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APS (II) Durante a madrugada, houve acidente de trânsito no qual o veículo de Antônio da ação indenizatória colidiu com a parte traseira do Jeep Cherokee de propriedade de João. Nessa ocasião, João e mais dois amigos saíram do veículo e agrediram violentamente Antônio, retirando-o à força de seu carro e espancando-o com socos e chutes em várias partes do corpo, além de bater sua cabeça contra uma grade, sendo que os agressores ficavam revezando entre quem segurava a vítima e quem a agredia. Exame médico identificou que o ato ocasionou inúmeras lesões no corpo de Antônio, especialmente em sua face, tendo havido quebra de ossos do nariz, cortes visíveis no supercílio direito e grandes hematomas nos olhos. Ademais, a agressão trouxe sequelas de ordem emocional e psíquica. A partir da doutrina/jurisprudência brasileira e estrangeira, elabore relatório de pesquisa com análise crítica a respeito da aplicação da teoria do punitive damages nesse caso O Instituto dos “Punitive Damage” (Teoria do Dano Punitivo), tem grande repercussão no âmbito da responsabilidade civil, no que se refere a fixação no valor de uma indenização. Sabe se que não haverá responsabilidade civil sem danos, porque qualquer centavo que a vítima receber por um prejuízo que ela não sofreu, acarretará locupletamento ilícito sem causa. Art. 884/CC. Portanto o dano é imprescindível para que haja a percepção de uma indenização. Dano que pode ser material ou moral. No artigo 944/CC, a lei determina que a indenização se mede pela extensão do dano, ou seja, na hora que o juiz for atribuir um valor de indenização, ele terá que se ater a extensão do dano, mas só conseguimos avaliar a extensão do dano quando o valor for material. Então, calcula- se o dano da extensão material, calculando as perdas e danos sofridos pela vítima, inclusos não só os danos emergentes, como os lucros cessantes. Se a vítima sofre um dano material, encontrar o valor da indenização que ela fará jus será mais fácil, basta proceder a liquidação verificando a extensão do dano, Mas o problema surge quando se quer uma indenização por dano moral, até porque o dano moral é aquele que não é passível de ser liquidado, é aquele que a gente não consegue verificar com certeza qual é a sua extensão, até porque quando se há uma percepção de indenização por dano moral o propósito não é reparar a vítima, até porque em muitos casos não existe valor que possa reparar o dano, então, quando se condena alguém a pagar o valor por indenização moral a uma vítima, é muito mais para compensá-la pela dor e pelo sofrimento do que por outra coisa. A maior dificuldade em indenização por dano moral é justamente fixar um valor, porque não existe parâmetro para aquilatar a extensão. Tem-se observado que os juízes na fixação do valor de indenização por danos morais, tem tentado observar aquele mesmo binômio que é utilizado na fixação dos alimentos. Eles têm levado em consideração não só as necessidades da vítima, como também as possibilidades daquele que terá de indenizá-la, só que considerando as necessidades da vítima, com a possibilidade de quem vai lhe pagar a indenização, o juiz pode correr o risco de fixar um valor muito alto que sirva de enriquecimento sem causa para a vítima, ou um valor muito pequeno que não seja suficiente para punir. A teoria Punitive Damage, apregoa que a indenização por dano moral deve sim ter caráter punitivo, exatamente como forma de intimidar a pessoa a não voltar a agir da mesma forma. Então, o juiz na fixação do valor, observando que é a parte que vai ser compelida a pagar a indenização tem muito mais possibilidade quando cotejado com as necessidades da vítima, poderá fixar um valor superior àquele que a vítima necessitaria receber, e parte dessa indenização fixada no valor superior a necessidade da vítima, seria revertida em favor dela, e outra parte excedente seria revertido em favor de um fundo, para que não haja enriquecimento sem causa.
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