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COMO FUNCIONA APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS ENQUANTO NORMA

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· COMO FUNCIONA APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS ENQUANTO NORMA
Tomás de Aquino analisa dois sentidos principais da palavra Princípio:
1. Como formador do próprio objeto investigador; dessa maneira ele é o constituinte, o elemento central ou/e a característica principal desse objeto.
2. Como o conhecimento, ou a ideia fundamental; ou seja, no primeiro conceito Tomás de Aquino dá ênfase ao objeto, já no segundo conceito ele dá mais atenção a cognição, como a interpretação sobre o objeto gera uma ideia abstrata.
“Dworkin sustenta que os princípios, ao contrário das regras, possuem uma dimensão de peso que se exterioriza na hipótese de colisão, caso em que o princípio com peso relativo maior se sobrepõe ao outro, sem que este perca sua validade”. [1]
O princípio do direito é o primeiro momento de uma ação ou de um processo, uma causa primeira. É a base, fundamento, ideologia que se aplica a realidade como uma diretriz, um parâmetro a ser observado, um fundamento que se forma na consciência das pessoas e grupos sociais a partir de certa realidade e que visa a compreensão e reprodução dessa sociedade. Essa realidade é o ideal – a conduta e o comportamento. Então, a coerência interna de um sistema jurídico decore dos princípios sobre os quais se organiza. Os Princípios Gerais são a harmonização da organização dos valores idealizados pela sociedade. Os Princípios Essenciais têm a subdivisão dos princípios jurídicos a serem observados em cada disciplina jurídica conforme a sua especificidade e finalidade, os princípios completam um conjunto normativo e orientam sua aplicação, eles têm função informativa, interpretativa e normativa.
Os princípios não se opõem às normas, eles funcionam como fonte de direito e relevam a ideia de justiça na aplicação da lei, prestigiam a segurança jurídica pois a atividade legislativa e a judicante lhe devem observância. São considerados normas de introdução ao sistema jurídico brasileiro. 
Existem quatro correntes principais de concepções distintas de princípio:
1. TEORIA- é aquela que considerava os princípios como fontes de preenchimentos de lacunas, ou seja, para essa corrente os princípios não assumiam uma função primária no direito. Eles não seriam uma fonte a ser chamada ao lado da lei, seriam chamadas apenas na falta da lei. 
Em 1940, por meio da lei de Introdução, insere os princípios gerias do direito. LINDB: art. 4° “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. ” Nesse artigo a palavra ‘lei’ está sendo utilizada no sentido de Norma Jurídica. Então, quando não houver uma norma jurídica deve-se buscar outros elementos preenchedores as lacunas, como: a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito. Os princípios são colocados como um elemento extrajurídico, quando não houver norma jurídica podemos intitular os princípios. 
Essa primeira teoria tem um resquício do jusnaturalismo, porque para eles o princípio é considerado como aquele valor base do ordenamento jurídico. Georgio del Vecchio no seu livro “Lições de Filosofia do Direito”, defende que os princípios são elementos que vão fundamentar o direito positivado, e na ausência desse direito utiliza-se os princípios. Ele também diz que os princípios são normas de direito natural.
Durante o séc. XX com a contraposição ao jusnaturalismo nasce a:
2. TEORIA- Noberto Bobbio foi o maior representante dessa corrente, no seu livro “Teoria do Ordenamento Jurídico” na parte de Integração, ou seja, de preenchimento de lacunas, ele cita os princípios; diferente da primeira teoria, já considerava os princípios como norma jurídica, não apenas como elementos de fora do direito, mas sim como elementos do direito, para ele os princípios são normas mais gerias no sistema. Portanto, os princípios advêm de outras normas, a parti de um processo de generalização, que pode já ter sido feito previamente pelo próprio legislador, ou pode ser feito pelo interprete, então teria princípios implícitos e princípios explícitos.
Os princípios vão ocupar a função interativa, mas vão também desempenhar função regulatória, já que como norma jurídica eles podem regular casos concretos, podem serem aplicados. Desse modo, a diferença entre regra e princípio é que a regra é menos geral, o princípio seria a norma mais ampla, aquela norma que fundamenta o ordenamento jurídico.
3. TEORIA- a teria de Bobbio foi criticada pelo jurista Robert Alexy, segundo ele os princípios não podem ser considerados sempre como norma mais gerais do que as regras: isso porque existem norma que são tão ou mais gerais que os princípios. A diferença segundo Robert está no fato de que os princípios são “mandados de otimização”, ou seja, ordens que devem ser aplicadas no maior grau possível. Alexy alerta que princípio não se confunde com valor, isso não significa que as normas não contenham valores, elas podem conter valor, mas não são valor.
	
4. TEORIA- Jurgen Habermas vai criticar o livro de Alexy “Teoria dos Direitos Fundamentais”: ‘Se é possível uma aplicação gradual dos princípios, eles não podem ser caracterizados como normas jurídicas. Uma vez que as normas jurídicas se referem ao conceito de dever, como pressupõe o próprio Alexy, então elas somente podem ser cumpridas ou descumpridas. ” Para ele, os princípios como norma jurídica só aceitavam o sistema de aplicação binário, as normas jurídicas mandam, obrigam um determinado comportamento.
O autor Miguel Reale é responsável pela teoria da tridimensionalidade, ele une: fatos, valor e normatividade. Valor e norma são fatos. A dimensão da ideologia ou legitimidade do direito é a adequação do direito em vigor aos ideais democráticos e aos anseios sociais, têm caráter justo e adequado dos seus conteúdos é uma dimensão axiológica, passa pelos critérios da justiça e o problema da verdade em suas relações como sistema jurídico. A dimensão normativa ou dogmática ocupa-se da validade da norma, que deve ser respeitada e aplicada em determinado momento e lugar, será válida a norma que pertencer ao ordenamento jurídico. Os critérios de validade existem correntes distintas, para os autores positivistas a validade da norma depende de sua relação com as normas superiores que estabelecem os procedimentos para a criação das normas inferiores. Já para os autores moralistas a norma válida deve entender, também, as exigências da justiça - realização do bem comum. Esta dimensão (normativa) busca identificar normas válidas, solucionar conflitos entre normas, construir um sistema jurídico que permita entender o conteúdo do direito em vigor. As Normas se subdividem em Princípios e regras, estes, fazem parte das normas. 
As Normas Jurídicas visam analisar a relação entre a sociedade e o ordenamento jurídico, vigente. Tem influências sociais da aplicação da norma, a postura do cidadão perante o direito, o comportamento e mentalidade do operador do direito está ligada à sociologia do direito – é a eficácia social das normas jurídicas. Para o direito a norma estabelece padrão ou referência, reflete situações reais, medidas conforme o Hans Kelsen descreveu como dever-ser, a norma jurídica resulta da interpretação das fontes do direito reconhecidos em cada ordenamento jurídico.
[1] ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios: Da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 4ª ed. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 43. 
ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios: Da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 4ª ed. São Paulo: Malheiros, 2004.
REALE, Miguel. Tridimensional do Direito, teoria. Enciclopédia Jurídica da PUCSP, 2017. Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/64/edicao-1/tridimensional-do-direito,-teoria . Acesso em: 24 de maio de 2022.
KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
MARTSUNG F.C.R. Alencar. O sistema jurídico: normas, regras e princípios.  Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8628 Acesso em: 23 maio 2022.
BOBBIO, Noberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 6°ed. Brasília.file:///C:/Users/Manoel%20Jorge/Downloads/Norberto%20Bobbio%20-%20Teoria%20do%20Ordenamento%20J%20(1).pdf Acesso em: 30 de maio de 2022

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