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planejamento estrategico

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Fundamentos do Planejamento 
Estratégico
Planejamento 
Estratégico
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL
AUTORIA
Dayanna dos Santos Costa Maciel
Olá! Sou formada em Administração pela Universidade Federal de 
Campina Grande (UFCG), com Mestrado na mesma área pela Universidade 
Federal da Paraíba – este, com ênfase em Estratégia e Inovação. Também 
sou mestra em Gestão de Recursos Naturais (UFCG, 2014) com ênfase 
em Estratégia Ambiental focada em modelos e ferramentas de gestão 
nas empresas. Tenho experiência técnico-profissional no ensino da 
Administração, ministrando disciplinas como Planejamento Estratégico, 
Cultura organizacional e liderança, Administração de Recursos Materiais 
e Patrimoniais, entre outras em nível de graduação e pós-graduação. Sou 
apaixonada por gestão e planejamento, e lecionar esse conteúdo para 
mim consiste em emergir junto com os discentes em um universo de 
possibilidades de gestão, no qual a criatividade para traçar estratégias e 
analisar cenários torna-se o principal ingrediente presente no processo 
de ensino e aprendizagem, bem como da atuação dos futuros gestores 
em formação. Adoro transmitir meus conhecimentos e minha experiência 
de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui 
convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores 
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de 
muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Pensamento Estratégico nas Empresas: Evolução e Conceito 10
O que é Pensamento Estratégico? ..................................................................................... 10
Construção do Pensamento Estratégico nas Empresas: Origem 
e Evolução da Estratégia Empresarial .......................................................... 14
Afinal, o que é Estratégia? ........................................................................................................ 18
Perspectiva da Administração Estratégica .................................................................. 20
Relacionando Planejamento e Estratégia Empresarial ..............24
O que é Planejamento? ..............................................................................................................24
Elementos Básicos e Níveis do Planejamento ..........................................................28
Planejamento Estratégico .........................................................................................................32
Um Breve Escopo do Planejamento Estratégico .................................34
Escolas de Estratégia ................................................................................ 37
Escolas de Estratégia: Uma Visão Geral .........................................................................37
Escolas com Caráter Prescritivo ...........................................................................................43
Design (Estratégia como um Processo de Concepção) ..................43
Planejamento (Estratégia como um Processo Formal) e 
Posicionamento (Estratégia como um Processo Analítico) ...........45
Escolas com Caráter Descritivo ............................................................................................47
O Ambiente Organizacional e suas Implicações para a 
Estratégia ....................................................................................................... 53
Ambiente Organizacional: Visão Geral da Constituição ......................................55
Análise Externa: o Macro e o Microambiente das Organizações .................57
Análise Interna: Ambiente Interno .....................................................................................61
7
UNIDADE
01
Planejamento Estratégico
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que o pensamento estratégico é primordial para o 
sucesso? Nesse sentido, temos que, para ser bem-sucedido (na profissão, 
no amor, nos negócios etc.), é necessário pensar estrategicamente. Ops! 
Pare e pense um pouco, relembre uma situação na qual você considera 
ter obtido sucesso. Pensou? Agora relembre seus pensamentos ao longo 
dessa situação, neles você vai encontrar, com certeza, uma série de planos, 
projeções, previsões e vinculações de acontecimentos e conhecimentos. 
Pois bem! Podemos assim dizer que você já pensou estrategicamente. 
Nesse sentido, assim como você (pessoa física), as empresas e 
organizações (pessoas jurídicas) precisam pensar estrategicamente para 
serem bem-sucedidas no atingimento de seus diversos objetivos. Ou seja, 
elas devem ser capazes de projetar os efeitos de suas ações e ter visão de 
longo prazo criativa e orientada para a execução de objetivos. Entendeu? 
Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar neste universo! O 
universo da estratégia organizacional!
Planejamento Estratégico
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
1. Entender o pensamento estratégico a partir de sua evolução e 
conceituação no contexto da administração de empresas.
2. Relacionar os conceitos de planejamento e estratégia empresarial, 
compreendendo os objetivos e planos inerentes aos níveis de 
gestão organizacional: estratégico, tático e operacional.
3. Discernir sobre as abordagens teóricas que explicam a formulação 
de estratégias.
4. Identificar os principais aspectos a serem considerados no 
ambiente organizacional para fins de elaboração de estratégias.
Então? Preparado navegar no mar do conhecimento sobre estratégia? 
Alçar velas e boa viagem! 
Planejamento Estratégico
10
Pensamento Estratégico nas Empresas: 
Evolução e Conceito
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você será capaz de entender 
como se constrói o pensamento estratégico no contexto 
empresarial. Isso é de suma importância para a sua atuação 
profissional, uma vez que a partir desse conhecimento 
você poderá conduzir pessoas e organizações a pensarem 
estrategicamente rumo ao alcance de objetivos. E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então, 
vamos lá. Avante!
O que é Pensamento Estratégico?
Você já pensou ou pensa estrategicamente? Para responder essa 
pergunta e começar nossos estudos, vamos iniciar este capítulo entendendo, 
a priori, o que é pensamento estratégico. “Pensamento estratégico” 
consiste em um termo composto por duas palavras que nos convém 
definir: pensamento e estratégico. Vejamos: quando queremos conhecer 
o significado de uma palavra, em que podemos encontrá-lo de forma 
geralista e objetiva? No dicionário! Isso mesmo! Para tanto, em uma breve 
pesquisa no DicionárioOn-line de Português (2009-2020), encontramos os 
seguintes significados atribuídos para à palavra pensamento:
Significado de Pensamento. Substantivo masculino. Ato 
de pensar, de tomar consciência, de refletir ou meditar. 
Faculdade de conceber, de combinar e comparar ideias; 
inteligência. Ato particular da mente; o resultado deste 
ato; reflexão. Modo de pensar; opinião, ponto de vista. Ato 
de meditar, de fantasiar; meditação, fantasia. Faculdade 
mental, do intelecto; ideia, mente, espírito. Ponto de 
vista que resulta da observação. Frase que traz consigo 
um ensinamento moral; máxima, sentença. Ação de 
representar mentalmente alguma coisa; ideia. Sentimento 
de cuidado, zelo, preocupação. Reunião das ideias ou 
dos conceitos que vigoraram ou fazem parte de uma 
determinada (DICIO, 2009-2020).
Planejamento Estratégico
11
Nessa mesma fonte, a palavra estratégico é classificada como um 
adjetivo e tem seu significado diretamente vinculado à palavra estratégia. 
Nesse sentido, estratégico, segundo o Dicionário online de português 
(2009-2020), remete a algo pertencente ao âmbito da estratégia. Diante 
do exposto, para obtermos uma compreensão do que venha ser o 
pensamento estratégico, é necessário concebermos o significado de 
estratégia. Segundo o Dicionário On-line de Português (2009-2020), 
temos:
Significado de Estratégia. Substantivo feminino. Meios 
desenvolvidos para conseguir alguma coisa. Forma 
ardilosa que se utiliza quando se quer obter alguma coisa. 
[Por Extensão] Habilidade, astúcia, esperteza: contornou a 
dificuldade com estratégia. Coordenação militar, política, 
econômica e moral feita com o intuito de defender uma 
nação de seus possíveis invasores. [Militar] Arte militar de 
planificações de guerra (DICIO, 2009-2020).
Analisando conjuntamente os significados das palavras 
pensamento e estratégia, podemos resumir que a palavra pensamento 
remete a consciência, reflexão, concepção e combinação de ideias que 
representam mentalmente alguma coisa. Já estratégia refere-se aos 
meios para se conseguir algo. Diante dos significados dessas palavras, 
qual seria uma definição objetiva para o termo “pensamento estratégico”? 
Pense um pouco. Pensou? Então, vamos lá.
DEFINIÇÃO:
Pensamento estratégico: é a consciência, reflexão, 
concepção e/ou combinação de ideias que representam 
mentalmente os meios para se conseguir algo, atingir 
determinado objetivo. 
Então, pensar estrategicamente é criar uma representação mental 
dos meios que serão utilizados para atingir determinado objetivo. Essa 
representação mental envolve, portanto, a concepção, combinação e 
comparação de ideias e resulta na habilidade, astúcia ou esperteza de 
atingir objetivos. 
Planejamento Estratégico
12
Figura 1 – Pensamento estratégico
Pensamento: 
consciência, 
reflexão, concep-
ção e/ou combi-
nação de ideias, 
representação 
mental. 
Pensamento 
estratégico
Estratégia: 
meios para 
atingir fins. 
Fonte: Elaborada pela autora (2021).
Diante dessa definição, temos que o pensamento estratégico faz 
parte do dia a dia da sociedade, por exemplo: quando uma dona de casa 
vai cozinhar para receber uma visita e pensa no prato que será servido, 
de forma consciente ela traça uma representação mental do prato e dos 
meios de que irá dispor para atingir o objetivo e ter o prato pronto na hora 
que a visita chegar (quais os ingredientes, que horas vai à feira fazer as 
compras, em que momento o prato irá ao forno etc.). 
A partir desse exemplo, temos que pensar estrategicamente é 
algo contextual. No caso da dona de casa, o contexto é o seu lar e suas 
relações sociais. De modo que, para fins de nossos estudos, é importante 
delimitarmos em qual contexto o termo pensamento estratégico é 
aplicado ao longo desta nossa viagem ao conhecimento. Pois bem, aqui o 
pensamento estratégico será estudado dentro do contexto das empresas 
e organizações. Ou seja, basicamente vamos estudar como as empresas 
e organizações representam ou devem representar os meios dos quais 
fazem ou devem fazer uso para atingir seus respectivos objetivos. 
DEFINIÇÃO:
“Empresa é uma organização destinada à produção e/ou 
comercialização de bens e serviços, tendo como objetivo o 
lucro” (SANDRONI, 1999, p. 203)
Planejamento Estratégico
13
Desse modo, antes de entramos nesse contexto, definimos primeiro 
o significado com que as palavras empresa/empresarial e organização/ 
organizacional são empregadas aqui.
DEFINIÇÃO:
Organização é qualquer entidade (com ou sem fins 
lucrativos) que possui, segundo Sandroni (1999), um 
conjunto de relações de ordem estrutural (direção, 
planejamento, operação e controle) que a mantém em 
funcionamento.
Uma vez esclarecidas essas palavras importantes para o estudo 
do pensamento estratégico, temos que nas empresas, particularmente, 
o seu objetivo é o lucro, de modo que, de forma objetiva, o pensamento 
estratégico é o delineamento dos meios pelos quais a empresa busca 
garantir a obtenção de lucro. Já nas organizações, esse objetivo pode 
ser variado. Por exemplo, em uma entidade religiosa, cujo objetivo é a 
espiritualização de seus fiéis, o pensamento estratégico consiste nos 
meios que os membros dessa instituição irão utilizar para conduzir seus 
fiéis nesse sentido. Particularmente aqui, vamos tratar do pensamento 
estratégico no contexto empresarial, mas o que discutirmos aqui pode 
ser aplicado a qualquer tipo de organização (com ou sem fins lucrativos) 
com as devidas adaptações relacionadas aos objetivos dessas entidades.
No contexto empresarial, a construção de um pensamento estra-
tégico resulta no que conhecemos como a construção da estratégia 
empresarial. Para tanto, no subtópico a seguir vamos conhecer a origem e 
evolução da estratégia nas empresas.
Planejamento Estratégico
14
Construção do Pensamento Estratégico nas Empresas: 
Origem e Evolução da Estratégia Empresarial
Para entendemos de onde vem a estratégia empresarial, precisamos 
resgatar as raízes da utilização da palavra estratégia ao longo do tempo, 
quando o seu significado foi se modificando conforme a sua prática.
VOCÊ SABIA?
A estratégia nasceu de situações concorrenciais, 
especialmente no contexto das guerras, migrando para 
o contexto de jogos e de negócios. A esse fato podemos 
atribuir então a complexidade do conceito de estratégia, 
o qual, para ser compreendido e praticado, requer um 
pensamento sistêmico.
A palavra estratégia tem suas raízes na Grécia Antiga, usada 
para definir a “obra” resultante das atribuições dos generais de guerra, 
comandantes de exército e da marinha: os chamados estrategos. Dessa 
aplicação da palavra, resultou a vinculação da estratégia, a organização 
e o emprego dos recursos, bem como a máxima de que o objetivo da 
estratégia é a vitória. Segundo Maximiano (2017), em seu contexto de 
origem a estratégia tem por significado o emprego dos recursos (tempo, 
treinamento, combatentes e equipamentos) com a finalidade de derrotar 
o oponente em uma situação de defesa e ataque.
Ainda relacionado ao emprego da estratégia em combates 
históricos, temos que a estratégia pode ser atrelada às palavras esperteza 
e astúcia. Nesse sentido, destaca-se a figura do estrategista e seus 
respectivos interesses, de modo que esse, para atingir seus objetivos, 
busca surpreender ou enganar seu concorrente. 
Além das origens gregas, a estratégia como “arte de guerra” tem 
suas bases fundamentadas nos estudos do autor chinês Sun Tzu. Para 
Camargos e Dias (2003):
Planejamento Estratégico
15
Um dos primeiros usos do termo estratégia foi feito há 
aproximadamente 3.000 anos pelo estrategista chinês 
Sun Tzu, que afirmava que “todos os homens podem ver 
as táticas pelas quais eu conquisto, mas o que ninguém 
consegue ver é a estratégia a partir da qual grandes vitórias 
são obtidas (CAMARGO; DIAS, 2003, p. 28).
SAIBA MAIS:
O livro A arte da guerra, de Sun Tzu, é considerado por 
muitos estudiosos como abíblia da estratégia, sendo 
utilizado amplamente no mundo dos negócios. Por consistir 
em uma obra seminal dos estudos de estratégia, este vem 
sendo publicado e editado por várias editoras ao longo dos 
anos. 
Sun Tzu traz para a base teórica da estratégia os princípios 
fundamentais sobre planejamento, doutrinação e comando, que são 
reconhecidos pela administração dos diferentes tipos de organização. 
Assim, podemos dizer que a utilização desses princípios, bem como 
a ampliação destes pela administração de empresas, deu origem à 
estratégia empresarial. 
IMPORTANTE:
Atualmente, o termo estratégia é utilizado de forma geral 
para designar a escolha de meios com foco no alcance 
de objetivos. No contexto dos negócios, a estratégia não 
abrange só situações de concorrência, como destacado 
em suas origens, mas também de colaboração. Nesse 
sentido, empresas constituem parcerias estratégicas para, 
em conjunto, obterem vantagens.
Planejamento Estratégico
16
A estratégia empresarial tem suas raízes práticas remetidas ao início 
do século XX, quando seu conceito e técnicas de aplicação chegaram às 
empresas, dando origem à administração estratégica (MAXIMIANO, 2019). 
A Figura 2 destaca a origem e alguns marcos da evolução da estratégia 
empresarial, uma vez que essa área de estudos vem sendo ampliada até 
os dias atuais.
Figura 2 – Origem e evolução teórica e prática da estratégia empresarial 
Alfred Sloan 
(1934)
Chandler 
(1962)
Ansoff (1965) Porter (1980)
-” O objetivo 
estratégico de 
uma empresa 
é obter retorno 
de capital”.
- Atividades 
estratégicas 
devem ser 
separadas 
das atividades 
rotineiras.
Primeiras 
aplicações 
sistemáticas
Primeiras 
pesquisas de 
estratégia em-
presarial
- Existe rela-
ção entre a 
estratégia e a 
estrutura da 
empresa.
- Conceito de 
estratégia.
Apresenta 
uma noção de 
um processo 
para formular 
objetivos e 
estratégias 
com base na 
análise de 
oportunidades 
do ambiente. 
- A estrutu-
ra do setor 
empresarial 
(indústria) 
determina a 
estratégia da 
empresa.
O processo de 
formulação da 
estratégia
Estratégia 
competitiva.
Continua...
Fonte: Adaptada de Maximiano (2017).
NOTA:
Chandler foi considerado o primeiro pesquisador da 
estratégia empresarial. Em seu livro, lançado em 1962, 
denominado Estratégia e estrutura, o autor define estratégia 
como a determinação de metas e objetivos, adoção e 
alocação de recursos necessários para o atingimento 
dessas metas e objetivos (MAXIMIANO, 2017).
Planejamento Estratégico
17
Na atualidade, a prática da estratégia nas empresas, bem como 
a teoria que sustenta seu ensino, pode ser analisada diante de quatro 
perspectivas, a saber: paradigma do mercado, visão com base em 
recursos, modelo de negócios e administração estratégica. Essas 
perspectivas têm suas respectivas essências apresentadas na Figura 3.
Figura 3 – Quatro perspectivas sobre estratégia empresarial
Paradigma do 
mercado
Esta perspectiva (ou modelo), que se origina de eco-
nomistas, enfatiza a ação das variáveis externas à 
empresa. Baseia-se na premissa de que o ambiente, 
ou seja, a organização ou estrutura do ramo de ne-
gócios, é o fator principal na escolha que as empre-
sas fazem das estratégias para serem competitivas, 
muito mais do que as decisões internas.
Visão baseada 
em recursos
Esta perspectiva enfatiza a ação das variáveis inter-
nas à empresa. Nesse modelo, os recursos de todos 
os tipos são valorizados e mobilizados como princi-
pais determinantes na formulação e implantação de 
estratégias organizacionais.
Modelo de ne-
gócios
O modelo de negócios é uma das perspectivas mais 
recentes sobre a estratégia das empresas. É mais 
que um modelo – é uma ferramenta que faz a in-
tegração sistêmica de muitas variáveis da empresa 
para transformá-las em guia de análise e decisão so-
bre estratégia e competitividade.
Administração 
estratégica
Esta perspectiva também é instrumental e oferece 
um roteiro para o processo de planejar a estratégia, 
com base na análise swot. A estratégia é planejada 
e executada operacional e trabalho nas áreas fun-
cionais. Os resultados da execução da estratégia são 
avaliados e o ciclo planejamento – execução-contro-
le se repete.
Fonte: Maximiano (2017, p. 321).
Diante dos nossos objetivos de aprendizagem, que referem ao 
planejamento estratégico nas empresas, a abordagem que merece 
destaque é a da administração estratégica, a qual iremos detalhar mais 
Planejamento Estratégico
18
adiante. Antes de aprofundarmos nosso conhecimento nessa abordagem, 
é necessário concebermos um conceito de estratégia como norte, haja 
vista o conceito de estratégia não ser um consenso na literatura à qual se 
refere.
Afinal, o que é Estratégia?
No início deste capítulo, apresentamos um conceito preliminar de 
estratégia a partir do significado do termo presente no dicionário. Contudo, 
é necessário aprofundarmos nesse conceito incorporando aspectos 
inerentes à estratégia no contexto das empresas.
Se você se dispor a pesquisar em livros e artigos acadêmicos, bem 
como questionar gestores e pesquisadores sobre o que é estratégia, 
vai chegar à conclusão de que não existe um conceito único para 
estratégia. Pois bem, afinal, como podemos conceituar estratégia a fim 
de continuarmos a nossa viagem no conhecimento a esse respeito? Vou 
responder de forma breve: embora existam vários conceitos para a palavra 
estratégia, estes apresentam alguns aspectos em comum os quais vamos 
descobrir analisando os conceitos de estratégia dispostos no Quadro 1.
Quadro 1 – Conceitos de estratégia
AUTOR/ANO CONCEITO DE ESTRATÉGIA
LODI (1969)
Estratégia é a mobilização de todos os recursos da empresa no 
âmbito nacional ou internacional visando atingir objetivos a longo 
prazo. Seu objetivo é permitir maior flexibilidade de resposta às 
contingências imprevisíveis.”
HENDERSON 
(1989)
A estratégia é um plano de ação que desenvolverá uma 
vantagem competitiva para o negócio e, também, é a colocação 
desse plano em prática.
MICHEL (1990)
A decisão sobre quais recursos devem ser adquiridos e usados 
para que se possa tirar proveito das oportunidades e minimizar 
fatores que ameaçam a consecução dos resultados desejados.
MINTZBERG e 
QUINN (1991)
É um modelo ou plano que integra os objetivos, as políticas e as 
ações sequenciais de uma organização, em um todo coeso.
PORTER (1996)
Estratégia competitiva é um arranjo de atividades dos seus 
concorrentes ou a execução dessas atividades de forma 
diferente, objetivando entregar um valor único ao mercado em 
que a empresa atua.
Planejamento Estratégico
19
THOMPSON JR. e 
STRICKLAND III 
(2000)
Conjunto de mudanças competitivas e abordagens comerciais 
que os gerentes executam para atingir o melhor desempenho da 
empresa. É o planejamento do jogo de gerência para reforçar a 
posição da organização no mercado, promover a satisfação dos 
clientes e atingir os objetivos de desempenho.
WRIGHT, KROLL e 
PARNELL (2000)
Planos da alta administração para alcançar resultados 
consistentes com a missão e os objetivos gerais da organização.
MINTZBERG, 
AHLSTRAND e 
LAMPEL (2000)
Plano para dirigir as ações para um futuro que se deseja moldar 
favoravelmente a quem o elabora.
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
REFLITA:
As diferentes percepções do que vem a ser estratégia 
implica diferentes posturas de quem a concebe e a coloca 
em prática. Nesse sentido, antes de você buscar traçar 
estratégias ou questionar a postura estratégica de um 
gestor, busque conhecer o que este entende por estratégia 
e reflita. Isso permitirá aprender mais sobre a relação da 
teoria e prática da estratégia.
Saiba que os conceitos de estratégia são inúmeros. No Quadro 
1, apenas listamos alguns identificados nos estudos relacionados à 
estratégia. Contudo, esses já nos dão uma noção da essência desse 
conceito. Ao analisarmos os conceitos aqui dispostos, podemos observar 
que todos apresentam sempre uma atividade,a qual vamos chamar de 
atividade estratégica e, por conseguinte, um ou mais objetivos resultantes 
dessas atividades. 
São atividades estratégicas presentes nesses conceitos: 
mobilização de recursos, planejamento de ações, execução de planos, 
decisão de aquisição de recursos, desenvolvimento e arranjo de 
atividades. Já como consequência dessas atividades estratégicas, ou seja, 
os objetivos estratégicos, temos: atingimento de objetivos de longo prazo, 
flexibilidade de resposta a contingências, vantagem competitiva, proveito 
de oportunidades, minimização de fatores que ameaçam resultados 
esperados e entrega de valor único ao mercado.
Planejamento Estratégico
20
Veja só a quantidade de atividades e objetivos estratégicos que 
cabe em um conceito de estratégia! Pois é! Para darmos continuidade a 
nossos estudos, precisamos definir estratégia organizacional/empresarial 
de forma abrangente e que considere essas atividades e objetivos. Assim, 
para fins do nosso aprendizado ao longo desta viagem de conhecimento, 
vamos considerar o seguinte conceito para estratégia organizacional/
empresarial: é o planejamento, mobilização, organização e execução 
de recursos, planos e ações dentro das empresas, almejando que estas 
aproveitem oportunidades, atinjam objetivos de longo prazo e entreguem 
valor único ao mercado.
DEFINIÇÃO:
Estratégia empresarial é um processo que envolve 
planejamento, mobilização, organização e execução 
de recursos, planos e ações, que permitem à empresa 
aproveitar oportunidades, atingir objetivos de longo prazo 
e entregar valor único ao mercado.
Prontinho! Agora que temos um conceito abrangente de estratégia, 
que remete ao dia a dia das empresas, podemos perceber que em tal 
conceito as atividades estratégicas remetem às funções de administração: 
planejamento, organização, direção ou liderança e controle. Assim, esse 
nosso conceito, remete à perspectiva da administração estratégica, a qual 
foi apresentada brevemente quando estudamos aqui sobre a evolução da 
estratégia empresarial. Desse modo, no tópico a seguir apreenderemos 
mais sobre essa perspectiva, uma vez que ela é quem guiará nossa 
viagem de conhecimento a partir daqui. 
Perspectiva da Administração Estratégica
Segundo essa perspectiva, a estratégia empresarial é resultante de 
processos que, em andamento, requerem decisões a respeito do modelo 
de negócios, objetivos de desempenho, vantagem oriunda da competição 
no mercado de atuação, entre outras. Segundo Maximiano (2017):
A administração estratégica compreende a implementação, 
o monitoramento de resultados da execução dos planos 
Planejamento Estratégico
21
estratégicos e ciclo de decisões. [...] Dentro da perspectiva 
da administração estratégica, encontramos as alternativas 
estratégicas propostas por diversos autores. As estratégias 
para esses autores, definem as possíveis direções 
para o modelo de negócios, em função dos desafios 
e das oportunidades do ambiente e sistemas internos 
(MAXIMIANO, 2017, p. 325-327). 
Considerando o disposto por Maximiano (2017), temos que a 
empresa pode adotar várias estratégias empresariais. A Figura 4 apresenta 
algumas dessas estratégias com base em alguns autores estudiosos de 
estratégia empresarial.
Figura 4 – Estratégias empresariais
Penetração de mercado
Desenvolvimento de 
mercado
Igor Anssof e as estraté-
gias de crescimento 
Porter e as estratégias 
competitivas
Milles e Snow e os padrões 
de adaptação de compor-
tamento
Desenvolvimento de 
produto
Diversificação
Diferenciação
Liderança do custo
Liderança do custo
Foco
Comportamento defensivo
Comportamento prospec-
tivo
Comportamento analítico
Comportamento de reação
Fonte: Adaptada de Maximiano (2017).
Em suma, temos que as empresas, entre outras formas, podem 
crescer por meio de estratégias resultantes, segundo Anssof, da 
exploração de produtos tradicionais em um mercado tradicional 
(penetração de mercado), exploração de novos mercados com produtos 
tradicionais (desenvolvimento de mercado), exploração de mercados 
tradicionais com produtos novos (desenvolvimento de produto) e, ainda, 
da exploração de novos mercados com novos produtos (diversificação).
Já na perspectiva de Porter (2007), as empresas podem competir no 
mercado em que atuam utilizando-se de estratégias que as diferenciem 
Planejamento Estratégico
22
de seus concorrentes por meio de uma identidade própria de seus 
produtos e serviços (diferenciação), oferecendo um produto mais barato 
(liderança do custo) ou, ainda, escolhendo um nicho ou segmento de 
mercado e concentrar-se nele (foco). 
Por último, entre as estratégias que estamos conhecendo aqui, 
temos a que remete ao comportamento da empresa ante as contingências 
do ambiente de negócios. Nesse sentido, Miles e Snow afirmam que as 
empresas podem evitar grandes mudanças em sua estrutura, tecnologia 
e operação (comportamento defensivo), procurar novas oportunidades 
(comportamento prospectivo), atuar em dois mercados, sendo um estável 
e outro em processo de mudança (comportamento analítico), e/ou efetuar 
mudanças apenas quando forçadas por contingências mercadológicas 
(comportamento de reação).
Agora que já temos uma noção de possíveis estratégias que uma 
empresa pode adotar dentro da perspectiva da administração estratégica, 
é importante lembrar que, conceitualmente, a estratégia empresarial 
remete a objetivos estratégicos, conforme já estudamos quando 
concebemos um conceito mais completo de estratégia. Portanto, na 
administração estratégica, esses objetivos remetem aos resultados que 
a empresa ou organização pretende realizar, de modo que, para realizar 
esses objetivos, esta deve ter em mente o processo de administração 
estratégica, o qual é representado pela Figura 5.
Figura 5 – Processo formal de administração estratégica
Inputs externos
P
la
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m
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n
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Swot e outras 
análises
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Próximo ciclo
Fonte: Adaptado de Maximiano (2017).
Planejamento Estratégico
23
Observe que, no processo forma de estratégia, o planejamento é 
uma parte do processo. A fase inicial é o que chamamos de planejamento 
estratégico e que resulta da relação existente entre estratégia e pla-
nejamento, assunto que vamos discutir mais adiante em nossos estudos.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido 
que pensar estrategicamente consiste em criar uma 
representação mental dos meios que serão utilizados para 
atingir um determinado objetivo. Essa representação mental 
envolve, portanto, a concepção, combinação e comparação 
de ideias e resulta na habilidade, astúcia ou esperteza de 
atingir objetivos. A esse respeito, destacamos também o 
fato de que pensar estrategicamente é algo inerente às 
relações sociais e, portanto, remete a diferentes contextos. 
No contexto das empresas, pensar estrategicamente é 
traçar uma representação de estratégias empresariais. 
Então, definimos que estratégia empresarial é uma postura 
da empresa resultante do planejamento, mobilização, 
organização e execução de recursos, planos e ações, que 
permitem a esta aproveitar oportunidades, atingir objetivos 
de longo prazo e entregar valor único ao mercado. Até 
aqui, compreendemos que a construção do pensamento 
estratégico se deu inicialmente com insights do contexto 
de guerra e as situações de competição, avançando em 
conceito e prática na sua aplicação nos estudos de gestão e 
administração, sendo hoje compreendidoa partir de quatro 
perspectivas: paradigma de mercado, visão com base em 
recursos, modelo de negócios e administração estratégica.
Planejamento Estratégico
24
Relacionando Planejamento e Estratégia 
Empresarial
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você será capaz de conceber a 
relação existente entre planejamento e estratégia nas 
empresas. Aqui, você aprenderá os diversos níveis de 
planejamento empresarial, bem como será capaz de definir 
os elementos constituintes do planejamento estratégico. 
Esses conceitos irão norteá-lo quando, em sua prática 
profissional, for necessário analisar, criar ou até mesmo 
reconfigurar o planejamento estratégico de organizações. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então, vamos lá. Avante!
O que é Planejamento?
Vamos lá! Aqui, somos apresentados ao mundo das conjecturas, 
previsões, planos e metas, será? Bem, quando falamos de planejamento, 
qual a primeira coisa que vem à sua cabeça? Se eu pedir para, neste 
momento, você planejar mentalmente uma viagem, qual a primeira 
coisa que você vai pensar? Claro, o destino! E depois? Ah, é aí que vêm 
os recursos, não é? O que vou precisar para fazer a viagem, o tempo de 
viagem, analisar minhas condições atuais, prever como conseguir os 
recursos que não tenho, e por aí vai. 
Seja bem-vindo ao mundo do planejamento! No contexto das 
organizações, o planejamento segue esse raciocínio, mas, como as 
organizações são complexas por natureza (envolvem pessoas, ambiente 
e contingências empresariais, níveis de operação, hierarquia de atividades 
etc.), o planejamento nesse sentido também é complexo. Contudo, 
podemos seguir a mesma lógica da reflexão acima, começando pela 
definição de quem é a empresa e onde ela quer chegar (o destino da 
Planejamento Estratégico
25
viagem), passando pela definição de planos (o que, onde, como, quanto 
tempo) e implementação deles (viagem em si e chegada ao destino). 
Entendeu a lógica do planejamento? Mas, enfim, de um modo geral, o 
que é planejamento? 
DEFINIÇÃO:
Planejamento é o processo consciente e sistemático de 
tomada de decisão sobre metas que um indivíduo, grupo ou 
unidade de trabalho buscarão atingir no futuro (BATEMAN; 
SNELL, 2010).
Contudo, no contexto das organizações, esse conceito é ampliando. 
O planejamento é uma das funções da administração, assim como 
a organização, a direção e o controle. Para tanto, visando ao nosso 
aprendizado nos estudos, a partir daqui vamos assumir o seguinte conceito 
de planejamento fornecido por Sobral e Perci (2008, p. 132): “planejamento 
é a função da administração responsável pela definição dos objetivos da 
organização e pela concepção de planos que integram e coordenam suas 
atividades”. 
Prontinho! Agora temos um conceito de planejamento no âmbito 
das organizações. Ao analisarmos, podemos concluir que o planejamento 
nas empresas remete a estados futuros que essa empresa pode assumir, 
os quais são condicionados pela dupla atribuição do planejamento: 
definição de objetivos e concepção de planos. A Figura 6 ilustra a dupla 
atribuição do planejamento.
Planejamento Estratégico
26
Figura 6 – A dupla atribuição do planejamento
Planejamento
Função 
administrativa
Atribuições Futuro da 
organização
Definição dos 
objetivos
Concepção dos 
planos
Resultados, pro-
pósitos, intenções 
ou estados futuros 
que as organiza-
ções pretendem 
alcançar.
Guias que intera-
gem e coordenam 
as atividades da 
organização de 
forma a alcançar 
os objetivos.
Fonte: Adaptada de Sobral e Perci (2008).
Como consequência das atribuições do planejamento nas 
organizações, temos que, para os administradores destas, o planejamento 
faz parte de suas atividades diárias, uma vez que é ele quem guia os rumos 
das decisões e ações dentro dessas organizações. Ainda, destacamos 
que, como uma das funções administrativas, o planejamento é a base 
que sustenta as demais.
VOCÊ SABIA?
A ausência de planejamento formal pode ser uma das 
causas que levam as empresas a fecharem as portas? Pois 
é! Mas como assim? O planejamento é a fonte que fornece 
aos indivíduos e à unidade de trabalho um mapa claro a ser 
seguido em suas atividades de modo que, sem esse mapa, 
os indivíduos e unidades podem estar caminhando em 
sentido contrário aos objetivos da organização. Por exemplo, 
sem um planejamento de custos, as unidades de trabalho 
podem estar gerando custos exorbitantes de operação de 
modo a contribuir para a redução dos lucros da empresa.
Planejamento Estratégico
27
Pense um pouco: como seria possível organizar os recursos (tempo, 
dinheiro, mão de obra etc.) e a estrutura organizacional (áreas funcionais, 
setores, departamentos etc.) sem a existência de objetivos e planos? 
Como dirigir de forma eficaz os membros organizacionais sem ter clareza 
dos objetivos a serem alcançados? Como motivar pessoas sem saber o 
que é atribuição dela? Como controlar as atividades organizacionais sem 
o estabelecimento de objetivos ou parâmetros? Pensou? Acredito que 
nessa reflexão você acabou de perceber a importância do planejamento 
para as organizações, especialmente para as empresas cujo principal 
objetivo é a lucratividade.
Nesse sentido, é fato que as organizações precisam planejar para 
enfrentar mudanças que ocorrem em seu ambiente, como economia, 
cultura, estilo de vida da sociedade, tecnologia etc. E o planejamento é 
atribuído ao gestor organizacional, que deve prever situações e ações 
futuras da organização como um jogador prevê os próximos passos em 
um jogo de xadrez.
Figura 7 – Os administradores, assim como os praticantes do xadrez, devem se afastar da 
perspectiva operacional de apenas mover as peças, ou seja, os recursos, e se concentrar no 
futuro do jogo/organização
Fonte: Pixabay 
O planejamento no contexto das organizações gera, nesse sentido, 
uma série de benefícios e vantagens, entre as quais se destacam: o 
fornecimento de senso de direção; promoção e integração de esforços 
Planejamento Estratégico
28
com um foco comum; maximização da eficiência por meio da otimização 
de esforços e recursos organizacionais; estabelecimento de prioridades 
e redução de desperdícios; redução do impacto do ambiente por meio 
do monitoramento e interpretação deste; definição de parâmetros de 
controle; geração de motivação e comprometimento e fornecimento de 
fundamento lógico para tomada de decisões consistentes.
Elementos Básicos e Níveis do 
Planejamento
Chegamos aqui compreendendo o que é planejamento. Agora é 
a hora de compreendermos brevemente os seus elementos básicos e 
os níveis em que o planejamento se dá dentro das organizações. Vamos 
começar pelos elementos, ou seja, vamos identificar os componentes 
que são fundamentais no planejamento organizacional. Para que o 
planejamento possa existir, é necessário considerar seus seguintes 
elementos constitutivos básicos: condições atuais (análise), tempo (fator 
condicionante), previsão (problemas), dados e informações (coleta) e 
planos (coordenação). O Quadro 2 apresenta em que consiste cada um 
desses elementos.
Quadro 2 – Elementos do planejamento
Elemento Aspectos relacionados
Condições 
atuais
- Identificação de necessidades de mudança por meio 
da análise dos objetivos e da rotina organizacional.
- Reconhecer quando as condições atuais da 
organização requerem planejamento. 
Tempo
- Abrangência e validade do planejamento (curto e 
longo prazo).
- Planejamento de curto prazo: planejamento 
relacionado com o futuro mais próximo da organização 
(dia, mês e até um ano).
- Planejamento de longo prazo: é geralmente 
estratégico, preocupa-se com a adequação e natureza 
dos objetivos organizacionais e a maneira com que 
são atingidos. Requer habilidade de antecipar o futuro 
e relacionar com o ambiente externo à organização.
Planejamento Estratégico
29
Previsão
- Predição de condições e eventos possíveis de 
ocorrer no futuro.
- Uso de técnicas específicas e modelos de previsão(explanatórios ou estatísticos).
- Tomar decisões com base em previsões.
Dados e 
informações
- Quantidade e qualidade dos dados disponíveis ao 
planejador.
- Estabelecimento de fontes confiáveis de coleta.
- Obtenção de dados e informações em tempo 
desejável e de forma organizada.
- Custo de obtenção de informações.
Planos
- Coordenar a inter-relação entre planos, evitando 
conflitos de hierarquia.
- Definição de planos x níveis organizacionais.
Fonte: Adaptado de Kwasnicka (2005).
Observe que esses elementos de uma forma ou de outra destacam 
a importância do planejamento vinculado aos níveis organizacionais. 
Pois bem, dessa vinculação surgem os diferentes tipos ou níveis de 
planejamento, a saber: estratégico, tático e operacional. Cada nível de 
planejamento remete a planos com finalidades distintas. 
DEFINIÇÃO:
Planos são a tradução do planejamento em objetivos e 
descrição de formas de alocação de recursos e realização 
de atividades. 
Podemos tipificar os planos conforme o foco do planejamento, 
considerando a abrangência, horizonte temporal, grau de especificidade 
e permanência. Vejamos cada uma dessas tipologias:
a. Quanto à abrangência: os planos podem ser de três tipos, os 
quais remetem aos níveis de planejamento organizacional – 
planos estratégicos, táticos ou operacionais. A Figura 8 relaciona 
os planos aos planejadores em cada nível organizacional.
Planejamento Estratégico
30
Figura 8 – Planejamento por nível organizacional
Nível estratégico
Nível tático
Nível operacional
Adminis-
tradores de 
topo
Foco na organização como um todo
Forte orientação externa
Orientação de longo prazo
Objetivos gerias e planos genéricos
Gerentes
Foco em unidades ou departamentos 
da organização
Orientação de médio prazo
Definem as principais ações a em-
preender para cada unidade
Supervisores 
de 1ª linha
Foco em tarefas rotineiras
Definem procedimentos e processos 
específicos
Objetivos especificam os resultados 
esperados de grupos ou indivíduos
Fonte: Sobral e Perci (2008, p. 135).
No planejamento em nível estratégico (planeamento estratégico), 
os planos estratégicos remetem à organização como um todo e às 
decisões objetivos e estratégias que constituem a base sólida para os 
planejamentos existentes nos demais níveis. Nesse tipo de planejamento, 
os planos, assim como os objetivos, são generalistas e estão orientados 
ao ambiente externo da organização (fornecedores, concorrente, etc.). São 
exemplos de objetivos que norteiam planos estratégicos nas empresas: 
porcentagem de retorno sobre investimento e crescimento de receitas, 
definição de prazo para entrada em novos mercados etc. 
Quando partimos para o planejamento tático, o que é definido pelo 
planejador são os objetivos específicos de uma unidade, setor ou área 
funcional da organização, e estes remetem aos objetivos gerais definidos 
no planejamento estratégico. Em geral, os planos em nível tático são de 
médio prazo. Entendeu? É nesse tipo de planejamento que se definem os 
objetivos e cursos de ações necessários para que cada departamento, 
unidade, área funcional etc. contribua para o atingimento dos planos e 
objetivos estratégicos. São exemplos de objetivos que norteiam planos 
táticos nas empresas: aumento da participação no mercado de atuação 
em termos percentuais; aumento de produtividade ou redução de 
estoques; diminuição da rotatividade de funcionários, entre outros.
Planejamento Estratégico
31
Por fim, temos o planejamento em nível operacional, que consiste 
no conjunto de planos de operação. Mas o que são planos de operação? 
Esses são os planos específicos do dia a dia, apresentam-se em forma 
de definição de processos e procedimentos requeridos nos níveis mais 
operacionais da organização, para que se sustentem os planos dos 
níveis superiores. Nesse nível, a orientação dos planos é de curto prazo 
e pode sofrer adaptações constantes quanto a oportunidades e desafios 
apresentados às organizações. São exemplos de objetivos que norteiam 
planos operacionais nas empresas: metas de vendas e valor monetário, 
nível de produção em unidades, estabelecimento de programas de 
treinamento etc.
a. Quanto ao horizonte temporal: os planos podem ser de três tipos 
– de longo, médio e curto prazo. Os planos de longo prazo são 
definidos para desenvolvimento no tempo hábil de três ou mais 
anos; nos de médio prazo, esse tempo é de um a dois anos; e a 
curto prazo, esse tempo é um horizonte de um ano, meses ou dias.
b. Quanto ao grau de especificidade: os planos podem ser gerais 
ou específicos. Os planos gerais têm como foco o objetivo final e 
não a forma com que este será alcançado. Essa forma é definhada 
pelos objetivos específicos, uma vez que este último define como, 
o quê e quando. 
c. Quanto à permanência: os planos podem ser tipificados em 
permanentes ou temporários. Nesse sentido, planos permanentes 
são traçados em situações predefinidas e de rotina, enquanto os 
temporários se extinguem quando os objetivos que os sustentam 
são realizados. São exemplos de planos permanentes normas e 
rotinas que detalham uma sequência de atividades operacionais 
da empresa. São exemplos de planos temporários os cronogramas 
de um projeto.
Agora que você já consegue relacionar o planejamento à estratégia 
da empresa, acredito que tenha se dado conta de que o planejamento 
Planejamento Estratégico
32
estratégico é a base de todo o planejamento organizacional. Por esse 
motivo, a seguir vamos juntos traçar brevemente um escopo desse tipo 
de planejamento.
Planejamento Estratégico
Se você chegou até aqui, já consegue diferenciar o planejamento 
estratégico dos demais tipos de planejamento. Mas, afinal, o que é 
planejamento estratégico? Melhor, vamos pensar diferente... vamos iniciar 
com a indagação inversa: o que não é planejamento estratégico?
Essa indagação inversa é fundamental para que você, atuando 
profissionalmente, não tenha distorções da definição prática do 
planejamento estratégico. Segundo Drucker (2000), é importante para 
o dirigente da empresa saber que planejamento estratégico não é: uma 
caixa de ideias nem um amontoado de técnicas; não é previsão; não 
opera com decisões futuras; e não é uma tentativa de minimizar o risco no 
formato de planos. 
Como assim? Até agora, estudamos que o planejamento envolve 
tudo isso, então por que agora temos que tudo isso não é planejamento 
estratégico? Vamos fazer uma analogia: suponhamos que o planejamento 
estratégico seja um suco de laranja. O suco de laranja envolve técnica 
para fazê-lo, açúcar e a laranja. Pois bem, você pode afirmar que a laranja 
ou a técnica é o próprio suco de laranja? A resposta é simples: não! Porque 
a laranja ou a técnica é uma coisa e o suco é outra. Entendeu? Assim, 
o planejamento não deve ser concebido puramente como previsão, 
projeção, predição, resolução de problemas ou plano, pois são coisas 
distintas, como a laranja e o suco! Para evitar essa confusão, o Quadro 
3 apresenta uma definição para cada um desses “ingredientes” que se 
fazem presentes no planejamento estratégico.
Planejamento Estratégico
33
Quadro 3 – O que não é planejamento estratégico
O que não é 
planejamento? Definição
Previsão
Esforço para verificar quais serão os eventos 
que poderão ocorrer, com base no registro de 
uma série de probabilidades.
Projeção
Corresponde à situação em que o futuro tende 
a ser igual ao passado, em sua estrutura básica.
Predição
Corresponde à situação em que o futuro tende 
a ser diferente do passado, mas a empresa não 
tem nenhum controle sobre seu processo e 
desenvolvimento.
Resolução de 
problemas
Corresponde a aspectos imediatos que 
procuram tão somente a correção de certas 
descontinuidades e desajustes entre a 
empresa e as forças externas que lhe sejam 
potencialmente relevantes.
Plano
Documento formal que se constitui na 
consolidação das informações e atividades 
desenvolvidas no processo de planejamento;é 
o limite da formalização do planejamento, uma 
visão estática do planejamento.
Fonte: Adaptado de Oliveira (2018).
Agora que você sabe o que não se pode confundir com planejamento. 
Concebemos, então, uma definição para planejamento estratégico.
DEFINIÇÃO:
Planejamento estratégico é o processo contínuo e 
sistemático de conduzir a organização para o futuro, 
abrangendo conhecimento desse futuro, tomada de 
decisões atuais envolvidas em riscos, organização de 
atividades necessárias à execução das decisões tomadas e 
medição de resultados a partir do confronto destes com as 
expectativas alimentadas ao longo desse processo.
Planejamento Estratégico
34
Vejamos que o planejamento tem sempre um pé no presente e 
outro no futuro da organização. Assim, o gestor deve buscar ter a visão 
mais clara possível desses cenários (atual e futuro). Quando o gestor foca 
apenas o cenário presente, podemos dizer que a organização que este 
dirige sofre de miopia estratégica. 
DEFINIÇÃO:
Miopia estratégia é quando a empresa enxerga apenas 
seu dia a dia, ou seja, a parte operacional, focando seu 
planejamento a curto prazo, desprezando o planejamento 
de longo prazo. 
A miopia estratégica pode levar inclusive a algumas distorções de 
como a estratégia é percebida na empresa. Essas distorções podem se 
tornar equívocos que chegam, em alguns casos, a conduzir as empresas 
à falência. 
Um Breve Escopo do Planejamento Estratégico
O planejamento estratégico, diante da definição apresentada, pode 
ser definido por um escopo que elenca seus elementos constituintes. 
São elementos essenciais que formam seu arcabouço: missão, cenário, 
objetivos e metas.
A missão e os objetivos das empresas geralmente são declarados 
publicamente por estas, com o intuito de criar uma identidade empresarial 
e motivar a todos que dela fazem parte a colaborar com essa missão e os 
objetivos.
DEFINIÇÃO:
“Missão é referência básica à razão de ser da empresa, seu 
alvo existencial, para o qual convergem todas as ações” 
(CHIAVENATO; MATOS, 2009, p. 5).
Planejamento Estratégico
35
Definição: “Objetivos estratégicos são a descrição clara, precisa e 
sucinta dos alvos a serem atingidos. São os indicadores das ações para se 
chegar aos resultados” (CHIAVENATO; MATOS, 2009, p. 5).
Já quanto ao cenário do planejamento estratégico, podemos 
entendê-lo como o contexto situacional no qual o planejamento é traçado. 
O cenário é traçado a partir da identificação de tendências, ameaças e 
oportunidades advindas do ambiente organizacional. Por fim, temos as 
metas. Elas são um objetivo quantificado. Por exemplo: se o planejamento 
estratégico tem como objetivo entrar em novos mercados até 2026, uma 
meta possível para esses objetivos é entrar em um novo mercado a cada 
dois anos. 
Aqui, assumindo esse escopo básico do planejamento estratégico, 
podemos atribuir que o sucesso desse planejamento é intuitivamente 
condicionado, segundo assevera Chiavenato e Matos (2009):
Definir a missão da empresa, identificando suas grandes 
áreas de atuação. Desenhar cenários com indicadores 
sobre tendências, ameaças e oportunidades. Formular 
os objetivos organizacionais para atender à missão. 
Estabelecer metas, em função de cada objetivo. 
Acompanhar e avaliar o cumprimento das metas. Promover 
as correções necessárias. Replanejar, revivendo o mesmo 
ciclo (CHIAVENATO; MATOS, 2009, p. 5). 
Planejamento Estratégico
36
RESUMINDO:
E agora? Você já se sente capaz de vincular estratégia ao 
planejamento empresarial? Aprendeu mesmo a relação 
existente entre esses dois conceitos? Para garantir isso, 
vamos resumir o que apreendemos aqui. Virmos que o 
planejamento de uma organização consiste na função 
administrativa ou de gestão responsável pela definição 
dos objetivos organizacionais e planos que integram e 
coordenam suas atividades. Vimos também que, nos três 
níveis organizacionais (estratégico, tático e operacional), 
esse planejamento possui objetivos distintos, contudo, 
interligados. Ainda, destacamos que, independentemente 
de o planejamento ser estratégico, tático e operacional, 
este tem como elementos básicos a ser considerados: 
as condições atuais da organização, o tempo (horizonte 
temporal de planejamento), previsões, dados e 
informações e planos. Contudo, é no planejamento no nível 
organizacional mais alto que observamos claramente a 
relação existente entre planejamento e estratégia, ou seja, 
o que se define como planejamento estratégico.
Conceituamos, então, planejamento estratégico como processo de 
conduzir a organização para o futuro, abrangendo conhecimento desse 
futuro, tomada de decisões atuais envolvidas em riscos, organização de 
atividades necessárias à execução das decisões tomadas e medição de 
resultados a partir do confronto destes com as expectativas alimentadas 
ao longo desse processo. Ou seja, o planejamento é o passo a passo que 
traduz a estratégia organizacional. Nesse sentido, o planejamento é parte 
do processo de implementação de estratégias e não deve ser confundido 
com os “ingredientes” que podem dele fazer parte (previsão, projeção, 
predição, resolução de problemas, planos etc.). 
Por último, apresentamos os elementos essenciais que formam 
o arcabouço do planejamento estratégico: missão, cenário, objetivos 
e metas, sendo o sucesso ou insucesso do planejamento atribuído à 
definição ou ao desenvolvimento desses elementos.
Planejamento Estratégico
37
Escolas de Estratégia
OBJETIVO:
Ao final deste capítulo, você será capaz de diferenciar as 
diferentes abordagens teóricas que explicam a formulação 
de estratégias organizacionais. Saber diferenciar essas 
abordagens permitirá a você, no desenvolvimento de 
sua atividade profissional, saber formular estratégias a 
partir da abordagem que melhor se enquadra à realidade 
da organização. E então? Pronto para desenvolver essa 
habilidade? Então, vamos lá. Avante!.
Escolas de Estratégia: Uma Visão Geral
Olá! Lembra-se do conceito de estratégia empresarial? Pois bem, 
ele é a ponta do iceberg! Uma vez que a formulação de estratégias é 
um processo complexo, esse conceito requer uma série de definições 
adjacentes. 
REVISANDO: 
Estratégia empresarial é um processo que envolve planejamento, 
mobilização, organização e execução de recursos, planos e ações que 
permitem à empresa aproveitar oportunidades, atingir objetivos de longo 
prazo e entregar valor único ao mercado.
Assim, a partir de agora, na realidade empresarial/organizacional, 
devemos conceber estratégia como um conceito que pode ser definido 
por cinco formas diferentes. Conforme dispõe Mintzberg (1987), daqui se 
considera que a estratégia requer uma série de definições e, devido à 
sua complexidade, ela pode ser definida como: plano, padrão, posição, 
perspectiva, truque ou manobra. Essas definições são apresentadas no 
Quadro 4 mais adiante.
Planejamento Estratégico
38
Figura 9 – Os administradores devem conhecer a definição de estratégia, uma vez que o 
seu conceito é apenas a ponta do iceberg, denominado estratégia empresarial
Fonte: Adaptado de Pixabay
EXPLICANDO MELHOR:
Conceito é uma unidade abstrata que consiste em uma 
combinação única de características. Os conceitos são 
representados por termos, que são designações verbais. No 
caso, o termo estratégia representa uma unidade abstrata 
criada a parir de uma combinação das características. Essas 
características é o que podemos chamar de definição. A 
definição descreve um conceito de modo a diferenciá-lo 
de outros conceitos associados. No caso da estratégia, seu 
conceito é complexo e possui mais de uma definição.
Planejamento Estratégico
39
Quadro 4 – Definições de estratégia
Estratégia 
como Definição
Plano
Direção, um guia ou curso de ação para o futuro, um 
caminho para se deslocar de um ponto (ou situação) 
a outro.
Padrão
Padrão consistente de comportamento da 
organização pretendido ou realizado ao longo do 
tempo. As organizaçõesdesenvolvem planos para 
seu futuro e extraem padrões de seu passado. 
Então, podemos dizer que existem estratégias 
organizacionais pretendidas e outras realizadas, ou 
ainda deliberadas ou emergentes.
Posição
Localização de determinados produtos ou marcas 
em determinados mercados.
Perspectiva
Maneira fundamental de uma organização fazer as 
coisas.
Truque ou 
manobra
Modo ou forma específica para enganar um oponente 
ou concorrente.
Fonte: Adaptado de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000).
DEFINIÇÃO:
Estratégia deliberada é quando um padrão estratégico 
é predefinido e realizado, já a estratégia emergente 
ocorre quando o padrão realizado e observado não é 
expressamente o pretendido.
Vamos analisar as definições de estratégia: é possível chegar a um 
consenso de uma única definição? Um consenso não é possível, já que 
a estratégia é tudo isso. Contudo, podemos elencar nessas definições as 
caraterísticas em comum de um modelo geral que define uma estratégia. 
Essas características são: envolvimento da organização e seu ambiente; 
essência complexa, busca pelo bem-estar geral da organização; 
envolvimento de questões de conteúdo e de processo; caráter de 
pretensão ou deliberação e expressão de processos de pensamento. 
Planejamento Estratégico
40
Além dessas características gerais da estratégia, estas, em prática, 
possuem vantagens e desvantagens no âmbito das empresas. Essas 
vantagens e desvantagens são apresentadas na Figura 10 atreladas a 
pressupostos presentes na literatura e na mente dos estrategistas a 
respeito dos papéis da estratégia nas empresas. 
Figura 10 – Pressupostos, vantagens e desvantagens da estratégia
“Estratégia fixa 
a direção”
Pressuposto Vantagem Desvantagem
“Estratégia 
focaliza o 
esforço”
“Estratégia 
define a orga-
nização”
“Estratégia 
provê cons-
ciência”
O principal papel da es-
tratégia é mapear o curso 
de uma organização para 
que ela navegue coesa no 
seu ambiente.
A estratégia provê sig-
nificado, além de uma 
forma conveniente para 
se entender o que faz a 
organização.
A estratégia promove a 
coordenação das ativi-
dades. Sem a estratégia 
para focalizar os esforços, 
as pessoas puxam em 
direções diferentes, e 
sobrevivem o caos.
A estratégia é como uma 
teoria: uma estrutura 
cognitiva para simplificar e 
explicar o mundo e, com 
isso, facilitar a ação.
Fixar uma direção pode 
ocultar perigos advindos de 
outras direções
Definir a organização 
com excesso de exatidão 
também pode significar 
defini-la com excesso de 
simplicidade, perdendo-se 
assim a rica complexidade 
do sistema.
“Pensamento grupal” surge 
quando o esforço é exces-
sivamente focalizado. Pode 
não haver visão periférica 
para abrir outras possibili-
dades
O excesso de consciência 
pode inibir a criatividade 
que surge de atos incons-
cientes.
Fonte: Adaptada de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000).
Diante do exposto sobre a definição de estratégia e seu processo 
de formulação emergente ou deliberada, podemos concluir que ela 
é vital para as organizações tanto por sua presença ou como por 
sua ausência. Em sua ausência, a criação deliberada pode promover 
flexibilidade em uma organização, evitando que controles rígidos, formais 
e altamente conscientes levem a organização a perder a sua capacidade 
Planejamento Estratégico
41
de experimentação e inovação. Buscando então compreender o processo 
de formulação de estratégias é que a administração estratégica passou 
a ser também uma disciplina acadêmica, além de ser uma função 
administrativa das organizações.
Como disciplina, a administração estratégica é detentora de 
estudos que enfatizam dois lados da formulação de estratégias: um é 
o lado reacional/prescritivo e o outro o emergente/descritivo. Desses 
estudos, surgem as escolas de estratégias prescritivas e descritivas, as 
quais são apresentadas brevemente no Quadro 5 e aprofundadas nos 
tópicos seguintes.
Quadro 5 – Características das Escolas de Pensamento de formulação da estratégia
Escola de 
Pensamen-
to
Visão do 
processo de 
formulação da 
estratégia
Exemplos de 
autores
Mensagem 
pretendida
Mensagem 
realizada
Prescritivas
Design
Processo de 
concepção
Selznick, Ne-
wman e Andrews
Ajuste Pense
Planeja-
mento
Processo formal Ansoff Formalize Programe
Posiciona-
mento
Processo ana-
lítico
Porter, Schendel 
e Hatten
Análise Calcule
Descritivas
Empreende-
dorismo
Processo visio-
nário
Schumpeter e 
Cole
Visione/
vislumbre
Preocupe-
-se
Cognitivo Processo mental Simon e March Crie Jogue
Aprendi-
zado
Processo emer-
gente
Lindblom, Cyert, 
March, Weick, 
Quinn, Prahalad 
e Hamel
Aprenda Jogue
Poder
Processo de 
negociação
Allison (micro), 
Pfeffer, Salancik 
e Astley(macro)
Promova Entesoure
Cultural Processo social
Rhenmam e 
Normann
Combine Perpetue
Ambiental Processo reativo
Hannan, Free-
man e Pugh et al.
Reaja
Capitule
Configura-
ção
Processo de 
transformação
Chandler, 
Mintzberg, Miller, 
Miles e Snow
Integre, 
transforme
Acumule
Fonte: Carvalho e Laurindo (2007, p. 15).
Planejamento Estratégico
42
Cada uma das escolas contribuiu para a elucidação do processo de 
formulação de estratégia, conforme apresenta o Quadro 6.
Quadro 6 – Contribuições das Escolas de Pensamento de formulação da estratégia
Escolas de 
Pensamento
Contribuição no processo de formulação da 
estratégia
Design
Olhar para o futuro próximo, na busca de uma 
perspectiva estratégica.
Planejamento
Olhar para o futuro imediato, para programar a 
execução de uma estratégia definida.
Posicionamento
Olhar para o passado dentro de um horizonte definido, 
cuja análise contribui para a formulação da estratégia.
Empreendedorismo
Olhar para o futuro distante, na busca de uma visão 
única.
Cognitivo
O pensamento do formulador da estratégia está no 
centro do processo.
Aprendizado Olhar para o detalhe, na busca das raízes dos fatos.
Poder
Olhar para os pontos escondidos dentro da 
organização.
Cultural
Olhar para o processo, dentro das perspectivas 
subjetivas das crenças.
Ambiental
Olhar para o processo como um todo, dentro da 
perspectiva do ambiente.
Configuração
Olhar para o processo de maneira mais ampla, 
perscrutando todos os aspectos.
Fonte: Carvalho e Laurindo (2007, p. 16).
Agora que você já conhece as Escolas de Pensamento que 
contribuíram para elucidar o processo de formulação de estratégia, 
faz-se necessário conhecer mais um pouco sobre a essência de cada 
escola, para que se possa na prática da administração estratégica 
identificar o processo pelo o qual a estratégia organizacional está sendo 
formulada. Nesse sentido, nos itens a seguir vamos conhecer como cada 
escola descreve ou prescreve o processo de formulação de estratégias 
organizacionais e suas respectivas premissas norteadoras.
Planejamento Estratégico
43
Escolas com Caráter Prescritivo
Para nossa melhor compreensão do processo de formulação de 
estratégia, vamos estudar um pouco mais sobre as escolas de caráter 
prescrito. Esse grupo de escolas de pensamento focam esclarecer 
como as estratégias devem ser formuladas, e não como, na prática 
organizacional, elas são formuladas. Enquadram-se nesse grupo a escola 
do design, a do planejamento e do posicionamento. 
Design (Estratégia como um Processo de 
Concepção)
A escola do design considera a estratégia como a união entre 
qualificações da empresa e oportunidades advindas de seu ambiente 
organizacional externo, o qual é composto por mudanças advindas 
da sociedade, governo, economia, competitividade, fornecedores e 
mercado. Segundo essa escola, o processo de formulação de estratégia 
tem por objetivo a adequação das capacidades internas da organização 
e as possibilidades externas. O modelo de formulação da estratégia 
proposto por essa escola encontra-se representado na Figura 11.
O que é a fase mais importante nesse modelo do processo de 
formulação da estratégia é a avaliação das situações interna e externada 
organização. Ela é permitirá identificar oportunidades e ameaças do ambiente 
organizacional externo e forças e fraquezas no ambiente organizacional 
interno, dando origem a várias alternativas de estratégia. Ainda no processo 
de formulação de estratégia, dois fatores são considerados importantes: os 
valores gerenciais e as responsabilidades sociais.
DEFINIÇÃO:
Valores gerenciais são crenças e preferências daqueles 
responsáveis por liderar a organização. Esses fatores 
influenciam no delineamento das estratégias, assim como 
as reponsabilidades sociais. Responsabilidades sociais 
referem-se à ética da sociedade na qual a organização opera 
e como ela é interpretada pelos executivos da organização. 
Planejamento Estratégico
44
Figura 11 – Modelo básico da Escola do design 
Avaliação 
externa
Ameaças e 
oportunidades 
no ambiente.
Fatores – chave 
de sucesso.
Implementação 
da estratégia.
Valores 
 gerenciais.
Responsabilida-
de social.
Avaliação e 
escolha da 
estratégia.
Avaliação 
interna
Forças e 
fraquezas da 
organização.
Competências 
distintivas.
Criação da 
estratégia
Fonte: Adaptada de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000, p. 30).
Essa escola apresenta as seguintes premissas sobre as estratégias 
e seu processo de formulação: 1. A formação da estratégia deve ser um 
processo deliberado de pensamento consciente; 2. A responsabilidade 
pelo controle do processo de formulação e pela percepção ambiental 
deve ser do estrategista, que, por sua vez, é o executivo principal da 
organização; 3. O modelo da formação de estratégia deve ser formal e de 
simples entendimento; 4. As estratégias devem ser únicas; 5. O processo 
de desenho da estratégia está completo quando as estratégias são 
formuladas como prescritivas; 6. As estratégias devem ser explícitas; 7. 
As estratégias só podem ser implementadas quando forem totalmente 
formuladas.
Planejamento Estratégico
45
A Escola do Design recebeu críticas atreladas especialmente a seu 
caráter de prescrição e formalismo. As principais críticas a essa escola 
foram: a avaliação de pontos fortes e fracos desconsidera o aprendizado 
organizacional; a estrutura deve seguir a estratégia organizacional e por ela 
ser determinada; tornar explicita a estratégia inibe a flexibilidade dentro da 
organização; e, por fim, ao separar formulação e implementação, a escola 
separa o pensamento da ação, o que na prática não acontece. 
Planejamento (Estratégia como um Processo 
Formal) e Posicionamento (Estratégia como um 
Processo Analítico)
A Escola do Planejamento tem o processo de formulação da 
estratégia como formal e constituído por estágios que devem ser 
minuciosamente detalhados em forma de listas de verificação e apoiado 
por técnicas específicas. Essa é a escola que deu origem ao planejamento 
estratégico, o qual é ensinado nos cursos de administração. 
Existem inúmeros modelos de planejamento estratégico presentes 
na literatura referente à administração estratégica. Inclusive, com o avançar 
desses estudos, você irá conhecer mais detalhes de modelos básicos. Por 
hora, aqui vamos conhecer o modelo básico que deu origem aos recentes 
modelos de planejamento estratégico aplicados nas empresas. 
O modelo básico que aqui nos referimos possui cinco estágios: 1. 
Fixação de objetivos; 2. Auditoria interna; 3. Auditoria externa; 4. Avaliação 
da estratégia; e 5. Operacionalização da estratégia.
Em suma, é importante sabermos que em sua essência a Escola 
do Planejamento tem as seguintes premissas norteadoras, segundo 
Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000):
1. As estratégias devem resultar de um processo controlado 
e consciente de planejamento formal, decomposto em 
etapas distintas, cada uma delineada por checklists e 
apoiada por técnicas; 2. A responsabilidade por todo o 
processo está, em princípio, com o executivo principal; 
na prática, a responsabilidade pela execução está com 
os planejadores; 3. As estratégias surgem prontas deste 
Planejamento Estratégico
46
processo, devendo ser explicitadas para que possam ser 
implementadas através da atenção detalhada a objetivos, 
orçamentos, programas e planos operacionais de vários 
tipos (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000, p. 51-52).
VOCÊ SABIA?
A Escola do Planejamento, ao longo do tempo, sofreu 
avanços em relação à prescrição do processo de 
planejamento e à prática de suas premissas. Portanto, ao 
se filiar a essa escola para atuar na sua prática profissional, 
busque pesquisar e conhecer sobre os atuais modelos de 
planejamento estratégico e conhecer aplicações práticas 
no contexto atual das organizações.
Outra escola que também prescreve o processo de formulação da 
estratégia é a Escola do Posicionamento. Essa escola é embasada nos 
estudos de Michael Porter, em 1980. Se você já tem algum conhecimento 
prévio sobre estratégia ou já leu algo a esse respeito antes de chegar 
aqui, acredito que já tenha visto algumas das proposições de Porter (cinco 
forças competitivas, estratégias genéricas e cadeia de valor) (1999).
ACESSE:
Caso queira conhecer mais sobre Michael Porter, acesse o 
site que dispõe de um breve resumo de suas contribuições 
para os estudos de estratégia clicando aqui.
Nesse sentido, para esta escola, a formulação da estratégia 
empresarial tem as seguintes premissas resumidas segundo Mintzberg, 
Ahlstrand e Lampel (2000):
1. Estratégias são posições genéricas, especificamente 
comuns e identificáveis no mercado. 2.O mercado (o 
contexto) é econômico e competitivo. 3. O processo de 
formação de estratégia é. portanto, de seleção dessas 
posições genéricas com base em cálculos analíticos. 4. 
Os analistas desempenham um papel importante neste 
Planejamento Estratégico
47
processo, passando os resultados dos seus cálculos aos 
gerentes que oficialmente controlam as opções. 5.Assim, as 
estratégias saem deste processo totalmente desenvolvidas 
para serem articuladas e implementadas; de fato, a estrutura 
do mercado dirige as estratégias posicionais deliberadas, 
as quais dirigem a estrutura organizacional (MINTZBERG; 
AHLSTRAND; LAMPEL, 2000, p. 70).
As contribuições de Porter com as conhecidas estratégias genéricas, 
cadeia de valor e 5 forças competitivas, serão foco dos nossos estudos 
nas unidades seguintes desta disciplina. Por enquanto, vamos nos ater a 
conhecer as premissas já apresentadas aqui.
Escolas com Caráter Descritivo
As escolas de caráter descritivo, diferentemente das escolas 
estudadas anteriormente, têm sua preocupação não em prescrever o 
comportamento estratégico ideal, mas, sim, em descrever de fato no dia 
a dia das organizações como as estratégias são implementadas. Como 
o foco deste nosso estudo é o planejamento estratégico advindo das 
abordagens prescritivas, não vamos detalhar as especificidades de cada 
uma dessas escolas. Contudo, para o seu futuro profissional, é importante 
que conheça as premissas de cada uma delas. O Quadro 7 apresenta 
resumidamente essas premissas.
Planejamento Estratégico
48
Quadro 7 – Premissas das escolas de pensamento em estratégia com o caráter descritivo
Escola de pen-
samento
Premissas
Empreendedo-
rismo
(o empreen-
dedor é o 
estrategista e 
líder)
1. A estratégia existe na mente do líder como perspectiva, 
especificamente um senso de direção a longo prazo, uma 
visão do futuro da organização.
2. O processo de formação da estratégia é, na melhor das 
hipóteses, semiconsciente, enraizado na experiência e na in-
tuição do líder, quer ele conceba a estratégia ou a adote de 
outros e a interiorize em seu próprio comportamento.
3. O líder promove a visão de forma decidida e até mesmo 
obsessiva, mantendo controle pessoal da implementação 
para ser capaz de reformular aspectos específicos, caso ne-
cessário.
4. A estratégia é maleável, podendo ser deliberada ou emer-
gente.
5. A organização é uma estrutura simples, sensível às diretri-
zes do líder empreendedor e estrategista.6. A estratégia empreendedora tende a assumir a forma de 
nicho, um ou mais bolsões de posição no mercado, protegi-
dos contra as forças de concorrência direta.
Cognitivo
(estratégia 
na mente do 
estrategista)
1. A formação de estratégia é um processo cognitivo que tem 
lugar na mente do estrategista.
2. As estratégias emergem como perspectivas – na forma de 
conceitos, mapas, esquemas e molduras – que dão forma à 
maneira pela qual as pessoas lidam com informações vindas 
do ambiente.
3. Essas informações fluem por meio de todos os tipos de 
filtros deturpadores, antes de serem decodificadas pelos 
mapas cognitivos, ou são meramente interpretações de um 
mundo que existe somente em termos de como é percebido.
4. Como conceito, as estratégias são difíceis de realizar em 
primeiro lugar. Quando são realizadas, ficam consideravel-
mente abaixo do ponto ótimo e, subsequentemente, são di-
fíceis de mudar quando não mais são viáveis.
Planejamento Estratégico
49
Aprendizado
(difícil desti-
nação entre 
o limite das 
etapas de for-
mulação e im-
plementação 
de estratégias)
1. A formação de estratégia precisa, acima de tudo, assumir 
a forma de um processo de aprendizado ao longo do tempo, 
no qual os limites entre formulação e implementação tor-
nam-se indistinguíveis.
2. Embora o líder também deva aprender e, às vezes, poder 
ser o principal aprendiz, em geral é o sistema coletivo que 
aprende: na maior parte das organizações há muitos estrate-
gistas em potencial.
3. Aprendizado procede de forma emergente. Isso significa 
que as estratégias podem surgir em todos os tipos de luga-
res estranhos e de maneira incomum e elaboradas por qual-
quer indivíduo que tenha capacidades e recursos para poder 
apreender. Uma vez reconhecidas, estas estratégias podem 
ser tornadas formalmente deliberadas.
4. Assim, o papel da liderança passa a ser de não preconce-
ber estratégias deliberadas, mas de gerenciar o processo de 
aprendizado estratégico, pelo qual novas estratégias podem 
emergir.
5. As estratégias aparecem primeiro como padrões do pas-
sado; mais tarde, talvez, como planos para o futuro e, na-
turalmente, como perspectivas para guiar o comportamento 
geral.
Poder
(estratégia 
resulta da 
manobra de 
poder)
1. A formação de estratégia é moldada por poder e política, 
seja como um processo dentro da organização ou como o 
comportamento da própria organização em seu ambiente 
externo.
2. As estratégias resultantes desse processo tendem a ser 
emergentes e assumem mais a forma de posições e meios 
de iludir do que de perspectivas.
3. O poder micro (dentro da organização) vê a formação de 
estratégia como a interação, por meio de persuasão, barga-
nha e, às vezes, confronto direto, na forma de jogos políticos, 
entre interesses estreitos e coalizões inconstantes.
4. O poder macro (fora da organização) vê a organização 
como promovendo seu próprio bem-estar por controle ou 
cooperação com outras organizações, por meio do uso de 
manobras estratégicas, bem como de estratégias coletivas 
em várias espécies de redes e alianças.
Planejamento Estratégico
50
Cultural
(a cultura 
como fonte 
de estratégias 
deliberadas)
1. A formação de estratégia é um processo de interação so-
cial, com base nas crenças e nas interpretações comuns aos 
membros de uma organização.
2. Um indivíduo adquire essas crenças por meio de um pro-
cesso de aculturação ou socialização, o qual é, em grande 
parte, tácito e não verbal, embora seja, às vezes, reforçado 
por uma doutrinação mais formal.
3. Os membros de uma organização podem descrever ape-
nas parcialmente as crenças que sustentam sua cultura, ao 
passo que as origens e explicações podem permanecer obs-
curas.
4. A estratégia assume a forma de uma perspectiva, acima 
de tudo, enraizada em intenções coletivas e refletidas nos 
padrões pelos quais os recursos ou capacidades da organi-
zação são protegidos e usados para sua vantagem competi-
tiva. Portanto, a estratégia é melhor descrita como deliberada 
(mesmo que não seja plenamente consciente).
5. A cultura e, em especial, a ideologia não encorajam tanto 
as mudanças estratégicas quanto à perpetuação da estraté-
gia existente; na melhor das hipóteses, elas tendem a promo-
ver mudanças de posição dentro da perspectiva estratégica 
global da organização.
Ambiental
(o ambiente 
determina a 
estratégia)
1. O ambiente é o agente central no processo de geração de 
estratégia, apresentando-se à organização como um conjun-
to de forças gerais.
2. A organização deve responder às forças do ambiente na 
forma de estratégias implementadas, ou será “eliminada”.
3. A liderança torna-se um elemento passivo para fins de ler 
o ambiente e garantir uma adaptação adequada pela orga-
nização. 
4. As organizações acabam se agrupando em nichos distintos 
do tipo ecológico, posições nas quais permanecem até que 
os recursos se tornem escassos ou as condições demasiada-
mente hostis. Então, elas morrem.
Planejamento Estratégico
51
Configuração
(a confi-
guração 
estável das 
características 
empresariais 
dão origem a 
estratégias)
1. A organização pode ser descrita em termos de algum tipo 
de configuração estável de suas características: para um 
período distinguível de tempo, ela adota uma determinada 
forma de estrutura adequada a um determinado tipo de con-
texto, o que faz com que ela se engaje em determinados 
comportamentos que dão origem a um determinado conjun-
to de estratégias.
2. Períodos de estabilidade são ocasionalmente interrompi-
dos por algum processo de transformação – um salto quân-
tico para outra configuração.
3. Esses estados sucessivos de configuração e períodos de 
transformação podem se ordenar ao longo do tempo em se-
quências padronizadas, por exemplo, descrevendo ciclos de 
vida de organizações.
4. A chave para a administração estratégica é sustentar a es-
tabilidade ou, no mínimo, mudanças estratégicas adaptáveis, 
a maior parte do tempo.
5. O processo de geração de estratégia pode ser de concep-
ção conceitual ou planejamento formal, análise sistemática 
ou visão estratégica, aprendizado cooperativo ou politica-
gem competitiva. Focalizando cognição individual, socializa-
ção coletiva ou a simples resposta às forças do ambiente; 
mas cada um deve ser encontrado em seu próprio tempo e 
contexto. 
6. As estratégias resultantes assumem a forma de planos ou 
padrões, posições ou perspectivas ou meios de iludir; po-
rém, mais uma vez, cada um a seu tempo e adequado à sua 
situação.
Fonte: Adaptado de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000.)
TESTANDO:
Chegou o momento de testar seus conhecimentos sobre 
estratégia e sua definição. Corra lá no banco de questões 
e verifique se você já entendeu em essência o que é 
estratégia e como ela se apresenta nas diferentes escolas 
de pensamento. Mãos à obra!
Planejamento Estratégico
52
Prontinho! Agora você já conhece a essência das escolas de 
pensamento de estratégia. Nesse sentido, já está mais claro em sua mente 
por que o conceito de estratégia é tão complexo. Isso porque cada uma 
dessas escolas contribuiu com uma definição para esse conceito. Cada 
escola, dentro de suas particularidades, mostra-nos a complexidade 
da teoria da estratégia, que é nada mais nada menos que resultado da 
complexidade da prática da estratégia no dia a dia das organizações.
RESUMINDO:
Gostou de entender mais sobre a formulação de estratégia 
no âmbito das organizações? Já é capaz de declarar com 
qual ou quais escola do pensamento você, na qualidade de 
estrategista, mais se identifica? Para garantirmos que você 
é capaz de diferenciar as abordagens teóricas que explicam 
a formulação de estratégias, em resumo vamos recordar 
o que virmos aqui. Primeiramente, aprendemos que o 
conceito é apenas a ponta que geralmente se vê do iceberg 
que é a estratégia, uma vez que tal conceito é composto 
por várias definições. Entre essas definições, destacamos a 
estratégia

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