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FACULDADE BRASILEIRA - MULTIVIX CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA SARNA EM CÃES E GATOS IELON MAURÍCIO RODRIGUES PEREIRA VITÓRIA- ES 2021 SARNA EM CÃES E GATOS IELON MAURÍCIO RODRIGUES PEREIRA Trabalho apresentado à disciplina Doenças Parasitárias do curso de Graduação em Medicina Veterinária da Faculdade Brasileira - MULTIVIX como requisito para avaliação. Orientador: André Geraldo VITÓRIA – ES 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................4 2 SARNA SARCÓPTICA.........................................................................5 3 SARNA DEMODÉCICA........................................................................8 4 SARNA OTODÉCICA.........................................................................10 5 SARNA NOTOÉDRICA.......................................................................12 6 CONCLUSÃO.....................................................................................14 6 BIBLIOGRÁFIA...................................................................................15 1.INTRODUÇÃO Sarna é uma das doenças de pele que mais afetam cães e gatos, causada por infecções parasitárias, mais especificamente por ácaros, que provocam muita coceira nos animais, causando várias feridas espalhadas pelo corpo. Diversos ácaros estão presentes no corpo dos animais, entretanto alguns tipos de ácaros podem desencadear reações nocivas e que causam desconforto, dentre eles Sarcoptes scabiei, Demodex canis, Demodex cati,Demodex gatoi, Otodectes cynotis, notoedres cati são os que mais causadores principais desta patologia que acometem cães e gatos é outros animais incluindo também o homem. 2. SARNA SARCÓPTICA A sarna sarcóptica é a infecção apresentada na pele, causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei. Estes ácaros são microscópicos se aloja na pele dos animais e gera uma dermatite pruriginosa severa e generalizada. O local afetado do animal se apresenta com pequenas crostas hemorrágicas com perda da pelagem nas regiões ventral, axilar, codilhos e curvilhões, bem como no focinho. Na maioria dos casos, porém, o quadro clínico pode vir a ser bem mais abrangente (TAYLOR; COOP; WALL, 2017). Esta dermatite é marcada pela produção exagerada de gordura, dando um aspecto e odor desagradável ao animal. O prurido intenso pode mascarar as lesões primárias com o aparecimento de feridas provocadas pelo coçar ou mordiscar (GIORDANO; APREA, 2003) Dentre os animais, o cão doméstico (Canis lupus familiaris), é indubitavelmente, o animal mais atingido, especialmente quando este é um cão sem tutor ou que se encontra em um Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses (ARRUDA et al., 2018). Embora este acaro epidérmico priorize os cães da espécie Canis lúpus familiaris, também pode afetar o gato Felis catus, a raposa-vermelha Vulpes vulpes e o próprio homem (TAYLOR; COOP; WALL, 2017). O diagnóstico da presença destes ácaros no animal é feito, a princípio, pelo aspecto clínico do cachorro. Realiza-se, também, uma confirmação da presença do ácaro na pele por meio de um exame, que é a raspagem da pele e a observação deste material no microscópio. O relato de aparecimento simultâneo de outros casos de sarna na mesma região geográfica de onde vem o animal avaliado, ajuda a limitar as possibilidades de diagnóstico (GIORDANO;APREA, 2003). Uma vez diagnosticado a doença, o tratamento deve consistir na medicação acaricida associada a fármacos sintomática, se necessário, (terapia do prurido, banhos antissépticos, suplementos nutricionais específicos). A medicação acaricida pode ser administrada sob a forma injetável (sempre pelo médico veterinário), banhos medicamentosos ou por via oral (FERRARI et al., 2008). Segundo relatos de médicos veterinários na prática clínica, o tratamento injetável possui uma eficácia de 100%, quando acompanhado por tratamento sintomático adequado.. Depois de iniciado o tratamento, em poucos dias já é possível observar as melhorias no aspecto do animal e o total restabelecimento deste ocorre duas semanas após (FERRARI et al., 2008; GIORDANO; APREA, 2003; TAYLOR; COOP; WALL, 2017). Animais com lesões parasíticas mais graves podem levar mais tempo para a recuperação total, devido às dificuldades apresentadas para reverter as alterações produzidas na pele do animal, como seborreia oleosa, hiperqueratose, hiperpigmentação. Estes animais devem ser rigorosamente isolados dos demais, e os veterinários que lidarem com estes animais devem usar os EPIs adequados ao realizar o tratamento, evitando ao máximo o risco de contágio desta doença pela pele. O ambiente contaminado deve ser higienizado e tratado com um produto acaricida dentro do tempo especificado do produto (CARMEN, 2006). O ácaro adulto é microscópico, possui uma forma grosseiramente circular e se caracteriza por dois pares de pernas curtas craniais (que portam longas hastes não- articuladas com ventosas) e dois pares de pernas rudimentares caudais, que não se estendem além da borda do corpo (MONTEIRO, 2017). O parasita completa o seu ciclo vital (ovo - larva - ninfa - adulto) em 17 a 21 dias nos túneis do estrato córneo do hospedeiro. A sarna sarcóptica é altamente contagiosa e é primariamente transmitida através do contato direto, mas os instrumentos de higiene e os canis podem albergar os ácaros. (BIRCHARD; SHERDING, 1998). Tratar com escabicida os cães acometidos e todos aqueles que tiveram contato. O tratamento tradicional consiste em banhar os cães com um xampu anti- seborréico para remover crostas, seguido da aplicação de um escabicida tópico, por todo o corpo, em intervalos de 7 dias durante, no mínimo, 5 semanas. Os produtos tópicos eficazes incluem: Solução de sulfeto de cálcio 2% a 3%, organoclorados, organofosforados e lactona macro cíclica (FERRARI et al., 2008; MEDLEAU; HNILICA, 2003). Em virtude de reação de hipersensibilidade, pode levar até 4 a 6 semanas para que desapareçam o prurido intenso e os sinais clínicos. Tratamentos tópicos tendem a falhar, quando ocorre aplicação desuniforme da solução de tratamento e pode ressurgir se o contato com cães contaminados continuar (RHODES, 2005). Considerar sempre sarna sarcóptica como uma possível causa de prurido em cães alérgicos que deixam de responder a terapia esteroide. Pessoas que entram em contato com um cão afetado podem desenvolver erupção cutânea popular pruriginosa nos braços, tórax ou abdômen. Lesões em seres humanos geralmente são transitórias, e estes poderão se restabelecer espontaneamente depois que o animal afetado tiver sido tratado; se as lesões persistirem, os clientes deverão consultar um dermatologista (RHODES, 2005). 3. SARNA DERMODÉCICA A sarna demodécica canina ou demodicose é popularmente conhecida como sarna negra. Essa doença é causada por um ácaro denominado Demodex canis. A sarna negra é uma enfermidade não contagiosa, relacionada a uma predisposição genética, que pode ser transmitida da mãe para os filhotes pelo contato direto nos primeiros dias de vida. Demodex canis é um ácaro presente na pele de todos os cães. Para a maioria dos cães ele é inofensivo, porém para aqueles que possuem uma deficiência no sistema de defesa do organismo ele se manifesta de maneira nociva. A sarna negra acomete com mais frequência cães com menos de seis meses de idade ou com mais de cinco anos. Nos gatos, este tipo de sarna pode ser causada por dois tipos diferentes de ácaros denominados Demodexcati e Demodex gatoi respectivamente. Estes dois tipos de ácaros acometem apenas os felinos, sendo que a sarna causada pelo Demodex cati não é contagiosa, diferentemente da doença causada pelo Demodex gatoi que é altamente contagiosa. Assim como o ácaro que causa a sarna demodécica em cães, os ácaros que acometem gatos são habitantes normais da pele destes animais e em condições de queda de imunidade se reproduzem rapidamente tornando-se nocivos. Os ácaros que causam este tipo de sarna habitam os folículos pilosos e ocasionalmente as glândulas sebáceas da pele de cães e gatos. Com exceção do Demodex gatoi que costuma habitar a superfície da pele, quando em grande quantidade, os ácaros ocasionam a doença que pode gerar lesões localizadas ou generalizadas pelo corpo dos animais. Nos cães este tipo de sarna não causa sempre coceira apenas em infestações muito grandes, porém em gatos a coceira frequentemente pode estar presente. Os animais acometidos por este ácaro, sejam cães ou gatos, costumam apresentar queda de pelo, lesões ao redor do focinho, olhos e patas; feridas que formam crostas e produção de secreção. Nos gatos é mais comum observarmos lesões na região da cabeça. Através de exames em amostras de pelos e pele dos animais acometidos, o médico veterinário consegue identificar os ácaros e então dar início ao tratamento. Por ser uma doença que tem relação com predisposição genética, não existe cura e o tratamento é feito visando controlar a infestação por estes ácaros bem como os sintomas gerados por ela. O tratamento geralmente é longo e pode envolver a utilização de produtos tópicos (pomadas, sprays, loções, pipetas, xampus), sistêmicos (comprimidos) ou até mesmo injetáveis. Por ser considerada uma doença de caráter genético, para sua prevenção é recomendado que os animais acometidos não sejam utilizados para reprodução, sendo portanto, indicada a castração dos mesmos. 4. SARNA OTODÉCICA Otodectes cynotis é definido como “ácaro não escavador” pertente à classe e subclasse Acari, à ordem Sarcoptiformes, família Psoroptidae e gênero Otodectes (CORREIA, et al., 2015). Importantes agentes causadores de otite externa em felinos e também a maioria dos animais domésticos e silvestres (DIENSTMANN, 2010). Possui corpo de formato ovoide, constituído por um idiossoma, onde se inserem quatro pares de pernas não articuladas. Nas fêmeas, podemos observar, nos dois primeiros pares de pernas, que se encontram anexados pequenos pedículos que contêm ventosas em forma de copo. Nos machos, essa característica se evidencia em todos os pares de patas. Nas fêmeas o terceiro e quarto par de patas terminam com hastes em forma de chicote, sendo que o último par de tamanho reduzido. O ânus é terminal na zona posterior (MOTA, 2018) O ácaro Otodectes cynotis tem um ciclo de vida semelhante à maioria dos ácaros que apresentam grande importância em medicina veterinária e em saúde pública (MOTA, 2018). O ciclo se divide em estádios progressivos: ovos, larvas, protoninfas, deutoninfas e adultos. (DIENSTMANN, 2010). O ciclo transcorre em torno de três semanas e o início ocorre no canal auditivo externo do hospedeiro, podendo-se identificar neste local qualquer uma das formas de vida do parasito. A fêmea deposita, em média, um ovo por dia, fixando firmemente ao substrato através de uma secreção expelida pela sua vulva; substância ao qual, em contato com o ar, se solidifica, garantindo a estabilização dos ovos até o momento da eclosão (DIENSTMANN, 2010; MOTA, 2018). Após um período de incubação com duração de quatro dias, as larvas, que possuem três pares de patas, se alimentam ativamente num intervalo de três a dez dias e, então, após um repouso de 10 a 30 horas sofrem muda para protoninfas, que já possuem quatro pares de patas (DIENSTMANN, 2010; MOTA, 2018). Após os estágios iniciais, ocorre uma simples fase de atividade e repouso, com duração de quatro a cinco dias, onde as protoninfas convertem-se para deutoninfa. A deutoninfas, possui um par de ventosas na parte dorsal posterior e, quando abordada pelo macho adulto unem-se pelo par de ventosas da deutoninfa e o par traseiro do macho (DIENSTMANN, 2010). Se a deutoninfa se desenvolver para um adulto macho esta conexão não terá nenhum resultado, mas se ela se desenvolver como uma fêmea ocorrerá a fecundação e a formação do ovo. As fêmeas adultas que não se ligarem e que não permitirem a cópula no momento da ecdise não serão portadoras de ovos. Um ácaro adulto vive cerca de dois meses no hospedeiro, e até doze dias no ambiente (MOTA, 2018). A infestação por Otodectes cynotis é denominada otocaríases ou sarna otodécica. Otopatia parasitária muito frequente em várias espécies de animais silvestres e domésticos, especialmente cães e gatos (SOUZA, et al.,2015). É uma afecção muito comum em gatos, sendo responsável por pelo menos metade dos casos de otite externa felina (BUCHAIM et al., 2010). Todo o seu ciclo de vida se completa dentro do conduto auditivo do hospedeiro. O ácaro é bastante ativo e causa desconforto e prurido intenso. Dor e irritação intensos demonstrados pela inclinação da cabeça e o ato de sacudir as orelhas intensamente (SOUZA, et al.,2015; DIENSTMANN, 2010). O Otodectes cynotis habita a superfície da pele do hospedeiro; não escavam galerias (BUCHAIM et al., 2010). O ácaro se alimenta de restos epidérmicos e fluidos teciduais, linfa e sangue, causando intensa irritação, ocasionando alterações nos condutos auditivos do hospedeiro. Nessa incessante busca por alimento, lesiona o epitélio do conduto auditivo, causando inflamação das glândulas ceruminosas, o que resulta num aumento da formação de secreção otológica (Figura 5) (SOUZA et al., 2015). Quando o ácaro se alimenta dos fluidos teciduais do hospedeiro, possibilita que este fique exposto ao antígeno salivar do parasita, tornando-se sensibilizado. Somente a presença de alguns ácaros é suficiente para que os animais sensibilizados sejam acometidos por intenso prurido na orelha, evidenciando pápulas, vermelhidão e reações de hipersensibilidade consideráveis, além de fragmentos castanho- enegrecidos, com odor de tabaco (BUCHAIM et al., 2010). A transmissão da sarna ocorre por contato direto entre animais e através de fômites. Em situações onde há um grande número de animais convivendo em um mesmo ambiente, o grau de prevalência da infestação é alto (BUCHAIM et al., 2010; DIENSTMANN, 2010). Animais com debilidade, seja por desnutrição ou que são acometidos por outras enfermidades, o que promove depressão no sistema imune, apresentam um maior desenvolvimento da população de ácaros no conduto auditivo (DIENSTMANN, 2010). Em situações onde ocorrem otocaríases em períodos prolongados, podem surgir outros sinais como, alopecia nas orelhas, otohematoma ocasionado pelo ato constante de sacudir as orelhas e, provavelmente, irão surgir infeções fúngicas e bacterianas secundária A levedura Malassezia pachydermatis é naturalmente encontrada nos condutos auditivos dos animais. As alterações causadas por Otodectes cynotis na superfície do conduto auditivo ocasiona o aumento da colonização de Malassezia pachydermatis o que contribui para o agravo da otite externa (NASCIMENTO, 2007). Na maioria dos casos, o proprietário desconhece os sinais que seus animais de estimação apresentam em decorrência de uma otite. Geralmente, procuram o atendimento por outro motivo, ou apenas quando a doença de ouvido se agrava (AZEVEDO, 2017) A anamnese detalhada é o ponto inicial, e de maior importância, no levantamento de informações relevantes que podem estabelecer uma possível causa da sarna otodécica. (AZEVEDO, 2017; DIENSTMANN, 2010). A anamnese deve iniciar, indagando o proprietário, desde o momento de observação, o tempo de evolução dos sinais clínicos, se é um quadro recorrente,ou se houve anteriormente algum tratamento medicamentoso. O relato do proprietário sobre a tentativa de tratamentos anteriores, auxiliam na triagem de complicações com a resistência da otite (AZEVEDO, 2017). A anamnese, complementada por exames clínicos, físicos e laboratoriais, pode determinar a causa. DIENSTMANN, 2010). A inspeção direta é realizada no interior do conduto auditivo com o auxílio do otoscópio. É possível a visualização direta dos ácaros que possuem coloração hialina e, frequentemente são vistos movimentando-se em resposta ao calor do otoscópio (BUCHAIM et al., 2010; AZEVEDO, 2017). A presença do cerume castanho-enegrecido com odor característico de tabaco e as lesões e arranhaduras nas orelhas pelo intenso prurido são sinais importantes obtidos através de inspeção clínica na busca do diagnóstico da sarna otodécica (BUCHAIM et al, 2010). O teste do reflexo aurículo-podal, onde o gato coça com o membro posterior homolateral ao estímulo, quando o conduto auditivo é tocado com o auxílio do swab sugerindo a presença de Otodectes cynotis (BUCHAIM et al, 2010). O exame citológico é realizado através da coleta de fragmentos do cerúmen no interior do canal auditivo com o auxílio de um swab que devem ser depositados sobre a superfície de uma lâmina de microscopia, acrescentando-se óleo mineral, permitem a observação do ácaro através de um microscópio estereoscópico (DIENSTMANN, 2010; MOTA, 2018). A limpeza do conduto auditivo é extremamente importante no tratamento da otite externa. O acúmulo de secreções contribui para a proliferação de ácaros, bactérias e fungos, e, também podem impedir o contato dos medicamentos com a superfície auricular, diminuindo significativamente a sua ação (DIENSTMANN, 2010). Para o tratamento, inicialmente deve ser realizada limpeza com soluções de lavagem auricular e terapêuticos tópicos auriculares, surfactantes e detergentes que amolecem e degradam a camada de cerúmen e exsudato (CARVALHO, 2014; DIENSTMANN, 2010), permitindo a remoção dos detritos das secreções auriculares, enzimas e toxinas microbianas, reduzindo e equilibrando a população microbiana do conduto auditivo externo, promovendo ventilação e, por consequência, a eficácia da terapia tópica, aumentando a eficácia do antibiótico (CARVALHO, 2014). As formulações auriculares de uso tópico são, geralmente, compostas por três famílias farmacológicas: antibacterianos, antifúngicos e corticosteroides. Estas formulas tópicas auriculares, adaptam-se aos diversos fatores mais frequentemente presente na otite externa, e que causam um processo inflamatório e infecioso, seja este causado por ácaros, bactérias, fungos ou por mais de um desses fatores (CARVALHO, 2014). Segundo Dienstmann (2010), os agentes acaricidas presentes nos produtos otológicos de uso veterinário são piretrinas, carbaril, tibendazol, monossulfiram, organofosforados e invermectina. Ainda segundo Dienstmann (2010), a invermectina possui ação considerável no tratamento contra Otodectes cynotis, nas vias de administração oral e parenteral e tópica. Dentre estas, a via tópica com menor eficácia no controle da doença que as demais. 5. SARNA NOTOÉDRICA A sarna notoédrica, também conhecida como escabiose felina, é uma zoonose que comumente afeta gatos, mas ocasionalmente, pode acometer cães, coelhos e humanos. O ácaro notoedres cati é o responsável pela infestação, apresenta formato globuloso e coloração avermelhada, possui peculiar característica de “cavar” túneis nas regiões mais profundas da pele ocasionando prurido intenso e destruição do tecido, o que resultará na maior parte dos sinais clínicos apresentados pelos animais acometidos. Apresenta rápida disseminação, sem predileção por raça, sexo ou idade. A transmissão ocorre por contato direto com animal contaminado ou indireto por meio de objetos que já tiveram contato com o animal (ainda que o ciclo biológico do ácaro seja todo no hospedeiro, ele é capaz de sobreviver por alguns dias fora do mesmo). As alterações nos animais acometidos ocorrem usualmente em orelhas e face, mas por vezes, pode se difundir para outros locais em felinos devido ao hábito de auto limpeza e postura para dormir. O método diagnóstico mais frequente utilizado na clínica dermatológica é o raspado de pele (profundo), cujos resultados são bem confiáveis mediante a observação do parasita na lâmina disposta ao microscópio. Quando é possível observar os ácaros nota-se que eles são numerosos, pois ao efetuar a raspagem, ocasionalmente obtêm-se as galerias escavadas pelo parasita onde são depositados os ácaros. O raspado deve ser profundo visando conseguir alcançar as galerias e ter um resultado mais confiável, por isso é necessário gerar sangramento leve da região na raspagem. Também pode-se realizar exame de fezes, embora não seja frequente na rotina dermatológica, mas em alguns casos, ao avaliar as fezes, especialmente de felinos, é possível encontrar alguns ácaros que ocasionalmente tenham sido ingeridos durante a limpeza ou ao se coçar. Deve-se recordar de que problemas dermatológicos geram sinais muito comuns, por isso, recomenda-se a realização, sempre que possível, de diagnóstico diferencial para patologias como sarna otodécica, queiletieliose,atopia, hipersensibilidade alimentar, pênfigo foliáceo e eritematoso e lúpus eritematoso sistêmico O tratamento consiste em atuar em duas interfaces: o animal e o ambiente, sempre tendo o maior cuidado com o manejo, pois se trata de uma zoonose (transmitida para seres humanos) altamente contagiosa. O ambiente, assim como os objetos que estiveram em contato com o animal doente devem ser limpos com acaridicas frequentemente, e a manutenção semanal deve ser feita se o ambiente for propício a novas infecções. Pode-se isolar os objetos utilizados no animal a fim de não disseminar a doença para os demais contactantes e sempre isolar o animal doente até o fim do tratamento. No animal preconiza-se o uso de acaricidas que podem ser administrados por via tópica ou sistêmica (injetável ou oral) e, de acordo com o protocolo sugerido pelo(a) Médico(a) Veterinário (a), o tratamento pode durar em média de 4 a 6 semanas. Como meio de prevenção é aconselhável efetuar quarentena ao introduzir novos animais nos ambientes (especialmente felinos), atentar-se ao manejo dos animais com lesão: sempre utilizar luvas e impossibilitar o contato do local contaminado com o corpo. Sempre individualizar os itens de cada animal a fim de não gerar transmissão cruzada de um animal para outro por via indireta. 6. CONCLUSÃO Diante das informações apresentadas pode afirmar que, animais com lesões de pele devem ser avaliados imediatamente por um veterinário, para que seja identificada o tipo de patologia que está se manifestando e iniciar o tratamento imediatamente, pois a sarna e atualmente prejudicial aos nossos pets e dependendo do precursor pode vir a nos afetar também. Cuidados com a higiene do ambiente em o animal que vivem também é importante para evitar que ocorra a infestação novamente e evitar possíveis contaminações. BIBLIOGRAFIA http://revistas.unilago.edu.br/index.php/revista-cientifica/article/view/224 https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://www.petlove.com.br/ dicas/quatro-tipos-sarna-caes mgatos&ved=2ahUKEwiS_u_K_JrxAhV8rZ UCHYc4AdAQFnoECAYQAQ&usg=AOvVaw28U9dTZz5GRLonBKVvfiJT https://consultadogvet.wordpress.com/2017/03/03/sarna-otodecica/ RONDELLI, Mariana Cristina Hoeppner; COSTA, Mirela Tinucci. Dermatologia: Escabiose Canina. In: CRIVELLENTI, Leandro Z.; CRIVELLENTI, Sofia Borin. Casos de Rotina em Medicina veterinária de pequenos animais. 2. ed. 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