Essa é a sensação do pedreiro Luiz
Cláudio Ramos Fonseca, que perdeu a casa onde morava na região conhecida
como Buraco do Sapo, em Itaipava, distrito de Petrópolis, uma das cidades da
região serrana do Rio de Janeiro mais atingidas pelo temporal do último dia 11.
De acordo com os psicólogos, esse tipo de trauma é comum após experiências
em situações de desastre, como os deslizamentos e enchentes na serra, que
deixaram centenas de mortos e milhares de desabrigados e desalojados.
Segundo o psicólogo Othon Vieira Neto, especialista em emergência e crise, as
pessoas que sobreviveram a tragédias como essas têm perdas rápidas e
inesperadas de familiares e bens pessoais.
– Cada amigo, parente e até objetos fazem parte da história das pessoas.
Quando elas perdem tudo, é como se tivessem perdido a identidade.
De acordo com Neto, em relação aos pertences, não são os objetos caros que
fazem mais falta.
– As pessoas se emocionavam mais com a perda dos álbuns de fotos do que
qualquer outra coisa simples. E isso não dá para recuperar e nem comprar de
novo, como uma televisão ou um sofá. [...]
Para a psicóloga Patrícia Adnet, o maior desafio dos profissionais de saúde que
vão trabalhar junto com as vítimas é mostrar o sentido de viver novamente após
o trauma.
– O psicólogo vai ter que ouvir o desabafo, o choro e acolher esses moradores.
Eles vão intervir no sentido de ajudar a construir uma nova identidade porque
muitos não querem mais viver porque eles até entendem que podem recuperar
a casa, mas não a família que morreu.”
Fonte:
http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/psicologos-dizem-que-vitimas-da-tr
agedia-precisam-reconstruir-identidades-20110122.html
Critelli (2012) se refere à importância da capacidade de narrar os
acontecimentos, pois essa narrativa forma o senso comum, suporte da
sensação de realidade. Para a autora, se a realidade for caótica, torna-se
insuportável e a reação mais comum é de recusá-la. “Um mundo que não puder
ser narrado não pode ser habitado.” (p. 33) As tragédias são um modo possível
de abalar a sensação de realidade. Nesse contexto, está correto afirmar:
I – Os eventos da vida precisam ser arranjados numa história para lidarmos
com eles. Os nexos que os articulam fundam sua compreensibilidade, ao
mesmo tempo em que indicam a identidade daquele para quem esses eventos
são significativos.
II – A matéria apresenta a situação de pessoas que perderam a noção da
realidade, por estarem incapazes de articular o ocorrido num nexo de sentido.
III – Segundo a psicóloga Patrícia Adnet, o maior desafio dos psicólogosé
“mostrar o sentido de viver após o trauma”. Ou seja, é acompanhar as pessoas
cuja realidade ruiu no desvelamento de sentido para esse acontecimento em
suas biografias, abrindo-se para o futuro possível, que é condição humana.
IV – A psicologia fenomenológica existencial, por compreender que desastres
abalam a existência das pessoas, pode explicar a elas que essa situação logo
passará e que, como a existência é abertura para o futuro, em breve retomarão
suas vidas.
Estão corretas apenas:
Resposta Selecionada: d.
I, II e III.
Pergunta 7 0,3 em 0,3 pontos
Binswanger descreve o modo de ser-no-mundo chamado por ele de “excentricidade”.
Indica esse modo de ser com um exemplo: um pai, cuja filha está com câncer, que
deixa sob a árvore de Natal para ela um caixão. [BINSWANGER, L. Tres formas de la
existencia frustrada, 1956, Buenos Aires: Amorrortu ed.]
Para uma análise existencial dessa pessoa (ou dessa situação), é necessário:
I – Recorrer à noção de ser-no-mundo, de Heidegger, e considerar os nexos
referências deste mundo e o modo como o paciente nele se projeta.
II – Assumir que se trata de uma existência enferma, ou seja, que não se tornou
ser-no-mundo.
III – Buscar as experiências ocultas que geram este comportamento excêntrico na
biografia do paciente.
IV – Investigar os motivos para seu comportamento.
Estão corretas somente:
Resposta Selecionada: d.
I e IV.
Pergunta 8 0,3 em 0,3 pontos
Jornal Folha da Região de Araçatuba, 28 de agosto de 2010,
Caderno Vida, página D3, Astrologia.
Sagitário (22/11 a 21/12) – Quanto dura um momento? Não se pode medi-lo em
tempo cronológico, mas em experiências que o integrem. O mesmo tempo
cronológico de uma tortura e de um beijo apaixonado é experimentado de forma
diferente.
Verificando os dizeres astrológicos e baseando-se no pensamento fenomenológico
existencial de Heidegger sobre o “tempo”, está incorreto afirmar que:
Resposta
Selecionada:
c.
O tempo não é outra coisa para o Dasein a não ser uma
sucessão de agoras.
Pergunta 9 0,3 em 0,3 pontos
A experiência da angústia tem destaque na fenomenologia de
Heidegger, pois ela possibilita uma visão clara da condição existencial.
A respeito dessa experiência no contexto fenomenológico-existencial
está correto afirmar:
I – Na angústia, o ente intramundano desaba, não sendo mais relevante
e significante.
II – A angústia é precisamente a experiência do ser-no-mundo enquanto
tal, do próprio mundo.
III – Temor e angústia são diferentes, pois a angústia é “de” alguma
coisa e o temor é temor diante do nada.
Apresenta(m) corretamente as ideias de Heidegger acerca do modo de
ser da angústia somente a(s) afirmativa(s):
Resposta Selecionada: d.
I e II.
Pergunta 10 0,3 em 0,3 pontos
Analise as duas afirmativas a seguir:
I. A nostridade constitui uma unidade originária que possibilita todo si mesmo
e toda ipseidade.
II. Binswanger compartilha com Freud o entendimento de que a libido é o
fundamento do amor e, portanto, da nostridade.
Assinale a alternativa correta:
Resposta
Selecionada:
c.
A primeira afirmativa é uma proposição
verdadeira e a segunda é uma proposição falsa.
Pergunta 1 0,4 em 0,4 pontos
Segundo Evangelista (2015), nos Seminários de Zollikon, Heidegger apresenta
aos médicos psiquiatras convidados de Medard Boss indicações para a
elaboração de uma nova ciência do homem, que leve em conta a condição
humana, chamada por ele de Dasein (ser-aí). Em relação à nova ciência do
homem, está correto afirmar que:
I – É necessário ter uma explicação clara dos modos de ser do homem;
II – Os conceitos que se referem aos modos de ser do homem são investigados
a partir da abstração do contexto social em que a existência acontece;
III – Após encontrar uma pluralidade de significados para o fenômeno estudado,
faz-se necessária a escolha de apenas uma definição/conceito;
IV – O homem não deve ser representado como objeto da natureza.
Estão corretas somente:
Resposta Selecionada: e.
I e IV.
Pergunta 2 0,4 em 0,4 pontos
Jaime procura terapia e é recebido por um daseinsanalista. O paciente conta:
Desde que minha esposa me largou, nunca mais consegui ser feliz. Nem no
trabalho, que eu gostava tanto, me realizo mais. Eu trabalhava bastante e estava
indo bem; tinha sido promovido a gerente de negócios em todo o estado. Com
isso tive um ótimo aumento, de modo que ia conseguir quitar o financiamento
de nossa casa. Mas aí, de repente, ela aparece e diz que sou um acomodado,
que não faço nada para nós dois, que só penso em trabalhar. E me larga. Meus
amigos tentam me levar para happy hours, mas nem sei mais como chegar
numa mulher. Sinto saudades da minha esposa.
Compreendendo a narrativa de Jaime à luz da fenomenologia existencial, está
correto afirmar:
I – Jaime está passando por um episódio depressivo. A falta de prazer no
trabalho é sintoma de sua depressão, motivada pelo abandono da esposa.
II – As frases “nunca mais consegui ser feliz” e “nem sei mais como chegar
numa mulher” são ouvidas pelo terapeuta como experiências associadas à
restrição do poder-ser de Jaime.
III – Quando o deixa, a esposa de Jaime produz um abalo em seu cotidiano,
gerando perplexidade e paralisando-o. A única saída para Jaime é se reconciliar
com sua esposa para poder recuperar o sentido de sua vida.
IV – Ao procurar psicoterapia, Jaime está sinalizando que está questionando-se
e marcado por um sofrimento. A terapia oferece a ele o colocar-se diante de sua
existência, desafiando-o a ser ele mesmo e partindo em busca de possíveis
sentidos dentro do incompreendido. Estão corretas somente as afirmações:
Resposta Selecionada: b.
II e IV.
Pergunta 3 0,4 em 0,4 pontos
Segundo a daseinsanalista Ida Cardinalli, “O método fenomenológico
heideggeriano exige o passo de volta para trás do fenômeno, no sentido vulgar,
para o âmbito em que o fenômeno é, antes, aquilo que se oculta” (
Daseinsanalyse e Esquizofrenia. 2004. p. 62). Assim a autora retoma a ideia de
fenômeno, que constitui a busca metodológica da fenomenologia. Podemos
dizer que, no contexto daseinsanalítico, a definição de fenômeno:
I – Indica explicitar os fundamentos do modo de ser do homem.
II – Indica não ver o homem como objeto da natureza, possível de estudo e
mensuração igual aos demais objetos da natureza.
III – Indica que o método não pode visar determinação causal, mensurabilidade,
objetificação.
IV – Indica que deve ser precisa e conseguir determinar suas conclusões
baseadas em uma estrutura teórica bem-definida.
V – Indica conseguir qualificar e classificar os fenômenos estudados, sem
deixar a subjetividade alheia atrapalhar.
Estão corretas:
Resposta Selecionada: a.
I, II e III.
Pergunta 4 0,4 em 0,4 pontos
A psicoterapia de orientação fenomenológica propõe para o terapeuta um modo
próprio, uma postura no encontro com o cliente, que configura um fazer
terapêutico peculiar. Assinale a alternativa correta no que se refere à
abordagem fenomenológica em psicoterapia:
I – O terapeuta inicia a sessão levando consigo um arcabouço teórico
explicativo, uma teoria de psicologia que, de antemão, oferece-lhe respostas
para os fenômenos.
II – Trabalhar com a orientação fenomenológica implica ir direto ao fenômeno,
buscar o significado único que se apresenta naquele caso em particular, que
pode inclusive contrariar as teorias propostas pela Psicologia.
III – O terapeuta não ignora as teorias, pelo contrário, somente reconhecendo-as
é capaz de manter o pensamento aberto diante do fenômeno. O referencial
básico do pensar fenomenológico está ancorado nos pressupostos de
Heidegger acerca do existente.
Resposta Selecionada: d.
II e III são verdadeiras.
Pergunta 5 0,4 em 0,4 pontos
Ana é encaminhada ao psicólogo por um psiquiatra. Está com 17 anos.
Recentemente teve uma “crise psicótica”, segundo informa. Tinha ido ao
shopping para conhecer pessoalmente um rapaz com quem se comunicava pela
internet e de quem estava gostando. Sentia que finalmente iria dar seu primeiro
beijo. Combinaram às 15h. Ela chegou às 14h, sozinha, e ficou o aguardando napraça de alimentação, no 4º andar. Foi uma sugestão dele que ela aceitou,
embora sempre se sinta muito mal em ambientes com muita gente e muito
barulho. Às 15h45 ele ainda não havia chegado. “Eu fiquei desesperada, saí
chorando da praça da alimentação. Nem lembro o que aconteceu, sei só que de
repente tinha um segurança me segurando e dizendo para eu me acalmar e me
distanciar do vão central. Fiquei muito nervosa com aquele homem me
agarrando, gritei, chutei.” Mais adiante na sessão diz: “Não sou louca. Não sei o
que está acontecendo comigo. Não consigo parar de tentar me lembrar do que
aconteceu. Que vergonha! Que vergonha! Todo mundo estava me olhando
como se eu fosse louca! Não consigo tirar isso da minha cabeça... o dia todo
lembro e me sinto muito mal... não consigo fazer nada”.
O psicólogo que a recebe é daseinsanalista. Baseando-se nessa abordagem,
considere as compreensões e atitudes do psicólogo e indique a alternativa que
apresenta as corretas.
I – O episódio que Ana relata não está claro nem para ela, nem para o psicólogo,
que precisa ajudar Ana a entender o que aconteceu. Quando tiver consciência
do ocorrido, deixará de ficar atormentada pelo episódio.
II – O psicólogo compreende do relato de Ana que o motivo de todo o seu
sofrimento foi a ausência do rapaz que ela encontraria.
III – Ana está num momento de grande restrição existencial, sentindo-se
angustiada e culpada. Essa situação é sua demanda psicológica, que precisa
ser acolhida pelo psicólogo.
IV – O sentido de uma psicoterapia nesse momento é acompanhar Ana na
busca de uma compreensão de seu modo de ser-no-mundo, cultivando a
abertura para novas formas de existir.
V – O sentido da ação clínica psicológica na Daseinsanalyse é ajudar Ana a não
pensar no que aconteceu no shopping. O motivo de seu sofrimento atual é a
ocorrência de pensamentos obsessivos.
Estão CORRETAS somente:
Resposta Selecionada: e.
III e IV.
Pergunta 6 0,4 em 0,4 pontos
Alvina perdeu seu filho há dez anos. Ele era usuário de drogas, vindo a falecer,
segundo ela, em decorrência do uso de crack. Na sessão ela relata que ele a fez
sofrer muito, passando noites desaparecido. Mas, quando o reencontrava, não
conseguia brigar com ele por causa de “amor de mãe”. Chora muito dizendo
que não sabe em que errou. Faz acompanhamento com psiquiatras há bastante
tempo, sendo medicada com antidepressivos, mas isso não faz com que suma
sua vontade de “ir ficar com ele”. Diz que nunca pensou em se matar, pois é
religiosa, mas sente muitas saudades de seu filho e quer voltar a cuidar dele.
Também relata sofrer com dores de cabeça fortes e dores na coluna, que a
impedem de trabalhar. Vive de aposentadoria por invalidez. Pede ao psicólogo
que a ajude a não se sentir mais assim, pois não suporta tanto sofrimento.
Considerando esse relato, indique a alternativa incorreta sobre compreensão
fenomenológico-existencial do sofrimento psicológico de Alvina.
Resposta
Selecionada:
e.
Alvina repete comportamentos que a tornam pouco eficaz
nos relacionamentos sociais. A ausência de uma rede de
apoio e de estímulos positivos gera empobrecimento de
sua existência.
Pergunta 7 0,4 em 0,4 pontos
Barreto e Morato (2010) pensam a ação clínica do psicólogo fundamentada na
psicologia fenomenológico-existencial, de acordo com a concepção de Jardim
(2015). Afirmam as autoras:
“Esse novo olhar, ao desalojar o homem da sua habitual relação com o mundo e
a consciência, abre um espaço que só aparece quando o habitual é
desconstruído e o homem (Dasein) se descobre entregue à tarefa inexorável de
‘ter-que-ser’. Essa quebra do habitual pode vir a acontecer quando o homem
começa a ceder ao apelo dos traços fundantes e constitutivos (ontológicos) do
nosso modo de ser” (p. 50).
Esse trecho nos apresenta uma reflexão sobre o novo olhar que surge a partir
da ação clínica na fenomenologia. Considere as afirmações a seguir a respeito
de ação clínica e indique a alternativa correta.
I – A ação clínica pode ser pensada como um espaço que abre para novas
formas de existir.
II – A ação clínica busca reestabelecer o equilíbrio do existir diário que havia
antes da crise.
III – Espaço de reflexão de quebra do estabelecido.
IV – Trata-se de um espaço em que se pode perceber os erros e acertos da vida.
V – Espaço de acolhimento da constituição originária do homem.
Estão corretas somente as afirmações:
Resposta Selecionada: a.
I, III e V.
Pergunta 8 0,4 em 0,4 pontos
Binswanger é o primeiro psiquiatra a recorrer às análises da existência
realizadas por Heidegger em seu livro Ser e tempo. Medard Boss também
recorre a elas para fornecer uma fundamentação fenomenológica para o
processo psicoterapêutico, suspendendo as teorias e hipóteses que dificultam
a compreensão do ser humano nesse processo. Isso não significa
necessariamente prescindir de teorias no encontro psicoterapêutico.
Considere as seguintes afirmações sobre a abordagem
fenomenológica-existencial em psicoterapia e indique a alternativa correta.
Resposta
Selecionada:
d.
As teorias psicológicas não devem ser tomadas como
verdades absolutas. Podem ser utilizadas como referências
para se compreender o comportamento, mas os conceitos
não devem ser considerados como entidades concretas.
Pergunta 9 0,4 em 0,4 pontos
Leia a descrição de um caso e assinale o item que está de acordo com as
atitudes do terapeuta na abordagem fenomenológico-existencial:
Marta chega à terapia falando de modo intensivo, sem se deter em nenhum
tema específico de sua vida. Lamenta-se de tudo que deixou passar, das
escolhas das quais se arrepende. É como se descrevesse um relatório médico
de sua vida, com ênfase no passado, principalmente em sua infância e nas
relações familiares. Lamenta-se de que sua mãe não lhe dava afeto e que seu
pai trabalhava excessivamente, não tendo tempo para ela. Marta parece nutrir
um grande ressentimento por seus pais, pelo que eles não foram. Espera que o
terapeuta lhe diga o que fazer, como sair da sensação de paralisia e medo que a
toma no presente; também anseia que o terapeuta elimine seus sintomas de
fobia e taquicardia, que a impedem de sair de sua casa nos últimos dois anos.
São atitudes correspondentes ao psicólogo daseinsanalista, exceto (assinale a
incorreta):
Resposta
Selecionada:
b.
O terapeuta remeterá os sintomas apresentados por Marta
a conflitos inconscientes ligados a sua relação com seus
pais na infância.
Pergunta 10 0,4 em 0,4 pontos
Evangelista (2015) apresenta a Daseinsanalyse, de Medard Boss, e suas
contribuições para uma prática clínica fundamentada no pensamento
heideggeriano. Para Boss, a psicopatologia daseinsanalítica não se baseia nos
manuais de psiquiatria e ganha nova dimensão quando pautada no existir
humano como Dasein.
Considere as seguintes afirmações e indique a alternativa correta:
I – A descrição do fenômeno patológico supõe o esclarecimento entre a
realidade e a experiência do paciente, que não se adequa à realidade vivida pelo
paciente sadio.
II – Os sintomas corporais patológicos e os chamados psíquicos são sempre
privações e podem ser compreendidos como reduções de possibilidades de
compreensão do mundo e de si mesmo.
III – A Daseinsanalyse se ocupa de trazer à luz o que se mostra do próprio
fenômeno e tornar visível o fenômeno patológico.
Estão corretas somente:
Resposta Selecionada: b.
II e III.

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