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Estado físico geral 2

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1 Estado físico geral – método clínico 
Estado físico geral 
Método clínico 
Estado de hidratação 
Hidratação normal: oferta de líquido e eletrólitos 
está de acordo com as necessidades do organismo e 
não há perdas extras (diarreia, vômitos, febre, taqui-
pneia, sudorese excessiva) sem reposição adequada. 
Desidratação: diminuição de água e eletrólitos totais 
no organismo 
 Sede 
 Diminuição abrupta do peso 
 Pele seca, com elasticidade e turgor diminuídos 
 Mucosas secas 
 Olhos afundados (enoftalmia) e hipotônicos 
 Estado geral comprometido 
 Excitação psíquica ou abatimento 
 Oligúria 
 Fontanelas deprimidas no caso de crianças 
Grau de desidratação 
Intensidade  perda de peso 
 Leve ou 1° grau: perda de peso de até 5% 
 Moderada ou 2° grau: perda de peso de 5 a 10% 
 Grave ou 3° grau: perda de peso acima de 10% 
Osmolaridade  nível sanguíneo de sódio 
 Isotônica: limites normais (130 a 150 mEq/ℓ) 
 Hipotônica: sódio baixo (< 130 mEq/ℓ) 
 Hipertônica: sódio acima (> 150 mEq/ℓ) 
 
Sinais e sintomas 
 
Síndrome da desidratação: oferta deficiente ou 
perda excessiva. 
- Recém nascidos e idosos. 
 Febre 
 Vômitos 
 Diarreia 
- Diarreia de causa neuropsicomotora (inclu-
indo refluxo gastrocólico exaltado e diarreia 
por transtorno emocional) 
- Diarreia por infecção enteral (vírus, colibaci-
los, shigelas e salmonelas) e parenteral (otite 
média) 
- Diarreia por enteroparasitoses (amebíase, gi-
ardíase e estrongiloidíase) 
Estado físico geral 
 
2 Estado físico geral – método clínico 
- Diarreia por perturbações primárias da diges-
tão e/ou absorção (intolerância a dissacarídios, 
monossacarídios e glúten). 
Estado nutricional 
A avaliação nutricional é um processo dinâmico, feito 
por meio de comparações entre os dados obtidos no 
paciente e os padrões de referência, sendo importante 
a reavaliação periódica do estado nutricional no curso 
da doença. 
 Bem nutrido 
 Moderadamente desnutrido ou suspeito de des-
nutrição 
 Gravemente desnutrido 
Sobrepeso e obesidade: acúmulo excessivo de gor-
dura corporal que acarreta prejuízos à saúde global, 
além de favorecer o surgimento de: 
 Dislipidemias 
 Diabetes tipo 2 
 Hipertensão arterial 
 Doenças cardiovasculares 
Etiologia 
Caráter multifatorial: genética, meio ambiente e com-
portamento. 
 Aumento da ingestão de alimentos, com ele-
vado aporte energético 
 Redução da prática de atividade física, com 
baixo gasto energético 
Avaliação 
IMC (Índice de Massa Corporal) 
 
 
Desnutrição: perda de peso ponderal 
Para identificar a desnutrição em adultos na prática clí-
nica, fazendo-se necessária a presença de dois ou mais 
dos seguintes elementos: 
Etiologia 
 Ingestão insuficiente de energia 
 Perda de peso 
 Perda de gordura subcutânea 
 Perda de massa muscular 
 Acúmulo de líquido localizado ou generalizado 
(pode mascarar a perda de peso) 
 Capacidade funcional diminuída (medida pela 
força do aperto de mão). 
 avaliação do estado nutricional, das mucosas e 
da hidratação, biótipo e temperatura corporal 
Avaliação 
Porcentagem de perda de peso tendo como base o 
peso usual (PU) ou peso máximo do paciente há 6 me-
ses e seu peso atual (PA)  perda de gordura subcutâ-
nea e a massa magra devem ser avaliadas. 
 
 
Classificação do percentual de perda de peso 
Tempo Perda significativa (%) Perda grave 
1 semana 1 a 5 >2 
1 mês 5 >5 
3 meses 7,5 >7,5 
6 meses 10 >10 
 
3 Estado físico geral – método clínico 
Avaliação do estado nutricional segundo gordura subcutânea e massa muscular 
Gordura subcutânea 
Área corporal Dicas Desnutrição grave Desnutrição 
leve/moderada 
Bem nutrido 
Abaixo dos olhos - Círculos escuros, de-
pressão, pele solta, 
“olhos fundos” 
- Depósito de gordura 
visível 
Face Observar bochechas 
bilateralmente 
Perda da bola gordu-
rosa de Bichat 
Depressão leve Bola gordurosa de Bi-
chat preservada 
Tríceps e bíceps Cuidado para não 
prender o músculo 
ao pinçar o local 
Pouco espaço de gor-
dura entre os dedos 
- Tecido adiposo 
abundante 
Abdome Observar região su-
praumbilical 
Umbigo em forma de 
chapéu 
Umbigo em forma de 
chapéu, pouco evi-
dente 
- 
Massa muscular 
Área corporal Dicas Desnutrição grave Desnutrição 
leve/moderada 
Bem nutrido 
Têmporas Observar de frente e 
olhar os 2 lados 
Depressão e sinal da 
“asa quedrada” + 
perda da bola gordu-
rosa de Bichat 
Depressão leve Músculo bem defi-
nido 
Clavícula Observar se o osso 
está proeminente 
Osso protuberante Osso levemente 
proeminente 
Osso não proemi-
nente 
Ombros Posicionar os braços 
ao lado do corpo e 
procurar ossos proe-
minentes 
Ombro em forma 
quadrada 
Acrômio levemente 
protuberante 
Formato arredon-
dado 
Escápula Posicionar braço esti-
cado para frente e 
mão encostada em 
uma superfície e pro-
curar ossos proemi-
nentes 
Depressão entre es-
cápula, costelas, om-
bro e coluna verte-
bral 
Depressão leve Sem depressão signi-
ficativa 
Músculo paraverte-
bral 
Observar redução de 
sustentação do 
tronco e exposição 
de arcos costais 
Arcos costais proemi-
nentes e cifose 
Depressão leve e 
arcos pouco proe-
minentes 
Arcos costais proemi-
nentes 
Abdome Observar bilateral-
mente 
Escavado Pode não apresen-
tar alterções 
Sem alterações 
Músculo interósseo Observar dorso da 
mão e músculo entre 
polegar e indicador 
Asa entre indicador e 
polegar com depres-
são 
Depressão leve Músculo proemi-
nente 
 
Quadríceps Pinçar e sentir o vo-
lume 
Parte interna da coxa 
com depressão 
Depressão leve Sem depressão 
Músculo da panturri-
lha 
Com o paciente em 
posição supina, er-
guer sua perna 
Panturrilha solta Panturrilha leve-
mente solta 
Musculatura aderida 
à ossatura 
 
 
 
4 Estado físico geral – método clínico 
Baixa ingestão de proteínas 
 Kwashiorkor: quantidade gravemente inadequada de proteína na dieta  atraso de crescimento em cri-
anças, barriga inchada e infecções frequentes. 
 Marasmo: desnutrição energético-proteica caracterizada pela grande perda de peso e perda muscular e 
de gordura generalizada
Mucosas 
Coloração 
Coloração normal: róseo-avermelhada (rica rede vas-
cular) 
 Descoramento das mucosas: diminuição ou 
perda da cor róseo-avermelhada – diminuição 
das hemácias e da hemoglobina circulante. 
- Escala de cruzes: (+, + +, + + + e + + + +). 
 Anemia 
 Mucosas hipercoradas: acentuação da colora-
ção normal, podendo haver mudança de tona-
lidade para vermelho-arroxeada – aumento 
das hemácias. 
 Conjuntivites 
 Glossites 
 Gengivites 
 Policitemias 
 Cianose: coloração azulada – escassez de oxi-
gênio no sangue. 
 Insuficiência cardíaca 
 Trombose venosa 
 Tabagismo 
 Transtorno de ventilação 
 Icterícia: coloração amarelada ou amarelo-es-
verdeada – impregnação do pigmento bilirru-
bínico aumentada no sangue. 
Umidade 
Umidade normal: úmida, especialmente a lingual e a 
bucal. 
 Mucosa seca: perde o brilho, lábios e língua fi-
cam pardacentos e aspecto ressecado. 
Biótipo 
Biótipo: conjunto de características morfológicas apre-
sentadas pelo indivíduo. 
- Há relação entre a forma exterior do corpo e a posição 
das vísceras. 
 
Brevilíneo 
 Pescoço curto e grosso 
 Tórax alargado e volumoso 
 Membros curto sem relação ao tronco 
 Ângulo de Charpy (costal) maior que 90° 
 Musculatura desenvolvida e panículo adiposo 
espesso 
 Tendência para baixa estatura 
Mediolíneo 
 Equilíbrio entre os membros e o tronco 
 Desenvolvimento harmônico da musculatura e 
do panículo adiposo 
 Ângulo de Charpy (costal)em tornode 90° 
Longilíneo 
 Pescoço longo e delgado 
 Tórax afinalado e chato 
 Membros alongados com franco predomínio 
sobre o tronco 
 Ângulo de Charpy (costal) menor que 90° 
 Musculatura delgada e panículo adiposo pouco 
desenvolvido 
 Tendência para estatura elevada. 
 
5 Estado físico geral – método clínicoTemperatura corporal 
 Temperatura interior: praticamente cons-
tante com variação máxima de 0,6°C (apare-
lho termorregulador). 
- Pequenas variações são observadas de pes-
soa a pessoa e a depender da região do corpo. 
 Temperatura axilar: 35,5 a 37°C 
 Temperatura bucal: 36 a 37,4°C 
 Temperatura retal: 36 a 37,5°C 
 Temperatura exterior: sujeita as variações 
ambientais. 
Febre: temperatura corporal acima da normalidade 
 Febre leve ou febrícula: até 37,5°C 
 Febre moderada: de 37,6° a 38,5°C 
 Febre alta ou elevada: acima de 38,6°C. 
Causas 
 Por aumento da produção de calor: hipertire-
oidismo 
 Por bloqueio na perda de calor: insuficiência 
cardíaca congestiva, na ausência congênita 
das glândulas sudoríparas (produtoras de 
suor) e em certas doenças da pele (p. ex., icti-
ose) 
 Por lesão dos tecidos: infecções por bactérias, 
riquétsias, vírus e outros microrganismos, 
 
6 Estado físico geral – método clínico 
lesões mecânicas, neoplasias malignas, doen-
ças hemolinfopoéticas, afecções vasculares 
(infarto do miocárdio, hemorragia ou trom-
bose cerebral e trombose venosa), distúrbios 
dos mecanismos imunitários ou doenças imu-
nológicas (colagenoses, doença do soro e fe-
bre resultante da ação de medicamentos) e 
doenças do sistema nervoso central. 
Hipotermia: capacidade de percepção ao frio dimi-
nuída 
- Resposta autonômica vasoconstritora ao frio anor-
mal 
- Resposta de calafrios diminuída 
- Termogênese diminuída 
Hipertermia: capacidade de percepção do calor dimi-
nuída 
- Limiar central de temperatura elevado 
- Sudorese diminuída ou ausente 
- Resposta vasodilatadora ao calor diminuída 
- Reserva cardiovascular diminuída

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